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Simples Nacional: apuração e escrituração APRESENTAÇÃO Você sabia que o objetivo do Simples Nacional é o de beneficiar as microempresas e empresas de pequeno porte do sistema tributário complexo que hoje possuímos? Este benefício ocorre através de diretrizes para simplificação do recolhimento dos tributos, redução da carga tributária, diminuição e simplificação das obrigações acessórias e trabalhistas, acesso ao crédito no mercado financeiro, associado a aquisições de bens e serviços e investimos em tecnologia. Nesta Unidade de Aprendizagem você vai estudar o Simples Nacional, suas formas de apuração e escriturações. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer a necessidade da adoção do Simples Nacional.• Listar atividades que podem optar pelo Simples Nacional.• Identificar os tributos abrangidos pelo Simples Nacional.• DESAFIO A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 179, impõe aos entes federativos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios tratamento tributário simplificado e diferenciado para micro e pequenas empresas. Diante do exposto, conceitue o Simples Nacional, os tributos e contribuições que são abrangidos pela sua sistemática e a forma como são recolhidos. Identifique como se faz para tributar pelo Simples Nacional. INFOGRÁFICO Com o infográfico, você poderá compreender os conceitos e exemplos do Simples Nacional para que possa aplicá-los e executá-los com êxito. CONTEÚDO DO LIVRO A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 179, impõe aos entes federativos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios tratamento tributário simplificado e diferenciado para micro e pequenas empresas. O Simples Nacional é um programa do governo federal que visa simplificar a burocracia das empresas. As empresas enquadradas no programa possuem as rotinas e obrigações mensais facilitadas, além de uma carga tributária reduzida e unificada (um imposto único). Você entenderá melhor o que foi apresentado acompanhando o capítulo Simples Nacional: apuração e escrituração, do livro Contabilidade Tributária. Boa leitura. CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA Tatiane Antonovz Simples Nacional: apuração e escrituração Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer a necessidade da adoção do Simples Nacional. Listar atividades que podem optar pelo Simples Nacional. Identificar os tributos abrangidos pelo Simples Nacional. Introdução O Simples Nacional facilitou os processos e permitiu que mais empresários formalizassem seus negócios e contribuíssem com a economia formal. Entre as diversas atividades que fazem parte do Simples, algumas foram inseridas recentemente, de modo que o modelo é dinâmico e se adapta às mudanças, excluindo e adicionando novas atividades, assim como alterando a forma de tributação. Neste capítulo, portanto, dedicado ao Simples Nacional, você vai conhecer o que o caracteriza, a importância de sua adoção, além das atividades que inclui e dos atributos que abrange. Simples Nacional: necessidade de adoção De acordo com a legislação vigente, o Brasil possui, de forma básica, três tipos de regimes tributários, Lucro Real, mais complexo e, normalmente, voltado para atividades específi cas e empresas de grande porte, Lucro Presumido e o Simples. O Simples foi criado, além de com outros objeti- vos, para benefi ciar microempresas e empresas de pequeno porte, já que procura facilitar o seu funcionamento, principalmente no que diz respeito à burocracia ligada à questão de tributos. Porém, conforme destaca Bazzi (2019), as empresas que podem fazer parte do Simples não estão obrigadas a aderir a esse tipo de tributação, já que, em alguns casos, não é vantajoso, os estudos tributários poderão ser feitos e a opção por outro regime tributário poderá ser escolhida. A Lei Geral ou Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte foi implementada pela Lei Complementar nº. 123 (BRASIL, 2006) e sofreu mudanças importantes pelas Leis nº. 147 (BRASIL, 2014) e nº. 155 (BRASIL, 2016), que serão discutidas no decorrer deste capítulo. A adoção do Simples Nacional ocorreu para tornar mais fácil a vida dos micro e pequenos empresários e, para isso, permite tanto alíquotas menores quanto o pagamento unificado de impostos, o que auxilia no dia a dia das atividades empresariais. A Constituição Federal (BRASIL, 1988) já previa em seu texto tratamento diferenciado as microempresas, conforme segue: Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e