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PELVE A cavidade pélvica fica inferior e posterior a cavidade abdominal e não possui uma divisão física. Parede abdominal delimita a parte anterior, a região glútea delimita a posterior e inferiormente temos o períneo. OSSOS: A pelve óssea é constituída pelo sacro e pelos ossos do quadril e o cóccix. Os ossos do quadril são o cíngulo do membro inferior. O cíngulo do membro inferior, no caso a maior parte da pelve óssea, tem as seguintes funções: 1. Sustentar o peso do corpo. 2. Transmitir o peso do corpo. 3. Fixação para musculos posturais e de locomoção 4. Protege as vísceras. 5. Sustenta as vísceras. 6. Sustentação na gravidez para suportar o peso do útero. ACIDENTES ÓSSEOS IMPORTANTES: 1. Espinha isquiática. 2. Túber isquiático. 3. Incisura isquiática maior. 4. Incisura isquiática menor. 5. Forame obturado. 6. Espinha ilíaca anterossuperior. 7. Espinha ilíaca anteroinferior. 8. Espinha ilíaca posterossuperior. 9. Espinha ilíaca posteroinferior. 10. Fossa ilíaca. A posição anatomica da pelve: deve se traçar uma linha vertical entre a espinha ilíaca anterossuperior e a sínfise púbica, está será a posição da pelve quando nosso corpo se encontra em posição anatômica. ABERTURAS DA PELVE A cavidade pélvica é delimitada por uma abertura inferior e outra superior, e é dividida em pelve falsa e pelve verdadeira. Abertura superior é formada pelo promontório (S1), asa do sacro, linha arqueada e linha pectínea (as duas juntas são linha terminal) e a sínfise púbica. 157 Abertura inferior é formada pela sínfise púbica, ramo isquiopúbico, túber isquiático, ligamento sacrotuberal e cóccix. Temos a pelve maior/falsa/anatomica fica acima da abertura superior, nessa encontram-se as vísceras abdominais. A pelve menor/verdadeira/externa, nessa encontramos as vísceras pélvicas, a pelve menor fica entre a abertura superior e a inferior. OBS: Estrutura muscular chamado de diafragma da pelve segura as vísceras pélvicas e abaixo dessa estrutura temos o períneo, forma como se fosse uma rede e sustenta as estruturas, as estruturas que chegam até o períneo furam esse musculo. ARTICULAÇÕES E LIGAMENTOS DA PELVE A pelve óssea é articulada por várias estruturas e possui fortes ligamentos que a sustentam, todas em conjunto mantém sua integridade (já que é formada por vários ossos diferente), ajudam na sustentação do corpo e corroboram para a transmissão do peso para os membros inferiores, além de conectar o esqueleto axial ao apendicular. 1) Articulação sinovial sacroilíaca: Uma sinovial plana que está mais anteriormente na junção do ílio com o sacro, ou seja, possui um movimento de deslizamento e pouca mobilidade. 158 2) Ligamento sacroilíaco interósseo: é mais posterior a articulação sinovial sacroilíaca, mas ainda continua na junção do ílio com o sacro, é uma juntura cartilagínea secundária, ou seja, sindesmose, e é um caminho para a transmissão do peso. 3) Ligamento sacroilíaco anterior: É o ligamento que recobre a face anterior da junção do sacro com o ílio. 4) Ligamento sacroilíaco posterior: Ligamento que recobre a face posterior da junção do sacro com o ílio. 5) Ligamento sacrotuberal: um ligamento forte que une o sacro ao túber isquiático, faz com que a incisura isquiática maior vire um forame, o forame isquiático. 6) Ligamento sacroespinal: é o ligamento que vai da parte lateral do sacro até a espinha isquiática e divide o forame isquiático em outros dois forames, um maior e outro menor (forame isquiático maior e forame isquiático menor). 7) Sínfise púbica: juntura cartilagínea secundária, sindesmose, que une os dois ossos púbis por meio de um disco interpúbico e é mais espessa na maioria das mulheres. 8) Ligamento púbico superior 9) Ligamento púbico inferior: Colabora para o arredondamento do ângulo subpúbico. OBS: ângulo subpúbico, nas mulheres ele é maior e costuma ser medido com o dedo indicador e o polegar, nos homens ele é menor e costumar ser medido com o dedo indicador e o 2º dedo. 159 10) Articulações Lombossacrais: São as articulações da coluna vertebral que envolvem os processos articulares e os corpos das vertebras L5 e S1. 11) Ligamentos Iliolombares: Vão dos processos transversos de L5 até o ílio e fortalecem ainda mais as articulações citadas anteriormente. 12) Articulação Sacrococcígea: é uma juntura cartilagínea secundaria, sindesmose, que possui um disco fibroso e liga o sacro ao cóccix. 13) Ligamento Sacrococcígeo anterior 14) Ligamento Sacrococcígeo posterior: Os dois ligamentos têm a função de reforçar essa articulação. Quando pegamos um peso grande ou saltamos de um lugar mais alto, o sacro se movimenta com deslizamentos, porém, os ligamentos fazem com que o ele se reposicione e mantenha sua integridade num local apropriado, fazendo com que não ocorra problemas devido a esses deslizamentos. Quando há um mal funcionamentos desses ligamentos ou eles se encontram lesados, a probabilidade de acontecer um problema nesta área é grande. DIÂMETROS PÉLVICOS: Podem se modificar por ação hormonal na gravidez, o único que não muda é o conjugado verdadeiro. 1) Conjugado Verdadeiro/Obstétrico: vai do promontório sacral até a face interna da sínfise púbica. 2) Conjugado Diagonal: Vai do promontório sacral até a borda inferior da sínfise púbica. 3) Diâmetro anatômico: É o que nunca muda, ele vai do promontório sacral até a borda superior da sínfise púbica. 160 OBS: A medida do verdadeiro é impossibilitada pela bexiga, então, quando for realizar a medida do verdadeiro, para não errar, você mede o diagonal e desconta 1,5 aproximadamente, ai você vai ter a medida do verdadeiro. 4) Diâmetro Transverso: Mede a maior largura da pelve, ou seja, entre as duas incisuras maiores isquiáticas. 