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PROMOÇÕES E PRECIFICAÇÃO PARA LOJAS E PONTOS DE VENDA Professor Dr. Victor Vinicius Biazon Professor Esp. Rodrigo Junior Gualassi GRADUAÇÃO Unicesumar C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; BIAZON, Victor Vinicius; GUALASSI, Rodrigo Junior. Promoções e Precificação para Lojas e Pontos de Venda. Victor Vinicius Biazon; Rodrigo Junior Gualassi. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2018. Reimpresso em 2019. 301 p. “Graduação - EaD”. 1. Precificação. 2. Vendas. 3. Promoções. 4. EaD. I. Título. ISBN 978-85-459-0708-4 CDD - 22 ed. 658.8 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828 Impresso por: Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - Núcleo de Educação a Distância Diretoria Executiva Chrystiano Minco� James Prestes Tiago Stachon Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia Coelho Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Diretoria de Design Educacional Débora Leite Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho Head de Curadoria e Inovação Jorge Luiz Vargas Prudencio de Barros Pires Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Gerência de Processos Acadêmicos Taessa Penha Shiraishi Vieira Gerência de Curadoria Giovana Costa Alfredo Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila Toledo Supervisão Operacional de Ensino Luiz Arthur Sanglard Coordenador de Conteúdo Luciano Santana Pereira Eliane Zanoni Design Educacional Yasminn Talyta Tavares Zagonel Amanda Peçanha dos Santos Projeto Gráfico Jaime de Marchi Junior José Jhonny Coelho Arte Capa Arthur Cantareli Silva Editoração Ellen Jeane da Silva Revisão Textual Ludiane Aparecida de Souza Ilustração Marcelo Goto Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande desafio para todos os cidadãos. A busca por tecnologia, informação, conhecimento de qualidade, novas habilidades para liderança e so- lução de problemas com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência no mundo do trabalho. Cada um de nós tem uma grande responsabilida- de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos- sos farão grande diferença no futuro. Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar assume o compromisso de democratizar o conhe- cimento por meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos brasileiros. No cumprimento de sua missão – “promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária” –, o Centro Universi- tário Cesumar busca a integração do ensino-pes- quisa-extensão com as demandas institucionais e sociais; a realização de uma prática acadêmica que contribua para o desenvolvimento da consci- ência social e política e, por fim, a democratização do conhecimento acadêmico com a articulação e a integração com a sociedade. Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al- meja ser reconhecido como uma instituição uni- versitária de referência regional e nacional pela qualidade e compromisso do corpo docente; aquisição de competências institucionais para o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con- solidação da extensão universitária; qualidade da oferta dos ensinos presencial e a distância; bem-estar e satisfação da comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica e administrati- va; compromisso social de inclusão; processos de cooperação e parceria com o mundo do trabalho, como também pelo compromisso e relaciona- mento permanente com os egressos, incentivan- do a educação continuada. Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quando investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, consequentemente, transformamos também a sociedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu- nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de alcançar um nível de desenvolvimento compatível com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con- tribuindo no processo educacional, complementando sua formação profissional, desenvolvendo competên- cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessá- rios para a sua formação pessoal e profissional. Portanto, nossa distância nesse processo de cresci- mento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das discussões. Além dis- so, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendiza- gem, possibilitando-lhe trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória acadêmica. CU RR ÍC U LO Professor Dr. Victor Vinicius Biazon Doutor em Comunicação Social (Metodista - 2014 - 2017), Mestre em Administração (FPL - 2010-2012), Pós graduado em Gestão Estratégica de Empresas (IPE - 2010), pós graduado em Comunicação, Publicidade e Negócios (CESUMAR -2008) com graduação em Administração de Empresas pela Faculdade Estadual de Ciências Econômicas de Apucarana (2005). Coordenador dos cursos de Marketing, Gestão Comercial e Gestão de Loja e Ponto de Venda na EAD UNICESUMAR. Experiência como coordenador de curso de Tecnologia em Processos Gerenciais, de Bacharelado em Administração e Ciências Contábeis; coordenador de Projeto de Iniciação Científica e núcleo de pesquisa (FATECIE 2011-2017), Professor em graduação e pós-graduação (presencial e EAD). Organizador de material didático (conteudista EAD) em diversas áreas. Jornalista profissional. Com experiência na área de Administração, produção e apresentação de televisão. Membro CAA - INEP para assuntos de ENADE (2015-2020). Professor Esp. Rodrigo Junior Gualassi Possui Pós-Graduação em Gestão de Pessoas pelo Instituto Paranaense de Ensino de Maringá-PR, Graduado em Processos Gerenciais pela Fatecie - Faculdade de Tecnologia e Ciências do Norte do Paraná. Já atuou com departamento de recursos humanos onde desenvolveu trabalhos envolvendo as áreas de planejamento estratégico, formalização de processos e desenvolvimento de equipes e resultados. Ministrou aulas em cursinhos preparatórios, além de palestras e treinamentos no segmento empresarial. Atualmente é professor de graduação na Faculdade de Tecnologia e Ciências do Norte do Paraná (FATECIE) e na Faculdade de Agronegócios de Paraíso do Norte (FAPAN). Professor de pós-graduação na Faculdade Alfa de Umuarama no estado do Paraná. Tem experiência na área de Administração, com ênfase em Gestão de Pessoas. < http://lattes.cnpq.br/9355904659827509>. SEJA BEM-VINDO(A)! Olá, querido(a) aluno(a)! Neste material, vamos levantar conceitos, conhecer ferramen- tas e aplicações dentro do universo do composto promocional de marketing e também vamos abordar custos de produtos e os preços que iremos oferecê-los aos nossos con- sumidores. Convido-te a navegar pelas unidades e abastar-se de todas as informações, que esperamos seremúteis para a gestão do seu negócio. Na Unidade I, abordamos os conceitos, evolução e o mix de marketing, também a defini- ção de comunicação, além de apresentar o modelo de processo comunicacional; vamos diferenciar a comunicação mercadológica, Institucional, administrativa e interna e expli- car como a comunicação pode ser utilizada para atração de clientes. Na Unidade II, vamos falar de varejo e destacar alguns elementos do composto promo- cional como propaganda, publicidade, promoção de vendas e apresentar a natureza da venda pessoal e as etapas do processo de vendas, relações públicas, marketing direto e a modernidade do on-line (marketing digital). Na Unidade III, vamos apresentar diversos tipos de promoção de vendas (com exemplos ilustrativos); compreender o que é imagem de marca e atributos importantes para sua formação; abordar as questões éticas na publicidade e, para não cometermos equívo- cos, também iremos conhecer a normatização e regulamentação vigente para a realiza- ção de promoções (Caixa Econômica Federal). Na Unidade IV, vamos proporcionar o entendimento sobre o conceito de custos e des- pesas, bem como apresentar as diferenças entre eles; apresentar os sistemas de custeio e sua importância para as organizações; entender que é possível preservar a saúde fi- nanceira do negócio com decisões pautadas nos custos da operação; proporcionar o entendimento de que por meio de uma boa gestão de custos é possível alcançar resul- tados positivos para o negócio. Por fim, na Unidade V, vamos falar sobre o Preço e sua influência para a organização. Para tanto, será exposto como ocorre o processo de formação de Preço; promoção baseada em Preço; Preço versus valor agregado e estratégias de Preço baseado no método mark- -up. Aproveite bem seu material. Ótimo estudo! APRESENTAÇÃO PROMOÇÕES E PRECIFICAÇÃO PARA LOJAS E PONTOS DE VENDA SUMÁRIO 09 UNIDADE I COMUNICAÇÃO INTEGRADA DE MARKETING 15 Introdução 16 O Marketing e seu Composto 25 Descobrindo a Comunicação e seu Processo 29 Tipos de Comunicação 33 A Comunicação usada para atrair Clientes 38 Considerações Finais 45 Referências 48 Gabarito UNIDADE II MIX DE COMUNICAÇÃO 51 Introdução 52 O Papel do Varejo na Estrutura de