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Micoses Sistêmicas
Aula: 06 - Professora: Nélio
Introdução
Os fungos são microorganismos eucariotas,
desprovidos de clorofila, e que se reproduzem
por esporos. Distinguem-se dos outros
eucariotas por terem uma parede celular
rígida com quitina e glucano, e uma membrana
celular em que o ergosterol é o principal
componente de esterol. Encontram-se
amplamente distribuídos pela natureza.
A classificação clássica destes
microorganismos baseia-se na sua morfologia e
a forma como se reproduzem. Assim, existem
fungos unicelulares que são chamados de
leveduras e, fungos pluricelulares ou
filamentosos ou bolores.
Existem fungos que são patogénicos para o
Homem ou animais que são chamados de fungos
dimorfos. Estes apresentam-se na forma
pluricelular, ou filamentosa, no ambiente, e
alteram esta forma quando atingem o
hospedeiro, tornando-se unicelular ou
leveduriforme. São estes fungos que causam a
maioria das micoses sistémicas.
Os fungos surgiram como uma das principais
causas de doenças no homem, principalmente
em indivíduos imunocomprometidos ou
hospitalizados, em que existem doenças
subjacentes. Estes organismos causam
mortalidade e morbilidade consideráveis, pois
atuam como agentes patogénicos oportunistas.
O aumento das infeções fúngicas pode dever-se
ao número crescente de pacientes
imunocomprometidos, inclusive transplantados,
indivíduos com Síndrome de Imunodeficiência
Adquirida (SIDA), doentes com cancro ou
submetidos a tratamento com quimioterapia.
Os fungos possuem uma constituição diferente
da bactéria, são seres multicelulares com uma
parede celular e membrana de constituição
diferente. A membrana dos fungos é formada
pelo ergosterol, que é formado através da
transformação de lanosterol em ergosterol pela
enzima 14-alfa-dimetilase, que é muito
parecida com o citocromo P450. Então, quando
usamos um antifúngico, como por exemplo a
Anfotericina, há a inibição da formação do
ergosterol, e a membrana fúngica formada é
defeituosa e não compatível com a
sobrevivência do fungo.
Como a enzima é muito parecida com a humana,
ao fazer uso desses antifúngicos há inibição da
enzima humana também, e diminuição de
formação de esteroides pela suprarrenal.
Como esse trem entra no nosso organismo?
As micoses sistémicas são infeções em que a
infecção primária é nos pulmões e,
posteriormente, difunde-se pela corrente
sanguínea.
- O propágulo é o “filhote” que pode ser
esporo ou conídio, e é a forma que
adquirimos por aspiração.
Ana Carolina Picanço
- A característica da maioria desses
fungos é o dimorfismo. Isso significa
dizer que ele existe na natureza em
duas formas: levedura e hifa.
- Na fase saprofítica temos o fungo que
vive na natureza, na forma de hifa,
devido a condições ambientais,
principalmente temperatura.
De modo geral, os fungos são saprófitas, uma
vez que se desenvolvem a partir de matéria
orgânica morta ou à superfície de células vivas,
sem lhe causarem quaisquer danos.
- Quando entra no corpo humano, a
temperatura em torno de 37º faz com
que esse fungo cresça na forma de
lêvedo, denominada fase parasitária.
Os fungos parasitas desenvolvem-se “à custa”
de outro organismo vivo, no qual produzem
lesões.
Os fungos podem ser unicelulares ou
pluricelulares. Em relação à morfologia, os
fungos são classificados como leveduras ou
bolores, em que as leveduras, fungos
unicelulares, podem ser definidas, em relação à
sua morfologia, como células que se
reproduzem, por gemulação ou fissão. Por outro
lado, os fungos filamentosos ou pluricelulares
são vulgarmente conhecidos por bolores.
-Unicelular ⇒ São as Leveduras ⇒ Reproduzem
por gemulação ou fissão.
-Pluricelular ⇒ São os Filamentosos ⇒
Vulgarmente os Bolores.
Entendendo melhor sobre a estrutura dessa
bicharada doida.
A estrutura vegetativa ou somática de um fungo
define-se como talo. Nos fungos filamentosos,
pluricelulares, o talo é constituído por
filamentos, hifas, que originam os micélios,
enquanto, que nos fungos unicelulares o soma é
formado por uma única célula. Tanto nos fungos
pluricelulares como nos unicelulares, o talo é
envolvido por uma parede celular rígida que lhe
confere a forma.