5) Diâmetro Interespinal: é a medida entre as duas espinhas isquiáticas, utilizado também na obstetrícia para ver se há espaço necessário para a passagem da cabeça do bebê (se houver o espaço de 3 dedos entre um e outro já é suficiente). CARACTERÍSTICAS PELVICAS Ginecoide: mais comum na mulher, tem o diâmetro transverso maior que o sagital e é mais arredondada. Androide: é a masculina, tem um diâmetro anatômico maior que o transverso, e possui uma forma de coração. DIFERENÇAS SEXUAIS DAS PELVES: • O ângulo subpúbico é menor nos homens e maior nas mulheres. • Pelve maior e com a fossa ilíaca mais profunda no homem e pelve maior e com a fossa ilíaca mais rasa na mulher. • A masculina é mais pesada e os acidentes são mais evidentes enquanto a feminina não. • O acetábulo no homem é maior do que na mulher. • O forame obturado é circular no homem, e na mulher é mais ovalado. OBS: Isso são características que não tem que estar presentes em 100% dos casos, pois uma pelve masculina pode apresentar características femininas e vice-versa, ou seja, não é uma regra, e sim o estabelecimento de uma probabilidade maior de aparecimento dessas características em cada um dos sexos. PAREDES DA PELVE: PAREDE ANTEROINFERIOR Formada pelos ramos dos ossos púbis e pela sínfise púbica e está relacionada com a sustentação da bexiga quando em posição anatômica. 161 PAREDES LATERAIS Formada pelos ossos do quadril, principalmente a parte do ísquio e os músculos obturadores internos. No músculo obturador interno há o canal obturado por onde passam estruturas, como o nervo obturatório. PAREDE POSTERIOR Formada pelo sacro, cóccix, ligamento sacroespinal, ligamento sacrotuberal, ligamentos sacroilíacos anteriores e músculo piriforme. ASSOALHO Músculo levantador do ânus e músculo ísquiococcigeno. (esses dois juntos formam o diafragma da pelve). MÚSCULO PUBORRETAL Vai fazer uma alça em formato de U ao redor do reto e vai ser importante para a continênciafecal. 162 MÚSCULOS PUBOCOCCÍGEO, ISQUIOCOCCÍGEO E ILIOCOCCÍGEO Esse musculos mantêm uma contração tônica, quando necessário fazem a contração ativa (quando a pressão intra-abdominal aumenta, como em espirros, vômitos, realização de força com membros superiores). Por meia dessas contrações eles também ajudam na continência e quando relaxados, eles possibilitam a urinação e defecação. No músculo levantador do ânus temos o hiato urogenital onde passa a uretra no homem e a vagina na mulher, os musculos se unem na parte do meio. Além disso, o músculo levantador do ânus forma um arco tendíneo em sua fixação chamado arco tendíneo do m. levantador do ânus. Neste arco é possível ser identificada a espinha isquiática (normalmente marcada com um alfinete de bolinha nas aulas práticas). 163 FASCIAS DA PELVE: Uma fáscia chamada de membranácea e uma endopélvica. MEMBRANÁCEA É dividida em parietal e visceral: • a parietal é a mesma fáscia transversal e psoas continuada na pelve, ela vai revestir todos os musculos da parede e o assoalho. • a visceral vai estar revestindo as vísceras, formando a camada adventícia de cada órgão. As duas fáscias se juntam nos locais onde os órgãos pélvicos se aderem ou passam o assoalho da pelve, formando o arco tendíneo da fáscia da pelve, que vai do púbis até o sacro e é o adensamento e união das duas fáscias. Onde a fáscia visceral vai passar para o períneo, acompanhando os órgãos que ultrapassam a pelve, formam-se os ligamentos puboprostaticos ou pubovaginais e ligamentos sacrogenitais. Nas mulheres existe o paracolpo, que é a união entre a fáscia visceral da vagina e o arco tendíneo da fáscia da pelve. Essa estrutura serve para sustentar a bexiga. ENDOPÉLVICA Entre a parietal e a visceral temos a endopélvica, que é como se fosse um preenchimento, tem um frouxo e um condensado. • A frouxa é a que preenche e é tecido adiposo, temos como exemplo os espaços entre o púbis e a bexiga, espaço retropúbico, e entre o reto e o sacro, espaço retrorretal. • A condensada é formada por um tecido com mais fibras e tem o papel de trazer as estruturas neurovasculares da parede lateral para a pelve e é chamada de bainha hipogástrica. Essa bainha hipogástrica é dividida em três lâminas: 1) Lâmina Anterior: Ligamento lateral vesical, e é a que chega na bexiga. 2) Lâmina Média: Ligamento lateral do colo do útero na mulher (que é bem mais grossa do que no homem) e septo Retovesical no homem (algo bem fino). 3) Lâmina Posterior: Ligamento lateral do reto. (exemplo do lig. do colo do útero) 164 (exemplo do Septo Retovesical) PERITÔNIO NA PELVE O limite do peritônio é a parte superior da bexiga, é importante lembrar que os únicos órgãos pélvicos que são intraperitoneais são as tubas uterinas e os ovários, o resto é retroperitoneal. Quando o peritônio vai se refletir na parte superior das vísceras pélvicas ele dá origem a algumas estruturas: HOMEM: 1) Fossa supravesical. 2) Fossas paravesicais. 3) Escavação Retovesical. 4) Fossa Pararretal. MULHER: 1) Escavação Retovesical 2) Fossas paravesicais. 3) Escavação Retouterina. 4) Fossa Pararretal. ESTRUTURAS NEUROVASCULARES DA PELVE Vai ter uma parede onde estarão dispostos nervos veias e arterias, de lateral para medial, ou seja, a estrutura mais medial são as arterias. Dessa região que vão imergir as estruturas para a própria parede da pelve e estruturas para as vísceras e que vão passar pelos forames já estudados (obturatório, isquiático menor e isquiático maior). Vão ser conduzidas pela fáscia endopélvica (sempre lembrar que a função da fáscia é de preenchimento e condução dessas estruturas neurovasculares entre a fáscia pelvica membranácea). OBS: Nessa área existem muitas anastomoses, sendo possível desviar o fluxo arteriovenoso para fazer a implantação de um rim por exemplo, sem causar prejuízos. Como já dito na observação acima, as anastomoses nessa área são em grande quantidade e em diferentes posições e agrupamentos, ou seja, estudamos a teoria em um “cadáver padrão”, porém na prática há muitas coisas diferentes que precisamos prestar atenção, pois a pelve é uma das regiões em que mais ocorrem variações anatômicas. ARTERIAS VASOS QUE ENTRAM NA PELVE 165 Os vasos que entraram na pelve são: arterias ilíacas internas (direita e esquerda) que são divisões da artéria ilíaca comum, mais ou menos no nível de l4 (principal via de irrigação para a pelve), artéria sacral mediana e o ramo terminal da mesentérica inferior