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DIREITO DO TRABALHO

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DIREITO DO TRABALHO 
RESUMO OIT
O Direito Internacional Público do Trabalho não faz parte do Direito do Trabalho, mas é um dos segmentos do Direito Internacional. Há necessidade, entretanto, de se estudar o Direito Internacional do Trabalho para serem compreendidas certas regras internacionais que abrangem o trabalho, principalmente as emanadas da Organização Internacional do Trabalho (OIT). 
É o momento de tratar do Direito Internacional Público do Trabalho, pois advirão certos conceitos, principalmente as três correntes de convenções e recomendações da OIT. Em português, são usadas as palavras acordo, ajuste, arranjo, ata, ato, carta, código, compromisso, constituição, contrato, convenção, convênio, declaração, estatuto, memorando, pacto, protocolo e regulamento. São termos de uso livre e aleatório, e segundo Francisco Rezek. 
Carta e constituição vêm a ser usados nos tratados constitutivos de organizações internacionais, como a OIT. 
Ajuste, arranjo e memorando são empregados na denominação de tratados bilaterais de importância reduzida. 
Concordata é utilizado para o tratado bilateral em que uma das partes é a Santa Sé e que tem por objeto a organização do culto, a disciplina eclesiástica, missões apostólicas, relações entre a Igreja católica local e o Estado copactuante. 
O inciso I do art. 49 da Constituição faz referência a tratados, acordos ou atos internacionais. O inciso VIII do art. 84 da mesma norma menciona tratados, convenções e atos internacionais. O § 2° do art. 5" usa a expressão tratados internacionais. O § 3° do art. 5° usa a expressão tratados e convenções internacionais. Em princípio, poderia se entender que seriam institutos diversos. 
Convenção parece ter um sentido específico, pois é empregado para as determinações oriundas da Conferência da OIT. 
Tratado é uma norma jurídica escrita celebrada entre Estados, para solucionar ou prevenir situações ou estabelecer certas condições. No âmbito trabalhista, seria o estabelecimento de regras de trabalho ou a solução de certas situações de trabalho. Exemplo: o tratado que o Brasil mantém com o Paraguai, no que diz respeito a Itaipu, quanto a questões de natureza trabalhista e previdenciária.
 O inciso I do art. 49 da Constituição declara que é de competência exclusiva do Congresso Nacional resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que venham a acarretar encargos ou compromissos ao patrimônio nacional. Ao Presidente da República compete privativamente celebrar tratados. Convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional (art. 84, VIII, da Constituição). Assim, o Presidente da República tem a iniciativa de celebrar os tratados, que serão submetidos à apreciação do Congresso Nacional. que resolverá definitivamente sobre o tema.
 Implica o tratado direitos e obrigações. 
Consiste a ratificação no "ato pelo qual o poder executivo, devidamente autorizado pelo órgão para isso designado na lei interna, confirma um tratado ou declara que este deve produzir seus devidos efeitos".
 0 tratado não se con4unde com o costume, pois o tratado é um ajuste segue certas formas. Não precisa necessariamente ser escrito. 
Distingue-se o tratado de gentleman agreement porque este não compreende sujeitos de direito internacional. É um mero acordo de cavalheiros. 
 	Os tratados podem ser classificados em bilaterais, que abrangem duas partes, ou multilaterais ou plurilaterais, em que há várias partes. É também encontrada a expressão tratado coletivo, quando as partes são muito numerosas.
 Hildebrando Accioly prefere a classificação de tratados-contratos e tratados-leis ou tratados normativos. Os tratados normativos são celebrados entre muitos Estados, fixando normas de direito internacional, podendo ser comparados a verdadeiras leis. Os tratados-contratos regulam interesses recíprocos dos Estados convenentes, resultando de concessões mútuas, tendo aparência de contratos. Alguns tratados têm as duas qualidades, de contrato e de lei, como acontece com os tratados de paz. 
A aprovação é feita por decreto legislativo do Senado Federal. 
Há quem entenda que as normas internacionais teriam vigência imediata, por compreenderem direitos e garantias fundamentais, tendo por fundamento o § 1° do art. 5° da Constituição. Seria desnecessária a promulgação da norma internacional. 
