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MICOSES SUBCUTÂNEAS (traumatismo) Infecções causadas por um grupo diversificado de fungos (fungos sapróbios do solo e de vegetais) que ataca os homens e animais, causando invasão do tecido (traumatismo), podendo ser localizada ou se disseminar; Principal grupo de risco: Agricultor (por conta do trabalho direto com o solo) DOENÇA DE JORGE LOBO - Lobomicose ou Lacaziose; Agente etiológico: Loboa loboi, Lacazia loboi (termo mais assíduo); Descrita por Lobo em 1931 - Recife; Clinicamente, causa lesões cutâneas similares a QUELOIDE; Micose compatível observada de golfinhos Epidemiologia: Incidência - Acre e Amazonas: Por conta das altas pluviosidades, florestas e altas temperaturas. Acometendo os homens - Agricultores, pela caça e pesca. E as lesões aparecem após o traumatismo. Diagnóstico Clínico: Acometimento do tecido subcutâneo, mas o seu principal problema é estético. Acomete mais os membros inferiores (pés), pavilhões auriculares e membros superiores; Sendo lesões paulosas, volumosa, aspecto tumoral, lisas e brilhantes, lembrando muito QUELOIDE; Levemente pruriginosa, sem dor, sem febre ou mal-estar; Redicivante: por mais que seja tratado, pode acontecer que ele volte (deve ser bem tratada!); Diagnóstico laboratorial: Anestesia local, para ser feita a escarificação dérmica ou biópsia; Exame direto: várias leveduras, com dupla parede, agrupadas em cadeia; Fungo não cultivável. Coloração de Gomori - alaranjado/avermelhado; Tratamento: Cirúrgico (melhor alternativa); Antimicóticos - não trazem resultados satisfatórios; Clofazimina - Hansen (100-200 mg/dia) Associação com Itraconazol (100 mg/dia) = melhor sucesso terapêutico; ESPOROTRICOSE Doença subaguda ou crônica do homem e animais Agente etiologia: Sporothrix schenckii; Fungo dimórfico; Micose subcutânea mais comum no Brasil; Fonte de infecção: solo Grupo de risco: Agricultores; Patogenia: Doença contagiosa, onde a contaminação acontece por traumatismo do fungo geofílico; Casos: picadas de insetos, ratos, cachorros, gatos, cavalos, peixes; Predisposição: floristas, fazendeiros, feirantes, crianças com arranhões na face (gatos não domésticos); Manifestações clínicas: Cutânea-linfática - Começa com cancro esporotricóide (úlcera na pele); Lesões com trajeto ascendente, formando nódulos indolores, podendo amolecer e ulcerar, sendo comum nos membros (adultos) e face (criança); Cutânea localizada; Cutânea disseminada; Extracutânea - pulmonar e óssea; Diagnóstico laboratorial: Exame micológico direto - raramente encontrado pelo tamanho do fungo; Amostra clínica: raspagem e/ou punção ganglionar, biópsia da pele ou orgãos profundos; Cultura: Crescimento em 3-5 dias; T°C ambiente - Colônia enrugada com bordos enegrecidos (melanina); Hifas hialinas, ramificadas e septadas; Conídios em cachos terminais que lembram margaridas; 37° C - levedura de cor amarelada; Histopatologia: Presença de corpos asteroides (fungo revestido de Anticorpos) - Muito neutrófilos polimorfonucleares (característica de processo purulento); Tratamento: Iodeto de potássio 2% (solução - tópico); Itraconazol 200 mg (comprimido); Terbinefina 250 mg (comprimido); Anfotericina B lipossomal 50 mg (E.V). RINOSPORIDIOSE Infecção granulomatosa de evolução crônica e benigna que afeta, preferencialmente, as mucosas nasais e conjuntival do homem e animais. Agente etiologico: Rhinosporidium seeberi (não é um fungo (micro-organismo protozoário), mas suas características são em comum com as micoses subcutâneas causadas por fungos); Não transmite de homem para homem, sua transmissão é por águas estagnadas, açudes e poeira; Já foi relatado como sendo um parasita de peixes, mas pode acometer homem e animais; Afetando, majoritariamente a mucosa nasal e ocular; Tamanho de 300 µm de diâmetro Epidemiologia: Endêmica na Índia; Região Nordeste (ocidental), no Brasil; Sendo descrita em equino, bovinos e aves. Quadro Clínico: Massa