que é a retal superior. Nas mulheres entram também as artérias ováricas, e nos homens as artérias testiculares são homólogas as ováricas das mulheres, porém não entram na pelve, lembrando que o testículo está no escroto, ou seja, essa artéria testicular pega outro caminho. No nível mais alto do forame isquiático maior, a artéria ilíaca interna se divide em anterior e posterior, nessas duas divisões haverá vasos que vao para a parede e para as vísceras. O ureter entra na pelve imediatamente antes ou depois da divisão da artéria ilíaca comum. DIVISÃO ANTERIOR DA ARTÉRIA ILÍACA INTERNA A disposição dos vasos é de anterossuperior para posteroinferior, para facilitar o entendimento o Josemberg explicou desta forma. Os vasos ilíacos internos surgem na entrada da pelve menor. O primeiro vaso que emerge é a artéria obturatória, que vai passar pelo canal obturatório, ela gera alguns ramos para o m. obturador interno e um ramo púbico e vai irrigar a face medial da coxa. 2º ramo é a artéria umbilical, uma parte dessa artéria virou ligamento umbilical medial, outra parte dela passa sangue e vai para a parte superior da bexiga como artéria vesical superior. No homem temos os ramos do ducto deferente saindo dela, ou seja, artéria do ducto deferente (é bem fina e quase não é possível visualizar na prática). 3º ramo é a artéria vesical inferior, termina dando o ramo vesical inferior e uma artéria que não tem nome, mas vai irrigar a próstata nos homens, nas mulheres a artéria homologa a esta é a artéria vaginal, pois a vesical inferior é apenas em homens. A artéria retal media sai de um tronco único com a última, a mais anterior é a vesical e a mais posterior é a retal media 166 Depois vamos ter vasos que saem da pelve pelo forame isquiático maior passando inferiormente ao músculo piriforme, mas ainda são ramos da divisão anterior da ilíaca interna, a artéria pudenda interna, que vai para a região do períneo e a artéria glútea inferior, que vai para a área glútea (a mais posterior é a glútea e mais anterior é a pudenda interna). OBS1: a glútea inferior é a mais calibrosa, comparando as duas que passam pelo forame isquiático. OBS2: a pelve é a região onde possui a maior quantidade de variações anatomicas. OBS3: Artéria obturatória aberrante ou acessória é quando a artéria obturatória surge da artéria ilíaca externa ou da epigástrica inferior. Quando só tem ela passando no canal obturatório é denominada aberrante, quando tem duas e essa que vem da ilíaca externa ou epigástrica inferior e outra que vem das divisões da ilíaca interna, passa a ser chamada de acessória Correlação Cirúrgica: Ela é chamada de corona mortis na cirurgia de hérnia direta, pois está quando presente passa na fossa inguinal, é calibrosa, se cortada o paciente vai sangrar muito. E 1 a cada 4 pacientes podem ter essa variação, ou seja, 25% da população. Na mulher... A artéria umbilical não vai dar o ramo do ducto deferente, o homólogo a artéria do ducto deferente é a artéria uterina, que sai de uma saída própria ou sai em um tronco comum com a artéria vaginal, e ela é bem calibrosa. A forma da artéria uterina é helicoidal e tortuosa pois permite o crescimento do útero na gravidez. A artéria uterina tem um trajeto bem transversal,o ureter passa inferiormente ao ligamento do colo do útero por onde passa a artéria uterina: “a água passa debaixo da ponte”, dando a alusão que a urina, que seria a água passa inferiormente a esse ligamento que representaria a ponte. Quem vai irrigar a bexiga urinaria na sua face inferior é a artéria vaginal, na mulher não existe a artéria vesical inferior, que além de ir para a parte inferior da bexiga vai irrigar algumas partes da vagina. OBS: Em uma peça no anatômico, há uma cordinha vermelha/vinho marcando uma artéria que sai diretamente da ilíaca externa e vai para a asa do ílio, essa artéria se chama Artéria Circunflexa Ilíaca Profunda. Mas por que profunda? Pois a artéria circunflexa ilíaca superficial que irriga a parede superficial anterolateral do abdome sai da femoral. 167 DIVISÃO POSTERIOR DA ARTÉRIA ILÍACA INTERNA. Só teremos 3 ramos: 1º: vai para a fossa ilíaca e ascende para a região lombar, é a artéria iliolombar, depois ela vai gerar dois ramos, o ramo lombar e o ramo ilíaco. OBS: Há uma peça no anatômico em que esses dois ramos saem diretamente e separadamente da ilíaca interna (se não me engano estão marcados com cordinhas laranja e branca). 2º: pode ser impar ou par, são as artérias sacrais laterais, que seguem em direção a margem lateral do sacro. 3º: O principal ramo da ilíaca interna como um todo é a artéria glútea superior, ela sai superiormente ao musculo piriforme, no homem e mulher estas estruturas são iguais. IMPORTANTE: A artéria glútea superior sempre passará entre as estruturas nervosas tronco lombossacral (junção dos nervos L4 e L5) e nervo S1. DRENAGEM VENOSA DA PELVE Feita pelos vasos que vão sair da pelve com o mesmo nome das artérias. Os vasos nunca vão drenar diretamente para uma veia homóloga, primeiro vão drenar para plexos venosos, esses plexos terão o nome das vísceras, e dali sairão as veias homologas que serão tributárias de veias ainda mais calibrosas. Elas podem drenar para a veia cava inferior ou para o sistema porta do figado, pois os plexos venosos se comunicam. EX1: Pode drenar para veia retal superior que vai drenar para a veia mesentérica inferior, que vai drenar para a esplênica e que vai cair na veia porta do fígado. EX2: Pode drenar para o plexo venoso vertebral interno por meio das veias sacrais laterais, como esse plexo envolve a medula, o sangue pode ser drenado tanto para a VCS como para a VCI. OBS1: Não há veias acompanhando a artéria umbilical, a veia umbilical é o ligamento redondo do figado, não tem nada a ver com a pelve. OBS2: As veias Iliolombares das fossas ilíacas drenam para a ilíaca comum e não para a interna. Assim como no caso das arterias, as veias glúteas superiores são as principais tributarias da veia ilíaca interna. DRENAGEM LINFATICA Para os linfonodos de mesmo nome das arterias. 