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B) PRODUÇÃO DE MONOGÁSTRICOS AUTOR FRANK GEORGE GUIMARÃES CRUZ Produção de monogástricos 53 Introdução Palavras do professor-autor Introdução Este caderno apresenta conteúdos relacionados à disciplina “Produção de monogástricos”. O maior objetivo na apresentação desses conteúdos é mostrar ao aluno do Curso de Licenciaturas em Ciências Agrárias algumas das possíveis criações de animais monogástricos, que podem ser desenvolvidas em nossa região. Para tanto, faremos descrições de como devem ser feitas as instalações para a criação dos animais a serem produzidos e apontaremos quais os equipamentos necessários não só para a instalação dos criatórios mais para a própria produção deles. Ademais, faremos considerações sobre os tratos desses animais, mostrando inclusive os cuidados sanitários necessários a serem tomados para que haja uma boa produção. Nesse sentido, dividimos os conteúdos deste caderno em cinco (5) unidades. Na primeira, será considerada a importância social e econômica de monogástricos, enfatizando a exploração das espécies domésticas: aves e suínos, e a espécie silvestre: capivara. Na segunda, descreveremos a origem das raças, como elas foram introduzidas no Brasil, fazendo considerações sobre as características zootécnicas e apresentando as classificações zoológicas. Na terceira, abordaremos os diversos tipos de instalações e equipamentos utilizados nas criações de aves, suínos e capivara. Na quarta, faremos considerações sobre o manejo e reprodutivos dos animais e, na quinta, apresentaremos as medidas sanitárias necessárias a criação dos animais como a prevenção e tratamento das principais doenças. Palavras do professor autor Caro aluno A nossa disciplina nos dará oportunidade de mostrar a você sobre a importância da criação de monogástricos em nossa região, quando refletiremos através de atividades questões econômicas e sociais. Para que isto possa acontecer, leituras, discussões e exercícios relacionados aos conteúdos devem ser realizados. Essas atividades, no entanto, não devem se restringir somente à sala de aula, mas, também, ao ambiente virtual onde informações devem ser trocadas para maior aprendizagem e quando dúvidas poderão ser tiradas. Isto tonará o nosso processo de ensino-aprendizagem mais dinâmico e mais efetivo. Pois (acredito), na troca de informações nesses dois espaços poderá haver maior cumplicidade entre aluno e professor, podendo eclodir outras informações que farão a aprendizagem mais interessante. Um abraço. Frank George Guimarães Cruz Produção de monogástricos 54 Orientações para estudo Ementa Orientações para estudo do caderno Este caderno é um guia para o seu estudo de nossa disciplina. Ele contém as informações teóricas que devem ser lidas com cuidado. Durante a leitura, você deve marcar (sublinhar) as palavras e trechos (frases e parágrafos) que você não consiga entender. Quanto às palavras, verifique se elas estão no Glossário, no fim do caderno. Se elas lá não estiverem, procure um dicionário, de preferência um relacionado à nossa área, para que você verifique o (s) significado (s) delas. Posto isto, volte ao caderno e realize uma nova leitura, principalmente das partes que você não entendeu em razão das palavras diferentes. Se dúvidas continuarem, reúna-se em grupo e tente tirar as suas dúvidas. Mas se no final desse processo, você continuar com dúvidas recorra ao seu tutor para que as suas dúvidas sejam dirimidas. Tendo dominado o conteúdo da unidade, vá ao ambiente virtual e procure verificar as atividades que deverão ser realizadas. Atenção: As atividades só deverão ser realizadas quando o conteúdo de cada unidade tiver sido dominado. Se houver problema de entendimento quanto à realização das atividades, procure o tutor para que ele explique como elas deverão ser realizadas. Obs.: o ambiente virtual (AVEA) deverá ser visitado não só quando você procurar pelas atividades que deverão ser feitas, mas também para quando você precisar de auxílio para entendimento de conteúdos ou para participar de atividades que requeiram discussões dos alunos do nosso sistema de ensino-aprendizagem. Ou seja, esteja sempre ligado a nós através da internet. Ementa Estatística da produção. Principais raças, cruzamentos e híbridos avícolas. Instalações. Equipamentos. Produção e exploração econômica de monogástricos. Manejo de monogástricos. Sanidade animal. Animais silvestres de interesse econômico. Objetivos de ensino-aprendizagem da disciplina 1. Avaliar a importância da produção e exploração econômica de aves, suínos e capivara. 2. Identificar híbridos avícolas e raças e híbridos suinícolas criados em confinamento; 55 Unidade 1 Importância social e econômica Produção de monogástricos 3. Demonstrar através de atividades conhecimento das diversas instalações e equipamentos utilizados nos criatórios de aves, suínos e capivara; 4. Orientar o manejo de aves, suínos e capivara; 5. Propiciar o conhecimento de prevenção e tratamento das principais doenças de aves, suínos e capivara; Unidade 1 Importância social e econômica Síntese: Nessa unidade será abordada a importância social e econômica de monogástricos, enfatizando a exploração das espécies domésticas: aves e suínos, e espécies silvestres: capivara. Importância social e econômica da avicultura Há décadas a avicultura vem concentrando esforços em pesquisas nas áreas de genética, nutrição, sanidade e manejo. Os avanços científicos e tecnológicos obtidos tornaram a carne e o ovo de galinha excelentes fontes de proteína de origem animal. A recente globalização da economia e, por consequência, a modernização da avicultura forçaram a produção do frango industrial na direção de empresas com alta capacidade de investimentos, segregando da atividade aqueles produtores sem capacidade empresarial e sem capital suficiente para empreendimentos modernos. O Brasil ocupa atualmente uma posição de destaque no cenário avícola internacional, figurando como o terceiro maior produtor e líder mundial nas exportações de carne de frango. Exportando para 127 países, a avicultura brasileira tem se apresentado como responsável por 34% das exportações mundiais. Ao repetir o ritmo de crescimento verificado nos últimos anos, a avicultura nacional, dentro de poucos deverá ultrapassar as exportações dos EUA, maior exportador mundial. Mas para manter as posições conquistadas, as empresas brasileiras terão de investir em qualidade e segurança alimentar, a fim de atender a um mercado cada vez mais exigente. A importação de 100% de matérias-primas para produção de rações e a ausência de incubatórios para produção de pintos de um dia, constituem os principais gargalos da avicultura no estado Amazonas. Apesar disso, o segmento avícola de postura atende a 100% da demanda, ao contrário da produção de frango de corte, que não consegue obter lucros nesse setor, pois os custos de produção não compensam os investimentos (SOUZA FILHO; CRUZ, 1998). 56 Unidade 1 Importância social e econômica Produção de monogástricos Em razão do baixo preço de aquisição, os subprodutos avícolas, carne e ovos, estão entre os alimentos mais consumidos pela população, sem contarmos que a sua composição apresenta níveis elevados de proteína e baixos níveis de gordura e colesterol. De acordo com o Ministério de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), os EUA são os maiores produtores de carne de frango do mundo seguidos pela China, Brasil, União Européia. O quadro a seguir (AVISITE, 2010) apresenta a produção mundial de carne de frango nos países indicados de 2005 a 2010, entre outros. Produção mundial de carne de frango (em milhares de toneladas) Países 2005 2006 2007 2008 2009 (p) 2010 (e) EUA 15.870 15.930 16.225 16.561 15.980 16.222 China 10.200 10.350 11.291 11.840 12.100 12.500 Brasil 9.350 9.355 10.305 11.033 10.980 11.420 EU-27 8.169 7.740 8.320 8.535 8.620 8.650 México 2.498 2.592 2.683 2.853 2.810 2.880 Índia 1.9002.000 2.240 2.490 2.550 2.650 Rússia 900 1.180 1.350 1.600 1.790 1.975 Argentina 1.030 1.200 1.320 1.430 1.500 1.600 Iran 1.237 1.327 1.423 1.450 1.525 1.600 Japão 1.166 1.258 1.250 1.255 1.260 1.255 Tailândia 950 1.100 1.050 1.170 1.200 1.250 Outros 9.847 10.262 10.809 11.218 11.400 11.736 Total 63.117 64.294 68.266 71.435 71.715 73.738 (p) = previsão (e) = estimado Quadro 1 – Produção mundial de carne de frango. Fonte: AVISITE (2010). No ano de 2009, as exportações brasileiras representaram cerca de 38,5% das exportações mundiais de frango. O segundo maior exportador são os Estados Unidos, seguido pela União Europeia e a Tailândia. O quadro a seguir (AVISITE, 2010) mostra os principais exportadores de 2004 a 2010. Exportações mundiais de carne de frango (em milhares de toneladas) Países 2005 2006 2007 2008 2009 (p) 2010 (e) Brasil 2.739 2.502 2.922 3.242 3.150 3.345 EUA 2.360 2.361 2.678 3.157 2.997 2.858 UE-27 696 690 635 743 720 720 Tailândia 240 261 296 383 385 420 China 332 322 358 285 250 254 Argentina 92 94 125 164 174 204 Canadá 102 110 139 152 147 153 Chile 60 64 39 63 110 125 Kuwait 97 38 60 70 70 70 Austrália 18 16 25 27 35 40 Jordânia 2 2 3 20 37 40 Outros 93 98 105 112 108 110 Total 6.831 6.558 7.385 8.418 8.183 8.339 (p) = previsão (e) = estimado Quadro 2 – Exportação mundial de carne de frango. Fonte: AVISITE (2010). 