polipoide unilateral na cavidade nasal - limitada ou exteriorizada; Superfície irregular, eritematosa e com pontos brancos (esporângios); Sangra com facilidade - Epistaxe; Obstrução nasal - motivo de consulta! Diagnóstico: Histopatologia Biópsia - reação inflamatória crônica; Plasmócitos e linfócitos predominando; Visualização de esporângios. Tratamento: Extirpação cirúrgica e eletrocauterização da base são melhores; Dapsona - prevenir recorrências; Nada de antifúngico; MICETOMA Infecções crônicas da pele e tecido subcutâneo, nodulares, as quais fistulizam com o tempo e drenam secreção sanguinolenta, contendo microcolônias do agente - os grãos parasitários. Eumicetomo - Micetonas provocados por fungos: Demâceos ou Hialinos (negros ou brancos) Negro Madurella micetimatis; Madurella grisea; Corynespora cassiicola; Exophiala jeanselmei; Pyrenochaeta romeroi; Leptosphaeria senegalensis; Curvularia lunata; Chaetospheronema iarense. Branco Pseudoallescheria boydii; Acremonium falciforme; Neotestudina rosatii; Fusarium moniliforme; Aspergillus nidulans. Actinomicetoma/actinomicótico - Micetonas provocados por bactérias: Brancos ou Amarelados Actinomadura madurae; Streptomyces somaliensis; Nocrdia brasiliensis (morfologia cultural - cerebriforme); Nocardia asteroides; Nocardia caviae. Vermelhos e pretos Actinomadura pelletieri; Streptomyces paraguayensis. Epidemiologia: América do Sul - Boa incidência em decorrência das condições ambientais; Indivíduos entre 20-50 anos - Homens; Prognóstico - Invalidez parcial ou total e óbito se não tratado; Manifestações Clínicas: Localização especialmente podal; Lesões simples ou multiplas, com tumefações deformantes (lembra um pouco a elefantiase), duras a palpação, fistulizadas, drenantes. Diagnóstico laboratorial: Amostra clínica: colher com um swab, nas lesões que drenam espontaneamente; nas lesões fechadas, fazer punção; Biópsia; Tratamento da amostra: lavagem 3 vezes (coloca solução salina, centrifuga, despreza sobrenadante, pega o sedimento e repete mais duas vezes - limpar a amostra e precipitar os grãos mais pesados). Cultura: Ágar sabouraud (com e sem antíbiotico) e BHI; Micetoma eumicótico: grãos constituidos de filamentos micelianos septados, claros ou castanhos; Micetoma actinomicótico: grão que apresentam estruturas filamentosas, finas que se fragmentam em que estruturas bacilares ou cocóides. Tratamento: Actinomicetomas: Estreptomicina + dapsona; Sulfametaxol + trimetropin; Eucimetomas: Itraconazol, fluconazol; Cirurgia: recomendado em ambos os casos. CROMOMICOSE Infecção micótica crônica, da pele e tecido subcutâneo; Acomete especialmente homens; Fungos demáceos; Agente etiológico: Fonsecaea pedrosoi, Phialophora verrucosa, Cladosporium carrioni e Rhinocladiella aquaspersa. Manifestações clínicas: Lesões polimórficas, eritemato-descamativas, geralmete verrucosa, ulcerada ou não; Placas ou nodulares; Geralmente em membros inferiores. Diagnóstico laboratorial: Amostras clínicas: raspagem das lesões. Colheita das secreções com swabs e biópsia de tecido. Exame direto: corpos escleróticos ou fumagóides; Biópsia: aumenta a possibilidade de ver as estruturas fúngicas (+++); Cultura: Ágar Sabouraud com cloranfenicol e mycosel/Temperatura Ambiente; Características macroscópicas: colônias de crescimento lento, aveludada e de cor escuras; Diagnóstico diferencial: Esporotricos verrucosa, micetoma, leishmaniose verrucos, lobomicose. Tratamento: Iodeto de potássio Fluocitosina Anfotericina B Crioterapia (congelamento de tecido). FEO-HIFOMICOSE Infecções causadas por fungos demáceos Macrologicamentes iguais, necessitando então de retirada de fragmento para ter a certeza da espécie pois apresentará micromorfologia diferente, a partir de suas hifas reprodutivas. MICOSES PROFUNDAS (inalação) Infecções fúngicas que vão acometer partes, órgãos (sistemas mais internos do corpo) PARACOCCIDIOIDOMICOSE Infecção descoberta no Brasil pelo pesquisador Lutz em 