Quem faz menção aos tratados internacionais são os §§ 2° e 3' do art. 59 da Lei Magna, e não o § 1° do mesmo artigo. Outros direitos podem ser especificados em tratados internacionais que o Brasil tenha ratificado. Leciona Hildebrando Accioly que promulgação "é o ato jurídico, de natureza interna, pelo qual o governo de um Estado afirma ou atesta a existência de um tratado por ele celebrado e o preenchimento das formalidades exigidas para sua conclusão e, além disso, ordena sua execução dentro dos limites aos quais se estende a competência estatal". Menciona ainda o mestre que "essa publicação tem em vista apenas a produção de efeitos na ordem interna e é regulada pelo direito público interno de cada Estado".
 A vigência da norma internacional exige publicidade, tornando público o texto oficial, o que é feito por intermédio de decreto de promulgação, isto é, por decreto do presidente da República. 
Não existe determinação constitucional no sentido de a promulgação ser decreto. Assevera Francisco Rezek que é uma praxe "tão antiga quanto a Independência e os primeiros exercícios convencionais do Império". Vale o decreto “como ato de publicidade da existência do tratado, norma jurídica de vigência atual ou iminente. Publica-os, pois, o órgão oficial, para que o tratado — cujo texto completo vai em anexo — se introduza na ordem legal, e opere desde o momento próprio. A simples publicação no Diário Oficial, autorizada pelo Ministro das Relações Exteriores e efetivada pela Divisão de Atos Internacionais do Itamaraty, garante a introdução no ordenamento jurídico nacional dos acordos celebrados no molde 'executivo' — sem manifestação tópica do Congresso ou intervenção formal, a qualquer título, do Presidente da República".
 A Constituição da OIT não dispõe, porém, que a convenção deve ser promulgada. 
A norma internacional só vige "depois de oficialmente publicada" (art. 1° da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro), o que é feito com o decreto de promulgação publicado no Diário Oficial da União. Com isso, a norma internacional é traduzida para o português, é tornada pública, sendo indicada a data de sua vigência. 
A publicação do texto da norma internacional no Diário do Congresso Nacio-nal não tem o condão de torná-la obrigatória, o que só é realizado com a publicação no Diário Oficial da União, quando é fixada a data do início de sua vigência. 
O estudo do Direito Internacional do Trabalho passa a assumir especial importância com o Tratado de Versalhes, de 1919. A OIT é constituída na Parte XIII do referido tratado, tendo sido complementada posteriormente pela Declaração de Filadélfia, de 1944.
 Em 1920, a OIT foi transferida para Genebra. 
É composta a OIT de três órgãos: a Conferência ou Assembleia Geral, o Con-selho de Administração e a Repartição Internacional do Trabalho. 
A Conferência ou Assembleia Geral é o órgão de deliberação da OIT, que se reúne no local indicado pelo Conselho de Administração. As reuniões são realizadas em junho de cada ano em Genebra, mas podem ser realizadas em outro país, como já ocorreu em São Francisco (Convenção 87). A Conferência é constituída de representantes dos Estados-membros. São realizadas sessões, pelo menos uma vez por ano, em que comparecem as delegações de cada Estado-membro. As delegações têm estrutura tripartite. Cada delegação tem quatro membros: dois do governo, um dos trabalhadores e um dos empregadores. Cada delegação pode se fazer acompanhar de conselheiros técnicos. A Conferência traça as diretrizes básicas a serem observadas no âmbito da OIT quanto à política social. É na Conferência que são elaboradas as convenções e recomendações internacionais da OIT.
 O Conselho de Administraçãoexerce função executiva, administrando a OIT, sendo também composto de representantes de empregados, empregadores e do governo. Tem função financeira e administrativa. Coordena as atividades da organização. O Conselho de Administração fixa a data, local e ordem do dia das reuniões da Conferência, elege o Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho e institui comissões permanentes ou especiais. Reúne-se o Conselho de Administração três vezes por ano em Genebra. O Conselho é eleito de três em três anos pela Conferência Geral. Há um presidente e dois vice-presidentes. É composto. atualmente, de 56 membros. São 28 representantes dos governos, 14 dos empregadores e 14 dos empregados. Dos 28 representantes governamentais, dez são nomeados pelos Estados-membros de maior importância industrial e 18 são nomeados pelos Estados-membros designados para esse fim pelos delegados governamentais da conferência. 
