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Apostila Producao_de_Monograstricos

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Prévia do material em texto

B) PRODUÇÃO DE MONOGÁSTRICOS
 
AUTOR
FRANK GEORGE GUIMARÃES CRUZ 
Produção
de monogástricos
53
Introdução
Palavras do 
professor-autor
Introdução
Este caderno apresenta conteúdos relacionados à disciplina 
“Produção de monogástricos”. O maior objetivo na apresentação desses 
conteúdos é mostrar ao aluno do Curso de Licenciaturas em Ciências 
Agrárias algumas das possíveis criações de animais monogástricos, que 
podem ser desenvolvidas em nossa região. Para tanto, faremos descrições 
de como devem ser feitas as instalações para a criação dos animais a serem 
produzidos e apontaremos quais os equipamentos necessários não só para 
a instalação dos criatórios mais para a própria produção deles. Ademais, 
faremos considerações sobre os tratos desses animais, mostrando inclusive 
os cuidados sanitários necessários a serem tomados para que haja uma boa 
produção. 
Nesse sentido, dividimos os conteúdos deste caderno em 
cinco (5) unidades. Na primeira, será considerada a importância social 
e econômica de monogástricos, enfatizando a exploração das espécies 
domésticas: aves e suínos, e a espécie silvestre: capivara. Na segunda, 
descreveremos a origem das raças, como elas foram introduzidas no Brasil, 
fazendo considerações sobre as características zootécnicas e apresentando 
as classificações zoológicas. Na terceira, abordaremos os diversos tipos 
de instalações e equipamentos utilizados nas criações de aves, suínos e 
capivara. Na quarta, faremos considerações sobre o manejo e reprodutivos 
dos animais e, na quinta, apresentaremos as medidas sanitárias necessárias 
a criação dos animais como a prevenção e tratamento das principais 
doenças.
Palavras do professor autor
Caro aluno
A nossa disciplina nos dará oportunidade de mostrar a você 
sobre a importância da criação de monogástricos em nossa região, quando 
refletiremos através de atividades questões econômicas e sociais.
Para que isto possa acontecer, leituras, discussões e exercícios 
relacionados aos conteúdos devem ser realizados. Essas atividades, no 
entanto, não devem se restringir somente à sala de aula, mas, também, 
ao ambiente virtual onde informações devem ser trocadas para maior 
aprendizagem e quando dúvidas poderão ser tiradas. Isto tonará o nosso 
processo de ensino-aprendizagem mais dinâmico e mais efetivo. Pois 
(acredito), na troca de informações nesses dois espaços poderá haver maior 
cumplicidade entre aluno e professor, podendo eclodir outras informações 
que farão a aprendizagem mais interessante. 
Um abraço.
Frank George Guimarães Cruz
Produção 
de monogástricos
54
Orientações 
para estudo
Ementa
Orientações para estudo do caderno
Este caderno é um guia para o seu estudo de nossa disciplina. 
Ele contém as informações teóricas que devem ser lidas com cuidado. 
Durante a leitura, você deve marcar (sublinhar) as palavras e trechos 
(frases e parágrafos) que você não consiga entender. Quanto às palavras, 
verifique se elas estão no Glossário, no fim do caderno. Se elas lá não 
estiverem, procure um dicionário, de preferência um relacionado à nossa 
área, para que você verifique o (s) significado (s) delas. Posto isto, volte ao 
caderno e realize uma nova leitura, principalmente das partes que você 
não entendeu em razão das palavras diferentes. Se dúvidas continuarem, 
reúna-se em grupo e tente tirar as suas dúvidas. Mas se no final desse 
processo, você continuar com dúvidas recorra ao seu tutor para que as 
suas dúvidas sejam dirimidas. 
Tendo dominado o conteúdo da unidade, vá ao ambiente virtual 
e procure verificar as atividades que deverão ser realizadas. Atenção: As 
atividades só deverão ser realizadas quando o conteúdo de cada unidade 
tiver sido dominado. Se houver problema de entendimento quanto à 
realização das atividades, procure o tutor para que ele explique como 
elas deverão ser realizadas.
Obs.: o ambiente virtual (AVEA) deverá ser visitado não só 
quando você procurar pelas atividades que deverão ser feitas, mas também 
para quando você precisar de auxílio para entendimento de conteúdos 
ou para participar de atividades que requeiram discussões dos alunos do 
nosso sistema de ensino-aprendizagem. Ou seja, esteja sempre ligado a 
nós através da internet.
 
Ementa
Estatística da produção. Principais raças, cruzamentos e híbridos 
avícolas. Instalações. Equipamentos. Produção e exploração econômica 
de monogástricos. Manejo de monogástricos. Sanidade animal. Animais 
silvestres de interesse econômico.
Objetivos de ensino-aprendizagem da disciplina
1. Avaliar a importância da produção e exploração econômica 
de aves, suínos e capivara.
2. Identificar híbridos avícolas e raças e híbridos suinícolas 
criados em confinamento;
55
Unidade 1
Importância social e 
econômica
Produção
de monogástricos
3. Demonstrar através de atividades conhecimento das diversas 
instalações e equipamentos utilizados nos criatórios de aves, suínos e 
capivara;
4. Orientar o manejo de aves, suínos e capivara;
5. Propiciar o conhecimento de prevenção e tratamento das 
principais doenças de aves, suínos e capivara;
Unidade 1 Importância social e econômica
Síntese: Nessa unidade será abordada a importância social e econômica 
de monogástricos, enfatizando a exploração das espécies domésticas: aves 
e suínos, e espécies silvestres: capivara.
Importância social e econômica da avicultura
Há décadas a avicultura vem concentrando esforços em 
pesquisas nas áreas de genética, nutrição, sanidade e manejo. Os avanços 
científicos e tecnológicos obtidos tornaram a carne e o ovo de galinha 
excelentes fontes de proteína de origem animal.
A recente globalização da economia e, por consequência, a 
modernização da avicultura forçaram a produção do frango industrial na 
direção de empresas com alta capacidade de investimentos, segregando 
da atividade aqueles produtores sem capacidade empresarial e sem capital 
suficiente para empreendimentos modernos.
O Brasil ocupa atualmente uma posição de destaque no cenário 
avícola internacional, figurando como o terceiro maior produtor e líder 
mundial nas exportações de carne de frango. Exportando para 127 países, 
a avicultura brasileira tem se apresentado como responsável por 34% das 
exportações mundiais. Ao repetir o ritmo de crescimento verificado nos 
últimos anos, a avicultura nacional, dentro de poucos deverá ultrapassar 
as exportações dos EUA, maior exportador mundial. Mas para manter 
as posições conquistadas, as empresas brasileiras terão de investir em 
qualidade e segurança alimentar, a fim de atender a um mercado cada 
vez mais exigente.
A importação de 100% de matérias-primas para produção de 
rações e a ausência de incubatórios para produção de pintos de um dia, 
constituem os principais gargalos da avicultura no estado Amazonas. 
Apesar disso, o segmento avícola de postura atende a 100% da demanda, ao 
contrário da produção de frango de corte, que não consegue obter lucros 
nesse setor, pois os custos de produção não compensam os investimentos 
(SOUZA FILHO; CRUZ, 1998). 
56
Unidade 1
Importância social e 
econômica
Produção 
de monogástricos
Em razão do baixo preço de aquisição, os subprodutos avícolas, 
carne e ovos, estão entre os alimentos mais consumidos pela população, 
sem contarmos que a sua composição apresenta níveis elevados de proteína 
e baixos níveis de gordura e colesterol. 
De acordo com o Ministério de Agricultura dos Estados Unidos 
(USDA), os EUA são os maiores produtores de carne de frango do mundo 
seguidos pela China, Brasil, União Européia. O quadro a seguir (AVISITE, 
2010) apresenta a produção mundial de carne de frango nos países 
indicados de 2005 a 2010, entre outros.
Produção mundial de carne de frango (em milhares de toneladas) 
Países 2005 2006 2007 2008 2009 (p) 2010 (e)
EUA 15.870 15.930 16.225 16.561 15.980 16.222
China 10.200 10.350 11.291 11.840 12.100 12.500
Brasil 9.350 9.355 10.305 11.033 10.980 11.420
EU-27 8.169 7.740 8.320 8.535 8.620 8.650
México 2.498 2.592 2.683 2.853 2.810 2.880
Índia 1.9002.000 2.240 2.490 2.550 2.650
Rússia 900 1.180 1.350 1.600 1.790 1.975
Argentina 1.030 1.200 1.320 1.430 1.500 1.600
Iran 1.237 1.327 1.423 1.450 1.525 1.600
Japão 1.166 1.258 1.250 1.255 1.260 1.255
Tailândia 950 1.100 1.050 1.170 1.200 1.250
Outros 9.847 10.262 10.809 11.218 11.400 11.736
Total 63.117 64.294 68.266 71.435 71.715 73.738
(p) = previsão (e) = estimado
Quadro 1 – Produção mundial de carne de frango.
Fonte: AVISITE (2010). 
 
 No ano de 2009, as exportações brasileiras representaram cerca 
de 38,5% das exportações mundiais de frango. O segundo maior exportador 
são os Estados Unidos, seguido pela União Europeia e a Tailândia. O quadro 
a seguir (AVISITE, 2010) mostra os principais exportadores de 2004 a 2010.
Exportações mundiais de carne de frango (em milhares de toneladas)
Países 2005 2006 2007 2008 2009 (p) 2010 (e)
Brasil 2.739 2.502 2.922 3.242 3.150 3.345
EUA 2.360 2.361 2.678 3.157 2.997 2.858
UE-27 696 690 635 743 720 720
Tailândia 240 261 296 383 385 420
China 332 322 358 285 250 254
Argentina 92 94 125 164 174 204
Canadá 102 110 139 152 147 153
Chile 60 64 39 63 110 125
Kuwait 97 38 60 70 70 70
Austrália 18 16 25 27 35 40
Jordânia 2 2 3 20 37 40
Outros 93 98 105 112 108 110
Total 6.831 6.558 7.385 8.418 8.183 8.339
(p) = previsão (e) = estimado
Quadro 2 – Exportação mundial de carne de frango.
Fonte: AVISITE (2010).
 
57
Unidade 1
Importância social e 
econômica
Produção
de monogástricos
Importância social e econômica da suinocultura
A suinocultura brasileira vem tendo um crescimento 
significativo, haja vista sua posição na balança comercial que a coloca 
como sendo o quarto maior rebanho mundial, com mais de 33,8 milhões 
de cabeças, sendo superado pelos Estados Unidos, União Europeia e China 
que possuem rebanhos suínos mais significativos.