E a reprodução?
Os fungos podem reproduzir-se por gemulação,
por alongamento da hifa ou por formação de
esporos. Os fungos podem utilizar,
simultaneamente, os dois modos de reprodução,
ou cada um deles isoladamente.
Formas de infecção:
- Inalatória;
- Trans Tegumentar;
- Contato direto (ex.: candidíase).
Classificação das Micoses Humanas
As infeções fúngicas ou micoses podem ser
classificadas de acordo com os tecidos
infectados, assim como pelas características
específicas do grupo dos organismos. Micose é
uma infeção causada por fungos. Estas podem
classificar-se como: micoses superficiais,
cutâneas, subcutâneas, sistêmicas e
oportunistas.
Micoses Oportunistas
➔ CRIPTOCOCOSE- C.neoformans;
➔ CANDIDÍASE- C.albicans;
➔ ASPERGILOSE- A.fumigatus
● A.nidulans
● A.niger
➔ PNEUMOCISTOSE- P.jiroveci;
➔ MUCORMICOSE- R.arrhizus(oryzae).
Ana Carolina Picanço
Micoses Sistêmicas
➔ PARACOCCIDIOIDOMICOSE-
P.brasiliensis;
➔ HISTOPLASMOSE- H.capsulatum;
➔ BLASTOMICOSE- B.dermatidis;
➔ CRIPTOCOCOSE- C.neoformans;
➔ COCCIDIOIDOMICOSE- C.immitis.
Os agentes etiológicos, mais comuns, deste tipo
de infeção sistêmicos são fungos dimórficos,
considerados patogénicos sistémicos primários,
uma vez que causam infecção em hospedeiros
imunocompetentes e imunocomprometidos, e
também devido ao facto de envolverem as
vísceras após a disseminação a partir dos
pulmões.
Os dimórficos patogénicos são: Blastomyces
dermatitidis, Coccidioides immitis, Coccidioides
posadasii, Histoplasma capsulatum var
capsulatum, H. capsulatum var duboisii,
Paracoccidioides brasiliensis e Penicillium
marneffei.
Estes fungos são, também, conhecidos como
patogénicos endémicos, uma vez que o seu
habitat natural são regiões geográficas
específicas em que, a infecção gerada por
estes é adquirida pela inalação de esporos
naquele ambiente específico e naquela
localização geográfica. A deteção destas
micoses endémicas pode ser dificultado pelo
fato de estas poderem apenas manifestar-se
após o doente ter abandonado a área
endémica.
Paracoccidioidomicose
A paracoccidioidomicose é uma infecção
sistêmica causada pelo fungo dimórfico
Paracoccidioides brasiliensis. Esta infecção,
conhecida também como blastomicose sul
americana, é a principal infecção fúngica
dimórfica nos países da América Latina.
É uma doença que está relacionada com a
agropecuária. Esses fungos vivem na natureza,
na parte vegetal. Tem como característica ser
uma levedura com múltiplos propágulos
(filhotes) em volta, aspecto de Roda de Leme.
Abaixo de 37º esse microorganismo se
transforma em hifa, evidenciando seu
dimorfismo.
As condições adequadas ao crescimento do
fungo são a alta humidade, muita vegetação,
temperaturas moderadas e solo ácido. Estas
condições são predominantes nas zonas junto
aos rios. Apesar destas condições serem
favoráveis ao desenvolvimento de P.
brasiliensis, este não tem o seu habitat ainda
bem definido. A porta de entrada é a inalação
ou inoculação traumática.
Acreditava-se que o ato de “mascar graveto” e
utilizar folhas para limpeza pós evacuação
eram as formas de contaminação porque essa
patologia apresentava lesões orais e perianais.
Mas hoje se sabe que a contaminação é via
inalatória e essas lesões são metastáticas.
Muito comum nas áreas de plantação de lavoura
ou rural, onde há maior concentração desses
microrganismos. Hoje, houve diminuição dos
Ana Carolina Picanço
casos por queimadas nas áreas de plantações
como de cana, que destrói o solo e o
“paracoco”.
INALAÇÃO DE CONÍDEO
FORMAS CLÍNICAS
A paracoccidioidomicose pode apresentar-se
como subclínica ou progressiva, com formas
pulmonares agudas ou crónicas ou com formas
disseminadas agudas, subagudas ou crônicas.
