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CIÊNCIAS NATURAIS NO ENSINO FUNDAMENTAL I A disciplina “Ciências Naturais no Ensino Fundamental I” tem como principal objetivo propiciar a reflexão sobre o ensino de ciências e sua importância na formação da criança. Não são fórmulas mágicas e nem receitas prontas de como ensinar este ou aquele conteúdo, mas uma discussão dos caminhos que o ensino de ciências tem percorrido ao longo dos anos e de como os professores devem explorar a disciplina para que seu aluno atinja o chamado letramento científico. Bastante discutido, o ensino de ciências vem proporcionar ao aluno o desenvolvimento do letramento científico, o qual busca desenvolver "a capacidade de compreender e interpretar o mundo (natural, social e tecnológico), mas também de transformá-lo com base nos aportes teóricos e processuais das ciências." (MEC-BNCC, 2018, p.321) Nesse sentido, a ciências naturais deixa de ser uma disciplina distante da formação básica da criança, tendo como principais protagonistas a escrita, a leitura e a matemática e passa a ser essencial na formação do indivíduo autônomo e partícipe da construção do mundo que o rodeia. Entendemos ser necessária a discussão sobre o processo ensino aprendizagem de ciência, uma vez que a referida disciplina se torna, com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), elemento chave na formação do indivíduo. [...] a área de Ciências da Natureza, por meio de um olhar articulado de diversos campos do saber, precisa assegurar aos alunos do Ensino Fundamental o acesso à diversidade de conhecimentos científicos produzidos ao longo da história, bem como a aproximação gradativa aos principais processos, práticas e procedimentos da investigação científica. (MEC-BNCC, 2018, p.321) Iniciamos a disciplina conversando sobre a evolução do Ensino de Ciências no Brasil. Além explorar a importância do Ensino de Ciências Naturais nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental O Ensino de Ciências é relativamente novo no Brasil, pois até a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1961, o ensino de Ciências era ministrado apenas nas duas últimas séries do ginásio, o que corresponderia hoje aos 8º e 9º anos. Somente a partir da Lei 5692 de 1971 é que o ensino de ciências passou a ser ministrado nas oito séries do 1º grau, hoje Ensino Fundamental. Percebemos que, à medida que se avolumam os problemas sociais, ambientais, econômicos e políticos no mundo, outros valores e outras temáticas vão sendo incorporadas aos currículos. O aumento da poluição, as crises ambientais, a crise energética, traduzem o que se tem chamado atualmente de situação de emergência planetária (BYBEE, 1991 apud GIL PÉREZ, et al., 2005). Durante esse processo evolutivo o papel do professor, assim como do aluno também modificou, deixando de ser mero transmissor e receptor respectivamente, para agentes ativos no processo ensino aprendizagem. Espera-se que os alunos realizem intervenções conscientes e revisitem, de forma reflexiva, seus conhecimentos e sua compreensão acerca do mundo em que vivem. Do professor espera-se que estimule e apoie seus alunos e que não se restrinja à manipulação de objetos em laboratórios fechados, mas que desafiem seus alunos à buscarem soluções para questões do dia a dia. Nesse sentido o ensino de ciências estimula o interesse e a curiosidade científica dos alunos possibilitando-o definir problemas, levantar, analisar e representar resultados; comunicar conclusões e propor intervenções. Desta forma, torna-se fundamental conhecer todo esse processo histórico e político, compreendendo qual a importância e finalidade que a educação científica assumiu em cada período, analisando criticamente quais eram as reais intenções das políticas públicas propostas em nosso país no decorrer dos anos. A trajetória histórica do ensino de ciências buscou superar um modelo tradicional de educação visando um ensino que considere "a produção do conhecimento científico, sua relação com práticas sociais voltadas para o desenvolvimento humano e a superação dos problemas socioculturais e ambientais através de práticas significativas para o aluno." (SALLES, 2007, p. 54) Podemos começar a contar a história do ensino de ciências no Brasil na década de 1920. Segundo Barreto, nessa década o ensino era voltado para as verdades clássicas, ou seja, as verdades universais, ditadas pelos grandes cientistas e que deveriam ser seguidas sem contestação, nem do aluno e nem do professor. As atividades práticas baseavam-se na mera reprodução daquilo que os cientistas haviam descobertos anteriormente. Na década de 1930 a disciplina consolidou-se no currículo das escolas. Iniciou-se a formação dos professores de ciências para as escolas de primeiro e segundo graus. Nas décadas de 1950 e 1960, o ensino de ciências refletiu a situação em que o mundo passava, com a industrialização e os desenvolvimentos científicos e tecnológicos. A educação científica era centrada em aulas que reproduziam modelos científicos, por meio da experimentação, seguindo os modelos americanos e ingleses. A ênfase estava na repetição e na memorização de conteúdos. A década de 1960 foi o período em que o ensino de ciências passou a ter um caráter científico. Os alunos não precisavam repetir os experimentos já concebidos, mas desenvolver outros experimentos que levassem à novas descobertas. O professor torna-se participativo do processo de ensino- aprendizagem, não mais simples repetidor de conteúdos prontos. Em 1961 surgiu a Lei n. 4024, de 20 de dezembro de 1961 a qual alterou a carga horária do currículo de ciências e liberou a normalização do ensino para a esfera estadual. Ciências passou a ser disciplina obrigatória nas escolas, inicialmente nas últimas séries do Ensino Fundamental. Em 1971, com a Lei n. 5692, de 11 de agosto de 1971, houve uma grande expansão da rede privada de ensino, nessa década a disciplina de Ciências passou a ter caráter obrigatório nas oito séries do primeiro grau (KRASILCHICK, 1987; BRASIL, 1997). Na década de 1980 o método científico cedeu espaço para aproximações entre ciência e sociedade valorizando conteúdos mais próximos do cotidiano, identificando problemas e propondo soluções. Na década de 1990, mais especificamente em 1997, os PCNs buscam “mostrar a Ciência como um conhecimento que colabora para a compreensão do mundo e suas transformações, para reconhecer o homem como parte do universo e como indivíduo”. Em 2017 A Base Nacional Comum Curricular estabelece três eixos para o ensino de Ciências: Matéria e Energia, Vida e Evolução e Terra e Universo. Krasilchik (1987), num estudo sobre a evolução do ensino de ciências no período de 1950 a 1985, aponta que as principais características do ensino eram: teórico, livresco, memorístico, estimulando a passividade. Hoje, tem-se o ensino de ciências mais participativo, dinâmico, interativo e repleto de descobertas. Vá mais Longe Como vimos, a evolução do ensino de ciências foi bastante significativa, sobretudo, deixando de ser um processo de ensino-aprendizagem meramente repetitivo, passivo, memorístico, para um ensino muito mais participativo e prático, voltado para a participação efetiva do professor como orientador e do aluno como agente transformador. Pensando nisso, pesquise em artigos e no material indicado na bibliografia ou disponibilizado na Internet quais foram as principais características da evolução ocorrida no ensino de Ciências no Brasil. O Ensino de Ciências Nessa aula discutiremos a importância do ensino de Ciências além do papel do professor na construção das ciências. O ensino de Ciências, embora relativamente recente nas escolas brasileiras, assumiu, nos últimos anos uma importância ímpar para o desenvolvimento da criança, sobretudo, estimulando-as a buscarem soluções para os problemas