1908 - SP; Agente etiológico: Paracoccidioides brasiliensis; P. lutzii; Fungo: Dimórfico; Doença potencialmente incapacitante - Processo inflamatório crônico:necrose; Nos materiais biológicos - levedura em forma de "roda de leme de navio" e "mickey mouse", devido aos multibrotamentos (2 ou mais). Epidemiologia Ambiente rural: solo e vegetação; Reservatório animal: tatus; América latina; Brasil - região Sudeste, Centro-Oeste e Sul (>umidade); 1-3 casos/100.000hab/ano; Homem (80%); 30-50 anos; < Mulheres - estrógenos como papel protetor (se ligam a receptores do fungo inibindo a conversão do conídio em levedura). Patogenia Infecção por implantação traumática; Anorretal; Inalatório (principal); Sem relatos de transmissão homem para homem Disseminação por via hematogênica e linfática Manifestações clínicas Pulmonar: Tosse, expectoração, hemoptise (catarro muco-sanguinolento), infiltrado pulmonar bilateral; Lesão ulcerativa: boca, nariz, orofaringe, laringe, pele; Adenomegalia - enfartamento dos gânglios linfáticos; Hepatomegalia - fígado aumentado; Esplenomegalia - baço aumentado; TGI: náuseas, êmese, diarreia; SNC: cefaleia; Ossos e articulações; Co-infecção e oportunismo Co-infecção: Tuberculose pulmonar, Sífilis, Criptococose; Micose oportunista: AIDS, quimioterapia. Diagnóstico laboratorial Amostras: secreções, fluidos e fragmentos de tecidos; Exame direto: KOH - clarificador; Cultura: Sabouraud e Mycosel - T°C Ambiente e 37 °C T°C amb: hifas hialinas, septadas, clamifoconídios, colônia algodonosa. 37 °C: Cerebriforme. Leveduriforme: procurar os multibrotamentos. Tratamento Anfotericina B lipossomal - muito eficaz; Itraconazol; Cetoconazol; Sulfametoxazol + trimetoprima. Sequelas e prognóstico 10% dos casos - destruição tecidual: cicatrizes cutâneas; insuficiência respiratória; fratura de ossos; icterícia crônica; défcit neurológico. HISTOPLASMOSE Agente etiológico: Histoplasma capsulatum Possuindo duas variedades: Capsulatum - histoplasmose clássica ou doença de cavernas; Duboisii - histoplasmose africana. Fungo: dimórfico; Micose cosmopolita; Estima-se 100.000 novos casos anualmente disseminada no mundo Epidemiologia Habitat natural: solo - forma filamentosa Isolado em: cavernas (morcegos - fezes), galinheiros, ocos de árvores; Revolvimento dos solos: dispersão de microconídios - vento pode espalhar o fungo por até 20 km; Não transmite de homem para homem. Patogenia Inalação - alvéolos - macrófagos (fagocita) - Pneumonite focal; H. capsulatim - linfonodos - sangue - focos secundários - imunidade celular - reação granulomatosa. Manifestações clínicas Infecção assintomática; Histoplasmose aguda; Histoplasmose pulmonar crônica; Histoplasmose disseminada. Diagnóstico laboratorial Exame direto: Esfregaço de escarro + KOH (praticamente impossível detectar por ser muito pequeno); Biopsia ou aspirado de medula - levedura ovoide unibrotante fagocitadas por macrófagos. Cultura: Ágar Sabouraud com cloranfenicol ou Mycosel 25 °C (até 12 semanas) - colônia algodonosa branca. Presença de hifas hialinas, ramificadas e septadas + micro e macroconídeos. Fase de conversão para levedura: Repique da fase filamentosa em ágar-sangue, BHI, meio de conversão e Incubar a 37 °C (vai crescer leveduriforme); Profilaxia Limpeza de galinheiros, celeiros, forros de construção; Usar máscara; Desinfecção com formalina a 3%. Tratamento Regressão espontânea; Anfotericina B (IV); Itraconazol (comprimido) CRIPTOCOCOSE Agente etiologico: Cryptococcus neoformans; Cryptococcus gattii Oportunista: corticosteróides, transplantes, AIDS (pessoas susceptíveis); Levedura capsulada; Epidemiologia Consenso em criptococose publicado em 2008 - mortalidade estima-se 10%, mas pode chegar em até 43% nos países em desenvolvimento; Cosmopolita; Encontrada em excretas ricas em compostos nitrogenados: pombos (principal vetor), canários, periquitos; Ocos de árvores; Elevada morbimortalidade (demora no diagnóstico); Não é transmitida