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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - CONSTITUCIONAL

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Administração pública 
 
1. Conceito 
A Constituição Federal, inovando em relação às anteriores, regulamenta, no Título III, 
um capítulo específico para a organização da administração pública, 
pormenorizando-a enquanto estrutura governamental e enquanto função. 
Determinando no art. 37 que a administração pública direta e indireta de qualquer 
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedeça, 
além de diversos preceitos expressos, aos princípios: 
• legalidade 
• impessoalidade 
• moralidade 
• publicidade 
• eficiência. 
 
 O art. 70, a Constituição se refere ainda aos princípios: 
 
• legalidade, 
• legitimidade 
• economicidadez 
 
Limpe 
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, 
orçamentária, operacional e patrimonial da 
União e das entidades da administração direta 
e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, 
economicidade, aplicação das subvenções e 
renúncia de receitas, será exercida pelo 
Congresso Nacional, mediante controle 
externo, e pelo sistema de controle interno de 
cada Poder. 
Fiscalização contábil, financeira e orçamentária 
Art. 37. A administração pública direta e 
indireta de qualquer dos Poderes da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios obedecerá aos princípios de 
legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência 
No art. 74, II, aos princípios: 
 
• Legalidade 
• eficácia 
• eficiência 
 
 
Pinto Ferreira recorda os princípios da proporcionalidade dos meios aos fins, da 
indisponibilidade do interesse público, da especialidade administrativa e da igualdade 
dos administrados. 
A administração pública pode ser definida objetivamente como a atividade concreta 
e imediata que o Estado desenvolve para a consecução dos interesses coletivos e 
subjetivamente como o conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas aos quais a lei 
atribui o exercício da função administrativa do Estado. Concluímos, que a 
administração pública é “o conjunto das pessoas coletivas públicas, seus órgãos e 
serviços que desenvolvem a atividade ou função administrativa”. 
 A administração federal compreende: 
• A administração direta: que se constitui dos serviços integrados na estrutura 
administrativa da Presidência da República e dos Ministérios; 
 
• A administração indireta: que compreende as seguintes categorias de entidades, 
dotadas de personalidade jurídica própria: autarquias; empresas públicas; sociedades 
de economia mista; fundações públicas. 
 
 
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo 
e Judiciário manterão, de forma 
integrada, sistema de controle interno 
com a finalidade de: 
II - Comprovar a legalidade e avaliar os 
resultados, quanto à eficácia e eficiência, 
da gestão orçamentária, financeira e 
patrimonial nos órgãos e entidades da 
administração federal, bem como da 
aplicação de recursos públicos por 
entidades de direito privado; 
Os 3 poderes 
A regra de definição da amplitude da administração pública (CF, art. 37) contém 
princípios norteadores a serem aplicados obrigatoriamente em relação à 
administração dos Estados, Distrito Federal e Municípios. O regime administrativo 
consiste em um poder político--jurídico, que é o poder executivo e administrativo, 
que se introduz como intermediário entre a lei e o juiz, a fim de assumir a aplicação 
das leis em todos os procedimentos que não sejam contenciosos, com a finalidade de 
facilitar e, se for necessário, impor aos cidadãos a execução das leis por meio de uma 
regulamentação própria, pela organização dos serviços públicos e por decisões 
executórias particulares. 
 
 
2. Princípios constitucionais da administração pública 
São princípios constitucionais da administração pública: princípio da legalidade; 
princípio da impessoalidade; princípio da moralidade; princípio da publicidade; 
princípio da eficiência. 
 
a) Princípio da legalidade 
O tradicional princípio da legalidade, previsto no art. 5° , II, da Constituição Federal 
aplica-se normalmente na Administração Pública, porém de forma mais rigorosa e 
especial, pois o administrador público somente poderá fazer o que estiver 
expressamente autorizado em lei e nas demais espécies normativas, inexistindo, 
pois, incidência de sua vontade subjetiva, pois na Administração Pública só é 
permitido fazer o que a lei autoriza, diferentemente da esfera particular, onde será 
permitida a realização de tudo que a lei não proíba. 
Esse princípio coaduna-se (harmoniza-se) com a própria função administrativa, de 
executor do direito, que atua sem finalidade própria, mas sim em respeito à finalidade 
imposta pela lei, e com a necessidade de preservar-se a ordem jurídica. 
b) Princípio da impessoalidade 
O princípio da impessoalidade encontra-se, por vezes, no mesmo campo de 
incidência dos princípios da igualdade e da legalidade, e não raramente é chamado 
de princípio da finalidade administrativa. 
O princípio da impessoalidade, referido na Constituição de 1988 (art. 37, caput), nada 
mais é que o clássico princípio da finalidade, o qual impõe ao administrador público 
que só pratique o ato para o seu fim legal. E o fim legal é unicamente aquele que a 
norma de direito indica expressa ou virtualmente como objetivo do ato, de forma 
impessoal. 
 Esse princípio completa a ideia de que o administrador é um executor do ato, que 
serve de veículo de manifestação da vontade estatal, e, portanto, as realizações 
administrativo-governamentais não são do agente político, mas sim da entidade 
pública em nome da qual atuou. 
 
c) Princípio da moralidade 
Pelo princípio da moralidade administrativa, não bastará ao administrador o estrito 
cumprimento da estrita legalidade, devendo ele, no exercício de sua função pública, 
respeitar os princípios éticos de razoabilidade e justiça, pois a moralidade constitui, a 
partir da Constituição de 1988, pressuposto de validade de todo ato da administração 
pública. 
Não se trata da moral comum, mas sim de uma moral jurídica, entendida como ‘o 
conjunto de regras de conduta tiradas da disciplina interior da Administração. Ensina 
Maria Sylvia Zanella di Pietro: 
“Não é preciso penetrar na intenção do agente, porque 
do próprio objeto resulta a imoralidade. Isto ocorre 
quando o conteúdo de determinado ato contrariar o 
senso comum de honestidade, retidão, equilíbrio, 
justiça, respeito à dignidade do ser humano, à boa-fé, ao 
trabalho, à ética das instituições. A moralidade exige 
proporcionalidade entre os meios e os fins a atingir; 
entre os sacrifícios impostos à coletividade e os 
benefícios por ela auferidos; entre as vantagens 
usufruídas pelas autoridades públicas e os encargos 
impostos à maioria dos cidadãos. Por isso mesmo, a 
imoralidade salta aos olhos quando a Administração 
Pública é pródiga em despesas legais, porém inúteis, 
como propaganda ou mordomia, quando a população 
precisa de assistência médica, alimentação, moradia, 
segurança, educação, isso sem falar no mínimo 
indispensável à existência digna. Não é preciso, para 
invalidar despesas desse tipo, entrar na difícil análise dos 
fins que inspiraram a autoridade; o ato em si, o seu 
objeto, o seu conteúdo, contraria a ética da instituição, 
afronta a norma de conduta aceita como legítima pela 
coletividade administrada. Na aferição da imoralidade 
administrativa, é essencial o princípio da razoabilidade.” 
 