A Repartição Internacional do Trabalho é a secretaria da OIT, dedicando-se documentar e divulgar suas atividades, publicando as convenções e recomendações adotadas, editando a Revista Internacional do Trabalho e a Série Legislativa, de maneira a expor as leis trabalhistas dos países-membros. Faz a preparação técnica da abertura da Conferência e cooperação técnica aos governos. Exerce atividade de pesquisa e de publicação. Edita a Revista Internacional do Trabalho. A Repartição internacional do Trabalho é dirigida pelo Diretor-Geral nomeado pelo Conselho de Administração, de quem receberá instruções. 
A OIT é uma organização especializada. A ONU é uma organização geral. 
 O protocolo é a forma em que é feito o acordo entre os negociadores a respeito de um tratado. 
A ratificação é a maneira de se dar validade ao tratado, mostrando que o governo aprova o pacto, que passa a integrar sua ordem jurídica. No Brasil, os tratados e convenções internacionais são considerados normas supralegais pelo STF. 
As convenções da OIT são normas jurídicas provenientes da Conferência da OIT, que têm por objetivo determinar regras gerais obrigatórias para os Estados, que as ratificarem, passando a fazer parte de seu ordenamento jurídico interno. São Aprovadas as convenções da OIT pela Conferência Internacional por maioria de dois terços dos delegados presentes na conferência (art. 19.2, da Constituição da OIT). Para terem validade, devem ser ratificadas pelos países signatários. Os Estados, porém, não são obrigados a ratificá-las, só o fazendo quando assim têm interesse.
Têm por objetivo determinar regras gerais obrigatórias para os Estados que as ratificarem, passando a fazer parte de seu ordenamento jurídico interno. É obrigatória a convenção depois de ratificada. Firma direitos e obrigações. As Convenções da OIT têm natureza de tratados multilaterais, pois podem ter várias partes, pois geram direitos e obrigações para as partes acordantes. São abertas, pois permitem a ratificação sem qualquer limite de prazo. Todos os países-membros da ONU são automaticamente membros da OIT. É objeto de ratificação. É considerada fonte formal de Direito. O não cumprimento da Convenção por um país implica sanção moral aplicada pela OIT. Na prática, certos países podem impor limitações ou sanções econômicas a outros pelo fato de não ratificarem as Convenções da OIT, como opor embargos comerciais a produtos do referido país por ter trabalho escravo ou infantil etc. 
Dispõe o § 32 do art. 52 da Constituição que os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
 As convenções da OIT podem ser divididas em: 
a) autoaplicáveis, que dispensam qualquer regulamentação; 
b) de princípios, que apenas estabelecem normas gerais dirigidas aos Estados, que irão regular a matéria;
c) promocionais, que estabelecem programas a ser disciplinados pela legislação nacional a médio e longo prazos. 
Até 1939, as convenções eram detalhistas. Após esse ano, são convenções de direitos humanos fundamentais. Posteriormente, convenções de princípios, de acordo com condições socioeconômicas. Eram acompanhadas de recomendações detalhistas.
 A vigência internacional de uma convenção da OIT passa a ocorrer geralmente a partir de 12 meses após o registro de duas ratificações por Estados-membros na Repartição Internacional do Trabalho. Normalmente, no campo internacional a Convenção tem vigência por prazo indeterminado. Se a Convenção não estiver em vigor no país que a ratificou, não terá eficácia nesse país. 