57 Unidade 1 Importância social e econômica Produção de monogástricos Importância social e econômica da suinocultura A suinocultura brasileira vem tendo um crescimento significativo, haja vista sua posição na balança comercial que a coloca como sendo o quarto maior rebanho mundial, com mais de 33,8 milhões de cabeças, sendo superado pelos Estados Unidos, União Europeia e China que possuem rebanhos suínos mais significativos. A criação de porcos também evoluiu em razão dos avanços tecnológicos, deixando para trás criatórios sujos, onde os animais eram criados sem cuidado em chiqueiros, soltos ao redor das propriedades, comendo tudo o que encontravam. Hoje a criação se dá em galpões dotados de uma grande estrutura, com instalações adequadas, condições de higiene e alimentação correta (FERREIRA, 1991). A exemplo da avicultura, a suinocultura é um elemento importante para fixar o homem no campo, gerando emprego e renda para milhões de famílias que se ocupam na produção de milho e soja, setor em que o Brasil está entre os grandes produtores mundiais. A carne suína é excelente fonte de vitamina do complexo B (tiamina, riboflavina, vitamina B6 e B12), minerais (cálcio, fósforo, zinco e ferro) e rica em potássio. Como as pessoas com hipertensão devem diminuir o consumo de sal (cloreto de sódio) para abaixar os níveis de sódio do organismo, a carne suína é a mais indicada para alta pressão sanguínea, já que o potássio ajuda a regular os níveis de sódio que aumentam a retenção de líquidos no corpo. A China é o maior consumidor do mundo e também o maior produtor de carne suína, produzindo quase que a totalidade de seu consumo interno. A União Europeia é o segundo maior produtor, seguido pelos EUA e Brasil. O quadro a seguir (ABIPECS, 2010) ilustra a produção mundial de carne suína nos países indicados de 2007 a 2010. Produção mundial de carne suína em mil toneladas País 2007 2008 2009 2010* China 42.878 46.205 48.905 50.000 União Europeia 22.858 22.596 22.159 22.250 Estados Unidos 9.962 10.599 10.442 10.052 Brasil 2.990 3.015 3.130 3.170 Rússia 1.910 2.060 2.205 2.270 Vietnã 1.832 1.850 1.850 1.870 Canadá 1.746 1.786 1.789 1.750 Japão 1.250 1.249 1.310 1.280 Filipinas 1.250 1.225 1.240 1.255 * preliminar Quadro 3 – Produção mundial de carne suína. Fonte: ABIPECS (2010). 58 Unidade 1 Importância social e econômica Produção de monogástricos No estado do Amazonas, a criação de suínos é ainda pouco implementada, em razão principalmente do alto custo com alimentação e da falta de hábito alimentar da população. Importância social e econômica da capivara Grandes como porcos, com até um metro e trinta de comprimento e 65 kg, cabeça retangular, orelhas pequenas, olhos miúdos e altos que lhes dão um aspecto esnobe, cauda rudimentar (frequentemente se sentam como cachorros), as capivaras, Hydrochoerus hydrochaeris, são os maiores roedores do mundo. Encontradas sempre próximas à água, alimentam-se de grama e de vegetação aquática. Em campos abertos, vivem em hordas de dezenas de indivíduos. Sua distribuição geográfica, que vai do Panamá ao nordeste da Argentina, engloba a totalidade do território brasileiro, mas são raras nos locais onde são caçadas. Conforme (OJATI, 1973), os hábitos alimentares, massa corpórea, alta taxa reprodutiva e comportamento natural de grupo fazem da capivara uma espécie ideal para criação com vistas à produção de carne e couro. As vantagens econômicas e ambientais da criação de capivara sobre o gado bovino são claras: a capivara é uma espécie local adaptada à coexistência harmoniosa com a fauna e a flora sul-americanas. Bem menores que as vacas, não compactam o solo nem têm o impacto erosivo daquelas. Além do mais, as taxas reprodutivas do roedor, notavelmente altas como é típico de animais desta ordem, permite a produção de muito mais carne por área de criação. A carne pode ser comercializada seca e salgada, fresca ou congelada, e é excelente para a fabricação de presunto, salsicha, salame e mortadela. Assim, um projeto de exploração das capivaras deve prever, além da multiplicação e re-introdução onde estão extintas, uma fase de distribuição, divulgação e desenvolvimento de receitas especificamente projetadas para valorizar a carne deste roedor. O projeto das capivaras também poderia ter um lado social voltado para o estímulo ao pequeno produtor. O estado do Amazonas pode investir na produção de carne de capivara para alimentar a população ao programar a combinação de financiamentos, apoio técnico e, por exemplo, compra da produção para a merenda escolar. Vá ao ambiente virtual e faça as atividades correspondentes a esta unidade. Produção de monogástricos 59 Unidade 2 Origem, raças e híbridos Unidade 2 Origem, raças e híbridos Síntese: Nesta unidade será descrita a origem, raças e híbridos de aves, suínos e capivara, abordando para cada espécie o local de domesticação, introdução no Brasil, características zootécnicas e classificação zoológica. Origem, raças e híbridos de aves A galinha foi domesticada no continente asiático há muitos séculos, e que todas as raças existentes descendem do Gallus bankiva (também chamado de Gallus gallus), que migrou para outras partes do mundo, sempre adaptando-se aos mais diversos climas e ambientes. No Brasil, a galinha foi introduzida pelos portugueses em 1503, quando Gonçalves Coelho trouxe casais de galinhas os quais foram deixados no país, aclimatando-se rapidamente, crescendo e multiplicando-se (CRUZ, 2011). A American Poultry Assodation classifica as mais de 100 raças puras de galinhas basicamente em quatro classes de maior importância econômica, conforme a origem geográfica: 1) Americana - As aves pertencentes a esta classe desenvolveram-se na América do Norte e têm como características principais a pele amarela, brincos vermelhos, ovos vermelhos, tamanho médio e pernas desprovidas de penas. Entre as principais representantes estão Rhode Island Red(ródia), Plymouth Rock(variedades barrada e branca), New Hampshire, Wíandotte(variedades prateada e branca) e Gigante Negra de Jersey; 2) Inglesa - As linhagens inglesas originárias da Inglaterra possuem a pele branca(com exceção da cornish), brincos vermelhos, ovos vermelhos(com exceção da Redcaps e Dorking), tamanho médio a grande e com pernas desprovidas de penas (variedades branca e prateada). Pertencem a esta classe a Cornish, Orpington, Sussex, Dorking, Australorp e Redcap; 3) Mediterrânea - Originam-se dos países mediterrâneos, sendo suas características principais, a pele amarela, brincosde cor branca, ovos brancos, tamanho pequeno e pernas desprovidas de penas. Aqui incluen-se a Leghorn, Ancona, Minorca e Andaluza Azul e 4) Asiática - São oriundas da Ásia, possuem pele amarela(exceção da Langshan), brincos vermelhos, ovos vermelhos, tamanho grande e pernas cobertas de penas. Aqui estão incluídas as linhagens Brama, Cochin e Langshan. É bom saber desde já que não existe mais raças de galinhas. A avicultura (FERREIRA, 1993) evoluiu tanto e tão rapidamente que hoje as raças antigas fazem parte da história. Modernamente o que existe são aves híbridas, geneticamente desenvolvidas a partir das linhagens antigas. Presentemente há apenas marcas comerciais ou linhagens comerciais ou Produção de monogástricos 60 Unidade 2 Origem, raças e híbridos híbridos comerciais produzidos e comercializados por grandes empresas avícolas, geralmente multinacionais. Saiba que as galinhas não toleram bem locais de clima excessivamente quente ou frio, sendo que a temperatura média mais indicada situa-se entre 14 - 25°C. Hoje os híbridos são classificados em corte (produção de carne) e postura(produção de ovos). Basicamente as linhagens Cornish e Plymouth Rock Branca deram origem aos híbridos ou marcas comerciais para corte. As principais características de híbridos para corte são: empenamento precoce e de cor branca, rápido ganho de peso, peito largo, pernas curtas e grossas e baixa conversão alimentar . Os híbridos comerciais importados para produção de carne mais utilizados são: Ag Ross, Arbor Acres, Avian, Hubbard e Cobb Vantress. Já os híbridos comerciais nacionais destacam-se: EMBRAPA 021, S-54 e Chester. Na formação das híbridos comerciais para produção de ovos, foram utilizadas as linhagens Leghorn(ovos brancos) e Rhode Island Red(ovos vermelhos). As principais características de aves destinadas a produção de ovos são: baixa conversão alimentar (kg ração/dz ovo); produção de ovos superior a 300 ovos/ave/ano; alta percentagem de ovos grandes e ovos com casca resistente e uniforme. Os híbridos comerciais importados para produção de ovos mais utilizados são: Hisex (branca e marrom),Lohmann (branca e marron), Dekalb (branca e marron), Hy-Line (branca e marrom), Isa (branca e marron), Bovans Goldine (marrom) e Shaver (branca e marrom). Os híbridos comerciais nacionais destacam-se: EMBRAPA 011 (branca) e EMBRAPA 031 (marrom). Classificação zoológica da galinha . Filo - Chordata (notocorda) . Subfilo - Vertebrata (coluna vertebral) . Classe -Aves (penas) . Subclasse - Neornithes (sem dentes) . Subordem - Neonathae (quilha) . Ordem - Galliformes . Subordem - Galli . Família - Phasianidae . Subfamíiia - Phasianinae . Género - Gallus . Espécie - Domesticus Nome Científico - Gallus domesticus ou Gallus gallus. Produção de monogástricos 61 Unidade 2 Origem, raças e híbridos Origem e raças de suínos A domesticação do suíno pode ter ocorrido de forma semelhante, ao que acontece até hoje em Papua, na Nova Guiné. Lá os nativos caçam porcos selvagens e criam os leitões capturados como animais de estimação, dentro das moradias. Inicialmente o porco selvagem tinha seu corpo ajustado como animal caçador e lutador, semelhante ao do javali, apresentando 70% de massa dianteira e 30% de traseira. Era muito veloz e sua principal arma era seu dente longo e afiado, com os quais se defendia de seus predadores; devido ao seu avantajado dianteiro, resistia aos impactos das lutas. A partir da introdução do óleo vegetal no mercado, uma grande campanha foi articulada tentando transformar o suíno (banha) em vilão para a saúde humana. Então, por força do mercado, a genética começou a trabalhar para produzir um animal conforme a nova exigência do consumidor, ou seja, um animal mais muscular e menos gorduroso, chegando ao