Regressiva
Verifica-se que muitas das infecções primárias
são auto-limitadas, não havendo progressão da
doença pulmonar. O organismo pode tornar-se
inativo por um longo período de tempo, no
entanto se se verificar uma evoluçãopara
imunossupressão do hospedeiro, este pode
reativar-se e causar patologia clínica.
Progressiva:
- Pulmonares agudas ou crônicas;
- Disseminadas agudas, subagudas ou
crônicas
Tipo Infanto Juvenil
A forma disseminada subaguda é
observada em indivíduos mais jovens e
em doentes imunocomprometidos. A
disseminação e as lesões cutâneas
frequentes originam a passagem para a
corrente sanguínea. Nesta forma de
doença, não se verificam lesões
pulmonares ou da mucosa.
Tipo Adulto
A forma pulmonar crônica da doença
afeta, maioritariamente, os adultos e
apresenta-se com problemas
respiratórios, muitas vezes como
manifestação única. A doença vai
avançando lentamente durante meses ou
até mesmo anos, com sintomas de tosse
persistente, expectoração purulenta,
dor torácica, perda de peso, dispneia e
febre. As lesões pulmonares são
nodulares, infiltrativas e fibróticas.
Fases da doença
Nem todos os indivíduos apresentam
manifestações pulmonares da doença, a
infecção pode disseminar-se para locais
extrapulmonares, como pele e mucosa,
linfonodos, glândulas adrenais, fígado, baço,
Ana Carolina Picanço
quando esta não é diagnosticada nem tratada.
Esta doença afeta na grande maioria pessoas
do sexo masculino.
O estrogênio é um fator protetor contra essa
infecção, porque ele impede que, dentro do
organismo, a hifa se transforme em levedura
(dimorfismo). É por isso que mulher não tem
paracoccidioidomicose, ou só tem na
menopausa.
Diagnóstico
O diagnóstico da infeção é realizado por
observação de leveduras características no
exame microscópico das amostras biológicas.
Este organismo pode ser ainda visualizado por
vários métodos de coloração, e a presença de
múltiplas gêmulas permite a distinção de P.
brasiliensis de Cryptococcus neoformans e de
B. dermatitidis.
➔ Exame direto → ex.: escarro;
➔ Cultura → leva mais de um mês para
crescer;
➔ Sorologia → imunodifusão;
➔ Intradermorreação;
➔ Histopatológico → fungo argentofílico
(que tem atração pela prata) → fica com
coloração escura/preta
- hiperplasia
pseudoepiteliomatosa,
microabcessos, células
gigantes, granulomas.
Tratamento
POLIÊNICOS: Anfotericina B → nas formas mais
graves ou múltiplas lesões;
AZÓIS: Cetoconazol (oral);
TRIAZÓIS: Itraconazol (oral) → 6 meses a 1 ano
ou Voriconazol ou Isavuconazol;
SULFAS: Sulfametoxazol + trimetoprim → 2 anos.
Saber que usar somente o itraconazol já é
suficiente, não associar.
Paracoccidioides brasiliensis em forma de
levedura; múltipla gemulação.
Criptococose
A criptococose é uma infeção causada pelo
Cryptococcus neoformans, que é uma levedura
(somente nessa forma sempre), e apresenta
uma elevada predisposição para o SNC. Este
agente afeta principalmente os indivíduos
imunocomprometidos.
Ana Carolina Picanço
Existem duas variedades de C. neoformans, C.
Var grubbi (sorotipo A), neoformans var.
neoformans (sorotipo D) e C. neoformans var.
gattii ( sorotipo B e C ) que podem causar
infecção. A variante gattii encontra-se com
maior frequência nas zonas tropicais ou
subtropicais, tendo sido isolada em eucaliptos.
Enquanto, que a C. neoformans var neoformans
habita em pombos e aves, e no solo
contaminado por excrementos destes, frutas.
FORMAS CLÍNICAS
- Pulmonar;
- Disseminada.
A infecção dá-se através da inalação dos
esporos, que originam uma infeção pulmonar
assintomática após penetração nos alvéolos
pulmonares. As manifestações clínicas variam
desde uma simples colonização pulmonar até
uma infecção disseminada e invasiva. A
disseminação é por via hematogênica, e pode
provocar lesões no SNC, cérebro e meninges
(meningite criptocócica), e ainda lesões
cutâneas, ósseas e viscerais.