Distribuição 59 Propaganda ou Publicidade e Promoção de Vendas 76 Venda Pessoal e Administração de Vendas 87 Relações Públicas, Marketing Direto e On-line 106 Considerações Finais 112 Referências 116 Gabarito SUMÁRIO 10 UNIDADE III ESTRATÉGIAS QUE ATRAEM PARA O PONTO DE VENDA 119 Introdução 120 Tipos de Promoção de Vendas 135 Atributos Considerados na Construção da Imagem de Marca 144 A Ética na Publicidade 151 Legislação para as Promoções 159 Considerações Finais 164 Referências 168 Gabarito UNIDADE IV ECONOMIA E CUSTOS: ASPECTOS DO CENÁRIO ECONÔMICO QUE INFLUENCIAM NO PDV 171 Introdução 172 Custos Versus Despesas 188 Sistema de Custeio 203 Tomada de decisão baseada em Custos 223 Boas Práticas da Gestão de Custos 226 Considerações Finais 235 Referências 237 Gabarito SUMÁRIO 11 UNIDADE V FORMAÇÃO DE PREÇOS 241 Introdução 243 Entendendo a Formação de Preços 252 Promoção Baseada em Preço 260 Preço versus Valor Agregado 265 Estratégias de Preço (Mark-Up) 290 Considerações Finais 297 Referências 299 Gabarito 300 CONCLUSÃO U N ID A D E I Professor Me. Victor Vinicius Biazon COMUNICAÇÃO INTEGRADA DE MARKETING Objetivos de Aprendizagem ■ Abordar conceitos de marketing, evolução e o mix de marketing. ■ Definir comunicação; apresentar o modelo de processo comunicacional. ■ Apresentar as diferenças entre a comunicação mercadológica, Institucional, administrativa e interna. ■ Explicar como a comunicação pode ser utilizada para atração de clientes. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ O marketing e seu composto ■ Descobrindo a comunicação e seu processo ■ Tipos de comunicação ■ A comunicação usada para atrair clientes INTRODUÇÃO Caro(a) aluno(a)! Nesta unidade vamos abordar origens, afinal, para chegarmos até aqui, tivemos uma trajetória, uma história e o marketing também tem. Você já conhece ou já estudou sobre os conceitos e filosofias da administração mer- cadológica? Nesta etapa teremos a oportunidade de conhecer ou relembrar os conceitos e processos que vamos abordar e que passaram por transformações ao longo de sua existência. Muitos conteúdos tiveram melhorias, implementações, ramificações, mas ainda assim, há ítens digamos “básicos”, que são e serão nossa premissa para iniciarmos nossa jornada pelo mundo da promoção e precificação. Além dos conceitos iniciais que são necessários para nosso entendimento de todo o conteúdo, vamos abordar aqui o mix de marketing e também navegar pelo mundo da comunicação, que afinal de contas é uma das formas de mantermos nossos produtos visíveis, interessantes e disponíveis para consumo. Parece-nos muitas vezes que comunicação é um conceito único e que já conhecemos tudo o que precisamos, não é? Pois estamos errados. Há muitas coisas que podemos aprender e espero que com essa leitura possamos ampliar esses horizontes. De repente você pode estar se questionando: como, então, essa comunicação se divide? Aliás, existe divisão ou comunicação é comunicação e pronto? Essas perguntas serão respondidas. Entretanto para adiantar um pouco e não te matar de curiosidade, já apresento que a comunicação é um processo que consiste em levar uma mensagem a um destinatário por meio de canais. O grande lance, porém, é fazer esses destinatários (nossos clientes ou clientes em potencial) com- preenderem, aceitarem nossos termos e, claro, partirem para a ação de compra. Sendo assim, vamos juntos mergulhar nos principais conceitos do marke- ting, seus elementos e nas diferentes formas de comunicação que as empresas podem e devem utilizar. Vamos, ainda, refletir sobre como usar todos esses con- teúdos para atrair os clientes, afinal nosso interesse é esse. Ótima leitura! Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 15 © sh ut te rs to ck COMUNICAÇÃO INTEGRADA DE MARKETING Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E16 O MARKETING E SEU COMPOSTO Aluno(a), vamos dar início conhecendo especificamente o que vem a ser marke- ting e já adianto que muitos autores se debruçaram para compreender e definir esse termo que não tem origem brasileira, mas que já se encontra em nossos dicionários. Então, vamos conhecer esses conceitos e nos guiar por eles para compor o nosso entendimento. Vamos começar por compreender que, tradicionalmente, marketing é uma disciplina de negócios. Estamos focando no produto ou serviço que quere- mos vender. Temos o produto e vamos (queremos) trocá-lo por dinheiro. Isso nos faz pensar em uma transação que conceitualmente envolve duas partes no mínimo, em que uma deseja a propriedade que a outra possui (PROENÇA; LOPES; MEUCCI, 2005). Devemos compreender que a existência do marketing está ligada a esse pro- cesso de troca. Seu papel é estimular e facilitar tais trocas, por meio de negociação. Partindo para um autor consagrado dentro deste tema, Marketing poderia ser definido como “processo social por meio do qual pessoas e grupos de pessoas obtêm aquilo de que necessitam e o que desejam com a criação, oferta e livre negociação de produtos e serviços de valor com outros” (KOTLER, 2000, p. 30). O Marketing e seu Composto Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 17 O marketing pode ser visto desde a Roma antiga e teve seu desdobramento no pós-guerra, conforme Dias (2003), na década de 1945, em meio à indus- trialização e competição acirrada,quando produzir bens ou serviços não era suficiente, era preciso mais para atrair a clientela como benefícios e qualidades. Resumindo, Marketing é um “processo administrativo e social pelo qual indi- víduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam, por meio de criação, oferta e troca de produtos e valor com outros” (KOTLER, 2005, p.3) Inicialmente o marketing era visto apenas como uma dentre as várias fun- ções importantes de apoio à produção. “Ao lado dos recursos humanos e das finanças, a função principal do marketing era gerar demanda de produtos” (KOTLER, 2010, p. 30). A indústria manufatureira era o centro da economia americana do pós-guerra nos anos de 1950 e o setor continuou prosperando vertiginosamente na década seguinte. O foco era na produção e distribuição de produtos para uma massa de consumidores cada vez mais ávida pelas novidades; era uma época com poucos produtores que fabricavam em larga escala em um mercado em crescimento. Por isso, foi natural que o desenvolvimento do conceito de marketing se debruçasse quase que exclusivamente na gestão do produto. No entanto, esse cenário sofreu fortes mudanças quando a economia oci- dental foi atingida pela crise do petróleo em 1970 e pela migração da economia para países em desenvolvimento da Ásia na década seguinte. Lupetti (2009) reforça que, após a crise do petróleo, o excesso de consumo passou a ser visto como um mal insustentável do ponto de vista ético, em face dos recursos naturais não retornáveis. O resultado dessa situação provocou mudanças sensíveis no padrão de vida dos consumidores. Muitos paradigmas do marketing estavam caindo por terra. Para Kotler (2010), gerar demanda em épocas turbulentas era mais difícil, exigindo mais do que a gestão dos 4Ps. Ao longo dos anos 1980, os consumi- dores se tornaram compradores mais inteligentes, muitos produtos eram vistos como commodities sem diferencial. Essas mudanças forçaram os profissionais de marketing a refletir cada vez mais e criar conceitos melhores. COMUNICAÇÃO INTEGRADA DE MARKETING Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E18 Nessa época, as empresas iniciavam um processo de percepção do consumi- dor e de necessidades de diversificação dos produtos para atender aos clientes. As organizações começavam a perceber que o êxito das empresas de- pendia da capacidade de definir o que os consumidores desejavam ou poderiam vir a desejar. Organizar-se, em função dessas necessidades, significava dar um passo à frente dos seus concorrentes (LUPETTI, 2009, p. 8). Junto aos problemas internos das organizações estava a crescente concorrência empresarial, fruto da progressiva transferência de poder ao consumidor e movida por empresas norte-americanas e europeias que se instalavam em diversas partes do mundo. “Era necessário um estudo minucioso sobre qual produto deveria ser colocado no mercado em qual momento, qual a real necessidade do consumidor, a que preço e como a concorrência reagiria a esse preço” (LUPETTI, 2009, p. 9). Nesse cenário ficou cada vez mais necessário uma análise mais profunda das oportunidades de mercado, da pesquisa e da seleção de mercados-alvo. O marketing age na tentativa de criar e implementar estratégias após a iden- tificação e seleção de oportunidades. Para tanto, devemos descobrir necessidades que ainda não foram atendidas e então oferecer soluções que as satisfaçam (pro- dutos, serviços, ideias). É um processo dinâmico e contínuo, originado pela percepção da necessidade do consumidor por algo que posteriormente será ofe- recido. Uma vez que este produto (ou serviço) estiver disponível no mercado, o marketing precisa ainda atuar no aperfeiçoamento, buscar reter clientes iniciais, buscar clientes novos e satisfazer a todos, promovendo o processo de recompra. Churchill Jr. (2000) enfatiza que as empresas passaram a perceber que o poder de compra devido à concorrência estava com os clientes e passaram a investigar, pesquisar suas necessidades e algumas características, assim como comunicar sobre a qualidade de seus produtos. Passou-se a se pensar em vantagem compe- titiva e criação de valor para o cliente. O Marketing e seu Composto Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 19 Marketing NÃO é propaganda! Por falta de conhecimento e pelo fato de que as empresas que praticam o marketing, consequentemente, têm excelentes campa- nhas de comunicação, ainda há muita confusão entre Marketing e Propaganda. Ao longo desta unidade, você vai perceber que marketing ou o estudo do mer- cado é muito mais amplo e muito mais complexo do que sair por aí fazendo propaganda sem estudo, sem planejamento e sem estratégias orientadas aos ver- dadeiros objetivos do negócio. Marketing NÃO é sinônimo de vendas! Outra confusão que se faz com marke- ting é compará-lo à venda ou até mesmo como um apoio às vendas. É óbvio que vender faz parte do marketing, mas tudo começa antes mesmo da fabricação do produto. É preciso observar o mercado, identificar necessidades ou oportuni- dades e daí sim ofertar produtos e serviços que atendam a essas necessidades, desde que tenham diferenciais sustentados por uma comunicação eficiente e preços competitivos. Entendemos então que vendas não é marketing e marke- ting não é vendas. Segundo Kotler (2000), marketing evolui ao longo do tempo: Nos anos 1970 praticava-se o marketing de massa. Então, os clientes eram todos iguais. A mídia de massa, especialmente a TV, os estimulava a comprar produtos e serviços. Nos anos 1980 praticava-se o marketing segmentado. Nessa perspectiva, os clientes tinham necessidade e desejos diferentes e o que servia para um grupo de clientes não era necessariamente interessante para outro. Na década de 1990 passou-se a adotar o marketing de relacionamento. As organizações procuraram ouvir mais os clientes, tentando identificar seus desejos e necessidades para poder atendê-los. A partir de 2000, as organi- zações tenderão a praticar o marketing individualizado, tentando fidelizar seus clientes. Fonte: Kotler (2000 apud Basta, 2006, p. 18). COMUNICAÇÃO INTEGRADA DE MARKETING Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E20 A diferença básica é que vender enfoca o lado interno, enquanto fazer marketing enfoca a parte externa [...] Quando uma companhia fabrica um produto e, então, tenta persuadir os consumidores para comprá-lo, isso é venda [...] Mas, quando uma firma descobre o que o consumidor quer e desenvolve um produto que satisfaça essa necessidade e também gere lucro, isso é marketing. No marketing, a companhia ajusta sua oferta à boa vontade da demanda do consumidor (ETZEL; WALKER; STANTON, 2001, p. 10). Ainda podemos dizer que o departamento de vendas está preocupado com a necessidade do lojista de converter o produto que ele vende em dinheiro, já o marketing está preocupado com a ideia de satisfazer as necessidades do cliente por meio do produto e de todo o processo ligado desde a criação do produto, sua entrega e a satisfação do consumidor final (LEVITT apud KOTLER, 2000, p. 41). Dentro do contexto evolutivo, o Quadro 1 nos mostra as diferentes ênfases dos esforços de marketing: Quadro 1- Evolução do Marketing MARKETING 1.0 MARKETING 2.0 MARKETING 3.0 O objetivo era padronizar e ganhar em escala, a fim de reduzir ao máximo os custos de produção, para que essas mercadorias pudessem ter um preço mais baixo e serem ad- quiridas por um número maior de compradores. A tarefa do marke- ting já não é mais tão simples. Os consumi- dores de hoje são bem informados e podem facilmente compa- rar várias ofertas de produtos semelhantes. O valor do produto é definido pelo cliente. As preferências dos consumidores são mui- tíssimo variadas. As empresas oferecem res- postas e esperança às pes- soas que enfrentamesses problemas e, assim, tocam os consumidores em um ní- vel superior. No Marketing 3.0, as empresas se dife- renciam por seus valores. Em épocas de turbulência, trata-se definitivamente de um diferencial e tanto. Fonte: Kotler, Kartajaya e Setiawan (2010, p. 3-5). Cada fase, cada etapa estava ligada ao contexto histórico e aos cenários vividos pelas empresas. Também não podemos deixar de levar em consideração que os consumidores exercem influência para que a dinâmica das óticas mercadológi- cas se fizessem. O Marketing e seu Composto Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 21 Do ponto de vista ideal, o marketing deve resultar em um cliente que está pronto para comprar. Tudo o que precisaremos, então, é tornar o produto (ou serviço) disponível. Agora, em se tratando de composto mercadológico, não posso deixar de lis- tar os componentes, digamos, tradicionais, dos estudos do marketing. Trata-se do mix de marketing ou mais facilmente conhecido como “4 P’s”. A expressão marketing mix ou composto de marketing foi utilizada pela pri- meira vez por James Culliton em 1948. Para descrever os principais elementos que interferem nas decisões de marketing, ele os dividiu em dois grupos: Forças do ambiente – o comportamento dos clientes e consumidores; os intermediários (atacadistas e varejistas); a concorrência; o governo (força externa). Elementos do marketing – o planejamento do produto; a fixação do preço; a distribuição (gestão de canais de distribuição física); a promoção, a propaganda, a promoção de vendas, a publicidade e a força de vendas; o serviço ao cliente; a pesquisa de marketing (BASTA, 2006, p. 33). Que tal agora conhecermos o mix de marketing e suas características? PRODUTO O Produto é considerado como qualquer objeto ou serviço colocado no mercado e é desenvolvido para desempenhar alguma função e satisfazer alguma necessi- dade imediata ou futura dos clientes. É um conjunto de benefícios que satisfaz um desejo ou uma necessidade do consumidor e pelo qual ele está disposto a pagar em função de sua disponi- bilidade de recursos. Os produtos vão além de bens tangíveis. De modo geral, incluem objetos físicos, serviços, pessoas, locais, organizações, ideias ou com- binações desses elementos (BASTA, 2006, p. 34). COMUNICAÇÃO INTEGRADA DE MARKETING Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E22 Os produtos também podem ser divididos em duas grandes categorias: ■ tangíveis (bens materiais): duráveis (automóveis, vestuário, máquinas industriais); não duráveis (cerveja, xampu, alimentos). ■ intangíveis (bens imateriais): serviços (salão de cabeleireiro, manuten- ção de equipamentos industriais); pessoas (um atleta, um político); locais (Rio de Janeiro, Fortaleza); organizações (Unicef, igrejas); ideias (plane- jamento familiar, vacinação). PREÇO Nas unidades IV e V vamos entender muito mais sobre este elemento, como é o foco da disciplina. Por ora, vamos apenas apresentar o item como parte do composto. O Preço é o valor agregado ou unidade monetária que justifica a troca. Além de ser um fator decisivo de compra, é o elemento que tangibiliza a transferên- cia de posse de um produto. Nesse sentido, o preço se dá, entre outros fatores, pela relação entre os benefícios oferecidos pelo produto/serviço e o valor perce- bido pelo consumidor, quanto maior essa relação, mais a empresa poderá cobrar pelo produto. Contudo é preciso deixar bem claro que essa relação de Valor é muito relativa e está extremamente associada à capacidade da empresa de gerar valor agregado ao produto, principalmente por meio de estratégias de gestão de marca e comunicação. Para Basta (2006) antes de definir preços, a organização deve considerar quais são os objetivos de marketing relativos ao seu produto (ou serviço). Quanto mais claros forem seus objetivos, mais fácil será estabelecer os preços. As decisões de precificação devem ser coordenadas com o projeto, a distribuição e a promoção do produto, a fim de tornar o seu posicionamento coerente e eficaz. O Marketing e seu Composto Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 23 PRAÇA O “P” de Praça, que tem origem na tradução da palavra em inglês place, pode confundir um pouco ao ser definido simplesmente como lugar, já que este “p” está relacionado não apenas com o lugar no qual o produto é encontrado, mas também com todas as questões ligadas à distribuição, estocagem e logística da empresa. Praça seria portanto a atividade de concretizar a transmissão de posse, incluindo a movimentação física de um produto ou serviço da fábrica ou da empresa que o oferece em direção ao consumidor. Podemos defini-lo também como um conjunto de elementos que visa tornar o produto disponível