credití- cias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei (BRASIL, 1988, documento on-line). Mas, de acordo com a classificação fiscal, quais são as empresas que podem optar por esse tipo de tributação? E como essas são tributadas? De acordo com a Lei nº. 123/2006 e posteriores alterações, observa-se o seguinte: Art. 3º Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte, a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que: I - no caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); e II - no caso de empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou infe- rior a R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais). (Redação dada pela Lei Complementar nº. 155, de 2016) (BRASIL, 2006, documento on-line). Além disso, ainda existem mais dois tipos de empresas incluídas, o MEI e os pequenos produtores rurais. Veja o Quadro 1, a seguir, que sintetiza todas essas possibilidades. Simples Nacional: apuração e escrituração2 Fonte: Adaptado de Brasil (2006) e SEBRAE (2018). Empresa Receita bruta Microempreendedor individual (MEI) Receita bruta anual de até R$ 81 mil Microempresa (ME) Receita bruta anual de até R$ 360 mil Empresa de pequeno porte (EPP) Receita bruta anual entre R$ 360 mil e R$ 4,8 milhões Pequeno produtor rural Propriedade com até 4 módulos fiscais ou receita bruta annual de até R$ 4,8 milhões Quadro 1. Tipos de empresas classificas como Simples Houve uma mudança importante a partir de 2015, quando o Simples Nacional foi substituído pelo Super Simples por meio da Lei Complementar nº. 147 (BRASIL, 2014), que trouxe como critério de adesão a questão do porte ou ainda o faturamento. Nessa legislação, entre outras modificações, houve a substituição do critério utilizado, que era o da atividade exercida; assim, outros profissionais, como médicos, puderam aderir ao regime. É preciso ficar atento, no contexto do Simples, ao fato de que o faturamento também é importante e pode variar de região para região, assim como à ques- tão de que a atualização dos valores pode mudar, uma vez que a legislação tributária brasileira é bastante dinâmica. Observando esse contexto, quais seriam realmente os objetivos do Simples? O SEBRAE (2018) relata que as Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP) representam cerca de 98,5% das organizações privadas do Brasil, logo, é preciso impulsionar esse tipo de negócio. Assim, os dentre os principais objetivos da adoção do Simples estão: busca de uma maior integração entre as diferentes esferas do fisco; formalização dos negócios, por meio da desburocratização, permitindo uma melhoriado ambiente de negócio nacional; redução da carga tributária com o objetivo de estimular o empreendedorismo; melhoria e racionalização dos processos tanto do ponto de vista dos empresários quanto do próprio governo, evitando falhas e retrabalhos; 3Simples Nacional: apuração e escrituração unificação dos tributos em diferentes níveis, simplificando os processos para torná-los mais práticos e objetivos; busca constante pela diminuição na informalidade e legalização de novas empresas, principalmente no que diz respeito ao Microempreendedor Individual (MEI). O MEI também foi um grande avanço e uma das mais das maiores van- tagens da adoção do Simples. Criado em 2008 com a promulgação da Lei Complementar nº. 128 (BRASIL, 2008), o MEI pode ser definido como um empresário individual que deverá atender os seguintes requisitos (CGSN, 2019, documento on-line): [...] ser optante pelo Simples Nacional e cumprir seus requisitos; • exercer profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços (art. 966 do Código Civil); • auferir receita bruta acumulada nos anos-calendário anterior e em curso de até R$ 81.000,00 (oitenta e um mil reais) – no caso de início de atividade, o limite deve ser de R$ 6.750,00 (seis mil setecentos e cinquenta reais) multiplicados pelo número de meses compreendidos entre o mês de início de atividade e o final do respectivo ano-calendário, consideradas as frações de meses como um mês inteiro; • exercer tão-somente as ocupações constantes do Anexo XI da Resolução CGSN nº 140, de 2018; • possuir um único estabelecimento; • não participar de outra empresa como titular, sócio ou administrador; • não contratar mais de um empregado, que só poderá receber 1 (um) salário mínimo previsto em lei federal ou estadual ou o piso salarial da categoria profissional, definido em lei federal ou por convenção coletiva da categoria (art. 18-C da Lei Complementar nº 123, de 2006); • não guardar, cumulativamente, com o