1. Linfonodos ilíacos internos. 2. Linfonodos sacrais. 168 3. Linfonodos ilíacos externos. 4. Linfonodos ilíacos comuns. 5. Linfonodos lombares (aórticos/cavais). Por fim terminam na cisterna do quilo e ducto torácico. Os linfonodos da pelve recebem linfa das vísceras pélvicas, parede da pelve, região glútea e região perineal. Os linfonodos da pelve são muito numerosos pois fazem contato com o meio externo através da genitália, e dos trígonos do períneo, por isso precisam ter uma drenagem linfática boa para evitar qualquer tipo de doença. Os linfonodos fazem muitas anastomoses, ou seja, podem ser ressecáveis cirurgicamente sem prejudicar a drenagem linfatica daquela parte, diferente do que acontece na mama, mas já que existem muitas anastomoses existe uma grande possibilidade de disseminação de tumores para outras partes. OBS: esse esquema é mais para entender o trajeto e elucidar o conteúdo, não significa que é uma regra. ESTRUTURAS NERVOSAS DA PELVE Os nervos são as estruturas mais laterais da pelve e fixados a parede posterolateral sobre os músculos piriforme e isquiococcígeo, esses nervos são os somáticos que vao fazer parte dos plexos, vão inervar musculatura, parede, região da coxa, glútea e períneo. 1. Tronco lombossacral (formado pela junção de L4 e L5) este repousa sobre os ligamentos sacroilíacos anteriores. 2. Plexo sacral é de L4 a S3. 3. Nervo obturatório: formado por fibras de L2 a L4 e não inerva estruturas na pelve, ele passa diretamente pelo canal obturatório para inervar região medial da coxa. 4. Nervo isquiático: é formado pelas fibras do plexo sacral (L4 a S3) e ele sai pelo forame isquiático maior em direção a perna e é o maior nervo do corpo. 5. Nervo pudendo: é formado pelas fibras de S2 a S4 do plexo sacral e ele vai ser o principal nervo que inerva períneo (passa pelo forame isquiático maior junto com a artéria pudenda interna). 6. Nervo glúteo superior: formado por fibras de L4 a S1 e acompanha a artéria glútea superior, saindo superiormente ao músculo piriforme. 7. Nervo glúteo inferior: formado por fibras de L5 a S2 e vai acompanhar a artéria glútea inferior, saindo da pelve inferiormente ao músculo piriforme. 8. Nervo cutâneo femoral posterior: formado por fibras de S2 a S3. Os nervos vão acompanhar mais ou menos as arterias que dão o seu nome. OBS: O nervo isquiático vai ser formado por emaranhados de todos os nervos que passam por ali. INERVAÇÃO AUTÔNOMA: Não vai estar na parede, ela vai para o órgão, vai tomar trajeto no interior da cavidade pelvica. Os que entram são os troncos simpáticos sacrais, plexo periarterial que vão irrigar os vasos (para permitir vaso constrição), plexo hipogástrico superior (na região da bifurcação da aorta), vão entrar também os nervos esplâncnicos pélvicos que vao contribuir para a inervação parassimpática (de S1 a S4). Nervos esplâncnicos sacrais e plexos viscerais. O plexo hipogástrico superior entra na pelve pelos dois nervos hipogástricos (direito e esquerdo), formando os plexos hipogástrico inferiores direito esquerdo a partir da junção destes com os nervos esplâncnicos pélvicos. OBS: Os ramos comunicantes brancos só vão até L2, nos outros é só cinzento. O plexo hipogástrico tem fibras parassimpáticas e simpáticas, o plexo periarterial nem sempre vai ter as duas, normalmente quando essas artérias vão para as vísceras ele possui as duas, porém, quando estas artérias não vão diretamente para as vísceras e seguem para outra região, os plexos periarteriais costumam carregar somente fibras simpáticas. Os nervos esplâncnicos pélvicos ascendem para inervar parassimpaticamente desde as estruturas irrigadas pelos ramos da artéria mesentérica superior até o que há para baixo. CAMINHO: Os nervos esplâncnicos pélvicos passam pelos plexos hipogástricos inferiores, ascendem pelo 169 nervo hipogástrico direito/esquerdo, vão para o plexo hipogástrico superior, plexo periarterial da mesentérica inferior, segue pelos ramos até chegar nos gânglios nas vísceras. INERVAÇÃO VISCERAL A dor visceral é perceptível por distensão ou alteração química. Essa dor vai ser sempre referida, nunca vai ter precisão. Para uma dor referida nós vamos respeitar aproximadamente a linha embriológica dos intestinos. EX: Dor do intestino anterior irradia no epigástrio, dor no intestino médio irradia na parte umbilical, dor no intestino posterior irradia no hipogástrio. A cólica pode ser dor no hipogástrio, região inguinal e pode se estender até a região lombar. LINHA DE DOR PELVICA: Os órgãos da pelve que são revistos por peritônio vão estar acima da linha de dor pélvica e vão ter o mesmo caminho de dor simpática dos outros órgãos, ou seja, sua aferência visceral (sentir dor) vai ser por uma via retrograda as fibras simpáticas que inervam estes órgãos, até chegar no gânglio sensitivo. Aqueles órgãos que tem uma parte que não estão cobertos por peritônio estão abaixo da linha de dor pelvica então seu caminho de dor é por via retrogradaparassimpática, ou seja, pelos nervos esplâncnicos pélvicos. VÍSCERAS PELVICAS URETER Já foi esclarecido no resumo de abdome, porém nesta parte irei comentar sobre a relação deste com a pelve. Para entrar na pelve eles cruzam a bifurcação dos vasos ilíacos comuns, seguindo pelas paredes laterais da pelve até se conectarem a bexiga na parte posterior e mais inferior do órgão. Antes de chegar até a bexiga uma relação importante dos ureteres no homem é que eles cruzam o ducto deferente na altura de prega umbilical medial. Nas mulheres, após ele entrar na cavidade pelvica, ele passa mais medial a origem da artéria uterina. 