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Capítulo 10 
 
Raiz 
Beatriz Appezzato-da-Glória1 
Adriana Hissae Hayashi2 
A raiz é uma estrutura axial relativamente simples quando comparada ao caule. O 
desenvolvimento do meristema apical da raiz do embrião resulta na formação da raiz primaria. 
Nas gimnospermas e dicotiledôneas, a raiz primaria e suas ramificações constituem o sistema 
radicular pivotante. Nas monocotiledôneas, a raiz primaria, em geral, desenvolve-se por curto 
período de tempo, de tal forma que o sistema radicular e formado pelas raízes adventícias que 
se originam no caule, formando o sistema radicular fasciculado. 
Através da morfologia externa, as partes constituintes que podem ser observadas nas raízes 
são a coifa, zona lisa ou de crescimento, zona pilífera e zona de ramificação. Anatomicamente 
são reconhecidas as regiões de divisão celular (corresponde a combinação do meristema apical mais 
a porção da raiz onde as divisões celulares ocorrem), de alongamento (o alongamento das células 
nesta região resulta num aumento do comprimento da raiz) e de maturação (local em que a maioria 
dos tecidos primários completa seu desenvolvimento). 
As raízes são órgãos especializados em fixação, absorção, reserva e condução. No 
entanto, outras funções importantes relacionadas as adaptações são observadas nas seguintes 
raízes: grampiformes, ou aderentes; cinturas, ou estranguladoras; respiratórias, ou 
pneumatóforos; escoras; tabulares; de reserva; haustórios; contrácteis; e gemíferas. 
Associações que levam a adaptações especiais também são verificadas nas raízes. 
Micorrizas são associações de raízes e fungos. Os fungos parecem ter a função de converter 
minerais do solo (como o fósforo) e matéria orgânica degradada em formas assimiláveis ao 
hospedeiro. Em troca, o hospedeiro produz açúcares, aminoácidos e outros materiais orgânicos 
acessíveis ao fungo. Myrmecodia echinata possui raiz tuberosa repleta de domáceas, que são 
câmaras que servem como abrigo para as formigas (pequenas casas de formigas). A associação 
entre bactérias dos gêneros Rhizobium ou Bradyrhizobium e as raízes de leguminosas origina 
os nódulos radiculares fixadores de nitrogênio. Algumas não-leguminosas fixam nitrogênio em 
 
1 Departamento de Ciências Biológicas, ESALQ/USP Cx. Postal 09. 13418-900 Piracicaba, SP 
2
 Pos-doutoranda pela Universidade de Sao Paulo - Piracicaba, SR 
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nódulos formados em associação com outros microrganismos. Exemplo: Alnus (planta arbórea) e 
Frankia (bactéria filamentosa). 
 
Origem e Formação dos Tecidos 
Meristema apical da raiz 
O principal fenômeno da origem da raiz no embrião e a organização do meristema 
apical na extremidade inferior do hipocótilo. 
O ápice da raiz e coberto por uma coifa, estrutura protetora do meristema apical em 
crescimento. As células são vivas e contem amido. As paredes da periferia da coifa e as 
voltadas para o interior da raiz parecem possuir consistência mucilaginosa que lubrifica a raiz 
durante a sua passagem através do solo e facilita a eliminação das células periféricas e a 
separação da coifa dos flancos da raiz em crescimento. Na mesma velocidade em que as 
células da coifa são descamadas, novas células são adicionadas pelo meristema apical. Alem 
de proteger o meristema apical e ajudar a raiz a penetrar no solo, a coifa também desempenha 
outra função importante, ou seja, controla as respostas da raiz a gravidade. A percepção da 
gravidade esta correlacionada com a sedimentação dos estatólitos, que são grandes 
amiloplastos dentro de células específicas da coifa, particularmente na columela (região central 
da coifa, especialmente se as células ocorrem em fileiras extremamente ordenadas). 
No ápice da raiz, o promeristema tem organização definida e variável nos diferentes 
grupos vegetais. Foram reconhecidos dois tipos principais de organização. No primeiro 
(Fig. 10.1), as três regiões � cilindro vascular, córtex e coifa � tem, cada qual, a própria 
fileira de células iniciais (organização apical do tipo fechado); no segundo, todas as regiões 
tem iniciais comuns (organização apical do tipo aberto) (Fig. 10.2). 
Com relação ao meristema, o termo "inicial" e utilizado para denominar a célula que 
se divide repetidamente; no entanto, ela mesma permanece meristemática. Estudos do 
promeristema radicular indicam certa inatividade das células iniciais, apesar da atividade 
mitótica mais intensa ocorrer a uma pequena distancia destas células. Assim, o 
promeristema e constituído por um corpo de células iniciais centrais quiescentes (centre 
quiescente) e pelas camadas celulares periféricas que se dividem ativamente. As variações na 
distribuição das mitoses e no grau de aumento do volume celular contribuem para a 
diferenciação inicial das diversas regiões tissulares. 
Os tecidos meristemáticos primários -protoderme, meristema fundamental e procâmbio - 
dão origem, respectivamente, a epiderme, ao córtex e ao cilindro vascular, constituindo a 
estrutura primaria da raiz. 
Uma das características mais evidentes da diferenciação epidérmica e o aparecimento 
dos pelos radiculares, os quais atingem seu maior desenvolvimento além da zona de 
alongamento, aproximadamente no nível em que tem inicio a maturação do xilema. 
O córtex aumenta em diâmetro em decorrência de divisões periclinais e do aumento 
radial das células. O numero de divisões que ocorre no córtex e limitado e, ao final do 
desenvolvimento primário da raiz, a camada mais interna e denominada endoderme, 
caracterizada pela presença das estrias de Caspary. 
 