suíno atual que tem 70% de traseiro e 30% de dianteiro. Desde a antiguidade, o consumo de carne suína já despertava polêmica, e todas as restrições, de uma forma ou de outra, estavam ligadas a uma razão sanitária, em virtude da transmissão de doenças como tênias, traquinas e outros parasitas. Dessa maneira, a suinocultura se expandiu para o mundo inteiro, com exceções de alguns países da África e do Oriente Médio, porque o islamismo proíbe o consumo de carne dessa espécie. Na América, foi o descobridor do continente, o navegador Cristóvão Colombo, quem introduziu os primeiros animais, em 1493, na região de São Domingo. Dessa ilha, logo foram levados para a Colômbia, Venezuela e Equador, se espalhando por todo o continente americano. No Brasil, os primeiros suínos chegaram ao litoral paulista em 1532, trazidos pelo navegador Martim Afonso de Souza e logo em seguida à Bahia. Existem raças de suínos estrangeiras e nacionais, sendo que as primeiras são zootecnicamente mais apuradas devido a um intenso trabalho de seleção e melhoramento, proporcionando maior produtividade, maior precocidade e melhor qualidade de carcaça. As raças estrangeiras de suínos para produção de carne e bacon de maior destaque são: Landrace, Large White (bacon), Durock- Jersey, Hampsheire Americano, Edelschwein, Middle White, Large Black, Tamworth, Beltsville no 1, Beltsville no 2, Maryland no 1, Maryland no 2 e Minnesota no 1. Já para produção de banha, as raças estrangeiras mais criadas e conhecidas, são: Poland-China Malhado, Hampshire Inglês (carne e banha) e Middle-White (carne e toucinho). Produção de monogástricos 62 Unidade 2 Origem, raças e híbridos Temos ainda, as raças de suínos nacionais, a seguir, especializadas quanto à produção de banha: Canastra, Canastrão, Caruncho, Piau, Nilo ou Nilo-Canastra, Pirapitinga, Pereira e Tatu (Macau, Baé). As porcas das raças brasileiras, quando cruzadas com porcos de raças estrangeiras aperfeiçoadas, dão produtos de ótima qualidade. Devemos levar em consideração, ainda, que os suínos especializados, para a produção de banha, podem fornecer ótimo bacon, desde que sejam alimentados adequadamente. Atualmente, a criação de suínos é orientada para a produção de carne e não de banha, devido, principalmente, à competição com as gorduras e óleos de origem vegetal e à maior aceitação destes na alimentação humana. Classificação zoológica do suíno . Reino: Animal . Filo: Chordata . Classe: Mammalia . Ordem: Artodactyla bunodontes . Sub-Ordem: Ungulados . Família: Suidae . Gênero: Sus . Espécies: Sus scrofa e Sus vittatus Nome Científico: Sus domesticus. Origem da capivara Capivara é um nome de origem tupi, que significa comedor de capim (caapii-uara), sendo conhecido como maior roedor do mundo. Esta espécie pode ser encontrada em toda a América do Sul, principalmente no Sul do Brasil e Argentina (HOSKEN, 2009). É um animal herbívoro (alimenta-se de capins em geral) por excelência, embora também se alimentem de milho, mandioca, bananas verdes, talos de bananeira, cana-de-açúcar, raízes, etc. Em relação a coelhos e ovinos, aproveitam melhor as forragens e concentrados. Classificação zoológica da capivara . Reino: Animalia . Filo: Chordata . Classe: Mammalia . Ordem: Rodentia . Sub-Ordem: Histricognathi Vá ao ambiente virtual e faça as atividades correspondentes a esta unidade. Produção de monogástricos 63 Unidade 3 Instalações e equipamentos . Família: Hydrochoeridae . Gênero: Hydrochoerus . Espécie: Hydrochaeris Nome Científico: Hydrochoerus hydrochaeris Unidade 3 Instalações e equipamentos Síntese: Nesta unidade serão abordados os diversos tipos de instalações e equipamentos utilizados nas criações de aves, suínos e capivara. Instalações, equipamentos e implementos para aves Instalações Avicultura > Solução: Aviário Baixo Custo (ABC) Instalações onerosas não justificam, porque: 1) Os resultados produtivos não estão relacionados à sofisticação das instalações; 2) Pormelhores que sejam os resultados produtivos dificilmente cobrirão os altos custos financeiros ora incidentes sobre esse tipo de instalação. Material de construção 1) Fácil disponibilidade; 2) Custo econômico na região. . Partes que compõem um aviário Largura do Galpão - mínimo 8 m Comprimento do Galpão - máximo 120 m Altura do Pé-Direito - mínimo 3,0 m Beiral - 1,50 m (metade da altura do pé-direito) Altura da Parede Lateral - 30 m Abertura do Lanternim - 10 a 12% da largura do telhado (largura do galpão + beiral) Altura do Lanternim — 30 cm Cobertura do Laternim - Igual à abertura do Laternim . Modelos de construção de galpões 8 x 25 = 200 m2 10x100= 10.000 m2 12 x 100= 12.000 m2 Produção de monogástricos 64 Unidade 3 Instalações e equipamentos . Construção complementar Fosso de putrefação (cemitério das aves). Deve ficar localizado no terreno mais da granja, porém livre de inundação. Quantidade de Aves Larguras (m) Comprimento (m) Profundidade(m) 10.000 1,20 1,50 1,80 20.000 1,50 3,40 1,80 30.000 1,50 5,00 1,80 . Densidade ou lotação avícola Francos de Corte - 8 aves / m2 Aves de Postura (Fases de Cria e Recria) - 7 aves m2 Aves de Postura (Fase de Postura) - criadas no chão:4 aves/m2 Aves de Postura – 8 a 10 aves/ m linear - criadas em gaiolas Equipamentos e implementos avícolas 1) Fontes de aquecimento a) Campânulas . Elétrica . Gás Capacidade - 500 e 1000 pintos. b) Infravermelho Capacidade - 1000 pintos. 2) Círculos de Proteção Circundam cada campânula para evitar que os pintos escapem para fora da área aquecida e como proteção contra correntes de ar. Diâmetro do Círculo de Proteção - 2,90 a 3,20 m (500 pintos). Altura do Círculo de Proteção - 60 cm. Material utilizado para fabricação - eucatex, duratex. 3) Comedouros . Pintos . Bandeja (tipo circular- 40 X 5cm)/ 100 pintos . Bandeja (tipo retangular - 60 X 40 X 5 cm) / 100 pintos . Tubular infantil - 5 kg/ 60 aves Material - plástico e alumínio Produção de monogástricos 65 Unidade 3 Instalações e equipamentos Aves adultas . Tubular (plástico) - 15 a 18 Kg / 30 aves . Tubular (plástico) - 20 a 25 Kg / 30 aves . Tubular (alumínio) - 20 a 25 kg/30 aves . Lineares de Alumínio - 5 cm / ave . Lineares de Madeira” 5 cm / ave . Automáticos (com corrente) - 5cm/ave . Automáticos (com molas espirais e depósitos com bandeja) Para galpões até 11 m de largura - 2 linhas de comedouros Para galpões com mais de 1 Im de largura - 4 linhas de comedouros 4) Bebedouros Pintos . Tipo copo (pressão) - 3 litros / 80 - 100 aves . Tipo niple (automático)- 1 unidade / 20-25 aves . Tipo copinho (com bóia) - plástico; 1 unidade / 25 aves Aves adultas . Pendulares (semi-automáticos - com bóia) - plástico: I unidade / 50 aves . Lineares de calha com água corrente - 2,5 cm / ave . Tipo niple (automático) -1 unidade/10 aves . Tipo copinho (com bóia) - plástico: 1 unidade / 10 aves (usado em gaiola). 5) Gaiolas . Pintos (1 a 45 dias - compartimento único) 100 cm comprimento X 30 cm altura X 40 cm largura/ 40 pintos ou 200 cm2 / ave. . Recria ( 45 a 130 dias - 2 divisões de 50 cm cada). 100 cm comprimento X 45 cm altura X 50 cm largura / 12 frangas ou 375 cm2/ ave. . Postura (acima de 130 dias - 2 divisões de 50 cm cada) 100 cm comprimento X 45 cm altura X 50 cm largura/10 aves ou 450 cm2/ave. 6) Debicador elétrico Finalidade: cortar e cauterizar o bico das aves. Quando se debica uma ave (ENGLERT, 1998), tem-se por objetivo Produção de monogástricos 66 Unidade 3 Instalações e equipamentos melhorar seu desempenho produtivo, reduzir o canibalismo, diminuir a quebra de ovos e melhorar a conversão alimentar. Uma debicagem mal feita é sinónimo de prejuízos, e várias são as alternativas buscando o melhor resultado, gerando várias controvérsias pela feita de exatidão e unidade sobre como proceder esta operação. Aspectos importantes no procedimento da debicagem 1) O melhor horário para realizar a debicagem é no início da manhã ou ao entardecer, mantendo sempre disponível água fresca para as aves; 2) Não debicar aves doentes; 3) Não ter pressa para realizar a debicagem e usar sempre equipes bem treinadas. Em uma hora é possível debicar cerca de 100 pintos, já em aves adultas debíca-se cerca de 300 aves, durante o mesmo tempo; 4) A lâmina de debicagem deve estar na temperatura correta (em tomo de 700 ºC) antes da debicagem. Lâmina muito quente resulta na formação de neuromas no bico que se tomam muito sensíveis e causam desconforto, reduzindo o desempenho das aves; 5) O melhor método será aquele que melhor se adeque as necessidades da granja: a) Debicagem (remoção) apenas do bico superior (empregado antes que a ave atinja a maturidade sexual). Pode ser leve, média e severa. Quando leve - ocorre somente a remoção da cutícula que envolve o bico. Quando média e severa - as aves devem ser debicadas e o bico cauterizado. b) Debicagem (remoção) de um terço do bico superior e apenas a extremidade distal do bico inferior; c) Debicagem (remoção) de um terço dos bicos superior e inferior da aves. 6) A ave deve ser contida corretamente e o dedo indicador será posicionado sobre a garganta de forma a promover a retração da língua, evitando desta forma o seu corte. A debicagem deve ser realizada lentamente, permitindo que a lâmina cauterize o bico. A borda do bico deve ser arredondada para eliminar arestas. 