O Supremo Tribunal Federal, analisando o princípio da moralidade administrativa, 
manifestou-se afirmando: 
“Poder-se-á dizer que apenas agora a Constituição 
Federal consagrou a moralidade como princípio de 
administração pública (art. 37 da Constituição Federal). 
Isso não é verdade. Os princípios podem estar ou não 
explicitados em normas. Normalmente, sequer constam 
de texto regrado. Defluem no todo do ordenamento 
jurídico. Encontram-se ínsitos, implícitos no sistema, 
permeando as diversas normas regedorasde 
determinada matéria. O só fato de um princípio não 
figurar no texto constitucional, não significa que nunca 
teve relevância de princípio. A circunstância de, no texto 
constitucional anterior, não figurar o princípio da 
moralidade não significa que o administrador poderia 
agir de forma imoral ou mesmo amoral. Os princípios 
gerais de direito existem por força própria, 
independentemente de figurarem em texto legislativo. E 
o fato de passarem a figurar em texto constitucional ou 
legal não lhes retira o caráter de princípio. O agente 
público não só tem que ser honesto e probo, mas tem 
que mostrar que possui tal qualidade. Como a mulher de 
César.” 
 A Constituição Federal, ao consagrar o princípio da moralidade administrativa como 
vetor da atuação da administração pública, igualmente consagrou a necessidade de 
proteção à moralidade e responsabilização do administrador público amoral ou 
imoral. Difícil de saber por que o princípio da moralidade no direito encontra tantos 
adversários. A teoria moral não é nenhum problema especial para a teoria legal. As 
concepções na base natural são analógicas. Por que somente a proteção da 
legalidade e não da moralidade também? A resposta negativa só pode interessar aos 
administradores ímprobos. Não à Administração, nem à ordem jurídica. O contrário 
seria negar aquele mínimo ético mesmo para os atos juridicamente lícitos. Ou negar 
a exação no cumprimento do dever funcional. 
 Dessa forma, deve o Poder Judiciário, ao exercer o controle jurisdicional, não se 
restringir ao exame estrito da legalidade do ato administrativo, mas, sim, entender 
por legalidade ou legitimidade não só a conformação do ato com a lei, como também 
com a moral administrativa e com o interesse coletivo. 
O princípio da moralidade está intimamente ligado com a ideia de probidade, dever 
inerente do administrador público. O velho e esquecido conceito do probus e do 
improbus administrador público está presente na Constituição da República, que 
pune a improbidade na Administração com sanções políticas, administrativas e 
penais. 
A conduta do administrador público em desrespeito ao princípio da moralidade 
administrativa enquadra-se nos denominados atos de improbidade, previstos pelo 
art. 37, § 4°, da Constituição Federal, e sancionados com a suspensão dos direitos 
políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento 
ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível, 
permitindo ao Ministério Público a propositura de ação civil pública por ato de 
improbidade, com base na Lei n o 8.429/92 para que o Poder Judiciário exerça o 
controle jurisdicional sobre lesão ou ameaça de lesão ao patrimônio público 
Art. 37, § 4º Os atos de improbidade administrativa 
importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da 
função pública, a indisponibilidade dos bens e o 
ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas 
em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. 
 
d) Princípio da publicidade 
A publicidade se faz pela inserção do ato no Diário Oficial ou por edital afixado no 
lugar próprio para divulgação de atos públicos, para conhecimento do público em 
geral e, consequentemente, início da produção de seus efeitos, pois somente a 
publicidade evita os dissabores existentes em processos arbitrariamente sigilosos, 
permitindo-se os competentes recursos administrativos e as ações judiciais próprias. 
O princípio da publicidade tem absoluta primazia na Administração Pública, 
garantindo o acesso às informações a toda a Sociedade, pois o princípio da 
publicidade no que deságua na busca da eficiência, ante o acompanhamento pela 
sociedade. Estando em jogo valores, há de ser observado o coletivo em detrimento, 
até mesmo, do individual. A regra, pois, é que a publicidade somente poderá ser 
excepcionada quando o interesse público assim determinar, prevalecendo esse em 
detrimento do princípio da publicidade. 
 
e) Princípio da eficiência 
A Emenda Constitucional n° 19/98 acrescentou expressamente aos princípios 
constitucionais da administração pública o princípio da eficiência, findando com as 
discussões doutrinárias e com as jurisprudências sobre sua existência implícita na 
Constituição Federal e aplicabilidade integral. 
Na doutrina, Sérgio de Andréa Ferreira já apontava a existência do princípio da 
eficiência em relação à administração pública, pois a Constituição Federal prevê que 
os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema 
de controle interno com a finalidade de comprovar a legalidade e avaliar os 
resultados, quanto à eficácia e eficiência da gestão orçamentária, financeira e 
patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação 
de recursos públicos por entidades de direito privado (CF, art. 74, II). 
Da mesma forma, o Superior Tribunal de Justiça reconhecia a existência do princípio 
da eficiência como um dos regentes da administração, afirmando que “a 
Administração Pública é regida por vários princípios: legalidade, impessoalidade, 
moralidade e publicidade (Const. art. 37). 
Outros também se evidenciam na Carta Política. Dentre eles, o princípio da eficiência. 
A atividade administrativa deve orientar-se para alcançar resultado de interesse 
público. 
Dessa forma, a EC 19/98, seguindo os passos de algumas legislações estrangeiras, no 
sentido de pretender garantir maior qualidade na atividade pública e na prestação 
dos serviços públicos, passou a proclamar que a administração pública direta, indireta 
ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios, deverá obedecer, além dos tradicionais princípios de legalidade, 
impessoalidade, moralidade, publicidade, também ao princípio da eficiência. 
 PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA E O DIREITO COMPARADO 
 
A Constituição Espanhola, promulgada em 1978, prevê expressamente, em seu art. 
103, o princípio da eficácia, ao consagrar que “A administração pública serve com 
objetividade aos interesses gerais e atua de acordo com os princípios de eficácia, 
hierarquia, descentralização, desconcentração e coordenação, com obediência plena 
à lei e ao Direito. 
 Igualmente, a Constituição da República das Filipinas, de 1986, prevê em seu art. IX, 
B, seção 3, que “A Comissão do Serviço Público, na qualidade de órgão central do 
Governo encarregado do funcionalismo público, estabelecerá um plano de carreira e 
adotará medidas destinadas a promover a disposição de ânimo, a eficiência, a 
integridade, a pronta colaboração, o dinamismo e a cortesia no serviço público”, e 
em seu art. XI, Seção 1, que “O serviço público é um compromisso com a causa 
pública. Os servidores públicos deverão estar sempre prontos a prestar contas ao 
povo, servi-lo da forma mais responsável, integra, leal e eficiente possível.” 
A Constituição da República do Suriname, de 1987, estabelece, em seu art. 122, 
competir ao Conselho de Ministros “preparar e executar uma política eficiente”. 
 Note-se que apesar da inexistência expressa do princípio da eficiência, dentre os 
princípios fundamentais da Administração Pública, a Constituição portuguesa 
consagra em seu art. 267 (“A Administração Pública será estruturada de modo a 
evitar a burocratização, a aproximar os serviços das populações e a assegurar a 
participação dos interessados na sua gestão efetiva, designadamente por intermédio 
de associações públicas, organizações de moradores e outras formas de 
representação democrática”) a estrutura da Administração, cujos objetivos 
assemelham-se integralmente àqueles inerentes ao princípio da eficiência. Ao 
comentarem esse artigo da Constituição da República Portuguesa, Canotilho e 
Moreira salientam que “aqueles princípios devem ser conjugados com o princípio da 
boa administração (ou princípio do bom andamento da administração), que exige o 
exercícioda função administrativa de forma eficiente e congruente”. 
 Percebe-se, também, na Constituição da República de Cuba, de 1976, a ideia de 
eficiência dentro dos princípios de organização e funcionamento dos órgãos estatais, 
ao se proclamar no art. 66, c, que “cada órgão estatal desenvolve amplamente, 
dentro dos limites de sua competência, a iniciativa dirigida ao aproveitamento dos 
recursos e possibilidades locais e à incorporação das organizações sociais e de massa 
a sua atividade”. 
No Direito Constitucional estadual, podemos citar a Constituição do Estado do 
Tocantins que prevê em seu art. 9° serem princípios da Administração Pública: 
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, razoabilidade e eficiência; e o 
art. 19 da Constituição do Estado de Rondônia que determina incumbir ao Poder 
Público assegurar, na prestação direta ou indireta dos serviços públicos, a efetividade 
dos requisitos, entre outros, de eficiência, segurança, continuidade dos serviços 
públicos. 
 
