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AULA 1 - SENTENÇA - NOVO CPC1

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	@murilosudremiranda
	NOSSA MISSÃO: “Potencializar a formação integral do cidadão, por meio da geração e transferência de conhecimento e da educação evangelizadora, na perspectiva do desenvolvimento sustentável”.
	Capítulo XIII
	DA SENTENÇA E DA COISA JULGADA
	Seção I
	Disposições gerais
	Sentença é o desiderato de todo o processo judicial. É o cume da prestação jurisdicional, quando o Estado entrega ao jurisdicionado a resposta do seu pedido, motivo pelo qual deve ser escorreita e hígida sob pena de implicar desserviço público. 
	NOVO CPC
	- Impossibilidade de prolação sem oitiva de uma das partes (art. 9º.) e dar a esta oportunidade de se manifestar (art. 10)
	NOVO CPC
	Art. 203.  Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.
	§ 1o Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução.
	§ 2o Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no § 1o.
	§ 3o São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte.
	§ 4o Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessário.
	Art. 204.  Acórdão é o julgamento colegiado proferido pelos tribunais.
	TIPOS DE SENTENÇA
	Terminativa e Definitiva
	(ART. 485 – Terminativa/Processual)
	Art. 485.  O juiz não resolverá o mérito quando:
	I - indeferir a petição inicial;
	II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;
	III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias;
	IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo;
	V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada;
	VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;
	VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua competência;
	VIII - homologar a desistência da ação;
	IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e
	X - nos demais casos prescritos neste Código.
	
	§ 1o Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada pessoalmente para suprir a falta no prazo de 5 (cinco) dias.
	Art. 485.  O juiz não resolverá o mérito quando:
	II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;
	III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias;
	§ 2o No caso do § 1o, quanto ao inciso II, as partes pagarão proporcionalmente as custas, e, quanto ao inciso III, o autor será condenado ao pagamento das despesas e dos honorários de advogado.
	
	§ 3o O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado.
	
 IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo;
	V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada;
	VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;
	IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e
	Matérias de ordem pública. A regra da congruência (ou correlação) entre pedido e sentença (CPC 141 e 502; CPC/1973 128 e 467) é decorrência do princípiodispositivo. Quando o juiz tiver de decidir independentemente de pedido da parte ou interessado, o que ocorre, por exemplo, com as matérias de ordem pública, não incide a regra da congruência. Isso quer significar que não haverá julgamento extra, infra ou ultra petita quando o juiz ou tribunal pronunciar-se de ofício sobre referidas matérias de ordem pública. 
	Alguns exemplos de matérias de ordem pública: a) substanciais: cláusulas contratuais abusivas (CDC 1.º e 51); cláusulas gerais (CC 2035 par. ún.) da função social do contrato (CC 421), da função social da propriedade (CF 5.º XXIII e 170 III e CC 1228 § 1.º), da função social da empresa (CF 170; CC 421 e 981) e da boa-fé objetiva (CC 422); simulação de ato ou negócio jurídico (CC 166 VII e 167); b)processuais: condições da ação e pressupostos processuais (CPC/1973 3.º, 267 IV e V; 267 § 3.º; 301 X; 301 § 4.º; CPC 17, 495 IV e V, 495 § 3.º, 338 XI, 338 § 5.º); incompetência absoluta (CPC/1973 113 § 2.º; CPC 64 § 1.º); impedimento do juiz (CPC/1973 134 e 136; CPC 144 e 147); preliminares processuais alegáveis na contestação (CPC/1973 301 e § 4.º; CPC 337 e § 5.º); pedido implícito de juros legais (CPC/1973 293; CPC 322), juros de mora (CPC/1973 219; CPC 240) e de correção monetária (L 6899/81; TRF-4.a 53); juízo de admissibilidade dos recursos (CPC/1973 518 § 1.º; STF, AgRgRE 187561-6, rel. Min. Marco Aurélio, j. 25.4.1995, DJU 22.9.1995, p. 30661; v. CPC 1010).
	
