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CIÊNCIAS NATURAIS NO ENSINO FUNDAMENTAL I

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CIÊNCIAS NATURAIS 
NO ENSINO 
FUNDAMENTAL I 
A disciplina “Ciências Naturais no Ensino 
Fundamental I” tem como principal objetivo propiciar 
a reflexão sobre o ensino de ciências e sua 
importância na formação da criança. Não são 
fórmulas mágicas e nem receitas prontas de como 
ensinar este ou aquele conteúdo, mas uma discussão 
dos caminhos que o ensino de ciências tem percorrido 
ao longo dos anos e de como os professores devem 
explorar a disciplina para que seu aluno atinja o 
chamado letramento científico. 
Bastante discutido, o ensino de ciências vem 
proporcionar ao aluno o desenvolvimento do 
letramento científico, o qual busca desenvolver "a 
capacidade de compreender e interpretar o mundo 
(natural, social e tecnológico), mas também de 
transformá-lo com base nos aportes teóricos e 
processuais das ciências." (MEC-BNCC, 2018, p.321) 
Nesse sentido, a ciências naturais deixa de ser uma 
disciplina distante da formação básica da criança, 
tendo como principais protagonistas a escrita, a 
leitura e a matemática e passa a ser essencial na 
formação do indivíduo autônomo e partícipe da 
construção do mundo que o rodeia. 
Entendemos ser necessária a discussão sobre o 
processo ensino aprendizagem de ciência, uma vez 
que a referida disciplina se torna, com a Base 
Nacional Comum Curricular (BNCC), elemento chave 
na formação do indivíduo. 
[...] a área de Ciências da Natureza, por meio de um olhar articulado 
de diversos campos do saber, precisa assegurar aos alunos do 
Ensino Fundamental o acesso à diversidade de conhecimentos 
científicos produzidos ao longo da história, bem como a aproximação 
gradativa aos principais processos, práticas e procedimentos da 
investigação científica. (MEC-BNCC, 2018, p.321) 
 
Iniciamos a disciplina conversando sobre a evolução 
do Ensino de Ciências no Brasil. Além explorar a 
importância do Ensino de Ciências Naturais nos Anos 
Iniciais do Ensino Fundamental 
O Ensino de Ciências é relativamente novo no Brasil, 
pois até a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases 
da Educação de 1961, o ensino de Ciências era 
ministrado apenas nas duas últimas séries do ginásio, 
o que corresponderia hoje aos 8º e 9º anos. Somente 
a partir da Lei 5692 de 1971 é que o ensino de 
ciências passou a ser ministrado nas oito séries do 1º 
grau, hoje Ensino Fundamental. 
Percebemos que, à medida que se avolumam os 
problemas sociais, ambientais, econômicos e 
políticos no mundo, outros valores e outras temáticas 
vão sendo incorporadas aos currículos. O aumento da 
poluição, as crises ambientais, a crise energética, 
traduzem o que se tem chamado atualmente de 
situação de emergência planetária (BYBEE, 1991 
apud GIL PÉREZ, et al., 2005). 
Durante esse processo evolutivo o papel do 
professor, assim como do aluno também modificou, 
deixando de ser mero transmissor e receptor 
respectivamente, para agentes ativos no processo 
ensino aprendizagem. 
Espera-se que os alunos realizem intervenções 
conscientes e revisitem, de forma reflexiva, seus 
conhecimentos e sua compreensão acerca do mundo 
em que vivem. Do professor espera-se que estimule 
e apoie seus alunos e que não se restrinja à 
manipulação de objetos em laboratórios fechados, 
mas que desafiem seus alunos à buscarem soluções 
para questões do dia a dia. 
Nesse sentido o ensino de ciências estimula o 
interesse e a curiosidade científica dos alunos 
possibilitando-o definir problemas, levantar, analisar e 
representar resultados; comunicar conclusões e 
propor intervenções. 
Desta forma, torna-se fundamental conhecer todo 
esse processo histórico e político, compreendendo 
qual a importância e finalidade que a educação 
científica assumiu em cada período, analisando 
criticamente quais eram as reais intenções das 
políticas públicas propostas em nosso país no 
decorrer dos anos. 
A trajetória histórica do ensino de ciências buscou 
superar um modelo tradicional de educação visando 
um ensino que considere "a produção do 
conhecimento científico, sua relação com práticas 
sociais voltadas para o desenvolvimento humano e a 
superação dos problemas socioculturais e ambientais 
através de práticas significativas para o aluno." 
(SALLES, 2007, p. 54) 
Podemos começar a contar a história do ensino de 
ciências no Brasil na década de 1920. Segundo 
Barreto, nessa década o ensino era voltado para as 
verdades clássicas, ou seja, as verdades universais, 
ditadas pelos grandes cientistas e que deveriam ser 
seguidas sem contestação, nem do aluno e nem do 
professor. As atividades práticas baseavam-se na 
mera reprodução daquilo que os cientistas haviam 
descobertos anteriormente. 
Na década de 1930 a disciplina consolidou-se no 
currículo das escolas. Iniciou-se a formação dos 
professores de ciências para as escolas de primeiro e 
segundo graus. 
Nas décadas de 1950 e 1960, o ensino de ciências 
refletiu a situação em que o mundo passava, com a 
industrialização e os desenvolvimentos científicos e 
tecnológicos. A educação científica era centrada em 
aulas que reproduziam modelos científicos, por meio 
da experimentação, seguindo os modelos americanos 
e ingleses. A ênfase estava na repetição e na 
memorização de conteúdos. 
A década de 1960 foi o período em que o ensino de 
ciências passou a ter um caráter científico. Os alunos 
não precisavam repetir os experimentos já 
concebidos, mas desenvolver outros experimentos 
que levassem à novas descobertas. O professor 
torna-se participativo do processo de ensino-
aprendizagem, não mais simples repetidor de 
conteúdos prontos. Em 1961 surgiu a Lei n. 4024, de 
20 de dezembro de 1961 a qual alterou a carga 
horária do currículo de ciências e liberou a 
normalização do ensino para a esfera estadual. 
Ciências passou a ser disciplina obrigatória nas 
escolas, inicialmente nas últimas séries do Ensino 
Fundamental. 
Em 1971, com a Lei n. 5692, de 11 de agosto de 1971, 
houve uma grande expansão da rede privada de 
ensino, nessa década a disciplina de Ciências passou 
a ter caráter obrigatório nas oito séries do primeiro 
grau (KRASILCHICK, 1987; BRASIL, 1997). 
Na década de 1980 o método científico cedeu espaço 
para aproximações entre ciência e sociedade 
valorizando conteúdos mais próximos do cotidiano, 
identificando problemas e propondo soluções. 
Na década de 1990, mais especificamente em 1997, 
os PCNs buscam “mostrar a Ciência como um 
conhecimento que colabora para a compreensão do 
mundo e suas transformações, para reconhecer o 
homem como parte do universo e como indivíduo”. 
Em 2017 A Base Nacional Comum Curricular 
estabelece três eixos para o ensino de Ciências: 
Matéria e Energia, Vida e Evolução e Terra e 
Universo. 
Krasilchik (1987), num estudo sobre a evolução do 
ensino de ciências no período de 1950 a 1985, aponta 
que as principais características do ensino eram: 
teórico, livresco, memorístico, estimulando a 
passividade. 
Hoje, tem-se o ensino de ciências mais participativo, 
dinâmico, interativo e repleto de descobertas. 
 
 
Vá mais Longe 
Como vimos, a evolução do ensino de ciências foi 
bastante significativa, sobretudo, deixando de ser um 
processo de ensino-aprendizagem meramente 
repetitivo, passivo, memorístico, para um ensino 
muito mais participativo e prático, voltado para a 
participação efetiva do professor como orientador e 
do aluno como agente transformador. 
Pensando nisso, pesquise em artigos e no material 
indicado na bibliografia ou disponibilizado na Internet 
quais foram as principais características da evolução 
ocorrida no ensino de Ciências no Brasil. 
O Ensino de Ciências 
Nessa aula discutiremos a importância do ensino de 
Ciências além do papel do professor na construção 
das ciências. 
O ensino de Ciências, embora relativamente recente 
nas escolas brasileiras, assumiu, nos últimos anos 
uma importância ímpar para o desenvolvimento da 
criança, sobretudo, estimulando-as a buscarem 
soluções para os problemas levantados, satisfazendo 
suas curiosidades.O ENSINO DE CIÊNCIAS 
 
A importância do ensino de Ciências na escola é 
relativamente recente. O que pudemos verificar ao 
longo da história. O ensino de Ciências demorou a ser 
incorporado na legislação, como disciplina 
obrigatória. Mesmo assim, durante muito tempo o 
ensino de ciências esteve atrelado às ideias 
positivistas, sendo tratado de forma neutra em suas 
descobertas e seus saberes eram verdades únicas e 
absolutas. 
A maneira de ensinar passou anos voltada para a 
reprodução de descobertas de cientistas renomados, 
constituindo-se simples memorização. 
 