 CONCEITO 
 
A atividade estatal produz de modo direto ou indireto consequências jurídicas que 
instituem, reciprocamente, direito ou prerrogativas, deveres ou obrigações para a 
população, traduzindo uma relação jurídica entre a Administração e os 
administrados. Portanto, existirão direitos e obrigações recíprocos entre o Estado-
administração e o indivíduo--administrado e, consequentemente, esse, no exercício 
de seus direitos subjetivos, poderá exigir da Administração Pública o cumprimento 
de suas obrigações da forma mais eficiente possível. 
O reconhecimento de direitos subjetivos públicos não significa que o indivíduo exerça 
um poder sobre o Estado, nem que tenha parte do imperium jurídico, mas que possui 
esses direitos como correlatos de uma obrigação do Estado em respeitar o 
ordenamento jurídico. 
 O administrador público precisa ser eficiente, ou seja, deve ser aquele que produz o 
efeito desejado, que dá bom resultado, exercendo suas atividades sob o manto da 
igualdade de todos perante a lei, velando pela objetividade e imparcialidade. Assim, 
princípio da eficiência é aquele que impõe à Administração Pública direta e indireta 
e a seus agentes, a persecução do bem comum, por meio do exercício de suas 
competências, de forma imparcial, neutra, transparente, participativa, eficaz, sem 
burocracia e sempre em busca da qualidade, primando pela adoção dos critérios 
legais e morais necessários para a melhor utilização possível dos recursos públicos, 
de maneira a evitar-se desperdícios e garantir-se uma maior rentabilidade social. 
Note-se que não se trata da consagração da tecnocracia, muito pelo contrário, o 
princípio da eficiência dirige-se para a razão e fim maior do Estado, a prestação dos 
serviços sociais essenciais à população, visando a adoção de todos os meios legais e 
morais possíveis para satisfação do bem comum. 
Maria Sylvia Zanella Di Pietro ensina que o princípio da eficiência “impõe ao agente 
público um modo de atuar que produza resultados favoráveis à consecução 
(conquista, aquisição) dos fins que cabem ao Estado alcançar”, advertindo, porém, 
que “a eficiência é princípio que se soma aos demais princípios impostos à 
Administração, não podendo sobrepor-se a nenhum deles, especialmente ao da 
legalidade, sob pena de sérios riscos à segurança jurídica e ao próprio Estado de 
Direito”. 
 Ressalte-se a interligação do princípio da eficiência com os princípios da 
razoabilidade e da moralidade, pois, o administrador deve se utilizar de critérios 
razoáveis na realização de sua atividade discricionária e, deve-se considerar como 
imoralidade administrativa, ineficiência grosseira da ação da administração pública. 
 A Mensagem Presidencial n° 886/95, convertida em Proposta de Emenda 
Constitucional n° 173/95 e, posteriormente, aprovada como Emenda Constitucional n° 
19, trazia em sua exposição de motivos, suas pretensões, dentre elas “incorporar a 
dimensão de eficiência na administração pública: o aparelho de Estado deverá se 
revelar apto a gerar mais benefícios, na forma de prestação de serviços à sociedade, 
com os recursos disponíveis, em respeito ao cidadão contribuinte” e “enfatizar a 
qualidade e o desempenho nos serviços públicos: a assimilação, pelo serviço público, 
da centralidade do cidadão e da importância da contínua superação de metas 
desempenhadas, conjugada com a retirada de controles e obstruções legais 
desnecessários, repercutirá na melhoria dos serviços públicos”. 
 A ideia de defesa do bem comum enquanto finalidade básica da atuação da 
administração pública decorre da própria razão de existência do Estado e está 
prevista implicitamente em todos os ordenamentos jurídicos. 
Exemplificativamente, poderíamos citar como previsões expressas o art. 19 da 
Constituição da Noruega, estabelecida em 1814, com as alterações até 1980, em que 
se verifica que o Rei velará pela utilização e administração das propriedades e 
prerrogativas do Estado conforme convenha ao bem comum, e o art. 100 da 
Constituição Política da República do Chile, em que a administração superior de cada 
região terá por objetivo o desenvolvimento social, cultural e econômico da região. 
 Buscando a eficiência no serviço público realizado, a Emenda Constitucional n° 19/98 
alterou a redação do art. 241, permitindo que a União, os Estados, o Distrito Federal 
e os Municípios disciplinem por meio de lei os consórcios públicos e os convênios de 
cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão associada de serviços 
públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e 
bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos. 
 
 CARACTERÍSTICAS DO PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA 
O princípio da eficiência compõe-se, portanto, das seguintes características básicas: 
 
▪ direcionamento da atividade e dos serviços públicos à efetividade do bem comum, 
▪ imparcialidade, 
▪ neutralidade, 
▪ transparência, 
▪ participação e 
▪ aproximação dos serviços públicos da população, eficácia, desburocratização e 
busca da qualidade 
❖ direcionamento da atividade e dos serviços públicos à efetividade do bem comum: 
a Constituição Federal prevê no inciso IV do art. 3° que constitui um dos objetivos 
fundamentais da República Federativa do Brasil promover o bem de todos, sem 
preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de 
discriminação. Ressalte-se que ao legislador ordinário e ao intérprete, em especial às 
autoridades públicas dos Poderes Judiciário, Executivo e Legislativo e da Instituição 
do Ministério Público, esse objetivo fundamental deverá servir como vetor de 
interpretação, seja na edição de leis ou atos normativos, seja em suas aplicações. 
 
 Mesmo antes da promulgação da EC n° 19/98, a Constituição do Estado de São Paulo 
afirmava em seu art. 111 que a Administração Pública direta, indireta ou fundacional, 
de qualquer dos poderes, deverá obedecer ao princípio do interesse público. De 
maneira semelhante, a Constituição do Estado do Rio Grande do Sul, promulgada aos 
3 de outubro de 1989 prevê expressamente em seu art. 19 que a Administração 
Pública, direta e indireta de qualquer dos Poderes do Estado, visa à promoção do bem 
comum; enquanto a Constituição do Estado da Bahia, em seu art. 13, estipula destinar-
se a Administração Pública a servir a sociedade que lhe custeia. 
 
❖ Imparcialidade: a afirmação do princípio da imparcialidade na Administração Pública 
surgiu, historicamente, da necessidade de, por um lado, salvaguardar o exercício da 
função administrativa e, consequentemente, a prossecução (andamento, 
continuação) do interesse público da influência de interesses alheios ao interesse 
público em concreto prosseguido, qualquer que fosse a sua natureza, e, por outro, 
da interferência indevida, no procedimento administrativo, em especial, na fase 
decisória, de outros sujeitos ou entidades, exterioresà Administração Pública, 
concluindo que a atuação eficiente da Administração Pública exige uma atuação 
imparcial e independente, e que imparcialidade “é independência: independência 
perante os interesses privados, individuais ou de grupo; independência perante os 
interesses partidários; independência, por último, perante os concretos interesses 
políticos do Governo”. 
 
❖ Neutralidade: a ideia de eficiência está ligada à neutralidade, no sentido de que “há 
um outro plano de sentido em que se fala de neutralidade do Estado: o de Justiça (...). 
Nesse sentido o Estado é neutro se, na resolução de qualquer conflito de interesse, 
assume uma posição valorativa de simultânea e igual consideração de todos os 
interesses em presença. 
 
A neutralidade não impõe aqui ao Estado atitudes de abstenção, mas mais 
propriamente atitudes de isenção na valoração de interesses em conflito. O Estado é 
neutro quando faz vingar a Justiça e estabelece regras do jogo justas. 
 
❖ Transparência: dentro da ideia de eficiência formal da administração pública 
encontra-se a necessidade de transparência das atividades dos órgãos e agentes 
públicos. O princípio da eficiência da administração pública pretende o combate à 
ineficiência formal, inclusive com condutas positivas contra a prática de subornos, 
corrupção e tráfico de influência. Essa transparência, no intuito de garantir maior 
eficiência à administração pública, deve ser observada na indicação, nomeação e 
manutenção de cargos e funções públicas, exigindo-se, portanto, a observância tão 
somente de fatores objetivos como mérito funcional e competência, vislumbrando-
se a eficiência da prestação de serviços, e, consequentemente, afastando-se qualquer 
favorecimento ou discriminação. 
 
❖ Participação e aproximação dos serviços públicos da população: deverá existir 
participação e aproximação dos serviços públicos da população dos interessados na 
gestão efetiva dos serviços administrativos, de acordo com o princípio da gestão 
participativa, como verdadeiro desmembramento do princípio da soberania popular 
e da democracia representativa, previstos no parágrafo único do art. 1° da 
Constituição Federal, pois como salientam Canotilho e Moreira, esse requisito 
“assume aqui um claro e concreto valor jurídico-constitucional, que se traduz 
fundamentalmente no seguinte: intervenção nos órgãos de gestão dos serviços não 
apenas de profissionais burocratas, mas também de representantes das 
comunidades em que os serviços estão inseridos (cogestão de serviços 
administrativos). 
 
 Não devemos nos esquecer, porém, que uma excessiva participação e aproximação 
dos serviços públicos da população coletiva dos cidadãos na Administração pode 
deslocar o poder de decisão para grupos de interesse fortes, com desvalorização 
prática dos grupos de fraco poder associativo e mesmo conduzir as formas não 
democráticas de comportamento. 
A Emenda Constitucional n ° 19/98 trouxe na nova redação do § 3° do art. 37, a previsão 
de que a lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública 
direta e indireta. 
 