A criação de porcos também evoluiu em razão dos avanços 
tecnológicos, deixando para trás criatórios sujos, onde os animais eram 
criados sem cuidado em chiqueiros, soltos ao redor das propriedades, 
comendo tudo o que encontravam. Hoje a criação se dá em galpões 
dotados de uma grande estrutura, com instalações adequadas, condições 
de higiene e alimentação correta (FERREIRA, 1991). 
A exemplo da avicultura, a suinocultura é um elemento 
importante para fixar o homem no campo, gerando emprego e renda para 
milhões de famílias que se ocupam na produção de milho e soja, setor em 
que o Brasil está entre os grandes produtores mundiais. A carne suína é 
excelente fonte de vitamina do complexo B (tiamina, riboflavina, vitamina 
B6 e B12), minerais (cálcio, fósforo, zinco e ferro) e rica em potássio. 
Como as pessoas com hipertensão devem diminuir o consumo de sal 
(cloreto de sódio) para abaixar os níveis de sódio do organismo, a carne 
suína é a mais indicada para alta pressão sanguínea, já que o potássio 
ajuda a regular os níveis de sódio que aumentam a retenção de líquidos 
no corpo.
A China é o maior consumidor do mundo e também o maior 
produtor de carne suína, produzindo quase que a totalidade de seu 
consumo interno. A União Europeia é o segundo maior produtor, seguido 
pelos EUA e Brasil. O quadro a seguir (ABIPECS, 2010) ilustra a produção 
mundial de carne suína nos países indicados de 2007 a 2010.
Produção mundial de carne suína em mil toneladas
País 2007 2008 2009 2010*
China 42.878 46.205 48.905 50.000
União Europeia 22.858 22.596 22.159 22.250
Estados Unidos 9.962 10.599 10.442 10.052
Brasil 2.990 3.015 3.130 3.170
Rússia 1.910 2.060 2.205 2.270
Vietnã 1.832 1.850 1.850 1.870
Canadá 1.746 1.786 1.789 1.750
Japão 1.250 1.249 1.310 1.280
Filipinas 1.250 1.225 1.240 1.255
* preliminar
Quadro 3 – Produção mundial de carne suína. 
Fonte: ABIPECS (2010).
58
Unidade 1
Importância social e 
econômica
Produção 
de monogástricos
No estado do Amazonas, a criação de suínos é ainda pouco 
implementada, em razão principalmente do alto custo com alimentação e 
da falta de hábito alimentar da população.
Importância social e econômica da capivara
Grandes como porcos, com até um metro e trinta de comprimento 
e 65 kg, cabeça retangular, orelhas pequenas, olhos miúdos e altos que lhes 
dão um aspecto esnobe, cauda rudimentar (frequentemente se sentam 
como cachorros), as capivaras, Hydrochoerus hydrochaeris, são os maiores 
roedores do mundo. Encontradas sempre próximas à água, alimentam-se 
de grama e de vegetação aquática. Em campos abertos, vivem em hordas 
de dezenas de indivíduos.
Sua distribuição geográfica, que vai do Panamá ao nordeste da 
Argentina, engloba a totalidade do território brasileiro, mas são raras nos 
locais onde são caçadas. Conforme (OJATI, 1973), os hábitos alimentares, 
massa corpórea, alta taxa reprodutiva e comportamento natural de grupo 
fazem da capivara uma espécie ideal para criação com vistas à produção 
de carne e couro.
As vantagens econômicas e ambientais da criação de capivara 
sobre o gado bovino são claras: a capivara é uma espécie local adaptada 
à coexistência harmoniosa com a fauna e a flora sul-americanas. Bem 
menores que as vacas, não compactam o solo nem têm o impacto erosivo 
daquelas. Além do mais, as taxas reprodutivas do roedor, notavelmente 
altas como é típico de animais desta ordem, permite a produção de muito 
mais carne por área de criação. A carne pode ser comercializada seca e 
salgada, fresca ou congelada, e é excelente para a fabricação de presunto, 
salsicha, salame e mortadela. 
Assim, um projeto de exploração das capivaras deve prever, 
além da multiplicação e re-introdução onde estão extintas, uma fase de 
distribuição, divulgação e desenvolvimento de receitas especificamente 
projetadas para valorizar a carne deste roedor. O projeto das capivaras 
também poderia ter um lado social voltado para o estímulo ao pequeno 
produtor. 
O estado do Amazonas pode investir na produção de carne 
de capivara para alimentar a população ao programar a combinação de 
financiamentos, apoio técnico e, por exemplo, compra da produção para 
a merenda escolar.
Vá ao ambiente 
virtual e faça 
as atividades 
correspondentes a 
esta unidade.
Produção
de monogástricos
59
Unidade 2
Origem, raças e 
híbridos
Unidade 2 Origem, raças e híbridos
Síntese: Nesta unidade será descrita a origem, raças e híbridos de aves, 
suínos e capivara, abordando para cada espécie o local de domesticação, 
introdução no Brasil, características zootécnicas e classificação zoológica. 
Origem, raças e híbridos de aves
A galinha foi domesticada no continente asiático há muitos 
séculos, e que todas as raças existentes descendem do Gallus bankiva 
(também chamado de Gallus gallus), que migrou para outras partes do 
mundo, sempre adaptando-se aos mais diversos climas e ambientes. 
No Brasil, a galinha foi introduzida pelos portugueses em 1503, quando 
Gonçalves Coelho trouxe casais de galinhas os quais foram deixados no 
país, aclimatando-se rapidamente, crescendo e multiplicando-se (CRUZ, 
2011).
A American Poultry Assodation classifica as mais de 100 raças 
puras de galinhas basicamente em quatro classes de maior importância 
econômica, conforme a origem geográfica: 1) Americana - As aves 
pertencentes a esta classe desenvolveram-se na América do Norte e têm 
como características principais a pele amarela, brincos vermelhos, ovos 
vermelhos, tamanho médio e pernas desprovidas de penas. Entre as principais 
representantes estão Rhode Island Red(ródia), Plymouth Rock(variedades 
barrada e branca), New Hampshire, Wíandotte(variedades prateada 
e branca) e Gigante Negra de Jersey; 2) Inglesa - As linhagens inglesas 
originárias da Inglaterra possuem a pele branca(com exceção da cornish), 
brincos vermelhos, ovos vermelhos(com exceção da Redcaps e Dorking), 
tamanho médio a grande e com pernas desprovidas de penas (variedades 
branca e prateada). Pertencem a esta classe a Cornish, Orpington, Sussex, 
Dorking, Australorp e Redcap; 3) Mediterrânea - Originam-se dos países 
mediterrâneos, sendo suas características principais, a pele amarela, 
brincosde cor branca, ovos brancos, tamanho pequeno e pernas desprovidas 
de penas. Aqui incluen-se a Leghorn, Ancona, Minorca e Andaluza Azul 
e 4) Asiática - São oriundas da Ásia, possuem pele amarela(exceção da 
Langshan), brincos vermelhos, ovos vermelhos, tamanho grande e pernas 
cobertas de penas. Aqui estão incluídas as linhagens Brama, Cochin e 
Langshan.
É bom saber desde já que não existe mais raças de galinhas. 
A avicultura (FERREIRA, 1993) evoluiu tanto e tão rapidamente que hoje 
as raças antigas fazem parte da história. Modernamente o que existe são 
aves híbridas, geneticamente desenvolvidas a partir das linhagens antigas. 
Presentemente há apenas marcas comerciais ou linhagens comerciais ou 
Produção 
de monogástricos
60
Unidade 2
Origem, raças e 
híbridos
híbridos comerciais produzidos e comercializados por grandes empresas 
avícolas, geralmente multinacionais. Saiba que as galinhas não toleram bem 
locais de clima excessivamente quente ou frio, sendo que a temperatura 
média mais indicada situa-se entre 14 - 25°C.
Hoje os híbridos são classificados em corte (produção de carne) 
e postura(produção de ovos). Basicamente as linhagens Cornish e Plymouth 
Rock Branca deram origem aos híbridos ou marcas comerciais para corte. 
As principais características de híbridos para corte são: 
empenamento precoce e de cor branca, rápido ganho de peso, peito largo, 
pernas curtas e grossas e baixa conversão alimentar . Os híbridos comerciais 
importados para produção de carne mais utilizados são: Ag Ross, Arbor 
Acres, Avian, Hubbard e Cobb Vantress. Já os híbridos comerciais nacionais 
destacam-se: EMBRAPA 021, S-54 e Chester.
Na formação das híbridos comerciais para produção de ovos, 
foram utilizadas as linhagens Leghorn(ovos brancos) e Rhode Island 
Red(ovos vermelhos). As principais características de aves destinadas 
a produção de ovos são: baixa conversão alimentar (kg ração/dz ovo); 
produção de ovos superior a 300 ovos/ave/ano; alta percentagem de ovos 
grandes e ovos com casca resistente e uniforme. Os híbridos comerciais 
importados para produção de ovos mais utilizados são: Hisex (branca e 
marrom),Lohmann (branca e marron), Dekalb (branca e marron), Hy-Line 
(branca e marrom), Isa (branca e marron), Bovans Goldine (marrom) e 
Shaver (branca e marrom). Os híbridos comerciais nacionais destacam-se: 
EMBRAPA 011 (branca) e EMBRAPA 031 (marrom).
Classificação zoológica da galinha
 . Filo - Chordata (notocorda)
 . Subfilo - Vertebrata (coluna vertebral)
 . Classe -Aves (penas)
 . Subclasse - Neornithes (sem dentes)
 . Subordem - Neonathae (quilha)
 . Ordem - Galliformes
 . Subordem - Galli
 . Família - Phasianidae
 . Subfamíiia - Phasianinae
 . Género - Gallus
 . Espécie - Domesticus
 Nome Científico - Gallus domesticus ou Gallus gallus.
Produção
de monogástricos
61
Unidade 2
Origem, raças e 
híbridos
Origem e raças de suínos
A domesticação do suíno pode ter ocorrido de forma semelhante, 
ao que acontece até hoje em Papua, na Nova Guiné. Lá os nativos caçam 
porcos selvagens e criam os leitões capturados como animais de estimação, 
dentro das moradias. 
Inicialmente o porco selvagem tinha seu corpo ajustado como 
animal caçador e lutador, semelhante ao do javali, apresentando 70% de 
massa dianteira e 30% de traseira. Era muito veloz e sua principal arma era 
seu dente longo e afiado, com os quais se defendia de seus predadores; 
devido ao seu avantajado dianteiro, resistia aos impactos das lutas. 
A partir da introdução do óleo vegetal no mercado, uma 
grande campanha foi articulada tentando transformar o suíno (banha) 
em vilão para a saúde humana. Então, por força do mercado, a genética 
começou a trabalhar para produzir um animal conforme a nova exigência 
do consumidor, ou seja, um animal mais muscular e menos gorduroso, 
chegando ao suíno atual que tem 70% de traseiro e 30% de dianteiro.