Acreditava-se que os fenômenos naturais poderiam ser 
compreendidos com base apenas na observação e no raciocínio, 
bastando para isso que os estudantes fossem levados a conhecer 
todo o patrimônio científico produzido até então e a memorizar 
conceitos. A metodologia que tem no professor e no livro didático o 
centro da transmissão de saberes ficou conhecida como tradicional 
ou conteudista - e ainda hoje está presente nas salas de aula. (NOVA 
ESCOLA, 2019, p.01) 
 
Somente em 1960 é que se começou a questionar 
esse ensino de Ciências repetitivo, memorístico. Esse 
movimento iniciou nos Estados Unidos e se espalhou 
para alguns países europeus, chegando com menos 
força ao Brasil. A necessidade de produzir riquezas, 
por meio do desenvolvimento tecnológico, gerou 
essas mudanças. 
Hoje, "Trabalhar os conteúdos de Ciências é dar 
oportunidade às crianças e jovens de entender o 
mundo e interpretar as ações e os fenômenos que 
observam e vivenciam no dia-a-dia." (HUBNER in 
NOVA ESCOLA, 2019, p.01) 
Descobrir o porque das coisas, suas origens, as 
causas e os fenômenos da natureza são elementos 
essenciais para o ensino de ciências. 
É incontestável que o ensino de ciências deixou de 
ser um assunto de cientistas e passou a dizer respeito 
a todos os indivíduos. 
A Ciência está no nosso dia a dia, o desenvolvimento 
alcançado com as novas descobertas tem nos 
impactado em todos os aspectos, seja em função das 
descobertas científicas como meio de melhorar e 
prolongar a vida dos indivíduos, seja por meio do 
desenvolvimento da tecnologia como meio de 
comunicação e interação social. 
 
COMO ENSINAR CIÊNCIAS? 
 
O ponto de partida para qualquer atividade em 
ciências é o encontro entre a criança e um 
determinado fenômeno que ela vai tentar 
compreender ou com o qual vai interagir. 
O pontapé inicial é a exposição de uma situação-
problema, um impasse do dia-a-dia, para o qual a 
turma mobiliza o que já sabe para tentar solucioná-la. 
Para que a criança esteja motivada para resolver o 
problema, é necessário que esse problema tenha 
significado para ela, caso contrário ela perderá o 
interesse. 
A curiosidade faz parte do ensino de ciências, pois 
serve de estímulo à criança quando busca pelas 
respostas ao problema levantado. 
O estudo das ciências deve ser baseado na pesquisa, 
ou seja na descoberta pelas crianças de algo por meio 
das suas próprias ações e sistematização das 
observações, levando-as a descobrir se as hipóteses 
levantadas estavam corretas ou não. 
O papel das atividades científicas na escola é ajudar 
na formação de novas ideias, a testar essas ideias à 
luz da evidência. 
 
Obviamente, em todo este processo, o que a criança vai aprender 
depende de muitas coisas, em particular das ideias que a criança 
tinha à partida, o que fez e como interpretou o que fez. É 
essencialmente nestes dois últimos aspectos, o que a criança faz e 
como interpreta, que o professor pode ter um papel importante. De 
facto, estes aspectos dependem da orientação que as crianças 
recebem, do encorajamento para refletirem, testarem ideias, 
melhorarem técnicas, dos materiais que são postos à sua disposição. 
(CIÊNCIA VIVA, 2019, p. 03) 
 
Quanto mais familiaridade o professor tiver com as 
ideias das crianças, mas poderá planejar atividades 
que possam auxiliá-las a encontrar o caminho para 
suas descobertas. Durante o processo de 
aprendizagem, além de descobrir determinadas 
coisas sobre um dado assunto (ideias e conceitos da 
ciência), a criança estará desenvolvendo o letramento 
científico. Tornando-se capaz de criar seu próprio 
"método científico". 
Portanto: 
Promover um ensino de ciências de qualidade nas escolas é 
assegurar o futuro do país. Um dos motivos se refere ao fato de que 
um bom desenvolvimento econômico e social está diretamente ligado 
ao investimento realizado em educação. O conhecimento é a peça 
chave para alavancar a produção científico-tecnológica e abrir 
possibilidades bem sucedidas de inserção no mundo globalizado e 
competitivo (UNESCO, 2005). 
 
É importante reconhecer que o modo como a escola 
conduz o processo de ensino e aprendizagem, pode 
estimular o espírito investigativo do estudante, 
despertando nele o encantamento pela ciência, ou, ao 
contrário, pode inibir o exercício da curiosidade do 
aluno, fazendo com que esta se perca à medida que 
progride para outras séries. 
É papel do professor estimular novas descobertas, os 
questionamentos, as dúvidas, as curiosidades dos 
alunos, a fim de que se tornem capazes de aprender 
a aprender, aprender a ser indivíduos competentes na 
busca de novas descobertas. 
Portanto, ensinar ciências é fazer ciências, na medida 
em que a disciplina é construída a partir das 
curiosidades dos alunos. A ciência não é um 
conhecimento que se dá somente no espaço escolar, 
mas faz parte da sociedade e influencia decisões 
éticas, políticas e econômicas, que atingem a 
humanidade como um todo e cada indivíduo 
particularmente. 
 
O ENSINO DE CIÊNCIAS 
- Parâmetros 
Curriculares Nacionais 
de Ciências (PCN) e a 
Base Nacional Comum 
Curricular (BNCC) 
 
Nessa nossa terceira aula estudaremos sobre os 
Parâmetros Curriculares Nacionais de Ciências e 
sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) 
para o ensino de ciências e as diferenças entre ambas 
as propostas. 
Ao pensarmos nas leis que regem a educação 
brasileira temos na sequência a Constituição Federal, 
a Lei de Diretrizes e Bases da Educacional Nacional 
(LDB), as Diretrizes Curriculares e a BNCC. A Base 
operacionaliza o que deve ser ensinado. 
A Proposta da Base é dizer, ano a ano, aquilo que se 
espera que os alunos aprendam. Já os parâmetros 
trazem o conjunto de conhecimento, em linhas gerais, 
não de forma sistematizada e sistêmica, como ocorre 
na Base, além de servirem como referência sem uma 
obrigatoriedade. 
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um 
documento de caráter normativo que define o 
conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens 
essenciais que todos os alunos devem desenvolver, 
ao longo das etapas e modalidades da Educação 
Básica. (MEC 2019) 
A Base deve nortear os currículos das unidades 
escolares no Brasil, de modo a que nenhum aluno, 
em sua formação, deixe de estudar o que a base 
indica como conteúdos mínimos. 
A Base estabelece conhecimentos, competências e 
habilidades que se espera que todos os estudantes desenvolvam ao 
longo da escolaridade básica. Orientada pelos princípios éticos, 
políticos e estéticos traçados pelas Diretrizes Curriculares Nacionais 
da Educação Básica, a Base soma-se aos propósitos que direcionam 
a educação brasileira para a formação humana integral e para a 
construção de uma sociedade justa, democrática e 
inclusiva. (MEC, 2019) 
 
Já os Parâmetros Curriculares Nacionais — PCN — 
são referências para os Ensinos Fundamental e 
Médio de Ciências em todo o território nacional. O 
objetivo dos PCN é garantir que todas as crianças e 
jovens brasileiros, tenham o direito de usufruir do 
conjunto de conhecimentos reconhecidos como 
necessários para o exercício da cidadania. Não 
possuem caráter de obrigatoriedade. 
 