Como essa patologia pode causar meningite de
base de crânio, pode haver obstrução dos
forames e aquedutos que drenam o líquor,
causando hidrocefalia, que é bastante comum.
O fungo apresenta características biológicas
ou fatores de virulência que demonstram a sua
capacidade de desencadear infecção,
independentemente do estado imunológico do
hospedeiro. Estas características consistem no
fato do Cryptococcus neoformans ser um fungo
encapsulado, em que a cápsula é de natureza
polissacarídica e impede a fagocitose,
tornando-o mais virulento.
E quais são os fatores predisponentes? AIDS,
sarcoidose, linfoma Hodgkin, leucemia
linfocítica crônica (LLC), diabetes, colagenoses,
corticoterapia, imunossupressores.
Os grupos de risco para a criptococose são
doentes com HIV, transplantados e grupos
heterogéneos sem HIV ou transplantes. No caso
do sistema imunitário apresentar alterações,
como a contagem de linfócitos CD4+ inferior a
200/mm3, significa que existe risco de contrair
uma infecção com C. neoformans e desta
atingir o SNC e ser disseminada.
DIAGNÓSTICO
A infeção causada pelo Cryptococcus
neoformans pode ser diagnosticada através de
vários métodos, como observação de
preparações microscópicas, teste serológico,
cultura de sangue ou líquido cefalorraquidiano.
As células de C. neoformans são redondas ou
ovais e têm uma cápsula polissacarídica, o que
permite a sua observação em preparações
microscópicas com tinta-da-china, uma vez que
esta não penetra no interior das células. “céu
estrelado”
Cultura (escarro, LCR, urina, secreção
prostata) → três dias para crescer;
Pesquisa do antígeno → LCR, soro, urina, ELISA.
TRATAMENTO
POLIÊNICOS: Anfotericina B + Fluocitosina (não
tem no Brasil);
AZÓIS: Cetoconazol → não ultrapassa BHE, mas
posso usar p/ lesão pulmonar;
TRIAZÓIS: Fluconazol e Voriconazol →
excelentes;
Itraconazol → não ultrapassa muito bem a BHE,
não tem IV.
Histoplasmose
A histoplasmose é uma micose sistêmica
causada pelo fungo Histoplasma capsulatum,
mais precisamente por duas variedades deste -
H. capsulatum var. capsulatum e H. capsulatum
var. duboisii.
Histoplasma capsulatum: Apesar do nome, não
possui cápsula. Fungo dimórfico que cresce
muito bem em fezes de morcegos e possui
disseminação rápida. Na natureza, ele é
facilmente identificado na forma de hifa e,
Ana Carolina Picanço
quando aspirado, o indivíduo adoece
rapidamente devido a grande concentração de
propágulos existentes. A contaminação pode
ocorrer pela entrada em lugares fechados que
contenham fezes de morcego (ex: sótão,
cavernas) pela aspiração. Os morcegos não
adoecem da histoplasmose.
EPIDEMIOLOGIA
A forma miceliar do H. capsulatum habita no
solo com elevado teor em azoto, como aquele
que contém as fezes das aves. Os surtos de
histoplasmose são associados à exposição a
habitats de aves e locais onde existem
morcegos, CLIMAS ÚMIDOS . Os aerossóis dos
microconídios e fragmentos de hifas no solo e
posterior inalação por pessoas expostas é o
principal fator para a existência de um surto.
Apesar de a infecção ocorrer na maioria das
exposições, verifica-se que existem casos em
que não surgem sintomas e que apenas se
detecta a infecção por testes cutâneos.
- Ciclo de vida do Histoplasma capsulatum.
Legenda:
1- O H. capsulatum, no ambiente, existe como
um molde com hifas aéreas;
2- As hifas produzem aerossóis de micro e
macroconídios que estão dispersos no
ambiente;
3- Os microconídios são inalados, por um
hospedeiro suscetível, para dentro dos
pulmões;
4- A temperatura mais elevada dentro do
hospedeiro permite a sua transformação em
forma oval, em levedura de gemulação;
5- As leveduras são fagocitadas por células do
sistema imunitário e transportadas para os
linfonodos;
6- A partir daí eles circulam no sangue para
outras partes do organismo.