para o consumidor, onde e quando ele o desejar. Basta (2006) nos lembra que, de todos os elementos que compõem o marke- ting mix, a distribuição é, aos olhos do cliente ou consumidor, o menos aparente e palpável. Entretanto, para a organização, as decisões de distribuição são muito importantes pelos impactos que geram outros elementos do marketing mix, espe- cialmente a longo prazo. Por exemplo: as decisões relativas à política de preços vão depender da esco- lha, do tamanho e do número de intermediários, assim como as decisões relativas ao número de vendedores e à qualidade da força de vendas vão depender, entre outros fatores, do número e da capacitação dos distribuidores. PROMOÇÃO O “P” de Promoção do mix de marketing não representa simplesmente aquela promoção de vendas que vemos aos montes no dia a dia nas ofertas das redes de varejo. Esse “P” vem do inglês Promotion, que tem o significado de Promover o produto ou serviço no mercado. Nesse sentido, a Promoção para o marketing é muito mais ampla e abran- gente do que a promoção de vendas, brindes ou sorteios. Podemos expandir o conceito de Promoção para Comunicação. Nesse caso, podemos até propor uma mudança de perspectiva no “P” de Promoção para o “C” de Comunicação. COMUNICAÇÃO INTEGRADA DE MARKETING Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E24 A Comunicação com o mercado ou comunicação mercadológica tem uma proposta mais completa e nela encontramos diversas ferramentas ou competên- cias comunicacionais que são utilizadas pelas empresas para atingir seus objetivos de marketing, entre elas estão: propaganda, vendas pessoal, promoção de ven- das, merchandising, eventos, marketing direto etc. Lupetti (2009, p. 23) constata que a divulgação ou a comunicação é parte integrante do processo de marketing, sendo ela que vai divulgar os resultados do processo, ou seja, os produtos e serviços da organização. “A comunicação mercadológica abrange toda forma de comunicação capaz de atingir um obje- tivo de marketing e deve ser elaborada a partir do quadro sociocultural do consumidor-alvo”. Agora que conhecemos um pouco sobre a origem do Marketing e seus ele- mentos, vamos dar continuidade sobre as promoções sendo entendidas também como comunicação? Os 4 “C”s do Marketing Todos conhecemos os 4 Ps de marketing, mas Robert Lauterborn propôs em 1990 uma nova visão para o composto mercadológico, os 4Cs : Cliente; Custo; Conveniência e Comunicação. Para saber mais acesse o link disponível em: <http://marketingfuturo.com/ os-4-cs-do-marketing-o-marketing-sobre-a-otica-do-consumidor/>. Fonte: os autores. Descobrindo a Comunicação e seu Processo Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 25 DESCOBRINDO A COMUNICAÇÃO E SEU PROCESSO A comunicação que etimologicamente trata de tornar comum, de pertencer a todos para se fazer saber (LIMA,2004) é um processo social básico primário por tornar possível a vida em sociedade e conforme Cardoso (2006) tem papel em conjunto com a informação no ambiente organizacional. De acordo com o autor, a comunicação é originada na era dos símbolos, em torno de 90 mil anos atrás, passando pela fala, escrita e comunicação de massa, área da informação disseminada pelo meio digital. Biazon e Clementino (2013) apoiados na ideia de Casado (2002) e Matos (2009) explicam que a comunicação é a transmissão de uma mensagem de um interlocutor para um receptor, de modo que ambos a entendam da mesma maneira. O processo de comunicação acontece somente quando a informação recebida pelo receptor é compreendida, interpretada (decodificada) e encami- nhada de volta ao emissor. Dessa forma, qualquer tipo ou meio de comunicação devem transmitir cla- ramente o significado pretendido. Enquanto não for transmitida e entendida por outros, uma grande ideia não passa de algo inútil, ou seja, é o retorno do pro- cesso de informação, como em um diálogo entre duas pessoas. COMUNICAÇÃO INTEGRADA DE MARKETING Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E26 Contribuindo para o entendimento da temática, Cardoso (2006, p. 1127) explica a comunicação no contexto organizacional como: (...) processo estratégico para a ação em uma realidade plural, dinâmi- ca e complexa, que visa a provocação de comportamentos inovadores, criativos e dinâmicos do ponto de vista estratégico e que funciona, de maneira democrática, como disseminadora dos objetivos e dos valores culturais da empresa para públicos internos e externos. Para que haja comunicação pressupõe-se um relacionamento entre duas ou mais partes, e existem atores e instrumentos que fazem ou permitem com que ela aconteça: EMISSOR Codi�cação Feedback Resposta Mensagem Decodi�cação Receptor Meio Ruído Figura 1 - Processo de comunicação Fonte: Albuquerque e Van Dal (2013, p. 104). Traduzindo a figura: Emissor: que emite uma mensagem para um receptor ou destinatário. Receptor: aquele a quem se dirige a mensagem. Mensagem: comunicação, notícia ou recado verbal ou escrito. Ruído: tudo o que dificulta a comunicação, interfere na transmissão e per- turba a recepção ou a compreensão da mensagem. Canal (meios de comunicação): meio pelo qual a mensagem, já codificada pelo emissor, atinge o receptor, que a recebe (em código) e a interpreta (decodificada). Código: conjunto de signos, por exemplo, a escrita é um código que permite transformar uma mensagem acústica em uma mensagem gráfica. Codificação: ato de transformar uma mensagem de acordo com regras predeterminadas. Descobrindo a Comunicação e seu Processo Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 27 Decodificação: interpretação de uma mensagem pelo receptor (MATOS, 2009 apud BIAZON; CLEMENTINO, 2013). Ainda contribuindo, o autor ressalta a importância da decodificação pelo receptor da mensagem emitida pelo emissor, pois somente dessa forma existirá uma resposta, ou seja acontecerá a comunicação. E neste mundo cada vez mais midiatizado, Van Dal (2013) afirma que o receptor passa a ser o protagonista do processo comunicacional por oferecer retorno ao que foi comunicado. Agora que já foi relatado o processo comunicacional, vamos voltar a atenção para a temática aplicada às organizações. Neste sentido, as empresas precisam estar atentas para desviarem-se de problemas que poderiam ser evitados. A comunicação é o espelho da cultura empresarial e reflete, necessaria- mente, os valores das organizações. Se eles caminham para valorizar o profissionalismo, a transparência, a responsabilidade social e a participa- ção, a comunicação se orienta no mesmo sentido (BUENO, 2009, p. 6). A comunicação de marketing oferece meios pelos quais marcas e organiza- ções são apresentadas ao público, com o objetivo de estimular um diálogo que leve a compras sucessivas. Santana (2003, p. 18) diz que na definição do marke- ting, a comunicação “se faz como planejamento e a execução da promoção, que se faz com o objetivo de criar negociações que satisfaçam metas individuais e organizacionais”. Emerge um novo e irreversível modelo de comunicação, pautado na partici- pação, colaboração e interação. Conclui-se que impacto das mídias digitais permitiu ao público, antes elemento passivo dos meios de comunicação de massa, se transformar em protagonista do processo comunicacional. Para saber mais, acesse: <http://casperlibero.edu.br/wp-content/uplo- ads/2014/04/Jorge-Luiz-Garcia-Van-Dal.pdf>. Fonte: Van Dal ([2016], on-line)1. COMUNICAÇÃO INTEGRADA DE MARKETING Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E28 Vários termos derivados dessa comunicação direcionada a empresas, públi- cas e privadas, têm surgido e compreendido de forma subjetiva por diversos autores. Bueno (2005, p. 11) diz ainda que “o conceito de comunicação empresa- rial estratégica tem sido utilizado de maneira equivocada pela literatura e pelos executivos em comunicação”. Neste ensaio, há a intenção de compreender essas “diferentes” nomenclaturas e suas aplicações. As relações empresariais envolvem inúmeros aspectos da comunicação, havendo impacto direto da qualidade desta nos resultados das organizações. Muitas expressões são utilizadas como alternativa ao termo Comunicação Empresarial, por isso é preciso compreender quais são cada uma delas para fazer uso adequado do termo. Bueno (2009) explica que, principalmente nos cursos de Relações Públicas, tem se denominado Comunicação Empresarial para se definir as atividades de comunicação que envolvem apenas as empresas públicas e privadas, deixando de fora nesse aspecto as entidades em geral, ONGs e autarquias. Para essas, foi denominado o termo Comunicação Organizacional. Sendo assim, deve-se usar mais corretamente o termo Comunicação Organizacional, que contemplaria as duas atividades de comunicação, pois são consideradas Organizações tanto empresas públicas ou privadas, quanto as ONGs e outras instituições. Logo, para fins de conceituação tem-se “conjunto integrado