Após ser a Convenção aprovada pela Conferência Internacional do Trabalho, o governo do Estado-membro deve submetê-la, no prazo máximo de 18 meses, ao órgão nacional competente (art. 19, § 5º, b, da Constituição da OIT), que, em nosso caso, é o Congresso Nacional (art. 49, I, da Constituição). O chefe de Estado poderá ratificá-la em ato formal dirigido ao Diretor-Geral da Repartição Internacional do Trabalho (art. 19, § 5º, d, da Constituição da OIT). A Convenção entrará em vigor no país, depois de certo período da data em que haja sido registrada na OIT sua ratificação, e que normalmente é especificado na referida norma internacional. A ratificação tem validade decenal. No Brasil, a Convenção é aprovada por meio de decreto legislativo. Há necessidade, ainda, de que a Convenção seja tornada pública, para efeito de divulgação de seu texto, o que é feito por meio de decreto do Presidente da República, pois a lei ou a norma internacional só vige "depois de oficialmente publicada" (art. 1° do Decreto-lei nº 4.657/42) no Diário Oficial. 
As Convenções da OIT têm natureza de tratado-lei, de tratado internacional, de tratado multilateral e não de tratado-contrato, pois formulam regras, condições ou princípios de ordem geral, destinados a reger certas relações internacionais, estabelecendo normas gerais de ação, como ocorre com a Convenção sobre o mar territorial. As Convenções da OIT não correspondem, porém, a leis supranacionais, pois a Conferência da OIT não tem natureza de um Parlamento Universal cem a possibilidade de impor normas aos Estados. O ato-regra é a Convenção aprovada pela Conferência. O ato-condição é a ratificação pelo Estado-membro. 
Para a OIT são princípios fundamentais: (a) livre associação sindical e negociação coletiva, (b) abolição do trabalho forçado; (c) não discriminação ou igualdade (d) abolição do trabalho infantil (item 2 da Declaração sobre os princípios fundamentais e direitos ao trabalho da OIT, de 1998). 
A OIT considera as convenções que promovem trabalho decente: (1) 87, sobre liberdade sindical; (2) 98, sobre negociação coletiva; (3) 29, trabalho forçado; (4) 105, abolição do trabalho forçado; (5) 138, idade mínima para o trabalho; (6) piores formas de trabalho infantil; (7) 100, igualdade de remuneração; (111) discriminação. Essas convenções também são consideradas pela OIT como fundamentais.
 São consideradas prioritárias para a OIT certas convenções: 81, sobre Inspeção do Trabalho; 129, sobre Inspeção do Trabalho na Agricultura; 144, sobre consulta tripartite; 122, sobre Política de Emprego. O órgão encoraja os países a ratifica-las em razão da sua importância para o funcionamento de um sistema internacional de padrões para o trabalho.
Atualmente, 75 convenções da OIT são consideradas relevantes pela organização. As demais não são consideradas relevantes, pois perderam interesse no curso do tempo, foram revistas por outras mais recentes. Exemplo é a Convenção número 3 que foi revista pela de número 103. 
O Trabalho 3-D não deve ser permitido: dirty (sujo), dangerous (perigoso) e degrading (degradante). 
A livre associação sindical e a negociação coletiva são consideradas direitos fundamentais pela OIT.8 Elas têm raízes na Constituição da OIT e na Declaração de Filadélfia anexada à Constituição da OIT. A Convenção 87 da OIT não trata de pluralismo sindical. Cabe ao trabalhador escolher livremente entre pluralismo ou monopólio, ingressando ou saindolivremente do sindicato. A lei não pode impor nada. 
Recomendação é uma norma da OIT em que não houve número suficiente de adesões para que ela viesse a transformar-se numa Convenção. Para tanto, passa a ter validade apenas como sugestão ao Estado, como mera indicação, de modo a orientar seu direito interno. Ela não é ratificada pelo Estado-membro, ao contrário do que ocorre com a Convenção, mas é submetida à autoridade competente no direito interno. É facultativa a recomendação, não obrigando os países-membros da OIT, servindo apenas como indicação ou orientação, de guia (guideline). Normalmente, a recomendação tem a finalidade de completar as disposições de uma Convenção da OIT. Antecede, muitas vezes, a elaboração de uma convenção. É precária. Não cria direitos e obrigações. Não existe entrada em vigor, denúncia e revisão. O tema é incerto para adoção pelos países de convenção. A matéria ainda não está madura para ser adotada sob a forma de Convenção. Precisa ser melhor debatida. É considerada mera fonte material de Direito, servindo de inspiração para o legislador nacional tratar de seu conteúdo. Trata de tema que não tem solução a ser aplicada de maneira geral nos países, que ainda não é aceita ou é controversa. Deve haver informação periódica para a OIT sobre o estado da legislação interna sobre o tema. 