A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR 
 
Ao estudar a BNCC de Ciências, você vai perceber 
que há novos nomes para os eixos temáticos que 
organizam os conteúdos do componente curricular. 
Mas a mudança vai além da nomenclatura. 
Diferentemente do que havia nos PCNs. O 
documentodeixa mais clara a proposta de 
progressão da aprendizagem, com as habilidades 
sendo desenvolvidas ano a ano, com grau crescente 
de complexidade em todo o Ensino Fundamental. 
(NOVA ESCOLA, 2019) 
 
Em termos conceituais, muitos dos pressupostos que 
existiam nos Parâmetros Curriculares Nacionais 
(PCNs) foram mantidos, mas com ênfase e 
detalhamento diferentes. Mas a Base propõe o 
acesso à diversidade de conhecimentos científicos 
produzidos ao longo da história. Mas não como 
simples assimilação de conteúdos. 
 
O objetivo principal é proporcionar, aos alunos, o 
contato com processos, práticas e procedimentos da 
investigação científica para que eles sejam capazes 
de intervir na sociedade. Neste percurso, as vivências 
e interesses dos estudantes sobre o mundo natural e 
tecnológico devem ser valorizados. 
Nesse sentido, o ensino de ciências torna-se 
fundamental para o desenvolvimento do letramento 
científico. 
A Base Nacional Comum divide os estudos de 
ciências em três grandes eixos, O documento propõe 
uma mudança de paradigma, com um trabalho 
em espiral, onde esses três eixos se repetem ao 
longo da formação do aluno em diferentes graus de 
complexidade. "O objetivo é facilitar a compreensão, 
com os conceitos sendo construídos gradativamente, 
com complexidade maior ano a ano, conforme avança 
o desenvolvimento e a maturidade dos alunos." 
(NOVA ESCOLA, 2019) 
 
 
Os PCN traziam indicações de divisão por blocos 
temáticos: Ambiente, Ser Humano e Saúde e 
Recursos Tecnológicos. Os três deveriam ser 
trabalhados em todo o Ensino Fundamental. Na 
prática, a maior parte das escolas e os livros didáticos 
os distribuiam de maneira linear e isolada, com um 
assunto sendo abordado inteiro de uma vez. 
Vale lembrar que a BNCC propõe uma integração 
entre as unidades temáticas, o que fica claro quando 
determinados temas aparecem nos três eixos. É o 
caso de sustentabilidade socioambiental. 
Base Nacional Comum 
Curricular (BNCC) e seus 
três eixos 
Nessa nossa quarta aula estudaremos a Base 
Nacional Comum Curricular (BNCC) para o ensino de 
ciências e seus três eixos. 
O ensino de ciências, conforme a diretriz anterior, 
orientava de que, no início, os alunos deveriam imitar 
o professor, seguindo modelos oferecidos por ele, 
para depois se tornarem autônomos. 
A BNCC convida a abandonar a transmissão de 
conteúdo em aulas expositivas e a memorização, 
ainda presente em muitas escolas. O professor tem 
como função ser fonte de informação e, 
principalmente, orientar as ações investigativas dos 
alunos. 
A BNCC incentiva a deixar de lado a mera 
transmissão de conteúdo em aulas expositivas e a 
memorização, ainda presente em muitas escolas. 
Agora, o professor tem como função ser fonte de 
informação e, principalmente, orientar as ações 
investigativas dos alunos, ensinando-os a utilizar 
ferramentas de pesquisa, analisar dados, contrapor 
informações etc., para que eles aprendam com 
autonomia. 
A BNCC divide a área de ciências em três unidades 
temáticas, a contar: 
Matéria e Energia (Links para um site externo.), 
nessa área temática o ponto central é desenvolver a 
capacidade de entender a natureza da matéria e os 
diferentes usos da energia. Isso envolve 
compreender a origem, a utilização e o 
processamento de recursos naturais e energéticos. 
No eixo temático Terra e Universo (Links para um 
site externo.), todos devem compreender as 
características (dimensões, composição, 
localizações, movimentos e forças que atuam entre 
eles) da Terra, do Sol, da Lua e de outros corpos 
celestes, bem como os fenômenos relacionados a 
eles. 
https://novaescola.org.br/bncc/conteudo/68/ciencias-na-bncc-como-ensinar-o-eixo-tematico-materia-e-energia
https://novaescola.org.br/bncc/conteudo/70/saiba-como-ensinar-o-eixo-tematico-terra-e-universo-em-ciencias
https://novaescola.org.br/bncc/conteudo/70/saiba-como-ensinar-o-eixo-tematico-terra-e-universo-em-ciencias
Vida e Evolução (Links para um site 
externo.) engloba o estudo de tudo que se relaciona 
com os seres vivos: características e necessidades, 
processo evolutivo, interação entre os seres vivos – 
principalmente a que o ser humano estabelece entre 
si e com os demais seres vivos e elementos não vivos 
do ambiente – e preservação da biodiversidade. 
 
O Letramento Científico 
O letramento científico, envolve entre outros 
aspectos, a capacidade do indivíduo em atuar no e 
sobre o mundo. 
Ao longo do Ensino Fundamental, a área de Ciências da Natureza 
tem um compromisso com o desenvolvimento do letramento 
científico, que envolve a capacidade de compreender e interpretar o 
mundo (natural, social e tecnológico), mas também de transformá-lo 
com base nos aportes teóricos e processuais das ciências. Em outras 
palavras, apreender ciência não é a finalidade última do letramento, 
mas, sim, o desenvolvimento da capacidade de atuação no e 
sobre o mundo, importante ao exercício pleno da cidadania. Nessa 
perspectiva, a área de Ciências da Natureza, por meio de um olhar 
articulado de diversos campos do saber, precisa assegurar, aos 
alunos do Ensino Fundamental, o acesso à diversidade de 
conhecimentos científicos produzidos ao longo da história, bem como 
a aproximação gradativa aos principais processos, práticas e 
procedimentos da investigação científica. Espera-se, desse modo, 
possibilitar que esses alunos tenham um novo olhar sobre o mundo 
que os cerca, como também façam escolhas e intervenções 
conscientes e pautadas nos princípios da sustentabilidade e do bem 
comum. (BNCC, 2018, p.326) 
A proposta é que as crianças e jovens tenham acesso 
à diversidade de conhecimentos científicos 
produzidos ao longo da história – por meio, de 
inúmeros recursos, por exemplo, da leitura, 
compreensão e interpretação de artigos e textos 
https://novaescola.org.br/bncc/conteudo/71/ciencias-e-a-bncc-como-ensinar-vida-e-evolucao
https://novaescola.org.br/bncc/conteudo/71/ciencias-e-a-bncc-como-ensinar-vida-e-evolucao
científicos – e também aos principais processos, 
práticas e procedimentos da investigação científica. 
Nesse sentido a ciências tem um caráter mais prático 
e não tanto teórico. 
Para tanto, é imprescindível que eles sejam 
progressivamente estimulados a participarem de 
atividades investigativas, assim como no 
compartilhamento dos resultados dessas 
investigações. 
Isso não significa realizar atividades seguindo, necessariamente, um 
conjunto de etapas predefinidas, tampouco se restringir à mera 
manipulação de objetos ou realização de experimentos em 
laboratório. Ao contrário, pressupõe organizar as situações de 
aprendizagem partindo de questões que sejam desafiadoras e, 
reconhecendo a diversidade cultural, estimulem o interesse e a 
curiosidade científica dos alunos e possibilitem definir problemas, 
levantar, analisar e representar resultados; comunicar conclusões e 
propor intervenções. (BNCC, 2018, p.326) 
Nesse sentido, a ciência deixa de ter um caráter 
tradicional, sendo construída somente por cientistas 
renomados, dentro de laboratórios, e passa a ter um 
caráter mais humano, no sentido de fazer parte do dia 
a dia de todos os indivíduos, construída nas relações 
entre o homem e o universo. 
Os três eixos temáticos 
propostos pela BNCC 
Nesta unidade de aprendizagem, vamos estudar 
sobre os três eixos temáticos propostos pela BNCC 
para o ensino de Ciências. 
Ao estudar Ciências, as pessoas aprendem a respeito 
de si mesmas, do mundo que as rodeia, dos 
processos de evolução e manutenção da vida, do 
mundo material – com os seus recursos naturais, 
suas transformações e fontes de energia –, do nosso 
planeta no Sistema Solar e no Universo e da 
aplicação dos conhecimentos científicos nas várias 
esferas da vida humana. Essas aprendizagens 
possibilitam que os alunos compreendam, expliquem 
e intervenham no mundo em que vivem. Para orientar 
a elaboração dos currículos de Ciências, as 
aprendizagens essenciais a serem asseguradas 
neste componente curricular foram organizadas em 
trêsunidades temáticas que se repetem ao longo de 
todo o Ensino Fundamental. (MEC-BNCC, 2018) 
Para orientar a elaboração dos currículos de 
Ciências, as aprendizagens essenciais a serem 
asseguradas neste componente curricular foram 
organizadas em três unidades temáticas que se 
repetem ao longo de todo o Ensino Fundamental. 
 Unidade Temática Matéria e Energia 
 Unidade Temática Terra e Universo 
 Unidade Temática Vida e Evolução 
 
As unidades temáticas estão estruturadas em um 
conjunto de habilidades cuja complexidade cresce 
progressivamente ao longo dos anos. Essas 
habilidades mobilizam conhecimentos conceituais, 
linguagens e alguns dos principais processos, 
práticas e procedimentos de investigação envolvidos 
na dinâmica da construção de conhecimentos na 
ciência. 
Cumpre destacar que os critérios de organização das 
habilidades na BNCC (com a explicitação dos objetos 
de conhecimento aos quais se relacionam, e do 
agrupamento desses objetos em unidades temáticas) 
expressam um arranjo possível (dentre outros). 
Portanto, os agrupamentos propostos não devem ser 
tomados como modelo obrigatório para o desenho 
dos currículos. 
 