7) Não puxar o bico da ave antes que o bico tenha sido completamente cortado, pois pode prejudicar o desempenho da ave. 8) Confira cuidadosamente a debicagem de cada ave. Se possível, faça os retoques que forem necessários. Aves mal debicadas podem ser causa de aborrecimentos mais tarde. Produção de monogástricos 67 Unidade 3 Instalações e equipamentos Manejo pré e pós debicagem 1) Fornecer vitamina K na ração ou através da água uma semana antes da debicagem. Este procedimento minimiza futuros problemas de hemorragia; 2) Durante os primeiros 7 dias após a debicagem, manter o alimento mais acessível à ave de maneira que a mesma não entre em contato com o fondo do comedouro; 3) Estimular o consumo de alimentos fornecendo ração duas ou mais vezes ao dia; 4) No período correspondente a uma semana após a debicagem não submeter a ave ao estresse, evitando realizar vacinações e sua movimentação. Causas do canibalismo: falta de ração; falta de água; falta de proteína na ração; falta de sal comum na ração; falta de fibra bruta na ração; falta de ventilação; alta densidade avícola; pequeno número de comedouros e pequeno número de bebedouros. Idade para debicagem . Frangos de Corte - não se realiza debicagem (período de criação muito curto). . Aves de Postura 1a debicagem - 7 a 10 dias de idade. 2a debicagem - 8 semanas de idade. Ninhos (35 cm X 35 cm X 35 cm) - 4 a 5 aves/ boca. Instalações e equipamentos para suínos Instalações Esta parte tratará de instalações apenas para o sistema de criação em confinamento, uma vez que os suínos não aproveitam a fibra para a sua alimentação e a movimentação dos animais de engorda é prejudicial para o ganho de peso. Para se escolher o melhor tipo de instalação devemos levar em conta alguns fatores (OLIVEIRA, 1997) dos quais podemos destacar: número de animais a serem criados; valor do investimento; disponibilidade de recursos financeiros; tipo de criação a ser implantada e facilidade operacional. O objetivo de todo criador deve ser, sempre, ter uma criação organizada, com toda a higiene, qualidade dos produtos, com alta produtividade e com a maior produção possível. Além disso, a meta a ser alcançada não deve ser nunca perdida de vista, para que sejam obtidos lucros compatíveis com o investimento feito e com o trabalho realizado. Produção de monogástricos 68 Unidade 3 Instalações e equipamentos Os porcos,ao contrário do que se diz, são animais extremamente limpos e uma criação racional deve passar longe do que chamamos de “chiqueiro”. Por essa razão, as instalações devem ser bem construídas, em terreno. As instalações merecem uma atenção à parte no que se refere a animais estabulados, pois dependem destas condições para um manejo adequado. As instalações representam o maior gasto quando se faz investimento em criação de animais confinados. Por isto precisam ser bem planejadas para que atendam os princípios de economia, funcionalidade e conforto necessários para a adequada condução da criação dos suínos. Para tal é importante a observância de alguns detalhes, tais como: seco e com disponibilidade da água, não só para o consumo dos animais, mas para se manter o local sempre limpo. Um dos principais fatores a serem considerados na construção das instalações para os porcos é a temperatura ambiente, dentro do local de confinamento. Como os porcos não conseguem “perder” temperatura com facilidade, num dia de muito calor, acabam sofrendo. Para contornar esse problema, o local escolhido para o confinamento deve ser construído de forma a permitir um arejamento adequado. Os materiais de construção devem ser bem escolhidos, para que não tornem o local ainda mais quente. Em todas as fases da produção, ou do desenvolvimento dos animais, os porcos devem ter acesso ao pasto, a não ser na fase imediatamente anterior ao parto, durante a fase de amamentação, desmama e na recria. O criador deve possuir instalações que proporcionem as melhores condições para seus animais, do contrário, a produção não apresentará resultados satisfatórios. A limpeza das instalações deve ser feita diariamente, retirando-se todos os dejetos, através de uma lavagem bem feita, quando os porcos forem para outro recinto ou para o pasto. O número de porcos por baia pode variar muito, podendo ser de até 25 ou 30 animais. Outro cuidado a ser observado é o espaço no comedouro, que deve ser suficiente para que os animais não se “apertem” demais, o que pode causar ferimentos ou problemas de má alimentação em alguns porcos. • Localização O local escolhido para a construção de uma pocilga deve ser localizado fora do perímetro urbano, conforme legislação específica e bom senso do criador. No entanto não deve se localizar muito distante dos centros urbanos e boas estradas, pois parte da alimentação dos suínos provém de fora da granja, tais como concentrados, misturas minerais, Produção de monogástricos 69 Unidade 3 Instalações e equipamentos medicamentos, etc. Locais muito distantes muitas vezes não dispõem de rede elétrica, o que nos dias de hoje é fundamental para as atividades em geral da granja. O item transporte tende a crescer dentro dos custos totais de produção. Por isto uma proximidade razoável de centros urbanos resultará em um custo de produção menor. •Topografia Quanto à topografia do local é interessante construir os prédios em áreas levemente inclinadas para facilitar o escoamento de dejetos e a água da chuva, principalmente em nossa região (amazônica), onde temos uma alta precipitação pluviométrica em parte do ano. Os prédios devem ser construídos observando-se a orientação do sol e que o comprimento do galpão esteja disposto no sentido leste-oeste, para evitar a incidência excessiva de raios solares em um dos lados do galpão. • Divisões de uma Pocilga Baia de Reposição Baias com lotes de até 25 animais, com uma área para cada animal de 1,5 a 2,5 m2; comedouros com 30 cm para cada animal e 1 chupeta para cada 8 animais, com piquetes para exercício. Baia de Solteiras Idem para reposição. Baia de Gestação Baia com espaço de 2 m2 por animal contendo comedouro com espaço de 30 cm por animal e 1 chupeta para 8 porcas, devendo existir um piquete para o exercício destas com área de cerca de 100 m2 por animal. • Maternidade De preferência a serem construídas fora do galpão das demais categorias. Modernamente se utilizam gaiolas de parição para onde a porca é levada na semana que antecede a data provável do parto. A gaiola tem como dimensões 2,30 x 1,50 x 0,6 m, 25 cm de altura do chão até as paredes da gaiola; e a altura das paredes divisórias de outra gaiola é de 40 a 60 cm, possuindo cada gaiola ou cela de parição um cocho e chupeta para a água. A função dessas gaiolas ou celas é impedir a movimentação da porca e que os leitões fiquem protegidos no momento desta deitar-se para qualquer lado. O conjunto de celas ou gaiolas é chamado de maternidade, onde as porcas permanecem por um período de até 21 dias. • Creche Local onde a porca e os leitões são levados após o período Produção de monogástricos 70 Unidade 3 Instalações e equipamentos passado na maternidade até o fim do período de amamentação, existindo aí comedouros e bebedouros separados, para a matriz e os leitões. A área deverá ser de 5 a 6 m2 para a porca com a sua leitegada. • Recria Fase que vai da desmama até cerca de 120 dias; prevendo-se nesta fase uma área de 0,50 a 0,75 m2 por animal, contendo comedouros com espaço de 0,25 cm por animal e bebedouros tipo chupeta, um para cada dez animais. Nesta fase agrupar em torno de 25 animais. • Terminação Fase que vai desde os 120 dias de idade até o abate, sendo necessária uma área em torno de 0,70 a 1 m2 por animal, prevendo-se um espaço no comedouro de 0,30 cm por animal e uma chupeta para cada 8 animais. Lotes de no máximo 20 animais. • Reprodutores Os reprodutores devem ser mantidos um em cada baia, reservando-se para estes um espaço de 6 m2, contendo um cocho e uma chupeta, devendo ter esta baia ter acesso a um piquete gramado para o macho exercitar-se. • Materiais e dimensões O pé direito dos galpões em nossa região deve ser de 3,00 m, e altura das divisórias das baias de 1,20 m. O corredor central deve ter cerca de 1,50 m para facilitar o movimento de animais, pessoas e até pequenos veículos. • Comedouros Deve ter uma profundidade/largura de cerca de 3 0 x 3 0 c m e o comprimento ficará em função do número de animais e o espaço necessário para cada faixa de idade ou categoria. No comedouro deverá ser colocado barras de ferro transversalmente para evitar que os animais se deitem dentro dos comedouros e que cada animal tenha seu espaço individualizado. • Bebedouro Utilizar os do tipo chupeta. Em caso de impossibilidade, construir de forma idêntica ao do comedouro. • Piso Dificilmente poderá se construir um outro tipo que não o de alvenaria, devido à sua resistência. O piso de uma pocilga deve ter uma inclinação do centro para as laterais de cerca de 3%, para facilitar o Produção de monogástricos 71 Unidade 3 Instalações e equipamentos escoamento até uma canaleta que deve existir nas laterais do galpão. O piso deve ser construído de forma a não ficar liso para evitar que os animais caiam constantemente nas baias, o que é a causa de muitos problemas, principalmente para reprodutores. • Cobertura Devido a disponibilidade de que muitas vezes se tem na própria área da granja, recomenda-se que se faça tanto os pilares quanto as divisões da pocilga com madeira, o que contribui com certeza para o barateamento de custos na construção. A construção das paredes das baias com madeira permite, com facilidade, que se deixem espaços entre uma tábua e outra, possibilitando uma maior ventilação do galpão em todos os sentidos. Quanto à cobertura do galpão, é interessante que se utilize folhas de alumínio de 0,03 cm, pois estas não esquentam o galpão no seu interior. Uma pocilga deve ser dotada de canos que cruzem as baias com pequenos furos ou chuveiros para a aspersão sobre os animais diariamente. Os dejetos de um pocilga devem ser canalizados para um tanque ou esterqueira e serem posteriormente aproveitados como adubo ou então serem canalizados diretamente para tanques de criação de peixes. • Depósito Toda e qualquer granja deve possuir um galpão construído a cerca de 0,80 m do solo, com proteçãocontra ratos, para armazenar a