Apesar de a recomendação não precisar ser aprovada ou promulgada, o Decreto n 3.597, de 12-1-2000, promulgou a Recomendação n 190 da OIT. O Decreto Legislativo nº 51, de 30-6-1974, aprovou a Recomendação nº 139 da OIT. 
Tanto para a Convenção como para a Recomendação, há necessidade de que sejam aprovadas pela Conferência em duas sessões seguidas, que são realizadas em dois anos seguidos, visando, assim, à maior segurança. 
A Conferência poderá pronunciar-se pela aceitação de uma convenção ou de uma recomendação, quando não for possível adotar a primeira. Não é, portanto, aprovada automaticamente a recomendação se não for aprovada a convenção (art. 19 da Constituição da OIT). Em ambos os casos, há necessidade de voto de dois terços dos presentes.
Inglês e francês são as línguas dos textos autênticos. Espanhol é a língua de trabalho da OIT.
A OIT prega universalidade, pois suas normas devem ser observadas no mundo todo. Não pretende criar uniformidade de procedimentos nos países. Não tem por objetivo impor determinações, mas persuadir os países a aplicarem certos procedimentos; flexibilidade, em razão de que remete à legislação de cada país ou a Convenção permite que o país escolha a idade mínima para o trabalho (C. 138); tripartismo, com participação do governo, trabalhadores e empregadores nas discussões e decisões. Objetiva a OIT promover justiça social, por meio de padrões internacionais de trabalho. 
As resoluções da OIT servem para dar seguimento aos procedimentos das =mas internacionais, como se fossem decisões ordinatórias. 
Denúncia é o aviso-prévio dado pelo Estado de que não tem interesse em continuar aplicando uma norma internacional. No caso da Convenção da OIT, é o ato pelo qual o Estado avisa a OIT que já não tem interesse em continuar observando aquela norma em seu ordenamento jurídico interno. Só é possível denunciar uma Convenção da OIT no decurso do décimo ano, sendo que há prorrogação por iguais períodos se o Estado não observar a referida faculdade. 
Revisão é o ato pelo qual a norma internacional vai ser adaptada à realidade econômica e social do país acordante. Geralmente, as próprias convenções já tratam da forma como serão revistas. A Convenção 3 foi revista pela Convenção 103 da OIT.
 Reclamação é a forma de que dispõem as organizações profissionais de trabalhadores ou de empregadores para mostrar o não cumprimento de convenção ratificada por parte de um Estado-membro. A reclamação é dirigida ao Conselho de Administração.
Queixa é o processo instaurado contra Estado-membro que não adotou as medidas necessárias ao cumprimento de uma convenção por ele ratificada. Pode par qualquer Estado-membro que tenha ratificado a convenção, como, ex officio pelo o Conselho de Administração ou pela representação de qualquer delegação à conferência Internacional do Trabalho. A queixa é apresentada à Repartição Internacional do Trabalho, que a encaminha ao Conselho de Administração, no caso do Estado-membro.
 O sistema de controle de aplicação das Convenções ratificadas pelos países é feito por meio da Comissão de Peritos em Aplicação de Convenções e Recomendações da Conferência Internacional do Trabalho. 
A Comissão de Peritos é um órgão técnico, composto por pessoas independentes e que se reúnem anualmente para verificar, com base em relatórios apresentados pelos governos, se estes efetivamente cumprem as convenções ratificadas. As observações dos peritos são submetidas anualmente à Comissão da Conferência que discute com as delegações dos governos envolvidos as discrepâncias observadas pela Comissão de Peritos, visando a sua eliminação. A Comissão de Peritos é formada de 20 membros de diferentes nacionalidades e não tem composição tripartite. 