	§ 4o Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação.
	§ 5o A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença.
	Consentimento do réu para a desistência da ação, por parte do autor. O réu, depois de citado, tem de ser ouvido sobre o pedido de desistência formulado pelo autor. Somente pode opor-se a ele, se fundada sua oposição. A resistência pura e simples, destituída de fundamento razoável, não pode ser aceita porque importa em abuso de direito.
	§ 6o Oferecida a contestação, a extinção do processo por abandono da causa pelo autor depende de requerimento do réu.
	Este parágrafo e o anterior têm justificativas semelhantes: o réu pode ter interesse na solução do feito a seu favor. A inclusão deste parágrafo, aliás, consolida o que já era jurisprudência firme do STJ (STJ 240: “A extinção do processo, por abandono de causa pelo autor, depende de requerimento do réu”).
	§ 7o Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz terá 5 (cinco) dias para retratar-se.
	O dispositivo comentado confere ao juiz a oportunidade de retratação, em cinco dias, caso se convença das razões expostas pelo apelante na impugnação à sentença processual que extinguiu o processo sem resolução do mérito, caso em que poderá modificar a sentença e determinar o regular prosseguimento do feito ou, se for possível, proferir sentença de resolução do mérito.
	SENTENÇA TERMINATIVA (PROCESSUAL)
	Art. 486.  O pronunciamento judicial que não resolve o mérito não obsta a que a parte proponha de novo a ação.
	§ 1o No caso de extinção em razão de litispendência e nos casos dos incisos I, IV, VI e VII do art. 485, a propositura da nova ação depende da correção do vício que levou à sentença sem resolução do mérito.
	§ 2o A petição inicial, todavia, não será despachada sem a prova do pagamento ou do depósito das custas e dos honorários de advogado.
	§ 3o Se o autor der causa, por 3 (três) vezes, a sentença fundada em abandono da causa, não poderá propor nova ação contra o réu com o mesmo objeto, ficando-lhe ressalvada, entretanto, a possibilidade de alegar em defesa o seu direito.
	Repropositura da ação. Como a sentença de extinção do processo sem resolução do mérito (CPC 485) não faz coisa julgada material, a lide objeto daquele processo não foi julgada, razão pela qual pode ser reproposta a ação. A repropositura não é admitida de forma automática, devendo implementar-se o requisito faltante que ocasionara a extinção do processo. Por exemplo: processo extinto por ilegitimidade de parte somente admite repropositura útil se sobrevier circunstância que implemente essa condição da ação faltante no processo anterior. Do contrário, a repropositura pura e simples, sem essa observância, acarretaria nova extinção do processosem resolução do mérito por falta de interesse processual (CPC 485 VI). De qualquer sorte, o texto normativo comentado não “tranca” a via judicial futura, como pode parecer à primeira vista, porquanto a sentença proferida com base no CPC 485 V, por ser processual e não resolver o mérito, não faz coisa julgada material. Essa sentença processual, não de mérito, não é passível de impugnação por ação rescisória. 
	Prova do pagamento das custas e honorários. A parte autora não poderá repropor a ação se não houver o pagamento ou depósito das custas e honorários de advogado referentes à primeira tentativa. 
	Perempção. É a perda do direito de ação pela desídia do autor, que ensejou a extinção do processo sem resolução do mérito, por três vezes, pelo fundamento do CPC 485 III e 486 § 3.º. Tratam-se, na verdade, de três extinções do processo relativamente à mesma ação (mesmas partes, causa de pedir e pedido). A perempção atinge apenas o direito de ação, mas não o direito material que dela poderia ter sido objeto. Perempta a ação, o autor não pode ajuizar aquela pretensão, nem por ação autônoma, pedido incidental, contestação em ação dúplice, reconvenção ou pedido contraposto .
	Art. 487.  Haverá resolução de mérito quando o juiz:
	I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção;
	II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição;
	III - homologar:
	a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção;
	b) a transação;
	c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção.
	Parágrafo único.  Ressalvada a hipótese do § 1o do art. 332, a prescrição e a decadência não serão reconhecidas sem que antes seja dada às partes oportunidade de manifestar-se.
	
	Julgamento do mérito em favor da parte a quem aproveitaria a preliminar.
	Princípio da Primazia de Julgamento de mérito
	Art. 488. Desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a decisão for favorável à parte a quem aproveitaria eventual pronunciamento nos termos doart. 485.
	O juiz deixará de apreciar a preliminar e julgará o mérito, se notar que a parte a quem ela aproveita será beneficiada por isso. Trata-se de expressão do princípio da instrumentalidade das formas, enfatizando-se o fato de que, o que realmente importa é que o ato alcance a finalidade que lhe foi prevista.
	Art. 489.  São elementos essenciais da sentença:
	I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo;
	II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;
	III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe submeterem.
	Requisitos da sentença. Faltando qualquer um deles, a sentença estará nula. A nulidade pela falta de fundamentação está prevista na CF 93 IX.
	