170 DICA: Para identificar o ureter na peça é importante olhar o seu trajeto, sempre que for possível, olhe desde a sua origem no rim até sua entrada cruzando os vasos ilíacos comuns. Em relação aos vasos que irrigam a parte final/pélvica do ureter, é importante saber que na mulher serão ramos das artérias uterinas, e no homem vão ser ramos das artérias vesicais inferiores (como se fossem as uterinas só que nos homens, meio que homólogas). A drenagem venosa é feita pelos ramos homólogos as artérias. Nesta parte pélvica a drenagem linfática é feita para linfonodos ilíacos internos e comuns. OBS: Dor dos ureteres é sentida no quadrante inferior E e D/nas regiões inguinais. ORGAOS INTERNOS MASCULINOS DESCIDA DOS TESTÍCULOS: Inicialmente são formados na região lombar superior numa condição extraperitoneal, isso é feito na vida uterina, depois ele segue um caminho para chegar no escroto, possui um cordão fibroso que conecta o testículo e orienta a sua descida, chamado de bubernáculo, quando ele desce, leva todas as estruturas junto com ele, ou seja, fáscias, músculos que estavam na frente, e assim por diante. No fim, vai ficar no escroto suspenso por uma estrutura e chamamos essa estrutura de funículo espermático. No 4º mês de vida uterina vai estar na pelve, no 7º mês vai estar no anel inguinal profundo, vai percorrer o canal inguinal de 3 a 4 dias e no 8º mês já está no anrl superficial mas ainda não está no escroto. Correlação Clínica: 1- Criptoquidismo, quando o testículo está no caminho habitual porem não chegou ao escroto. 2- Testículo ectópico, quando ele não está no escroto e nem em seu caminho habitual. 171 FUNÍCULOS ESPERMÁTICO As estruturas que também vão formar o funículo fazem parte da parede anterolateral do abdome, ou seja, as estruturas que o testículo leva consigo em sua descida, como: 1. M. dartos e sua túnica (é um músculo liso que fica associado a tela subcutânea). 2. Fáscia espermática externa (vem do oblíquo externo). 3. M. cremáster e fáscia cremastérica (músculo obliquo interno e sua fáscias). 4. Fáscia espermática interna (que vem da fáscia transversal). No canal inguinal, vai ter o funículo espermático e nervo ilioinguinal no homem, e na mulher tem o ligamento redondo do útero mais o nervo ilioinguinal. ESTRUTURAS QUE FORMAM O FUNÍCULO ESPERMÁTICO: 1. Ducto deferente (leva o espermatozoide para ejaculação). 2. A. do ducto deferente. 3. A. cremastérica. 4. A. testicular. 5. Plexo pampiniforme (de 10 a 14 veias formando um emaranhado que vão se unir e formas as veias testiculares D e E, além disso, esse plexo envolve a artéria testicular). 6. Ramo genital do nervo genitofemoral. 7. Fibras aferentes viscerais e fibras autônomas. 8. Vasos linfáticos. 9. Vestígio do processo vaginal. Na mulher o correspondente ao funículo espermático é o ligamento redondo do útero, porém, não são estruturas iguais, pois na mulher possui apenas o vestígio do processo vaginal e uma parte do gubernáculo. ENVOLTÓRIOS DOS TESTÍCULOS E EPIDIDIMOS Do processo vaginal se originam algumas túnicas que vão envolver os testículos e epidídimos: 1. Túnica parietal vaginal. 2. Cavidade da túnica vaginal. 3. Túnica visceral vaginal. A túnica parietal vai até a parte distal do funículo e a visceral envolve testículo e epidídimo. OBSERVAÇÕES: O musculo cremáster tem um papel importante que, em dias de frio, ele traz o testículo para perto do corpo para manter a temperatura, e em dias quentes ele relaxa, levando pra longe do corpo. Há uma túnica no escroto que também faz isso, a túnica dartos/m. dartos. O plexo pampiniforme também tem uma função termorreguladora para manter a espermatogênese. 172 Reflexo cremastérico (estimulação na parte medial da perna eleva o testículo). ESCROTO A pele e a túnica/m. dartos formam o escroto, como este está associado a tela subcutânea e esta está associada a pele, sua contração causa o enrugamento da pele do escroto. Esta túnica divide o escroto internamente em dois compartimentos, essa separação pode ser vista por fora pela rafe escrotal. O escroto é irrigado pelas artérias: 1. Ramos escrotais posteriores da artéria perineal. 2. Ramos escrotais anteriores da artéria pudenda externa. 3. Artéria cremastérica. As veias têm aquele mesmo esquema homólogo. A drenagem linfática é para linfonodos inguinais superficiais. A inervação ocorre por: 1. Ramos genital do nervo genitofemoral. 2. Ramos escrotais anteriores. 3. Ramos escrotais posteriores. 4. Ramos perineais do nervo cutâneo femoral posterior. TESTÍCULO São orgaos ovoides, papel importante na produção de espermatozoide e testosterona, tem face lateral e medial, polo superior e inferior e margem anterior e posterior. Envolvido pela túnica albugínea, bem resistente, que nada mais é que a parte mais externa do testículo que é uma camada bem fibrosa. Além disso, também é envolvido pelas lâmina visceral da túnica vaginal e lâmina parietal da túnica vaginal. O seio do epidídimo é a lacuna entre o testículo e o epidídimo. A região posterior do testículo é chamada de mediastino onde se forma a rede testicular, no interior dos lobos temos os túbulos contorcidos enrolados e retos. Internamente temos septos dos testículos (invaginações das túnicas albugínea), que fazem os lóbulos, tubos contorcidos enrolados, os retos, que formam a rede testicular e depois tem os vasos aferentes que levam para o epidídimo para a maturação e armazenamento do espermatozoide. 173 VASOS E NERVOS As aa testiculares (que são as arterias gonadais no homem) irrigam o testículo, elas saem da parte lateral da aorta abdominal logo depois das artérias renais. A drenagem venosa é pelo plexo pampiniforme, este vai formar a veia testicular esquerda e direita, a esquerda desemboca na veia renal esquerda e a direita na veia cava inferior. A drenagem linfática é feita por linfonodos lombares do lado esquerdo e do lado direito. A inervação é feita pelo plexo nervoso testicular que é um tipo de plexo periarterial que acompanha, nesse caso, a artéria testicular. Esse plexo é formado por fibras aferentes viscerais, fibras simpáticas de T10/T11 e de fibras parassimpáticas do nervo vago. Correlações clínicas: Em relação as veias testiculares direta e esquerda: do lado esquerdo o encontro dela com a veia renal forma um ângulo de 90 graus, enquanto a direita que desemboca na veia cava inferior não faz um ângulo tão obtuso. Existem algumas situações que podem tornar essas veias insuficientes, levando a varicocele, ou seja, varizes do escroto, são do lado esquerdo normalmente por causa da condição anatomica. Uma situação de emergência cirúrgica é a torção do funículo espermático, ocorre pelo fato das estruturas terem uma certa movimentação dentro do escroto permitindo com que estas mesmas estruturas se enrolem, impedindo a drenagem e irrigação, o que pode levar a necrose do testículo. Se não resolvido rápido o paciente pode perder o órgão. EPIDIDIMO Sua principal função é o amadurecimento e armazenagem dos espermatozoides. É um tubo de seis metros de comprimento, porém completamente compactado, divido em cabeça,corpo e cauda, o que sai dele é o ducto deferente (é a continuação da cauda), e o que chega nele são os ductos eferentes (saem do testículo e levam os espermatozoides ainda não maduros). Tem forma de C ou virgula e fica posteromedialmente ao testículo. 