contratante do serviço, relação de pessoalidade, subordinação e habitualidade; • não realizar suas atividades mediante cessão ou locação de mão de obra (art. 112, "caput", da Resolução CGSN nº 140, de 2018). Mesmo que o MEI não seja reconhecido como micro ou pequena empresa, é classificado como Simples. Adicionalmente, o MEI possui um sistema bastante simplificado para o recolhimento de impostos, denominado SIMEI, cujo valor é fixo, baseado no salário mínimo, e possui algumas diferenças de acordo com o tipo de atividade, ou seja, comércio, serviço ou produção. O MEI, entre outros objetivos, buscou legalizar pequenos negócios e, como é focado na pessoa do empreendedor, tem como ponto principal a questão Simples Nacional: apuração e escrituração4 previdenciária, ou seja, a contribuição junto ao INSS, já que o contribuinte faz o pagamento do imposto e tem sua cobertura, mas também contribui, financiando a previdência pública brasileira. Também é possível afirmar que o Simples auxiliou na facilidade de par- ticipação das micro e pequenas empresas no processo de compra de insumos ou, ainda, de matérias-primas para os seus processos produtivos. Ocorre que em algumas situações tais negócios tinham tamanho tão reduzido que não possuíam poder de negociação junto a fornecedores ou tinham dificuldades para obter as mercadorias, já que essas precisam ser adquiridas em grandes quantidades. Tal questão foi colocada em pauta na Lei Complementar nº. 123, conforme você vê a seguir: Art. 56. As microempresas ou as empresas de pequeno porte poderão realizar negócios de compra e venda de bens e serviços para os mercados nacional e internacional, por meio de sociedade de propósito específico, nos termos e condições estabelecidos pelo Poder Executivo federal. (Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 2014) § 1º Não poderão integrar a sociedade de que trata o caput deste artigo pessoas jurídicas não optantes pelo Simples Nacional. § 2º A sociedade de propósito específico de que trata este artigo: I - terá seus atos arquivados no Registro Público de Empresas Mercantis; II - terá por finalidade realizar: a) operações de compras para revenda às microempresas ou empresas de pequeno porte que sejam suas sócias; b) operações de venda de bens adquiridos das microempresas e empresas de peque- no porte que sejam suas sócias para pessoas jurídicas que não sejam suas sócias; III - poderá exercer atividades de promoção dos bens referidos na alínea b do inciso II deste parágrafo; IV - apurará o imposto de renda das pessoas jurídicas com base no lucro real, devendo manter a escrituração dos livros Diário e Razão; V - apurará a Cofins e a Contribuição para o PIS/Pasep de modo não-cu- mulativo; VI - exportará, exclusivamente, bens a ela destinados pelas microempresas e empresas de pequeno porte que dela façam parte; VII - será constituída como sociedade limitada; VIII - deverá, nas revendas às microempresas ou empresas de pequeno porte que sejam suas sócias, observar preço no mínimo igual ao das aquisições realizadas para revenda; e IX - deverá, nas revendas de bens adquiridos de microempresas ou empresas de pequeno porte que sejam suas sócias, observar preço no mínimo igual ao das aquisições desses bens. § 3º A aquisição de bens destinados à exportação pela sociedade de propósito específico não gera direito a créditos relativos a impostos ou contribuições abrangidos pelo Simples Nacional. 5Simples Nacional: apuração e escrituração § 4º A microempresa ou a empresa de pequeno porte não poderá participar simultaneamente de mais de uma sociedade de propósito específico de que trata este artigo. § 5º A sociedade de propósito específico de que trata este artigo não poderá: I - ser filial, sucursal, agência ou representação, no País, de pessoa jurídica com sede no exterior; II - ser constituída sob a forma de cooperativas, inclusive de consumo; III - participar do capital de outra pessoa jurídica; IV - exercer atividade de banco comercial, de investimentos e de desen- volvimento, de caixa econômica, de sociedade de crédito, financiamento e investimento ou de crédito imobiliário, de corretora ou de distribuidora de títulos, valores mobiliários e câmbio, de empresa de arrendamento mercantil, de seguros privados e de capitalização ou de previdência complementar; V - ser resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma de des- membramento de pessoa jurídica que tenha ocorrido em um dos 5 (cinco) anos-calendário anteriores; VI - exercer a atividade vedada às microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional. § 