de ações, estratégias, planos, políticas e produtos planejados e desenvolvidos por uma organização para estabelecer a relação permanente e sistemática com todos os seus públicos de interesse” (BUENO, 2009, p.4). Tipos de Comunicação Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 29 TIPOS DE COMUNICAÇÃO Aluno(a), aqui vamos tratar do tema central da nossa unidade, um conceito tec- nicamente recente, chamado Comunicação Integrada ou Comunicação Integrada de Marketing (CIM), uma abordagem que combina os elementos do composto de comunicação em um todo coerente para fornecer maior clareza e impacto na comercialização (CHURCHILL Jr. e PETER, 2000). Albuquerque e Van Dal (2013, p. 103) nos trazem a origem como sendo “uma proposta surgida nos anos 1980 e que ressurge com ainda mais força atu- almente com o surgimento da comunicação virtual ou em rede”. Santana (2003, p. 11), porém, diz que o surgimento da CIM é resultado de mudanças, sobretudo pela grande quantidade de informa- ções que são lançadas ao mercado, o surgimento de mídias alternativa e inclusive a diminuição do impacto da propaganda. Esta comunicação está ligada ao marketing e abrange outros aspectos de caráter promocional para transmitir mensagens aos stakeholders ou públicos de interesse. Existem algumas questões que podem ajudar na análise de posiciona- mento: • Que posição ocupa atualmente a organização? • Que posicionamento ela deseja ter? • Que concorrentes precisa superar? • Que é necessário para implementar a estratégia de posicionamento? (Darci Basta) ©shutterstock COMUNICAÇÃO INTEGRADA DE MARKETINGReprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E30 Fundamentalmente, ela caminha para assumir, na íntegra, a perspecti- va da chamada comunicação integrada, com uma articulação estreita entre os vários departamentos/áreas e profissionais que exercem ati- vidades de comunicação nas empresas ou entidades (BUENO, 2009, p. 10). Santana (2003) reitera que a CIM é o reconhecimento de que, no sentido de ter um impacto na atitude ou comportamento de um mercado-alvo, é necessário ter planos que envolvam a utilização integrada de várias formas de comunicação. Conforme Biazon e Clementino (2013) apoiados em Limeira (2003) essa junção de diversos tipos de comunicação é uma das quatro áreas integrantes do composto de marketing, o “P” de promoção, tendo como objetivo a fixação do produto na mente do consumidor; criar uma mensagem única e consistente; for- talecer a imagem da marca; oferecer informações e incentivos para a aquisição do produto ou serviço; e gerar atitude favorável dos diversos públicos. Urdan e Urdan (2009, p. 269) abordam essas ações da CIM “como o pro- cesso estratégico para planejar, executar e controlar programas coordenados de comunicação”. Abordando o marketing e suas estratégias para comunicar a empresa e seus produtos com o mercado, apresenta-se a integração ou a Comunicação Integrada de Marketing (CIM), que é a abordagem que combina os elementos do composto de comunicação em um todo coerente para fornecer maior clareza e impacto na comercialização (CHURCHILL Jr.; PETER, 2000). Um plano integrado de Comunicação Empresarial tem como objetivo envolver e integrar toda a empresa, além de criar e manter uma imagem institucional positiva. Nowak e Phelps (1994 apud SANTANA, 2003), nos mostra três enfoques gerais da CIM: 1. O marketing de uma voz, que busca manter uma imagem consistente por meio de toda a comunicação de marketing. 2. A comunicação integrada, que mistura táticas de diferentes funções de comunicação ou mídia. 3. Campanhas de comunicação de marketing coordenadas, que instituem estratégias para melhor integração entre as funções de comunicação de marketing. Tipos de Comunicação Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 31 De acordo com Pimenta (2010), o plano integrado de Comunicação Empresarial deve estar relacionado com: ■ construção da imagem institucional. ■ adequação dos trabalhadores à competição do mercado. ■ exigências dos consumidores mais conscientes dos seus direitos. ■ defesa dos interesses da empresa. ■ encaminhamento de questões sindicais e ambientais. Cabe aos gestores entenderem a Comunicação Empresarial como ferramenta estratégica para as organizações atingirem seus objetivos, mas não apenas como algo a ser utilizado em momentos de crise, e sim como uma organização naque- las empresas que têm o foco em uma administração estratégica, com base no planejamento e que tenham uma cultura de comunicação. Esta comunicação traz as perspectivas de colocarmos a organização em uma posição aberta e de relação com todos os públicos de interesse. O que não pode ser diferente, pois é sabido que a empresa que se fecha e foge do diálogo não tem chance na atual sociedade em rede, na qual consumidores, acionistas, colaboradores e fornecedores estão o tempo todo conectados e querem sempre diálogos. Todos querem ser ouvidos e as empresas abertas a isso têm mais chan- ces de sucesso. Sobre os itens que compõem a comunicação integrada, podemos entender de duas formas: a utilização de itens do composto promocional como promoção de vendas, relações públicas, merchandising e etc; a divisão no âmbito organizacio- nal. Como iremos utilizar um grande espaço deste material para compreendermos os itens do composto promocional, iremos neste momento, para materializar- mos os itens que compõem estes “tipos”, dentro de uma abordagem específica, a CIM, analisar a Figura 2 que informa e facilita nossa compreensão acerca das comunicações no âmbito organizacional: COMUNICAÇÃO INTEGRADA DE MARKETING Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E32 Figura 2 - Tipos de comunicação no âmbito organizacional Fonte: Lupetti (2009, p. 16). Estas “comunicações” fazem parte de ações integradas dentro de um contexto pensado pela administração estratégica “(...) conjunto amplo e diversificado de processos, cenários e produtos (ações, planos, etc.) que permitem a uma orga- nização obter resultados positivos em conformidade com os seus objetivos (ou metas), missão, valores etc” (BUENO, 2005, p. 15). Decodificando a figura é possível entender a comunicação institucional como aquela que estabelece um conceito público para a empresa, difundindo sua filosofia, sua missão, sua visão e seus valores, que serão retratados em suas políticas e práticas (LUPETTI, 2009). A comunicação administrativa refere-se ao fluxo de informações relacio- nadas ao dia a dia de uma empresa, seja no contexto formal ou informal. Tem como objetivo principal coordenar, orientar e atualizar esse fluxo, para que as informações distribuídas em rede possam ser compartilhadas e compreendidas por todos os envolvidos no processo. Comunicação Interna é aquela voltada aos colaboradores, fornecedores, acionistas, parceiros. Carvalho (2012, p. 12-13) diz que a comunicação interna é simplesmente uma necessidade básica e antiga, GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTEGRADA GESTÃO ESTRATÉGICA Comunicação institucional Comunicação administrativa Comunicação interna Comunicação mercadológica • Identidade e imagem • Propaganda institucional • Jornalismo empresarial • Acessoria de imprensa • Editoração multimídia • Marketing social, cultural e esportivo • Relações públicas • Fluxos: redes formal e informal (normal, instruções, portarias, memorandos, regulamentos Avisos etc.) • Programas sociais • Incentivos • Desenvolvimento de pessoas • Padrões culturais • Endomarketing • Propaganda • Promoção de vendas • Venda pessoal • Merchandising • Eventos • Marketing direto de relacionamento A Comunicação usada para atrair Clientes Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 33 é um reflexo claro da cultura organizacional, porque existe um proces- so de influência mútua entre ambas [...] visa basicamente a motivação dos colaboradores, contribuindo para o desenvolvimento e manuten- ção de um clima positivo, proporcionando o cumprimento de metas da estratégia organizacional. A Comunicação externa, porém é voltada para os clientes, sociedade, gover- nos, entidades. Waker (2013) diz que a comunicação externa se refere a todas as comunicações recebidas e enviadas da organização para o mercado. O mercado é formado pelo público consumidor (influenciadores, compradores, usuários e decisores), fornecedores e canais de distribuição. A comunicação mercadológica muitas vezes se confunde, equivocada- mente, com o marketing. De acordo com Lupetti (2009), essa comunicação faz parte do processo de marketing, mas não representa o todo, estando ligada aos canais de transmissão utilizados para atingir os clientes-alvo. Cabe a ela divul- gar os produtos e serviços. Para Kunsch (1995) a comunicação mercadológica volta-se para a divulgação dos produtos e serviços, compreendendo toda a mani- festação gerada em torno dos objetivos de venda de uma organização. A COMUNICAÇÃO USADA PARA ATRAIR