ração, matéria-prima, medicamentos e até equipamentos. Normalmente, um galpão de 25 m2, dependendo do tamanho da granja, é satisfatório. • Fábrica de ração A fabricação de ração na própria granja reduz o seu custo. Muitas vezes o depósito é construído junto. Uma fábrica de ração deve possuir um misturador de ração, um triturador de milho, peneiras para separar o milho de impurezas e balanças para pesar a matéria-prima. • Abatedouro Um abatedouro deve seguir algumas normas sanitárias tais como: ser construído de tal forma que nem insetos e nem ratos tenham acesso; que tenha local para o abate e ferros para se pendurar a carne; e que suas paredes sejam cobertas com azulejo e câmara fria para o caso de armazenagem. . Embarcadouro Os suínos são animais pesados quando vão ao abate ou mesmo quando são reprodutores e matrizes. Por isso, é necessário que haja na Produção de monogástricos 72 Unidade 3 Instalações e equipamentos granja uma rampa para que facilite o embarque e o desembarque dos mesmos para os veículos e dos veículos para fora. • Criação de suínos ao ar livre Uma alternativa de baixo custo para produção de leitões. No sistema de criação ao ar livre, os animais são mantidos em piquetes, com cerca elétrica, dividido de acordo com as fases de criação (cobertura, gestação, lactação, recria ou creche). Os reprodutores permanecem nos piquetes durante sua vida produtiva, e os leitões até 20-25 kg de peso vivo, quando são vendidos para ser terminados em confinamento. Dentro dos piquetes, os animais têm acesso ao comedouro, ao bebedouro, à cabana e, quando necessário, ao abrigo rústico. Apresenta as seguintes vantagens: baixo custo de implantação; utilização de instalações simples e transportáveis; diminuição da mão-de-obra; melhoria do bem- estar do animal; redução de enfermidades e menor custo de produção. • Recomendações - Implantar o sistema em terrenos que apresentem pequena declividade, cobertura vegetal densa e solo com boa capacidade de drenagem, realizar o destrompe (colocar argola) nos reprodutores e rotação dos piquetes. - Destinar uma área mínima de 900 m2/animal adulto e 70 m2 / leitão. Equipamentos - pistola de injeção; - alicate de fio; - cachimbo; - bisturi ou facas para a castração; - alicate para marcação, - balanças. O tamanho dos galpões será construido em função do número de animais a serem criados. Os suínos, como os demais espécimes, proliferam numa escala que depende de alguns fatores, como o período de gestação, número de animais nascidos, número de animais mortos, número de animais em reprodução. Para se fazer um planejamento basta que se considere esses fatores. Podem-se fazer algumas adaptações para a criação de suínos em regiões como no interior da Amazônia, como: cobrir o galpão com Produção de monogástricos 73 Unidade 4 Manejo produtivo e reprodutivo palha ou cavacos de madeira; utilizar meio pneu para fazer de comedouros e bebedouros. O importante é observar o espaço para cada animal: um ambiente ventilado e piso que não forme lama. Neste caso é muito difícil fugir do piso de alvenaria ou de madeira, a uma certa altura do chão. Instalações e equipamentos para capivaras Diferente de aves e suínos é importante salientar que normalmente os criadores de capivara utilizam o sistema de criação semi- intensivo. As instalações e equipamentos de capivaras são muito mais simples quando comparadas às aves e suínos. Para reprodutores as instalações devem ser construídas em piquetes com a seguinte relação de lotação/ área: um macho e sete fêmeas/0,5ha e dois machos e 15 fêmeas/1 ha. Já para animais em crescimento/terminação, recomenda-se carga máxima de 60 animais/ 0,5 e 1 ha e deve conter açude, sombra e pastagem natural. Ao redor da área deve possuir tela de arame com 1,5 m X 2,75 m X 12” de dimensões, correspondendo à altura, diâmetro da malha e espessura do fio. Além disso, deve possuir mourões de madeira a cada 10m e piquetes a cada 2 m que constituem a estrutura de suporte a tela. Os piquetes e os mourões vão se constituir na sustentação da tela. Na construção os piquetes devem ser instalados paralelamente a um corredor central, no fim do qual haverá uma mangueira de madeira com 8m de largura X 16m de comprimento, com brete, subdividida em dois compartimentos, contendo um comedouro coberto (4x2m) em cada uma. No criatório de capivaras são normalmente utilizados os seguintes equipamentos: balança mecânica com capacidade superior a 150 kg, gaiolas de madeira e de ferro, cambão enforcador para contenção, puçá de captura e alicate assinalador para piques em “v”. Unidade 4 Manejo produtivo e reprodutivo Síntese: Nesta unidade serão descritas as formas de manejo produtivo e reprodutivo de aves, suínos e capivara, abordando as particularidades de cada espécie animal de acordo com o sistema de criação. Vá ao ambiente virtual e faça as atividades correspondentes a esta unidade. Produção de monogástricos 74 Unidade 4 Manejo produtivo e reprodutivo Manejo produtivo das aves - Preparação do galpão Antes da chegada dos pintos à granja é necessário que se verifique cuidadosamente todos os equipamentos para certifícar-se de que estão em boas condições de uso, entre os quais: comedouros, bebedouros, campânulas, energia elétrica (ou outra fonte alternativa de calor) e círculo de proteção. Isso deve ser realizado, afim de evitar o stress que os pintos sofrem desde a eclosão, com o nascimento, vacinação, seleção, sexagem e transporte, uma vez que os mesmos podem viajar horas até seu ponto de destino. Antecipadamente, o galpão que irá receber os pintos deverá estar forrado (cama), sendo importante lembrar que a altura da cama deve ficar em torno de 5 cm, tanto no verão como no período chuvoso. Atenção especial deve ser dada ao período chuvoso amazõnico, uma vez que é muito úmido, as chuvas são frequentes, podendo ocasionar umidecimento do material utilizado como cama, as vezes úmida em sua fonte de origem (madeireira, serraria, marcenaria, etc). No Estado do Amazonas, normalmente a cepilha de madeira ou maravalha é o tipo de cama mais utilizado na criação de aves. Além disso, aqui na região é possível utilizar, como cama, a casca de arroz (desde que tenha disponibilidade); o caule de embaubeira; o capim elefante e o capim napier; estes últimos desde que triturados. Antes da chegada dos pintos, as campânulas devem estar acesas a pelo menos duas horas de antecendência, bem como as bandejas e os bebedouros abastecidos. Em nossa região, a temperatura média durante o ano todo é superior a 30° C, o que determina o início de um processo de desidratação.Tão logo os pintos cheguem à granja deve-se efetuar a contagem dos mesmos. Além disso, é necessário fazer uma amostragem em pelo menos 2% das caixas (cada caixa transporta 100 pintos), procurando observar nos pintos os seguintes fatores: 1) apresentar penugem seca e fofa; 2) ter olhos arredondados e brilhantes; 3) umbigo bem cicatrizado e livre de infecção; 4) abdomem firme e 5) canelas brilhantes e enceradas. Dessa amostragem devem ser contados e separados os pintos que apresentarem pernas retorcidas, cabeças e olhos defeituosos, bicos cruzados e aspectos de inviabilidade de sobrevivência (refugo). É importante salientar que, para colocar os pintos dentro do círculo de proteção, deve-se pegar os mesmos aos punhados (cinco em cinco), colocando-os embaixo das campânulas. Em virtude dos pintos desidratarem- se ao longo da viagem (íncubatório-granja), recomenda-se fornecer aos mesmos 50 gramas de açúcar em litro de água durante 24 horas, antes de consumir ração. O controle da temperatura deverá ser realizado, segundo o Produção de monogástricos 75 Unidade 4 Manejo produtivo e reprodutivo comportamento dos pintos sob a campânula, utilizando-se maior ou menor altura da mesma, em relação ao piso. Uma maneira prática de verificar se a fonte de calor está fornecendoo aquecimento necessário, constitui-se na simples observação do comportamento dos pintos, para tanto, verificar: se estiverem amontoados sob a fonte de aquecimento está muito frio; se estiverem afastados da fonte de aquecimento, está muito quente; se encontrar mos os pintos bem distribuídos, uns sob a fonte de aquecimento, outros afastados nos comedouros e bebedouros, é sinai que a temperatura está ideal. O círculo de proteção é retirado entre o 7° e 10° dia de vida dos pintos, ao mesmo tempo que são colocados os bebedouros definitivos; porém, antes de retirar os comedouros e bebedouros iniciais deve-se deixar os dois tipos(bebedouros e comedouros) para evitar o stress nas aves. Após a retirada dos círculos de proteção, deve existir comedouros e bebedouros bem distribuídos, nunca mais que três metros distanciados os bebedouros dos comedouros; a altura desses equipamentos deverá ser regulável de modo que possa ir subindo (na proporção que as aves cresçam na prática se regula o comedouro a altura do dorso das aves e o bebedouro acompanhando a linha do olho da ave). Programa de luz A luz tem fundamental importância na regulagem fisiológica das aves, sendo processado da seguinte maneira: a luz incide no olho e ativa a glândula pituitária, que uma vez ativada, libera hormônios para articulação sanguínea controlando as funções corporais relacionadas ao crescimento e desenvolvimento sexual. As aves de postura necessitam de 16 horas de luz durante a fase produtiva, e como a região amazônica normalmente possui 12 horas de luz natural durante o ano todo, necessitaríamos então fornecer, somente, 4 horas de luz artificial, de duas maneiras: logo após o final da tarde ou então antes do sol nascer. Temos observado que dificilmente os avicultores da região utilizam luz artificial nos plantéis de poedeiras, principalmente devido a instabilidade no sistema de fornecimento de energia elétrica; no entanto, é importante salientar que