6º A inobservância do disposto no § 4º deste artigo acarretará a responsa- bilidade solidária das microempresas ou empresas de pequeno porte sócias da sociedade de propósito específico de que trata este artigo na hipótese em que seus titulares, sócios ou administradores conhecessem ou devessem conhecer tal inobservância. § 7º O Poder Executivo regulamentará o disposto neste artigo até 31 de dezembro de 2008 (BRASIL, 2006, documento on-line). Assim, a adoção do Simples também se mostrou essencial para que as próprias empresas pudessem ter ganhos de escala, comprando mais e pagando menos, reduzindo seus custos e explorando diferentes possibilidades tanto no mercado interno quanto no externo. Mais um fato que levou à adoção do Simples foi a possibilidade que empresas como o MEI, por exemplo, pudessem participar de prestações de serviço para outras empresas, já que essas exigiam Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e a emissão de nota fiscal para a comercialização de bens e serviços. Já para as outras empresas enquadradas no Simples, a Lei Complementar nº. 123/2006, alterada pela Lei Complementar nº. 147/2014, trouxe como avanço a agilidade na hora de participar de processos licitatórios, conforme segue: Art. 48. Para o cumprimento do disposto no art. 47 desta Lei Complementar, a administração pública:I - deverá realizar processo licitatório destinado exclusivamente à participação de microempresas e empresas de pequeno porte nos itens de contratação cujo valor seja de até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais); Simples Nacional: apuração e escrituração6 II - poderá, em relação aos processos licitatórios destinados à aquisição de obras e serviços, exigir dos licitantes a subcontratação de microempresa ou empresa de pequeno porte; III - deverá estabelecer, em certames para aquisição de bens de natureza divisível, cota de até 25% (vinte e cinco por cento) do objeto para a con- tratação de microempresas e empresas de pequeno porte (BRASIL, 2014, documento on-line). Pode-se concluir que o encerramento também passou a ser outro destaque na adoção do Simples, já que houve a criação do Sistema Nacional de Baixa Integrada de Empresas (SEBRAE, 2018). Para o encerramento, os empreende- dores somente precisam da certidão negativa junto à Junta Comercial, que será utilizada para a baixa do CNPJ. Destaca-se o fato de que esse processo pode ser feito atualmente mesmo que os tributos e taxas não estejam em dia, mas com a necessidade de que o empresário assuma os débitos (SEBRAE, 2018). Atividades que podem optar pelo Simples Nacional As atividades que podem optar pelo Simples são defi nidas segundo a Lei Complementar nº.123 (BRASIL, 2006), atualizada pelas Leis Complementares nº. 147 (BRASIL, 2014) e nº. 155 (BRASIL, 2016). É preciso lembrar que a lista sofre atualizações constantes e que existem atividades que são inseridas e outras que são retiradas de forma periódica, de acordo com mudanças da própria economia, questão tributária e exigências do mercado. Assim, você pode conferir, a seguir, algumas das principais atividades, mas outras estão detalhadas na Lei Complementar nº.123, com suas devidas atualizações a partir do § 5º-B. [...] creche, pré-escola e estabelecimento de ensino fundamental, escolas técnicas, profissionais e de ensino médio, de línguas estrangeiras, de artes, cursos técnicos de pilotagem, preparatórios para concursos, gerenciais e escolas livres; agência terceirizada de correios; agência de viagem e turismo; centro de formação de condutores de veículos automotores de transporte terrestre de passageiros e de carga; agência lotérica; serviços de instalação, de reparos e de manutenção em geral, bem como de usinagem, solda, tratamento e revestimento em metais; 7Simples Nacional: apuração e escrituração transporte municipal de passageiros; escritórios de serviços contábeis; produções cinematográficas, audiovisuais, artísticas e culturais, sua exibição ou apresentação, inclusive no caso de música, literatura, artes cênicas, artes visuais, cinematográficas e audiovisuais; fisioterapia; corretagem de seguros; arquitetura e urbanismo; medicina, inclusive laboratorial, e enfermagem; odontologia e prótese dentária; psicologia, psicanálise, terapia ocupacional, acupuntura, podologia, fonoau- diologia, clínicas de nutrição e de vacinação e bancos de leite; construção de imóveis e obras de engenharia em geral, inclusive sob a forma de subempreitada, execução de projetos e serviços de paisagismo, bem como decoração de