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AULA 12 - PRISÃO PREVENTIVA, PRISÃO TEMPORÁRIA E MEDIDAS CAUTELARES

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PRISÃO PREVENTIVA, PRISÃO TEMPORÁRIA E MEDIDAS CAUTELARES
Aula 12
PRISÃO PREVENTIVA
É a principal modalidade de prisão cautelar, de cuja base nascem as demais. Para sua decretação são exigidos, os seguintes requisitos: 
a) Materialidade do crime (prova de sua existência); 
b) indícios suficientes de autoria (prova razoável da autoria); 
	c) e um dos próximos de forma alternativa: 
		c1) para garantir a ordem pública ou ordem econômica; 
		c2) por conveniência da instrução criminal; 
		c3) para assegurar a aplicação da lei penal. 
Crime doloso punido com pena privativa de liberdade máxima superior à quatro anos, salvo em caso de reincidência em crime doloso. 
Prisão que visa resguardar os meios e os fins. 
A prisão preventiva só é decretada por magistrado competente mediante ordem escrita e fundamentada. 
Não havendo Fumus Boni Iuris - não se pode decretar a prisão preventiva. 
Nos casos em que o réu pratica a infração penal e se apresenta espontaneamente à autoridade policial para esclarecer os fatos, não pode ser decretada a prisão em flagrante, entretanto o juiz competente pode, havendo presente os pressupostos, decretar a prisão preventiva. 
A representação para prisão feita pelo delegado, prevista no art. 311, é elaborada quando o delegado relata o inquérito e representa pela preventiva, hipótese que não se confunde com a conversão do flagrante em preventiva, onde não há necessidade de manifestação. 
Polastri critica essa legitimidade dada ao delegado no art. 311, uma vez que sendo a prisão uma medida cautelar somente as partes teriam legitimidade para peticionar sendo que delegado não é parte. 
No art. 313, III, CPP o legislador trouxe uma possibilidade de preventiva cujo objetivo é viabilizar outra medida protetiva de urgência, logo nessa hipótese a prisão tem natureza precautelar, devendo durar o tempo suficiente para a aplicação da medida protetiva. 
Segundo Paccelli, a preventiva com base no inciso III com base no art. 313 só poderá ser aplicada em relação à mulher vítima de violência doméstica pois, em relação as outras pessoas mencionadas no dispositivo, ainda não existe legislação específica determinando medidas cautelares. 
OBS: o legislador trouxe outra possibilidade de preventiva com o objetivo definido e prazo de duração pré estipulado. 
	De acordo com o parágrafo único do art. 313, CPP quando houver dúvidas sobre a identificação do agente caberá a prisão que durará tempo suficiente até a sua identificação. 
Momento Para Decretação Da Prisão Preventiva
	
Prévia e incidente, a prisão preventiva pode ser decretada pré-processual, no curso da investigação (antes de iniciado o processo) ou incidentemente, durante o processo penal. 
	
Uma parcela da doutrina diz que, no curso da investigação pré-processual, o estado juiz não poderia decretar a prisão de ofício, pois ele necessita do requerimento do MP ou da representação da autoridade policial. 
Ele não pode interferir, tomar as rédeas da investigação para resguardar sua imparcialidade. Somente pode fazer no curso do processo principal. 
Fundamentos Da Preventiva
Garantia da ordem pública: 	Alcance da expressão ao longo dos anos – garantia da integridade física do acusado; evitar a reiteração da atividade criminosa; garantir a credibilidade da justiça principalmente naqueles crimes que provoquem clamor público; garantir a paz e a tranquilidade social. 
OBS: existe forte corrente jurisprudencial negando a preventiva com base no clamor público, entendendo que ela não tem natureza cautelar, pois é como se a mídia estivesse manipulando a opinião pública e determinando quem deve ser preso. 
Garantia da ordem econômica: o art. 30 da L 7482/86 estabeleceu que além das hipóteses do art. 312, CPP também caberia preventiva se considerássemos a magnitude da lesão. 
	