A ideia de se estabelecer um padrão internacional para o trabalho é válida para a resolução de problemas decorrentes da globalização, mas tem de ser analisada de acordo com a soberania de cada país, que precisa submeter a matéria ao seu parlamento. Existem diferentes legislações em cada país. Cada um adota um sistema trabalhista. O ideal seria se fazer harmonização entre as legislações e não padronização. 
Alguns problemas podem ser resolvidos pelo estabelecimento de certos padrões, como entre imigrantes, que saem de um país e vão trabalhar em outro; de se considerar como direitos mínimos ou direitos fundamentais; papel dos salários mínimos combinado com emprego condicional de benefícios, como foi feito no Reino Unido e na Irlanda; ou então se estabelecer certas Convenções da OIT como princípios mínimos, como de liberdade sindical, de negociação coletiva etc. 
Outros problemas não são resolvidos pelo estabelecimento de padrões internacionais de trabalho, como a pobreza, a desigualdade, o fluxo de capital, o desemprego ou a criação de empregos, a economia informal, pois são questões que dependem da Economia. 
A Declaração Tripartite de Princípios sobre Empresas Multinacionais e Política Social afirma que devem ser respeitadas as soberanias dos Estados, obedecidas as leis e regulações nacionais. Deve haver a estimulação do desenvolvimento e crescimento econômico visando à promoção do emprego. A promoção da igualdade de oportunidade e tratamento no emprego objetiva eliminar qualquer discriminação baseada em cor, raça, sexo, religião, opinião política, nacionalidade ou origem social. O governo deve proporcionar treinamento vocacional. Os benefícios e condições de trabalho oferecidos pela multinacional não podem ser menos favoráveis para os trabalhadores em relação àquelas que são oferecidas a empregados do seu país de origem. O governo deve assegurar segurança e saúde adequadas como padrões para os referidos empregadores. 
Propõe a OIT agenda de trabalho decente, consistente em promover o diálogo social, proteção social e criação de empregos. Esclarece que o trabalho não é mercadoria, pois não pode ser negociado pelo maior lucro ou pelo menor preço. Deve haver política de resultados nos países, com distribuição de renda, fiscalização trabalhista, permitindo que as pessoas possam trabalhar com dignidade.
 A Declaração fundamental de princípios e direitos no trabalho, de 1998, verifica os desafios da globalização, que tem sido o foco em debate na OIT desde 1994. Há necessidade de se observar certas regras sociais de piso, fundada em valores comuns. O objetivo é estimular esforços nacionais para assegurar que o progresso social caminha de mãos dadas com o progresso econômico e precisa respeitar as diversidades das circunstâncias, possibilidades e preferências nos países. Foi estabelecido um mínimo social para responder às realidades da globalização.
 A OIT editou em 2008 a Declaração de Justiça Social para uma globalização mais justa. É a terceiradeclaração de princípios e políticas adotada pela Conferência desde a Constituição de 1919. Expressa a visão atual da OIT a respeito da era da globalização. É enfatizado que a chave da questão é a organização tripartite. A Declaração foi editada num momento crucial politicamente importante, refletindo o consenso de se trabalhar uma dimensão social para o aperfeiçoamento contínuo da relação trabalhista. É o compasso para a promoção de uma globalização justa fundada no trabalho decente, como uma prática ferramenta para acelerar o progresso e implementar uma agenda para o trabalho decente nos países.
Os países devem apresentar anualmente relatório sobre as medidas por eles tomadas para execução das convenções a que aderiram (art. 22 da Constituição da OIT). Podem ser bienais os relatórios a respeito do cumprimento das Convenções: 87, sobre liberdade sindical; 98, sobre negociação coletiva; 29, sobre trabalho forçado; 105, sobre abolição de trabalho forçado; 100, sobre igualdade de remuneração; 111,. sobre discriminação no emprego e ocupação; 138, sobre idade mínima para o trabalho; 182, sobre as piores formas de trabalho das crianças; 122, sobre política de emprego; 81, sobre inspeção do trabalho; 129, sobre inspeção do trabalho na agricultura; 144, sobre consultas tripartites. Para as demais convenções os relatórios devem ser apresentados a cada cinco anos.