	a) relatório: É onde se indica o que se passou no processo, contando de forma sintética a sua história: o que o autor pretende e o que diz o réu em resposta – seja processual ou material – através do extrato do pedido do autor e da resposta do réu, quais as provas produzidas e quais os pedidos que foram acolhidos e indeferidos no curso do processo desde o seu limiar. A indicação do nome das partes se apresenta relevante para identificar a demanda (partes, causa de pedir e pedido). 
	O magistrado deve elaborar o relato de forma clara, precisa e sintética, porém sem deixar de ser minucioso na descrição do objeto da decisão e da controvérsia, haja vista a necessidade de demonstração da observância do contraditório. Faltando a descrição de fatos ou não sendo reconhecíveis as questões levadas em conta por oportunidade da resolução da controvérsia, se tem por infringida a norma procedimental.
	A exigência do relatório se justifica pela demonstração de conhecimento do magistrado sobre o processo que está julgando. Todavia, nas sentenças oriundas dos Juizados Especiais Cíveis o relatório foi dispensado (art. 38 da lei n° 9.099/95), bem como nas demais decisões que não seja sentenças ou acórdãos. 
	b) fundamentação: O CPC, no art. 371, prevê a necessidade de fundamentação das decisões. Assim também a Constituição Federal, onde sua ausência implica nulidade do ato (art. 93, XI, CF). Nota-se, portanto, que a fundamentação tem implicação substancial e não meramente formal, vez que a exteriorização das razões de decidir evitam o arbítrio judicial e legitimam a decisão frente aos jurisdicionados.
	Não obstante a exibição dos motivos da decisão, releva notar que o magistrado não está adstrito aos fundamentos das pretensões das partes em face do princípio iura novit curia, todavia não pode se furtar do enfrentamento de questões essenciais como revela a Súmula 211 do STJ que admite Embargos de Declaração por omissão ou, ainda, inovar trazendo enfoque não ventilado anteriormente sobre questão essencial de modo a surpreender as partes. 
	FUNDAMENTAÇÃO DA SENTENÇA
	§ 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:
	I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida;
	II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso;
	III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
	IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;
	V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
	VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.
	§ 2o No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto e os critérios gerais da ponderação efetuada, enunciando as razões que autorizam a interferência na norma afastada e as premissas fáticas que fundamentam a conclusão.
	§ 3o A decisão judicial deve ser interpretada a partir da conjugação de todos os seus elementos e em conformidade com o princípio da boa-fé.
	
	Fundamento genérico. O texto coíbe a utilização, pelo juiz, de fundamento que caberia para embasar qualquer decisão. Tem ocorrido amiúde no foro brasileiro o emprego desse expediente, agora proibido expressamente. A alegação genérica de que, por exemplo, “houve cerceamento de defesa”, deve ser especificada com a menção do porquê, naquele caso, teria sido cerceada a defesa da parte. A negativa de seguimento de RE e de REsp pela “ausência de prequestionamento”, terá de vir acompanhada dos motivos pelos quais, concretamente, se entendeu que a matéria impugnada pelos recursos excepcionais não constaria do teor da decisão recorrida. O modelo pronto, “chapinha”, nunca foi e agora, mais clara e expressamente, não será tolerado como decisão fundamentada. A decisão que padecer desse vício é nula por falta de fundamento (CF 93 IX).
	• Paráfrase. Está vedada a utilização de paráfrase, isto é, de transcrever texto de lei mudando as palavras ou sua ordem na frase. Decisão fundamentada em texto de lei ou outro normativo deve mencionar os fatos da causa que estariam sujeitos à incidência do texto normativo. É necessário, sempre, indicar as razões de fato e de direito que implicaram a aplicação do texto legal.
	Conceitos legais indeterminados ( unbestimmte Gesetzbegriffe ). O texto não permite que se faça mera referência aos conceitos legais indeterminados, como por exemplo boa-fé, má-fé, justo título, duração razoável do processo etc. É necessário que o juiz preencha o conceito indeterminado dizendo, no caso concreto e especificamente, em que consiste a boa-fé, a má-fé, o justo título, a duração razoável do processo. A exigência da lei, portanto, é de que sejaconcretizada a abstração de que se reveste o conceito legal indeterminado. Sem dar concretude ao conceito indeterminado, a decisão não terá sido fundamentada.
	c) dispositivo: O tópico condensa o comando estatal materializado no mandamento judicial decorrente da apreciação da causa pelo Poder Judiciário. É onde se concentra a resposta aos pedidos formulados perante o magistrado (art. 487, I). Trata-se da conclusão ou desfecho do processo, por isso que o legislador utilizou o termo “questões” de modo a designar todo ponto controvertido de fato e direito que deve ser decidido pelo juiz, inclusive de ofício.É no dispositivo onde reside a força do comando judicial que forma e delimita a coisa julgada material (arts. 502 e 503), exceto no que diz respeito ao assistente litisconsorcial que não poderá discutir em novo processo a “justiça da decisão” (art. 123).
	Ausência de elemento essencial: Via de regra a ausência de elemento essencial implica nulidade da sentença que poderá, inclusive, ser declarada de ofício. É importante destacar a distinção entre falta do elemento estrutural e sua presença de modo simplificada ou concisa. Somente a ausência implica nulidade. Todavia, o trânsito em julgado convalesce o ato, que se tornará rescindível.
	Modalidades de sentença. No processo civil há as sentenças de conhecimento (meramente declaratórias, constitutivas, condenatórias e determinativas), as de execução, as cautelares e as mandamentais. Quando procedente o pedido, a sentença tem a mesma natureza da ação ajuizada; quando improcedente o pedido, a sentença é declaratória negativa.
	