A partir disso a doutrina começou a discutir se a magnitude da lesão era um fundamento ou um requisito da prisão. 
	
Se a considerássemos um requisito, isso significaria que além de indícios de autoria e prova de materialidade somente em crimes que causassem lesões significativas seria possível a prisão, havendo a necessidade também de apontarmos um dos fundamentos previstos no art. 312, CPP. 
Porém, pela própria redação do artigo, o que prevaleceu na época foi o entendimento de que a magnitude da lesão era um fundamento autônomo da prisão. 
Desta forma, por ser um fundamento com critérios puramente objetivos, sem qualquer análise de necessidade ou utilidade do processo, essa prisão não foi utilizada pois não era compatível com a Constituição. 
Podemos imaginar que naqueles crimes que causem instabilidade no mercado interno, evasão de divisas, etc., são delitos que comprometem a ordem econômica, porém não haveria necessidade de ser tratado como fundamento autônomo da preventiva pois nestes termos a ordem econômica estaria dentro da ordem pública, recebendo as mesmas críticas. 
Garantia da instrução criminal: a liberdade do acusado põe em risco a instrução probatória.
Garantir a aplicação da lei penal: existe grande probabilidade de fuga.
Art. 312, parágrafo único: Quando o juiz tiver decretado outras medidas cautelares restritivas, que na hipótese não foram suficientes, nada impede que o juiz decrete a preventiva com base no artigo 312, parágrafo único, CPP. 
Diferença Entre Requerimento E Representação
	Representação da Autoridade Policial - vendo seu pedido indeferido não pode interpor recurso. 
	Requerimento do MP - se tem o requerimento indeferido pode interpor recurso. 
Revogação Da Prisão Preventiva
	
Provisoriedade é característica de toda prisão processual. 
	
Somente será mantida a prisão preventiva caso continuem presentes o fumus boni iuris e o periculum in mora. 
Enquanto os pressupostos ou situação fática que a ensejaram continuem existindo, a prisão preventiva continua, porém, quando desaparecem os pressupostos a prisão preventiva deve ser revogada. Art. 316, CPP. 
RELAXAMENTO DE PRISÃO – quando ela é ilegal; 
REVOGAÇÃO DE PRISÃO – quando ela não é mais necessária, embora seja legal. 
PRISÃO TEMPORÁRIA
É a única espécie de prisão provisória que não se encontra regulamentada no Código de Processo Penal, foi criada por MEDIDA PROVISÓRIA, posteriormente convertida na Lei 7960/89. 
Parte da doutrina diz que a prisão temporária é inconstitucional. 
PAULO RANGEL – é inconstitucional porque foi criada por medida provisória. Mesmo antes da emenda a CF já previa que a competência para legislar sobre direito processual penal era da união, mesmo antes da Emenda Constitucional 32, e deveria ser exercida pelo Congresso Nacional. 
PAULO RANGEL E TOURINHO FILHO – a prisão temporária é a espécie de prisão provisória que tem como objetivo viabilizar a investigação pré-processual. Lança mão de uma prisão temporária para investigar o fato. 
Prendo primeiro para investigar depois, inadmissível, não há os pressupostos “FBI E PM” (fumus boni iuris e periculum in mora), seria inconstitucional, viola o princípio da presunção de inocência. 
Perde a natureza jurídica de medida cautelar. 
TRIBUNAIS têm dito que a prisão temporária não viola o princípio constitucional. 
Pressupostos Da Prisão Temporária – Art. 1° Da Lei 7.960/89
Art. 1°, III – FUMUS BONI IURIS – indícios da autoria ou participação do indiciado nos crimes enumerados nas alíneas deste artigo são os únicos que podem decretar a prisão temporária. 
Art. 1° I e II – PERICULUM IN MORA – além dos indícios de autoria ou participação é necessária a conjugação do inciso I ou II com o inciso III; 
Imprescindível para as investigações e quando o indiciado não possuir residência fixa ou quando não fornece elementos necessários para sua identificação. 
Assim como ocorre com a prisão preventiva a prisão temporária só é decretada por juiz de direito (competente) mediante ordem escrita e fundamentada. 
Ocorre que diferentemente do que ocorre com a prisão preventiva a temporária é um instituto pré-processual necessariamente.
Se já há processo penal, não se pode decretar a prisãotemporária.
O preso deve ficar separado dos demais presos.
Prazo Da Prisão Temporária
Quando decretada já explicita o prazo de sua duração, é limitada no tempo. 
O prazo máximo para decretar a prisão temporária é de 05 dias (se o crime não for hediondo ou equiparado)e 30 dias (se hediondo ou equiparado). 
Pode ser prorrogado uma vez, por igual período, se houver extrema necessidade. 
Só cabe temporária durante o inquérito? 
Como o art. 1º, I, Lei.7.960/89 menciona expressamente inquérito policial existem decisões limitando a aplicação da Lei à fase do inquérito. 
Porém, prevalece na jurisprudência que durante qualquer espécie de investigação, inclusive inquérito, cabe temporária. 
O rol de crimes que admitem a temporária é taxativo? 
A Lei 8072 ampliou o rol de delitos que admitem temporária? Cabe temporária no crime de tortura? 
1ª orientação – prevalece – o art. 2º, §4°, L. 8072 ampliou o rol de delitos que admitem temporária, ou seja, todos os hediondos previstos ou não na Lei 7960/89 admitem a prisão, caso contrário crime grave como a tortura não admitira prisão enquanto o roubo admitiria. 
	