UNIDADE TEMÁTICA MATÉRIA E ENERGIA 
O ponto central da unidade temática Matéria e 
Energia é desenvolver a capacidade de entender a 
natureza da matéria e os diferentes usos da energia. 
Isso envolve compreender a origem, a utilização e o 
processamento de recursos naturais e energéticos. 
Esse é o período para construir as primeiras noções 
sobre os materiais: usos, propriedades e interações 
com luz, som, calor, eletricidade, umidade e outros 
conceitos. 
Ao se trabalhar com essa unidade, é importante que 
a criança compreenda que matéria é tudo o que nos 
rodeia e que ocupa um lugar no espaço como o ar, a 
água, o sol, a areia, as estrelas e tantos outros são 
exemplos de matéria. 
Energia é capaz de realizar um trabalho, movimento 
ou ação. É tudo que pode modificar a matéria, sua 
posição e formato. Existem vários tipos de energia, 
como o calor do sol. 
 
Nos anos iniciais, as crianças já se envolvem com uma série de 
objetos, materiais e fenômenos em sua vivência diária e na relação 
com o entorno. Tais experiências são o ponto de partida para 
possibilitar a construção das primeiras noções sobre os materiais, 
seus usos e suas propriedades, bem como sobre suas interações 
com luz, som, calor, eletricidade e umidade, entre outros elementos. 
Além de prever a construção coletiva de propostas de reciclagem e 
reutilização de materiais, estimula-se ainda a construção de hábitos 
saudáveis e sustentáveis por meio da discussão acerca dos riscos 
associados à integridade física e à qualidade auditiva e visual. (MEC-
BNCC, 2019, p. 325) 
 
Figura 1: Diferentes tipos de energia 
 
FONTE: Escola Kids. Disponível em: 
https://escolakids.uol.com.br/ciencias/materia-e-energia.htm. 
Acesso em 16/03/2019 
 
 
UNIDADE TEMÁTICA VIDA E EVOLUÇÃO 
 
Este eixo temático engloba o estudo de tudo que se 
relaciona com os seres vivos: características e 
necessidades, processo evolutivo, interação entre os 
seres vivos – principalmente a que o ser humano 
estabelece entre si e com os demais seres vivos e 
elementos não vivos do ambiente – e preservação da 
biodiversidade. Também inclui o aprendizado sobre 
aspectos relativos à saúde individual e coletiva, 
inclusive no âmbito das políticas públicas. 
A unidade temática Vida e Evolução propõe o estudo 
de questões relacionadas aos seres vivos (incluindo 
os seres humanos), suas características e 
necessidades, e a vida como fenômeno natural e 
social [...]. Estudam-se características dos 
ecossistemas destacando-se as interações dos seres 
vivos com outros seres vivos e com os fatores não 
vivos do ambiente, com destaque para as interações 
que os seres humanos estabelecem entre si e com os 
demais seres vivos e elementos não vivos do 
ambiente. (BNCC, 2018, p. 326) 
 
Figura 2:Esquema da evolução humana 
 
FONTE: Can Stock Photo. Disponível em: 
https://www.canstockphoto.com.br/evolu% C3%A7%C3%A3o-crian%C3%A7a-
15821710.html. Acesso em 16/03/2019. 
 
UNIDADE TEMÁTICA TERRA E UNIVERSO 
Nesta unidade temática, o objetivo principal é 
compreender as características (dimensões, 
composição, localizações, movimentos e forças que 
atuam entre eles) da Terra, do Sol, da Lua e de outros 
corpos celestes, bem como os fenômenos 
relacionados a eles. Isso inclui construir 
conhecimentos sobre efeito estufa, camada de 
ozônio, vulcões, tsunamis, terremotos, clima e 
previsão do tempo, entre outros fenômenos. 
Neste período, a meta é desenvolver o pensamento 
espacial com base em experiências cotidianas de 
observação do céu e dos fenômenos naturais a ele 
relacionados. O aprendizado deve incluir a 
compreensão dos benefícios do estudo desses 
fenômenos para a agricultura, a conquista de novos 
espaços, a construção do calendário, etc. (NOVA 
ESCOLA, 2019) 
O interesse das crianças acerca do céu e do universo 
é marcante, principalmente nas séries iniciais, 
momento em que as perguntas e curiosidades estão 
afloradas, trazendo uma maior oportunidade para os 
professores iniciarem uma Ciência altamente 
motivadora, utilizando a astronomia como fio condutor 
deste processo. (FERREIRA et al. 2014, p. 02) 
 
Figura 3: Importância da construção 
 
FONTE:https://www.erasto.com.br/noticias/importancia-do-ensino-
de-artes-na-escola 
 
 
Nesse sentido, o trabalho do professor deve voltar-se 
para a aprendizagem dos alunos, explorando 
conteúdos que quando trabalhados, levem os alunos 
a construir importantes significados sobre o mundo 
científico. 
Essas três unidades temáticas devem ser 
consideradas sob a perspectiva da continuidade das 
aprendizagens e da integração com seus objetos de 
conhecimento ao longo dos anos de escolarização. 
Portanto, é fundamental que elas não se 
desenvolvam isoladamente. 
Essa integração se evidencia quando temas 
importantes como a sustentabilidade socioambiental, 
o ambiente, a saúde e a tecnologia são desenvolvidos 
nas três unidades temáticas. 
Por exemplo, para que o estudante compreenda 
saúde de forma abrangente, e não relacionada 
apenas ao seu próprio corpo, é necessário que ele 
seja estimulado a pensar em saneamento básico, 
geração de energia, impactos ambientais, além da 
ideia de que medicamentos são substâncias 
sintéticas que atuam no funcionamento do organismo. 
De forma similar, a compreensão do que seja 
sustentabilidade pressupõe que os alunos, além de 
entenderem a importância da biodiversidade para a 
manutenção dos ecossistemas e do equilíbrio 
dinâmico socioambiental, sejam capazes de avaliar 
hábitos de consumo que envolvam recursos naturais 
e artificiais, e identifiquem relações dos processos 
atmosféricos, geológicos, celestes e sociais com as 
condições necessárias para a manutenção da vida no 
planeta. 
Impossível pensar em uma educação científica 
contemporânea sem reconhecer os múltiplos papéis 
da tecnologia no desenvolvimento da sociedade 
humana. 
A investigação de materiais para usos tecnológicos, a 
aplicação de instrumentos óticos na saúde e na 
observação do céu, a produção de material sintético 
e seus usos, as aplicações das fontes de energia e 
suas aplicações e, até mesmo, o uso da radiação 
eletromagnética para diagnóstico e tratamento 
médico, entre outras situações, são exemplos de 
como ciência e tecnologia, por um lado, viabilizam a 
melhoria da qualidade de vida humana, mas, por 
outro, ampliam as desigualdades sociais e a 
degradação do ambiente. 
Dessa forma, é importante salientar os múltiplos 
papéis desempenhados pela relação ciência-
tecnologia-sociedade na vida moderna e na vida do 
planeta Terra como elementos centrais no 
posicionamento e na tomada de decisões frente aos 
desafios éticos, culturais, políticos e socioambientais. 
 