levantados, satisfazendo suas curiosidades.O ENSINO DE CIÊNCIAS A importância do ensino de Ciências na escola é relativamente recente. O que pudemos verificar ao longo da história. O ensino de Ciências demorou a ser incorporado na legislação, como disciplina obrigatória. Mesmo assim, durante muito tempo o ensino de ciências esteve atrelado às ideias positivistas, sendo tratado de forma neutra em suas descobertas e seus saberes eram verdades únicas e absolutas. A maneira de ensinar passou anos voltada para a reprodução de descobertas de cientistas renomados, constituindo-se simples memorização. Acreditava-se que os fenômenos naturais poderiam ser compreendidos com base apenas na observação e no raciocínio, bastando para isso que os estudantes fossem levados a conhecer todo o patrimônio científico produzido até então e a memorizar conceitos. A metodologia que tem no professor e no livro didático o centro da transmissão de saberes ficou conhecida como tradicional ou conteudista - e ainda hoje está presente nas salas de aula. (NOVA ESCOLA, 2019, p.01) Somente em 1960 é que se começou a questionar esse ensino de Ciências repetitivo, memorístico. Esse movimento iniciou nos Estados Unidos e se espalhou para alguns países europeus, chegando com menos força ao Brasil. A necessidade de produzir riquezas, por meio do desenvolvimento tecnológico, gerou essas mudanças. Hoje, "Trabalhar os conteúdos de Ciências é dar oportunidade às crianças e jovens de entender o mundo e interpretar as ações e os fenômenos que observam e vivenciam no dia-a-dia." (HUBNER in NOVA ESCOLA, 2019, p.01) Descobrir o porque das coisas, suas origens, as causas e os fenômenos da natureza são elementos essenciais para o ensino de ciências. É incontestável que o ensino de ciências deixou de ser um assunto de cientistas e passou a dizer respeito a todos os indivíduos. A Ciência está no nosso dia a dia, o desenvolvimento alcançado com as novas descobertas tem nos impactado em todos os aspectos, seja em função das descobertas científicas como meio de melhorar e prolongar a vida dos indivíduos, seja por meio do desenvolvimento da tecnologia como meio de comunicação e interação social. COMO ENSINAR CIÊNCIAS? O ponto de partida para qualquer atividade em ciências é o encontro entre a criança e um determinado fenômeno que ela vai tentar compreender ou com o qual vai interagir. O pontapé inicial é a exposição de uma situação- problema, um impasse do dia-a-dia, para o qual a turma mobiliza o que já sabe para tentar solucioná-la. Para que a criança esteja motivada para resolver o problema, é necessário que esse problema tenha significado para ela, caso contrário ela perderá o interesse. A curiosidade faz parte do ensino de ciências, pois serve de estímulo à criança quando busca pelas respostas ao problema levantado. O estudo das ciências deve ser baseado na pesquisa, ou seja na descoberta pelas crianças de algo por meio das suas próprias ações e sistematização das observações, levando-as a descobrir se as hipóteses levantadas estavam corretas ou não. O papel das atividades científicas na escola é ajudar na formação de novas ideias, a testar essas ideias à luz da evidência. Obviamente, em todo este processo, o que a criança vai aprender depende de muitas coisas, em particular das ideias que a criança tinha à partida, o que fez e como interpretou o que fez. É essencialmente nestes dois últimos aspectos, o que a criança faz e como interpreta, que o professor pode ter um papel importante. De facto, estes aspectos dependem da orientação que as crianças recebem, do encorajamento para refletirem, testarem ideias, melhorarem técnicas, dos materiais que são postos à sua disposição. (CIÊNCIA VIVA, 2019, p. 03) Quanto mais familiaridade o professor tiver com as ideias das crianças, mas poderá planejar atividades que possam auxiliá-las a encontrar o caminho para suas descobertas. Durante o processo de aprendizagem, além de descobrir determinadas coisas sobre um dado assunto (ideias e conceitos da ciência), a criança estará desenvolvendo o letramento científico. Tornando-se capaz de criar seu próprio "método científico". Portanto: Promover um ensino de ciências de qualidade nas escolas é assegurar o futuro do país. Um dos motivos se refere ao fato de que um bom desenvolvimento econômico e social está diretamente ligado ao investimento realizado em educação. O conhecimento é a peça chave para alavancar a produção científico-tecnológica e abrir possibilidades bem sucedidas de inserção no mundo globalizado e competitivo (UNESCO, 2005). É importante reconhecer que o modo como a escola conduz o processo de ensino e aprendizagem, pode estimular o espírito investigativo do estudante, despertando nele o encantamento pela ciência, ou, ao contrário, pode inibir o exercício da curiosidade do aluno, fazendo com que esta se perca à medida que progride para outras séries. É papel do professor estimular novas descobertas, os questionamentos, as dúvidas, as curiosidades dos alunos, a fim de que se tornem capazes de aprender a aprender, aprender a ser indivíduos competentes na busca de novas descobertas. Portanto, ensinar ciências é fazer ciências, na medida em que a disciplina é construída a partir das curiosidades dos alunos. A ciência não é um conhecimento que se dá somente no espaço escolar, mas faz parte da sociedade e influencia decisões éticas, políticas e econômicas, que atingem a humanidade como um todo e cada indivíduo particularmente. O ENSINO DE CIÊNCIAS - Parâmetros Curriculares Nacionais de Ciências (PCN) e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) Nessa nossa terceira aula estudaremos sobre os Parâmetros Curriculares Nacionais de Ciências e sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para o ensino de ciências e as diferenças entre ambas as propostas. Ao pensarmos nas leis que regem a educação brasileira temos na sequência a Constituição Federal, a Lei de Diretrizes e Bases da Educacional Nacional (LDB), as Diretrizes Curriculares e a BNCC. A Base operacionaliza o que deve ser ensinado. A Proposta da Base é dizer, ano a ano, aquilo que se espera que os alunos aprendam. Já os parâmetros trazem o conjunto de conhecimento, em linhas gerais, não de forma sistematizada e sistêmica, como ocorre na Base, além de servirem como referência sem uma obrigatoriedade. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver, ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica. (MEC 2019) A Base deve nortear os currículos das unidades escolares no Brasil, de modo a que nenhum aluno, em sua formação, deixe de estudar o que a base indica como conteúdos mínimos. A Base estabelece conhecimentos, competências e habilidades que se espera que todos os estudantes desenvolvam ao longo da escolaridade básica. Orientada pelos princípios éticos, políticos e estéticos traçados pelas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica, a Base soma-se aos propósitos que direcionam a educação brasileira para a formação humana integral e para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. (MEC, 2019) Já os Parâmetros Curriculares Nacionais — PCN — são referências para os Ensinos Fundamental e Médio de Ciências em todo o território nacional. O objetivo dos PCN é garantir que todas as crianças e jovens brasileiros, tenham o direito de usufruir do conjunto de conhecimentos reconhecidos como necessários para o exercício da cidadania. Não possuem caráter de obrigatoriedade. A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR Ao estudar a BNCC de Ciências, você vai perceber que há novos nomes para os eixos temáticos que organizam os conteúdos do componente curricular. Mas a mudança vai além da nomenclatura. Diferentemente do que havia nos PCNs. O documentodeixa mais clara a proposta de progressão da aprendizagem, com as habilidades sendo desenvolvidas