FORMAS CLÍNICAS
ASSINTOMÁTICA 50-90%
SINTOMÁTICA 10-50%
Síndromes auto-limitadas
* Pulmonar aguda 60%
* Pericardite 10%
* Reumatológica 10%
Pulmonar crônica 10%
Disseminada 10%
Mediastinite <1%
fibrosante
A forma pulmonar é tão grave que em menos de
7 dias leva a insuficiência respiratória e a
SARA. Alguns pacientes podem apresentar
pericardite, alterações articulares e quem tem
predisposição pode crescer gânglios
mediastinais e fazer fibrose, que comprime os
vasos próximos, porém, é mais raro.
O mais comum é o paciente com quadro
pulmonar que refere dor, mal estar, tosse,
febre e que evolui parainsuficiência
respiratória. A lesão pulmonar característica é
a micronodular difuso, sempre bilateral. Alguns
pacientes podem apresentar calcificações
dessas micronodulações.
DIAGNÓSTICO
EXAME DIRETO;
CULTURA;
SOROLOGIA;
INTRADERMORREAÇÃO;
HISTOPATOLÓGICO.
TRATAMENTO
POLIÊNICOS: Anfotericina B
AZÓIS: Cetoconazol
TRIAZÓIS: Itraconazol
Ana Carolina Picanço
Micoses Oportunistas
As micoses oportunistas são infecções
causadas por fungos que são normalmente
comensais humanos ou ambientais, e que em
indivíduos com o sistema imunitário
comprometido causam infeção.
QUANDO OCORREM:
Somente em situações que houver quebra da
defesa, como:
o uso de corticóide e citostáticos;
o neoplasias;
o obesidade;
o colagenoses;
o diabetes mellitus;
o sarcoidose;
o AIDS;
o acidose metabólica;
o hipotermia.
É preciso ter em mente que a característica
tecidual das micoses oportunistas é a presença
de hifas no tecido, ou seja, invasão por hifas.
SÃO ELES:
-CRIPTOCOCOSE- C.neoformans
-CANDIDÍASE- C.albicans
-ASPERGILOSE- A.fumigatus
A.nidulans
A.niger
-PNEUMOCISTOSE- P.carinii
-MUCORMICOSE- R.arrhizus(oryzae)
Candidíase
Tipos:
o Candida albicans → A Cândida Albicans é a
mais comum e está envolvida em infecções
leves e também oportunistas. Por fazer parte
da microbiota humana, ela está em diversos
lugares do corpo e por isso causa infecções em
diversos sítios.
o C.tropicalis
o C.glabrata
o C.parapsilosis
o C.guilliermondii
o C.krusei
o C.lusitaniae
Fatores predisponentes
o Neutropenia
o AIDS
o Cirurgia abdominal
o Transplante de órgãos
o Neoplasias
o Diabetes Mellitus
o Queimaduras
o Corticoterapia
o Síndromes de Imunodeficiência Congênita
o Antibioticoterapia de largo espectro
o Cateter venoso ou vesical
o Mucosite por radioterapia
Formas clínicas:
o Mucocutâneas:
oral → o surgimento de candidíase oral
é um bom marcador para paciente com
AIDS, mas não só. Em pacientes com DM
descompensado e em uso de corticoide
sistêmico prolongado pode aparecer
também. Há aftas na boca e também
pode ter disfagia.
esofágica → a esofagite por cândida é
comum em pacientes com AIDS, onde há
placas esbranquiçadas no esôfago e o
paciente vai se queixar de disfagia e/ou
odinofagia.
vaginal → decorrente de alteração do
pH, umidade e etc..
o Onicomicose que é a cândida na unha.
o Sistêmica:
Candidemia → é um quadro muito
parecido com septicemia por gram (-).
Desconfia-se quando diversos esquemas
de ATB com amplo espectro são usados
e os pacientes não melhora. É um
Ana Carolina Picanço
quadro que simula muito bem uma
infecção bacteriana grave, por isso o
alerta para fungos precisa estar sempre
ligado. O paciente com sepse fúngica é
muito grave, ele fica chocado e pouco
responsivo, pode até apresentar
eritema cutâneo.
Candidose hepatoesplênica
Disseminada é uma infecção
normalmente hospitalar, nesse caso o
fungo atinge a corrente sanguínea em
direção a órgãos como: rins (ITU), olhos
(endoftalmite), valvas cardíacas,
cérebro, baço, pulmão. Toda e qualquer
infecção sistêmica disseminada é grave.
Sítio profundo localizado
o Candidúria → presença de fungos na urina.