de homem para homem. Patogenia Via inalatória; Fatores de virulência - termotolerância (37 °C); Síntese de melanina; Presença de cápsula; O fungo deixa-se ser fagocitado pelos macrófagos aveolares, porém não é digerido, conseguindo escapar dos macrófagos e se disseminando até alcançar o sistema nervoso central (tropismo pelo sistema nervoso central, pois no cérebro tem muito dopamina e é um substrato para o processo de síntese da melanina). Manifestações clínicas Criptococose pulmonar: regressiva e progressiva (Tosse, escarro mucoide, dor torácica); Criptococose disseminada: meningoencefalite (diagnóstico clínico) e Lesões cutâneas (10%). Diagnóstico laboratorial Amostra: escarro, líquor (aceitável em até 2 horas após coleta) - suspeite de meningite; Exame direto: visualização da levedura capsulada com tinta nanquim (tinta da china) - fungo não é corado, ficará apenas mais evidente pelo contraste com o fundo preto; Cultura: Ágar Sabouraud com antibiótico; Ágar niger (meio que estímula a produção de melanina); Teste rápido; Urease positiva - neoformans (pink); Prova bioquímica: Meio de L-canavania, glicina e azul de bromotimol (CGB) - Gattii, consegue crescer no CGB, por ser resistente. Tratamento Itraconazol; Anfotericina B; Fluconazol - boa distribuição (SNC) Prevenção Evitar chegar perto de pombos; Passou perto, eles bateram as assas, prender a respiração. Usar máscara ao entrar em galinheiros; Se for lavar excretas de aves, molhá-las primeiro. MICOSES OPORTUNISTAS Aquelas causadas por fungos pouco patogênicos ou não-patogênico ao hospedeiro normal, mas que aproveitam de um déficit do sistema imunológico para expressar seu poder patogênico. ASPERGILOSE Gênero: Aspergillus (fungo filamentoso); Espécies: A. flavus (conidióforo um pouco diferente), A. parasiticus, A. fumigatus (fungo filamentoso, aveludado, meio esverdeado com presença de conidioforo), A. niger (coloração preta na cultura). Ubiquitários: solo, residências, ar condicionado; Infecção: via inalatória; Curiosidade: Aspergillus, deriva do aspersório. Manifestações clínicas Aspergilose cutânea - implantação em grandes queimadas, cujas lesões são polimórficas; Onicomicose - A. terreus; Sinusite aspergilar: lesão nos seios paranasais, cujo prognóstico é desfavorável, pela capacidade de destruição óssea; Aspergilose pulmonar invasiva: nasocomial. Pode causar alergias: eosinofília e aumento de IgE; Otomicose - 90% A. niger; Há relação do A. niger com Tinea capitis; Micotoxicoses: A. flavus e A. parasiticus - aflotoxinas: B1, B2, G1 e G2 - quando se desenvolve principalmente em grãos mal armazenados. Aspergiloma (bola fúngica) - Associada a uma cavidade preexistente por tuberculose. Fungemias Disseminação do fungo para todo o corpo. Diagnóstico laboratorial Coleta dos espécimes clínicos (3 amostras - para afastar a possibilidade de falso positivo (contaminação)); Exame direto: HOK Histopalógico: HE, Gomori; Obs.: Hifas hialinas, ramificadas e septadas; Cabeças aspergilares em algumas lesões superficiais. Cultura: Ágar Sabouraud com antibiótico (crescimento 3-4 dias); Pesquisa de galactomanana - Detectado a partir do sangue (soro) ou lavado brônquico alveolar; Recomendada 2x por semana para paciente com neoplasias hematológicas de alto risco de AI; Ideal 2 exames de amostras distintas para afirmar (+): riscos de interferentes. FUSARIOSE Gênero: Fusarium; Importante fitopatógeno; Espécies: F. solani, F. oxysporum e F. monilifirme. Manifestação clínica Quadro superficial - invasivo; Principais: Ceratites - infecção da córnea (mais comum de adquirir a infecção), Micetomas, Comprometimentos ungueais, Disseminada. Diagnóstico laboratorial Fungo contaminante: micológico e histopatológico Exame direto: KOH; Obs.: Hifas hialinas, septadas, ramificadas, clamidoconídios. Cultura: Ágar Sabourad (2-4 dias), Ágar Batata (estimular hifas reprodutivas). Coloração meio violeta; Macroconídios em forma de vagem, canoa. Tratamento