174 DUCTO DEFERENTE É um ducto fibromuscular encontrado no funículo e fica posteriormente nesse (é fácil de sentir, pois é um cordão) e anteriormente vai ter a artéria testicular envolvida pelo plexo pampiniforme. Ele vai sair da cauda do epidídimo posteriormente ao testiculo e vai levar o espermatozoide até se unir com o ducto da glandula seminal. Depois de acender passa pelo funículo, anel inguinal superficial, canal inguinal, anel profundo, daí cruza os vasos epigástricos inferiores, cruza os vasos ilíacos externos, e a artéria umbilical oclusa, vai na face lateral e posterior do fundo da bexiga e cruza sobre o ureter, contorna medialmente a glandula seminal, no final ele se dilata e forma a ampola do ducto deferente se unindo ao ducto da glandula seminal para formar o ducto ejaculatório. VASOS E NERVOS: Artéria do ducto deferente, que é aquele ramo bem delgado da vesical superior, mas ela faz anastomose com a artéria testicular. A drenagem é pelo plexo pampiniforme, pelo plexo vesical e prostático (que são os plexos da próstata e da bexiga). A drenagem linfática é para os linfonodos ilíacos externos A inervação ocorre pelas fibras simpáticas dos nervos esplâncnicos lombares, que vão para os plexos daquela área e direcionam as fibras. As fibras parassimpáticas provêm dos nervos esplâncnicos pélvicos que saem de (S2 – S3), dai vão para os plexos e depois chegam nas vísceras. Correlação clínica: Vasectomia é o procedimento cirurgico de esterilização masculina, ou seja, a incisão no ducto deferente na parte mais distal, é retirada uma parte dele e depois suturam aquela parte. GLANDULA SEMINAL Tem uma forma alongada e ficam no fundo da bexiga na parte posterior e são dispostas obliquamente, produzem a parte alcalina do liquido seminal (frutose), o espermatozoide não entra na glândula seminal, o liquido dessa glandula que entra no ducto ejaculatório e se junta aos espermatozoides. DUCTO EJACULATÓRIO É formado pela junção do ducto deferente com o ducto seminal e vai até a uretra prostática (uma parte da uretra), ou seja, atravessa a próstata, mas sem fazer contato com o liquido prostático. 175 Os ductos ejaculatórios caem na uretra pelos óstios dos ductos ejaculatórios, no colículo seminal (colo seminal) sobre a abertura do utrículo prostático, tudo isso na parte prostática da uretra. PRÓSTATA; Maior glandula do órgão genital masculina, produz de 20 a 30% do liquido seminal. Tem face anterior, posterior e inferolaterais, tem base e ápice, localização relacionada com o colo da bexiga e é anterior ao reto e posterior a sínfise púbica e superior ao espaço profundo do períneo. Tem uma consistência endurecida quase como pedra quando possui tumor. É envolvida por uma capsula fibrosa resistente, cápsula fibrosa da próstata (essa capsula tem a característica neurovascular, ou seja, ela incorpora os plexos que estariam sobre a próstata) e envolvida pela fáscia membranácea visceral. Possui lobos, mas hoje em dia é utilizado mais região periférica e central. A parte anterior é formada por tecido fibromuscular e a parte posterior é tudo glandula, o lobo médio pode aumentar de tamanho e levar ao fechamento da uretra prostática que ocorre em casos de hipertrofia prostática. A parte muscular se continua com o musculo esfíncter interno da uretra e na ejaculação ele se fecha impedindo que o sêmen vá para a bexiga. Os ductos prostáticos convergem e se abrem no seio prostático, que por sua vez se abre na parte prostática da uretra. VASOS: Irrigada pela artéria retal media e artéria vesical inferior. Drenada pelo plexo venoso prostático e vesical. A linfa é drenada pelos linfonodos ilíacos internos, externo e sacrais. GLANDULA BULBOURETRAL Tem o tamanho de uma ervilha, ficam no musculo esfíncter externo da uretra e vão desembocar na uretra esponjosa, também produz um liquido que faz parte do liquido seminal. A sua relação é com a uretra membranácea, mas ela desemboca na esponjosa, pois seus ductos seguem ao lado e desembocam na parte proximal da esponjosa. 176 BEXIGA: Tem uma localização na pelve menor no adulto e abdominal na criança, com 6 anos fica na pelve maior e na adolescência ela desce. Posterior a sínfise púbica e apoiada na púbis, formada por musculatura, pelo musculo detrusor, e tem o papel de armazenamento da urina, as fibras do músculo detrusor também corroboram para a formação do músculo esfíncter interno da uretra (evita a ejaculação retrógrada). Quando começa a ter o estiramento (aumento) ocorre um estimulo parassimpático para a contração desse musculo e um relaxamento do óstio interno da uretra, o que possibilita a urinação. A bexiga está fixada principalmente pelo seu colo, o resto de sua estrutura fica livre do tecido extraperitoneal. Está fixada pelos ligamentos vesicais laterais (lâmina anterior da bainha hipogástrica), arco tendíneo da fáscia da pelve (formado pelo encontro das fáscias membranáceas parietal e visceral e seu espessamento) e anteriormente fixado pelo ligamento puboprostático nos homens ou ligamento pubovesical nas mulheres O ápice é voltado para margem superior da sínfise púbica, tem o fundo e entre os dois tem o corpo, e a região inferior é o colo. O fundo fica contrário ao ápice, a face superior é revestida por peritônio. Tem a escavação retovesical e homens e escavação vesicouterina em mulheres. Tem internamente os óstios do ureter e o óstio interno da uretra, formando o trigono vesical, essa parte é bem lisa pois a mucosa é bem fixa a parede muscular, o que não possibilita dobras. 