DIAGNÓSTICO
o Exame direto: é um bom método;
o Cultura: aqui também cresce facilmente;
o SOROLOGIA;
o INTRADERMORREAÇÃO → Não se faz.
o HISTOPATOLÓGICO → faz diagnóstico, mesmo
não dando para saber qual é tipo de fungo dá
pra saber que é um fungo oportunista.
TRATAMENTO
Anfotericina B
TRIAZÓIS
Itraconazol
Fluconazol
Posiconazol
Acetato de caspofungina
Micafungina
Anidulafungina
Aspergillus
Causa a Aspergilose pela forma disseminada.
Tipos:
(disse que todos são importantes).
o Aspergillus fumigatus
o Aspergillus flavus
o Aspergillus niger
o Aspergillus nidulans
o Aspergillus sydowii
o Aspergillus glaucus
o Aspergillus restrictus
Fontes de infecção:
o SOLO
o ÁGUA
o MATÉRIA ORGÂNICA
o VEGETAÇÃO DO CHÃO
o MATERIAIS A PROVA DE FOGO
o SISTEMA DE VENTILAÇÃO E AR
CONDICIONADO
o MACONHA → na própria maconha pode ter o
fungo, o paciente com AIDS ao usar essa droga
contaminada pode desenvolver a doença.
Formas clínicas:
o ASPERGILOSE ALÉRGICA
o ASPERGILOMA que também é chamado de
Fungus balls.
o ASPERGILOSE INVASIVA:
Pulmonar → 95%
Extrapulmonar → 25%
o ASPERGILOSE PULMONAR NECROTIZANTE
CRÔNICA.
o ASPERGILOSE SUPERFICIAL acomete pele,
olhos,ouvidos.
Fatores predisponentes:
o Neutropenia.
o Transplante de órgãos, principalmente de
Medula Óssea.
o Neoplasias.
o Corticoterapia.
o AIDS.
o Doença granulomatosa crônica.
Ana Carolina Picanço
*abpa: aspergilose broncopulmonar alérgica.
ASPERGILOSE ALÉRGICA:
É causada principalmente pelo A. fumigatus. O
paciente tem um quadro de reação alérgica ao
entrar em contato com o fungo, que se
apresenta como a forma broncopulmonar
alérgica (ABPA) e/ou alveolite alérgica
extrínseca (AAE).
A ABPA é uma forma clínica que o paciente
desenvolve uma asma que não melhora com o
protocolo básico. Ele vai ter o IgG aumentado.
A fisiopatologia compreende na inalação de
substâncias do aspergillus e reação atópica à
presença do fungo.
Então como não é o fungo que está fazendo a
doença e sim uma resposta de
hipersensibilidade à determinada substância do
mesmo, usa-se Corticóide no tto. Porém,
quando o paciente apresenta infiltrado
pulmonar, esse quadro deixa de ser apenas uma
asma por reação de hipersensibilidade, pois o
fungo que antes não foi virulento o suficiente
para causar doença, agora já se comporta de
forma mais virulenta e foi capaz de desenvolver
o que chamamos de AAE (inflamação dos
alvéolos).
ASPERGILOSE
Ocorre pelo acúmulo de aspergillus que vão
colonizar cicatrizes pulmonares, resultantes de
abscessos pulmonares de doenças passadas. O
paciente que possui uma cavitação pulmonar ou
uma “caverna” no pulmão, ao aspirar ou fumar
maconha entrará em contato com esse fungo,
que vão crescer tanto a ponto de formar uma
bola fúngica que irá preencher a região
cavitária.
Na imagem acima é possível ver que ao redor
da mancha branca que é o fungus balls,
percebe-se um sombreado escuro sugerindo
uma cavitação. Esse é o sinal de Monod, que
significa lua invertida.
Essa bola fúngica é composta por um conjunto
de hifas (micélio), de fibrina, de muco, e dos
restos celulares encontrados dentro de uma
cavidade pulmonar. A bola fúngica preenche a
cavitação, mas é pedunculada, ou seja, é móvel,
faz o movimento de “vai e vem” podendo
danificar capilares ao redor e quando isso
ocorre o paciente cursa com hemoptise.
Ana Carolina Picanço
Quadro Clínico: paciente com histórico de
tuberculose que chega ao médico com
hemoptise, muitos médicos pensam que é
recidiva da tuberculose, mas diante do RX
encontra-se uma mancha esbranquiçada. Não é
fácil a visualização, porém, nesses quadros
deve-se pensar em aspergiloma ou fungos balls.