CLIENTES Uma coisa nós sabemos, cada ação que fazemos em nossa empresa é para atrair os clientes, não é mesmo? Para agradar. Quando oportunizamos produtos diferentes e interessantes, quando mudamos os nossos preços para “desovar” mercadoria, quando colocamos uma fachada luminosa toda chamativa e também quando pintamos com nuget no vidro da nossa vitrine a palavra “liquidação”,todas essas ações são para atrair clientes. Já pensou que todas essas ações são formas de se comunicar com os clientes? Isso mesmo. Ter um produto e expor na vitrine é uma forma de comunicação, de atrair. Os preços menores, o interior da loja e, claro, as liquidações, tudo são COMUNICAÇÃO INTEGRADA DE MARKETING Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E34 formas que escolhemos para conversar com nossos clientes. E poder fazer isso de forma diferenciada e consciente pode trazer melhores resultados. Oferecer diferenciais é indispensável para alavancar as vendas de um produto ou serviço, e isto vem sendo acompanhado, cada vez mais, de ações que visam estreitar o relacionamento entre empresa e cliente. Patrocínio cultural, campa- nhas publicitárias, atendimento personalizado, programas de fidelização. São muitas as estratégias empregadas para potencializar a imagem e estreitar o vín- culo entre quem vende e quem compra (BRINKER, 2009 on-line)2. O público de interesse ou o foco da comunicação de uma empresa é for- mado por todos aqueles que compõem seu ambiente mercadológico (clientes, fornecedores, colaboradores, etc.) e que influenciam, direta ou indiretamente, suas ações no mercado. As empresas precisam se comunicar com as partes inte- ressadas atuais, potenciais e com o público, de forma geral (YANAZE 2006 apud BIAZON; CLEMENTINO, 2013). Para Kotler e Keller (2006) o problema não está em se comunicar, e sim no que dizer, para quem dizer, como dizer e com que frequência dizer. Biazon e Clementino (2013) relatam que como todas as fases da comunicação são importantes para o esforço de marketing, uma falha em qualquer uma delas pode provocar perturbação na comunicação entre a organização e seu público. “A tarefa essencial da gestão de comunicações de marketing é definir a combi- nação mais eficaz e eficiente de atividades, mensagens e mídias para atingir os objetivos” (URDAN E URDAN, 2009, p. 246). Esse modelo de gestão de comu- nicação compreende um processo de 09 etapas propostas por Urdan e Urdan (2009): (1ª) determinar problemas ou oportunidades; (2ª) definir os objetivos; (3ª) caracterizar a audiência-alvo; (4ª) selecionar o composto promocional; (5ª) elaborar as mensagens; (6ª) definir os meios; (7ª) determinar o orçamento; (8ª) implementar a estratégia e (9ª) controlar os resultados. Para atrair os clientes, temos que escolher um canal, uma forma adequada para emitir nossos conteúdos, falar dos produtos e das oportunidades de pro- moção que temos a oferecer. Vale aqui uma atenção especial para o texto, a mensagem que será dita. Todo cuidado é bem-vindo neste momento porque não podemos nos esquecer que ao expor nossos produtos, temos de fazê-lo pensando no contexto simbólico dos clientes em potencial que receberão estas mensagens. Churchill Jr. e Peter (2000 apud BIAZON; CLEMENTINO, 2013) apresentam o modelo AIDA (Atenção, Interesse, Desejo e Ação), do qual os profissionais de marketing desejam que os receptores de mensagens respondam comprando os produtos ou marcas oferecidos, no entanto, para obter esse resultado, a comu- nicação precisa, primeiro, influenciar os clientes. Uma maneira de analisar os esforços de comunicação é vê-los como influenciadores da atenção, do interesse, do desejo e da ação dos clientes. Simões (2009, on-line)3 apresenta algumas dicas de como atrair os consumi- dores, sobretudo em tempos de crise. Dentre eles a promoção de relacionamento, com ações de entretenimento são interessantes e a utilização de materiais sus- tentáveis pode promover uma imagem positiva da loja. Usar cores (pode ser com adesivos colados), além de atrair, ajuda a descontrair, e em um ambiente agradável o cliente pode comprar mais. Deixe os clientes tocarem nos produtos, comunique-se utilizando símbolos que eles reconheçam, por exemplo “likes” do facebook, e também dinamize as promoções utilizadas, oferecendo a cada semana descontos para uma linha diferente de produtos. Gonçalves (2015, on-line)4 propõe a comunicação visual como uma excelente ideia para atração dos clientes: a utilização de signos, desenhos, imagens ou elementos gráficos irá agregar valor a uma empresa na medida em que pode atri- buir determinadas particularidades à mensagem. Uma das grandes sacadas da comunicação visual é que ela, por meio de seus elementos, é muito mais efetiva, A Comunicação usada para atrair Clientes Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 35 © shutterstock COMUNICAÇÃO INTEGRADA DE MARKETING Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E36 uma vez que passa a mensagem de forma muito mais rápida do que um texto, por exemplo. É claro que tanto os recursos escritos, quanto os verbais também podem ser amplamente utilizados, mas o uso de imagens é que reforça a ideia que se quer transmitir. É interessante poder utilizar os conhecimentos expressos para compre- endermos como funciona e para que serve a comunicação. Shimp (2002 apud SANTANA, 2003, p. 23) nos sugere cinco características para melhor compre- endermos isso: a) Influência do comportamento, pois o principal objetivo é conduzir o público-alvo da comunicação ao comportamento desejado. b) Tem início com o cliente, que determina os métodos de comunica- ção que melhor vão servir para informá-lo e influenciá-lo a comprar uma determinada marca. c) Utiliza qualquer forma ou todos os meios de contato com o cliente, pois tudo que uma empresa faz pode afetar de alguma forma a imagem de marca. d) Busca a sinergia, ou seja, todos os elementos da comunicação (pro- paganda, ponto de venda, promoções, eventos, entre outros) devem manter uma unidade. e) Constrói relacionamentos que podem favorecer uma repetição de aquisição do produto/serviço e, talvez, levem à lealdade. E como gestores devemos realmente pensar em como vamos nos comunicar com nossos clientes e quais as suas peculiaridades, como por exemplo, ofere- cer ao consumidor um produto que ele esteja procurando, um presente para o dia das mães, dia dos pais, enfim, já há a intenção de compra, então temos que nos fazer presente. Devemos escolher a forma mais adequada de realizar essa comunicação, e esse “adequado” é bastante variável, seja o cliente que vai ouvir ou o cliente que eu quero atingir é preciso conhecer sua linguagem, suas características para que possa escolher com cuidado as palavras, a mensagem, e a forma de me comu- nicar com eles. Muitas marcas sabem o “estilo” do seu público, isso facilita o “convite” a compra. A Comunicação usada para atrair Clientes Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 37 Há empresas que escolhem se comunicar para atrair os clientes lançando mão de características peculiares do segmento de mercado no qual trabalha, por exemplo as concessionárias, atualmente as propagandas de carro mostram a potência do motor (para os que são ligados nesse atributo), mas também se remetem ao estilo de vida dos consumidores que querem atingir. Exemplo disso são as imagens de barro, montanha, rios que aparecem em certas propagandas de carros esportivos, ou ainda imagens de um casal chique parando para jantar em um restaurante também chique. Até mesmo slogans são usados para dife- renciar, como “você fez por merecer” do Ford Fusion. Não podemos nos esquecer de alguns elementos ditos “simples”, “básicos” ou digamos “obrigação” de todas as empresas, mas que de repente temos perce- bido cada vez menos, os elementos básicos de prestar bom atendimento, oferecer produtos e serviços de qualidade, SACs que realmente funcionem e, principalmente, ter clareza e trans- parência, são eles que ajudam a garantir credibilidade à imagem de qualquer instituição – o que, atualmente,é um diferencial muito forte e torna a marca preferência no momento da escolha. Mas, conhecer o perfil do cliente, fazer benchmarking em outras empresas, pesquisar a satisfação e manter-se atualizado com as tendências de consumo tam- bém é fundamental para saber como e quando devem ser realizados investimentos que garantam à empresa outros diferenciais no mercado (BRINKER, 2009, online)2. Veja você, que um grande foco da comunicação, pra não dizer todo o foco, é para o consumidor. Ele precisa ser impactado, ou melhor, contactado, seja com pala- vras, imagem, cheiro, som, atendimento, enfim, o que importa aqui é conhecer o seu cliente, saber o que ele procura e o que gosta, para que você possa dispo- nibilizar esses produtos e serviços e avisá-lo por meio das ações de promoção, comunicando-se com ele para que então, possam ter sucesso