Desde a antiguidade, o consumo de carne suína já despertava 
polêmica, e todas as restrições, de uma forma ou de outra, estavam ligadas 
a uma razão sanitária, em virtude da transmissão de doenças como tênias, 
traquinas e outros parasitas.
Dessa maneira, a suinocultura se expandiu para o mundo 
inteiro, com exceções de alguns países da África e do Oriente Médio, 
porque o islamismo proíbe o consumo de carne dessa espécie. Na América, 
foi o descobridor do continente, o navegador Cristóvão Colombo, quem 
introduziu os primeiros animais, em 1493, na região de São Domingo. 
Dessa ilha, logo foram levados para a Colômbia, Venezuela e Equador, 
se espalhando por todo o continente americano. No Brasil, os primeiros 
suínos chegaram ao litoral paulista em 1532, trazidos pelo navegador 
Martim Afonso de Souza e logo em seguida à Bahia.
Existem raças de suínos estrangeiras e nacionais, sendo que as 
primeiras são zootecnicamente mais apuradas devido a um intenso trabalho 
de seleção e melhoramento, proporcionando maior produtividade, maior 
precocidade e melhor qualidade de carcaça.
As raças estrangeiras de suínos para produção de carne e 
bacon de maior destaque são: Landrace, Large White (bacon), Durock-
Jersey, Hampsheire Americano, Edelschwein, Middle White, Large Black, 
Tamworth, Beltsville no 1, Beltsville no 2, Maryland no 1, Maryland no 2 e 
Minnesota no 1. Já para produção de banha, as raças estrangeiras mais 
criadas e conhecidas, são: Poland-China Malhado, Hampshire Inglês (carne 
e banha) e Middle-White (carne e toucinho).
Produção 
de monogástricos
62
Unidade 2
Origem, raças e 
híbridos
Temos ainda, as raças de suínos nacionais, a seguir, especializadas 
quanto à produção de banha: Canastra, Canastrão, Caruncho, Piau, Nilo 
ou Nilo-Canastra, Pirapitinga, Pereira e Tatu (Macau, Baé). As porcas 
das raças brasileiras, quando cruzadas com porcos de raças estrangeiras 
aperfeiçoadas, dão produtos de ótima qualidade.
Devemos levar em consideração, ainda, que os suínos 
especializados, para a produção de banha, podem fornecer ótimo bacon, 
desde que sejam alimentados adequadamente.
Atualmente, a criação de suínos é orientada para a produção 
de carne e não de banha, devido, principalmente, à competição com 
as gorduras e óleos de origem vegetal e à maior aceitação destes na 
alimentação humana.
Classificação zoológica do suíno
. Reino: Animal
. Filo: Chordata
. Classe: Mammalia
. Ordem: Artodactyla bunodontes
. Sub-Ordem: Ungulados
. Família: Suidae
. Gênero: Sus
. Espécies: Sus scrofa e Sus vittatus 
Nome Científico: Sus domesticus.
Origem da capivara
Capivara é um nome de origem tupi, que significa comedor de 
capim (caapii-uara), sendo conhecido como maior roedor do mundo. Esta 
espécie pode ser encontrada em toda a América do Sul, principalmente no 
Sul do Brasil e Argentina (HOSKEN, 2009).
É um animal herbívoro (alimenta-se de capins em geral) por 
excelência, embora também se alimentem de milho, mandioca, bananas 
verdes, talos de bananeira, cana-de-açúcar, raízes, etc. Em relação a 
coelhos e ovinos, aproveitam melhor as forragens e concentrados.
Classificação zoológica da capivara
 . Reino: Animalia
 . Filo: Chordata
 . Classe: Mammalia
 . Ordem: Rodentia
. Sub-Ordem: Histricognathi
Vá ao ambiente 
virtual e faça 
as atividades 
correspondentes a 
esta unidade.
Produção
de monogástricos
63
Unidade 3
Instalações e 
equipamentos
. Família: Hydrochoeridae
. Gênero: Hydrochoerus
. Espécie: Hydrochaeris 
 Nome Científico: Hydrochoerus hydrochaeris
 
Unidade 3 Instalações e equipamentos
Síntese: Nesta unidade serão abordados os diversos tipos de instalações e 
equipamentos utilizados nas criações de aves, suínos e capivara. 
Instalações, equipamentos e implementos para aves
Instalações
Avicultura > Solução: Aviário Baixo Custo (ABC)
Instalações onerosas não justificam, porque:
1) Os resultados produtivos não estão relacionados à sofisticação 
das instalações;
2) Pormelhores que sejam os resultados produtivos dificilmente 
cobrirão os altos custos financeiros ora incidentes sobre esse tipo de 
instalação.
Material de construção
1) Fácil disponibilidade;
2) Custo econômico na região.
. Partes que compõem um aviário
Largura do Galpão - mínimo 8 m
Comprimento do Galpão - máximo 120 m
Altura do Pé-Direito - mínimo 3,0 m
Beiral - 1,50 m (metade da altura do pé-direito)
Altura da Parede Lateral - 30 m
Abertura do Lanternim - 10 a 12% da largura do telhado 
(largura do galpão + beiral)
Altura do Lanternim — 30 cm
Cobertura do Laternim - Igual à abertura do Laternim
. Modelos de construção de galpões
8 x 25 = 200 m2
10x100= 10.000 m2 
12 x 100= 12.000 m2
Produção 
de monogástricos
64
Unidade 3
Instalações e 
equipamentos
. Construção complementar
Fosso de putrefação (cemitério das aves).
Deve ficar localizado no terreno mais da granja, porém livre de 
inundação.
Quantidade de Aves Larguras (m) Comprimento (m) Profundidade(m)
 10.000 1,20 1,50 1,80
 20.000 1,50 3,40 1,80
 30.000 1,50 5,00 1,80
. Densidade ou lotação avícola
Francos de Corte - 8 aves / m2
Aves de Postura (Fases de Cria e Recria) - 7 aves m2
Aves de Postura (Fase de Postura) - criadas no chão:4 aves/m2
Aves de Postura – 8 a 10 aves/ m linear - criadas em gaiolas 
Equipamentos e implementos avícolas 
1) Fontes de aquecimento
a) Campânulas
. Elétrica
. Gás
Capacidade - 500 e 1000 pintos.
b) Infravermelho
Capacidade - 1000 pintos.
2) Círculos de Proteção
Circundam cada campânula para evitar que os pintos escapem 
para fora da área aquecida e como proteção contra correntes de ar.
Diâmetro do Círculo de Proteção - 2,90 a 3,20 m (500 pintos).
Altura do Círculo de Proteção - 60 cm.
Material utilizado para fabricação - eucatex, duratex.
3) Comedouros
. Pintos
. Bandeja (tipo circular- 40 X 5cm)/ 100 pintos
. Bandeja (tipo retangular - 60 X 40 X 5 cm) / 100 pintos
. Tubular infantil - 5 kg/ 60 aves
Material - plástico e alumínio
Produção
de monogástricos
65
Unidade 3
Instalações e 
equipamentos
Aves adultas
. Tubular (plástico) - 15 a 18 Kg / 30 aves
. Tubular (plástico) - 20 a 25 Kg / 30 aves
. Tubular (alumínio) - 20 a 25 kg/30 aves
. Lineares de Alumínio - 5 cm / ave
. Lineares de Madeira” 5 cm / ave
. Automáticos (com corrente) - 5cm/ave
. Automáticos (com molas espirais e depósitos com bandeja)
Para galpões até 11 m de largura - 2 linhas de comedouros
Para galpões com mais de 1 Im de largura - 4 linhas de comedouros
4) Bebedouros
Pintos
. Tipo copo (pressão) - 3 litros / 80 - 100 aves
. Tipo niple (automático)- 1 unidade / 20-25 aves
. Tipo copinho (com bóia) - plástico; 1 unidade / 25 aves
Aves adultas
 . Pendulares (semi-automáticos - com bóia) - plástico: I unidade 
/ 50 aves
. Lineares de calha com água corrente - 2,5 cm / ave
. Tipo niple (automático) -1 unidade/10 aves
. Tipo copinho (com bóia) - plástico: 1 unidade / 10 aves (usado 
em gaiola).
5) Gaiolas
 . Pintos (1 a 45 dias - compartimento único)
 100 cm comprimento X 30 cm altura X 40 cm largura/ 40 pintos 
ou 200 cm2 / ave.
. Recria ( 45 a 130 dias - 2 divisões de 50 cm cada).
100 cm comprimento X 45 cm altura X 50 cm largura / 12 frangas 
ou 375 cm2/ ave.
. Postura (acima de 130 dias - 2 divisões de 50 cm cada)
100 cm comprimento X 45 cm altura X 50 cm largura/10 aves ou 
450 cm2/ave.
6) Debicador elétrico
 Finalidade: cortar e cauterizar o bico das aves.
 Quando se debica uma ave (ENGLERT, 1998), tem-se por objetivo 
Produção 
de monogástricos
66
Unidade 3
Instalações e 
equipamentos
melhorar seu desempenho produtivo, reduzir o canibalismo, diminuir a 
quebra de ovos e melhorar a conversão alimentar. Uma debicagem mal 
feita é sinónimo de prejuízos, e várias são as alternativas buscando o 
melhor resultado, gerando várias controvérsias pela feita de exatidão e 
unidade sobre como proceder esta operação.
Aspectos importantes no procedimento da debicagem
1) O melhor horário para realizar a debicagem é no início da 
manhã ou ao entardecer, mantendo sempre disponível água fresca para 
as aves;
2) Não debicar aves doentes;
3) Não ter pressa para realizar a debicagem e usar sempre 
equipes bem treinadas. Em uma hora é possível debicar cerca de 100 
pintos, já em aves adultas debíca-se cerca de 300 aves, durante o mesmo 
tempo;
4) A lâmina de debicagem deve estar na temperatura correta 
(em tomo de 700 ºC) antes da debicagem. Lâmina muito quente resulta 
na formação de neuromas no bico que se tomam muito sensíveis e causam 
desconforto, reduzindo o desempenho das aves;
5) O melhor método será aquele que melhor se adeque as 
necessidades da granja:
a) Debicagem (remoção) apenas do bico 
superior (empregado antes que a ave atinja a maturidade 
sexual). 
Pode ser leve, média e severa. Quando leve - ocorre somente a 
remoção da cutícula que envolve o bico. Quando média e severa - as aves 
devem ser debicadas e o bico cauterizado.
b) Debicagem (remoção) de um terço do bico superior e apenas 
a extremidade distal do bico inferior;
c) Debicagem (remoção) de um terço dos bicos superior e 
inferior da aves.