____ Mazzoni-Viveiros e Costa
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Na diferenciação do cilindro vascular, em geral, o periciclo e a primeira região 
identificável. A diferenciação vascular tem inicio com uma crescente vacuolação e aumento dos 
elementos traqueais do metaxilema. Posteriormente, ocorre a maturação dos primeiros elementos 
do floema (protofloema) e, a seguir, os primeiros elementos do protoxilema localizados junto ao 
periciclo desenvolvem paredes secundárias e amadurecem. 
 
Estrutura Primária da Raiz 
O corte transversal da estrutura primaria da raiz revela nítida separação entre os três 
sistemas de tecidos: dérmico, fundamental e vascular. 
 
Epiderme 
A epiderme, em geral, e unisseriada. Algumas células epidérmicas sofrem expansão 
tubular e se diferenciam em pelos radiculares (Fig. 10.3), aumentando a superfície de 
absorção. Identifica-se fina cutícula junto a epiderme, na região de absorção de algumas raízes. 
As paredes das células da epiderme oferecem pouca resistência a passagem de água e sais 
minerais para o interior da raiz. 
Em raízes aéreas de algumas orquidáceas, aráceas epffitas e de outras monocotiledôneas 
terrestres, ha uma epiderme múltipla constituída de células mortas com paredes espessadas 
denominada velame, que da proteção mecânica ao córtex e reduz a perda de água. 
 