Materiais Didáticos 
A utilização de diferentes materiais didáticos, torna o 
processo educacional mais interessante e dinâmico, 
já que sua utilizaçãoocorre não só por parte do 
professor, mas, sobretudo, do aluno, como 
participante ativo do processo de aprendizagem. 
Nesse sentido, a presente aula visa introduzir a 
importância de diferentes ferramentas no processo 
educacional. 
 
MATERIAIS DIDÁTICOS 
 
Os materiais, sejam eles impressos ou virtuais, 
devem ser de qualidade. A escolha dos materiais 
didáticos deve ser realizada pelo professor, de acordo 
com o contexto em que vive, em sintonia com seu 
trabalho e com o PP da escola. O professor deve 
pensar nas qualidades do aprendiz que deseja 
formar. 
 
LIVRO DIDÁTICO 
 
O livro didático tem sido o grande vilão do ensino no 
Brasil. Há uma linha de educadores que o criticam, 
porém há outros que o enfatizam. No entanto, os prós 
sobrepõem-se aos contras, na medida em que o livro 
didático torna-se, muitas vezes, elemento básico na 
elaboração da aula do professor. Elemento norteador 
do que deve ser ensinado, diante do currículo escolar. 
Sabemos que a realidade educacional brasileira é 
bastante diversificada, onde professores polivalentes 
têm poucas oportunidades de se aprofundarem no 
conhecimento científico e na metodologia do ensino 
especifica da área. Nesse sentido, os materiais de 
apoio são necessários nas salas de aula, sobretudo o 
livro didático. 
O livro didático além de facilitar o planejamento das 
atividades em sala de aula e ajudar na formação 
pedagógica dos alunos, abre portas para o hábito da 
leitura. 
O grande desafio é o de decidir quais materiais são 
mais adequados e de que forma utilizá-los. Cabe ao 
professor selecionar o melhor material didático, diante 
de sua própria realidade. No entanto, o livro didático 
deve ser material de apoio e não reinar absoluto. 
Para selecionar o melhor livro didático, alguns 
questionamentos poderão auxiliá-lo: o livro é correto 
do ponto de vista conceitual; A metodologia é 
adequada; Há preocupação com a integridade física 
do aluno. 
O desenvolvimento da competência leitora deve 
envolver diferentes áreas integradas às ciências. 
Assim, os contextos de leitura, ao se modificarem, 
trazem mais motivação ao aluno. 
A utilização de imagens deixa o assunto mais 
interessante, sobretudo, quando integrado à 
realidade do aluno. 
 
PRÁTICAS DE EXPERIMENTAÇÃO 
 
A experimentação no ensino de ciências torna a aula 
bastante interessante para os alunos, onde a teoria 
torna-se realidade. A elaboração de atividades 
práticas exige do professor planejamento, discussão 
dos resultados, consulta bibliográfica e organização 
do relatório. 
As experimentações nas aulas de ciências não 
necessitam de laboratórios sofisticados, podem ser 
desenvolvidas com atividades experimentais, mas 
sem a sofisticação de laboratórios equipados. 
Embora as atividades experimentais sejam 
interessantes, por si só, não garantem um bom 
aprendizado. Pois mesmo uma aula prática, não 
garante a efetividade no aprendizado se não fizer 
sentido para o aluno, se não for atraente e nem 
significativa. 
Quando o aluno realiza um experimento ele tem a 
oportunidade de verificar se aquilo que pensa, de fato 
ocorre. Assim, é comum que os alunos sejam 
obrigados a rever o que pensavam. Muitas vezes o 
aluno tende a encontrar explicações para o ocorrido 
que diferem do que o professor esperava. Assim, é 
importante o acompanhamento constante dos 
professores, de modo a orientá-lo em suas 
descobertas. 
Quando o laboratório em sala de aula se apresenta 
como a única alternativa possível, pode haver, 
também, algumas vantagens, por exemplo: 
• permite o surgimento próximo e espontâneo de 
muitas experiências que variam com o tempo: 
evaporações, cristalizações, corrosão, degradação 
de alimentos ou cuidado e observação contínua de 
animais e plantas; 
• é um lugar bem conhecido dos alunos e o docente 
não precisa limitar as aulas experimentais aos turnos 
e horários que seriam necessários para o uso de um 
laboratório coletivo; 
• permite propor uma experiência não prevista em 
uma transição imediata quando surge a sua 
necessidade a partir de um tema, da apresentação de 
um problema ou de uma atividade determinada que 
está sendo desenvolvida. 
 
 
PROJETO DE PESQUISA 
 
É necessário proporcionar aos alunos oportunidades 
de reflexão e ação mais realistas, de maneira que 
possam entender que a importância das Ciências 
está ligada muito mais às posturas cotidianas, a 
maneira de posicionar-se diante do desconhecido, de 
problematizar situações que não parecem oferecer 
nenhuma dúvida, de perceber que existem maneiras 
diferentes de entender o mundo. 
A introdução dessa postura de trabalho científico, no 
dia a dia, pode ser feita por meio de projetos. Os 
projetos devem desenvolver o interesse e a 
motivação dos alunos. Proporciona momentos de 
reflexões, pensando o problema a partir de diferentes 
pontos de vista e pensar alternativas de investigação. 
O projeto de pesquisa estimula o desenvolvimento do 
espírito científico, na medida em que 
 
TECNOLOGIAS DIGITAIS 
 
A utilização das tecnologias digitais vem facilitar e 
ampliar o processo de pesquisa. A busca de dados e 
informações é significativamente ampliada com a 
utilização da internet, a utilização de computadores 
com aplicativos de simulações de experimentos, que 
seriam de difícil acesso e manipulação. Enfim, a 
utilização da tecnologia tem facilitado e enriquecido a 
aprendizagem dos alunos. 
A tecnologia quando bem empregada torna-se um 
recurso importante no processo ensino 
aprendizagem, sobretudo, quando o aluno a utiliza 
como ferramenta de pesquisa e troca de informações. 
Ao utilizar as diferentes tecnologias digitais em suas 
aulas, o aluno sente-se parte integrante do processo, 
visto fazer parte de seu dia a dia. 
Quando bem aplicada as tecnologias digitais tornam-
se aliadas importantes ao processo educacional. 
 
Metodologias e 
Modalidades de Ensino 
A ideia desta aula é levar o professor à reflexão sobre 
algumas metodologias e modalidades de ensino, 
específicas para o ensino de ciências. Ensinar 
ciências, assim como aprender ciências, deve ser 
algo divertido e prazeroso e, sobretudo, significativo 
para o aluno. 
A ciência discute a cientificidade de um conhecimento 
que sai do senso comum para o conhecimento 
científico quando esse conhecimento é colocado à 
prova, por meio do método científico. Importante 
lembrar que, o conhecimento científico é mutável e 
que não existem verdades absolutas, mas 
provisórias, até que novas descobertas surjam. 
Para que a criança aprenda as etapas do método 
científico é preciso praticá-lo, ainda que de forma 
velada, resguardando-as de teorias mais elaboradas. 
Nesse sentido, colocar o aluno como protagonista na 
construção dos conceitos é essencial. 
Também é preciso estar atento ao caminho que o 
aluno está seguindo, em sua investigação, para 
garantir que os objetivos de aprendizagem sejam 
cumpridos. 
 
O MÉTODO CIENTÍFICO 
 
As etapas do método científico podem, ou não, ser 
trabalhadas na sequência, de acordo com o tema a 
ser desenvolvido. 
Colocar o aluno como protagonista na construção dos 
conceitos é essencial. Também é preciso estar atento 
ao caminho que o aluno está seguindo em sua 
investigação, para garantir que os objetivos de 
aprendizagem sejam cumpridos. 
Para o desenvolvimento do letramento científico é 
preciso desenvolver a capacidade de compreender e 
interpretar o mundo (natural, social e tecnológico), 
mas também de transformá-lo, com base nos aportes 
teóricos e processuais das ciências. 
A Prática Pedagógica do Professor envolve: 
 
Figura 1: Etapas básicas do método científico 
 
FONTE: Imagem que ilustra as etapas básicas do método científico. 
Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/quimica/metodo-
cientifico.htm. Acesso em: 17/03/2019 
 
Escolha um contexto 
 
A primeira sugestão é elaborar um contexto 
significativo para o aprendizado e, assim, aumentar 
as chances de garantir a atenção de crianças e 
jovens. Quando oassunto está dentro da realidade da 
criança torna-se mais fácil sua integração, tornando-
o parte do contexto. 
Leve a criança a observar o contexto em que está 
situada, com atenção, curiosidade, paciência, 
devendo levar em consideração os órgãos dos 
sentidos 
 
Apresente o problema e instigue uma solução 
 
Em sala, a primeira etapa é apresentar o problema. 
Por meio de uma indagação, uma curiosidade e 
interesse do aluno, o problema é colocado em 
evidência, a fim de que se chegue a uma solução. 
 