6) A ave deve ser contida corretamente e o dedo indicador 
será posicionado sobre a garganta de forma a promover a retração da 
língua, evitando desta forma o seu corte. A debicagem deve ser realizada 
lentamente, permitindo que a lâmina cauterize o bico. A borda do bico 
deve ser arredondada para eliminar arestas.
7) Não puxar o bico da ave antes que o bico tenha sido 
completamente cortado, pois pode prejudicar o desempenho da ave.
8) Confira cuidadosamente a debicagem de cada ave. Se possível, 
faça os retoques que forem necessários. Aves mal debicadas podem ser causa 
de aborrecimentos mais tarde. 
Produção
de monogástricos
67
Unidade 3
Instalações e 
equipamentos
Manejo pré e pós debicagem
1) Fornecer vitamina K na ração ou através da água uma semana 
antes da debicagem. Este procedimento minimiza futuros problemas de 
hemorragia;
2) Durante os primeiros 7 dias após a debicagem, manter o alimento 
mais acessível à ave de maneira que a mesma não entre em contato com o 
fondo do comedouro;
3) Estimular o consumo de alimentos fornecendo ração duas ou 
mais vezes ao dia;
4) No período correspondente a uma semana após a debicagem 
não submeter a ave ao estresse, evitando realizar vacinações e sua 
movimentação.
Causas do canibalismo: falta de ração; falta de água; falta de 
proteína na ração; falta de sal comum na ração; falta de fibra bruta na ração; 
falta de ventilação; alta densidade avícola; pequeno número de comedouros 
e pequeno número de bebedouros.
Idade para debicagem
. Frangos de Corte - não se realiza debicagem (período de criação 
muito curto).
. Aves de Postura
1a debicagem - 7 a 10 dias de idade.
2a debicagem - 8 semanas de idade.
Ninhos (35 cm X 35 cm X 35 cm) - 4 a 5 aves/ boca.
 
Instalações e equipamentos para suínos
Instalações
Esta parte tratará de instalações apenas para o sistema de 
criação em confinamento, uma vez que os suínos não aproveitam a fibra 
para a sua alimentação e a movimentação dos animais de engorda é 
prejudicial para o ganho de peso.
Para se escolher o melhor tipo de instalação devemos levar 
em conta alguns fatores (OLIVEIRA, 1997) dos quais podemos destacar: 
número de animais a serem criados; valor do investimento; disponibilidade 
de recursos financeiros; tipo de criação a ser implantada e facilidade 
operacional.
O objetivo de todo criador deve ser, sempre, ter uma criação 
organizada, com toda a higiene, qualidade dos produtos, com alta 
produtividade e com a maior produção possível. Além disso, a meta a ser 
alcançada não deve ser nunca perdida de vista, para que sejam obtidos 
lucros compatíveis com o investimento feito e com o trabalho realizado.
Produção 
de monogástricos
68
Unidade 3
Instalações e 
equipamentos
Os porcos,ao contrário do que se diz, são animais extremamente 
limpos e uma criação racional deve passar longe do que chamamos de 
“chiqueiro”. Por essa razão, as instalações devem ser bem construídas, 
em terreno.
As instalações merecem uma atenção à parte no que se refere 
a animais estabulados, pois dependem destas condições para um manejo 
adequado. As instalações representam o maior gasto quando se faz 
investimento em criação de animais confinados. Por isto precisam ser bem 
planejadas para que atendam os princípios de economia, funcionalidade 
e conforto necessários para a adequada condução da criação dos suínos. 
Para tal é importante a observância de alguns detalhes, tais como: seco 
e com disponibilidade da água, não só para o consumo dos animais, mas 
para se manter o local sempre limpo.
Um dos principais fatores a serem considerados na construção 
das instalações para os porcos é a temperatura ambiente, dentro do local 
de confinamento.
Como os porcos não conseguem “perder” temperatura com 
facilidade, num dia de muito calor, acabam sofrendo. Para contornar esse 
problema, o local escolhido para o confinamento deve ser construído de 
forma a permitir um arejamento adequado. Os materiais de construção 
devem ser bem escolhidos, para que não tornem o local ainda mais quente.
Em todas as fases da produção, ou do desenvolvimento 
dos animais, os porcos devem ter acesso ao pasto, a não ser na fase 
imediatamente anterior ao parto, durante a fase de amamentação, 
desmama e na recria.
O criador deve possuir instalações que proporcionem as 
melhores condições para seus animais, do contrário, a produção não 
apresentará resultados satisfatórios. A limpeza das instalações deve ser 
feita diariamente, retirando-se todos os dejetos, através de uma lavagem 
bem feita, quando os porcos forem para outro recinto ou para o pasto. 
O número de porcos por baia pode variar muito, podendo ser de até 25 
ou 30 animais. Outro cuidado a ser observado é o espaço no comedouro, 
que deve ser suficiente para que os animais não se “apertem” demais, o 
que pode causar ferimentos ou problemas de má alimentação em alguns 
porcos.
• Localização
O local escolhido para a construção de uma pocilga deve ser 
localizado fora do perímetro urbano, conforme legislação específica e 
bom senso do criador. No entanto não deve se localizar muito distante 
dos centros urbanos e boas estradas, pois parte da alimentação dos suínos 
provém de fora da granja, tais como concentrados, misturas minerais, 
Produção
de monogástricos
69
Unidade 3
Instalações e 
equipamentos
medicamentos, etc. Locais muito distantes muitas vezes não dispõem de 
rede elétrica, o que nos dias de hoje é fundamental para as atividades 
em geral da granja. O item transporte tende a crescer dentro dos custos 
totais de produção. Por isto uma proximidade razoável de centros urbanos 
resultará em um custo de produção menor.
•Topografia
Quanto à topografia do local é interessante construir os prédios 
em áreas levemente inclinadas para facilitar o escoamento de dejetos e a 
água da chuva, principalmente em nossa região (amazônica), onde temos 
uma alta precipitação pluviométrica em parte do ano. Os prédios devem 
ser construídos observando-se a orientação do sol e que o comprimento 
do galpão esteja disposto no sentido leste-oeste, para evitar a incidência 
excessiva de raios solares em um dos lados do galpão.
• Divisões de uma Pocilga
Baia de Reposição
Baias com lotes de até 25 animais, com uma área para cada 
animal de 1,5 a 2,5 m2; comedouros com 30 cm para cada animal e 1 
chupeta para cada 8 animais, com piquetes para exercício.
Baia de Solteiras
Idem para reposição.
Baia de Gestação
Baia com espaço de 2 m2 por animal contendo comedouro com 
espaço de 30 cm por animal e 1 chupeta para 8 porcas, devendo existir um 
piquete para o exercício destas com área de cerca de 100 m2 por animal.
• Maternidade
De preferência a serem construídas fora do galpão das demais 
categorias. Modernamente se utilizam gaiolas de parição para onde a 
porca é levada na semana que antecede a data provável do parto. A gaiola 
tem como dimensões 2,30 x 1,50 x 0,6 m, 25 cm de altura do chão até as 
paredes da gaiola; e a altura das paredes divisórias de outra gaiola é de 
40 a 60 cm, possuindo cada gaiola ou cela de parição um cocho e chupeta 
para a água. A função dessas gaiolas ou celas é impedir a movimentação da 
porca e que os leitões fiquem protegidos no momento desta deitar-se para 
qualquer lado. O conjunto de celas ou gaiolas é chamado de maternidade, 
onde as porcas permanecem por um período de até 21 dias. 
• Creche
Local onde a porca e os leitões são levados após o período 
Produção 
de monogástricos
70
Unidade 3
Instalações e 
equipamentos
passado na maternidade até o fim do período de amamentação, existindo 
aí comedouros e bebedouros separados, para a matriz e os leitões. A área 
deverá ser de 5 a 6 m2 para a porca com a sua leitegada.
• Recria
Fase que vai da desmama até cerca de 120 dias; prevendo-se 
nesta fase uma área de 0,50 a 0,75 m2 por animal, contendo comedouros 
com espaço de 0,25 cm por animal e bebedouros tipo chupeta, um para 
cada dez animais. Nesta fase agrupar em torno de 25 animais.
• Terminação
Fase que vai desde os 120 dias de idade até o abate, sendo 
necessária uma área em torno de 0,70 a 1 m2 por animal, prevendo-se um 
espaço no comedouro de 0,30 cm por animal e uma chupeta para cada 8 
animais. Lotes de no máximo 20 animais.
• Reprodutores
Os reprodutores devem ser mantidos um em cada baia, 
reservando-se para estes um espaço de 6 m2, contendo um cocho e uma 
chupeta, devendo ter esta baia ter acesso a um piquete gramado para o 
macho exercitar-se.
• Materiais e dimensões
O pé direito dos galpões em nossa região deve ser de 3,00 m, 
e altura das divisórias das baias de 1,20 m. O corredor central deve ter 
cerca de 1,50 m para facilitar o movimento de animais, pessoas e até 
pequenos veículos.
• Comedouros
Deve ter uma profundidade/largura de cerca de 3 0 x 3 0 
c m e o comprimento ficará em função do número de animais e o espaço 
necessário para cada faixa de idade ou categoria. No comedouro deverá 
ser colocado barras de ferro transversalmente para evitar que os animais 
se deitem dentro dos comedouros e que cada animal tenha seu espaço 
individualizado.
• Bebedouro
Utilizar os do tipo chupeta. Em caso de impossibilidade, 
construir de forma idêntica ao do comedouro.
• Piso
Dificilmente poderá se construir um outro tipo que não o de 
alvenaria, devido à sua resistência. O piso de uma pocilga deve ter uma 
inclinação do centro para as laterais de cerca de 3%, para facilitar o 
Produção
de monogástricos
71
Unidade 3
Instalações e 
equipamentos
escoamento até uma canaleta que deve existir nas laterais do galpão. O 
piso deve ser construído de forma a não ficar liso para evitar que os animais 
caiam constantemente nas baias, o que é a causa de muitos problemas, 
principalmente para reprodutores.
• Cobertura
Devido a disponibilidade de que muitas vezes se tem na 
própria área da granja, recomenda-se que se faça tanto os pilares quanto 
as divisões da pocilga com madeira, o que contribui com certeza para 
o barateamento de custos na construção. A construção das paredes das 
baias com madeira permite, com facilidade, que se deixem espaços entre 
uma tábua e outra, possibilitando uma maior ventilação do galpão em 
todos os sentidos. Quanto à cobertura do galpão, é interessante que se 
utilize folhas de alumínio de 0,03 cm, pois estas não esquentam o galpão 
no seu interior.
Uma pocilga deve ser dotada de canos que cruzem as baias com 
pequenos furos ou chuveiros para a aspersão sobre os animais diariamente. 