ano a ano, com grau crescente de complexidade em todo o Ensino Fundamental. (NOVA ESCOLA, 2019) Em termos conceituais, muitos dos pressupostos que existiam nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) foram mantidos, mas com ênfase e detalhamento diferentes. Mas a Base propõe o acesso à diversidade de conhecimentos científicos produzidos ao longo da história. Mas não como simples assimilação de conteúdos. O objetivo principal é proporcionar, aos alunos, o contato com processos, práticas e procedimentos da investigação científica para que eles sejam capazes de intervir na sociedade. Neste percurso, as vivências e interesses dos estudantes sobre o mundo natural e tecnológico devem ser valorizados. Nesse sentido, o ensino de ciências torna-se fundamental para o desenvolvimento do letramento científico. A Base Nacional Comum divide os estudos de ciências em três grandes eixos, O documento propõe uma mudança de paradigma, com um trabalho em espiral, onde esses três eixos se repetem ao longo da formação do aluno em diferentes graus de complexidade. "O objetivo é facilitar a compreensão, com os conceitos sendo construídos gradativamente, com complexidade maior ano a ano, conforme avança o desenvolvimento e a maturidade dos alunos." (NOVA ESCOLA, 2019) Os PCN traziam indicações de divisão por blocos temáticos: Ambiente, Ser Humano e Saúde e Recursos Tecnológicos. Os três deveriam ser trabalhados em todo o Ensino Fundamental. Na prática, a maior parte das escolas e os livros didáticos os distribuiam de maneira linear e isolada, com um assunto sendo abordado inteiro de uma vez. Vale lembrar que a BNCC propõe uma integração entre as unidades temáticas, o que fica claro quando determinados temas aparecem nos três eixos. É o caso de sustentabilidade socioambiental. Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e seus três eixos Nessa nossa quarta aula estudaremos a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para o ensino de ciências e seus três eixos. O ensino de ciências, conforme a diretriz anterior, orientava de que, no início, os alunos deveriam imitar o professor, seguindo modelos oferecidos por ele, para depois se tornarem autônomos. A BNCC convida a abandonar a transmissão de conteúdo em aulas expositivas e a memorização, ainda presente em muitas escolas. O professor tem como função ser fonte de informação e, principalmente, orientar as ações investigativas dos alunos. A BNCC incentiva a deixar de lado a mera transmissão de conteúdo em aulas expositivas e a memorização, ainda presente em muitas escolas. Agora, o professor tem como função ser fonte de informação e, principalmente, orientar as ações investigativas dos alunos, ensinando-os a utilizar ferramentas de pesquisa, analisar dados, contrapor informações etc., para que eles aprendam com autonomia. A BNCC divide a área de ciências em três unidades temáticas, a contar: Matéria e Energia (Links para um site externo.), nessa área temática o ponto central é desenvolver a capacidade de entender a natureza da matéria e os diferentes usos da energia. Isso envolve compreender a origem, a utilização e o processamento de recursos naturais e energéticos. No eixo temático Terra e Universo (Links para um site externo.), todos devem compreender as características (dimensões, composição, localizações, movimentos e forças que atuam entre eles) da Terra, do Sol, da Lua e de outros corpos celestes, bem como os fenômenos relacionados a eles. https://novaescola.org.br/bncc/conteudo/68/ciencias-na-bncc-como-ensinar-o-eixo-tematico-materia-e-energia https://novaescola.org.br/bncc/conteudo/70/saiba-como-ensinar-o-eixo-tematico-terra-e-universo-em-ciencias https://novaescola.org.br/bncc/conteudo/70/saiba-como-ensinar-o-eixo-tematico-terra-e-universo-em-ciencias Vida e Evolução (Links para um site externo.) engloba o estudo de tudo que se relaciona com os seres vivos: características e necessidades, processo evolutivo, interação entre os seres vivos – principalmente a que o ser humano estabelece entre si e com os demais seres vivos e elementos não vivos do ambiente – e preservação da biodiversidade. O Letramento Científico O letramento científico, envolve entre outros aspectos, a capacidade do indivíduo em atuar no e sobre o mundo. Ao longo do Ensino Fundamental, a área de Ciências da Natureza tem um compromisso com o desenvolvimento do letramento científico, que envolve a capacidade de compreender e interpretar o mundo (natural, social e tecnológico), mas também de transformá-lo com base nos aportes teóricos e processuais das ciências. Em outras palavras, apreender ciência não é a finalidade última do letramento, mas, sim, o desenvolvimento da capacidade de atuação no e sobre o mundo, importante ao exercício pleno da cidadania. Nessa perspectiva, a área de Ciências da Natureza, por meio de um olhar articulado de diversos campos do saber, precisa assegurar, aos alunos do Ensino Fundamental, o acesso à diversidade de conhecimentos científicos produzidos ao longo da história, bem como a aproximação gradativa aos principais processos, práticas e procedimentos da investigação científica. Espera-se, desse modo, possibilitar que esses alunos tenham um novo olhar sobre o mundo que os cerca, como também façam escolhas e intervenções conscientes e pautadas nos princípios da sustentabilidade e do bem comum. (BNCC, 2018, p.326) A proposta é que as crianças e jovens tenham acesso à diversidade de conhecimentos científicos produzidos ao longo da história – por meio, de inúmeros recursos, por exemplo, da leitura, compreensão e interpretação de artigos e textos https://novaescola.org.br/bncc/conteudo/71/ciencias-e-a-bncc-como-ensinar-vida-e-evolucao https://novaescola.org.br/bncc/conteudo/71/ciencias-e-a-bncc-como-ensinar-vida-e-evolucao científicos – e também aos principais processos, práticas e procedimentos da investigação científica. Nesse sentido a ciências tem um caráter mais prático e não tanto teórico. Para tanto, é imprescindível que eles sejam progressivamente estimulados a participarem de atividades investigativas, assim como no compartilhamento dos resultados dessas investigações. Isso não significa realizar atividades seguindo, necessariamente, um conjunto de etapas predefinidas, tampouco se restringir à mera manipulação de objetos ou realização de experimentos em laboratório. Ao contrário, pressupõe organizar as situações de aprendizagem partindo de questões que sejam desafiadoras e, reconhecendo a diversidade cultural, estimulem o interesse e a curiosidade científica dos alunos e possibilitem definir problemas, levantar, analisar e representar resultados; comunicar conclusões e propor intervenções. (BNCC, 2018, p.326) Nesse sentido, a ciência deixa de ter um caráter tradicional, sendo construída somente por cientistas renomados, dentro de laboratórios, e passa a ter um caráter mais humano, no sentido de fazer parte do dia a dia de todos os indivíduos, construída nas relações entre o homem e o universo. Os três eixos temáticos propostos pela BNCC Nesta unidade de aprendizagem, vamos estudar sobre os três eixos temáticos propostos pela BNCC para o ensino de Ciências. Ao estudar Ciências, as pessoas aprendem a respeito de si mesmas, do mundo que as rodeia, dos processos de evolução e manutenção da vida, do mundo material – com os seus recursos naturais, suas transformações e fontes de energia –, do nosso planeta no Sistema Solar e no Universo e da aplicação dos conhecimentos científicos nas várias esferas da vida humana. Essas aprendizagens possibilitam que os alunos compreendam, expliquem e intervenham no mundo em que vivem. Para orientar a elaboração dos currículos de Ciências, as aprendizagens essenciais a serem asseguradas neste componente curricular foram organizadas em trêsunidades temáticas que se repetem ao longo de todo o