Pesquise o tema e incentive o debate 
 
Saber realizar pesquisas qualificadas é fundamental 
no processo investigativo. Ao professor cabe o papel 
de orientador, ajudando os alunos a desenvolver a 
capacidade de identificar fontes confiáveis, comparar 
e avaliar informações. É uma prática que pode ser 
utilizada em vários momentos da atividade. 
 
Planeje 
 
Nesta etapa, o docente acompanha e orienta a 
elaboração das estratégias. É importante que o 
professor estimule a prática da pesquisa e oriente os 
alunos em suas ações. 
 
 
 
Construa o conhecimento 
 
O desenvolvimento e teste das soluções é o 
momento central da atividade e permite que o 
docente trabalhe os conteúdos previstos. Explore 
com os alunos o conteúdo pesquisado, os dados 
levantados, organize o material. 
 
Apresente os resultados 
 
Também faz parte do processo investigativo aprender 
a apresentar os resultados da investigação e 
debater sobre eles. Estimule os alunos a exporem 
suas descobertas em forma de seminários, feiras, 
mostras, com a construção de maquetes, cartazes, 
entre tantos outros meios. A apresentação e a 
divulgação das descobertas são muito importantes, 
pois ao divulgar os resultados de sua pesquisa, a 
aprendizagem se consolida. 
 
Vale ressaltar aqui as Feiras de Ciências. 
Feira de Ciências: da sala de aula para a comunidade. 
As Feiras de Ciências constituem um bom exemplo 
de atividades voltadas para aumentar a motivação 
dos alunos. Entretanto, além de esporádicas, elas 
são, quase sempre, desvinculadas das práticas 
pedagógicas adotadas em sala de aula. Exposições 
interativas realizadas em locais públicos, como 
praças, centros comerciais, parques e eventos 
socioculturais, proporcionam aos alunos e à 
comunidade uma oportunidade única de popularizar a 
Ciência e suas aplicações de forma lúdica. 
A experiência tem demonstrado que as Feiras de 
Ciências, tais exposições, encontram grande 
receptividade junto ao grande público, além de 
contribuir para o crescimento pessoal da equipe de 
alunos e professores envolvidos na sua organização. 
Em nosso meio escolar, é muito comum haver uma 
supervalorização do conhecimento, como um fim em 
si mesmo, desvinculado de sua dimensão social. 
A proposta de disponibilizar para a comunidade 
experiências pedagógicas inovadoras, desenvolvidas 
no âmbito da escola, visa justamente aproximar a 
escola das necessidades do público leigo, 
extremamente curioso e ávido por conhecimentos 
científicos e tecnológicos, desde que traduzidos de 
forma lúdica e divertida. (VALADARES, 2006). 
Além disso, o contato com o grande público contribui 
de forma muito positiva para a autoestima dos alunos 
e para o crescimento cultural da comunidade como 
um todo, contribuindo também para a valorização 
social da escola. 
 
Faça a avaliação 
 
Durante todas as etapas da atividade, o professor 
deve avaliar a aprendizagem dos alunos – tanto 
individualmente quanto no grupo. A avaliação deve 
ser contínua e processual, avaliar os alunos em todas 
as etapas desenvolvidas é extremamente importante, 
a fim de acompanhar suas etapas de 
desenvolvimento e do seu letramento científico. 
Aula Experimental 
 
Nesta unidade, veremos a importância da aula 
experimental no ensino de ciências. Esperamos que 
você aproveite o máximo possível. 
A Ciência sofre influência de questões sociais, 
tecnológicas, culturais, éticas e políticas. Por isso, 
suas descobertas são relativas e não definitivas, ela 
propõe modelos explicativos que podem ser 
desenvolvidos a partir de métodos científicos, por 
meio de experimentações. 
 
Porém, pesquisas revelam que no ensino de Ciências acontecem 
poucas atividades experimentais, e quando são desenvolvidas, 
normalmente, ocorrem de forma mais ilustrativa, limitadas à 
execução de procedimentos experimentais, que na maioria das 
vezes não abrem espaço para reflexões sobre a atividade realizada, 
porque não há uma problematização. (FONSECA; SOARES 2016, 
p.03) 
 
As aulas experimentais podem ser consideradas 
como um contraponto das aulas teóricas, uma 
poderosa ferramenta para o processo de aquisição de 
novos conhecimentos, pois a vivência de uma 
experiência facilita a fixação do conteúdo a ela 
relacionado. Porém, muitas escolas negligenciam a 
formação dos alunos com relação à experimentação, 
em função, muitas vezes, não só da falta de 
laboratório, mas da dificuldade do professor em 
preparar e aplicar uma aula experimental. 
 
A função do ensino experimental está diretamente relacionada com 
a consciência da necessidade de adoção, pelo professor, de uma 
postura diferenciada sobre como ensinar e aprender ciências, sendo 
que o ambiente escolar é um local apropriado para construção de um 
conhecimento científico, onde o professor seja o mediador das 
ações. (FONSECA; SOARES 2016, p.04) 
 
É de suma importância a aplicação de aula 
experimental ao aluno, a fim de que o mesmo possa 
explorar suas potencialidades, bem como aliar suas 
habilidades ao que está aprendendo. "Precisamos 
pensar em formar estudantes que tenham prazer pela 
pesquisa, pela observação de fatos e que busquem, 
na experimentação, as conclusões de suas hipóteses. 
Assim sendo, teremos a formação de indivíduos que 
se preocupem com seu meio em que vivem e que 
busquem alternativas para melhorá- lo." (FONSECA; 
SOARES, 2016) 
As atividades experimentais são estratégias 
fundamentais para o Ensino de Ciências, pois 
auxiliam a aprendizagem de conceitos científicos, 
facilitando aos estudantes interpretações, discussões 
e confrontos de opiniões. 
 
Entende-se por atividade experimental toda atividade prática cujo 
objetivo inicial é a observação seguida da demonstração ou da 
manipulação, utilizando-se de recursos como vidrarias, reagente, 
instrumentos e equipamentos ou de materiais alternativos, a 
depender do tipo de atividade e do espaço pedagógico planejado 
para sua realização (PARANÁ, 2008, p. 71). 
 
Assim, as atividades de experimentação são 
importantes ao ensino de Ciências, por se 
apresentarem de forma criativa e diferenciada do 
ensino tradicional. Nesse sentido, é preciso que o 
professor tenha um bom planejamento, a fim de 
promover a relação do conteúdo trabalhado em sala 
com o conteúdo da aula experimental, levando o 
aluno à elaboração de registros referentes à atividade 
experimental proposta, estimulando o levantamento 
de hipóteses e a discussão sobre as mesmas durante 
a realização da atividade experimental. 
As atividades experimentais possibilitam a 
aprendizagem de conceitos científicos, a melhoria 
das capacidades de resolução de problemas, o 
aumento da compreensão da ciência e de métodos 
científicos, entre outros. 
Porém é preciso ter em mente que uma aula 
experimental, por si só não possibilita a 
aprendizagem conceitual, porque a ação pedagógica 
não proporciona a construção do conhecimento 
científico, que é o real objetivo do ensino de Ciências. 
Portanto, o ensino de ciências se efetiva na aplicação 
da teoria e da prática, por meio da aplicação de aula 
experimental que proporciona a construção do 
conhecimento científico. 
UNIDADE TEMÁTICA 
MATÉRIA E ENERGIA 
 
Nesta unidade de aprendizagem vamos estudar 
sobre o eixo temático Matéria e Energia, proposto 
pela BNCC para o ensino de Ciências. 
A unidade temática Matéria e Energia contempla o 
estudo de materiais e suas transformações, fontes e 
tipos de energia utilizados na vida em geral, na 
perspectiva de construirconhecimento sobre a 
natureza da matéria e os diferentes usos da energia. 
Dessa maneira, nesta unidade estão envolvidos 
estudos referentes à ocorrência, à utilização e ao 
processamento de recursos naturais e energéticos 
empregados na geração de diferentes tipos de 
energia e na produção, e no uso responsável de 
materiais diversos. 
Discute-se, também, a perspectiva histórica da 
apropriação humana desses recursos, com base, por 
exemplo, na identificação do uso de materiais em 
diferentes ambientes e épocas, e sua relação com a 
sociedade e a tecnologia. Nos anos iniciais, as 
crianças já se envolvem com uma série de objetos, 
materiais e fenômenos em sua vivência diária e na 
relação com o entorno. Tais experiências são o ponto 
de partida para possibilitar a construção das primeiras 
noções sobre os materiais, seus usos e suas 
propriedades, bem como sobre suas interações com 
luz, som, calor, eletricidade e umidade, entre outros 
elementos. (BRASIL – BNCC, 2018). 
Além de prever a construção coletiva de propostas de 
reciclagem e reutilização de materiais, estimula-se 
ainda a construção de hábitos saudáveis e 
sustentáveis por meio da discussão acerca dos riscos 
associados à integridade física e à qualidade auditiva 
e visual. Espera-se também que os alunos possam 
reconhecer a importância, por exemplo, da água, em 
seus diferentes estados, para a agricultura, o clima, a 
conservação do solo, a geração de energia elétrica, a 
qualidade do ar atmosférico e o equilíbrio dos 
ecossistemas. (BRASIL – BNCC, 2018). 
 