❖ Eficácia: a eficácia material da administração se traduz no adimplemento de suas 
competências ordinárias e na execução e cumprimento dos entes administrativos dos 
objetivos que lhes são próprios, enquanto a eficácia formal da administração é a que 
se verifica no curso de um procedimento administrativo, ante a obrigatoriedade do 
impulso ou resposta do ente administrativo a uma petição formulada por um dos 
administrados. Assim, deverá a lei, conceder à administração – nos limites 
casuisticamente permitidos pela Constituição – tanta liberdade quanto necessite 
para o eficaz cumprimento de suas complexas tarefas. 
 
❖ Desburocratização: uma das características básicas do princípio da eficiência é evitar 
a burocratização da administração pública, de “burocracia administrativa, 
considerada como entidade substancial, impessoal e hierarquizada, com interesses 
próprios, alheios à legitimação democrática, divorciados dos interesses da 
população, geradora dos vícios imanentes às estruturas burocráticas, como 
mentalidade de especialistas, rotina e demora na resolução dos assuntos dos 
cidadãos, compadrio (favoritismo) na seleção de pessoal”. 
 
❖ Busca da qualidade: ressalte-se a definição dada pela Secretaria Geral da Presidência, 
de que “qualidade de serviço público é, antes de tudo, qualidade de um serviço, sem 
distinção se prestado por instituição de caráter público ou privado; busca-se a 
otimização dos resultados pela aplicação de certa quantidade de recursos e esforços, 
incluída, no resultado a ser otimizado, primordialmente, a satisfação proporcionada 
ao consumidor, cliente ou usuário. (...) Outra característica básica da qualidade total 
é a melhoria permanente, ou seja, no dia seguinte, a qualidade será ainda melhor. 
 Estabeleceu o art. 27 da EC 19/98 que o Congresso Nacional, dentro de 120 dias de 
sua promulgação, elaborará lei de defesa do usuário de serviços públicos. Na esteira 
dessa ideia, a Emenda Constitucional n° 19/98 proclamou, ainda, que lei da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinarão a aplicação de recursos 
orçamentários provenientes da economia com despesas correntes em cada órgão, 
autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de 
qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, modernização, 
reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive sob a forma de 
adicional de prêmio de produtividade. 
 
 
→ APLICABILIDADE E FISCALIZAÇÃO 
 
A Emenda Constitucional n° 19/98 não só introduziu expressamente na Constituição 
Federal o princípio da eficiência, como também trouxe alterações no sentido de 
garantir-lhe plena aplicabilidade e efetividade. Assim, estabeleceu nova redação ao § 
3° do art. 37, que prevê que a lei disciplinará as formas de participação do usuário na 
administração pública direta e indireta, regulando especialmente as reclamações 
relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção de 
serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da 
qualidade dos serviços: 
Art. 37, § 3º A lei disciplinará as formas de participação do 
usuário na administração pública direta e indireta, 
regulando especialmente: 
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços 
públicos em geral, asseguradas a manutenção de 
serviços de atendimento ao usuário e a avaliação 
periódica, externa e interna, da qualidade dos 
serviços; 
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a 
informações sobre atos de governo, observado o 
disposto no art. 5º, X e XXXIII 
III - a disciplina da representação contra o exercício 
negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na 
administração pública 
 
O acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de 
governo, observado o disposto no art. 5°, X e XXXIII; 
Art. 5°, 
X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e 
a imagem das pessoas, assegurado o direito a 
indenização pelo dano material ou moral decorrente de 
sua violação; 
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos 
informações de seu interesse particular, ou de interesse 
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, 
sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo 
sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do 
Estado; 
 
A disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, 
emprego ou função na administração pública. No § 2° do art. 39: 
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, 
regime jurídico único e planos de carreira para os 
servidores da administração pública direta, das 
autarquias e das fundações públicas 
§ 2º A União, os Estados e o DistritoFederal manterão 
escolas de governo para a formação e o 
aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-
se a participação nos cursos um dos requisitos para a 
promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração 
de convênios ou contratos entre os entes federados. 
A Emenda Constitucional n° 19/98 passou a estabelecer que a União, os Estados e o 
Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento 
dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos 
para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou 
contratos entre os entes federados; enquanto, no § 4° do art. 41, previu-se como 
condição obrigatória para a aquisição da estabilidade a avaliação especial de 
desempenho por comissão instituída para essa finalidade. 
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício 
os servidores nomeados para cargo de provimento 
efetivo em virtude de concurso público. 
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é 
obrigatória a avaliação especial de desempenho por 
comissão instituída para essa finalidade. 
 
 Apesar da inexistência de obrigatoriedade constitucional dos Municípios instituírem 
e manterem escolas de governo, nos moldes já citados, nada impede que 
legislativamente adiram à ideia de aumentar a eficiência da administração pública. 
Por fim, o princípio da eficiência veio reforçado pela possibilidade de perda do cargo 
pelo servidor público, mediante procedimento de avaliação periódica de 
desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. Lembremo-
nos de que o princípio da eficiência, enquanto norma constitucional, apresenta-se 
como o contexto necessário para todas as leis, atos normativos e condutas positivas 
ou omissivas do Poder Público, servindo de fonte para a declaração de 
inconstitucionalidade de qualquer manifestação da Administração contrária a sua 
plena e total aplicabilidade. 
 Importante salientar que a proclamação constitucional do princípio da eficiência 
pretende solucionar, principalmente, o clássico defeito da administração pública na 
prestação dos serviços públicos e do Poder Judiciário em analisar a eficiência da 
administração. Adverte-se para a grande dificuldade do Poder Judiciário em colmatar 
(corrigir) a omissão administrativa na prestação de serviços públicos, observando a 
tendência ineficaz dos tribunais argentinos em substituir a inércia da administração 
por uma condenação a pagamento de indenização, pois, quem age ante os Tribunais 
para conseguir que a administração implemente sua moradia de energia elétrica, gás 
ou água corrente, pouco estaria interessado em indenização em dinheiro. Persegue, 
pelo contrário, ter luz e calefação, possibilidades que não constituem luxo, mas sim 
serviços essenciais de toda a sociedade moderna. 
O princípio da eficiência vem reforçar a possibilidade do Ministério Público, com base 
em sua função constitucional de zelar pelo efetivo respeito dos poderes públicos e 
dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, 
promover as medidas necessárias, judicial e extrajudicialmente, a sua garantia (CF, 
art. 129, II). 
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: 
II - Zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos 
serviços de relevância pública aos direitos assegurados 
nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias 
a sua garantia; 
 
 Vislumbra-se, portanto, dentro dessa nova ótica constitucional, um reforço à plena 
possibilidade do Poder Judiciário (CF, art. 5 o , XXXV), em defesa dos direitos 
fundamentais e serviços essenciais previstos pela Carta Magna, garantir a eficiência 
dos serviços prestados pela Administração Pública, inclusive responsabilizando as 
autoridades omissas, pois, analisando a realidade espanhola, quando o cidadão se 
sente maltratado pela inatividade da administração e não tem um remédio jurídico 
para socorrer-se, irá acudir-se inevitavelmente de pressões políticas, corrupção, 
tráfico de influência, violências individual e institucionalizada, acabando por gerar 
intranquilidade social, questionando-se a própria utilidade do Estado. 
Art. 5°, XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder 
Judiciário lesão ou ameaça a direito; 
 
3. Preceitos de observância obrigatória à administração pública 
da União, Estados, DF e Municípios 
 
A Constituição Federal, em seu art. 37, prevê os princípios gerais da administração 
pública: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Além disso 
determina que todos os entes federativos respeitem alguns preceitos genéricos. 
 Em relação ao regime jurídico único dos servidores públicos, importante ressaltar, 
que o Supremo Tribunal Federal suspendeu liminarmente a vigência do caput do art. 
39 do texto constitucional, com a redação dada pela EC 19/98, repristinando, ainda 
que não definitivamente, sua redação original, salientando, porém, que “a decisão 
terá efeitos ex nunc (não retroage), subsistindo a legislação editada nos termos da 
emenda declarada suspensa”. 
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, 
regime jurídico único e planos de carreira para os 
servidores da administração pública direta, das 
autarquias e das fundações públicas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Dessa forma, a administração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos 
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, obedecerá aos 
seguintes preceitos: 
• Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham 
os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; 
 
• A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em 
concurso público de provas ou provas e títulos, de acordo com a natureza e a 
complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as 
nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e 
exoneração; 
 
