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Agente da esquistossomose mansoni ou moléstia de Pirajá da Silva, ocorrendo na África, Antilhas e América do Sul. Popularmente conhecida como “xistose”, “barriga-d’água” ou “mal do caramujo”. As espécies do gênero Schistosoma que afetam o homem chegaram às América durante o tráfico de escravos e com os imigrantes orientais, apenas o S. mansoni se fixou no Brasil pelo encontro de bons hospedeiros intermediários e condições ambientais semelhantes às da região de origem. As fases que podem ser encontradas em seu ciclo evolutivo são: adulto (macho e fêmea), ovo, miracídio, esporocisto e cercaria; Mede cerca de 1 cm. Tem cor esbranquiçada Tegumento recoberto de minúsculas projeções (tubérculos). Corpo dividido em duas porções: anterior, na qual encontramos a ventosa oral e a ventosa ventral (acetábulo), e a posterior (que se inicia logo após a ventosa ventral), onde encontra-se o canal ginecóforo; Canal ginecóforo são dobras das laterais do corpo no sentido longitudinal para albergar a fêmea e fecundá-la. Atrás do acetábulo se encontra 7 a 9 massas testiculares que se abrem diretamente no canal ginecóforo (o verme não apresenta órgão copulador e, assim, os espermatozóides passam pelos canais deferentes, que se abrem no poro genital, dentro do canal ginecóforo, e aí alcançam a fêmea, fecundando-a) Mede cerca de 1,5 cm. Tem cor mais escura devido ao contato com sangue semidigerido Com tegumento liso. Na extremidade anterior possui a ventosa oral e o acetábulo. Após se encontra a vulva, depois o útero (com 1 ou 2 ovos ) e o ovário. A metade posterior é preenchida pelas glândulas vitelogênicas (ou vitelinas) e o ceco. Mede cerca de 150 micrômetros de comprimento por 60 de largura Sem opérculo Com um formato oval Na parte mais larga apresenta um espículo voltado para trás. O que caracteriza o ovo maduro é a presença de um miracídio formado, visível pela transparência da casca. O ovo maduro é a forma usualmente encontrada nas fezes Forma cilíndrica, com dimensões médias de 180 micrômetros de comprimento por 64 micrômetros de largura. Apresenta células epidérmicas, onde se implantam os cílios, os quais permitem o movimento no meio aquático. Papila apical ou terebratorium, que pode se amoldar em forma de ventosa. No terebratorium encontram-se as terminações das glândulas adesivas anteriormente denominadas “glândulas de penetração” e “sacos digestivos”, e as terminações da glândula de penetração anteriormente denominada “tubo digestivo primitivo”. Ainda no terebratorium se encontra um conjunto de cílios maiores e espículos anteriores, importantes no processo de penetração nos moluscos, e possui terminações nervosas, que teriam funções tácteis e sensoriais. O aparelho excretor é composto por solenócitos, também chamados “células em labareda”, “células flama” ou “células em chama”. Elas são em número de quatro, apresentando-se em pares, e estão ligadas por um sistema de canalículos que são drenados para uma ampola excretora, a qual termina no poro excretor. O sistema nervoso é muito primitivo, sendo uma massa celular nervosa central que se ramifica e se conecta com células nervosas periféricas por meio de cordões nervosos formados de células bipolares. A contratilidade e motilidade da larva são comandadas por este sistema, que aciona a camada muscular subepitelial. As células germinativas, em número de 50 a 100, que darão continuidade ao ciclo no caramujo, encontram-se na parte anterior do corpo da larva. Comprimento total de 500 micrômetros cauda bifurcada medindo 230 por 50 micrômetros e corpo cercariano com 190 por 70 micrômetros. Duas ventosas presentes. A ventosa oral apresenta as terminações das chamadas glândulas de penetração, quatro pares pré-acetabulares e quatro pares pós-acetabulares, e abertura que se conecta com o chamado intestino primitivo, primórdio do sistema digestivo. A ventosa ventral, ou acetábulo, é maior e apresenta musculatura mais desenvolvida. E principalmente através desta ventosa que a cercária fixa-se na pele do hospedeiro no processo de penetração. Sistema excretor constituído de quatro pares de células flama. A cauda serve apenas para a movimentação da larva no meio líquido, perdendo-a no processo de penetração. Os vermes adultos vivem no sistema porta. Os esquistossômulos, quando chegam ao fígado, apresentam um ganho de biomassa exponencial, após atingirem a maturação sexual, em tomo de 25 dias, migram para os ramos terminais da veia mesentérica inferior, principalmente na altura da parede intestinal do plexo hemorroidário, onde se acasalam, em tomo do 35° dia, as fêmeas iniciam a postura dos ovos. O Schistosoma