se aplicado corretamente, poderia trazer benefício produtivos aos plantéis. Há vários programas de luz para frangos de corte, desde o uso de luz contínua, intermitente e natural. Os programas de luz contínua e intermitente (3 horas de luz /1 hora de escuro), embora de difícil aplicação, são essenciais nos períodos de temperaturas elevadas, pois permitem às aves consumir mais ração durante a noite, período em que a temperatura é mais amena, e estimula a ingestão de alimento. Produção de monogástricos 76 Unidade 4 Manejo produtivo e reprodutivo No interior do galpão, as lâmpadas devem ser de 40 watts cada uma, instaladas à altura de 2,10 metros e espaçadas entre si de 3 metros. Postura de ovos anormais A postura de ovos anormais pode ser oriunda de causas patogênicas, hereditárias e nutricionais. • Ovos muito pequenos - oriundos de galinhas novas no início do ciclo produtivo. Ovos com duas gemas - é o resultado da ovulação de duas gemas ao mesmo tempo. São mais comuns em galinhas no inicio da postura; • Ovos com manchas de sangue no seu interior - causado pela ruptura de um folículo capilar no oviduto (local onde é Formado o ovo) e, consequentemente, o derrame do sangue. Erroneamente as pessoas confundem essas manchas de sangue com o pinto iniciando o seu desenvolvimento; • Ovos com casca grossa - consequência da inflamação do oviduto ou excesso de cálcio na ração; • Ovos com casca mole ou sem casca ou com deformidade na casca- é o resultado do mau funcionamento das glândulas responsáveis pela formação da casca, rações com deficiência de cálcio e fósforo ou de um deles ou mesmo deficiência de vitamina D; surgem também após o surgimento de doenças como newcastle e bronquite infecciosa. Vício das galinhas comerem ovos As galinhas podem comer seus próprios ovos ou ovos de outras galinhas. Na maioria das vezes isto acontece quando a sua alimentação é pobre em proteínas, mas também pode ocorrer em virtude da deficiência de calcário na ração ou mesmo escassez de água. Isto pode ser corrigido adicionado-se na alimentação das aves fontes proteicas (ex: farelo de soja, farinha de carne, farinha de peixe, etc.), minerais(ex: calcário, farinha de ostra) e água a vontade. Descarte (refugagem) das aves É importante que o criador realize o descarte das aves nos períodos de cria e recria (até 18 semanas de idade) e postura. No primeiro período, deve-se eliminar frequentemente os refugos óbvios (bico torto, cegos e aleijados), agrupando as aves em lotes uniformes de desenvolvimento, já durante a postura; permanentemente descarta-se as aves improdutivas através de características externas, conforme as características a seguir: Características Aves em produção Aves improdutivas . crista grande, vermelha-viva e macia pequena, pálida e seca . plumagem gasta e suja limpa e nova . cloaca (ânus da ave) grande e úmida pequena e seca Produção de monogástricos 77 Unidade 4 Manejo produtivo e reprodutivo . dist. entre os ossos pélvicos (localizados acima da cloaca) acima de 3 dedos juntos inferior a 3 dedos .dist. da quilha (ponta do osso do peito) aos ossos pélvicos 4 a 5 dedos inferior a 3 dedos Quadro 4 – Caracteristicas das aves. Importância da água As principais funções da água no organismo das aves são regular a temperatura corporal, auxiliar no metabolismo e aumentar a eficiência digestiva. Dependendo da idade e do sexo, representa 55 a 75% do peso corporal da galinha e compõe 65% do ovo. Ao perder gordura corporal, os animais podem sobreviver. Quando houver uma perda pequena de água pode causar sua morte. O ideal é fornecer às aves água oriunda de poço artesiano ou mesmo da rede municipal, livres de poluição e sem excesso de minerais que provocam stress nas aves e afeiam seu desempenho. E importante, também, cuidar para que os canos d’água fiquem pelo menos 30 cm enterrados no solo, para evitar que a água esquente, bem com que as caixas d’água sejam instaladas em locais sombreados. Em temperaturas moderadas (20°C), o consumo de água de uma ave é, aproximadamente, 2,0 vezes maior que a quantidade de alimento (relação 2:3 -2 partes de água e 1 parte de alimento), isto é, ao redor de 0,2 litros(200ml) a 0,25 litros(250ml), por ave, por dia. Mas quando a temperatura ambiental é mais alta, no caso da Amazônia, o consumo de água pode aumentar a 4 ou 5 vezes em relação a quantidade de alimento. Com temperaturas superiores a 30°C, o consumo de água pode chegar até 0,5 litros (500ml), por ave, por dia. A composição química do ovo, período de incubação de algumas espécies avícolas e classificação dos ovos - Composição Química Água - 65,6% Proteína-12,1% Lipídeos- 10,5% Glicídios - 0,9% Minerais-10,9% - Peso das partes componentes em relação ao peso total Albumina (clara): 55-56% Gema: 31-32% Casca: 11-12% Produção de monogástricos 78 Unidade 4 Manejo produtivo e reprodutivo - Período de incubação de ovos de algumas espécies avícolas - Galinha 21 - Marreca 28-30 - Pata 28-30 - Gansa 28-30 - Codorna 16-17 - Galinha d’Angola 28-30 - Perua 28-30 - Classificação dos ovos pelo tamanho (diâmetro) Tipo Equivalência em Peso Extra Mínimo 60g A 55 e 60g B 50 e 55g C 45 e 50g D 40 e 45g A comercialização dos ovos normalmente é realizada através das seguintes embalagens: 1) Cartela (30 ovos cada), 2) Uma dúzia e meia, 3) Uma dúzia e 4) Meia dúzia. Muda forçada Toda ave possui uma curva característica de produção; terminada, ela é naturalmente descartada. Em aves nativas, ocorre normalmente uma muda de penas a cada ano, e esta demora de três a quatro meses para se efetuar, fazendo com que se torne economicamente inviável, uma vez que elas continuariam a consumir alimento, sem produzir ovos. Assim, é necessário forçar essa muda, de modo que se efetue rápida euniformemente, para que as aves voltem a produzir o máximo, o mais breve possível. A muda forçada tem como características a redução do consumo de alimento, a perda de penas e a regressão acentuada no peso corporal e no trato reprodutivo, visando um novo ciclo de produção. É realizada no final do primeiro ciclo de postura, em torno de 70 semanas de idade, fazendo com que a ave produza por mais um ciclo de 25 a 30 semanas, podendo atingir novo pico de produção em torno de 85%. Para utilização dessa prática, são necessárias algumas providências iniciais como: observar se o plantel é sadio; realizar uma seleção e retirar as aves refugo; fazer a pesagem de uma amostra, em torno de 10% do plantel em lotes inferiores a 1.000 aves; 5% se o lote variar de 1.000 a 5.000 aves; e 1% em lotes acima de 5.000 aves; fazer homogeneização da lotação por gaiola ou por boxes. O período de jejum (sem alimento) não é fixo, depende da gordura acumulada pelas aves e da capacidade da linhagem em perder Produção de monogástricos 79 Unidade 4 Manejo produtivo e reprodutivo peso. Portanto, deve-se voltar a alimentar as aves quando: o peso se aproximar daquele do início da produção (20 semanas de idade); ou, o lote perder em torno de 25% a 30% do peso em que se iniciou a muda; ou, as aves atingirem no máximo 12 dias sem alimento; ou, a mortalidade atingir 1,5% do lote. A decisão em efetuar um programa de muda forçada deve levar em conta a disponibilidade e custo da cria e recria de frangas para reposição, comparado ao custo de manutenção das poedeiras por um período não produtivo em torno de 10 semanas. Havendo vantagens econômicas, o programa de muda forçada pode ser utilizado por produtores de ovos comerciais nas seguintes situações: em época de sobra de ovos no mercado, quando o preço apresenta tendência de baixa; em época de entressafra, quando o preço está alto e o nível de produção abaixo da capacidade instalada; quando o avicultor não tiver capacidade financeira para a compra de um novo plantel e que a muda seja mais econômica. Abaixo, encontra-se um método simples e eficiente (adaptado do método Califórnia), o qual já foi utilizado com sucesso, várias vezes, na Embrapa Suínos e Aves. a) Fornecer água à vontade; retirar a luz do dia 1 ao dia 20; b) Reiniciar o programa de luz a partir do dia 21 até atingir 17 h/dia; c) Manter 17 h de luz natural + artificial/dia, constante até o final da produção; d) Do dia 1 ao dia 9 deixar sem alimento; e) Retornar o alimento gradativamente; f) Dia 10 oferecer 20g de milho/ave/dia; g) Do dia 11 ao19 aumentar 4g de milho/ave/dia; h) Interromper o fornecimento de milho e fornecer a ração balanceada de postura: a partir do dia 20 oferecer 60g/ave/dia; i) Dia 21 oferecer 60g/ave/dia; j) Do dia 22 ao 31 aumentar 1g/ave/dia; k) Do dia 32 ao 40 oferecer 70g/ave/dia; l) Do dia 41 ao 49 oferecer 75g/ave/dia; m) Do dia 50 ao 54 oferecer 80g/ave/dia; n) Do dia 55 ao 56 oferecer 85g/ave/dia; o) Do dia 57 ao 60 oferecer 90g/ave/dia; p) Do dia 61 em diante oferecer ração de acordo com a produção de ovos. Produção de monogástricos 80 Unidade 4 Manejo produtivo e reprodutivo Sistemas de produção de frangos de corte e aves de postura 1) Independente É o mais antigo sistema de criação existente. Nele o produtor é responsável por todo o processo, o que inclui: instalação (projeto e construção) do galpão e aquisição de equipamentos; aquisição de pintos, aquisição de rações, orientação técnica; orientação técnica e comercialização . Esse sistema aplica-se a 100% da criação de frangos de corte no Estado do Amazonas, e acerca de 80% na criação de aves de postura. No restante do Brasil é pouco utilizado pelos criadores de frangos de corte e aves de postura. 