EXEMPLO DE COMO TRABALHAR NA UNIDADE 
TEMÁTICA MATÉRIA E ENERGIA: 
Para o 2º ano do Ensino Fundamental 
Tema: Objetos e Materiais 
Objetos de Conhecimento: Propriedades e usos 
dos materiais 
Habilidades: Comparar características de diferentes 
materiais presentes em objetos de uso cotidiano, 
discutindo sua origem, os modos como são 
descartados e como podem ser usados de forma mais 
consciente. 
Objetivos de aprendizagem: Diferenciar objeto de 
Material, reconhecendo que diferentes objetos são 
fabricados de um mesmo material e que diferentes 
materiais podem ser usados na fabricação de um 
mesmo objeto. 
Questione: 
 Quais objetos são feitos de um mesmo material? 
(cadeira, mesa, gaveteiro=madeira, CD e 
balde=plástico). 
 Qual a utilidade destes objetos? (mesa para jantar, 
cadeira para sentar à mesa, gaveteiro para guardar 
roupas, CD para gravar músicas e balde para 
armazenar água). 
 Que outros objetos, diferentes destes, também são 
fabricados pelo mesmo tipo de material? (madeira: 
roupeiro, cama, lápis, portão, colher de pau, porta 
etc. Plástico: copo, prato, brinquedos, cadeiras). 
 De que material são feitos os demais objetos? 
(pneu=borracha, meia=tecido, faca=metal com 
cabo em madeira, aquário=vidro). 
 Quais desses objetos poderiam ser feitos de 
material diferente? Que material seria? (mesa e 
cadeira poderiam ser de plástico, gaveteiro de 
metal). 
Comente: Antigamente, carroças e carruagens 
usavam rodas de madeira e ferro, e, quando surgiu a 
borracha, esta tornou-se substituta das rodas de 
madeira e ferro. 
Qual é o motivo do pneu ser feito de borracha e não 
de outro material? (Porque a borracha absorve 
melhor o impacto com o solo tornando o transporte 
mais confortável, além de ser um material resistente 
e durável.) 
 
Orientações: questionamento para com a turma: 
Que objetos são esses? (cercas, grades, portas). 
De que material esses objetos são feitos? (cerca 1 = 
madeira, cerca 2 = metal e cerca 3 = madeira e metal). 
Qual seria a utilidade desses objetos? (delimitar uma 
área, conter animais, impedir a passagem, uso para 
segurança etc.). 
VIDA E EVOLUÇÃO 
 
A unidade temática Vida e Evolução propõe o estudo 
de questões relacionadas aos seres vivos (incluindo 
os seres humanos), suas características e 
necessidades, e a vida como fenômeno natural e 
social, os elementos essenciais à sua manutenção e 
à compreensão dos processos evolutivos que geram 
a diversidade de formas de vida no planeta. 
Estudam-se características dos ecossistemas 
destacando-se as interações dos seres vivos com 
outros seres vivos e com os fatores não vivos do 
ambiente, com destaque para as interações que os 
seres humanos estabelecem entre si e com os demais 
seres vivos e elementos não vivos do ambiente. 
Abordam-se, ainda, a importância da preservação da 
biodiversidade e como ela se distribui nos principais 
ecossistemas brasileiros. 
Nos anos iniciais, as características dos seres vivos 
são trabalhadas a partir das ideias, representações, 
disposições emocionais e afetivas que os alunos 
trazem para a escola. Esses saberes dos alunos vão 
sendo organizados a partir de observações 
orientadas, com ênfase na compreensão dos seres 
vivos do entorno, como também dos elos nutricionais 
que se estabelecem entre eles no ambiente natural. 
(BRASIL – BNCC, 2018). 
Nos anos finais, a partir do reconhecimento das 
relações que ocorrem na natureza, evidencia-se a 
participação do ser humano nas cadeias alimentares 
e como elemento modificador do ambiente, seja 
evidenciando maneiras mais eficientes de usar os 
recursos naturais sem desperdícios, seja discutindo 
as implicações do consumo excessivo e descarte 
inadequado dos resíduos. 
Contempla-se, também, o incentivo à proposição e 
adoção de alternativas individuais e coletivas, 
ancoradas na aplicação do conhecimento científico, 
que concorram para a sustentabilidade 
socioambiental. Assim, busca-se promover e 
incentivar uma convivência em maior sintonia com o 
ambiente, por meio do uso inteligente e responsável 
dos recursos naturais, para que estes se 
recomponham no presente e se mantenham no 
futuro. (BRASIL – BNCC, 2018). 
Outro foco desta unidade é a percepção de que o 
corpo humano é um todo dinâmico e articulado, e que 
a manutenção e o funcionamento harmonioso desse 
conjunto dependem da integração entre as funções 
específicas desempenhadas pelos diferentes 
sistemas que o compõem. 
Além disso, destacam-se aspectos relativos à saúde, 
compreendida não somente como um estado de 
equilíbrio dinâmico do corpo, mas como um bem da 
coletividade, abrindo espaço para discutir o que é 
preciso para promover a saúde individual e coletiva, 
inclusive no âmbito das políticas públicas. (BRASIL – 
BNCC, 2018). 
Nos anos iniciais, pretende-se que, em continuidade 
às abordagens na Educação Infantil, as crianças 
ampliem os seus conhecimentos e apreço pelo seu 
corpo, identifiquem os cuidados necessários para a 
manutenção da saúde e integridade do organismo e 
desenvolvam atitudes de respeito e acolhimento 
pelas diferenças individuais, tanto no que diz respeito 
à diversidade étnico-cultural quanto em relação à 
inclusão de alunos da educação especial. (BRASIL – 
BNCC, 2018). 
Nos anos finais, são abordados também temas 
relacionados à reprodução e à sexualidade humana, 
assuntos de grande interesse e relevância social 
nessa faixa etária, assim como são relevantes, 
também, o conhecimento das condições de saúde, do 
saneamento básico, da qualidade do ar e das 
condições nutricionais da população brasileira. 
Pretende-se que os estudantes, ao terminarem o 
Ensino Fundamental, estejam aptos a compreender a 
organização e o funcionamento de seu corpo, assim 
como a interpretar as modificações físicas e 
emocionais que acompanham a adolescência e a 
reconhecer o impacto que elas podem ter na 
autoestima e na segurança de seu próprio corpo. 
É também fundamental que tenham condições de 
assumir o protagonismo na escolha de 
posicionamentos que representam autocuidado com 
seu corpo e respeito com o corpo do outro, na 
perspectiva do cuidado integral à saúde física, 
mental, sexual e reprodutiva. Além disso, os 
estudantes devem ser capazes de compreender o 
papel do Estado e das políticas públicas (campanhas 
de vacinação, programas de atendimento à saúde da 
família e da comunidade, investimento em pesquisa, 
campanhas de esclarecimento sobre doenças e 
vetores, entreoutros) no desenvolvimento de 
condições propícias à saúde. 
EXEMPLO DE COMO TRABALHAR NA UNIDADE 
TEMÁTICA VIDA E EVOLUÇÃO: 
 