mansoni, ao atingir a fase adulta de seu ciclo biológico no sistema vascular do homem e de outros mamíferos, alcança as veias mesentéricas, principalmente a veia mesentérica inferior, migrando contra a corrente circulatória; as fêmeas fazem a postura no nível da submucosa. Até um a dois anos, cada fêmea põe cerca de 400 ovos por dia, na parede de capilares e vênulas, e cerca de 50% deles ganham o meio externo. A vida média do S. mansoni é de cinco anos; embora alguns casais possam viver mais de 30 anos eliminando ovos. Os ovos colocados levam cerca de uma semana para tornarem-se maduros (miracídio formado). Da submucosa chegam à luz intestinal. Os prováveis fatores que promovem esta passagem são: Reação inflamatória; em animais imunossuprimidos ocorre acúmulo de ovos nas paredes intestinais; Pressão dos ovos, que são postos um atrás do outro ("bombeamento”), Enzimas proteolíticas produzidas pelo miracídio, lesando os tecidos; Adelgaçamento da parede do vaso provocado pela distensão dele com a presença do casal na sua luz; A perfuração da parede venular, já debilitada pelos fatores anteriormente citados e auxiliada pela descamação epitelial provocada pela passagem do bolo fecal; os ovos ganham a luz intestinal e são excretados juntamente com as fezes. Desde que o ovo é colocado até que atinja a luz intestinal, decorre um período mínimo de seis dias, necessário para a maturação do ovo. Se em cerca de 20 dias, os ovos não conseguirem atingir a luz intestinal, ocorrerá a morte dos miracídios. Os ovos podem ficar presos na mucosa intestinal ou ser arrastados para o fígado. Os ovos que conseguirem chegar à luz intestinal vão para o exterior junto com o bolo fecal e têm uma expectativa de vida de 24 horas (fezes líquidas) a 5 dias (fezes sólidas). Ao alcançar a água, os ovos liberam o miracídio, estimulados por fatores importantes que são : temperaturas mais altas, luz intensa e oxigenação da água. Existir uma atração miracidiana em relação aos moluscos, decorrente da detecção, pelo miracídio, de substâncias que seriam produzidas pelos moluscos e que se difundiriam pelo meio aquático, sendo detectadas através das terminações sensoriais da papila apical ou terebratorium. Trabalhos demonstraram realmente existir uma emissão de substâncias dos caramujos que modifica o comportamento dos miracídios. Estas substâncias denominada Miraxone estimulariam sua concentração e movimentação próximo ao estímulo (o caramujo). Tendo um papel muito significativo no processo de penetração. A capacidade de penetração restringe-se a cerca de oito horas após a eclosão e é influenciada pela temperatura. O contato com o tegumento do molusco faz com que o terebratorium assuma a forma da ventosa, ocorrendo, quase simultaneamente, a descarga do conteúdo das glândulas de adesão. O conteúdo da glândula de penetração é descarregado e as enzimas proteolíticas iniciam sua ação de digestão dos tecidos. A ação combinada dos intensos movimentos do miracídioe da ação enzimática constitui o elemento que permite a introdução do miracídio nos tecidos do molusco. O epitélio é ultrapassado e a larva se estabelece no epitélio subtegumentar. O processo de penetração tem duração de 10 a 15 minutos. Neste processo, cerca de apenas 30% dos miracídios são capazes de penetrar e evoluir em B.glabrata. A larva, após a perda das glândulas de adesão e penetração, continua a perder outras estruturas no processo de penetração. Com exceção do desaparecimento do sistema nervoso, todas as alterações citadas ocorrem num período de 48 horas. O miracídio transformasse que é um saco com paredes cuticulares contendo a geração das células germinativas ou reprodutivas denominado esporocisto. Inicialmente apresenta movimentos ameboides, que diminuem com o tempo até a completa imobilidade da larva. As células germinativas, em um intenso processo de multiplicação (poliembrionia), fazendo com que, após 72 horas, a larva, denominada esporocisto primário( esporocisto mãe ou esporocisto I) dobre de tamanho. Na segunda semana da infecção, no interior do esporocisto uma série de ramificações tubulares que preenchem todos os espaços intercelulares do tecido conjuntivo. No interior dessas ramificações, as células germinativas encontram-se em franca multiplicação. Em condições ideais de temperatura - entre 25° e 28°C - ocorre a formação dos esporocistos secundários, que se inicia a partir do 14° após a penetração do miracídio. A formação do esporocisto secundário inicia-se com um aglomerado de células germinativas nas paredes do esporocisto primário, verificando-se uma vacuolização acentuada na parte central da larva que se reorganizam e dão origem a septos, ficando