Córtex 
Corresponde a região compreendida entre a epiderme e o cilindro vascular. E constituído 
por varias camadas de células parenquimáticas que, normalmente, não apresentam 
cloroplastos, mas contem amido. 
Algumas raízes desenvolvem uma camada especializada, a exoderme (Fig. 10.3), abaixo da 
epiderme e do velame. A exoderme corresponde a camada mais externa do córtex, com uma ou 
mais células de espessura, cujas paredes desenvolvem estrias de Caspary e podem constituir 
uma barreira apoplástica ao fluxo da água e dos íons (Hartung et al., 2002). 
As células do córtex apresentam, geralmente, disposição radiada, podendo-se verificar, 
algumas vezes, diferenciação entre o córtex externo e o interno. Os espaços intercelulares são 
proeminentes no córtex da raiz. Em plantas aquáticas, estes espaços são muito desenvolvidos, 
formando um aerênquima típico. 
Ao contráario do restante do córtex, a camada mais interna, a endoderme, possui um 
arranjo compacto e carece de espaçosintercelulares. Esta camada e caracterizada pela presença 
de estrias de Caspary (Figs. 10.3 e 10.4) em suas paredes radiais e transversais. A estria, que 
lembra uma fita, esta presente na porção media da parede primaria e é composta por lignina (mais 
hidrofílica que a suberina), suberina, celulose e outros carboidratos e proteínas da parede celular 
Raiz ___________________________________________________________ 
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(Wu et al., 2003). A suberina pode ser de dois tipos: alifática (acíclica) ou aromática (cíclica). A 
alifática e mais hidrofóbica e a aromática, mais hidrofílica. Firme-mente aderida a estria, encontra-
se a membrana plasmática. Visto que a endoderme e compacta e as estrias de Caspary são pouco 
permeáveis a água e íons, todas as substancias que entram e saem do cilindro vascular 
normalmente passam pelo protoplasto das células da endoderme. Portanto, a endoderme tem 
uma função extremamente importante na raiz, que e desviar o fluxo de solutos do apoplasto (via 
espaços intercelulares e paredes celulares) para o simplasto (através da membrana plasmática ou 
dos numerosos plasmodesmos que fazem a conexão citoplasmática das células da endoderme 
com as células vizinhas, tanto no córtex como no cilindro vascular). 
A endoderme e a exoderme (quando presente) diminuem o refluxo de íons acumulados 
no cilindro vascular e no córtex, dificultando a sua perda para a solução do solo (Steudle, 
2000). 
Estudos recentes têm mostrado que, sob condições de alta transpiração, nas horas do dia 
de maior temperatura e déficit de pressão de vapor atmosférico (DPV) no ar, ocorre aumento 
no fluxo de água, íons e acido abscíico (ABA) no xilema pela passagem desses compostos 
através da parede da endoderme (fluxo apoplástico) desde a raiz ate a câmara subestomática 
(Hartung et. al., 2002). Sugere-se ao leitor que consulte o texto "O papel fisiológico da 
endoderme", do professor Carlos Pimentel, para maiores detalhes sobre o assunto. 
Nas raízes que não apresentam crescimento secundário, o córtex é mantido e verifica-se um 
deposito adicional de camadas de suberina alternadas com camadas de ceras nas paredes 
tangenciais da endoderme. Em seguida, ha deposição de celulose e lignina. Se esta acontece 
apenas na parede interna, forma-se o espessamento em "U" (Fig. 10.5), e se ocorre nas paredes 
externa e interna, e formado o espessamento em "O". Em geral, as células da endoderme 
opostas aos pólos de protoxilema (ver estrutura secundaria) retém as estrias de Caspary e não 
sofrem espessamentos adicionais, sendo denominadas células de passagem. 
 
Cilindro vascular 
Compreende uma ou mais camadas de células não vasculares - o periciclo - e tecidos 
vasculares (Figs. 10.3 e 10.5). Localizado entre a endoderme e os tecidos vasculares (xilema e 
floema), o periciclo, em geral, e unisseriado e pode ser constituído de parênquima ou conter 
esclerênquima. No periciclo têm origem as raízes laterais e parte do cambio e, em muitas 
raízes, o felogênio. 
O xilema, geralmente, forma um maciço sólido provido de projeções (arcos) que se 
dirigem em direção ao periciclo; neste caso, o cilindro vascular e sólido (Fig. 10.3). Os 
cordões de floema alternam-se com os arcos do xilema (Figs. 10.3 a 10.7). O número de arcos 
e variável, e as raízes podem ser denominadas diarcas (dois arcos) (Fig. 10.7), triarcas (três arcos), 
tetrarcas (quatro arcos) e poliarcas (cinco ou mais arcos) (Fig. 10.8). O xilema e exarco, pois a 
maturação dos elementos traqueais ocorre centripetamente (Figs. 10.6 e 10.7), ou seja, os 
elementos de protoxilema estão voltados para a periferia do órgão e os elementos de 
metaxilema, para o interior. Se o xilema não se diferencia no centre da raiz, este e ocupado 
por medula constituída de parênquima ou esclerênquima; neste caso, o cilindro vascular e oco 
(Fig. 10.8). 
 
 
____ Mazzoni-Viveiros e Costa
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Em geral, as raízes adventícias, presentes em todas as monocotiledôneas e em muitas 
dicotiledôneas, são sifonostélicas, pois se originam do caule e, a exemplo deste, apresentam 
parênquima medular originado do meristema fundamental e, portanto, possuem cilindro vascular 
oco (Fig. 10.8). O que determina a presença ou não de medula nas raízes adventícias e o 
número de arcos do xilema primário. Raízes adventícias com poucos arcos podem ter medula 
ausente. Nas dicotiledôneas e gimnospermas, as raízes que são oriundas da radícula do embrião 
são protostélicas, pois o cilindro vascular e sólido (Fig. 10.3). Se houver parênquima, este e 
potencialmente vascular, pois se origina do procâmbio. 
 