O Conselho de Administração poderá recomendar à Conferência a adoção de qualquer medida que lhe pareça conveniente para assegurar a execução das recomendações da Comissão de Inquérito (art. 33 da Constituição da OIT).
DECLARAÇÕES INTERNACIONAIS 
As declarações internacionais são atos que indicam regras genéricas, geralmente inspiradas por critérios de justiça, de modo a servir de base a um sistema jurídico. De certa forma, seriam equiparadas a uma norma programática, que traçaria critérios gerais. Não são regras imperativas, mas apenas uma orientação geral. Não criam direitos e obrigações. Exemplos: a Declaração Universal dos Direitos do Homem, a Carta Social Europeia etc. 
A Declaração Universal dos Direitos do Homem foi aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1948. Prevê alguns direitos trabalhistas: 
"Art. XXIII. 1. Todo homem tem direito ao trabalho, à Livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho, e à proteção contra o desemprego. 2. Todo homem, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho. 3. Todo homem que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória, que lhe assegure, assim como a sua família, uma existência compatível com a dignidade humana, e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social. 4. Todo homem tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar para proteção de seus interesses"; "Art. XXIV. Todo homem tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de trabalho e a férias remuneradas periódicas". Não se diz qual é a jornada de trabalho nem quantos são os dias de férias. "Art. XXV. 1. Todo homem tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice, ou outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de seu controle. 2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistências especiais. Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção social." 
O Brasil ratificou a Convenção Americana sobre Direitos Humanos, de 22 de novembro de 1969, promulgada pelo Decreto n2 678, de 6-11-1992. A referida norma internacional proíbe a escravidão e a servidão (art. 6°). Todas as pessoas têm o direito de associar-se livremente com fins ideológicos, religiosos, políticos, econômicos, trabalhistas, sociais, culturais, desportivos ou de qualquer outra natureza. O exercício de tal direito só pode estar sujeito às restrições, previstas pela lei, que sejam necessárias, numa sociedade democrática, no interesse da segurança nacional, da segurança ou da ordem pública, ou para proteger a saúde ou a moral públicas ou os direitos e liberdades das demais pessoas. Não se priva do exercício do direito de associação aos membros das Forças Armadas e da Polícia (art. 16). 
TRATADOS INTERNACIONAIS 
Na Comunidade Econômica Europeia, os Regulamentos, ao serem publicados no Diário Oficial da Comunidade, têm alcance geral e obrigatório, sendo aplicáveis diretamente em cada Estado-membro. As Diretivas são obrigatórias para o Estado-membro, porém as autoridades nacionais escolherão a forma e os meios próprios para sua consecução. As Decisões são atos particulares para determinado caso concreto, sendo consideradas normas individualizadas.
O Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais foi aprovado na XXI Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, em 19-12-1966. Foi aprovado pelo Decreto Legislativo n2 226, de 12-12-1991, e promulgado por meio do Decreto n2 591, de 6-7-1992. Prevê, entre outras coisas, que não pode haver discriminação por motivo de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política, situação econômica (art. 2°, 2). Deve-se assegurar uma remuneração que proporcione, no mínimo, a todos os trabalhadores, um salário equitativo e uma remuneração igual por trabalho de igual valor; a segurança e higiene do trabalho; descanso, lazer e limitação razoável das horas de trabalho e férias periódicas remuneradas, assim como a remuneração dos feriados (art. 72) etc. 
O Tratado de Itaipu foi firmado em Brasília, em 26-4-1973, para tratar de direitos e obrigações da usina hidrelétrica de Itaipu, pertencente ao Brasil e ao Paraguai. Trata de normas jurídicas relativas a Direito do Trabalho e Previdência Social para os trabalhadores da usina. 
O Mercosul foi criado em 26-3-1991, em Assunção, por Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai. Foi promulgado o tratado do Mercosul pelo Decreto nº 350, de21-11-1991. Trata do livre comércio entre os países, mas prevê a livre circulação dos trabalhadores. Objetiva-se a harmonização das legislações, em virtude da impossibilidade de sua unificação. Seriam ratificadas as principais Convenções da OIT, que valeriam como normas mínimas.

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