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Sabrina Angheben | Pediatria DESNUTRIÇÃO NA INFÂNCIA DEFINIÇÃO - Pela Organização Mundial de Saúde, a desnutrição é o resultado final de uma falta crônica de atenção nutricional e também emocional por parte das pessoas que cuidam das crianças, que, por falta de conhecimentos, por pobreza ou por problemas familiares, são incapazes de proporcionar a nutrição e os cuidados que estas requerem. - Efeito negativo aditivo: a desnutrição geralmente se inicia no útero, acomete as crianças e, através das meninas e mulheres, se estende à vida adulta e às próximas gerações, pelo seu efeito negativo aditivo sobre o baixo peso dos bebês. - Afeta o desenvolvimento neuropsicomotor; FATORES ETIOLÓGICOS - Baixo nível sócio econômico que está associado a falta de ingestão alimentar; - Más condições ambientais, levando a maior probabilidade de infecções e hospitalizações; - Baixo nível educacional e cultural, levando as crianças a uma privação afetiva e ao desmame precoce; - Desestruturação familiar, sendo muitas vezes os pais separados, a mãe trabalha fora deixando o cuidado da criança para idosos ou pessoas não habilitadas para isto. MANIFESTAÇÕES - Pode ser leve, moderada ou grave. - Dependente do grau e da duração da deficiência alimentar bem como da atuação de fatores predisponentes. - Sinais e sintomas mais frequentes: - Diminuição da atividade física; - Parada do crescimento, do ganho de peso; - Em fases mais avançadas ocorre perda de peso. - Formas graves: - Marasmo; - Kwashiorkor marasmático; - Kwashiorkor; Kwashiorkor ETIOLOGIA - Desnutrição proteica. MANIFESTAÇÕES - Retardo no crescimento; - Perda de gordura subcutânea e muscular; - Edema depressível que se localiza principalmente nas pernas, nas crianças que caminham, mas que pode atingir todo o corpo; - Hepatomegalia acentuada devido a esteatose hepática; - Alterações mentais e de humor; - Lesões de cabelos (textura, cor, sem brilho, queda) generalizadas ou localizadas (sinal da bandeira); - Lesões de pele (despigmentação, dermatose de áreas de fricção, descamação); - Anorexia, diarréia, infecções e deficiências de micronutrientes (vitamina A, zinco, ferro) são frequentes. - A presença de um significante grau de perda de peso e a presença de edema são os aspectos essenciais para o diagnóstico de Kwashiorkor. Marasmo ETIOLOGIA - Desnutrição proteico-energética; MANIFESTAÇÕES - É muito magra, com evidente perda de massa muscular, extremidades muito delgadas e abdome às vezes proeminentes. - A face tem uma aparência de “velho”ou “simiesca”. - Pregas frouxas da pele podem ser vistas, principalmente nas nádegas. - Peso muito baixo (peso por idade inferior a 60% do peso previsto para a idade); - Retardo no crescimento (baixa estatura para a idade); - Gordura cutânea escassa ou ausente; - Diarréia, infecção respiratória, parasitoses tuberculose comumente estão presentes; - Sinais de carências de micronutrientes, como xeroftalmia, deficiência de vitamina B, anemia ferropriva e outras; - O estado de ânimo pode ser mais ansioso do que apático; Sabrina Angheben | Pediatria - A temperatura corporal tende à hipotermia. Kwashiorkor-marasmático - Possui características mistas em relação às duas outras formas clínicas. - Geralmente, quando desaparece o edema com o tratamento, pode-se ver que elas são portadoras de marasmo. Avaliação do estado nutricional Indicadores, conforme a OMS: - Altura por idade; - Peso por altura; - Peso por idade; ● Avaliação é feita pelo escore Z: ○ Ideal: manter o mais perto do 0 (linha verde); ○ Escore Z negativo, indica que a criança está abaixo do padrão de estado nutricional desejável. ○ Se o escore Z é igual ou inferior a -3 DP, considera-se que existe desnutrição grave → abaixo linha preta); ○ Entre 2 a -2,9 DP, desnutrição moderada. Diagnóstico - História clínica + exame clínico: determinação do estado nutricional. - Não é necessário exame complementar para diagnóstico. - OBS: pesar sem roupa e medir altura sem sapatos. Tratamento - Hospitalização se: - Manifestações clínicas de Kwashiorkor, Marasmo e Kwashiorkor Marasmático, cujo peso para a idade (P/I) seja menor que -3DP, associado a inapetência acentuada; - Diarréia e/ou vômitos; - Qualquer infecção associada; - Também devem ser hospitalizadas crianças com DEP grave (P/I < -3DP) que não podem ser referidas para tratamento ambulatorial. - Fases: - Estabilização: - Vai do 1º ao 7º dia de tratamento; - Identificar e tratar problemas associados: deficiência específicas ou anormalidades metabólicas. - Iniciar alimentação; - Reabilitação: - Dura da 2a até 6a semana; - A criança deve ser alimentada de forma intensiva para recuperar a maior parte do peso perdido. - Aumenta-se a estimulação emocional e física, treina-se a mãe ou pessoa que cuida da criança para continuar os cuidados em casa e, finalmente, prepara-se a alta da criança. - Acompanhamento: - Vai da 7a à 26a semana; - Inicia-se imediatamente após a alta, principalmente se a criança recebeu alta antes de completar a reabilitação. - Acompanha-se a criança e sua família, para prevenir a recaída e assegurar a continuidade do desenvolvimento emocional, físico e mental da criança. - Orientações dietéticas: Sabrina Angheben | Pediatria
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