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TEORIA DA PENA – ARA 1228 Aluno: Filipe de Lagarde Barroca Medeiros Matrícula: 202001500588 ESTUDO DE CASO 1 (Plano Aula 4 \ Complemento da nota para AV1) Limitar as penas privativas da liberdade, em regime fechado, às hipóteses de violência e grave ameaça, já poderia ser um objeto para reforma penal. Qualquer do povo compreenderia o que poderia levá-lo à espécie de reclusão. Para o poder público, as consequências dessa reforma seriam reduzir o encarceramento, e, assim, formular políticas criminais mais certeiras para a redução dos crimes. E isto seria possível porque existem outras formas de impor reprimendas à locomoção, assim como novas tecnologias aptas a contribuir para o controle da liberdade dos condenados. Com base nos debates realizados em aula, responda justificadamente: é possível debater modelos de punição para o problema da violência e da criminalidade, a qual passe por uma Justiça Penal mais seletiva e focada? A busca de medidas alternativas, procurando novos meios de execução da pena, evitando a privação de liberdade, resguardando-a, somente, para aqueles casos considerados estritamente necessários, como em delitos graves e para condenados de alta periculosidade? Uma primeira discussão em torno do destino a que se tem dado as pessoas que cometem crimes, sejam eles dos mais variados, com relação a pena e a sua verdadeira eficácia em termos de ressocialização, na situação de cumprimento em regime fechado e em instituições prisionais não é uma das mais simples e seria a de procurar responder um questionamento inicial, enfatizando a relação, delito x pena x cadeia x superlotação: “O que está acontecendo (ou não está) para esse grande crescimento da população carcerária no país?” Intrinsicamente falando, a pauta inicial referente a esse diálogo seria basicamente, muito mais abrangente, através de um maior investimentos do Estado em políticas públicas (saúde, educação, segurança pública e distribuição de renda), por exemplo, para atuar em um caráter preventivo ou no mínimo redutivo, no que diz respeito ao encarceramento propriamente dito. Um exemplo para o “caos prisional” que vivemos na atualidade já havia sido “previsto” pelo professor, antropólogo e político Darcy Ribeiro (1922 – 1997) em seu discurso numa Conferência no ano de 1982, “Se os governantes não construírem escolas, em vinte anos faltará dinheiro para construir presídios”, fato esse que se traduz na mais pura realidade. O custo da manutenção de um apenado no sistema prisional é 13 vezes maior que a de um estudante regularmente matriculado, palavras da Ministra Carmem Lúcia (STF) e também presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) no ano de 2017, custando, em média, R$ 2,4 mil por mês (R$ 28,8 por ano), enquanto um estudante do ensino médio custava R$ 2,2 mil por ano. Partindo dessa realidade existente, poderíamos tranquilamente, numa segunda discussão (tema em questão), tratar e buscar soluções para um cumprimento alternativo das penas, fato esse que estamos presenciando na atualidade, no âmbito da Justiça Penal e o seu modo de operação, como sendo o último recurso da justiça no sentido punitivo do Estado. Para que isso possa realmente acontecer, um debate relacionado aos modelos de punição e suas alternativas quanto a sua execução sempre serão possíveis e válidos, desde que sejam conduzidos por pessoas sérias e comprometidas, por se tratar de um tema complexo e especial (técnico), ainda levando a observância e respeito a Constituição e as normas infraconstitucionais legais vigentes, lembrando sempre, que a dignidade da pessoa humana sempre estará em primeiro lugar. A tecnologia hoje está aí a disposição para ser utilizada e otimizada da melhor maneira possível nesse quesito. É fato, que dispositivos eletrônicos (tornozeleira) já fazem acompanhamento de apenados fora do ambiente prisional, embora esse dispositivo ainda mereça críticas em sua utilização, ainda podem ser criadas muitas outras maneiras e formas de fazê-lo. Uma das grandes dificuldades de se chegar a um consenso a respeito de modelos punitivos alternativos, seria o de passar primeiro