2ª orientação – tratando-se de uma norma que restringe a liberdade individual a sua interpretação deve ser restritiva, ou seja, só cabe prisão temporária nos crimes hediondos que também estejam previstos na Lei 7960/89. 
	
Foi decretada a temporária de um indivíduo pelo prazo de 5 dias sendo a medida renovada por mais 5 dias. No 9° dia da prisão os autos do inquérito são remetidos ao promotor concluídos e relatados. 	
Quanto tempo o promotor terá para oferecer denúncia, representar pela prisão e o agente continuar preso? 
	De acordo com o art. 2, §7°, da L. 7960/89 findo o prazo da prisão o agente será posto imediatamente em liberdade, não sendo dado, na hipótese ao promotor o prazo de 5 dias para adotar tais providências. 
	Ou seja, o promotor tem prazo de 1 dia para denunciar e representar pela prisão preventiva. 
Qual é o recurso da decisão que indefere a temporária? 
1ª orientação – majoritária – o recurso é o RSE com base no art. 581, V, CPP, pois o rol de hipóteses deste recurso é taxativo na sua essência, porém ele pode ser ampliado em situações semelhantes. 
2ª orientação – Paulo Rangel – o rol do art. 581 é literalmente taxativo. Nas hipóteses aí não mencionadas caberá apelação residual do art. 593, II, CPP. 
	
CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO – Art. 319 CPP
Prisão Domiciliar: de acordo com os arts. 317 e 318, CPP o juiz poderá substituir a prisão preventiva pela prisão domiciliar nas hipóteses taxativas do art. 318, CPP. 
Trata-se de medida muito semelhante aquela prevista no art. 117, LEP (L 7210), porém na LEP a prisão domiciliar é admitida para aqueles que cumprem a pena em regime aberto. 
A diferença entre os dois dispositivos gira em torno da idade do condenado pois na LEP ele faz jus ao benefício quando tiver mais de 70 anos e no CPP quando for maior de 80 anos. 
Como a medida é a mesma nas duas leis e como a sua finalidade é trazer benefícios ao condenado devemos considerar que que nos dois casos o agente será merecedor da medida quando tiver mais de 70 anos. 
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