interiores; serviço de vigilância, limpeza ou conservação; serviços advocatícios; administração e locação de imóveis de terceiros; academias de dança, de capoeira, de ioga e de artes marciais; academias de atividades físicas, desportivas, de natação e escolas de esportes; elaboração de programas de computadores, inclusive jogos eletrônicos, desde que desenvolvidos em estabelecimento do optante; licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de computação; planejamento, confecção, manutenção e atualização de páginas eletrônicas, desde que realizados em estabelecimento do optante; empresas montadoras de estandes para feiras; laboratórios de análises clínicas ou de patologia clínica; serviços de tomografia, diagnósticos médicos por imagem, registros gráficos e métodos óticos, bem como ressonância magnética; serviços de prótese em geral (BRASIL, 2006, documento on-line). A Lei Complementar nº. 123/2006 pode ser consultada no link a seguir e, nela, você pode conferir mais atividades que podem ser enquadradas como Simples ou ainda eventuais mudanças. https://qrgo.page.link/Tp5tH A opção, de acordo com a atividade principal, poderá ser feita no momento no início das atividades empresariais da organização. Porém, para aquelas empresas que já atuam e querem optar pelo Simples, segundo o Comitê Gestor Simples Nacional: apuração e escrituração8 do Simples Nacional (CGSN, 2019), a opção só poderá ser realizada em janeiro até o último dia útil do mês. Já a exclusão do Simples pode ser feita, conforme afirmam Andrade, Lins e Borges (2015), mediante ofício ou comunicação própria da ME ou EPP que deseja deixar o Simples de maneira espontânea e que também poderá ocorrer quando o limite da receita estiver sendo ultrapassado. Segundo o CGSN (2019, documento on-line), observam-se as seguintes situações: POR OPÇÃO, a qualquer tempo, produzindo efeitos: • a partir de 1º de janeiro do ano-calendário, se comunicada no próprio mês de janeiro; • a partir de 1º de janeiro do ano-calendário subsequente, se comunicada nos demais meses; OBRIGATORIAMENTE, quando (atualizado em função da Lei Complementar nº 155, de 2016 – válido a partir de 1º de janeiro de 2018): • a receita bruta acumulada no ano ultrapassar o limite de R$ 4.800.000,00 ou o limite adicional para exportação de mercadorias, de igual valor, hipótese em que a exclusão deverá ser comunicada: o até o último dia útil do mês subsequente à ultrapassagem, em mais de 20%, de um dos limites referidos, produzindo efeitos a partir do mês subsequente ao do excesso; o até o último dia útil do mês de janeiro do ano-calendário subsequente, à ultrapassagem em até 20%, de um dos limites referidos, produzindo efeitos a partir do ano-calendário subsequente ao do excesso; • a receita bruta acumulada, no ano-calendário de início de atividade, ultrapas- sar o limite proporcional ou o limite adicional proporcional para exportação de mercadorias, hipótese em que a exclusão deverá ser comunicada: o até o último dia útil do mês subsequente à ultrapassagem, em mais de 20%, de um dos limites referidos, produzindo efeitos retroativamente ao início de atividades; o até o último dia útil do mês de janeiro do ano-calendário subsequente à ultrapassagem, em até 20%, de um dos limites referidos, produzindo efeitos a partir de 1º de janeiro do ano calendário subsequente; • incorrer nas hipóteses de vedação previstas nos incisos II a XIV e XVI a XXV do art. 15 da Resolução CGSN nº 140, de 2018, hipótese em que a exclusão: o deverá ser comunicada até o último dia útil do mês subsequente ao da ocorrência da situação de vedação; o produzirá efeitos a partir do primeiro dia do mês seguinte ao da ocorrência da situação de vedação; • possuir débito com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), ou com as Fazendas Públicas Federal, Estadual ou Municipal, cuja exigibilidade não esteja suspensa, hipótese em que a exclusão: o deverá ser comunicada até o último dia útil do mês subsequente ao da situação de vedação; o produzirá efeitos a partir do ano-calendário subsequente ao da comunicação. • incorrer, desde o ingresso no Simples Nacional, em alguma das hipóteses de vedação previstas no art. 15 da Resolução CGSN nº 140, de 2018, hipótese em que a exclusão produzirá efeitos desde a data da opção. 