2) Cooperativo Nesse sistema, o produtor participa da empresa ou organização, sendo parte integrante do processo e participando das decisões. Corre o risco dos lucros ou prejuízos. Via de regra, esse sistema de criação produz os pintos e rações, e responsabiliza-se pela comercialização dos produtos. No Amazonas, é somente utilizado para produção de ovos. 3) Integração É um sistema existente entre o integrador (a empresa) e o integrado (produtor). É muito utilizado na produção de frangos de corte (carne) no sul do país, em particular em Santa Catarina. Cerca de 70% do frango produzido no Brasil, é através do sistema integrado. Responsabilidades do Integrador (empresa) 1) Seleção dos novos produtores; 2) Fornecimentos dos pintos de um dia; 3) Fornecimento de rações; 4) Fornecimento de medicamentos e vacinas; 5) Assistência técnica; 6) Remuneração e fórmulas de pagamento; 7) Abate e comercialização. Responsabilidades do Integrado (produtor): 1) Instalações (galpões); 2) Mão-de-obra; 3) Vias de acesso a propriedade. A empresa Sadia realiza com muito sucesso esse tipo de sistema de produção com frangos de corte, no sul do pais. No Amazonas não existe esse sistema de produção, tanto para carne como para ovos. Produção de monogástricos 81 Unidade 4 Manejo produtivo e reprodutivo Manejo reprodutivo das aves • Aparelho reprodutor do macho O aparelho reprodutor do macho consta de orgão essenciais primários e secundários. Os primários são os testículos, e os secundários são dois condutos, um para cada testículo, chamados de canais deferentes, que termina igualmente na cloaca. O volume de semen das aves adultas varia de 0,1 a 1,0 ml e contém cerca de 3,5 bilhões de espermatozóides/ml. • Aparelho reprodutor da fêmea O aparelho reprodutor feminino é constituído pelo ovário e pelo oviduto. Sendo que o ovário funcional está situado no lado esquerdo do corpo, existindo um outro não funcional situado no lado direito. O oviduto está constituído de cinco partes: infundíbulo, magno, istmo, útero e vagina. O tempo de formação do ovo desde a liberação do óvulo até a a oviposição é de 25 a 26 horas. • Relação entre machos e fêmeas Em média recomendá-se a utilização de um galo para dez galinhas. Manejo produtivo e reprodutivo de suínos • Manejo produtivo de suínos . Cria maternidade>desmama(21,30,42,60) . Recria; Desmama-50 kg . Terminação- engorda-acabamento ou final • Fase de aleitamento: fase que vai do nascimento ao desmame (21, 28 ou 35 dias); Fase mais crítica no manejo de suínos. Da correta e adequada observação de alguns procedimentos depende o sucesso da criação. O manejo nesta fase visa levar a termo ou a desmama o maior número possível de leitões com um peso adequado ao padrão da raça. • 1o dia de vida: . Parto deve sempre que possível, ser observado. . Enxugamento e secagem do leitão logo ao ser expulso, procurando desobstruir as narinas que podem estar cobertas por restos de envoltórios fetais. Como enxugar os leitões Os leitões devem ser limpos e secos à medida que vão nascendo. Os líquidos fetais, bem como os restos de membranas que envolvem o Produção de monogástricos 82 Unidade 4 Manejo produtivo e reprodutivo recém-nascido, devem ser removidos com toalhas de papel ou panos limpos, dando preferência à toalha de papel, por ser mais higiênica. Em primeiro lugar, se limpa a cabeça do recém-nascido, removendo os líquidos fetais existentes ao redor da cavidade bucal e das narinas, para evitar a obstrução das vias respiratórias. A seguir, se limpa o restante do corpo do leitão, massageando o dorso e a região pulmonar, para ativar a circulação e estimular a respiração. Quanto mais tempo o leitão permanecer úmido, maior a quantidade de calor perdido. . Massagear a região dorsal do recém-nascido para ativar a circulação. . Atar, cortar e desinfetar o umbigo. Técnica para o corte e desinfecção do umbigo Logo após o nascimento, recomenda-se fazer a ligadura e o corte do cordão umbilical de 3 a 4 cm de sua inserção e, em seguida, a desinfecção. Para a ligadura, usa-se cordão previamente desinfetado ou embebido em desinfetante. Para o corte, usa-se tesoura cirúrgica desinfetada. Para a desinfecçãodo umbigo, usa-se um frasco de boca larga com tintura de iodo (5 a 7%) ou iodo glicerinado. Mergulha-se o umbigo na solução pressionando o frasco contra o abdômen do leitão e fazendo um movimento de 180 graus para que o desinfetante atinja a base do umbigo. O umbigo deve permanecer em contato com o desinfetante por três a cinco segundos. O corte e a desinfecção do umbigo só têm validade se forem realizados nos primeiros minutos após o parto. Essa validade, aliás, está condicionada à adoção de esquema adequado de limpeza e desinfecção das instalações. O processo de cicatrização e queda do umbigo é relativamente rápido (3 a 5 dias), a cicatrização inadequada pode ocasionar problemas de refugo, devido a inflamações locais como ofalite e onfaloflebile, abscessos nos órgãos internos, artrites e aumento na incidência de diarréias. • Pesar os leitões. Em criações adequadamente conduzidas e organizadas deve-se anotar o peso do recém-nascido, o número de leitões nascidos, até mesmo para se verificar o desempenho da mãe ao longo de sua vida como matriz. Em criações a nível industrial recomenda-se eliminar os animais nascidos com menos de 750 gramas. Quanto maior o peso ao nascer maior será a capacidade de sobrevivência do leitão. Trabalhos realizados com leitões recém-nascidos deram conta de que 82% dos leitões entre 1,4 e 1,7 Kg sobrevivem, enquanto que apenas 28% dos leitões com menos de 0,7 Kg sobrevivem. O índice de mortalidade está intimamente relacionado com o peso e vigor dos leitões ao nascer. Em granjas, que produzem exclusivamente animais para terminação, a Produção de monogástricos 83 Unidade 4 Manejo produtivo e reprodutivo pesagem ao nascer é opcional, sendo, porém, importante para o controle do peso médio ao nascimento e do desenvolvimento dos leitões. • Corte dos dentes. Os leitões nascem com 8 dentes pequenos que podem ferir a porca ao mamar. Por isso devemos cortar estes dentes com alicate de unha ou alicate de eletricista, rente à gengiva. Recomenda- se que o corte seja feito após os leitões terem realizado as primeiras mamadas. • Marcação dos leitões. A marcação seria para identificar individualmente cada leitão, para se fazer um acompanhamento individual do lote para futura seleção. Em criações com a finalidade do abate não é uma prática muito usual. É feita com piques e furos, utilizando-se um alicate específico (pelo sistema australiano). • Proteção contra o frio. O recém-nascido é extremamente susceptível ao frio. Por isto, em noites frias, é importante uma fonte de aquecimento como uma lâmpada ou uma estufa a gás, ou mesmo evitar corrente de ar na maternidade. O local deve ser seco e forrado com material higroscópico, como serragem ou até mesmo jornal. A perda de calor logo após o nascimento pode levar ao aumento da taxa metabólica do leitão, morte nas primeiras horas de vida e maior suscetibilidade as infecções enterotoxigênicas. • Orientar as mamadas. A porca produz mais leite no sentido peitoral para o inquinal. Com isto, os leitões mais fortes empurram os mais fracos para as tetas que produzem menos leite. Assim, estes continuarão fracos. Em porcas com uma prole maior que a sua capacidade de aleitamento (o número de tetas menos duas, pois as duas últimas não produzem leite), os leitões deverão receber aleitamento artificial ou serem “enxertados” em uma porca com um número menor de leitões. Deve-se confundir a porca para que ela os aceite, passando uma erva como o capim santo nos leitões e no focinho da porca. É muito importante que todos os leitões ingiram o colostro, pois este tem propriedades laxativas para expulsar as primeiras fezes dos leitões. É imunizante, pois é rico em gamaglobulinas (anticorpos de doenças às quais a mãe esteve exposta). A capacidade de absorção dos anticorpos pelos leitões começa a diminuir logo após o nascimento e, 24 a 36 horas depois, praticamente não ocorrem mais, portanto quanto maior for o período entre o nascimento e a primeira mamada, maior será as chances de se estabelecer uma infecção. • 2o dia de vida: • Aplicação de ferro dextrano nos leitões (cerca de 150 mg). • Pincelar as tetas da porca com solução de sulfato ferroso durante 15 dias. Produção de monogástricos 84 Unidade 4 Manejo produtivo e reprodutivo • Passar a pasta antianêmica no palato duro dos leitões. • Deixar à disposição dos leitões um cochinho com terra de local limpo. 10o dia de vida: Levar os leitões e a porca para a creche a fim de desocupar a maternidade Idade para fornecimento da primeira ração ao leitão A maior dificuldade para a adequada nutrição do leitão durante a lactação reside no desconhecimento da quantidade de leite que a matriz produz. Para cobrir as exigências nutricionais de uma leitegada com dez leitões, a matriz deve produzir 6,5 litros / dia ao final da primeira semana e 11 litros de leite / dia no final da terceira semana de lactação. Na prática, porém, isto não ocorre. Por esse motivo, deve-se fornecer ração pré-inicial peletizada para os leitões, a partir do 10o dia de vida. No início, as quantidades fornecidas devem ser pequenas e substituídas quando houver sobras, a fim de não ocorrer alteração no sabor e na composição da ração. Assim, os leitões dispõem de alimento na medida de suas necessidades de modo a poderem expressar todo seu potencial de ganho de peso. • 14o dia de vida: Aplicação de vacina contra a pneumoenterite. • 15o dia de vida: Nova aplicação de ferro aos leitões. • 21o dia de vida: O leitão deverá receber ração para a fase de cria em bandejas de madeira sobre o chão. • 30o dia - Castração Castração de todos os machos que não se destinarem à reprodução, pois a castração os deixa mais dóceis e é obrigatória para suínos destinados ao abate, porque animais inteiros quando abatidos apresentam um gosto desagradável em sua carcaça. A castração não tem influência no ganho de peso. Quanto mais cedo for feita, menos traumática e de mais fácil recuperação será. No dia da castração, bem como no período de recuperação, não devem ser realizadas outras práticas de manejo, pois aliados a castração Produção de monogástricos 85 Unidade 4 Manejo produtivo e reprodutivo podem diminuir a resistência do leitão favorecendo a instalação de doenças. • 30 – 42.