• O prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, 
por igual período; 
 
A matéria votada em destaque na Câmara dos Deputados no DVS 9 não foi aprovada em primeiro 
turno, pois obteve apenas 298 votos e não os 308 necessários. Manteve-se, assim, o então 
vigente caput do art. 39, que tratava do regime jurídico único, incompatível com a figura do 
emprego público. O deslocamento do texto do § 2º do art. 39, nos termos do substitutivo 
aprovado, para o caput desse mesmo dispositivo representou, assim, uma tentativa de superar a 
não aprovação do DVS [Destaque para Votação em Separado] 9 e evitar a permanência do regime 
jurídico único previsto na redação original suprimida, circunstância que permitiu a implementação 
do contrato de emprego público ainda que à revelia da regra constitucional que exige 
o quórum de três quintos para aprovação de qualquer mudança constitucional. Pedido de medida 
cautelar deferido, dessa forma, quanto ao caput do art. 39 da CF, ressalvando-se, em decorrência 
dos efeitos ex nunc da decisão, a subsistência, até o julgamento definitivo da ação, da validade 
dos atos anteriormente praticados com base em legislações eventualmente editadas durante a 
vigência do dispositivo ora suspenso. (...) Vícios formais e materiais dos demais dispositivos 
constitucionais impugnados, todos oriundos da EC 19/1998, aparentemente inexistentes ante a 
constatação de que as mudanças de redação promovidas no curso do processo legislativo não 
alteraram substancialmente o sentido das proposições ao final aprovadas e de que não há direito 
adquirido à manutenção de regime jurídico anterior. 
[ADI 2.135 MC, rel. p/ o ac. min. Ellen Gracie, j. 2-8-2007, P, DJE de 7-3-2008.] 
http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=513625&codigoClasse=555&numero=2135&siglaRecurso=MC&classe=ADI• Durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado 
em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade 
sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira; 
 
• As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de 
cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de 
carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se 
apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento. 
 
• Observe-se, porém, que o Supremo Tribunal Federal – em relação ao provimento dos 
cargos em comissão e das funções de confiança – vedou a prática de nepotismo no 
âmbito dos três Poderes, editando a Súmula Vinculante 13: 
 
“A nomeação de cônjuge, companheiro, ou parente, em 
linha reta, colateral ou por afinidade, até o 3 o grau, 
inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da 
mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, 
chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em 
comissão ou de confiança, ou, ainda, de função 
gratificada na Administração Pública direta e indireta, em 
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste 
mediante designações recíprocas, viola a Constituição 
Federal.” 
 
 O STF somente excluiu da incidência da citada súmula, a nomeação de parentes para 
cargos políticos (Ministros, Secretários de Estado e de Municípios). Ainda, em defesa 
da moralidade, impessoalidade e eficiência administrativas, as leis que tratam dos 
casos de vedação a nepotismo não são de iniciativa exclusiva do Chefe do Poder 
Executivo. 
 
• É garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical; 
 
• O direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica; 
 
• A lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas 
portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão; 
 
• A lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender à 
necessidade temporária de excepcional interesse público; 
 
• A remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4° do art. 39 
somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa 
privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem 
distinção de índices. Observe-se que somente lei ordinária poderá fixar o teto de 
remuneração bruta do funcionalismo público, sendo incabível a edição de Decreto do 
Executivo, ou mesmo Resoluções do Legislativo ou Judiciário, sob pena de 
inconstitucionalidade formal. 
Art. 39, § 4º O membro de Poder, o detentor de mandato 
eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais 
e Municipais serão remunerados exclusivamente por 
subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de 
qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba 
de representação ou outra espécie remuneratória, 
obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e 
XI. 
 
• A remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos 
da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos 
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores 
de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra 
espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens 
pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em 
espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos 
Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio 
mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados 
Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos 
Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco 
centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo 
Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do 
Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos. 
 
 Em respeito ao autogoverno dos entes federativos, a EC n° 47/05 permitiu a fixação 
de subteto salarial estadual/distrital, desde que com edição de regra específica nas 
respectivas Constituições estaduais ou na Lei Orgânica do Distrito Federal (CF, § 12, 
art. 37). Assim, os estados membros ou o Distrito Federal poderão alterar suas 
respectivas Constituições estaduais ou sua Lei Orgânica, no sentido de estabelecer 
um limite único para todos os servidores estaduais ou distritais, exceptuando-se os 
parlamentares. Esse limite será o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de 
Justiça. Analisando essa importante questão, entendeu o Supremo Tribunal Federal 
que o texto constitucional estabeleceu duas possibilidades em relação ao subteto: 
 
“a) de acordo com o art. 37, XI, da CF, haveria o teto geral, válido para a 
União, ou seja, o subsídio de Ministro do STF. Esse mesmo dispositivo 
estabeleceria o teto por entidade federativa, Municípios e Estados-
membros, portanto. No âmbito dos Estados-membros, o art. 37, XI, 
preconizaria a possibilidade de subtetos por Poder. Desse modo, no 
âmbito do Executivo, seria o do governador; no âmbito do Legislativo, o 
de deputado; no âmbito do Judiciário, o de desembargador; 
 
b) de acordo com o § 12 do art. 37 da CF, haveria, no âmbito dos Estados-
membros, um teto único para os Poderes, representado pelo subsídio de 
desembargador. Portanto, ou o subteto seria fixado de acordo com o 
respectivo Poder, ou seria único”. 
 
• Para efeitos dos limites estabelecidos no item anterior, a EC n° 47/05 (CF, art. 37, § 11), 
expressamente, excluiu as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei. Trata-se 
de norma autoaplicável, uma vez que a citada emenda constitucional determinou, 
ainda, como regra de transição (art. 4° , EC n o 47/05), a aplicação de toda legislação 
em vigor, na data da publicação da EC n° 41/03, definidora de parcelas de caráter 
indenizatório, enquanto o Congresso Nacional não editar lei específica sobre o 
assunto; 
 
• Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão 
ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo; 
 
• É vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o 
efeito de remuneração pessoal do serviço público; 
 
• Os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados 
nem acumulados, para fins de concessão de acréscimos ulteriores, sob o mesmo 
título ou idêntico fundamento; a Constituição em vigor veda o denominado efeito-
repicão, isto é, que uma mesma vantagem seja repetitivamente computada, 
alcançando a proibição os proventos da aposentadoria; 
 
• O subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são 
irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39 § 4°, 
150, II, 153, III, e 153, § 2° , I; 
 
• A administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de 
competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na 
forma da lei; 
 
• Somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de 
empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei 
complementar, neste último caso, definir as áreas de atuação; 
 
• Depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das 
entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer 
delas em empresa privada; 
 
• Ressalvados os casos especificados na legislação, obras, serviços, compras e 
alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure 
igualdade de condições a todos os concorrentes,com cláusulas que estabeleçam 
obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos 
da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica 
indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações; 
 
• As administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por 
servidores de carreiras específicas, terão recursos prioritários para a realização de 
suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de 
cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio. Nos termos da EC n° 
42/03, compete, privativamente, ao Senado Federal avaliar periodicamente a 
funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus 
componentes, e o desempenho das administrações tributárias da União, dos Estados 
e do Distrito Federal e dos Municípios; 
 
• A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos 
deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo 
constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de 
autoridades ou servidores públicos; 
 
• A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta 
e indireta, regulando especialmente: as reclamações relativas a prestação dos 
serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento 
ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços; o 
acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de 
governo, observado o disposto no art. 5° , X e XXXIII; a disciplina da representação 
contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na 
administração pública; 
 
Art. 5° 
X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e 
a imagem das pessoas, assegurado o direito a 
indenização pelo dano material ou moral decorrente de 
sua violação; 
 
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos 
informações de seu interesse particular, ou de interesse 
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, 
sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo 
sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do 
Estado; 
 
• A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego da 
administração direta e indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas; 
 
• A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da 
administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado 
entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de 
metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: o prazo 
de duração do contrato; os controles e critérios de avaliação de desempenho, 
direitos, obrigações e responsabilidades dos dirigentes; a remuneração do pessoal; 
 
• É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto quando houver 
compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI, do 
art. 37 (teto remuneratório); 
 
→ 2 cargos de professor; 
→ 1 cargo de professor com 1, técnico ou científico; 
→ 2 cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com 
profissões regulamentadas. (EC n o 34/01) 
 
• A proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, 
fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias e 
sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público. 
A EC n ° 77, de 11 de fevereiro de 2014, estendeu aos profissionais de saúde das Forças 
Armadas a possibilidade de cumulação de cargo prevista pelo art. 37, XVI, c do texto 
constitucional, estabelecendo que não será necessário ao militar em atividade, que 
acumular mais um cargo de saúde, ser transferido para a reserva ou mesmo ficar na 
condição de agregado. 
 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de 
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de 
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência e, também, ao seguinte 
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos 
públicos, exceto, quando houver compatibilidade de 
horários, observado em qualquer caso o disposto no 
inciso XI: 
c) a de dois cargos ou empregos privativos de 
profissionais de saúde, com profissões regulamentadas 
 
 
a) Fixação do teto salarial do funcionalismo 
Conforme a Emenda Constitucional n° 41/03, a remuneração e o subsídio dos 
ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, 
autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e 
dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie 
remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais 
ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, 
dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite: 
• Nos Municípios: o subsídio do Prefeito, 
 
• Nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do 
Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder 
Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a 
noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em 
espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, 
aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos 
Defensores Públicos (CF, art. 37, XI). 
 