Ensino Fundamental. (MEC-BNCC, 2018) Para orientar a elaboração dos currículos de Ciências, as aprendizagens essenciais a serem asseguradas neste componente curricular foram organizadas em três unidades temáticas que se repetem ao longo de todo o Ensino Fundamental. Unidade Temática Matéria e Energia Unidade Temática Terra e Universo Unidade Temática Vida e Evolução As unidades temáticas estão estruturadas em um conjunto de habilidades cuja complexidade cresce progressivamente ao longo dos anos. Essas habilidades mobilizam conhecimentos conceituais, linguagens e alguns dos principais processos, práticas e procedimentos de investigação envolvidos na dinâmica da construção de conhecimentos na ciência. Cumpre destacar que os critérios de organização das habilidades na BNCC (com a explicitação dos objetos de conhecimento aos quais se relacionam, e do agrupamento desses objetos em unidades temáticas) expressam um arranjo possível (dentre outros). Portanto, os agrupamentos propostos não devem ser tomados como modelo obrigatório para o desenho dos currículos. UNIDADE TEMÁTICA MATÉRIA E ENERGIA O ponto central da unidade temática Matéria e Energia é desenvolver a capacidade de entender a natureza da matéria e os diferentes usos da energia. Isso envolve compreender a origem, a utilização e o processamento de recursos naturais e energéticos. Esse é o período para construir as primeiras noções sobre os materiais: usos, propriedades e interações com luz, som, calor, eletricidade, umidade e outros conceitos. Ao se trabalhar com essa unidade, é importante que a criança compreenda que matéria é tudo o que nos rodeia e que ocupa um lugar no espaço como o ar, a água, o sol, a areia, as estrelas e tantos outros são exemplos de matéria. Energia é capaz de realizar um trabalho, movimento ou ação. É tudo que pode modificar a matéria, sua posição e formato. Existem vários tipos de energia, como o calor do sol. Nos anos iniciais, as crianças já se envolvem com uma série de objetos, materiais e fenômenos em sua vivência diária e na relação com o entorno. Tais experiências são o ponto de partida para possibilitar a construção das primeiras noções sobre os materiais, seus usos e suas propriedades, bem como sobre suas interações com luz, som, calor, eletricidade e umidade, entre outros elementos. Além de prever a construção coletiva de propostas de reciclagem e reutilização de materiais, estimula-se ainda a construção de hábitos saudáveis e sustentáveis por meio da discussão acerca dos riscos associados à integridade física e à qualidade auditiva e visual. (MEC- BNCC, 2019, p. 325) Figura 1: Diferentes tipos de energia FONTE: Escola Kids. Disponível em: https://escolakids.uol.com.br/ciencias/materia-e-energia.htm. Acesso em 16/03/2019 UNIDADE TEMÁTICA VIDA E EVOLUÇÃO Este eixo temático engloba o estudo de tudo que se relaciona com os seres vivos: características e necessidades, processo evolutivo, interação entre os seres vivos – principalmente a que o ser humano estabelece entre si e com os demais seres vivos e elementos não vivos do ambiente – e preservação da biodiversidade. Também inclui o aprendizado sobre aspectos relativos à saúde individual e coletiva, inclusive no âmbito das políticas públicas. A unidade temática Vida e Evolução propõe o estudo de questões relacionadas aos seres vivos (incluindo os seres humanos), suas características e necessidades, e a vida como fenômeno natural e social [...]. Estudam-se características dos ecossistemas destacando-se as interações dos seres vivos com outros seres vivos e com os fatores não vivos do ambiente, com destaque para as interações que os seres humanos estabelecem entre si e com os demais seres vivos e elementos não vivos do ambiente. (BNCC, 2018, p. 326) Figura 2:Esquema da evolução humana FONTE: Can Stock Photo. Disponível em: https://www.canstockphoto.com.br/evolu% C3%A7%C3%A3o-crian%C3%A7a- 15821710.html. Acesso em 16/03/2019. UNIDADE TEMÁTICA TERRA E UNIVERSO Nesta unidade temática, o objetivo principal é compreender as características (dimensões, composição, localizações, movimentos e forças que atuam entre eles) da Terra, do Sol, da Lua e de outros corpos celestes, bem como os fenômenos relacionados a eles. Isso inclui construir conhecimentos sobre efeito estufa, camada de ozônio, vulcões, tsunamis, terremotos, clima e previsão do tempo, entre outros fenômenos. Neste período, a meta é desenvolver o pensamento espacial com base em experiências cotidianas de observação do céu e dos fenômenos naturais a ele relacionados. O aprendizado deve incluir a compreensão dos benefícios do estudo desses fenômenos para a agricultura, a conquista de novos espaços, a construção do calendário, etc. (NOVA ESCOLA, 2019) O interesse das crianças acerca do céu e do universo é marcante, principalmente nas séries iniciais, momento em que as perguntas e curiosidades estão afloradas, trazendo uma maior oportunidade para os professores iniciarem uma Ciência altamente motivadora, utilizando a astronomia como fio condutor deste processo. (FERREIRA et al. 2014, p. 02) Figura 3: Importância da construção FONTE:https://www.erasto.com.br/noticias/importancia-do-ensino- de-artes-na-escola Nesse sentido, o trabalho do professor deve voltar-se para a aprendizagem dos alunos, explorando conteúdos que quando trabalhados, levem os alunos a construir importantes significados sobre o mundo científico. Essas três unidades temáticas devem ser consideradas sob a perspectiva da continuidade das aprendizagens e da integração com seus objetos de conhecimento ao longo dos anos de escolarização. Portanto, é fundamental que elas não se desenvolvam isoladamente. Essa integração se evidencia quando temas importantes como a sustentabilidade socioambiental, o ambiente, a saúde e a tecnologia são desenvolvidos nas três unidades temáticas. Por exemplo, para que o estudante compreenda saúde de forma abrangente, e não relacionada apenas ao seu próprio corpo, é necessário que ele seja estimulado a pensar em saneamento básico, geração de energia, impactos ambientais, além da ideia de que medicamentos são substâncias sintéticas que atuam no funcionamento do organismo. De forma similar, a compreensão do que seja sustentabilidade pressupõe que os alunos, além de entenderem a importância da biodiversidade para a manutenção dos ecossistemas e do equilíbrio dinâmico socioambiental, sejam capazes de avaliar hábitos de consumo que envolvam recursos naturais e artificiais, e identifiquem relações dos processos atmosféricos, geológicos, celestes e sociais com as condições necessárias para a manutenção da vida no planeta. Impossível pensar em uma educação científica contemporânea sem reconhecer os múltiplos papéis da tecnologia no desenvolvimento da sociedade humana. A investigação de materiais para usos tecnológicos, a aplicação de instrumentos óticos na saúde e na observação do céu, a produção de material sintético e seus usos, as aplicações das fontes de energia e suas aplicações e, até mesmo, o uso da radiação eletromagnética para diagnóstico e tratamento médico, entre outras situações, são exemplos de como ciência e tecnologia, por um lado, viabilizam a melhoria da qualidade de vida humana, mas, por outro, ampliam as desigualdades sociais e a degradação do ambiente. Dessa forma, é importante salientar os múltiplos papéis desempenhados pela relação ciência- tecnologia-sociedade na vida moderna e na vida do planeta Terra como elementos centrais no posicionamento e na tomada de decisões frente aos desafios éticos, culturais, políticos e socioambientais. Materiais Didáticos A utilização de diferentes materiais didáticos, torna o processo educacional mais interessante e dinâmico, já que sua utilizaçãoocorre não só por parte do professor, mas, sobretudo, do aluno, como participante ativo do processo de aprendizagem. Nesse