Os dejetos de um pocilga devem ser canalizados para um tanque ou 
esterqueira e serem posteriormente aproveitados como adubo ou então 
serem canalizados diretamente para tanques de criação de peixes.
• Depósito
Toda e qualquer granja deve possuir um galpão construído a 
cerca de 0,80 m do solo, com proteçãocontra ratos, para armazenar a 
ração, matéria-prima, medicamentos e até equipamentos. Normalmente, 
um galpão de 25 m2, dependendo do tamanho da granja, é satisfatório.
• Fábrica de ração
A fabricação de ração na própria granja reduz o seu custo. 
Muitas vezes o depósito é construído junto. Uma fábrica de ração deve 
possuir um misturador de ração, um triturador de milho, peneiras para 
separar o milho de impurezas e balanças para pesar a matéria-prima.
• Abatedouro
Um abatedouro deve seguir algumas normas sanitárias tais 
como: ser construído de tal forma que nem insetos e nem ratos tenham 
acesso; que tenha local para o abate e ferros para se pendurar a carne; e 
que suas paredes sejam cobertas com azulejo e câmara fria para o caso 
de armazenagem.
. Embarcadouro
Os suínos são animais pesados quando vão ao abate ou mesmo 
quando são reprodutores e matrizes. Por isso, é necessário que haja na 
Produção 
de monogástricos
72
Unidade 3
Instalações e 
equipamentos
granja uma rampa para que facilite o embarque e o desembarque dos 
mesmos para os veículos e dos veículos para fora.
• Criação de suínos ao ar livre
Uma alternativa de baixo custo para produção de leitões.
No sistema de criação ao ar livre, os animais são mantidos em 
piquetes, com cerca elétrica, dividido de acordo com as fases de criação 
(cobertura, gestação, lactação, recria ou creche). Os reprodutores 
permanecem nos piquetes durante sua vida produtiva, e os leitões até 
20-25 kg de peso vivo, quando são vendidos para ser terminados em 
confinamento.
 Dentro dos piquetes, os animais têm acesso ao comedouro, ao 
bebedouro, à cabana e, quando necessário, ao abrigo rústico. Apresenta as 
seguintes vantagens: baixo custo de implantação; utilização de instalações 
simples e transportáveis; diminuição da mão-de-obra; melhoria do bem-
estar do animal; redução de enfermidades e menor custo de produção.
• Recomendações
- Implantar o sistema em terrenos que apresentem pequena 
declividade, cobertura vegetal densa e solo com boa capacidade de 
drenagem, realizar o destrompe (colocar argola) nos reprodutores e 
rotação dos piquetes. 
- Destinar uma área mínima de 900 m2/animal adulto e 70 m2 /
leitão.
Equipamentos
- pistola de injeção;
- alicate de fio;
- cachimbo;
- bisturi ou facas para a castração;
- alicate para marcação,
- balanças.
O tamanho dos galpões será construido em função do número 
de animais a serem criados. Os suínos, como os demais espécimes, 
proliferam numa escala que depende de alguns fatores, como o período 
de gestação, número de animais nascidos, número de animais mortos, 
número de animais em reprodução. Para se fazer um planejamento basta 
que se considere esses fatores.
Podem-se fazer algumas adaptações para a criação de suínos 
em regiões como no interior da Amazônia, como: cobrir o galpão com 
Produção
de monogástricos
73
Unidade 4
Manejo produtivo e 
reprodutivo
palha ou cavacos de madeira; utilizar meio pneu para fazer de comedouros 
e bebedouros. O importante é observar o espaço para cada animal: um 
ambiente ventilado e piso que não forme lama. Neste caso é muito difícil 
fugir do piso de alvenaria ou de madeira, a uma certa altura do chão.
 
Instalações e equipamentos para capivaras
Diferente de aves e suínos é importante salientar que 
normalmente os criadores de capivara utilizam o sistema de criação semi-
intensivo.
As instalações e equipamentos de capivaras são muito mais 
simples quando comparadas às aves e suínos.
Para reprodutores as instalações devem ser construídas em 
piquetes com a seguinte relação de lotação/ área: um macho e sete 
fêmeas/0,5ha e dois machos e 15 fêmeas/1 ha. Já para animais em 
crescimento/terminação, recomenda-se carga máxima de 60 animais/ 0,5 
e 1 ha e deve conter açude, sombra e pastagem natural. 
Ao redor da área deve possuir tela de arame com 1,5 m X 2,75 
m X 12” de dimensões, correspondendo à altura, diâmetro da malha e 
espessura do fio. Além disso, deve possuir mourões de madeira a cada 10m 
e piquetes a cada 2 m que constituem a estrutura de suporte a tela. Os 
piquetes e os mourões vão se constituir na sustentação da tela.
Na construção os piquetes devem ser instalados paralelamente 
a um corredor central, no fim do qual haverá uma mangueira de madeira 
com 8m de largura X 16m de comprimento, com brete, subdividida em 
dois compartimentos, contendo um comedouro coberto (4x2m) em cada 
uma. 
No criatório de capivaras são normalmente utilizados os 
seguintes equipamentos: balança mecânica com capacidade superior a 
150 kg, gaiolas de madeira e de ferro, cambão enforcador para contenção, 
puçá de captura e alicate assinalador para piques em “v”.
Unidade 4 Manejo produtivo e reprodutivo
Síntese: Nesta unidade serão descritas as formas de manejo produtivo e 
reprodutivo de aves, suínos e capivara, abordando as particularidades de 
cada espécie animal de acordo com o sistema de criação.
Vá ao ambiente 
virtual e faça 
as atividades 
correspondentes a 
esta unidade.
Produção 
de monogástricos
74
Unidade 4
Manejo produtivo e 
reprodutivo
Manejo produtivo das aves
- Preparação do galpão
Antes da chegada dos pintos à granja é necessário que se 
verifique cuidadosamente todos os equipamentos para certifícar-se de que 
estão em boas condições de uso, entre os quais: comedouros, bebedouros, 
campânulas, energia elétrica (ou outra fonte alternativa de calor) e círculo 
de proteção. Isso deve ser realizado, afim de evitar o stress que os pintos 
sofrem desde a eclosão, com o nascimento, vacinação, seleção, sexagem e 
transporte, uma vez que os mesmos podem viajar horas até seu ponto de 
destino.
Antecipadamente, o galpão que irá receber os pintos deverá estar 
forrado (cama), sendo importante lembrar que a altura da cama deve ficar 
em torno de 5 cm, tanto no verão como no período chuvoso. Atenção especial 
deve ser dada ao período chuvoso amazõnico, uma vez que é muito úmido, 
as chuvas são frequentes, podendo ocasionar umidecimento do material 
utilizado como cama, as vezes úmida em sua fonte de origem (madeireira, 
serraria, marcenaria, etc). No Estado do Amazonas, normalmente a cepilha 
de madeira ou maravalha é o tipo de cama mais utilizado na criação de aves. 
Além disso, aqui na região é possível utilizar, como cama, a casca de arroz 
(desde que tenha disponibilidade); o caule de embaubeira; o capim elefante 
e o capim napier; estes últimos desde que triturados.
 Antes da chegada dos pintos, as campânulas devem estar acesas 
a pelo menos duas horas de antecendência, bem como as bandejas e os 
bebedouros abastecidos. Em nossa região, a temperatura média durante 
o ano todo é superior a 30° C, o que determina o início de um processo 
de desidratação.Tão logo os pintos cheguem à granja deve-se efetuar a 
contagem dos mesmos. Além disso, é necessário fazer uma amostragem em 
pelo menos 2% das caixas (cada caixa transporta 100 pintos), procurando 
observar nos pintos os seguintes fatores: 1) apresentar penugem seca e fofa; 
2) ter olhos arredondados e brilhantes; 3) umbigo bem cicatrizado e livre 
de infecção; 4) abdomem firme e 5) canelas brilhantes e enceradas. Dessa 
amostragem devem ser contados e separados os pintos que apresentarem 
pernas retorcidas, cabeças e olhos defeituosos, bicos cruzados e aspectos de 
inviabilidade de sobrevivência (refugo).
É importante salientar que, para colocar os pintos dentro do 
círculo de proteção, deve-se pegar os mesmos aos punhados (cinco em cinco), 
colocando-os embaixo das campânulas. Em virtude dos pintos desidratarem-
se ao longo da viagem (íncubatório-granja), recomenda-se fornecer aos 
mesmos 50 gramas de açúcar em litro de água durante 24 horas, antes de 
consumir ração. 
O controle da temperatura deverá ser realizado, segundo o 
Produção
de monogástricos
75
Unidade 4
Manejo produtivo e 
reprodutivo
comportamento dos pintos sob a campânula, utilizando-se maior ou menor 
altura da mesma, em relação ao piso. Uma maneira prática de verificar se 
a fonte de calor está fornecendoo aquecimento necessário, constitui-se 
na simples observação do comportamento dos pintos, para tanto, verificar: 
se estiverem amontoados sob a fonte de aquecimento está muito frio; 
se estiverem afastados da fonte de aquecimento, está muito quente; se 
encontrar mos os pintos bem distribuídos, uns sob a fonte de aquecimento, 
outros afastados nos comedouros e bebedouros, é sinai que a temperatura 
está ideal.
O círculo de proteção é retirado entre o 7° e 10° dia de vida 
dos pintos, ao mesmo tempo que são colocados os bebedouros definitivos; 
porém, antes de retirar os comedouros e bebedouros iniciais deve-se deixar 
os dois tipos(bebedouros e comedouros) para evitar o stress nas aves.
Após a retirada dos círculos de proteção, deve existir comedouros 
e bebedouros bem distribuídos, nunca mais que três metros distanciados 
os bebedouros dos comedouros; a altura desses equipamentos deverá ser 
regulável de modo que possa ir subindo (na proporção que as aves cresçam 
na prática se regula o comedouro a altura do dorso das aves e o bebedouro 
acompanhando a linha do olho da ave).
 
Programa de luz
A luz tem fundamental importância na regulagem fisiológica das 
aves, sendo processado da seguinte maneira: a luz incide no olho e ativa a 
glândula pituitária, que uma vez ativada, libera hormônios para articulação 
sanguínea controlando as funções corporais relacionadas ao crescimento e 
desenvolvimento sexual.
As aves de postura necessitam de 16 horas de luz durante a fase 
produtiva, e como a região amazônica normalmente possui 12 horas de luz 
natural durante o ano todo, necessitaríamos então fornecer, somente, 4 horas 
de luz artificial, de duas maneiras: logo após o final da tarde ou então antes 
do sol nascer. Temos observado que dificilmente os avicultores da região 
utilizam luz artificial nos plantéis de poedeiras, principalmente devido a 
instabilidade no sistema de fornecimento de energia elétrica; no entanto, é 
importante salientar que se aplicado corretamente, poderia trazer benefício 
produtivos aos plantéis.