Raízes Laterais 
Aparecem a certa distância do meristema apical, na zona de ramificação, e possuem 
origem endógena a partir de divisões anticlinais e periclinais do periciclo. A raiz lateral 
jovem, ou primórdio de raiz, apresenta coifa, meristema apical e tecidos meristemáticos 
primários. Com o desenvolvimento, o primórdio aumenta em tamanho e se projeta para o 
córtex, possivelmente secretando enzimas que "digerem" algumas células corticais, ou 
afastando mecanicamente as células corticais localizadas no seu caminho (Fig. 10.8). Ha 
conexão vascular quando os tecidos vasculares da raiz lateral se ligam aos tecidos 
vasculares da raiz de origem (Fig. 10.8). 
 
Estrutura Secundária da Raiz 
As raízes de gimnospermas e dicotiledôneas, em geral, apresentam crescimento 
secundário. Tal crescimento resulta da atividade de dois meristemas secundários ou laterais � 
câmbio e felogênio (Figs. 10.9 a 10.11). 
O cambio origina-se das divisões das células do procâmbio que permanecem 
indiferenciadas entre o floema e o xilema primários (Fig. 10.9 - seta). Por esse motive, o 
cambio apresenta inicialmente o formato de faixas, cujo numero depende do tipo de raiz; por 
exemplo, numa raiz tetrarca ha quatro faixas cambiais (Fig. 10.9). Em seguida, as células do 
periciclo, localizadas opostas aos pólos de protoxilema, dividem-se e conectam-se as faixas 
cambiais e, conseqüentemente, o câmbio envolve completamente o xilema. Este câmbio apresenta o 
mesmo formato do xilema; por exemplo, em cortes transversais, possui formato quadrangular 
nas raízes tetrarcas. Com a formação do xilema secundário em posição oposta ao floema, o cambio 
e deslocado para a periferia, apresentando formato circular (Fig. 10.10). 
O cambio de origem procambial (formado na face interna do floema) produz todos os 
elementos dos sistemas axial e radial dos tecidos condutores secundários, e o cambio que tem 
origem no periciclo forma apenas parênquima radial. Os raios produzidos pelo cambio de 
origem pericíclica (oposto aos pólos de protoxilema), freqüentemente, são os mais largos (Fig. 
10.11). 
O felogênio pode se originar de qualquer camada da região cortical ou, ainda, com maior 
freqüência, da região pericíclicas. Com o funcionamento do felogênio (Fig. 10.11), surge a 
periderme, que e formada de súber (felema), localizado externamente, e felogênio e feloderme, 
localizados internamente. 
Raiz ___________________________________________________________ 
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A combinação do aumento em espessura dos tecidos vasculares e do periciclo força o 
córtex em direção a periferia. Este, não aumentando em circunferência, rompe-se e é eliminado 
junto com a epiderme (Fig. 10.11). 
 
Variações no Crescimento Secundário 
As raízes que armazenam reservas apresentam variações na atividade do câmbio, 
resultando em estruturas secundarias que fogem ao padrão comum, denominadas estruturas 
não-usuais
3
. 
As raízes tuberosas desenvolvem-se por meio de: a) proliferação de parênquima nos tecidos 
vasculares secundários. Exemplo: cenoura; b) câmbios acessórios (supranumerários) - o câmbio 
original produz relativamente poucos tecidos vasculares secundários no centre da raiz. Os 
câmbios supranumerários, formados (em camadas concêntricas)não associados ao cambio 
original, produzem camadas de crescimento que correspondem a xilema repleto de 
parênquima, para dentro, e a floema, para fora. Exemplo: beterraba; c) câmbios adicionais. - Na 
batata-doce, o processo inicia-se a semelhança da cenoura; entretanto, células do cambio 
adicional (Fig. 10.12) desenvolvem-se ao redor de elementos de vasos isolados ou agrupados no 
xilema secundário (Fig. 10.13). Estes câmbios produzem poucos elementos traqueais próximo 
aos vasos e poucos elementos crivados distante deles, e dão origem ao parênquima de reserva 
em ambas as direções. 
 
Raízes Adventícias 
São raízes que se originam em partes aéreas das plantas (caules e, algumas vezes, 
folhas), em caules subterrâneos e em regiões mais ou menos velhas das próprias raízes. 
Podem desenvolver-se em plantas intactas crescendo em condições naturais ou apos sofrer 
algum tipo de estimulo. Desempenham papel importante na propagação vegetativa das plantas 
e, desse modo, este fenômeno tem sido explorado nas pesquisas de fitormônios bem como em 
processes de micropropagagao in vitro. A origem destas raízes, assim como a das laterais, e 
endógena. As raízes adventícias formam-se nas proximidades dos tecidos vasculares (na região 
do periciclo) e crescem entre os tecidos localizados ao redor do seu ponto de origem. O 
desenvolvimento destas raízes e semelhante ao das laterais (Figs. 10.14 a 10.16). Em caules 
mais velhos, as raízes adventícias podem encontrar um obstáculo ao seu crescimento, devido 
a presença de uma bainha de esclerênquima perivascular, que pode desviar a raiz de seu 
curso, normalmente radial. 
 