Para o 2º ano do Ensino Fundamental 
Tema: Seres Vivos 
Objetos de Conhecimento: Seres vivos no ambiente 
Habilidades: (EF02CI04). Descrever características 
de plantas e animais (tamanho, forma, cor, fase da 
vida, local onde se desenvolvem etc.) que fazem parte 
de seu cotidiano e relacioná-las ao ambiente em que 
eles vivem. 
Objetivos de aprendizagem: 
Apontar características de um ser vivo, conseguindo 
identificar no ambiente em que os alunos 
vivem/estudam o que é um ser vivo, bem como, aquilo 
que não tem vida e o porquê. Praticar atitudes 
científicas, investigativas, a cooperação e trabalho 
coletivo. 
Terra e Universo 
 
Na unidade temática Terra e Universo, busca-se a 
compreensão de características da Terra, do Sol, da 
Lua e de outros corpos celestes – suas dimensões, 
composição, localizações, movimentos e forças que 
atuam entre eles. Ampliam-se experiências de 
observação do céu, do planeta Terra, particularmente 
das zonas habitadas pelo ser humano e demais seres 
vivos, bem como de observação dos principais 
fenômenos celestes. 
Além disso, ao salientar que a construção dos 
conhecimentos sobre a Terra e o céu se deu de 
diferentes formas em distintas culturas ao longo da 
história da humanidade, explora-se a riqueza 
envolvida nesses conhecimentos, o que permite, 
entre outras coisas, maior valorização de outras 
formas de conceber o mundo, como os 
conhecimentos próprios dos povos indígenas 
originários. (BRASIL – BNCC, 2018). 
Assim, ao abranger com maior detalhe características 
importantes para a manutenção da vida na Terra, 
como o efeito estufa e a camada de ozônio, espera-
se que os estudantes possam compreender também 
alguns fenômenos naturais como vulcões, tsunamis e 
terremotos, bem como aqueles mais relacionados aos 
padrões de circulação atmosférica e oceânica e ao 
aquecimento desigual causado pela forma e pelos 
movimentos da Terra, em uma perspectiva de maior 
ampliação de conhecimentos relativos à evolução da 
vida e do planeta, ao clima e à previsão do tempo, 
entre outros fenômenos. (BRASIL – BNCC, 2018). 
Os estudantes dos anos iniciais se interessam com 
facilidade pelos objetos celestes, muito por conta da 
exploração e valorização dessa temática pelos meios 
de comunicação, brinquedos, desenhos animados e 
livros infantis. Dessa forma, a intenção é aguçar ainda 
mais a curiosidade das crianças pelos fenômenos 
naturais e desenvolver o pensamento espacial, a 
partir das experiências cotidianas de observação do 
céu e dos fenômenos a elas relacionados. (BRASIL – 
BNCC, 2018). 
A sistematização dessas observações e o uso 
adequado dos sistemas de referência permitem a 
identificação de fenômenos e regularidades que 
deram à humanidade, em diferentes culturas, maior 
autonomia na regulação da agricultura, na conquista 
de novos espaços, na construção de calendários etc. 
(BRASIL – BNCC, 2018). Além disso, o conhecimento 
espacial é ampliado e aprofundado por meio da 
articulação entre os conhecimentos e as experiências 
de observação vivenciadas nos anos iniciais, por um 
lado, e os modelos explicativos desenvolvidos pela 
ciência, por outro. 
Dessa forma, privilegia-se, com base em modelos, a 
explicação de vários fenômenos envolvendo os astros 
Terra, Lua e Sol, de modo a fundamentar a 
compreensão da controvérsia histórica entre as 
visões geocêntrica e heliocêntrica. (BRASIL – BNCC, 
2018). A partir de uma compreensão mais 
aprofundada da Terra, do Sol e de sua evolução, da 
nossa galáxia e das ordens de grandeza envolvidas, 
espera-se que os alunos possam refletir sobre a 
posição da Terra e da espécie humana no Universo. 
Avaliação da 
Aprendizagem 
Um elemento essencial na ação docente diz respeito 
à avaliação no processo de ensino-aprendizagem. De 
uma prática que valorizava a memorização de 
informações objetivas, em um sistema classificatório, 
avança na perspectiva de atingir uma nova postura, a 
de orientar o processo educativo com o objetivo 
principal de formar cidadãos participativos, que 
possam agir conscientemente na sociedade. 
A avaliação da aprendizagem é tomada como um 
componente do processo educativo, que tem como 
finalidade orientar o ensino e facilitar a aprendizagem 
de Ciências. É somente pela avaliação contínua e 
diária, que o professor sabe se os alunos estão 
aprendendo, mas principalmente, se está 
conseguindo ensinar-lhes algo. 
No processo de ensino-aprendizagem de Ciências 
Naturais, a avaliação é uma atividade essencial. De 
acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
(Lei 9394/96), a avaliação deve ser contínua e 
cumulativa quanto ao desempenho do aluno e 
apresentar uma prevalência de aspectos qualitativos 
sobre os quantitativos. No entanto, professores 
utilizam, com frequência, instrumentos que primam 
pela solicitação de conhecimentos memorizados, 
nomenclaturas e outras informações objetivas, que de 
forma alguma conseguem fazer perceber se houve 
aprendizagem significativa dos conteúdos 
trabalhados. 
Uma prática equivocada na avaliação, utilizada em 
Ciências e em outras disciplinas, é a “valoração” de 
atividades como experiências em laboratório, 
exercícios etc., muitas vezes realizadas em grupo, 
como tarefa avaliativa conclusiva (de apropriação de 
conceitos). 
As atividades, para Hoffmann (2012), têm como 
objetivo principal fazer com que os alunos troquem 
ideias, testem hipóteses e observem diferentes 
reações, sendo de grande valia no processo de 
aquisição dos conceitos de Ciências. Para a autora, 
somente com tarefas individuais e dissertativas, o 
professor poderá investigar com maior consistência o 
aprendizado. 
Nesse contexto, a avaliação como prática pedagógica 
deve ser entendida como “ação, movimento, 
provocação, na tentativa de reciprocidade intelectual 
entre os elementos da ação educativa. Professor e 
aluno buscando coordenar seus pontos de vista, 
trocando ideias, reorganizando-as.” (HOFFMANN, 
2012, p. 68). 
A avaliação é importante no processo de ensino-
aprendizagem, pois propicia um momento de 
interação e construção de significados, no qual o 
estudante aprende. É importante que os professores 
reflitam sobre os procedimentos a serem utilizados, 
planeje e supere o modelo consolidado da avaliação 
classificatória e excludente. (PARANÁ, 2008). 
Hoffmann (2012, p. 107-172) defende alguns 
princípios que contribuirão para a melhor 
compreensão do caráter multidimensional de uma 
prática avaliativa mediadora: 
 
a) conceber a avaliação como um projeto de futuro, com o objetivo 
de garantir a todas as crianças e jovens uma aprendizagem para toda 
a vida; 
b) entender que “valor” e/ou “qualidade” de aprendizagem são 
parâmetros sempre subjetivos e arbitrários. Deve ser sempre tema 
de reflexão e consenso pelo coletivo dos educadores; 
c) acreditar que toda a aprendizagem se dá na relação do saber 
consigo mesmo, com os outros e com os objetos do saber. Uma 
prática avaliativa de modo a privilegiar a expressão própria do 
pensamento dos alunos. 
 
Deve-se ressaltar que a avaliação acontece de 
acordo com o projeto pedagógico da instituição de 
ensino. Esse projeto explicita as concepções de 
escola e de sociedade que se deseja formar. Na 
disciplina de Ciências, deve contribuir para formar 
cidadãos que conheçam o ambiente e saibam agir 
conscientemente, quando solicitada a sua 
participação. 
No processo educativo, a avaliação deve se fazer 
presente, tanto como meio de diagnóstico do 
processo ensino-aprendizagem quanto como 
instrumento de investigação da prática pedagógica, 
sempre com uma dimensão formadora, uma vez que 
o fim desse processo é a aprendizagem, ou a 
verificação dela, mas também permitir que haja uma 
reflexão sobre a ação da prática pedagógica. 
(PARANÁ, 2008, p. 33). 
A avaliação deve ampliar o olhar do professor a 
respeito do contexto da aprendizagem e das 
atividades realizadas. Odocente deve estar atento ao 
modo como foi executada a tarefa e o que norteou os 
procedimentos, a saber: o ambiente, os materiais, as 
escolhas, enfim, tudo que cerca o momento da 
realização da atividade. A avaliação poderá ser 
realizada em forma de observação, registro e 
atividades práticas.

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