Há vários programas de luz para frangos de corte, desde o uso 
de luz contínua, intermitente e natural. Os programas de luz contínua e 
intermitente (3 horas de luz /1 hora de escuro), embora de difícil aplicação, 
são essenciais nos períodos de temperaturas elevadas, pois permitem às aves 
consumir mais ração durante a noite, período em que a temperatura é mais 
amena, e estimula a ingestão de alimento.
Produção 
de monogástricos
76
Unidade 4
Manejo produtivo e 
reprodutivo
No interior do galpão, as lâmpadas devem ser de 40 watts cada 
uma, instaladas à altura de 2,10 metros e espaçadas entre si de 3 metros.
Postura de ovos anormais
A postura de ovos anormais pode ser oriunda de causas patogênicas, 
hereditárias e nutricionais. 
• Ovos muito pequenos - oriundos de galinhas novas no início do 
ciclo produtivo. Ovos com duas gemas - é o resultado da ovulação de duas 
gemas ao mesmo tempo. São mais comuns em galinhas no inicio da postura;
• Ovos com manchas de sangue no seu interior - causado pela 
ruptura de um folículo capilar no oviduto (local onde é Formado o ovo) e, 
consequentemente, o derrame do sangue. Erroneamente as pessoas confundem 
essas manchas de sangue com o pinto iniciando o seu desenvolvimento;
• Ovos com casca grossa - consequência da inflamação do oviduto 
ou excesso de cálcio na ração; 
• Ovos com casca mole ou sem casca ou com deformidade na 
casca- é o resultado do mau funcionamento das glândulas responsáveis pela 
formação da casca, rações com deficiência de cálcio e fósforo ou de um deles 
ou mesmo deficiência de vitamina D; surgem também após o surgimento de 
doenças como newcastle e bronquite infecciosa.
Vício das galinhas comerem ovos
As galinhas podem comer seus próprios ovos ou ovos de outras 
galinhas. Na maioria das vezes isto acontece quando a sua alimentação é 
pobre em proteínas, mas também pode ocorrer em virtude da deficiência 
de calcário na ração ou mesmo escassez de água. Isto pode ser corrigido 
adicionado-se na alimentação das aves fontes proteicas (ex: farelo de soja, 
farinha de carne, farinha de peixe, etc.), minerais(ex: calcário, farinha de 
ostra) e água a vontade.
Descarte (refugagem) das aves
 É importante que o criador realize o descarte das aves nos períodos 
de cria e recria (até 18 semanas de idade) e postura. No primeiro período, 
deve-se eliminar frequentemente os refugos óbvios (bico torto, cegos e 
aleijados), agrupando as aves em lotes uniformes de desenvolvimento, já 
durante a postura; permanentemente descarta-se as aves improdutivas 
através de características externas, conforme as características a seguir:
Características Aves em produção Aves improdutivas
. crista grande, vermelha-viva e macia pequena, pálida e seca
. plumagem gasta e suja limpa e nova
. cloaca (ânus da ave) grande e úmida pequena e seca
Produção
de monogástricos
77
Unidade 4
Manejo produtivo e 
reprodutivo
. dist. entre os ossos pélvicos 
(localizados acima da cloaca)
acima de 3 dedos 
juntos inferior a 3 dedos 
.dist. da quilha (ponta do osso do 
peito) aos ossos pélvicos 4 a 5 dedos inferior a 3 dedos
Quadro 4 – Caracteristicas das aves.
Importância da água
As principais funções da água no organismo das aves são regular 
a temperatura corporal, auxiliar no metabolismo e aumentar a eficiência 
digestiva. Dependendo da idade e do sexo, representa 55 a 75% do peso 
corporal da galinha e compõe 65% do ovo. Ao perder gordura corporal, os 
animais podem sobreviver. Quando houver uma perda pequena de água 
pode causar sua morte. O ideal é fornecer às aves água oriunda de poço 
artesiano ou mesmo da rede municipal, livres de poluição e sem excesso 
de minerais que provocam stress nas aves e afeiam seu desempenho. E 
importante, também, cuidar para que os canos d’água fiquem pelo menos 
30 cm enterrados no solo, para evitar que a água esquente, bem com que as 
caixas d’água sejam instaladas em locais sombreados.
Em temperaturas moderadas (20°C), o consumo de água de uma 
ave é, aproximadamente, 2,0 vezes maior que a quantidade de alimento 
(relação 2:3 -2 partes de água e 1 parte de alimento), isto é, ao redor 
de 0,2 litros(200ml) a 0,25 litros(250ml), por ave, por dia. Mas quando a 
temperatura ambiental é mais alta, no caso da Amazônia, o consumo de água 
pode aumentar a 4 ou 5 vezes em relação a quantidade de alimento. Com 
temperaturas superiores a 30°C, o consumo de água pode chegar até 0,5 
litros (500ml), por ave, por dia.
A composição química do ovo, período de incubação de algumas espécies 
avícolas e classificação dos ovos
- Composição Química
Água - 65,6%
Proteína-12,1%
Lipídeos- 10,5%
Glicídios - 0,9%
Minerais-10,9%
- Peso das partes componentes em relação ao peso total
Albumina (clara): 55-56%
Gema: 31-32%
Casca: 11-12%
Produção 
de monogástricos
78
Unidade 4
Manejo produtivo e 
reprodutivo
- Período de incubação de ovos de algumas espécies avícolas
- Galinha 21 - Marreca 28-30
- Pata 28-30 - Gansa 28-30
- Codorna 16-17 - Galinha d’Angola 28-30
- Perua 28-30
- Classificação dos ovos pelo tamanho (diâmetro)
Tipo Equivalência em Peso
Extra Mínimo 60g
A 55 e 60g
B 50 e 55g
C 45 e 50g
D 40 e 45g
A comercialização dos ovos normalmente é realizada através das 
seguintes embalagens: 1) Cartela (30 ovos cada), 2) Uma dúzia e meia, 3) Uma 
dúzia e 4) Meia dúzia.
Muda forçada
Toda ave possui uma curva característica de produção; 
terminada, ela é naturalmente descartada. Em aves nativas, ocorre 
normalmente uma muda de penas a cada ano, e esta demora de três a 
quatro meses para se efetuar, fazendo com que se torne economicamente 
inviável, uma vez que elas continuariam a consumir alimento, sem produzir 
ovos. Assim, é necessário forçar essa muda, de modo que se efetue rápida 
euniformemente, para que as aves voltem a produzir o máximo, o mais 
breve possível.
A muda forçada tem como características a redução do consumo 
de alimento, a perda de penas e a regressão acentuada no peso corporal 
e no trato reprodutivo, visando um novo ciclo de produção. É realizada 
no final do primeiro ciclo de postura, em torno de 70 semanas de idade, 
fazendo com que a ave produza por mais um ciclo de 25 a 30 semanas, 
podendo atingir novo pico de produção em torno de 85%. 
Para utilização dessa prática, são necessárias algumas 
providências iniciais como: observar se o plantel é sadio; realizar uma 
seleção e retirar as aves refugo; fazer a pesagem de uma amostra, em 
torno de 10% do plantel em lotes inferiores a 1.000 aves; 5% se o lote 
variar de 1.000 a 5.000 aves; e 1% em lotes acima de 5.000 aves; fazer 
homogeneização da lotação por gaiola ou por boxes.
O período de jejum (sem alimento) não é fixo, depende da 
gordura acumulada pelas aves e da capacidade da linhagem em perder 
Produção
de monogástricos
79
Unidade 4
Manejo produtivo e 
reprodutivo
peso. Portanto, deve-se voltar a alimentar as aves quando: o peso se 
aproximar daquele do início da produção (20 semanas de idade); ou, o lote 
perder em torno de 25% a 30% do peso em que se iniciou a muda; ou, as 
aves atingirem no máximo 12 dias sem alimento; ou, a mortalidade atingir 
1,5% do lote. 
A decisão em efetuar um programa de muda forçada deve 
levar em conta a disponibilidade e custo da cria e recria de frangas 
para reposição, comparado ao custo de manutenção das poedeiras por 
um período não produtivo em torno de 10 semanas. Havendo vantagens 
econômicas, o programa de muda forçada pode ser utilizado por produtores 
de ovos comerciais nas seguintes situações: em época de sobra de ovos no 
mercado, quando o preço apresenta tendência de baixa; em época de 
entressafra, quando o preço está alto e o nível de produção abaixo da 
capacidade instalada; quando o avicultor não tiver capacidade financeira 
para a compra de um novo plantel e que a muda seja mais econômica. 
Abaixo, encontra-se um método simples e eficiente (adaptado 
do método Califórnia), o qual já foi utilizado com sucesso, várias vezes, 
na Embrapa Suínos e Aves. 
a) Fornecer água à vontade; retirar a luz do dia 1 ao dia 20; 
b) Reiniciar o programa de luz a partir do dia 21 até atingir 17 
h/dia; 
c) Manter 17 h de luz natural + artificial/dia, constante até o 
final da produção; 
d) Do dia 1 ao dia 9 deixar sem alimento; 
e) Retornar o alimento gradativamente; 
f) Dia 10 oferecer 20g de milho/ave/dia; 
g) Do dia 11 ao19 aumentar 4g de milho/ave/dia; 
h) Interromper o fornecimento de milho e fornecer a ração 
balanceada de postura: a partir do dia 20 oferecer 60g/ave/dia; 
i) Dia 21 oferecer 60g/ave/dia; 
j) Do dia 22 ao 31 aumentar 1g/ave/dia;
k) Do dia 32 ao 40 oferecer 70g/ave/dia; 
l) Do dia 41 ao 49 oferecer 75g/ave/dia; 
m) Do dia 50 ao 54 oferecer 80g/ave/dia;
n) Do dia 55 ao 56 oferecer 85g/ave/dia;
o) Do dia 57 ao 60 oferecer 90g/ave/dia;
p) Do dia 61 em diante oferecer ração de acordo com a produção 
de ovos. 
Produção 
de monogástricos
80
Unidade 4
Manejo produtivo e 
reprodutivo
Sistemas de produção de frangos de corte e aves de postura
1) Independente
É o mais antigo sistema de criação existente. Nele o produtor é 
responsável por todo o processo, o que inclui: instalação (projeto e construção) 
do galpão e aquisição de equipamentos; aquisição de pintos, aquisição de 
rações, orientação técnica; orientação técnica e comercialização .
Esse sistema aplica-se a 100% da criação de frangos de corte no 
Estado do Amazonas, e acerca de 80% na criação de aves de postura. No 
restante do Brasil é pouco utilizado pelos criadores de frangos de corte e 
aves de postura.