Cuidado com hemoptises intensas pois pode
levar a morte.
Tratamento: Lobectomia. Tem médicos que
tentam fazer broncoscopia para tentar jogar
antifúngico, mas é muito complicado e
normalmente sem sucesso.
ASPERGILOSE INVASIVA PULMONAR
É um quadro mais agressivo e normalmente está
associado à imunodepressão. É muito comum em
pacientes que fizeram transplante de medula
óssea devido ao estado de desequilíbrio
imunológico.
Quadro clínico:
o Lesão pulmonar progressiva que começa de
um lado e vai para o outro. Em determinado
momento ambos os pulmões estão tomados.
Parece até estafilococos.
o Paciente por vezes, após o transplante inicia
um quadro de febre, pensa-se em rejeição no
primeiro momento, mas durante a investigação
pede raio-x, tomografia e ainda assim nada de
alteração. Então, pode-se usar uma substância
chamada de galactomanana que é uma
substância da ptn da parede celular do
aspergillus.
Quando o fungo está se multiplicando no
organismo humano essa substância aumenta na
corrente sanguínea, então se pede exame de
sangue com a presença desse marcador que
estará aumentado em quadros de infecção por
esse microrganismo. IMPORTANTE.
Diagnóstico:
o EXAME DIRETO
o CULTURA
o SOROLOGIA
o PESQUISA DE GALACTOMANANA
o PCR (reação em cadeia da polimerase) para
tentar achar o RNA/DNA do fungo.
o HISTOPATOLÓGICO.Tratamento:
POLIÊNICOS: Anfotericina B.
TRIAZÓIS: Itraconazol, Fluconazol, Posiconazol.
EQUINOCANDINAS: Acetato de caspofungina,
Micafungina, Anidulafungina.
o Aspergilose pulmonar invasiva aguda:
Anfotericina B lipossomal em situações mais
graves, mas pode-se usar Itraconazol também.
Mucormicose
Antigamente era chamado de Zigomicose,
atualmente recebe o nome de Mucormicose que
é causada pelos zigomicetos (fungos terrestres
que estão na natureza e são em forma de
hifas). É o fungo do bolor do pão que
normalmente em pessoas com imunidade
competente não causam doenças, mas em
imunodeprimidos pode causar problemas.
O mais causador de doença no ser humano é o
Rhizopus arrhizus, mas os outros são:
Fatores predisponentes:
o HIPERGLICEMIA - (DM)
o HIPOTERMIA
o ACIDOSE METABÓLICA
o POLITRAUMA
o IMUNODEFICIÊNCIA SEVERA
o É um conjunto de fatores, a pessoa tem que
ter hiperglicemia, hipotermia e acidose
metabólica. Outra situação é o paciente
politraumatizado que também tem acidose,
Ana Carolina Picanço
hipotermia e com situação de imunodeficiência.
Essa doença é clássica do paciente com
cetoacidose diabética, também pode aparecer
no paciente que é urêmico, que tem IRA e DM.
Logo, é uma doença que ocorrem em situações
extremas, onde o paciente tem um conjunto de
fatores que predispõem a mucormicose.
Fisiopatologia: Os fungos se apresentam como
hifas enormes que vão entrando nos vasos
sanguíneos e por serem grandes vão lesando o
vaso, levando a formação de trombo. Por onde
ele anda vai trombosando, levando a isquemia e
consequentemente a necrose. Esses fungos
entram pela respiração, mas também podem
estar no palato.
Forma clínica:
o Rino-órbito-cerebral: começa com uma lesão
dentro do nariz, dentro do palato ou na mucosa
dessa região e a circulação sanguínea desse
local faz comunicação direta com a circulação
cerebral, principalmente o seio lateral e o
frontal culminando na formação de abscessos.
Ainda, mesmo a apresentação clínica clássica
ser a rino-órbito-cerebral, também pode-se ter
apresentação clínica cutânea, pulmonar entre
outras. A evolução depende do diagnóstico
precoce, pois o paciente evolui muito rápido e
na maioria dos casos vai à óbito. Alta
mortalidade.
Tratamento: Desbridamento do local necrosado
(ex: mucosa nasal, palato) + Anfotericina B.
Também pode-se associar com rifampicina, pois
se vê melhora, parece que ajuda.
Ana Carolina Picanço