o esporocisto primário dividido em 150 a 200 camadas, cada septo ou camada podendo ser considerado um esporocisto secundário (esporocisto filho ou esporocisto II). As paredes deste esporocisto apresentam uma dupla camada muscular logo abaixo da camada cuticular, apresentando fibras musculares longitudinais e transversais que estão associadas à formação de espinhos na parte mais extrema da cutícula com papel fundamental na motilidade e na capacidade de migração intratecidual das larvas. A migração dos esporocistos secundários inicia-se em tomo do 18° dia de infecção do molusco após a saída da estrutura do esporocisto primário por um hipotético poro de nascimento.A migração processa-se ativamente através dos tecidos do molusco. A localização final dos esporocistos será nos espaços intertubulares da glândula digestiva com riqueza de nutrientes onde começam sofrer modificações anatômicas no seu conteúdo de células germinativas. Os esporocistos secundários, após terem atingido o seu destino final, apresentam três áreas estruturais: A primeira seria o chamado de nascimento. A segunda área apresentaria cercárias desenvolvidas ou em desenvolvimento. A terceira seria células embrionárias, que poderiam representar um outro tipo de reprodução. Esta última geração de células embrionárias originando novos esporocistos chamados esporocistos terciários. Acredita-se que, no gênero Schistosoma, esta sucessão de gerações de esporocistos filhos pode ser teoricamente ilimitada. Existe a hipótese de que o embrião que se desenvolve para esporocisto filhos possa se diferenciar em cercárias ou em novas gerações de esporocistos, mas sempre originando-se de um único tipo de célula germinativa. Cercaria A formação cercariana inicia-se com a disposição das células germinativas em uma mórula, encontra-se uma grande célula basófila, com um núcleo grande e vesicular. Com o crescimento da mórula, esta celula central se multiplica, constituindo o primórdio das glândulas de penetração. As células externas da mórula vão marginar as duas camadas celulares da cercária, constituída de fibras musculares longitudinais e circulares. Observa-se também formação de uma cutícula acelular nas duas ventosas. A formação completa da cercária, até sua emergência para o meio aquático, pode ocorrer em um período de 27 a 30 dias, em condições ideais de temperatura (cerca de 28°C). Um único miracídio pode gerar até cerca de 300 miln cercárias, e cada miracídio já leva definido o sexo das cercárias que serão produzidas. A emergência das cercárias ocorre com a saída dos organismos dos esporocistos-fílhos, faz-se tanto pelos espaços intercelulares, cheios de hemolinfa, como através do sistema venoso do caramujo. A passagem para o meio exterior processa-se pela formação de vesículas no epitélio do manto e pseudobrânquia. Foram descritas glândulas que só existem na cercaria intracaramujo. Estas glândulas atuam na emergência cercariana, sendo assim denominadas glândulas de escape. A emergência segue um ritmo circadiano, sendo regida por fatores exógenos, cujos elementos sincronizadores são a luz e a temperatura, bastando, porém, a ação isolada de um destes fatores para a manutenção do ritmo circadiano. Apesar de as cercárias poderem viver por 36 a 48 horas, sua maior atividade e capacidade infectiva ocorrem nas primeiras oito horas de vida. Nadam ativamente na água, não sendo, entretanto, atraídas pelo hospedeiro preferido (mas só se desenvolverão no hospedeiro correto). As cercarias são capazes de penetrar na pele e nas mucosas. Ao alcançarem a pele do homem, por ação lítica (glândulas de penetração) e ação mecânica (movimentos vibratórios intensos), promovem a penetração do corpo cercariano e a concomitante perda da cauda. Quando ingeridas com água, as que chegam ao estômago são destruídas pelo suco gástrico, mas as que penetram na mucosa bucal desenvolvem-se normalmente. Após a penetração, as larvas resultantes, denominadas esquistossômulos, adaptam-se as condições fisiológicas do meio interno, migram pelo tecido subcutâneo e, ao penetrarem num vaso, são levadas passivamente da pele até os pulmões, pelo sistema vascular sanguíneo, via coração direito. Dos pulmões, os esquistossômulos se dirigem para o sistema porta, podendo usar duas vias para realizar essa migração: uma via sanguínea (tradicionalmente aceita) e outra transtissular. A migração pela via sanguínea é feita pela a rota: das arteríolas pulmonares e dos capilares alveolares os esquistossômulos ganhariam as veias pulmonares (pequena circulação) chegando ao coração esquerdo; acompanhando o fluxo sanguíneo, seriam disseminados pela aorta (grande circulação) para mais diversos pontos