177 VASOS E NERVOS: As artérias são as vesicais superiores, nos homens as vesicais inferiores e nas mulheres as vaginais. As aa. obturatória e glútea inferior enviam pequenos ramos para a bexiga também. Drenagem venosa é feita para o plexo vesical que tem uma relação com as veias ilíacas (que drenam para a veia cava), e com as veias sacrais (que drenam para o plexo venoso vertebral interno). OBSERVAÇÃO No homem a bexiga tem uma relação com o reto que é o septo retovesical. Na mulher a bexiga guarda uma relação com a vagina, portanto, septo vesicovaginal. RETO Vai de S3, onde ocorre a junção retossigmoide, até a junção anorretal, onde o músculo puborretal faz o U, que controla a continência fecal, depois dali é canal retal, e forma como se fosse um S no final de tudo. No reto não tem mais tênia e apêndice omental pois a parede muscular longitudinal externa se espessa (pela continuidade da tênia). A musculatura circular se espessa e forma pregas no interior do reto, essas pregas formam flexuras, 2 a esquerda (superior e inferior) e 1 a direita, (intermediária). No homem existe a escavação retovesical e na mulher existe a escavação retouterina (além da vesicouterina), mas nos 2 existem as fossas pararretais, que são os espaços laterais nas escavações. VASOS E NERVOS: A irrigação acontece pelas artérias retal superior, média e inferior (cada uma dessas tem origem diferente). A superior vem da mesentérica inferior, a média vem da ilíaca interna, e a inferior vem da pudenda interna. A drenagem venosa ocorre pelas veias homólogas que acompanham as artérias. As veias retais inferior e média drenam para a iliaca e consequentemente para a cava inferior. A veia retal superior drena para o sistema venoso porta. Então existe a possibilidade 178 de uma circulação colateral nas anastomoses entre a circulação sistêmica e a circulação porta. INERVAÇÃO: Simpático: pelos nervos esplâncnicos lombares e plexos periarteriaisque vem pelas artérias mesentérica inferior e retal média. Parassimpático: Vem dos nervos esplâncnicos pélvicos. Aferentes viscerais: como o reto se encontra abaixo da linha de dor pélvica, essas fibras acompanham os nervos esplâncnicos pélvicos retrogradamente. ORGAOS INTERNOS FEMININOS: São os órgãos que estão relacionados com a produção do gameta feminino, função endócrina, transportar o ovócito, função de fecundação, aninhamento do novo ser (desenvolver e permitir manutenção e expulsão deste). OVÁRIOS: A forma dos ovários é ovoide e menores que os testículos, tem uma cor rosa acinzentada isso se dá pois não é revestido por peritônio, é revestido pelo mesotélio ovariano/epitelio germinativo, o ovário de uma mulher velha é mais rugoso que de uma criança. A relação dele com a tuba é bem intima (a tuba uterina meio que envolve o ovário). Mesovário, mesossalpinge, mesométrio, esses três em conjunto são chamados de ligamento largo do útero. A estrutura de passagem dos vasos ovários é chamado de ligamento suspensor do ovário, é uma prega de peritônio (não suspende nada não kkkkk). O ligamento útero-ovárico é o remanescente do gubernáculo e liga o ovário ao útero. Ele passa mensalmente por um ciclo ovariano, sendo influenciado e liberando hormônios afim de liberar os ovócitos, esse ciclo junto com o ciclo do endométrio, forma o ciclo menstrual. Os ovócitos caem na cavidade peritoneal, pois o ovário está dentro da cavidade peritoneal e as tubas uterinas captam este ovócito. Obs: irrigação e inervação junto com tubas uterinas logo abaixo. TUBAS UTERINAS: São condutos, sua posição é para posterior e envolve o ovário, é fixada pelo mesossalpinge. Ela possui óstios, o óstio abdominal da tuba uterina é o que fica voltado para o ovário e se abre na cavidade peritoneal (lembrando que o ovário fica dentro da cavidade peritoneal). O óstio uterino da tuba uterina se abre no útero. O óstio abdominal da tuba fica na região do infundíbulo e tem as fimbrias que orientam o ovócito 179 na sua entrada, depois tem uma longa região chamada de ampola, é aqui que na maioria das vezes ocorre a fecundação, depois tem a região estreitada da tuba que é o ístimo e a parte uterina da tuba uterina que já está no útero. OBS: Algumas formas anormais de fecundação podem ocorrer, ou seja, gravidez ectópica. Correlação clínica: A ligadura é um método de esterilização feminina em que as tubas uterinas são seccionadas. VASOS E NERVOS DOS OVÁRIOS E TUBAS UTERINAS: ARTÉRIAS: irrigados pelas artérias ováricas (gonadais femininas) e artéria uterina ascendente (ramo da artéria uterina que é ramos da iliaca interna). Essas duas quando chegam próximas as estruturas emitem ramos tubários e ováricos. VEIAS: Drenam para o plexo pampiniforme que fica no ligamento largo do útero e desse plexo saem as veias ováricas direita e esquerda (a direita drena para a cava inferior e a esquerda para a renal esquerda). As veias tubárias podem drenar para as ováricas por meio dos plexos ou podem drenar para o plexo venosos uterino. INERVAÇÃO: As duas estruturas são inervadas simpaticamente pelos nervos esplâncnicos lombares e sacrais e parassimpaticamente pelos nervos esplâncnicos pélvicos, porém, mais especificamente, são inervadas pelo plexo ovárico e pelo plexo tubário. OBS: Como estão abaixo da linha de dor pélvica, a aferência da dor se dá por via parassimpática retrogradamente por nervos esplâncnicos pélvicos. ÚTERO: É provavelmente o órgão mais dinâmico da anatomia, na gravidez ele pode se expandir 200x e também muda de característica de acordo com as idades. Está localizado na cavidade pelvica e vai ter uma relação com a bexiga urinaria, o colo vai ter uma relação com a vagina, a sua função e permitir o aninhamento, garantir a manutenção e a expulsão do novo ser. Urgência miccional: pressão na bexiga feita pelo útero em gravidas, ai elas chegam para fazer xixi e não sai nada, é como se a pressão que o útero faz confundisse o sistema nervoso, achando que a bexiga está cheia. Sobrepeso na região do reto dificultando o processo de defecação da gravida. Tem uma forma baseada em dois eixos, um é o eixo da vagina e o outro é o eixo da sua cavidade, ele esta repousado sobre a bexiga urinaria de forma que tem uma forma antefletida e antevertida, a antiversão significa que ele está voltado para anterior em relação ao eixo da vagina, com relação a antiflexão, o eixo entre o colo do útero e o eixo da cavidade caracteriza uma flexão do órgão. 