9Simples Nacional: apuração e escrituração Concluindo, Andrade, Lins e Borges (2015) ainda alertam para o fato de que, quando uma empresa é excluída do Simples, a partir do período em que se processarem os efeitos dessa exclusão, essa organização deve sujeitar-se às normas tributárias que são aplicáveis às demais pessoas jurídicas, ou seja, ao tipo tributário escolhido. Tributos abrangidos pelo Simples Nacional Bazzi (2019) cita que um dos diferenciais do Simples é a sistemáticadife- renciada para arrecadação de tributos, que foi idealizada para a adoção da metodologia não só para as empresas, mas também para o próprio fi sco. Segundo a Lei Complementar nº. 123, em seu artigo 13, os impostos a serem recolhidos mediante documento único de arrecadação são: • Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurí dica (IRPJ); • Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); • Contribuiç ã o Social sobre o Lucro Lí quido (CSLL); • Contribuiç ã o para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS); • Contribuiç ã o para o PIS/PASEP; • Contribuiç ã o Patronal Previdenciá ria (CPP); • Imposto sobre Operaç õ es Relativas à Circulaç ã o de Mercadorias e Sobre Prestaç õ es de Serviç os de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicaç ã o (ICMS); • Imposto sobre Serviç os de Qualquer Natureza (ISS) (BRASIL, 2006, do- cumento on-line). As empresas do Simples ficam desobrigadas a recolher as contribuições do Sistema S, ou ainda aquelas destinadas ao Sesc, Sesi, Senai, Senai e Sebrae. As micro e pequenas empresas também não farão o recolhimento de salário educação e de contribuição sindical patronal (BAZZI, 2019). De acordo com o (CGSN, 2019, 2019, documento on-line), é preciso lembrar que, apesar do recolhimento mensal em documento único dos tributos ante- riormente relacionados, não se excluem outros tributos, como, por exemplo, “Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou Relativas a Títulos Simples Nacional: apuração e escrituração10 ou Valores Mobiliários (IOF), Imposto sobre a Importação (II), Imposto sobre a Exportação (IE), Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR)”, entre outros, dependendo das operações. O Simples, atualmente, é composto por seis diferentes faixas, aplicadas de acordo com a atividade e a receita bruta da empresa. A receita bruta pode ser melhor entendida da seguinte forma: ( = ) Receita bruta; ( + ) Receita da venda de bens nas operações por conta própria da empresa; ( + ) Receita da venda de serviços nas operações por conta própria da empresa; ( + ) Resulta nas operações em conta alheia; ( - ) Receitas de vendas/prestação de serviços canceladas; ( - ) Valor de descontos incondicionais concedidos (BRASIL, 2006, docu- mento on-line). Assim, com base nesta questão da receita bruta, por exemplo, um comércio (anexo I da Lei Complementar nº. 123) teria as alíquotas e faixas indicadas no Quadro 2. Fonte: Adaptado de Brasil (2006). Receita bruta total em 12 meses Alíquota Quanto descontar do valor recolhido Até R$ 180.000,00 4% 0% De 180.000,01 a 360.000,00 7,3% R$ 5.940,00 De 360.000,01 a 720.000,00 9,5% R$ 13.860,00 De 720.000,01 a 1.800.000,00 10,7% R$ 22.500,00 De 1.800.00,01 a 3.600.000,00 14,3% R$ 87.300,00 De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 19% R$ 378.000,00 Quadro 2. Participantes: empresas de comércio (lojas em geral) O anexo II da Lei Complementar nº. 123 é composto por fábricas/indús- trias e empresas industriais, enquanto o anexo III é composto, entre outros, por empresas de serviços de instalação reparos e manutenção, agências de viagem, academias, laboratórios, relacionadas à medicina e odontologia. O 11Simples Nacional: apuração e escrituração anexo IV, detalhado conforme o § 5º- C do artigo 18 da Lei Complementar nº. 123, apresenta prestadores de serviços de limpeza, construção, serviços de advocacia, limpeza e vigilância. Por fim, o anexo V contempla auditoria, publicidade, engenharia e outros (BRASIL, 2006). Conclui-se que o sistema de cálculo é facilitado por meio da aplicação de um percentual sobre a receita bruta de acordo com a atividade do negócio, o que, conforme foi visto, busca facilitar tanto para o empresário quanto para o governo, que foi criando mecanismos para tornar todo o processo do Simples mais prático e rápido. ANDRADE, E. S. M.; LINS, L. dos S.; BORGES, V. L. Contabilidade tributária: em enfoque prático nas áreas federal, estadual e municipal. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2015. BAZZI, S. Gestão Tributária. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2019. BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao. htm. Acesso em: 30 set. 2019. BRASIL. Lei complementar nº. 123, de 14 de dezembro de 2006. Institui o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte; altera dispositivos das Leis no 8.212 e 8.213, ambas de 24 de julho de 1991, da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, da Lei no 10.189, de 14 de fevereiro de 2001, da Lei Complementar no 63, de 11 de janeiro de 1990; e revoga as Leis no 9.317, de 5 de dezembro de 1996, e 9.841, de 5 de outubro de 1999. Brasília, DF, 2006. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp123.htm. Acesso em: 30 set. 2019. BRASIL. Lei complementar nº. 128, de 19 de dezembro de 2008. Altera a Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006, altera as Leis nos 8.212, de 24 de julho de 1991, 8.213, de 24 de julho de 1991, 10.406, de 10 de janeiro de 2002 – Código Civil, 8.029, de 12 de abril de 1990, e dá outras providências. Brasília, DF, 2008. Disponível em: http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp128.htm. Acesso em: 30 set. 2019. BRASIL. Lei complementar nº. 147, de 7 de agosto de 2014. Altera a Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006, e as Leis nos 5.889, de 8 de junho de 1973, 11.101, de 9 de fevereiro de 2005, 9.099, de 26 de setembro de 1995, 11.598, de 3 de dezembro de 2007, 8.934, de 18 de novembro de 1994, 10.406, de 10 de janeiro de 2002, e 8.666, de 21 de junho de 1993; e dá outras providências. Brasília, DF, 2014. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp147.htm. Acesso em: 30 set. 2019. Simples Nacional: apuração e escrituração12 BRASIL. Lei complementar nº. 155, de 27 de outubro de 2016. Altera a Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006, para reorganizar e simplificar a metodologia de apuração do imposto devido por optantes pelo Simples Nacional; altera as Leis nos 9.613, de 3 de março de 1998, 12.512, de 14 de outubro de 2011, e 7.998, de 11 de janeiro de 1990; e revoga dispositivo da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991. Brasília, DF, 2016. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp155.htm. Acesso em: 30 set. 2019. CGSN. Perguntas e respostas simples nacional. Brasília: Receita Federal, 2019. Disponível em: http://www8.receita.fazenda.gov.br/SimplesNacional/Arquivos/manual/Pergun- taoSN.pdf. Acesso em: 30 set. 2019. SEBRAE. Perfil das microempresas e empresas de pequeno porte. Brasília: SEBRAE, 2018. Disponível em: http://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/RO/Anexos/ Perfil%20das%20ME%20e%20EPP%20-%2004%202018.pdf. Acesso em: 30 set. 2019. 13Simples Nacional: apuração e escrituração DICA DO PROFESSOR Assista no vídeo algumas informações importantes sobre Simples Nacional. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) O Simples Nacional unifica os impostos em um única guia; estes impostos são: A) IRRF, FGTS, PIS e INSS. B) IRPJ, CSLL, PIS, COFINS, ICMS, IPI, INSS patronal e ISS. C) IRPJ, CSLL, PIS e COFINS. D) IPVA, ICMS e ITCMD. E) IPTU, ISS e ITBI. 2) A Declaração Anual do Simples Nacional chama-se: A) DASN. B) DIRF. C) RAIS. D) SPED ECD. E) SPED ECF. 3) A faixa de faturamento para microempresa é: A) De até R$ 60.000,00. B) De R$ 360.000,00 até R$ 3.600.000,00. C) De até R$ 360.000,00. D) De até 50.000,00. E) Acima de 3.800.000,00. 4) As alíquotas do Anexo "I" incidentes pelo Simples Nacional variam em: A) As alíquotas variam de 4,00% a 19,00% (total). B) As alíquotas variam de 4,5% a 30,00% (total). C) As alíquotas variam de 6,00 a 33,00% (total). D) As alíquotas variam de 4,5 a 33,00% (total). E) As alíquotas variam de 15,50 a 30,50% (total). 5) Uma das vantagens de ser optante pelo Simples Nacional é: A)a) O Simples Nacional é calculado com base no faturamento anual, em vez do lucro. B) b) Arrecadação única de 8 tributos por meio de uma só alíquota. C) c) Que tenha outra pessoa jurídica como acionista. D) d) Empresas de cujo capital participe outra pessoa jurídica. E) e) No caso das microempresas, o empresário, a pessoa jurídica ou a ela equiparada aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00. NA PRÁTICA Observe a demonstração de como se faz o cálculo para pagamento da guia única do Simples Nacional. A Empresa ABC é uma prestadora de serviços que tem uma receita estimada de R$245.000,00 para o mês de janeiro de 2012. No ano de 2011, fez a opção pelo Simples Nacional e obteve uma receita bruta acumulada no ano de R$3.520.000,00. SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Como se calcula o valor do Simples Nacional a pagar. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Carnê da Cidadania não é fraude. Entenda! Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
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