até chegar a rede capilar terminal: aqueles que conseguissem chegar ao sistema porta intra-hepático permaneceriam ali; os demais ou reiniciariam novo ciclo ou pereceriam. Uma vez no sistema porta intra-hepático, os esquistossômulos se alimentam e se desenvolvem transformando-se em machos e fêmeas 25-28 dias após a penetração. Daí, migram acasalados, para o território da veia mesentérica inferior, onde farão oviposição. Os ovos são depositados nos tecidos em tomo de 35o dia da infecção, imaturos, e a formação do miracídio (ovo maduro) demanda seis dias. Os primeiros ovos são vistos nas fezes cerca de 42 a 45 dias após a infecção do hospedeiro. Penetração ativa das cercárias na pele e mucosa. As cercárias penetram mais frequentemente nos pés e pernas por serem as áreas do corpo que mais ficam em contato com águas contaminadas. O horário em que são vistas em maior quantidade na água e com maior atividade é entre 10 e 16 horas, quando a luz solar e o calor são mais intensos. A resposta imunológica aos helmintos pode se dar por duas vias após o reconhecimento linfocitário: Th1 (em que há ativação de macrófagos) e a resposta Th2 (em que há a formação de IgE, IL-10 e eosinófilos). Nas observações epidemiológicas que em indivíduos de áreas endêmicas, a parasitose apresentava uma certa estabilidade com relação acarga parasitária e a sintomas, enquanto em pessoas de áreas sem a doença, que se expunham as fontes de infecção, mesmo por período de tempo relativamente curto, a doença se manifestava de maneira grave e até mesmo fatal. No mecanismo de atenuação dos efeitos da doença estão envolvidos a resposta imunológica contra as formas infectantes (cercárias) impedindo, assim, uma superinfecção, e os mecanismos imunomoduladores da resposta granulomatosa. A imunidade protetora que existe nas populações humanas seria do tipo chamado "imunidade concomitante". Este conceito de imunidade adquirida decorre da existência de uma resposta imune que atua contra as formas iniciais das reinfecções (principalmente nos níveis de pele e pulmões) sem afetar os vermes adultos já estabelecidos no sistema visceral porta. É por isso que a permanência do verme adulto no sistema porta pode durar meses ou até mesmo anos. Os mecanismos da chamada imunidade concomitante foram muito bem estudados em modelos animais. O parasito adulto consegue escapar da resposta protetora que atua contra as formas jovens por artifícios engenhosos como, por exemplo, a aquisição ou síntese de antígenos semelhantes aos do hospedeiro que irão mascarar a superfície externa do parasito. Também a presença de camadas tegumentares mais espessas nos vermes adultos (heptalaminares nos adultos e trilaminares nos esquistossômulos recém- transformados) e a rápida capacidade do tegumento de se renovar quando lesado pela resposta imune, seriam outros processos relevantes neste notável processo de adaptação do parasito aos seus hospedeiros vertebrados. A disponibilidade de isótipos de imunoglobulinas favoráveis a um estado de proteção efetiva seria uma maior quantidade de IgE com relação ao IgG4, sendo este ultimo considerado anticorpo bloqueador competindo com epitopos onde o IgE se ligaria. Também, anticorpos do tipo IgA induzidos contra a glutationa-S- transferase do parasito diminuem a fecundidade das fêmeas, além de reduzirem a carga parasitária. No Brasil, existem indivíduos em áreas endêmicas com comportamento de risco representado por contatos frequentes com águas contendo cercárias, que sistematicamente apresentam exames de fezes negativos. Estes indivíduos, além do balanço o favorável ao IgE na relação IgE/IgG4, apresentam ainda altos níveis de interferon gama, que constitui manifestação de resposta celular do tipo Thl. Assim, tais individuos teriam resposta protetora imunológica singular( Th1 e Th2) e não se infectariam ou teriam cargas parasitarias baixíssimas, muito difíceis de serem detectadas pelo exame de fezes. Produtos de excreção/secreção do verme adulto do S. mansoni constituem antígenos que, quando se depositam nos tecidos juntamente com imunoglobulinas e os sistema do complemento, resultam em reações inflamatórias que lesam os tecidos em volta. A esquistossomose mansoni é basicamente uma doença decorrente da resposta inflamatória granulomatosa que ocorre em torno dos ovos vivos do parasito. Os antígenos são secretados principalmente pela membrana interna do ovo maduro, denominada “envelope de Von Lichtenberg”. Estes antígenos atravessam os poros dos ovos, chamados de antígenos solúveis dos ovos (SEA, soluble egg antigens), induzem tanto a resposta imunológica humoral quanto a celular e são os elementos fundamentais na formação da