	Sentença determinativa ( festsetzendes Urteil ). Trata-se de sentença na qual o juiz exerce função assemelhada à da jurisdição voluntária: não substitui a vontade das partes pela do Estado-juiz, mas integra o negócio jurídico por ele decidido. Ocorre, por exemplo, quando altera o conteúdo de cláusula contratual. “A sentença determinativa é a responsável pela aplicação dos textos normativos de conteúdo impreciso, textos que dizem de perto com os princípios, e é por meio delas, portanto, que se pode romper com a tradição inautêntica do direito e pretender sua reconstrução integrativa” 
	Art. 490. O juiz resolverá o mérito acolhendo ou rejeitando, no todo ou em parte, os pedidos formulados pelas partes.
	Julgamento de mérito. Ao apreciar o mérito, o juiz proferirá sentença de acordo com o CPC 489. Cumpre-lhe acolher ou rejeitar o pedido do autor, total ou parcialmente. O juiz só poderá julgar o mérito se estiverem presentes as condições da ação (CPC 485 VI) e os pressupostos processuais (CPC 485 IV e V). V. coments. CPC 485.
	Correlação entre pedido, causa de pedir e sentença
	Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como condenar a parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado.
	Parágrafo único. A decisão deve ser certa, ainda que resolva relação jurídica condicional.
	Vícios da sentença: Considerando os limites da atividade jurisdicional nos termos antes referidos, a inobservância implicará vício na sentença.
	extra petita – o pronunciamento diz respeito a algo que não foi pedido. Concede-se ao autor providência não pleiteada. Trata-se de grave violação ao artigo 2° do CPC. Caso seja manjado recurso (Embargos de Declaração ou Apelação) ou reexame necessário deverá anular a sentença;
	ultra petita - Pronunciamento em quantidade superior a que foi pedido. A sentença ultrapassou os limites do pleiteados. Neste caso, por oportunidade da apelação, reexame necessário ou embargos de declaração poderá ser reduzida a entrega da prestação jurisdicional aos limites do pedido sem necessidade de anulação do ato sentencial.
	citra petita ou infra petita – A sentença deixou de apreciar um dos pedidos formulados pelo autor ou parcela deles. O vício pode ser sanado por embargos de declaração por meio da complementação do julgado. Todavia se tal correção for operada pelo Tribunal, por oportunidade da apelação é preciso atenção para não ocorrer supressão de instância.
	O artigo sob comento reflete materialização do princípio da adstrição do juiz ao pedido da parte, correlação entre pedido e sentença, ou, ainda, o princípio da congruência entre o pedido e a resposta estatal (arts. 141 e 492 ambos do CPC), todas gerados a partir do princípio dispositivo. Destarte, a sentença deve ficar limitada ao que o autor requereu na petição inicial, quer sob o ponto de vista qualitativo, quer sob o ponto de vista quantitativo, exceto pelo acréscimo de pedidos decorrentes da tramitação processual como a reconvenção, ação declaratória incidental, denunciação da lide, etc. Vale aqui a ressalva à rigidez da correlação entre pedido e sentença.
	Pedidos implícitos: Ainda que não seja entabulado pedido neste sentido, o magistrado deverá tratar de condenação do sucumbente no pagamento de honorários (art. 85). O mesmo ocorre em se tratando de obrigações periódicas, pois reputar-se-ão incluídas no pedido as prestações vincendas (art. 323). Assim também os juros de mora (art. 322, § 1º) e correção monetária (art. 1° da Lei n. 6.899/81).
	Efeitos anexos ou reflexos da sentença: Independentemente de pedido expresso, determinadas sentenças, tão-só pelo fato de existirem implicam produção de efeitos. O legislador entendeu por bem valorar ainda que de modo reflexo a existência de manifestação estatal materializada na sentença, mesmo que sujeita a recurso e, portanto, não definitiva. É o caso da hipoteca judiciária prescrita no artigo 495. Assim, quem obtém sentença de condenação ao pagamento de soma em dinheiro, terá, por força de lei, e portanto sem pedido, uma hipoteca judiciária. 
	Fato superveniente
	Art. 493.  Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito influir no julgamento do mérito, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no momento de proferir a decisão.
	Parágrafo único.  Se constatar de ofício o fato novo, o juiz ouvirá as partes sobre ele antes de decidir.
	O ius superveniens e o factum supervenienspodem consistir no advento de fato ou direito que possa influir no julgamento da lide. Deve ser levado em consideração pelo juiz, de ofício ou a requerimento da parte ou interessado, independentemente de quem possa ser com ele beneficiado no processo. Não se pode, a pretexto de pretender a incidência do ius superveniens, alterar a causa de pedir ou o pedido. O dispositivo tem sido aplicado não só no primeiro grau de jurisdição, mas também em segundo grau e nas instâncias extraordinárias. V. coments. CPC 933.
	Ouvida das partes sobre fato novo. O dispositivo obriga o juiz a ouvir as partes antes de decidir sobre fato novo que constate de oficio, em atenção ao princípio do contraditório e da ampla defesa.
	ALTERAÇÃO DA SENTENÇA 
	Art. 494.  Publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la:
	I - para corrigir-lhe, de ofício ou a requerimento da parte, inexatidões materiais ou erros de cálculo;
	II - por meio de embargos de declaração.
	Art. 331. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 5 (cinco) dias, retratar-se.
	Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar:
	I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça;
	II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
	III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
	IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
	§ 1o O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição.
	§ 2o Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença, nos termos do art. 241.§ 3o Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias.
	Trata-se do princípio da inalterabilidade da sentença pelo juiz. A proibição de o juiz inovar aplica-se à sentença tout court, seja ou não de mérito (CPC 485 e 487). Só pode alterá-la nas hipóteses descritas na norma comentada. Há outras exceções ao princípio da inalterabilidade da sentença pelo juiz, como é o caso do CPC 331, que admite a “reforma”, pelo juiz de primeiro grau, da sentença de indeferimento liminar da petição inicial, por ocasião de retratação no recurso de apelação interposto pelo autor. Outra exceção é a contida no CPC 332, que permite ao juiz julgar improcedente, in limine, pretensão que (i) contrarie súmula do STF ou do STJ, (ii) contrarie acórdão do STF ou do STJ em julgamento de recursos repetitivos, (iii) contrarie entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência ou (iv) contrarie súmula de tribunal de justiça sobre direito local. Nesse caso, se acolher as razões da apelação do autor, retratar-se-á e, modificando sua sentença, determinará o prosseguimento da demanda com a citação do réu. V. CPC 485 § 7.º
	Erro material e de cálculo. Mesmo depois de transitada em julgado a sentença, o juiz pode corrigi-la dos erros materiais e de cálculo de que padece. Pode fazê-lo ex officio ou a requerimento da parte ou interessado.
	Embargos de declaração. Não havendo erro material nem de cálculo, o juiz pode corrigir a sentença, por meio de embargos de declaração, nas hipóteses do CPC 1022. A correção do erro material também pode ser requerida pela parte por meio dos embargos, mesmo sendo possível ao juiz proceder à correção de ofício.
	Hipoteca judicial
	Art. 495.  A decisão que condenar o réu ao pagamento de prestação consistente em dinheiro e a que determinar a conversão de prestação de fazer, de não fazer ou de dar coisa em prestação pecuniária valerão como título constitutivo de hipoteca judiciária.
	§ 1o A decisão produz a hipoteca judiciária:
	I - embora a condenação seja genérica;
	II - ainda que o credor possa promover o cumprimento provisório da sentença ou esteja pendente arresto sobre bem do devedor;
	III - mesmo que impugnada por recurso dotado de efeito suspensivo.
	§ 2o A hipoteca judiciária poderá ser realizada mediante apresentação de cópia da sentença perante o cartório de registro imobiliário, independentemente de ordem judicial, de declaração expressa do juiz ou de demonstração de urgência.
	§ 3o No prazo de até 15 (quinze) dias da data de realização da hipoteca, a parte informá-la-á ao juízo da causa, que determinará a intimação da outra parte para que tome ciência do ato.
	§ 4o A hipoteca judiciária, uma vez constituída, implicará, para o credor hipotecário, o direito de preferência, quanto ao pagamento, em relação a outros credores, observada a prioridade no registro.
	§ 5o Sobrevindo a reforma ou a invalidação da decisão que impôs o pagamento de quantia, a parte responderá, independentemente de culpa, pelos danos que a outra parte tiver sofrido em razão da constituição da garantia, devendo o valor da indenização ser liquidado e executado nos próprios autos.
	