2) Cooperativo
Nesse sistema, o produtor participa da empresa ou organização, 
sendo parte integrante do processo e participando das decisões. Corre o risco 
dos lucros ou prejuízos.
Via de regra, esse sistema de criação produz os pintos e rações, e 
responsabiliza-se pela comercialização dos produtos.
No Amazonas, é somente utilizado para produção de ovos.
3) Integração
É um sistema existente entre o integrador (a empresa) e o integrado 
(produtor).
É muito utilizado na produção de frangos de corte (carne) no sul 
do país, em particular em Santa Catarina. Cerca de 70% do frango produzido 
no Brasil, é através do sistema integrado.
Responsabilidades do Integrador (empresa)
1) Seleção dos novos produtores;
2) Fornecimentos dos pintos de um dia;
3) Fornecimento de rações;
4) Fornecimento de medicamentos e vacinas;
5) Assistência técnica;
6) Remuneração e fórmulas de pagamento;
7) Abate e comercialização.
Responsabilidades do Integrado (produtor):
1) Instalações (galpões);
2) Mão-de-obra;
3) Vias de acesso a propriedade.
A empresa Sadia realiza com muito sucesso esse tipo de sistema de 
produção com frangos de corte, no sul do pais. No Amazonas não existe esse 
sistema de produção, tanto para carne como para ovos.
Produção
de monogástricos
81
Unidade 4
Manejo produtivo e 
reprodutivo
Manejo reprodutivo das aves
• Aparelho reprodutor do macho
O aparelho reprodutor do macho consta de orgão essenciais 
primários e secundários. Os primários são os testículos, e os secundários são 
dois condutos, um para cada testículo, chamados de canais deferentes, que 
termina igualmente na cloaca.
O volume de semen das aves adultas varia de 0,1 a 1,0 ml e contém 
cerca de 3,5 bilhões de espermatozóides/ml.
• Aparelho reprodutor da fêmea
O aparelho reprodutor feminino é constituído pelo ovário e pelo 
oviduto. Sendo que o ovário funcional está situado no lado esquerdo do corpo, 
existindo um outro não funcional situado no lado direito.
O oviduto está constituído de cinco partes: infundíbulo, magno, 
istmo, útero e vagina. O tempo de formação do ovo desde a liberação do 
óvulo até a a oviposição é de 25 a 26 horas.
 
• Relação entre machos e fêmeas
Em média recomendá-se a utilização de um galo para dez galinhas.
Manejo produtivo e reprodutivo de suínos
• Manejo produtivo de suínos
. Cria maternidade>desmama(21,30,42,60)
. Recria; Desmama-50 kg
. Terminação- engorda-acabamento ou final
• Fase de aleitamento: fase que vai do nascimento ao desmame 
(21, 28 ou 35 dias);
Fase mais crítica no manejo de suínos. Da correta e adequada 
observação de alguns procedimentos depende o sucesso da criação. 
O manejo nesta fase visa levar a termo ou a desmama o maior número 
possível de leitões com um peso adequado ao padrão da raça.
• 1o dia de vida:
. Parto deve sempre que possível, ser observado.
. Enxugamento e secagem do leitão logo ao ser expulso, 
procurando desobstruir as narinas que podem estar cobertas por restos de 
envoltórios fetais.
Como enxugar os leitões
Os leitões devem ser limpos e secos à medida que vão nascendo. 
Os líquidos fetais, bem como os restos de membranas que envolvem o 
Produção 
de monogástricos
82
Unidade 4
Manejo produtivo e 
reprodutivo
recém-nascido, devem ser removidos com toalhas de papel ou panos 
limpos, dando preferência à toalha de papel, por ser mais higiênica. Em 
primeiro lugar, se limpa a cabeça do recém-nascido, removendo os líquidos 
fetais existentes ao redor da cavidade bucal e das narinas, para evitar a 
obstrução das vias respiratórias. A seguir, se limpa o restante do corpo do 
leitão, massageando o dorso e a região pulmonar, para ativar a circulação 
e estimular a respiração. Quanto mais tempo o leitão permanecer úmido, 
maior a quantidade de calor perdido.
. Massagear a região dorsal do recém-nascido para ativar a 
circulação.
. Atar, cortar e desinfetar o umbigo. 
Técnica para o corte e desinfecção do umbigo
Logo após o nascimento, recomenda-se fazer a ligadura e o 
corte do cordão umbilical de 3 a 4 cm de sua inserção e, em seguida, 
a desinfecção. Para a ligadura, usa-se cordão previamente desinfetado 
ou embebido em desinfetante. Para o corte, usa-se tesoura cirúrgica 
desinfetada. Para a desinfecçãodo umbigo, usa-se um frasco de boca 
larga com tintura de iodo (5 a 7%) ou iodo glicerinado. Mergulha-se o 
umbigo na solução pressionando o frasco contra o abdômen do leitão e 
fazendo um movimento de 180 graus para que o desinfetante atinja a base 
do umbigo. O umbigo deve permanecer em contato com o desinfetante 
por três a cinco segundos. O corte e a desinfecção do umbigo só têm 
validade se forem realizados nos primeiros minutos após o parto. Essa 
validade, aliás, está condicionada à adoção de esquema adequado de 
limpeza e desinfecção das instalações. O processo de cicatrização e queda 
do umbigo é relativamente rápido (3 a 5 dias), a cicatrização inadequada 
pode ocasionar problemas de refugo, devido a inflamações locais como 
ofalite e onfaloflebile, abscessos nos órgãos internos, artrites e aumento 
na incidência de diarréias. 
• Pesar os leitões. Em criações adequadamente conduzidas e 
organizadas deve-se anotar o peso do recém-nascido, o número de leitões 
nascidos, até mesmo para se verificar o desempenho da mãe ao longo 
de sua vida como matriz. Em criações a nível industrial recomenda-se 
eliminar os animais nascidos com menos de 750 gramas. Quanto maior 
o peso ao nascer maior será a capacidade de sobrevivência do leitão. 
Trabalhos realizados com leitões recém-nascidos deram conta de que 
82% dos leitões entre 1,4 e 1,7 Kg sobrevivem, enquanto que apenas 28% 
dos leitões com menos de 0,7 Kg sobrevivem. O índice de mortalidade 
está intimamente relacionado com o peso e vigor dos leitões ao nascer. 
Em granjas, que produzem exclusivamente animais para terminação, a 
Produção
de monogástricos
83
Unidade 4
Manejo produtivo e 
reprodutivo
pesagem ao nascer é opcional, sendo, porém, importante para o controle 
do peso médio ao nascimento e do desenvolvimento dos leitões. 
• Corte dos dentes. Os leitões nascem com 8 dentes pequenos 
que podem ferir a porca ao mamar. Por isso devemos cortar estes dentes 
com alicate de unha ou alicate de eletricista, rente à gengiva. Recomenda-
se que o corte seja feito após os leitões terem realizado as primeiras 
mamadas.
• Marcação dos leitões. A marcação seria para identificar 
individualmente cada leitão, para se fazer um acompanhamento individual 
do lote para futura seleção. Em criações com a finalidade do abate não 
é uma prática muito usual. É feita com piques e furos, utilizando-se um 
alicate específico (pelo sistema australiano).
• Proteção contra o frio. O recém-nascido é extremamente 
susceptível ao frio. Por isto, em noites frias, é importante uma fonte de 
aquecimento como uma lâmpada ou uma estufa a gás, ou mesmo evitar 
corrente de ar na maternidade. O local deve ser seco e forrado com 
material higroscópico, como serragem ou até mesmo jornal. A perda de 
calor logo após o nascimento pode levar ao aumento da taxa metabólica 
do leitão, morte nas primeiras horas de vida e maior suscetibilidade as 
infecções enterotoxigênicas.
• Orientar as mamadas. A porca produz mais leite no sentido 
peitoral para o inquinal. Com isto, os leitões mais fortes empurram 
os mais fracos para as tetas que produzem menos leite. Assim, estes 
continuarão fracos. Em porcas com uma prole maior que a sua capacidade 
de aleitamento (o número de tetas menos duas, pois as duas últimas não 
produzem leite), os leitões deverão receber aleitamento artificial ou 
serem “enxertados” em uma porca com um número menor de leitões. 
Deve-se confundir a porca para que ela os aceite, passando uma erva como 
o capim santo nos leitões e no focinho da porca. É muito importante que 
todos os leitões ingiram o colostro, pois este tem propriedades laxativas 
para expulsar as primeiras fezes dos leitões. É imunizante, pois é rico em 
gamaglobulinas (anticorpos de doenças às quais a mãe esteve exposta). 
A capacidade de absorção dos anticorpos pelos leitões começa a diminuir 
logo após o nascimento e, 24 a 36 horas depois, praticamente não ocorrem 
mais, portanto quanto maior for o período entre o nascimento e a primeira 
mamada, maior será as chances de se estabelecer uma infecção.
• 2o dia de vida:
• Aplicação de ferro dextrano nos leitões (cerca de 150 mg).
• Pincelar as tetas da porca com solução de sulfato ferroso 
durante 15 dias.
Produção 
de monogástricos
84
Unidade 4
Manejo produtivo e 
reprodutivo
• Passar a pasta antianêmica no palato duro dos leitões.
• Deixar à disposição dos leitões um cochinho com terra de 
local limpo.
10o dia de vida:
Levar os leitões e a porca para a creche a fim de desocupar a 
maternidade
 
Idade para fornecimento da primeira ração ao leitão
A maior dificuldade para a adequada nutrição do leitão durante 
a lactação reside no desconhecimento da quantidade de leite que a matriz 
produz. Para cobrir as exigências nutricionais de uma leitegada com dez 
leitões, a matriz deve produzir 6,5 litros / dia ao final da primeira semana 
e 11 litros de leite / dia no final da terceira semana de lactação. Na 
prática, porém, isto não ocorre. Por esse motivo, deve-se fornecer ração 
pré-inicial peletizada para os leitões, a partir do 10o dia de vida. 
No início, as quantidades fornecidas devem ser pequenas e 
substituídas quando houver sobras, a fim de não ocorrer alteração no 
sabor e na composição da ração. Assim, os leitões dispõem de alimento 
na medida de suas necessidades de modo a poderem expressar todo seu 
potencial de ganho de peso.
• 14o dia de vida:
Aplicação de vacina contra a pneumoenterite.
• 15o dia de vida:
Nova aplicação de ferro aos leitões.
• 21o dia de vida:
O leitão deverá receber ração para a fase de cria em bandejas 
de madeira sobre o chão.
• 30o dia - Castração
Castração de todos os machos que não se destinarem à 
reprodução, pois a castração os deixa mais dóceis e é obrigatória para 
suínos destinados ao abate, porque animais inteiros quando abatidos 
apresentam um gosto desagradável em sua carcaça. A castração não tem 
influência no ganho de peso. Quanto mais cedo for feita, menos traumática 
e de mais fácil recuperação será.