reação granulomatosa da doença. Na fase aguda, a reação granulomatosa é exacerbada e atinge volume considerável, podendo chegar até mais de cem vezes o do ovo. Na fase crônica, este granuloma atinge dimensões bem menores e, sem dúvida, constitui vantagens para o hospedeiro, já que, em animais e pessoas imunodeprimidos, os antígenos do ovo, alguns deles, potentes enzimas proteolíticas, vão lesar área bem maior do que a constituída pelo granuloma, além de se observar o acúmulo de ovos nas paredes do intestino nos imunodeficientes. Os indivíduos de áreas endêmicas, com as formas graves da doença (hepatoesplênica), não teriam esta capacidade de imunomodulação. Está ligada a vários fatores, tais como a cepa do parasito, carga parasitária adquirida, idade, estado nutricional e resposta imunitária da pessoa. Em populações com a média do número de ovos nas fezes muito elevada, são mais frequentes a forma hepatoesplênica e as formas pulmonares. as alterações cutâneas (dermatites) e hepáticas são grandemente influenciadas pela resposta imunológica peculiar do paciente diante dos antígenos dos esquistossômulos e dos ovos. A dermatite cercariana ou dermatite do nadador ocorre quando as cercárias do Schistosoma penetram na pele do ser humanos e é caracterizada por “sensação de comichão, erupção urticariforme”, seguida dentro de 24 horas, por eritema, edema, pequenas pápulas e dor. E em geral mais intensa nas reinfecções (hipersensibilidade) em que há interferência de mastócitos (liberação de histamina), complemento, eosinófilos e IgE. A dermatite cercariana é um processo imunoinflamatório muito importante na imunidade concomitante, pois há grande destruição de cercarias e esquistossômulos na pele e nos pulmões. Cerca de três dias após a penetração das cercárias na pele, os esquistossômulos são levados aos pulmões. Na segunda semana após a infecção, podem ser encontrados nos vasos do fígado e, posteriormente, no sistema porta intra-hepático, podendo haver linfadenia generalizada, febre, aumento volumétrico do baço e sintomas pulmonares. Após a maturação dos vermes adultos nos ramos intra- hepáticos do sistema porta, eles migram principalmente para a veia mesentérica inferior. Os vermes vivos permanecem aí por longos anos e não produzem lesões de monta. Já os vermes mortos podem provocar lesões extensas. Essas lesões ocorrem principalmente no fígado, para onde os vermes são arrastados pela circulação porta. Os vermes adultos (hematófagos) espoliam o hospedeiro devido ao seu alto metabolismo. O S. mansoni consome 2,5 mg de Fe por dia e um quinto de seu peso seco de glicose. Quando apenas um pequeno número de ovos viáveis consegue atingir a luz intestinal as lesões produzidas são mínimas, com reparações teciduais rápidas; quando em grande número, podem provocar hemorragias, edemas da submucosa e fenômenos degenerativos, com formações ulcerativas pequenas e superficiais; essas lesões são em geral reparadas, haver a reconstituição da integridade dos tecidos. O antígeno solúvel excretado pelos poros do ovo provocará a reação inflamatória granulomatosa. Os granuloma (ovo mais reação granulomatosa que o envolve) apresentam durante o seu desenvolvimento, as fases: I) Fase necrotico- exsudativa, com aparecimento de uma zona de necrose; em volta do ovo, circundada por exsudação de eosinófilos, neutrófilos e histiócitos com deposição de material eosinofilico conhecido como fenômeno de Hoeppli; II) Fase produtiva ou de reação histiocitária, com início de reparação da área necrosada; III) Fase de cura ou fibrose, na qual o granuloma, endurecido, é denominado nódulo. Em seguida poderá haver calcificação do ovo ou mesmo absorção e desaparecimento do granuloma. Os granulmas podem apresentar-se em pontos isolados ou difusos no intestino grosso e fígado. FASE PÓS-POSTURAL: A fase pré-postural em geral é uma fase com sintomatologia variada, que ocorre cerca de 10-35 dias após a infecção. Neste período há pacientes que não se queixam de nada (forma inaparente ou assintomática) e outros reclamam de mal-estar, com ou sem febre, problemas pulmonares (tosse), dores musculares, desconforto abdominal e um quadro de hepatite aguda, causada, provavelmente, pelos produtos da destruição dos esquistossômulos. FASE AGUDA: Aparece em torno de 50 dias e dura até cerca de 120 dias após a infecção. Nessa fase podeocorrer uma disseminação miliar de ovos, principalmente na parede do intestino, com áreas de necrose, levando a uma enterocolite aguda e no fígado (e mesmo em outros órgãos, e no pulmão pode simular tuberculose), provocando a formação de granulomas simultaneamente, caracterizando a forma toxêmica que pode apresentar-se como