 
 
 
 
MUNICÍPIO ESTADOS E DF 
. não se pode receber mais que o 
Prefeito 
. EXECUTIVO: não se pode receber mais 
que o Governador 
. LEGISLATIVO: não se pode receber 
mais que os deputados estaduais e 
distritais 
. JUDICIÁRIO: Não se pode receber mais 
que os Desembargadores do TJ (que por 
sua vez, não podem receber mais que os 
Ministros do STF – recebe, 90,25% do 
total do seu subsídio). 
Aplicável aos membros do MP, Procuradores e Defensores 
Públicos 
Art. 37, XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções 
e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, 
dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos 
demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie 
remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as 
vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder 
o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal 
Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, 
e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no 
âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e 
Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos 
Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e 
vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos 
Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, 
aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores 
e aos Defensores Públicos 
 
• Em respeito, porém, ao autogoverno dos entes federativos, a EC n° 47/05 permitiu a 
fixação de específico subteto salarial estadual/distrital, desde que com edição de 
emendas às respectivas Constituições estaduais ou à Lei Orgânica do Distrito Federal 
(CF, § 12, art. 37). Assim, os estados-membros e o Distrito Federal poderão alterar 
suas respectivas legislações, no sentido de estabelecer um limite único para todos os 
servidores estaduais ou distritais, exceptuando-se os parlamentares. Esse limite será 
o subsídiodos Desembargadores do Tribunal de Justiça (90,25% do subsídio dos 
Ministros do STF). Trata-se de discricionariedade do estado-membro/Distrito Federal, 
que analisará politicamente a conveniência e a oportunidade de realizar alterações 
em suas Cartas locais, para estender a outras carreiras públicas o que o art. 37, XI, 
excepcionou somente aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e 
Defensores Públicos. Não há obrigatoriedade de tratamento uniforme por todos os 
estados-membros, pois na ausência de previsão específica nas respectivas 
Constituições estaduais/Lei Orgânica, permanecerá como subteto salarial 
estadual/distrital, no âmbito do Poder Executivo, os subsídios do Governador (CF, art. 
37, XI). 
 
• O texto do inciso XI, do art. 37 é autoaplicável, pois conforme o art. 8° , da referida EC 
n° 41/03, até que seja fixado o teto remuneratório geral, correspondente ao valor do 
subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, será considerado, para os fins 
de limite remuneratório, o valor da maior remuneração atribuída por lei na data da 
publicação da emenda constitucional a Ministro do Supremo Tribunal Federal, a título 
de vencimento, de representação mensal e da parcela recebida em razão de tempo 
de serviço. Dessa forma, decidiu o STF que, enquanto não fosse editada lei sobre o 
assunto, o teto salarial seria a maior remuneração concedida aos seus Ministros, 
correspondente aos vencimentos do Ministro-Presidente, no quantum de R$19.115,19 
(dezenove mil, cento e quinze reais e dezenove centavos). O Congresso Nacional, 
posteriormente, aprovou projeto de lei, estabelecendo o subsídio – em parcela única 
– dos Ministros do Supremo Tribunal Federal em R$ 21.500,00 (vinte e um mil e 
quinhentos reais), até 31 de dezembro de 2005, passando para R$ 24.500,00 (vinte e 
quatro mil reais) , a partir de 1° de janeiro de 2006. 
 
• A EC n°41/03, portanto, afastou o entendimento da necessidade de edição de lei 
ordinária, de iniciativa conjunta do Presidente da República, dos Presidentes da 
Câmara dos Deputados e do Senado Federal e do Presidente do Supremo Tribunal 
Federal, para a fixação do teto salarial, e, consequentemente, para concessão de 
aplicabilidade ao texto constitucional. A citada emenda constitucional afastou, 
também, a própria iniciativa conjunta para fixação do subsídio de Ministro do 
Supremo Tribunal Federal, dando nova redação ao inciso XV do art. 48 da 
Constituição Federal. 
 
 
• Observe-se que esse dispositivo se aplica às empresas públicas e às sociedades de 
economia mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, 
do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de 
custeio em geral (CF, art. 37, § 9°). As duas Turmas do Supremo Tribunal Federal já 
haviam firmado jurisprudência no sentido de que as vantagens de caráter pessoal não 
deveriam ser computadas em virtude do teto original previsto no inciso XI, do art. 37, 
da Constituição Federal. Com a promulgação da EC n° 19/98, passamos a entender 
que não haveria mais dúvidas sobre a inclusão das vantagens pessoais para fins de 
teto salarial, para a fixação de subsídios futuros. Esse entendimento foi reforçado 
pela atual redação do inciso XI, do art. 37, dada pela EC n° 41/03. 
 
• Para efeito do teto salarial do funcionalismo, a EC n° 47/05, expressamente, excluiu 
as parcelas de caráter indenizatório previsto em lei. Trata-se de norma autoaplicável, 
uma vez que a citada emenda constitucional determinou, ainda, como regra de 
transição a aplicação de toda legislação em vigor, na data da publicação da EC n° 
41/03, definidora de parcelas de caráter indenizatório, enquanto o Congresso 
Nacional não editar lei específica sobre o assunto. Interpretando o novo texto 
constitucional, o Supremo Tribunal Federal excluiu do limite previsto para o teto 
salarial a cumulação remunerada dos vencimentos dos Ministros do Supremo 
Tribunal Federal com a verba remuneratória pela prestação de serviços eleitorais no 
TSE, por tratar-se de munus constitucional. 
 
• A EC n° 47/05 permitiu, ainda, a fixação de específico subteto salarial 
estadual/distrital, desde que com edição de emendas às respectivas Constituições 
estaduais ou à Lei Orgânica do Distrito Federal (CF, § 12, art. 37). Assim, os Estados-
membros e o Distrito Federal poderão alterar suas respectivas legislações, no sentido 
de estabelecer um limite único para todos os servidores estaduais ou distritais, 
exceptuando-se os parlamentares. Esse limite será o subsídio dos Desembargadores 
do Tribunal de Justiça (90,25% do subsídio dos Ministros do STF). 
 
 
 
b) Aplicação do teto remuneratório constitucional e do subsídio mensal dos 
membros e servidores do Poder Judiciário 
O Conselho Nacional de Justiça, nos termos do art. 103-B, § 4° , II, da Constituição 
Federal e em respeito ao art. 37, XI, da citada Lei Fundamental, editou as Resoluções 
n° 13 e 14, ambas de 21 de março de 2006, dispondo, respectivamente, sobre a 
aplicação do teto remuneratório constitucional e do subsídio dos membros da 
magistratura e sobre a aplicação do teto remuneratório constitucional para os 
servidores do Poder Judiciário e para a magistratura dos Estados que ainda não 
adotem o regime de subsídios. 
A Resolução n° 13/2006 estabeleceu, no âmbito do Poder Judiciário da União, o valor 
do teto remuneratório, correspondente ao subsídio do Ministro do Supremo Tribunal 
Federal em R$ 24.500,00 (vinte e quatro mil reais), e, a partir dessa fixação, aplicou 
os dispositivos constitucionais para enumerar, nos órgãos do Poder Judiciário, o 
subteto remuneratório em 90,25%. 
Conforme preceitua a Constituição Federal, o subsídio mensal dos magistrados 
constitui-se exclusivamente de parcela única, vedado o acréscimo de qualquer 
gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou espécie 
remuneratória, de qualquer origem, inclusive, nos termos da decisão do Supremo 
Tribunal Federal, do adicional por tempo de serviço. A Resolução CNJ n° 13/2006 
estabeleceu a seguinte classificação no tocante a relação entre subsídios e verbas 
remuneratórias: 
• verbas remuneratórias extintas; 
• verbas remuneratórias mantidas, cujo somatório com o subsídio deve respeito ao 
teto constitucional (incidência do teto constitucional para a soma final); 
• verbas remuneratórias mantidas e limitadas per si pelo teto constitucional 
(incidência individualizada do teto constitucional, excluído o somatório); 
• verbas remuneratórias excluídas do subsídio e da incidência do teto 
remuneratório (conferir arts. 4° até 8 o da citada resolução). 
 