sentido, a presente aula visa introduzir a importância de diferentes ferramentas no processo educacional. MATERIAIS DIDÁTICOS Os materiais, sejam eles impressos ou virtuais, devem ser de qualidade. A escolha dos materiais didáticos deve ser realizada pelo professor, de acordo com o contexto em que vive, em sintonia com seu trabalho e com o PP da escola. O professor deve pensar nas qualidades do aprendiz que deseja formar. LIVRO DIDÁTICO O livro didático tem sido o grande vilão do ensino no Brasil. Há uma linha de educadores que o criticam, porém há outros que o enfatizam. No entanto, os prós sobrepõem-se aos contras, na medida em que o livro didático torna-se, muitas vezes, elemento básico na elaboração da aula do professor. Elemento norteador do que deve ser ensinado, diante do currículo escolar. Sabemos que a realidade educacional brasileira é bastante diversificada, onde professores polivalentes têm poucas oportunidades de se aprofundarem no conhecimento científico e na metodologia do ensino especifica da área. Nesse sentido, os materiais de apoio são necessários nas salas de aula, sobretudo o livro didático. O livro didático além de facilitar o planejamento das atividades em sala de aula e ajudar na formação pedagógica dos alunos, abre portas para o hábito da leitura. O grande desafio é o de decidir quais materiais são mais adequados e de que forma utilizá-los. Cabe ao professor selecionar o melhor material didático, diante de sua própria realidade. No entanto, o livro didático deve ser material de apoio e não reinar absoluto. Para selecionar o melhor livro didático, alguns questionamentos poderão auxiliá-lo: o livro é correto do ponto de vista conceitual; A metodologia é adequada; Há preocupação com a integridade física do aluno. O desenvolvimento da competência leitora deve envolver diferentes áreas integradas às ciências. Assim, os contextos de leitura, ao se modificarem, trazem mais motivação ao aluno. A utilização de imagens deixa o assunto mais interessante, sobretudo, quando integrado à realidade do aluno. PRÁTICAS DE EXPERIMENTAÇÃO A experimentação no ensino de ciências torna a aula bastante interessante para os alunos, onde a teoria torna-se realidade. A elaboração de atividades práticas exige do professor planejamento, discussão dos resultados, consulta bibliográfica e organização do relatório. As experimentações nas aulas de ciências não necessitam de laboratórios sofisticados, podem ser desenvolvidas com atividades experimentais, mas sem a sofisticação de laboratórios equipados. Embora as atividades experimentais sejam interessantes, por si só, não garantem um bom aprendizado. Pois mesmo uma aula prática, não garante a efetividade no aprendizado se não fizer sentido para o aluno, se não for atraente e nem significativa. Quando o aluno realiza um experimento ele tem a oportunidade de verificar se aquilo que pensa, de fato ocorre. Assim, é comum que os alunos sejam obrigados a rever o que pensavam. Muitas vezes o aluno tende a encontrar explicações para o ocorrido que diferem do que o professor esperava. Assim, é importante o acompanhamento constante dos professores, de modo a orientá-lo em suas descobertas. Quando o laboratório em sala de aula se apresenta como a única alternativa possível, pode haver, também, algumas vantagens, por exemplo: • permite o surgimento próximo e espontâneo de muitas experiências que variam com o tempo: evaporações, cristalizações, corrosão, degradação de alimentos ou cuidado e observação contínua de animais e plantas; • é um lugar bem conhecido dos alunos e o docente não precisa limitar as aulas experimentais aos turnos e horários que seriam necessários para o uso de um laboratório coletivo; • permite propor uma experiência não prevista em uma transição imediata quando surge a sua necessidade a partir de um tema, da apresentação de um problema ou de uma atividade determinada que está sendo desenvolvida. PROJETO DE PESQUISA É necessário proporcionar aos alunos oportunidades de reflexão e ação mais realistas, de maneira que possam entender que a importância das Ciências está ligada muito mais às posturas cotidianas, a maneira de posicionar-se diante do desconhecido, de problematizar situações que não parecem oferecer nenhuma dúvida, de perceber que existem maneiras diferentes de entender o mundo. A introdução dessa postura de trabalho científico, no dia a dia, pode ser feita por meio de projetos. Os projetos devem desenvolver o interesse e a motivação dos alunos. Proporciona momentos de reflexões, pensando o problema a partir de diferentes pontos de vista e pensar alternativas de investigação. O projeto de pesquisa estimula o desenvolvimento do espírito científico, na medida em que TECNOLOGIAS DIGITAIS A utilização das tecnologias digitais vem facilitar e ampliar o processo de pesquisa. A busca de dados e informações é significativamente ampliada com a utilização da internet, a utilização de computadores com aplicativos de simulações de experimentos, que seriam de difícil acesso e manipulação. Enfim, a utilização da tecnologia tem facilitado e enriquecido a aprendizagem dos alunos. A tecnologia quando bem empregada torna-se um recurso importante no processo ensino aprendizagem, sobretudo, quando o aluno a utiliza como ferramenta de pesquisa e troca de informações. Ao utilizar as diferentes tecnologias digitais em suas aulas, o aluno sente-se parte integrante do processo, visto fazer parte de seu dia a dia. Quando bem aplicada as tecnologias digitais tornam- se aliadas importantes ao processo educacional. Metodologias e Modalidades de Ensino A ideia desta aula é levar o professor à reflexão sobre algumas metodologias e modalidades de ensino, específicas para o ensino de ciências. Ensinar ciências, assim como aprender ciências, deve ser algo divertido e prazeroso e, sobretudo, significativo para o aluno. A ciência discute a cientificidade de um conhecimento que sai do senso comum para o conhecimento científico quando esse conhecimento é colocado à prova, por meio do método científico. Importante lembrar que, o conhecimento científico é mutável e que não existem verdades absolutas, mas provisórias, até que novas descobertas surjam. Para que a criança aprenda as etapas do método científico é preciso praticá-lo, ainda que de forma velada, resguardando-as de teorias mais elaboradas. Nesse sentido, colocar o aluno como protagonista na construção dos conceitos é essencial. Também é preciso estar atento ao caminho que o aluno está seguindo, em sua investigação, para garantir que os objetivos de aprendizagem sejam cumpridos. O MÉTODO CIENTÍFICO As etapas do método científico podem, ou não, ser trabalhadas na sequência, de acordo com o tema a ser desenvolvido. Colocar o aluno como protagonista na construção dos conceitos é essencial. Também é preciso estar atento ao caminho que o aluno está seguindo em sua investigação, para garantir que os objetivos de aprendizagem sejam cumpridos. Para o desenvolvimento do letramento científico é preciso desenvolver a capacidade de compreender e interpretar o mundo (natural, social e tecnológico), mas também de transformá-lo, com base nos aportes teóricos e processuais das ciências. A Prática Pedagógica do Professor envolve: Figura 1: Etapas básicas do método científico FONTE: Imagem que ilustra as etapas básicas do método científico. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/quimica/metodo- cientifico.htm. Acesso em: 17/03/2019 Escolha um contexto A primeira sugestão é elaborar um contexto significativo para o aprendizado e, assim, aumentar as chances de garantir a atenção de crianças e jovens. Quando oassunto está dentro da realidade da criança torna-se mais fácil sua integração, tornando- o parte do contexto. Leve a criança a observar o contexto em que está situada, com atenção, curiosidade, paciência, devendo levar em consideração os órgãos dos sentidos Apresente o problema e instigue uma solução Em sala, a primeira etapa é apresentar o problema. Por meio de uma indagação, uma curiosidade e interesse do aluno, o problema é colocado em evidência, a fim de que se chegue a uma solução. Pesquise o tema e incentive o debate Saber realizar pesquisas qualificadas é fundamental no processo investigativo. Ao professor cabe o papel de orientador, ajudando os alunos a desenvolver a capacidade de identificar fontes confiáveis, comparar e avaliar informações. É uma prática que pode ser utilizada em vários momentos da atividade. Planeje Nesta etapa, o docente acompanha e orienta a elaboração das estratégias. É importante que o professor estimule a prática da pesquisa e oriente os alunos em suas ações. Construa o conhecimento O desenvolvimento e teste das soluções é o momento central da atividade e permite que o docente trabalhe os conteúdos previstos. Explore com os alunos o conteúdo pesquisado, os dados levantados, organize o material. Apresente os resultados Também faz parte do processo investigativo aprender a apresentar os resultados da investigação e debater sobre eles. Estimule os alunos a exporem suas descobertas em forma de seminários, feiras, mostras, com a construção de maquetes, cartazes, entre tantos outros meios. A apresentação e a divulgação das descobertas são muito importantes, pois ao divulgar os resultados de sua pesquisa, a aprendizagem se consolida. Vale ressaltar aqui as Feiras de Ciências. Feira de Ciências: da sala de aula para a comunidade. As Feiras de Ciências constituem um bom exemplo de atividades voltadas para aumentar a motivação dos alunos. Entretanto, além de esporádicas, elas são, quase sempre, desvinculadas das práticas pedagógicas adotadas em sala de aula. Exposições interativas realizadas em locais públicos, como praças, centros comerciais, parques e eventos socioculturais, proporcionam aos alunos e à comunidade uma oportunidade única de popularizar a Ciência e suas aplicações de forma lúdica. A experiência tem demonstrado que as Feiras de Ciências, tais exposições, encontram grande receptividade junto ao grande público, além de contribuir para o crescimento pessoal da equipe de alunos e professores envolvidos na sua organização. Em nosso meio escolar, é muito comum haver uma supervalorização do conhecimento, como um fim em si mesmo, desvinculado de sua dimensão social. A proposta de disponibilizar para a comunidade experiências pedagógicas inovadoras, desenvolvidas no âmbito da escola, visa justamente aproximar a escola das necessidades do público leigo, extremamente curioso e ávido por conhecimentos científicos e tecnológicos, desde que traduzidos de forma lúdica e divertida. (VALADARES, 2006). Além disso, o contato com o grande público contribui de forma muito positiva para a autoestima dos alunos e para o crescimento cultural da comunidade como um todo, contribuindo também para a valorização social da escola. Faça a avaliação Durante todas as etapas da atividade, o professor deve avaliar a aprendizagem dos alunos – tanto individualmente quanto no grupo. A avaliação deve ser contínua e processual, avaliar os alunos em todas as etapas desenvolvidas é extremamente importante, a fim de acompanhar suas etapas de desenvolvimento e do seu letramento científico. Aula Experimental Nesta unidade, veremos a importância da aula experimental no ensino de ciências. Esperamos que você aproveite o máximo possível. A Ciência sofre influência de questões sociais, tecnológicas, culturais, éticas e políticas. Por isso, suas descobertas são relativas e não definitivas, ela propõe modelos explicativos que podem ser desenvolvidos a partir de métodos científicos, por meio de experimentações. Porém, pesquisas revelam que no ensino de Ciências acontecem poucas atividades experimentais, e quando são desenvolvidas, normalmente, ocorrem de forma mais ilustrativa, limitadas à execução de procedimentos experimentais, que na maioria das vezes não abrem espaço para reflexões sobre a atividade realizada, porque não há uma problematização. (FONSECA; SOARES 2016, p.03) As aulas experimentais podem ser consideradas como um contraponto das aulas teóricas, uma poderosa ferramenta para o processo de aquisição de novos conhecimentos, pois a vivência de uma experiência facilita a fixação do conteúdo a ela relacionado. Porém, muitas escolas negligenciam a formação dos alunos com relação à experimentação, em função, muitas vezes, não só da falta de laboratório, mas da dificuldade do professor em preparar e aplicar uma aula experimental. A função do ensino experimental está diretamente relacionada com a consciência da necessidade de adoção, pelo professor, de uma postura diferenciada sobre como ensinar e aprender ciências, sendo que o ambiente escolar é um local apropriado para construção de um conhecimento científico, onde o professor seja o mediador das ações. (FONSECA; SOARES 2016, p.04) É de suma importância a aplicação de aula experimental ao aluno, a fim de que o mesmo possa explorar suas potencialidades, bem como aliar suas habilidades ao que está aprendendo. "Precisamos pensar em formar estudantes que tenham prazer pela pesquisa, pela observação de fatos e que busquem, na experimentação, as conclusões de suas hipóteses. Assim sendo, teremos a formação de indivíduos que se preocupem com seu meio em que vivem e que busquem alternativas para melhorá- lo." (FONSECA; SOARES, 2016) As atividades experimentais são estratégias fundamentais para o Ensino de Ciências, pois auxiliam a aprendizagem de conceitos científicos, facilitando aos estudantes interpretações, discussões e confrontos de opiniões. Entende-se por atividade experimental toda atividade prática cujo objetivo inicial é a observação seguida da demonstração ou da manipulação, utilizando-se de recursos como vidrarias, reagente, instrumentos e equipamentos ou de materiais alternativos, a depender do tipo de atividade e do espaço pedagógico planejado para sua realização (PARANÁ, 2008, p. 71). Assim, as atividades de experimentação são importantes ao ensino de Ciências, por se apresentarem de forma criativa e diferenciada do ensino tradicional. Nesse sentido, é preciso que o professor tenha um bom planejamento, a fim de promover a relação do conteúdo trabalhado em sala com o conteúdo da aula experimental, levando o aluno à elaboração de registros referentes à atividade experimental proposta, estimulando o levantamento de hipóteses e a discussão sobre as mesmas durante a realização da atividade experimental. As atividades experimentais possibilitam a aprendizagem de conceitos científicos, a melhoria das capacidades de resolução de problemas, o aumento da compreensão da ciência e de métodos científicos, entre outros. Porém é preciso ter em mente que uma aula experimental, por si só não possibilita a aprendizagem conceitual, porque a ação pedagógica não proporciona a construção do conhecimento científico, que é o real objetivo do ensino de Ciências. Portanto, o ensino de ciências se efetiva na aplicação da teoria e da prática, por meio da aplicação de aula experimental que proporciona a construção do conhecimento científico. UNIDADE TEMÁTICA MATÉRIA E ENERGIA Nesta unidade de aprendizagem vamos estudar sobre o eixo temático Matéria e Energia, proposto pela BNCC para o ensino de Ciências. A unidade temática Matéria e Energia contempla o estudo de materiais e suas transformações, fontes e tipos de energia utilizados na vida em geral, na perspectiva de construirconhecimento sobre a natureza da matéria e os diferentes usos da energia. Dessa maneira, nesta unidade estão envolvidos estudos referentes à ocorrência, à utilização e ao processamento de recursos naturais e energéticos empregados na geração de diferentes tipos de energia e na produção, e no