º dia de vida: Desmama de todos os leitões. Estes devem ser simplesmente separados da mãe, que deve ir, na semana que antecede a desmama, diminuindo a sua alimentação até zero no dia da desmama para que cesse a sua produção de leite também. A desmama consiste na substituição do leite, por outros alimentos, na alimentação dos leitões. Ela não deve ser brusca, mas essa troca de alimentação deve ser feita gradativamente, levando de 4 a 5 dias. Durante esse período, os leitões devem ser mantidos em suas instalações e a sua alimentação de leite cortada, aos poucos, para que eles não sintam. Efetuada a desmama, a porca deve ir para o piquete das fêmeas solteiras, ficando em descanso, pelo menos, por um mês. Os leitões devem mamar logo depois do nascimento porque o primeiro leite contém o colostro, rico em elementos nutritivos, possui anticorpos; ou seja, imuniza o animal contra várias doenças, e também é laxativo, provocando uma limpeza geral dos intestinos, com a expulsão do mecônio, que é uma substância amarela que enche os intestinos dos leitões, durante a vida intra-uterina. O criador deve escolher, para reprodução, porcas que sejam boas parideiras, prolíferas, boas criadeiras, tenham 6 a 7 pares de tetas perfeitas e bem dispostas e que sejam boas produtoras de leite, pois durante as 3 primeiras semanas de vida os leitões só se alimentam de leite materno. É preciso que sejam proporcionados às porcas em lactação rações balanceadas, ricas em hidratos de carbono, proteínas, sais minerais e vitaminas; pois, quando a ração é deficiente, o organismo tem que recorrer às suas reservas para suprir o leite de todos os seus elementos, o que pode causar sériosdistúrbios aos organismos das porcas, destacando- se, entre eles, as avitaminoses, descalcificações e paralisias. As porcas são boas leiteiras, produzindo, por dia, de 4 a 8 litros de um leite muito rico em proteínas, sais minerais e vitaminas. Embora seja possível fazer o aleitamento artificial dos leitões, o aconselhável, por suas vantagens, é o elemento natural. De um modo geral, uma boa criadeira deve amamentar, em boas condições, uma ninhada de 8 leitões. Com 3 semanas de idade os leitões já começam a comer outros alimentos, devendo ser colocados à sua disposição, rações balanceadas, especiais. Os leitões podem receber, também, outros alimentos. Temos entre eles o leite desnatado, de grande valor nessa idade, farelo ou Produção de monogástricos 86 Unidade 4 Manejo produtivo e reprodutivo farelinho de trigo, farelo de arroz e fubá, de preferência misturados com 5% de farinha de carne. É preciso, porém, evitar restos de comida nos comedouros, para que não se estraguem, provocando doenças ou distúrbios intestinais. O período de aleitamento deve ser de 2 meses, mas, em casos especiais, para animais de grande valor ou para futuros reprodutores, pode ir até 3 meses. É aconselhável que os leitões disponham de um piquete gramado, de preferência com um comedouro automático com ração suplementar, seca e sempre à sua disposição. O verde, ou seja, verduras, gramíneas ou leguminosas, dadas no cocho ou então das pastagens, nunca devem faltar aos porcos. Muitas vezes, quando os leitões estão mamando, provocam ferimentos nas tetas da porca, que devem ser tratadas logo, para que não piorem, podendo não só inutilizar as tetas feridas, mas também outras que possam ser contaminadas por uma possível infecção, inutilizando a porca para a reprodução. Por isso, devemos cortar os dentes dos leitões, com um alicate especial, o que não apresenta nenhum inconveniente, porque os dentes cortados tornam a crescer. Em alguns casos, é observada gangrena na cauda e na face dos leitões novos, o que provoca a queda da cauda, desvalorizando os animais para a reprodução. A remoção das camas usadas, a lavagem e a desinfecção das instalações, com um bom desinfetante, são medidas gerais de higiene no combate ou prevenção de um grande número de doenças que atacam os suínos. Fase de recria ou creche: do desmame até mais ou menos 70 dias Fase que vai desde a desmama até mais ou menos os 50 Kg de peso vivo. Os animais (fêmeas e machos castrados) em grupos de 25 são alojados em baias de crescimento, onde recebem alimentação e tratamento específico para a sua categoria. Nesta fase não requerem muito cuidado, pois com a alimentação adequada e água à vontade, em instalações confortáveis, dispondo-se de cerca de 0,5 m2/animal, crescem perfeitamente bem, com baixos índices de mortalidade. Nesta fase é frequente ocorrer o canibalismo, sendo alvo o rabo e a orelha dos companheiros de cela, tendo como causas: - perversão do hábito; - excesso de lotação nas instalações; - carência de proteínas e/ou minerais na ração; Produção de monogástricos 87 Unidade 4 Manejo produtivo e reprodutivo - Medidas necessárias para que se evite o canibalismo: . Proporcionar boas condições de higiene; . Everminação periódica do rebanho; . Ter número suficiente de comedouros e bebedouros; . Refrescar o ambiente; . Administrar verde; . Afastamento de leitões líderes. - Regras de manejo para esta fase: . Procurar formar grupos homogêneos de leitões; não se devem permitir variações de peso superiores a 10% da média do grupo; . Promover banhos diários dos animais por aspersão; . Instalar bebedouros chupetas na proporção de 1 para 10 animais; . Os comedouros devem conservar para cada leitão um espaço de cerca de 0,40m; . Fornecer alimentação à vontade; . Após a desmama, os leitões deverão ser vacinados contra a peste suína e everminados; . Adoção de rotina de limpeza. Fase de terminação Fase que vai desde os 50 Kg até o abate com cerca de 95 a 100 Kg. Nesta fase, os animais requerem menos cuidados ainda que na fase anterior, sendo necessárias as observações anteriormente recomendadas para a fase de cria e um espaçamento um pouco maior, cerca de 1m2/ cabeça e grupos de cerca de 20 animais. . Contenção de suínos Para conter os suínos é preciso dispor de um pequeno utensílio chamado cachimbo. Quando os animais estiverem com cerca de 4 meses promover a separação de machos e fêmeas inteiras. Futuros reprodutores deverão ser separados e alojados em baias específicas, podendo as fêmeas ser criadas juntamente com os castrados. - Época economicamente recomendável para o abate de suínos. Com aproximadamente 100 Kg o animal está terminado, está pronto para o abate. A partir deste peso, a conversão alimentar piora. O porco tipo carne bem criado é aquele que aos 150 dias de vida tenha atingido 100 Kg de peso vivo e consumido 350 Kg de ração. Produção de monogástricos 88 Unidade 4 Manejo produtivo e reprodutivo Glossário - Alguns índices produtivos que devem ser observados na criação. O produtor que adota o sistema de produção de ciclo completo, isto é, todas as fases da criação presentes na propriedade, devem buscar atingir os seguintes índices de produtividade: . Número de partos por porca/ano > 2,3; . Leitões nascidos vivos por parto > 10,5; . Taxa de leitões natimortos < 6,0%; . Taxa de mortalidade do nascimento ao desmame < 10,0%; . Número de leitões desmamados por parto > 9,5; . Número de leitões desmamados por matriz / ano > 21,8; . Taxa de abortos < 1,0%; . Taxa de repetição de cio < 10,0%; . Taxa de partos > 90,0%; . Consumo de ração por matriz 1.080 Kg / ano ou 90 Kg / mês; . Número de suínos terminados por parto > 9,0; . Taxa de mortalidade na creche < 3,0%; . Taxa de mortalidade na terminação < 1,5%; . Número de animais terminados por matriz / ano > 20,8. Os machos e as fêmeas inteiros destinados à reprodução devem ser alojados em instalações específicas com espaço de cerca de 1,5 m2, contendo um piquete contíguo à sua baia para se exercitarem. O macho deve permanecer só, para evitar brigas com outros machos. Os suínos adultos com mais de um ano devem ser descolmilhados (retirada dos dentes afiados e saídos da boca). Estes devem ser serrados rentes à gengiva para evitar riscos ao tratador. Estes dentes continuam crescendo, mas devem ser cortados sempre que estiverem grandes. Manejo reprodutivo de suínos . Idade do primeiro cio Na fêmea suína, o primeiro cio já foi observado a partir de 127 dias até 250 dias de idade. No entanto, a idade média de aparecimento do primeiro cio fica em torno de 200 dias de vida. A ocorrência de cios precoces e tardios é devida a fatores ambientais. . Ciclo estral O processo reprodutivo inicia com o cio indo até a manifestação de um novo cio. O período médio de duração de um ciclo estral é de 21 dias, com oscilação mínima. Os ciclos são maiores à medida que avança a idade da porca. Produção de monogástricos 89 Unidade 4 Manejo produtivo e reprodutivo 1 - Proestro ou Fase de Proliferação Fase em que os folíolos ováricos estão bastante desenvolvidos ou em maturação. Caracteriza-se pela ocorrência de muco espesso na vagina, que está corada e edematosa, útero tenso e cérvix aberta. Início das manifestações psíquicas (procuram o macho, montam umas nas outras, etc.). A duração é de dois dias. 2 - Estro ou Cio É um fenômeno fisiológico periódico caracterizado pela exaltação sexual das fêmeas, e correspondente à época em que elas estão prontas para serem cobertas e enxertadas, isto é, à época da ovulação. Nesse período, elas não só aceitam o macho como até o procuram para o acasalamento. Não estando no cio, as porcas não aceitam o macho e mesmo que sejam cobertas à força, não concebem. É preciso, portanto, que o criador saiba quando as porcas estão no cio, o que elas demonstram porque ficam nervosas, excitadas, montam nas companheiras ou deixam que as outras as montem, urinam