 
 
 
3
 Estruturas secundárias não-usuais já foram descritas na literatura com a denominação de "estruturas anômalas". 
Entretanto, esta denominação vem sendo abandonada, uma vez que tais estruturas não representam nenhuma anomalia 
funcional, tampouco estrutural. 
____ Mazzoni-Viveiros e Costa
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Raízes Gemíferas 
A formação de gemas caulinares em raízes (Fig. 10.17), embora seja um fenômeno 
comum em plantas herbáceas, apenas recentemente vem sendo confirmada em espécies 
arbóreas de florestas tropicais brasileiras. Existem dois tipos de gemas radiculares, as adicionais e as 
reparativas. As gemas adicionais são formadas num sistema radicular não perturbado e tendem a 
ser endógenas na origem. Durante o crescimento secundário da raiz, podem tornar-se perenes ao 
crescerem simultaneamente com o cambio, de modo que traces vasculares são produzidos no xilema 
secundário. For outro lado, gemas reparativas são formadas, de novo, em resposta a senescência, 
injuries ou outros tipos de perturbação, em qualquer período do crescimento secundário da raiz. 
Tipicamente, são de origem exógena, podendo os traces vasculares ser ausentes ou, se presentes, 
não atingir o centre da raiz (Fig. 10.17). 
 
Leitura Complementar 
APPEZZATO-DA-GLORIA, B. Morfologia de Sistemas Subterrâneos: Histórico e Evolução do 
Conhecimento no Brasil. Ribeirão Preto: Ed. A. S. Pinto, 2003. 80 p. 
APPEZZATO-DA-GLORIA, B.; ESTELITA, M.E.M. The developmental anatomy of the subterranean system in 
Mandeuilla illustris (Veil.) Woodson and M. uelutina (Mart, ex Stadelm.) Woodson (Apocynaceae). Revista 
Brasileira de Botânica, v. 23, n. 1, p. 27-35, 2000. 
BELL, A.D.; BRYAN, A. Plant form: an illustrated guide to flowering plant morphology. Oxford: University Press, 
1993. 341 p. 
BOSELA, M.J.; EWERS, FW. The mode of origin of root buds and root sprouts in the clonal tree Sassafras 
albidum (Lauraceae). American Journal of Botany, v. 84, n. 11, p. 1466-1481, 1997. 
CUTTER, E.G. Plant anatomy: organs experiment and interpretation. Part 2. London: Edward Arnold, 1971.336 p. 
ESAU, K. Anatomy of seed plants. 2. ed. New York: John Wiley & Sons, 1977. 550 p. 
FAHN, A. Plant anatomy. Oxford: Pergamon Press, 1982. 599 p. 
GALSTON, A.W. Life processes of plants. New York: Scientific American Library, 1994. 245 p. 
HARTUNG, W.; SAUTER, A.; HOSE, E. Abscisic acid in the xylem: where does it come from, where does it go to? 
Journal of Experimental Botany, v. 53, n. 366, p. 27-32, 2002. 
HAYASHI, A.H.; PENHA, A.S.; RODRIGUES, R.R.; APPEZZATO-DA-GLORIA, B. Anatomical studies of shoot bud-
forming roots of Brazilian trees species. Australian Journal of Botany, v. 49, n. 6, p. 745-751, 2001. 
HAYWARD, D.H. Estrutura de las plantas utiles. Buenos Aires: ACME, 1953. 667 p. 
LINS, A.L.FA.; OLIVEIRA, PL. Origem, aspectos morfológicos e anatômicos das raízes embrionárias 
de Montrichardia linifera (Arruda) Schott (Araceae). Boletim do Museu Paraense Emilio Goeldi, serie 
botânica, v. 10, n. 2, p. 221-236, 1994. 
MOREIRA, M.F; APPEZZATO-DA-GLORIA, B.; ZAIDAN, L.R Anatomical aspects of IBA-treated microcuttings of 
Gomphrena macrocephala St. Hil. Brazilian Archives of Biology and Technology, v. 43, n. 2, p. 221-227, 2000. 
PIMENTEL, C. O papel fisiológico da endoderme. In: 55" Congresso Nacional de Botânica. Viçosa, 
2004. CD-Rom: Simpósios, Palestras e Mesas-Redondas. 
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Raiz ___________________________________________________________ 
 274
 