uso responsável de materiais diversos. Discute-se, também, a perspectiva histórica da apropriação humana desses recursos, com base, por exemplo, na identificação do uso de materiais em diferentes ambientes e épocas, e sua relação com a sociedade e a tecnologia. Nos anos iniciais, as crianças já se envolvem com uma série de objetos, materiais e fenômenos em sua vivência diária e na relação com o entorno. Tais experiências são o ponto de partida para possibilitar a construção das primeiras noções sobre os materiais, seus usos e suas propriedades, bem como sobre suas interações com luz, som, calor, eletricidade e umidade, entre outros elementos. (BRASIL – BNCC, 2018). Além de prever a construção coletiva de propostas de reciclagem e reutilização de materiais, estimula-se ainda a construção de hábitos saudáveis e sustentáveis por meio da discussão acerca dos riscos associados à integridade física e à qualidade auditiva e visual. Espera-se também que os alunos possam reconhecer a importância, por exemplo, da água, em seus diferentes estados, para a agricultura, o clima, a conservação do solo, a geração de energia elétrica, a qualidade do ar atmosférico e o equilíbrio dos ecossistemas. (BRASIL – BNCC, 2018). EXEMPLO DE COMO TRABALHAR NA UNIDADE TEMÁTICA MATÉRIA E ENERGIA: Para o 2º ano do Ensino Fundamental Tema: Objetos e Materiais Objetos de Conhecimento: Propriedades e usos dos materiais Habilidades: Comparar características de diferentes materiais presentes em objetos de uso cotidiano, discutindo sua origem, os modos como são descartados e como podem ser usados de forma mais consciente. Objetivos de aprendizagem: Diferenciar objeto de Material, reconhecendo que diferentes objetos são fabricados de um mesmo material e que diferentes materiais podem ser usados na fabricação de um mesmo objeto. Questione: Quais objetos são feitos de um mesmo material? (cadeira, mesa, gaveteiro=madeira, CD e balde=plástico). Qual a utilidade destes objetos? (mesa para jantar, cadeira para sentar à mesa, gaveteiro para guardar roupas, CD para gravar músicas e balde para armazenar água). Que outros objetos, diferentes destes, também são fabricados pelo mesmo tipo de material? (madeira: roupeiro, cama, lápis, portão, colher de pau, porta etc. Plástico: copo, prato, brinquedos, cadeiras). De que material são feitos os demais objetos? (pneu=borracha, meia=tecido, faca=metal com cabo em madeira, aquário=vidro). Quais desses objetos poderiam ser feitos de material diferente? Que material seria? (mesa e cadeira poderiam ser de plástico, gaveteiro de metal). Comente: Antigamente, carroças e carruagens usavam rodas de madeira e ferro, e, quando surgiu a borracha, esta tornou-se substituta das rodas de madeira e ferro. Qual é o motivo do pneu ser feito de borracha e não de outro material? (Porque a borracha absorve melhor o impacto com o solo tornando o transporte mais confortável, além de ser um material resistente e durável.) Orientações: questionamento para com a turma: Que objetos são esses? (cercas, grades, portas). De que material esses objetos são feitos? (cerca 1 = madeira, cerca 2 = metal e cerca 3 = madeira e metal). Qual seria a utilidade desses objetos? (delimitar uma área, conter animais, impedir a passagem, uso para segurança etc.). VIDA E EVOLUÇÃO A unidade temática Vida e Evolução propõe o estudo de questões relacionadas aos seres vivos (incluindo os seres humanos), suas características e necessidades, e a vida como fenômeno natural e social, os elementos essenciais à sua manutenção e à compreensão dos processos evolutivos que geram a diversidade de formas de vida no planeta. Estudam-se características dos ecossistemas destacando-se as interações dos seres vivos com outros seres vivos e com os fatores não vivos do ambiente, com destaque para as interações que os seres humanos estabelecem entre si e com os demais seres vivos e elementos não vivos do ambiente. Abordam-se, ainda, a importância da preservação da biodiversidade e como ela se distribui nos principais ecossistemas brasileiros. Nos anos iniciais, as características dos seres vivos são trabalhadas a partir das ideias, representações, disposições emocionais e afetivas que os alunos trazem para a escola. Esses saberes dos alunos vão sendo organizados a partir de observações orientadas, com ênfase na compreensão dos seres vivos do entorno, como também dos elos nutricionais que se estabelecem entre eles no ambiente natural. (BRASIL – BNCC, 2018). Nos anos finais, a partir do reconhecimento das relações que ocorrem na natureza, evidencia-se a participação do ser humano nas cadeias alimentares e como elemento modificador do ambiente, seja evidenciando maneiras mais eficientes de usar os recursos naturais sem desperdícios, seja discutindo as implicações do consumo excessivo e descarte inadequado dos resíduos. Contempla-se, também, o incentivo à proposição e adoção de alternativas individuais e coletivas, ancoradas na aplicação do conhecimento científico, que concorram para a sustentabilidade socioambiental. Assim, busca-se promover e incentivar uma convivência em maior sintonia com o ambiente, por meio do uso inteligente e responsável dos recursos naturais, para que estes se recomponham no presente e se mantenham no futuro. (BRASIL – BNCC, 2018). Outro foco desta unidade é a percepção de que o corpo humano é um todo dinâmico e articulado, e que a manutenção e o funcionamento harmonioso desse conjunto dependem da integração entre as funções específicas desempenhadas pelos diferentes sistemas que o compõem. Além disso, destacam-se aspectos relativos à saúde, compreendida não somente como um estado de equilíbrio dinâmico do corpo, mas como um bem da coletividade, abrindo espaço para discutir o que é preciso para promover a saúde individual e coletiva, inclusive no âmbito das políticas públicas. (BRASIL – BNCC, 2018). Nos anos iniciais, pretende-se que, em continuidade às abordagens na Educação Infantil, as crianças ampliem os seus conhecimentos e apreço pelo seu corpo, identifiquem os cuidados necessários para a manutenção da saúde e integridade do organismo e desenvolvam atitudes de respeito e acolhimento pelas diferenças individuais, tanto no que diz respeito à diversidade étnico-cultural quanto em relação à inclusão de alunos da educação especial. (BRASIL – BNCC, 2018). Nos anos finais, são abordados também temas relacionados à reprodução e à sexualidade humana, assuntos de grande interesse e relevância social nessa faixa etária, assim como são relevantes, também, o conhecimento das condições de saúde, do saneamento básico, da qualidade do ar e das condições nutricionais da população brasileira. Pretende-se que os estudantes, ao terminarem o Ensino Fundamental, estejam aptos a compreender a organização e o funcionamento de seu corpo, assim como a interpretar as modificações físicas e emocionais que acompanham a adolescência e a reconhecer o impacto que elas podem ter na autoestima e na segurança de seu próprio corpo. É também fundamental que tenham condições de assumir o protagonismo na escolha de posicionamentos que representam autocuidado com seu corpo e respeito com o corpo do outro, na perspectiva do cuidado integral à saúde física, mental, sexual e reprodutiva. Além disso, os estudantes devem ser capazes de compreender o papel do Estado e das políticas públicas (campanhas de vacinação, programas de atendimento à saúde da família e da comunidade, investimento em pesquisa, campanhas de esclarecimento sobre doenças e vetores, entreoutros) no desenvolvimento de condições propícias à saúde. EXEMPLO DE COMO TRABALHAR NA UNIDADE TEMÁTICA VIDA E EVOLUÇÃO: Para o 2º ano do Ensino Fundamental Tema: Seres Vivos Objetos de Conhecimento: Seres vivos no ambiente Habilidades: (EF02CI04). Descrever características de plantas e animais (tamanho, forma, cor, fase