180 Essas duas colocam o útero sobre a bexiga urinaria o que diminui as chances de um prolapso do útero através da vagina. As posições do útero podem estar associadas as dificuldades de fecundação. Pode verificar essas posições pelas palpações realizadas com as duas mãos (bi manual) na mulher, pois além das posições apresentadas o útero pode se encontrar de outra maneira. O útero tem uma forma periforme, ou seja, que lembra uma pera invertida. DIVISÕES: A parte uterina da tuba uterina divide o útero em fundo e corpo. A parte estreita do corpo é o ístimo e a parte mais inferior é o colo (associada a lâmina media da bainha hipogástrica). Temos no colo a parte vaginal e a parte supravaginal, temos o canal do colo do útero, o óstio interno do colo do útero (que é quando a mucosa muda, ou seja, é anatômico) e no final do colo tem o óstio uterino. O canal do parto se resume em óstio interno do útero, canal do colo do útero, óstio uterino e vagina. 181 As paredes têm estratos: o perimétrio (parte mais externa, ou seja, seu revestimento), miométrio (camada espessa de músculo liso) e endométrio (a camada mucosa que fica internamente), o colo do útero é praticamente fibroso, não tem muita musculatura lisa, portanto, por ser fibroso vai ter a função de manutenção do feto. O endométrio por ação hormonal se prepara por meio do ciclo do endométrio. FIXAÇÕES DO ÚTERO: A primeira é a continuação do gubernáculo que é o ligamento redondo do útero que vai passar pelo canal inguinal e vai se fixar na vagina. O ligamento largo é a prega dupla de peritônio e os três mesos, o meso que se fixa ao corpo do útero é o mesométrio. O ligamento retouterino, é uma condensação da face endopélvica que fixa, é possível nas laterais do reto palpar ele na mulher. A principal fixação é o ligamento transverso do colo (lâmina media da bainha hipogástrica). Paracolpo: ponto onde a fáscia membranácea parietal encontra a fáscia visceral da vagina. VARIAÇÕES ANATOMICAS DO ÚTERO OBS: Esses tipos podem prejudicar a fecundação. 182 VASOS: ARTÉRIAS: irrigado pelas artérias uterinas, que são ramos da iliaca interna. VEIAS: Drenado pelas veias do plexo venoso uterino que desembocam nas veias ilíacas internas. Correlação clínica: Endometriose: colocação de endométrio fora da cavidade uterina pela comunicação entre a parte interna e externa da mulher. Miomas: crescimentos anormais do miométrio e que são benignos. VAGINA Canal musculomucosos/musculomembranáceo de aproximadamente 8 cm e é muito distensível. Recebe a invaginação do colo do útero, o fórnice anterior, fórnice posterior e fórnice lateral da vagina. o fórnice é uma pequena fossa entre a parede e a evaginação do colo. A vagina não contem glandulas, a secreção que existe nela pode ser por sua microbiota ou pode ser das glandulas do canal do colo do útero. PARTES DA VAGINA A vagina é sobretudo fixada através do ligamento transverso do colo e assessorada pelo paracolpo (encontro da fáscia membranácea parietal com a fáscia membranácea visceral da vagina). Tem o septo vesicovaginal e o septo retovagial que ficam entre as fáscias membranáceas viscerais das duas vísceras, separando os dois órgãos e esse septo é um meio de clivagem cirúrgica. Mas é possível que seformem comunicações, as fistulas, o material fecal pode acessar a vagina gerando infecções, por exemplo, se houver uma fístula entre a vagina e o reto. 183 Normalmente a vagina tem suas paredes colabadas, o óstio da vagina vai se abrir no trigono genital feminino. RELAÇÕES Ela se relaciona anteriormente com a bexiga e a uretra. Posteriormente com o canal retal, reto e escavação retouterina. Lateralmente com o m. levantador do ânus, fáscia visceral da pelve e ureteres. VARIAÇÕES ANATÔMICAS: O hímen tem diferentes formas, ou pode ser fechado ocasionando dificuldade na menstruação. Vagina tem variações anatomicas, como de ser septada, dupla, meio septada, porém não consegui encontrar imagens boas. VASOS: ARTÉRIAS: A parte superior é irrigada pelas artérias uterinas, a parte inferior é por ramos das artérias vaginais e pudenda interna. VEIAS: As veias drenam para o plexo venoso vaginal, esse se comunica com o plexo venoso uterino e no fim drena para as ilíacas internas por meio da veia uterina. INERVAÇÃO DO ÚTERO E DA VAGINA: A inervação dos dois é feita pelo plexo uterovaginal que provêm do plexo hipogástrico inferior, a inervação simpática é por nervos esplâncnicos lombares e a parassimpática é por nervos esplâncnicos pélvicos. A condução das fibras aferentes viscerais de dor do fundo e corpo do útero é por via retrograda simpática. Do colo do útero e vagina é por via parassimpática retrógrada. O quarto inferior da vagina será inervação somática pois vai ser a zona erógena da mulher. DRENAGEM LINFÁTICA BEXIGA E RETO DRENAGEM LINFÁTICA DA PELVE FEMININA Drenagem linfática da pelve feminina pode ir para todos os linfonodos da pelve. Drenagem linfatica de tuba uterina e ovário vão diretamente para os aórticos ou cavais (lombares). O fundo do útero pode drenar para o ligamento redondo do útero que leva para região do pudendo que pode ser drenado pelos inguinais, mas também drena para os lombares. O corpo do útero e a maior parte do colo vai para linfonodos ilíacos internos, porém alguma partezinha pode ir para os sacrais. A drenagem linfática da vagina é dividida de acordo com suas partes: 184 1. Superior: ilíacos internos e externos. 2. Média: ilíacos internos. 3. Inferior: sacrais ou ilíacos. 4. Óstio: inguinais superficiais. 185
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