por discussões visando ações de caráter preventivo (gerência do Estado e o seu papel constitucional), por mais que tentemos desviarmos desse pensamento, ele estará sempre presente, junta-se a isso, é que somos um país de grande extensão territorial, populoso, com grande diversidades de opiniões (democrático) e ainda agravado pela má prestação dos serviços mais básicos que a população necessita e lhes é dificultada, limitada e até mesmo negada, ou seja, não podemos resolver problemas de consequências (penalidades), sem discutir primeiro as suas causas. Diante disso, um primeiro passo, seria que efetivamente o Estado cumprisse aquilo que já está determinado em Lei, algo extremamente difícil e trabalhoso, e que hoje é inconsistente, para que seja observado o que de fato está errado, pudesse melhorar ou ser modificado. A dificuldade do Estado de gerir o seu próprio sistema, principalmente em sua prática, faz com que um “estado” paralelo surja, fora e dentro da cadeia, isso é fato, e está aí presente na mídia a todo momento, chegando até ao ponto de existir dentro de estabelecimentos prisionais, que seria a separação (pavilhão) de presos que pertencem a organizações (facções) diferentes, embora observa-se aí a questão da integridade física dos apenados, fora a existência de outros fatos que não são de conhecimento público. Grande parte de algumas discussões que envolvem o processo de encarceramento estão atreladas a essa superlotação nos presídios, diminuir a população carcerária seria um dos motivos para se buscar cumprimento de pena alternativa, e é sim, um caminho, mas que seja feita de forma criteriosa e pensada, ressocializando, humanizando e educando, beneficiando um todo (coletividade), caso contrário é simplesmente transferir o problema de endereço. Então fica o pensamento! Discutir medidas alternativas para se evitar a pena privativa de liberdade em alguns casos é perfeitamente salutar e necessário, mas pô-la em prática de forma a agregar valor é outra história. A solução, partindo dessa ideia, não seria das mais fáceis, trata-se de uma questão estrutural e de vidas humanas, “bater o martelo” e dizer se esse ou aquele vai ficar privado da sua liberdade ou não, pura e simplesmente, não vai mudar muita coisa, um exemplo prático disso é a pena de morte adotada em alguns países; resolveu? Claro que não. É melhor ficar preso ou ficar solto? Não sabemos, há controvérsias. REFERÊNCIAS: Documentário: SEM PENA https://www.youtube.com/watch?v=b6RDgB8GVW8 . O Sistema Prisional – Entre sua História, Seus Conceitos, a Perpetuação da Defesa Social e Sua Crise Journal homepage: www.ipebj.com.br/forensicjournal Justiça Penal e Segurança Pública no Brasil: causas e consequências da demanda punitiva https://app.uff.br/riuff/bitstream/1/6074/1/42-69-1-SM.pdf Instituto Humanitas Unisinos http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/563751-escolas-ou-presidios- o-desafio-de-darcy-ribeiro O Estado de Minas https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2017/01/15/interna_politi ca,839547/darcy-ribeiro-estava-certo-educacao-e-o-caminho-para- reduzir-crime.shtml Apena de morte é solução para crimes violentos? https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/pena-de-morte https://www.youtube.com/watch?v=b6RDgB8GVW8 http://www.ipebj.com.br/forensicjournal https://app.uff.br/riuff/bitstream/1/6074/1/42-69-1-SM.pdf http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/563751-escolas-ou-presidios-o-desafio-de-darcy-ribeiro http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/563751-escolas-ou-presidios-o-desafio-de-darcy-ribeiro https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2017/01/15/interna_politica,839547/darcy-ribeiro-estava-certo-educacao-e-o-caminho-para-reduzir-crime.shtml https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2017/01/15/interna_politica,839547/darcy-ribeiro-estava-certo-educacao-e-o-caminho-para-reduzir-crime.shtmlhttps://www.em.com.br/app/noticia/politica/2017/01/15/interna_politica,839547/darcy-ribeiro-estava-certo-educacao-e-o-caminho-para-reduzir-crime.shtml https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/pena-de-morte