No dia da castração, bem como no período de recuperação, não 
devem ser realizadas outras práticas de manejo, pois aliados a castração 
Produção
de monogástricos
85
Unidade 4
Manejo produtivo e 
reprodutivo
podem diminuir a resistência do leitão favorecendo a instalação de 
doenças.
• 30 – 42.º dia de vida: Desmama de todos os leitões. 
Estes devem ser simplesmente separados da mãe, que deve ir, 
na semana que antecede a desmama, diminuindo a sua alimentação até 
zero no dia da desmama para que cesse a sua produção de leite também. 
A desmama consiste na substituição do leite, por outros alimentos, na 
alimentação dos leitões. Ela não deve ser brusca, mas essa troca de 
alimentação deve ser feita gradativamente, levando de 4 a 5 dias. 
Durante esse período, os leitões devem ser mantidos em suas 
instalações e a sua alimentação de leite cortada, aos poucos, para que 
eles não sintam.
Efetuada a desmama, a porca deve ir para o piquete das fêmeas 
solteiras, ficando em descanso, pelo menos, por um mês.
Os leitões devem mamar logo depois do nascimento porque o 
primeiro leite contém o colostro, rico em elementos nutritivos, possui 
anticorpos; ou seja, imuniza o animal contra várias doenças, e também 
é laxativo, provocando uma limpeza geral dos intestinos, com a expulsão 
do mecônio, que é uma substância amarela que enche os intestinos dos 
leitões, durante a vida intra-uterina.
O criador deve escolher, para reprodução, porcas que sejam 
boas parideiras, prolíferas, boas criadeiras, tenham 6 a 7 pares de tetas 
perfeitas e bem dispostas e que sejam boas produtoras de leite, pois 
durante as 3 primeiras semanas de vida os leitões só se alimentam de leite 
materno. 
É preciso que sejam proporcionados às porcas em lactação 
rações balanceadas, ricas em hidratos de carbono, proteínas, sais minerais 
e vitaminas; pois, quando a ração é deficiente, o organismo tem que 
recorrer às suas reservas para suprir o leite de todos os seus elementos, o 
que pode causar sériosdistúrbios aos organismos das porcas, destacando-
se, entre eles, as avitaminoses, descalcificações e paralisias. 
As porcas são boas leiteiras, produzindo, por dia, de 4 a 8 litros 
de um leite muito rico em proteínas, sais minerais e vitaminas. Embora 
seja possível fazer o aleitamento artificial dos leitões, o aconselhável, 
por suas vantagens, é o elemento natural. De um modo geral, uma boa 
criadeira deve amamentar, em boas condições, uma ninhada de 8 leitões. 
Com 3 semanas de idade os leitões já começam a comer outros 
alimentos, devendo ser colocados à sua disposição, rações balanceadas, 
especiais. Os leitões podem receber, também, outros alimentos. Temos 
entre eles o leite desnatado, de grande valor nessa idade, farelo ou 
Produção 
de monogástricos
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Unidade 4
Manejo produtivo e 
reprodutivo
farelinho de trigo, farelo de arroz e fubá, de preferência misturados com 
5% de farinha de carne. 
É preciso, porém, evitar restos de comida nos comedouros, 
para que não se estraguem, provocando doenças ou distúrbios intestinais. 
O período de aleitamento deve ser de 2 meses, mas, em casos especiais, 
para animais de grande valor ou para futuros reprodutores, pode ir até 
3 meses. 
É aconselhável que os leitões disponham de um piquete gramado, 
de preferência com um comedouro automático com ração suplementar, 
seca e sempre à sua disposição. O verde, ou seja, verduras, gramíneas ou 
leguminosas, dadas no cocho ou então das pastagens, nunca devem faltar 
aos porcos. 
Muitas vezes, quando os leitões estão mamando, provocam 
ferimentos nas tetas da porca, que devem ser tratadas logo, para que não 
piorem, podendo não só inutilizar as tetas feridas, mas também outras 
que possam ser contaminadas por uma possível infecção, inutilizando a 
porca para a reprodução. Por isso, devemos cortar os dentes dos leitões, 
com um alicate especial, o que não apresenta nenhum inconveniente, 
porque os dentes cortados tornam a crescer.
Em alguns casos, é observada gangrena na cauda e na face dos 
leitões novos, o que provoca a queda da cauda, desvalorizando os animais 
para a reprodução. A remoção das camas usadas, a lavagem e a desinfecção 
das instalações, com um bom desinfetante, são medidas gerais de higiene 
no combate ou prevenção de um grande número de doenças que atacam 
os suínos. 
Fase de recria ou creche: do desmame até mais ou menos 70 dias
Fase que vai desde a desmama até mais ou menos os 50 Kg 
de peso vivo. Os animais (fêmeas e machos castrados) em grupos de 
25 são alojados em baias de crescimento, onde recebem alimentação 
e tratamento específico para a sua categoria. Nesta fase não requerem 
muito cuidado, pois com a alimentação adequada e água à vontade, em 
instalações confortáveis, dispondo-se de cerca de 0,5 m2/animal, crescem 
perfeitamente bem, com baixos índices de mortalidade.
Nesta fase é frequente ocorrer o canibalismo, sendo alvo o rabo 
e a orelha dos companheiros de cela, tendo como causas:
- perversão do hábito;
- excesso de lotação nas instalações;
- carência de proteínas e/ou minerais na ração;
Produção
de monogástricos
87
Unidade 4
Manejo produtivo e 
reprodutivo
- Medidas necessárias para que se evite o canibalismo:
. Proporcionar boas condições de higiene;
. Everminação periódica do rebanho;
. Ter número suficiente de comedouros e bebedouros;
. Refrescar o ambiente;
. Administrar verde;
. Afastamento de leitões líderes.
- Regras de manejo para esta fase:
. Procurar formar grupos homogêneos de leitões; não se devem 
permitir variações de peso superiores a 10% da média do grupo;
. Promover banhos diários dos animais por aspersão;
. Instalar bebedouros chupetas na proporção de 1 para 10 
animais;
. Os comedouros devem conservar para cada leitão um espaço 
de cerca de 0,40m;
. Fornecer alimentação à vontade;
. Após a desmama, os leitões deverão ser vacinados contra a 
peste suína e everminados;
. Adoção de rotina de limpeza.
Fase de terminação
Fase que vai desde os 50 Kg até o abate com cerca de 95 a 100 
Kg. Nesta fase, os animais requerem menos cuidados ainda que na fase 
anterior, sendo necessárias as observações anteriormente recomendadas 
para a fase de cria e um espaçamento um pouco maior, cerca de 1m2/
cabeça e grupos de cerca de 20 animais.
. Contenção de suínos
Para conter os suínos é preciso dispor de um pequeno utensílio 
chamado cachimbo.
Quando os animais estiverem com cerca de 4 meses promover a 
separação de machos e fêmeas inteiras. Futuros reprodutores deverão ser 
separados e alojados em baias específicas, podendo as fêmeas ser criadas 
juntamente com os castrados. 
- Época economicamente recomendável para o abate de 
suínos.
Com aproximadamente 100 Kg o animal está terminado, está 
pronto para o abate. A partir deste peso, a conversão alimentar piora. 
O porco tipo carne bem criado é aquele que aos 150 dias de vida tenha 
atingido 100 Kg de peso vivo e consumido 350 Kg de ração.
Produção 
de monogástricos
88
Unidade 4
Manejo produtivo e 
reprodutivo
Glossário - Alguns índices produtivos que devem ser observados na 
criação. 
O produtor que adota o sistema de produção de ciclo completo, 
isto é, todas as fases da criação presentes na propriedade, devem buscar 
atingir os seguintes índices de produtividade:
. Número de partos por porca/ano > 2,3;
. Leitões nascidos vivos por parto > 10,5;
. Taxa de leitões natimortos < 6,0%;
. Taxa de mortalidade do nascimento ao desmame < 10,0%;
. Número de leitões desmamados por parto > 9,5;
. Número de leitões desmamados por matriz / ano > 21,8;
. Taxa de abortos < 1,0%;
. Taxa de repetição de cio < 10,0%;
. Taxa de partos > 90,0%;
. Consumo de ração por matriz 1.080 Kg / ano ou 90 Kg / mês;
. Número de suínos terminados por parto > 9,0;
. Taxa de mortalidade na creche < 3,0%;
. Taxa de mortalidade na terminação < 1,5%;
. Número de animais terminados por matriz / ano > 20,8. 
Os machos e as fêmeas inteiros destinados à reprodução devem 
ser alojados em instalações específicas com espaço de cerca de 1,5 m2, 
contendo um piquete contíguo à sua baia para se exercitarem. O macho 
deve permanecer só, para evitar brigas com outros machos.
Os suínos adultos com mais de um ano devem ser descolmilhados 
(retirada dos dentes afiados e saídos da boca). Estes devem ser serrados 
rentes à gengiva para evitar riscos ao tratador. Estes dentes continuam 
crescendo, mas devem ser cortados sempre que estiverem grandes.
Manejo reprodutivo de suínos 
. Idade do primeiro cio
Na fêmea suína, o primeiro cio já foi observado a partir de 127 
dias até 250 dias de idade. No entanto, a idade média de aparecimento 
do primeiro cio fica em torno de 200 dias de vida. A ocorrência de cios 
precoces e tardios é devida a fatores ambientais.
 
. Ciclo estral
O processo reprodutivo inicia com o cio indo até a manifestação 
de um novo cio. O período médio de duração de um ciclo estral é de 21 
dias, com oscilação mínima. Os ciclos são maiores à medida que avança a 
idade da porca.
Produção
de monogástricos
89
Unidade 4
Manejo produtivo e 
reprodutivo
1 - Proestro ou Fase de Proliferação
Fase em que os folíolos ováricos estão bastante desenvolvidos 
ou em maturação. Caracteriza-se pela ocorrência de muco espesso na 
vagina, que está corada e edematosa, útero tenso e cérvix aberta. Início 
das manifestações psíquicas (procuram o macho, montam umas nas outras, 
etc.). A duração é de dois dias.
2 - Estro ou Cio
É um fenômeno fisiológico periódico caracterizado pela 
exaltação sexual das fêmeas, e correspondente à época em que elas estão 
prontas para serem cobertas e enxertadas, isto é, à época da ovulação. 
Nesse período, elas não só aceitam o macho como até o procuram para o 
acasalamento. 
Não estando no cio, as porcas não aceitam o macho e mesmo que 
sejam cobertas à força, não concebem. É preciso, portanto, que o criador 
saiba quando as porcas estão no cio, o que elas demonstram porque ficam 
nervosas, excitadas, montam nas companheiras ou deixam que as outras 
as montem, urinam