doença aguda, febril, acompanhada de sudorese, calafrios, emagrecimento, fenômenos alérgicos, diarreia, disenteria, cólicas, tenesmo, hepatoesplenomegalia discreta, linfadenia, leucocitose com eosinofilia, aumento das globulinas e alterações discretas das funções hepáticas (transaminases). Pode haver até mesmo a morte do paciente na fase toxêmica ou, então, como ocorre com a maioria dos casos, evoluir para a esquistossomose crônica, cuja evolução é lenta. Caracterização clínica da fase aguda: Quadro hematológico: hemograma aumentado, eosinofilia. Diagnóstico parasitológico: apenas 45 dias depois da infecção. Gamaglobulinas presentes no soro Essa forma apresenta grandes variações clinicas, as alterações são predominantemente intestinais, hepatointestinais ou hepatoesplênicas. As principais alterações: Forma intestinal e hepatointestinal: Em muitos casos, o paciente apresenta diarreia mucossanguinolenta (melena), dor abdominal e tenesmo. Nos casos crônicos graves, pode haver fibrose da alça retossigmoide, levando à diminuição do peristaltismo e constipação constante. Na forma hapatointestinal, diferentemente da primeira, além dos sintomas da forma intestinal, soma-se um comprometimento do fígado (com rigidez, fibrose e hepatomegalia), sem ainda haver hipertensão ou esplenomegalia. As alterações hepáticas típicas surgem a partir do início da oviposição e formação de granulomas. Em consequência, teremos um quadro evolutivo, dependendo do número de ovos que chega a esse órgão, bem como do grau de reação granulomatosa que induzem. No início, o fígado apresenta-se aumentado de volume e bastante doloroso a palpação. Os ovos prendem-se nos espaços porta, com a formação de numerosos granulomas. Com o efeito acumulativo das lesões granulomatosas em torno dos ovos, as alterações hepáticas se tornarão mais sérias. O fígado, que inicialmente está aumentado de volume, numa fase mais adiantada pode estar menor e fibrosado. Essa forma é caracterizada hematologicamente com a eosinofilia, mas as funções hepáticas continuam normais. Forma hepatoesplênica: Considerada a forma mais grave da doença, que se desenvolve em uma progressão muito lenta. Já haveria um quadro de hipertensão portal com o aumento do baço. Observa-se na polpa vermelha e centro germinal dos folículos linfoides, uma proliferação basofílica que coincide com um aumento de imunoglobulinas e posteriormente, devido principalmente a congestão passiva do ramo esplênico (veia esplênica do sistema porta) com distensão dos sinusoides. Essa fase é caracterizada por duas formas: Forma compensada: hipertensão portal, mas funções hepáticas normais. Apresentam hematêmese e melena. A prevalência é de cerca de 10 a 30 anos, apresentado pacientes com um estado geral e prognóstico bom. Forma descompensada: acontece quando a infecção é associada ao alcoolismo ou hepatite. Nesses casos, há comprometimento das funções hepáticas, caracterizando um quadro geral precário do paciente. A prevalência é acima de 30 anos. Aciste ( Barriga D’ água ): É visto nas formas hepatoesplenicas mais graves e decorre das alterações hemodinâmicas, geralmente a hipertensão. Forma vasculopulmonar: Através das circulações colaterais anômalas (shunts intra-hepáticos), ou mesmo das anastomoses utilizadas (principalmente da mesentérica inferior ligando-se com a pudenda interna e essa dirigindo-se para a cava inferior), alguns ovos passariam a circulação venosa, ficando retidos nos pulmões. Nos capilares desse órgão, os ovos dão origem a granulomas pulmonares, que podem levar a duas consequências: primeira, dificultando a pequena circulação e causando o aumento do esforço cardíaco, que poderá chegar até a insuficiência cardíaca, tipo cor pulmonale; segunda, viabilizando ligações arteriovenosas (shunts), que permitem a passagem de ovos do parasito para a circulação geral e encistamento dos mesmos em vários órgãos, com formação de granulomas, inclusive no SNC. E importante chamar a atenção para os ovos do parasito que, nos pulmões, tendem a se encalhar nas arteríolas, já que, a partir do coração direito, são distribuídos nesses órgãos pelas artérias pulmonares. Neuroesquistossomose: Ocorre quando o Schistossoma mansoni invade o Sistema Nervoso Central. Ovos ou mesmo vermes adultos podem chegar ao Sistema Nervoso, através da circulação venosa e pelas anastomoses existentes entre os plexos venosos pélvico e vertebral e entre as veias pélvicas e hemorroidárias. Possivelmente, por esse motivo o Schistossoma mansoni acomete principalmente a região medular e nesta, principalmente, a porção mais caudal. A neuroesquistossomose mansônica decorre provavelmente de lesões vasculares. Estas podem