Anfotericina B, Clotrimazol 1%, fluconazol tópico e oral; Excisão cirúrgica: micetomas MUCORMICOSE Infecções causadas por fungos da ordem Mucorales (classe Zygomicetes); Apresentam hifas cenocíticas, largas; Fungos saprófitos do solo; Agente etiológico: Mucor, Rhizopus, Rhizomucor,Absidia; Transmissão: inalação, ingestão de alimentos, traumatismo. Manifestações clínicas Cutânea/subcutânea; Pulmonar; Rinocerebral (50% dos casos); Gastrintestinal; Disseminada Diagnóstico laboratorial Exame direto: KOH; Obs.: Hifas largas, dimensão irregular, hialinas, cenocíticas; Cultura: Ágar Sabouraud (sem cicloeximida) - 4 dias. Sugere-se colocar na cultura pão umedecido - algum substrato presente no pão potencializa o crescimento do fungo. Obs.: Micélio aéreo, algodonoso, conídios grandes. Tratamento Cirúrgico; Anfotericina B lipossomal; Remover fatores predisponentes. Obs.: Hifas largas no exame direto pode tratar - ligar logo pro médico, comunicando o achado. CANDIDÍASE Mais frequente infecção fúngica oportunista, causada por levedura: Candida sp. (extremamente importante identificar a espécime para influenciar no tratamento); Distribuição geográfica: cosmopolita; Habitat: TGI, boca e a mucosa vaginal; Agente etiológico: C. albicans (forma hifas), C. tropicalis (forma hifas), C. parapsilosis (pseudo-hifas), C. glabrata (não forma hifas), C. krusei (até aqui mais comum), C. lusitanae, C. rugosa, C. guilliermondi, C. auris (resistente aos azólicos, anfotericina B - micafungina (bom resultado), candida emergente). Patogenia Fatores de virulência: proteinases e lipases; Crescem a 37 °C - potencial patogênico ao homem (LEVEDURA); Formam hifas e pseudo-hifas - dificultar a fagocitose e permite invasão; Formação de Biofilme - para se livrar dos medicamentos ou reproduzir. Muito comum em pacientes imunossuprimido com HIV/AIDS; Manifestações clínicas Cutânea-mucosa: Intertriginosa - Localização: interglútea, axilares, inguinocrurais, interdigitais, inframamárias. Manifestações: eritema, lesão úmida, escamosas, vesículas, fissura que não sangra. Obs.: Crianças com fraldas sujas por muito tempo podem causar assaduras por candida. Onicomicose - região próximal; Oral:quelite, "sapinho"; Vulvovaginite; Balonopostite - no pênis; Congenita. Disseminada ou visceral: Surge de infecção localizada; Fatores relacionados ao hospedeiro: cateterismo, sondagens, queimaduras...; Fatores relacionados ao fungo: melhor adesividade celular, pseudo-hifas e hifas; Um ou mais órgãos acometidos. Diagnóstico laboratorial Lesões úmidas: swab + salina; Lesões secas: raspado; Amostras: aspirados, biopsia...; Exame direto: KOH - leveduras, blastoconídios + pseudo-hifas ou hifas; Prova do tubo germinativo; Obs.: C. albicans e C. tropicalis - hifas verdadeiras. Prova do tubo germinativo - Identificação presuntiva de Candida albicans; Hifa verdadeira a partir da levedura; Soro humano ou clara de ovo (0,5 mL); Retirar pequeno inoculo com alça (colônia de 24h); Incubar o tubo a 37 °C por 2-3h; Visualizar entre lâmina e lamínula. Se formar uma constrição entre a levedura e a hifa e se não formar a hifa - tubo germinativo negativo. Para ser positivo, não pode ter constrição. Cultura: Ágar Sabouraud + cloranfenicol ou CHRMOágar (no mínimo - depedendo da cor pode-se diferenciar as espécies (cor é subjetiva)); Mycosel: C. parapsilosis e C. kruzei não crescem; Microcultivo - técnica em lâmina; 37 °C - incubação. Prova do Clamidoconídio Mais de 90% de C. albicans; Ágar extrato de arroz; 3 estrias após tocar colônia; Coloca para incubar; Cobre com lamínula; Aparecem entre 24-48h; Visualizar. Automação - identificam espécies, perfil de sensibilidade, mecanismo de resistência. Tratamento Uso tópico ou sistêmico; Nistatina, Anfotericina B, cetoconazol, fluconazol; C. kruzei e C. glabrata - resistência intrínseca a fluconazol; C. albicans: Equinocandinas - caspofungina, micafungina (respondendo bem) e anidulafungina Obs.: tratamento do casal.