Em relação à classificação de verbas remuneratórias mantidas e limitadas per si pelo 
teto constitucional (incidência individualizada do teto constitucional, excluída o 
somatório), importante destacar que não podem exceder o valor do teto 
remuneratório, embora não se somem entre si e nem com a remuneração do mês em 
que se der o pagamento: adiantamento de férias, décimo terceiro salário e terço 
constitucional de férias. 
 
No tocante a verbas excluídas da incidência do teto remuneratório constitucional, o 
art. 8° da Resolução n° 13/2006 enumera: 
 
• De caráter indenizatório, prevista em lei: ajuda de custo para mudança e transporte; 
auxílio-moradia; diárias; auxílio-funeral; indenização de férias não gozadas; 
indenização de transporte; outras parcelas indenizatórias previstas na Lei Orgânica 
da Magistratura Nacional de que trata o art. 93 da Constituição Federal; Disposições 
do Estatuto da Magistratura 
 
• De caráter permanente: remuneração ou provento decorrente do exercício do 
magistério, nos termos do art. 95, parágrafo único, I, da Constituição Federal 
(acumulação remunerada de cargo de magistrado e professor); benefícios 
percebidos de planos de previdência instituídos por entidades fechadas, ainda que 
extintas; garantias dos Magistrados• De caráter eventual ou temporário: auxílio pré-escolar; benefícios de plano de 
assistência médico-social; devolução de valores tributários e/ou contribuições 
previdenciárias indevidamente recolhidos; gratificação pelo exercício de função 
eleitoral; gratificação de magistério por hora-aula proferida no âmbito do Poder 
Público; bolsa de estudo que tenha caráter remuneratório; 
 
• Abono de permanência em serviço, no mesmo valor da contribuição previdenciária 
(art. 4°, § 19 – EC n° 41/03). 
 
 
 Em relação aos servidores do Poder Judiciário e para os membros da magistratura 
dos Estados que ainda não tenham adotado o subsídio, a Resolução n° 14, de 21 de 
março de 2006, estabeleceu a autoaplicabilidade do teto remuneratório estadual, em 
90,25% do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal (art. 1°, parágrafo 
único). 
 
Além disso, no intuito de garantir a plena efetividade das normas constitucionais 
referentes ao sistema remuneratório do Poder Judiciário, o Conselho Nacional de 
Justiça editou duas importantes medidas (art. 5° da Resolução n° 14/2006): 
 
• Vedação ao Poder Judiciário dos Estados em propor alteração nas leis que dispõem 
sobre verbas remuneratórias dos magistrados, salvo para reestruturação das 
carreiras com fixação do subsídio; 
 
• vedação na concessão, após a vigência do teto remuneratório constitucional fixado 
(90,25% do subsídio dos Ministros do STF), vantagens pecuniárias automáticas em 
razão da alteração do subsídio de Ministro do Supremo Tribunal Federal. 
 
 
 Ficou, ainda, vedada a concessão de adicionais ou vantagens pecuniárias não 
previstas na LOMAN (LC 35/79), b. 
 
 
4. Concurso Público 
Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros, natos ou 
naturalizados, aos portugueses equiparados que preencham os requisitos 
estabelecidos em lei e, desde a promulgação da Emenda Constitucional n° 19, em 4-6-
1998, aos estrangeiros, na forma da lei, sendo vedada qualquer possibilidade de 
discriminação abusiva, que desrespeite o princípio da igualdade, por flagrante 
inconstitucionalidade. 
 
Aos brasileiros naturalizados e aos portugueses equiparados somente não são 
acessíveis os cargos previstos no art. 12, § 3º: 
• Presidente 
• Vice-presidente da República 
• Presidente da Câmara dos Deputados 
• Presidente do Senado Federal 
• Ministros do Supremo Tribunal Federal 
• carreira diplomática 
• oficiais das Forças Armadas 
• Ministro de Estado da Defesa 
• 6 assentos no Conselho da República, previstos no art. 89, VII, da CF. 
 
 
 
 
 
 Em relação aos estrangeiros, trata-se de alteração saudável em nossa legislação 
constitucional, uma vez que o acesso aos cargos e empregos públicos está englobado 
em uma previsão fundamental maior, a do inciso XIII do art. 5° da Constituição Federal, 
que consagra o direito fundamental de profissão, arte e ofício, aplicável tanto a 
brasileiros quanto a estrangeiros, não se justificando uma vedação absoluta do 
estrangeiro ao acesso aos cargos e empregos públicos. Ressalte-se que essa vedação 
absoluta não existia na vigência das duas Constituições anteriores. Pontes de Miranda, 
ao comentar o art. 184 da Constituição de 1946 (“Os cargos públicos são acessíveis, a 
todos os brasileiros, observados os requisitos que a lei estabelecer”), observava que 
“o princípio de igual acessibilidade dos cargos públicos aos Brasileiros não excluiria, 
 Órgão superior de consulta do Presidente da República 
VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco 
anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da 
República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela 
Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, 
vedada a recondução. 
por si só, a lei que permitisse entrada no serviço público a estrangeiros; porém há 
princípio de privilégio dos Brasileiros natos e princípio de privilégio dos Brasileiros em 
geral, conforme ressalta em textos expressos da Constituição. Analisando a situação 
na vigência da Constituição anterior (CF, art. 97), Celso de Mello afirmava que “os 
estrangeiros, aí incluídos os portugueses que não requererem os benefícios da 
equiparação, não podem titularizar cargos públicos entre nós. Podem, no entanto, ser 
contratados pela Administração Pública”. 
 
 Seguiu-se, portanto, a tendência iniciada com a Emenda Constitucional n° 11/96, que 
facultou as universidades admitir professores, técnicos e cientistas estrangeiros, na 
forma da lei. O acesso de estrangeiros aos cargos, empregos e funções públicas não 
ocorrerá imediatamente a partir da Emenda Constitucional n° 19/98, por tratar-se de 
norma constitucional de eficácia limitada à edição de lei, que estabelecerá a necessária 
forma. 
 
Essa lei não poderá, logicamente, estabelecer diferenciações arbitrárias e abusivas, 
privilegiando determinados estrangeiros em detrimento de outros, tão somente em 
razão do país de origem. Ressalte-se, por fim, que essa nova previsão constitucional se 
aplica igualmente aos estrangeiros residentes ou não no país, uma vez que a norma 
constitucional poderá ser utilizada, a partir da edição da necessária lei, para permitir a 
acesso a cargos, empregos ou funções públicas em repartições brasileiras no exterior 
(como por exemplo: tradutor oficial, contínuos, motoristas, recepcionistas de 
consulados etc.). 
 
Existe, assim, um verdadeiro direito de acesso aos cargos, empregos e funções 
públicas, sendo o cidadão e o estrangeiro, na forma da lei, verdadeiros agentes do 
poder, no sentido de ampla possibilidade de participação da administração pública. A 
investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso 
público de provas ou provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do 
cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em 
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração. 
 Nesse sentido, o STF editou a Súmula n° 685: 
“É inconstitucional toda modalidade de provimento que 
propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação 
em concurso público destinado ao seu provimento, em 
cargo que não integra a carreira na qual anteriormente 
investido”, 
 
E, posteriormente, a Súmula Vinculante nº 43: 
 
“É inconstitucional toda modalidade de provimento que 
propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação 
em concurso público destinado ao seu provimento, em 
cargo que não integra a carreira na qual anteriormente 
investido” 
 
 A primeira exceção constitucional exige que a lei determine expressamente quais os 
cargos de confiança que poderão ser providos por pessoas estranhas ao funcionalismo 
público e sem a necessidade do concurso público. Ressalte-se que a alteração da 
redação do inciso V, do art. 37, pela EC n° 19/98, determinando que as funções de 
confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os 
cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira, nos casos, 
condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições 
de direção, chefia e assessoramento, não alterou esse quadro, permitindo-se, ainda, a 
delegação do exercício de funções de confiança a pessoas que não pertençam aos 
quadros da Administração, desde que essas funções não sejam de direção, chefia e 
assessoramento. 
 