ser provocadas por obstrução mecânica, à qual se segue reação inflamatória de tipo granulomatoso, ou por alterações circulatórias secundárias à reação de hipersensibilidade a substâncias liberadas pelo ovo. As principais manifestações clínicas são: dor aguda na região lombar; dor aguda no hipogástrio; dor aguda na face interna das coxas; parestesias de intensidade variável e paraparesia ou paraplegia; comprometimento esfincteriano, principalmente retenção urinária. Não é necessário que seja comprometido o fígado e baço do paciente para acometer o SNC, o qual pode ser atingido ainda no início da doença. Manifestação renal: Deposição de antígenos do verme adulto (CCA – antígenos do intestino do verme). A vantagem de se dosar os antígenos do verme seria o resultado específico de diagnóstico de esquistossomo. A deposição do complexo antígeno-anticorpo a nível renal gera síndrome nefrótica (manifestação clínica mais comum). Varizes: Desenvolvimento da circulação colateral anormal intra- hepático {shunts) e de anastomoses do plexo hemosecundario, umbigo, região inguinal e esôfago numa tentativa de compensar a circulação portal obstruída e diminuir a hipertensão portal. Essa circulação colateral do esôfago faz a formação das “varizes esofagianas”, que podem romper-se, provocando uma hemorragia muitas vezes fatal. Quanto maior o número de vermes, maior será a deposição de ovos e, consequentemente, mais extensas serão as lesões. A esquistossomose deve ser encarada como uma doença de múltiplos mecanismos, com lesões diretamente ligadas à presença local do agente, alterações hemodinâmicas, alterações da reatividade imunológica, lesões a distância medidas por imunocomplexos e repercussões gerais sobre o organismo, além de interagir e favorecer outras patologias por agentes infecciosos. Clinico: Deve-se levar em conta a fase da doença (pré- postural, aguda ou crônica. E é de fundamental importância a anamnese detalhada do caso do paciente (origem; hábitos, contato com água: pescarias, banhos, trabalhos, recreações etc.). Parasitológico ou Direto: Os métodos parasitológicos ou diretos se fundamentam no encontro dos ovos do parasito nas fezes ou tecidos do paciente. Exame parasitológico de fezes: Pode ser feito por métodos de sedimentação ou centrifugação em éter sulfúrico, métodos estes com base na alta densidade dos ovos, ou por método de concentração por tamização (Kato e Kato-Katz). Quando existe uma carga parasitária média ou alta, todos estes métodos de exame dão resultados satisfatórios. Entretanto, com cargas parasitárias baixas, há necessidade de repeti-los. A fêmea acasalada do S. mansoni elimina diariamentecerca de 200 ovos pelas fezes. Biópsia retal: Constitui um método que depende de pessoal treinado e resulta em inegável desconforto para o paciente. A principal vantagem da técnica é a maior sensibilidade e a verificação mais rápida do efeito da quimioterapia. Como se sabe, os ovos depositados nos tecidos levam cerca de seis dias para formar o miracídio e, se uma semana depois do tratamento forem encontrados só ovos maduros, pode-se inferir que as fêmeas não estão realizando postura. Este resultado não significa necessariamente cura, pois as fêmeas podem não ter sido mortas, mas somente cessado temporariamente a postura de ovos. Assim, a interpretação do resultado deve ter em conta esta ressalva. Métodos imunológicos ou indiretos Exames em que há pesquisa de antígenos circulantes ou antígenos no verme adulto. Pesquisa do antígeno circulante: método de maior especificidade importante na avaliação de cura do paciente (se o paciente não possuir mais o antígeno, significa dizer que ele não apresenta o verme adulto). Como técnicas imunológicas tem-se a ELISA, que constitui hoje em dia em um dos melhores instrumentos para o diagnóstico das doenças infecciosas e parasitárias. Nesta técnica se utiliza um anticorpo monoclonal fixado as paredes das cubas da placa de ELISA, que se ligará aos determinantes antigênicos do chamado antígeno catódico circulante ou anódico (CCA/CAA), provenientes do soro ou urina de pacientes infectados. Estes antígenos circulantes são proteoglicanos provenientes do tubo digestivo do verme e apresentam notável estabilidade estrutural. Outra grande vantagem é o rápido desaparecimento (em torno de 10 dias) deste antígeno do sangue circulante, após a cura por drogas. Pesquisa de anticorpos (reação antígeno/anticorpo): é pouco utilizado na clínica devido a existência de reações cruzadas (vermes de outro filo que podem possuir mesmo antígeno do esquistossomo). Os testes são IFI, ELISA (mais utilizado), hemaglutinação, etc, que não são tão viáveis financeiramente quando o