em vendas. Vamos nos dedicar nas próximas unidades a compreender mais e melhor o que chamaremos de composto promocional para atrair clientes e, claro, ter lucratividade. COMUNICAÇÃO INTEGRADA DE MARKETING Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E38 CONSIDERAÇÕES FINAIS Prezado(a) aluno(a)! Como toda atividade em ascensão, surgem também mui- tos equívocos e dúvidas quanto aos seus conceitos, contexto e histórico, e com o Marketing não é diferente. A cada dia aparecem novas palavras, novas propos- tas de conceitos e usos, mas o certo é que apesar das constantes e acentuadas mudanças sociais e tecnológicas que vivemos, marketing é marketing. A orientação para vendas sustenta que os consumidores não compram os produtos oferecidos pelas empresas por vontade própria. Com esse princípio, as empresas que têm sua orientação para vendas empregam um esforço agressivo de vendas e promoções para “empurrar” os produtos aos clientes. Seu objetivo é vender aquilo que fabrica ao invés de fabricar aquilo que o mercado neces- sita ou deseja. Para vender é preciso se comunicar e a comunicação depende muito de quem inicia (emissor) e a quem se destina (receptor), este precisa compreender o que quer ser dito para então partir para ação de compra. A Comunicação Integrada de Marketing pode ser um forma de fazer com que as ações de comunicação aconteçam de forma uniforme. Os tipos: institucional, interna, administrativa e mercadológica precisam usar as mesmas características, mesmo tipo de lin- guagem, cores e símbolos para que os consumidores (internos e externos) criem uma identificação com a empresa, facilitando, sobretudo, futuras ações de comu- nicação por haver uma identidade de marca. Por fim, compreendemos que a comunicação traz resultados se for feita de forma condizente com o consumidor e que há diversas técnicas, formas ou instru- mentos para se fazer presente na vida e na mente do consumidor. Que possamos compreender aquela que melhor se adapta ao nosso tipo de empreendimento. 39 1. O marketing tem se estruturado no decorrer da história passando por transfor- mações que possibilitam adaptação ao mercado e às necessidades das empresas e suas relações com os stakeholders. Considerando o processo evolutivo e seus elementos do composto, assinale a alternativa que corresponde ao conceito moderno, mais sustentável e com preocupações sociais do marketing. a. A palavra marketing, derivada do latim “mercare”, significava ato de comer- cializar na Roma Antiga. E desde então, o foco são os consumidores com va- lores éticos. b. As estratégias do mix de marketing devem conter exatamente a “relação hu- mana” como um dos fatores de sucesso. Eis um pensamento do marketing 1.0, 2.0 e 3.0. c. O marketing 1.0 tem como objetivo vender produtos para compradores em massa, detentores de necessidades físicas. d. O marketing 2.0 tem como objetivo satisfazer e reter clientes, com uma tecno- logia de informação mais forte auxiliando a empresa a posicionar seu produto. e. O marketing 3.0 tem objetivo de fazer um mundo melhor, cujos consumidores possuem mente, espírito e valores. Trata-se de um marketing colaborativo. 2. Quando vamos atender clientes, utilizamos a comunicação como ferramenta para que consigamos nos relacionar. Neste processo de comunicação, entende- mos a importância do saber ouvir para identificar necessidades desses clientes e oferecer exatamente o que estes buscam. Faça a leitura das afirmativas e assinale a alternativa correta. I. Os ruídos, que estão fora do processo de comunicação, não interferem na conversação com meu cliente. II. Por meio do feedback pode-se confirmar se a mensagem foi recebida pelo receptor da maneira que o emissor se fez entender. III. É importante escolher a mensagem a ser dita. IV. A escolha do canal adequado permitirá um melhor aproveitamento do pro- cesso comunicacional. Estão corretas apenas: a. I e II. b. II e IV. c. I, II e III. d. II, III e IV. e. I, II, III e IV. 40 3. Quanto aos tipos de comunicação a serem empregados nas ações das em- presas, responda: a. A expressão “Comunicação Organizacional” envolve apenas as empresas pú- blicas e privadas. b. A comunicação interna tem sua importância por também vender os produ- tos e ideias aos colaboradores internos. c. A comunicação institucional tem a função de vender um produto ou um ser- viço exibindo-o com promoção. d. A comunicação empresarial se refere a ONGs, porque no ambiente de negó- cios não existem apenas empresas públicas e privadas. e. É na comunicação mercadológica que se disponibilizam memorandos, edi- tais ou murais de avisos aos colaboradores. 4. Sabemos como é importante a ação do planejamento antes da ação, em comu- nicação não é diferente. Faz-se necessário realizar um planejamento de comuni- cação de marketing que reconheça o valor agregado de um plano abrangente e que avalie os papéis estratégicos de uma série de disciplinas da comunicação. Vimos também que um conceito moderno de comunicação da empresa está li- gado à integração de ações. Eis que surge a comunicação integrada de marke- ting. Sobre esta, é correto dizer: I. O gerenciamento das atividades possibilita as intervenções e relacionamen- to entre todos os setores, combinando orientação, informação, fluxo de pro- cessos e colaboração. II. Cada ponto de contato com clientes ou prospects também se constitui em um contato com a marca e com a organização. III. Há integração das atividades de propaganda, marketing e relações públicas de uma organização. IV. É aquela que associa a formação da imagem da organização sincronizada à visão e à missão da empresa, mas também é associada à venda de produtos e serviços. 41 Estão corretas apenas: a. I e II. b. II e III. c. I, II e IV. d. I, III e IV. e. I, II, III e IV. 5. A busca pela atração das pessoas (clientes em potencial) em nosso comércio, dentro da dita sociedade moderna, precisa utilizar todas as mais variadas estra- tégias possíveis, em virtude da competitividade cada vez maior. Tendo em vista a necessidade de atração e o uso da comunicação responda: quais estratégias podemos utilizar para atrair nossos clientes? Com qual finalidade? 42 Para que possamos ampliar nosso entendimento acerca dos temas até aqui relaciona- dos, sugiro o estudo do professor Daniel Galindo. Trata-se do capítulo 10, integrante do volume 1 da coletânea Comunicação Organizacional, publicada pela editora Saraiva, em 2009: [...] Este capítulo resgata a comunicação integrada de marketing como uma proposta nascida nos anos 1980 e que hoje ressurge como novidade ou tendência, evidenciando sua gênese como catalisadora e articuladora das diversas competências comunicacio- nais a serviço do mercado, cujo caráter multidisciplinar decorre da apropriação estra- tégica dos diversos esforços e recursos de comunicação e da gestão destes junto aos vários públicos de interesse. Na busca por um alinhamento conceitual através dos di- versos autores, se pretende contextualizar a comunicação integrada de marketing e a importância do seu papel na sociedade pós-modernaou pós-industrial, como recurso básico e vital frente ao volume, à disponibilidade e à acessibilidade de informações pre- sentes no cotidiano do consumidor/cidadão. Fonte: Galindo (2009, on-line)5. Material Complementar MATERIAL COMPLEMENTAR Comunicação Empresarial: Alinhando Teoria e Prática Wilson da Costa Bueno Editora: Manole Sinopse: a obra, uma atualização completa de trabalho anterior – Comunicação Empresarial: teoria e pesquisa –, resgata os principais temas que envolvem a teoria e a prática da comunicação das organizações, buscando não apenas fi xar conceitos relevantes ou realizar análises em Comunicação Empresarial, mas contemplar a realidade do mercado brasileiro. Com isso, pretende ser fonte importante de consulta para estudantes, gestores e profi ssionais de comunicação nas empresas públicas, privadas ou mesmo nas organizações do Terceiro Setor. Fundamentos de Marketing Darci Basta Dos Santos Silva, Fernando Roberto De Andrade Marchesini, José Antonio Ferreira De Oliveira, Luis Carlos Seixas De Sá Editora: FGV Sinopse: este livro apresenta as defi nições do marketing e sua evolução ao longo do tempo. Evidencia a visão globalizada dos negócios e a gestão de parceria, descrevendo o perfi l exigido do profi ssional de marketing nos tempos atuais, marcados por mudanças e complexidades. Examina as relações do marketing com as demais áreas de atividade da organização, bem como os confl itos e a forma de neutralizá-los. MATERIAL COMPLEMENTAR 30 dicas para atrair o consumidor em tempos de crise Este texto mostra algumas dicas que podemos utilizar para “falar” com os clientes de forma que possamos atraí-los para nossa loja. Trata-se de algumas estratégias simples de marketing e de comunicação visual que podem ser adaptadas aos nossos negócios. Acesse o texto na íntegra: <http://revistapegn.globo.com/Revista/ Common/0,,EMI81832-17203-1,00-DICAS+PARA+ATRAIR+O+CONSUMIDOR+EM+TEM POS+DE+CRISE.html>. MARKETING: Conceitos, Exercícios e Casos, de Alexandre Luzzi Las Casas O livro é dirigido aos estudantes e profi ssionais interessados no conhecimento ou aperfeiçoamento dos aspectos básicos de marketing. Apresentados de forma simples e objetiva, os principais aspectos mercadológicos são abordados, incluindo exemplos da realidade brasileira. Acesse o vídeo no link disponível em: <https://www.youtube.com/ watch?v=sWQHZ89govM>. Amor por contrato Ano: 2009 Sinopse: os Jones formam uma família aparentemente perfeita. Tanto Steve (David Duchovny) e sua esposa Kate (Demi Moore) quanto seus fi lhos Mick (Ben Hollingsworth) e Jenn (Amber Heard) são bonitos, populares e confi antes. Além disso, a casa dos Jones é luxuosa e repleta de aparelhos de ponta. A situação provoca a inveja dos vizinhos, especialmente em Larry (Gary Cole) e Summer Symonds (Glenne Headly). Só que este é exatamente o desejo que os Jones querem causar. Eles não formam uma família de fato e são, na verdade, funcionários da empresa LifeImage. Os Jones são a mais nova estratégia de marketing da empresa, que resolveu inserir famílias em mercados de luxo de forma a dar vida aos seus produtos. REFERÊNCIAS 45 ALBUQUERQUE, R. A. L.; VAN DAL, J. L. G. Comunicação empresarial e negociação. Centro Universitário de Maringá, EAD, 2013. BASTA, D. Fundamentos de Marketing. 7. ed. Rio de Janeiro: Editora FVG, 2006. BIAZON, V. V.; CLEMENTINO, A. S.; SILVA, P. P. F. Comunicação Mercadológica e o Marketing de Serviços: Estudo Sobre O Espaço Gourmet- Talent Escola De Profissões de Paranavaí - PR. In: XVIII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Su- deste, 2013, Bauru. 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Estratégias de produto, preço, praça e promoção, patrocínio cultural, utilizando comunicação visual (símbolos), bom atendimento etc. Utilizamos a comunica- ção de forma estratégica para atrair clientes, mostrando as nossas vantagens em relação ao concorrente. U N ID A D E II Professor Me. Victor Vinicius Biazon MIX DE COMUNICAÇÃO Objetivos de Aprendizagem ■ Conceituar varejo e expor os tipos de varejo. ■ Apresentar os conceitos de propaganda e publicidade. ■ Conceituar promoção de vendas. ■ Apresentar a natureza da venda pessoal e as etapas do processo de vendas. ■ Enquadrar a RP como forma de comunicação. ■ Explicar o marketing direto e a modernidade do on-line. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ O papel do varejo na estrutura de distribuição ■ Propaganda ou Publicidade e Promoção de vendas ■ Venda pessoal e Administração de vendas ■ Relações públicas, Marketing direto e on-line Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 51 INTRODUÇÃO Caro(a) aluno(a)! Já compreendemos o marketing e seu mix, a comunicação e seus tipos e com isso vamos avançar o conteúdo, a ser iniciado agora, fazendo uma junção de tudo isso. Então você me pergunta: como assim professor? Simples, dentro do mix de marketing temos o “P” de promoção, que por sua vez refere-se à comunicação que temos de ter com nossos clientes, os já alcançados, e os que ainda não temos. E para isso lançaremos mão de uma série de possibilidades e formatos de comunicação dentro do composto do item Promoção. Aposto que já se interessou, não é mesmo? Pensando em sua loja, seu varejo (aliás precisamos entender o que é esse varejo), qual seria a forma mais adequada de promover os produtos? Esta é uma pergunta que eu sei que está se fazendo, e para que você possa decidir qual ferramenta ou ferramentas utilizar, precisa- mos antes de tudo conhecê-las, não é mesmo? Kotler (2000) nos diz que o “P” de promoção cobre todas as ferramentas de comunicação que fazem chegar ao público as nossas mensagens e se enquadram em cinco categorias: Propaganda, Promoção de vendas, Relações públicas, Força de vendas e Marketing direto. Veja então quanta coisa vamos aprender nesta unidade! E eu conto com você para buscar os conceitos aqui apresentados e imediatamente transportar em ideias para sua loja, seu ponto de venda, afinal, este é nosso maior objetivo. Sim, porque eu também tenho objetivo de ver (mesmo que a distância) sua correta aplicação das ferramentas e fazer reverter em atração de demanda e, consequen- temente, melhoria dos seus resultados. Então, munidos desse objetivo em comum, vamos reconhecer seu estabele- cimento como um legítimo varejo e que tem total possibilidade de desenvolver ações de comunicação para demonstrar seu diferencial, ou seja, usar das ferra- mentas de promoção para tornar conhecida sua loja (praça), seus produtos e seus melhores preços. Bons estudos! ©shutterstock MIX DE COMUNICAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E52 O PAPEL DO VAREJO NA ESTRUTURA DE DISTRIBUIÇÃO Neste tópico vamos conhecer os conceitos do varejo e compreender as diversas formas de atuarmos como varejistas, além de nos conscientizarmos da impor- tância que o setor tem para o giro da economia do nosso país. De acordo com os resultados de estudos da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo - SBVC - (2015, on-line)1, tratado como um canal de distribuição pela literatura mais tradicional de marketing, ao longo dos anos, o varejo tem ganhado destaque tendo em vista sua posição estratégica na distribuição de produtos e serviços e sua proximidade junto aos consumidores finais. Conforme os dados do IBGE de 2013, o impacto do varejo total no Produto Interno Bruto do Brasil (PIB) foi de 55,71%, ou seja, o consumo das famílias foi de R$ 3.033.694 milhões. Pelos dados trazidos, o varejo de bens de consumo movimentou R$1.274.152 milhões; o varejo de veículos e combustíveis em relação ao consumo das famílias foi de R$ 303.369 milhões e o varejo de Serviços R$ 1.122.466 milhões. O Papel do Varejo na Estrutura de Distribuição Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 53 De acordo com Vilela (2015), o varejo deixou de ser um setor da economia e assumiu um papel preponderante na economia. É o maior empregador pri- vado do Brasil: de cada quatro empregos, um é criado pelo varejo. E conforme a FGV – EAESP (2010, on-line)2, conforme as empresas varejistas se expan- dem, vão adotando avançadas tecnologias de informação e de gestão, além de desempenharem papel cada vez mais importante na modernização do sistema de distribuição e da economia brasileira. Essa é a década do varejo. Nos últimos 10 anos, o PIB cresceu 40%. O varejo cresceu três vezes isso. As redes de bens semi-duráveis, de rou- pas, principalmente, cresceram 500%. Estamos vivendo uma transfor- mação de toda a economia com base no varejo. Ele é um dos motores da economia. Um dos grandes propulsores do aumento do poder de compra da população foi o varejo, e o acesso ao crédito teve um impac- to maior do que o aumento de renda (VILELA, 2015, on-line)3. Trago aqui um conceito muito interessante sobre varejo sendo “toda atividade econômica da venda de um bem ou um serviço para o consumidor final, ou seja, uma transação entre um CNPJ e um CPF” (SBVC, 2015, on-line)1. Creio que esta explicação nos faz mais próximos do entendimento, mas ainda não acho suficiente. Por isso, para que possamos compreender esse importante setor da nossa economia, vamos compilar alguns conceitos sob pontos de vista diferen- tes do que vem a ser a atividade varejo: Quadro 1 - Diferentes conceitos sobre atividades de varejo KOTLER (2012, P. 482) O varejo inclui todas as atividades relativas à venda de bens e serviços diretamente ao consumidor final, para uso pessoal e não comercial. Um varejista ou loja de va- rejo é qualquer empreendimento comercial cujo volume de vendas provenha principalmente do varejo. Qualquer organização que venda para consumidores finais – seja ela um fabricante, atacadista ou varejista – está envol- vida em varejo. Não importa como os bens ou serviços são vendidos (pessoalmente, pelo correio, pelo telefone, por máquinas de venda automática ou pela internet) ou onde eles são vendidos (em uma loja, na rua ou na casa do consumidor). MIX DE COMUNICAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E54 RICHTER (1954) É o processo de compra de produtos em quantidade re- lativamente grande dos produtores atacadistas e outros fornecedores e posterior venda em quantidades meno- res ao consumidor final. SPOHN (1977) Uma atividade comercial responsável por providenciar mercadorias e serviços desejados pelos consumidores. Fonte: SBVC (2015, on-line)1 Temos esses conceitos para nos nortear, mas conforme Las Casas e Barboza (2007, p. 23) a definição mais utilizada de varejo é a fornecida pela American Marketing Association, na qual o varejo é definido como uma “unidade de negócios que compra mercadorias de fabricantes, atacadistas e outros distribuidores e vende diretamente a consumidores finais e, eventualmente, a outros