Outra exceção prevista constitucionalmente, permitindo-se a contratação temporária 
sem concurso público, encontra-se no art. 37, IX, da Constituição Federal. O legislador 
constituinte manteve disposição relativa à contratação para serviço temporário e de 
excepcional interesse público, somente nas hipóteses previstas em lei. Dessa forma, 
três são os requisitos obrigatórios para a utilização dessa exceção, muito perigosa, por 
tratar-se de uma válvula de escape para fugir à obrigatoriedade dos concursos 
públicos, sob pena de flagrante inconstitucionalidade: 
 
•excepcional interesse público; 
• temporariedade da contratação; 
• hipóteses expressamente previstas em lei. 
 
A lei mencionada no inciso IX do art. 37 da Constituição é a lei editada pela entidade 
contratadora, ou seja, lei federal, estadual, distrital ou municipal, conforme a 
respectiva competência legislativa constitucional. Conforme destacado por nossa 
Corte Suprema, não será possível a contratação temporária por lei que fixa “hipóteses 
abrangentes e genéricas de contratação, sem definir qual a contingência fática 
emergencial apta a ensejá-la”, bem como “para o exercício de serviços típicos de 
carreira e de cargos permanentes de Estado, sem concurso público ou motivação de 
excepcional relevância que a justificasse”. 
 
 O Supremo Tribunal Federal, ressalvadas as exceções constitucionais, é intransigente 
em relação à imposição à efetividade do princípio constitucional do concurso público, 
como regra a todas as admissões da administração pública, vedando expressamente 
tanto a ausência deste postulado, quanto seu afastamento fraudulento, através de 
transferência de servidores públicos para outros cargos diversos daquele para o qual 
foi originariamente admitido. 
 
Dessa forma, as autarquias, empresas públicas ou sociedades de economia mista estão 
sujeitas à regra, que envolve a administração direta, indireta ou fundacional, de 
qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
Sociedade de economia mista destinada a explorar atividade econômica está 
igualmente sujeita a esse princípio, que não colide com o expresso no art. 173, § 1°. 
Exceções ao princípio, se existem, estão previstas na própria Constituição. Assim, 
apesar de o regime de pessoal das entidades paraestatais ser o mesmo dos 
empregados de empresas privadas, sujeitos à CLT, às normas acidentárias e à justiça 
trabalhista (CF, art. 114), permanece a obrigatoriedade do postulado do concurso 
público, mesmo para as empresas que exerçam atividades econômicas, salvo, 
obviamente, para os cargos ou funções de confiança, por serem instrumento de 
realização concreta dos princípios constitucionais da isonomia e da impessoalidade. 
 
 Os Estados-membros, Distrito Federal e Municípios, igualmente, encontram-se 
vinculados, em face de explícita previsão constitucional (art. 37, caput), aos princípios 
que regem a administração pública, entre os quais ressalta, como vetor condicionante 
da atividade estatal, a exigência de observância do postulado do concurso público (art. 
37, II). Além disso, quando contratarem servidores sob o regime da legislação 
trabalhista, sujeitar-se-ão às regras de reajuste salarial estabelecidas pela própria 
União. 
 
 Importante, também, ressaltar que, a partir da Constituição de 1988, a absoluta 
imprescindibilidade do concurso público não mais se limita à hipótese singular da 
primeira investidura em cargos, funções ou empregos públicos, impondo-se às pessoas 
estatais como regra geral de observância compulsória, inclusive às hipóteses de 
transformação de cargos e a transferência de servidores para outros cargos ou para 
categorias funcionais diversas das iniciais, que, quando desacompanhadas da prévia 
realização do concurso público de provas ou de provas e títulos, constituem formas 
inconstitucionais de provimento no serviço público, pois implicam o ingresso do 
servidor em cargos diversos daqueles nos quais foi ele legitimamente admitido. Dessa 
forma, claro o desrespeito constitucional para investiduras derivadas de prova de 
títulos e da realização de concurso interno, por óbvia ofensa ao princípio isonômico. 
 
 Em conclusão, a investidura em cargos ou empregos públicos depende de aprovação 
prévia em concurso público de provas ou provas e títulos, não havendo possibilidade 
de edição de lei que, mediante agrupamento de carreiras, opere transformações em 
cargos, permitindo que os ocupantes dos cargos originários fossem investidos nos 
cargos emergentes, de carreira diversa daquela para a qual ingressaram no serviço 
público, sem concurso público. 
 O princípio constitucional que exige concurso público de provas ou de provas e títulos, 
de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista 
em lei, para a investidura em cargo ou emprego público, aplicasse integralmente ao 
caso do titular de serventias judiciais (art. 37, II, da CF), e também para o ingresso na 
atividade notarial e de registro (art. 236, § 3°, da CF). 
 
O prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, 
por igual período. Durante esse prazo improrrogável previsto no edital de convocação, 
aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado 
com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira. 
Uma vez expirado o prazo de validade do concurso, entretanto, a expectativa de 
direito dos aprovados desfaz-se. 
 
Inexiste, portanto, direito subjetivo do candidato aprovado em concurso público à 
nomeação, que depende da vontade política e discricionária da Administração, pois, 
conforme decidido pelo Supremo Tribunal Federal, “o direito do candidato aprovado 
em concurso público de provas, ou de provas e títulos, ostenta duas dimensões: 
 
• Implícito direito de ser recrutado segundo a ordem descendente de 
classificação de todos os aprovados (concurso é sistema de mérito pessoal) e 
durante o prazo de validade do respectivo edital de convocação (que é de dois 
anos, prorrogável, apenas uma vez, por igual período); 
 
• Explícito direito de precedência que os candidatos aprovados em concurso 
anterior têm sobre os candidatos aprovados em concurso imediatamente 
posterior, contanto que não escoado o prazo daquele primeiro certame; ou 
seja, desde que ainda vigente o prazo inicial ou o prazo de prorrogação da 
primeira competição pública de provas, ou de provas e títulos. Mas ambos os 
direitos, acrescente-se, de existência condicionada ao querer 5 discricionário da 
administração estatal quanto à conveniência e oportunidade do chamamento 
daqueles candidatos tidos por aprovados”. 
 
 Observe-se, porém, que o Supremo Tribunal Federal entendeu que, salvo a presença 
de excepcional justificativa, “a Administração Pública estaria vinculada às normas do 
edital e que seria, inclusive, obrigada a preencher as vagas previstas para o certame 
dentro do prazo de validade do concurso”, ou seja, relativizando seu tradicional 
posicionamento, decidiu “no sentido de haver direito subjetivo à nomeação, caso as 
vagas estejam previstas no edital”. 
 
Por fim, ressalte-se que a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos 
para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão, 
através de concurso público 
 
 
5. Direitos sociais dos servidores públicos civis (livre associação 
sindical e greve) 
 
A Constituição Federal ampliou os direitos sociais dos servidores públicos civis, 
permitindo-lhes tanto o direito à livre associação sindical quanto o direito de greve, 
este último exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica. 
A Constituição Federal expressamente proíbe a sindicalização e o direito de greve ao 
servidor público militar (CF, art. 142, § 3°, IV – redação dada pela EC n° 18, de 5 de 
fevereiro de 1998). 
O legislador constituinte adotou tendência moderna em relação aos direitos sociais, 
consagrada na Convenção 87, da Organização Internacional do Trabalho, sobre 
Liberdade Sindical e Proteção do Direito Sindical, e Convenção 151, de 1978, que trata 
da Proteção Especial ao Direito de Organização e aos Procedimentos de 
Determinação das Condições de Emprego na Função Pública, cujo art. 9° proclama 
que 
“os funcionários públicos devem beneficiar-se, como os 
demais trabalhadores, dos direitos civis e políticos que 
são essenciais ao exercício normal da liberdade sindical, 
sob só a

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