	É efeito secundário e imediato da sentença que visa resguardar o interessado de eventual e futura fraude. Para ter eficácia contra terceiros, exige inscrição e especialização, considerando-se em fraude de execução toda e qualquer transação que lhe seja posterior (LRP 167 I 2). Não importa a existência, ou não, de recurso contra a decisão, para considerá-la eficaz. Trata-se de hipoteca anômala, pois, apesar de assegurado o direito de sequela ao credor, não lhe outorga a preferência, ínsita às demais espécies de direito real sobre coisa alheia.
	Inscrição antes do trânsito em julgado. É possível, tendo em vista que sua finalidade é garantir o vencedor, assegurando-o de que terá como satisfazer-se, relativamente à condenação sofrida pelo perdedor da demanda. O CPC 495 § 1.º III não estabeleceu a pendência de recurso sem efeito suspensivo como condição para a hipoteca judiciária. Pelo contrário, estabeleceu tal efeito também nesse caso. A hipótese normal é a de que penda recurso com efeito suspensivo 
	Determinação da obrigação de pagar coisa certa pela sentença.
	Art. 491.  Na ação relativa à obrigação de pagar quantia, ainda que formulado pedido genérico, a decisão definirá desde logo a extensão da obrigação, o índice de correção monetária, a taxa de juros, o termo inicial de ambos e a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso, salvo quando:
	I - não for possível determinar, de modo definitivo, o montante devido;
	II - a apuração do valor devido depender da produção de prova de realização demorada ou excessivamente dispendiosa, assim reconhecida na sentença.
	§ 1o Nos casos previstos neste artigo, seguir-se-á a apuração do valor devido por liquidação.
	§ 2o O disposto no caput também se aplica quando o acórdão alterar a sentença.
	