 
 
Figuras 10.1 e 10.2 � Meristema apical e regiões derivadas da raiz. 10.1- Mandevilla velutina 
possui três fileiras de iniciais (setas). Protoderme (Pt) e coifa (Cf) tem 
origem comum na primeira fileira de iniciais. A futura exoderme (Ex) tem 
origem na segunda fileira de iniciais e o restante do meristema 
fundamental (Mf) e o procâmbio (Pc) tem origem comum na terceira 
fileira de iniciais. 10.2 � Em Allium cepa, todas as regiões da raiz 
originam-se de um grupo de iniciais comuns (seta). 
____ Mazzoni-Viveiros e Costa
 275
 
 
 
Figura 10.3 � Corte transversal da raiz hexarca de Mandevilla velutina. As setas indicam as estrias 
de Caspary. Ep = epiderme; Pr = pelo radicular; Ex = exoderme; PC = 
parênquima cortical; En = endoderme; P = periciclo; Xp = xilema primário; Fp = 
floema primario. 
 
 
Figura 10.4 - Corte transversal da raiz adventícia de Montrichardia Imifera mostrando estrias 
de Caspary nas paredes anticlinais (radiais e transversais) das células da 
endoderme (setas). (Fotografia gentilmente cedida por Lins e Oliveira, 1994). 
Raiz ___________________________________________________________ 
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Figura 10.5 � Corte transversal da raiz de milho (Zea mays) evidenciando a endoderme com 
espessamento em "U". PC = parênquima cortical; En = endoderme; P = 
periciclo; Px = protoxilema; MX = metaxilema; Fl = floema; M = medula. 
Figuras 10.6 e 10.7 � Cortes transversais do cilindro vascular da raiz de amora (Morus alba) 
mostrando a maturação do xilema primário. 10.6 � Fase inicial da 
maturação. 10.7 � Fase final da maturação. 
Figura 10.8 � Corte transversal da raiz de milho (Zea mays) mostrando uma raiz lateral originada 
de divisões do periciclo. A raiz lateral já atravessou o córtex e a epiderme, 
alcançando o meio externo. Também são evidenciados a organização da coifa e do 
meristema apical e o início da conexão vascular com a raiz de origem (seta).M = 
medula. 
____ Mazzoni-Viveiros e Costa
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Raiz ___________________________________________________________ 
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Figuras 10.9 a 10.11 � Cortes transversais da raiz de feijão (Phaseolus uulgaris) em diferentes 
estádios de desenvolvimento. 10.9 � Estrutura primária (a seta indica o 
cambio). 10.10 � Passagem da estrutura primária para a secundaria (a 
seta indica o câmbio). 10.11- Estrutura secundaria mostrando a 
epiderme e parte do córtex sendo eliminados (seta maior). As setas 
menores indicam os raios vasculares. Fe = felogênio; Rp = raios 
parenquimáticos mais largos; C = câmbio. 
____ Mazzoni-Viveiros e Costa
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Figuras 10.12 e 10.13 � Cortes transversais da raiz de batata-doce (Ipomoea batatas). 
10.12 - Câmbios adicionais (setas). 10.13 � Detalhe de um grupo 
de elementos de vaso do xilema secundário, ao redor do qual se 
encontra o cambio adicional (seta). 
 
Raiz ___________________________________________________________ 
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Fonte: adaptado de Moreira et al., 2000. 
Figuras 10.14 a 10.16 � Cortes transversais do caule de Gomphrena macrocephala. 
10.14 � Caule em estrutura primária. 10.15 � 
Desenvolvimento de um primórdio de raiz adventícia a 
partir do periciclo proliferado. 10.16 - Primórdio 
radicular atravessando o córtex, próximo a epiderme. 
Ep = epiderme; T = tricoma; Es = estômato; PC = 
parênquima cortical; P = periciclo; M = medula; Pr = 
primórdio radicular. 
____ Mazzoni-Viveiros e Costa
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Fonte: adaptado de Hayashi et al., 2001. 
Figuras 10.17 � Corte transversal da raiz de Machaerium stipitatum. Observa-se o desenvolvimento 
de duas gemas a partir da proliferação parenquimática resultante das divisões 
de células derivadas do periciclo, dos raios parenquimáticos e do cambio. 
 
Raiz ___________________________________________________________ 
 282