da vida, local onde se desenvolvem etc.) que fazem parte de seu cotidiano e relacioná-las ao ambiente em que eles vivem. Objetivos de aprendizagem: Apontar características de um ser vivo, conseguindo identificar no ambiente em que os alunos vivem/estudam o que é um ser vivo, bem como, aquilo que não tem vida e o porquê. Praticar atitudes científicas, investigativas, a cooperação e trabalho coletivo. Terra e Universo Na unidade temática Terra e Universo, busca-se a compreensão de características da Terra, do Sol, da Lua e de outros corpos celestes – suas dimensões, composição, localizações, movimentos e forças que atuam entre eles. Ampliam-se experiências de observação do céu, do planeta Terra, particularmente das zonas habitadas pelo ser humano e demais seres vivos, bem como de observação dos principais fenômenos celestes. Além disso, ao salientar que a construção dos conhecimentos sobre a Terra e o céu se deu de diferentes formas em distintas culturas ao longo da história da humanidade, explora-se a riqueza envolvida nesses conhecimentos, o que permite, entre outras coisas, maior valorização de outras formas de conceber o mundo, como os conhecimentos próprios dos povos indígenas originários. (BRASIL – BNCC, 2018). Assim, ao abranger com maior detalhe características importantes para a manutenção da vida na Terra, como o efeito estufa e a camada de ozônio, espera- se que os estudantes possam compreender também alguns fenômenos naturais como vulcões, tsunamis e terremotos, bem como aqueles mais relacionados aos padrões de circulação atmosférica e oceânica e ao aquecimento desigual causado pela forma e pelos movimentos da Terra, em uma perspectiva de maior ampliação de conhecimentos relativos à evolução da vida e do planeta, ao clima e à previsão do tempo, entre outros fenômenos. (BRASIL – BNCC, 2018). Os estudantes dos anos iniciais se interessam com facilidade pelos objetos celestes, muito por conta da exploração e valorização dessa temática pelos meios de comunicação, brinquedos, desenhos animados e livros infantis. Dessa forma, a intenção é aguçar ainda mais a curiosidade das crianças pelos fenômenos naturais e desenvolver o pensamento espacial, a partir das experiências cotidianas de observação do céu e dos fenômenos a elas relacionados. (BRASIL – BNCC, 2018). A sistematização dessas observações e o uso adequado dos sistemas de referência permitem a identificação de fenômenos e regularidades que deram à humanidade, em diferentes culturas, maior autonomia na regulação da agricultura, na conquista de novos espaços, na construção de calendários etc. (BRASIL – BNCC, 2018). Além disso, o conhecimento espacial é ampliado e aprofundado por meio da articulação entre os conhecimentos e as experiências de observação vivenciadas nos anos iniciais, por um lado, e os modelos explicativos desenvolvidos pela ciência, por outro. Dessa forma, privilegia-se, com base em modelos, a explicação de vários fenômenos envolvendo os astros Terra, Lua e Sol, de modo a fundamentar a compreensão da controvérsia histórica entre as visões geocêntrica e heliocêntrica. (BRASIL – BNCC, 2018). A partir de uma compreensão mais aprofundada da Terra, do Sol e de sua evolução, da nossa galáxia e das ordens de grandeza envolvidas, espera-se que os alunos possam refletir sobre a posição da Terra e da espécie humana no Universo. Avaliação da Aprendizagem Um elemento essencial na ação docente diz respeito à avaliação no processo de ensino-aprendizagem. De uma prática que valorizava a memorização de informações objetivas, em um sistema classificatório, avança na perspectiva de atingir uma nova postura, a de orientar o processo educativo com o objetivo principal de formar cidadãos participativos, que possam agir conscientemente na sociedade. A avaliação da aprendizagem é tomada como um componente do processo educativo, que tem como finalidade orientar o ensino e facilitar a aprendizagem de Ciências. É somente pela avaliação contínua e diária, que o professor sabe se os alunos estão aprendendo, mas principalmente, se está conseguindo ensinar-lhes algo. No processo de ensino-aprendizagem de Ciências Naturais, a avaliação é uma atividade essencial. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9394/96), a avaliação deve ser contínua e cumulativa quanto ao desempenho do aluno e apresentar uma prevalência de aspectos qualitativos sobre os quantitativos. No entanto, professores utilizam, com frequência, instrumentos que primam pela solicitação de conhecimentos memorizados, nomenclaturas e outras informações objetivas, que de forma alguma conseguem fazer perceber se houve aprendizagem significativa dos conteúdos trabalhados. Uma prática equivocada na avaliação, utilizada em Ciências e em outras disciplinas, é a “valoração” de atividades como experiências em laboratório, exercícios etc., muitas vezes realizadas em grupo, como tarefa avaliativa conclusiva (de apropriação de conceitos). As atividades, para Hoffmann (2012), têm como objetivo principal fazer com que os alunos troquem ideias, testem hipóteses e observem diferentes reações, sendo de grande valia no processo de aquisição dos conceitos de Ciências. Para a autora, somente com tarefas individuais e dissertativas, o professor poderá investigar com maior consistência o aprendizado. Nesse contexto, a avaliação como prática pedagógica deve ser entendida como “ação, movimento, provocação, na tentativa de reciprocidade intelectual entre os elementos da ação educativa. Professor e aluno buscando coordenar seus pontos de vista, trocando ideias, reorganizando-as.” (HOFFMANN, 2012, p. 68). A avaliação é importante no processo de ensino- aprendizagem, pois propicia um momento de interação e construção de significados, no qual o estudante aprende. É importante que os professores reflitam sobre os procedimentos a serem utilizados, planeje e supere o modelo consolidado da avaliação classificatória e excludente. (PARANÁ, 2008). Hoffmann (2012, p. 107-172) defende alguns princípios que contribuirão para a melhor compreensão do caráter multidimensional de uma prática avaliativa mediadora: a) conceber a avaliação como um projeto de futuro, com o objetivo de garantir a todas as crianças e jovens uma aprendizagem para toda a vida; b) entender que “valor” e/ou “qualidade” de aprendizagem são parâmetros sempre subjetivos e arbitrários. Deve ser sempre tema de reflexão e consenso pelo coletivo dos educadores; c) acreditar que toda a aprendizagem se dá na relação do saber consigo mesmo, com os outros e com os objetos do saber. Uma prática avaliativa de modo a privilegiar a expressão própria do pensamento dos alunos. Deve-se ressaltar que a avaliação acontece de acordo com o projeto pedagógico da instituição de ensino. Esse projeto explicita as concepções de escola e de sociedade que se deseja formar. Na disciplina de Ciências, deve contribuir para formar cidadãos que conheçam o ambiente e saibam agir conscientemente, quando solicitada a sua participação. No processo educativo, a avaliação deve se fazer presente, tanto como meio de diagnóstico do processo ensino-aprendizagem quanto como instrumento de investigação da prática pedagógica, sempre com uma dimensão formadora, uma vez que o fim desse processo é a aprendizagem, ou a verificação dela, mas também permitir que haja uma reflexão sobre a ação da prática pedagógica. (PARANÁ, 2008, p. 33). A avaliação deve ampliar o olhar do professor a respeito do contexto da aprendizagem e das atividades realizadas. Odocente deve estar atento ao modo como foi executada a tarefa e o que norteou os procedimentos, a saber: o ambiente, os materiais, as escolhas, enfim, tudo que cerca o momento da realização da atividade. A avaliação poderá ser realizada em forma de observação, registro e atividades práticas.
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