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	Mesmo se o pedido for genérico, a sentença deverá precisar o valor da obrigação. Nesse sentido, o juiz deve, ao longo da instrução, angariar informações que permitam a fixação do valor que entende ideal, de forma que possa proceder à fixação do valor ou concluir que se trata de uma das situações previstas nos incisos I e II. A intenção do dispositivo é evitar ao máximo que a definição do valor da obrigação seja deixada para a liquidação da sentença, o que nem sempre é necessário e faz com que a parte veja mais distante no tempo a satisfação da obrigação. É uma tentativa de adequar o cumprimento da obrigação de pagar coisa certa à garantia da razoável duração do processo (CF 5.º LXXVIII).
	Art. 497.  Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou de não fazer, o juiz, se procedente o pedido, concederá a tutela específica ou determinará providências que assegurem a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente.
	Parágrafo único.  Para a concessão da tutela específica destinada a inibir a prática, a reiteração ou a continuação de um ilícito, ou a sua remoção, é irrelevante a demonstração da ocorrência de dano ou da existência de culpa ou dolo.
	Art. 498.  Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao conceder a tutela específica, fixará o prazo para o cumprimento da obrigação.
	Parágrafo único.  Tratando-se de entrega de coisa determinada pelo gênero e pela quantidade, o autor individualizá-la-á na petição inicial, se lhe couber a escolha, ou, se a escolha couber ao réu, este a entregará individualizada, no prazo fixado pelo juiz.
	
	Art. 499.  A obrigação somente será convertida em perdas e danos se o autor o requerer ou se impossível a tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente.
	Art. 500.  A indenização por perdas e danos dar-se-á sem prejuízo da multa fixada periodicamente para compelir o réu ao cumprimento específico da obrigação.
	Art. 501.  Na ação que tenha por objeto a emissão de declaração de vontade, a sentença que julgar procedente o pedido, uma vez transitada em julgado, produzirá todos os efeitos da declaração não emitida.