exame parasitológico de fezes. Não serve como critério de cura. A esquistossomose é doença que interage com populações humanas há milhares de anos. Foram encontradas em múmias egípcias da XX dinastia (> 3.000 anos de idade), lesões típicas da doença como também antígenos do parasito detectados por anticorpos monoclonais em eluato de tecido. Sendo o homem o principal hospedeiro vertebrado para manutenção do S. mansoni na natureza, é permitido supor que esta relação homem e S. mansoni se situe em tempos ainda mais remotos. A introdução do S. mansoni no Brasil foi decorrência da importação de escravos africanos que traziam consigo o parasito. A presença de hospedeiros intermediários suscetíveis (Biomphalaria) permitiu a instalação desta espécie no território brasileiro. Certamente o Schistosoma haematobium foi também introduzido nesta ocasião com os escravos africanos, como também, posteriormente, o S. japonicum com imigrantes asiáticos, mas a ausência de moluscos suscetíveis não permitiu a instalação de focos de transmissão destas duas espécies (S. japonicum - caramujos do gênero Oncomelania e S.haematobium - caramujos do gênero Bulinus). Os focos primitivos da doença se instalaram na região canavieira do Nordeste e, com os movimentos migratórios que ocorreram em vários momentos da história econômica do país (ciclo do ouro e diamantes, ciclo da borracha, ciclo do café, industrialização etc.), a doença se expandiu para outras regiões. Podemos afirmar que, onde ocorre esta espécie, temos transmissão da esquistossomose mansoni. A presença de B. glabrata é responsável pela área contínua de transmissão que ocorre desde o Rio Grande do Norte até Minas Gerais. A espécie Biomphalaria straminea é a única que transmite a doença no Ceará, como também nas zonas do agreste nordestino e em focos isolados no Pará (Fordlândia, já extinto, e Belém) e Goiás (Goiânia). Entretanto, é a espécie com a distribuição geográfica mais ampla. A Biomphalaria tenogophila constitui o caramujo transmissor em algumas regiões do Estado do Rio de Janeiro, em São Paulo (no Vale do Paraíba), Santa Catarina e, em Minas Gerais, em focos isolados nas cidades de Ouro Branco, Jaboticatubas, Itajubá, Paracatu e Belo Horizonte. Também apresenta ampla distribuição geográfica, partindo do Espírito Santo até o Rio Grande do Sul. Na Paraíba, quatro municípios são de alta edemicidade: Caaporã, Alhandra, Conde e Lucena. Fatores que favorecem a manutenção do ciclo: depende principalmente dos hospedeiros definitivos, sendo o homem detentor da real importância na cadeia epidemiológica. A infecção natural pode se dar em bovinos e roedores (sendo estes capazes de manter o ciclo). Os fatores relacionados com atividades da população humana (recreativas e profissionais: lavadeiras, pescadores, lazeres, etc.) auxiliam na manutenção do ciclo. Fatores que favorecem a expansão da esquistossomose: hábitat aquáticos, altas temperaturas e luminosidade intensa. Esses fatores são fundamentais na eclosão do ovo que abriga o miracídio. A esquistossomose mansoni tem no homem seu principal hospedeiro definitivo e as modificações ambientais produzidas pela atividade humana favorecem a proliferação dos caramujos transmissores. As condições inadequadas de saneamento básico são o principal fator responsável pela presença de focos de transmissão. E uma doença tipicamente condicionada pelo padrão socioeconômico precário que atinge a maioria da população brasileira. A presença de caramujos transmissores ou potencialmente transmissores, em uma vasta área do território nacional ligada as intensas migrações das populações carentes das áreas endêmicas Apesar desta situação, é importante salientar que cada foco de transmissão tem características próprias e que a estratégia de controle tem de levar em conta estas peculiaridades. Assim, em pequenos focos, restritos as vezes a uma única coleção aquática, o aterro ou a canalização deste criadouro pode resultar na extinção do foco. As medidas profiláticas gerais são: Saneamento básico: destino seguro das fezes (não defecar no solo). Tratamento da população: tratamento em larga escala ou seletivo com resultado a redução das formas hepatoesplênicas Evitar contato com águas contaminadas e tratamento de água adequado Utilização de produtos cercaricidas de uso tópico em áreas endêmicas ( utilizados apenas em casos especiais devido a efeitos tóxicos) Educação e conscientização geral da população. O tratamento quimioterápico da esquistossomose através das drogas mais modernas, oxamniquina e praziquantel, deve ser preconizado para a maioria dos pacientes com presença de ovos viáveis nas fezes ou na mucosa retal. Em casos de indivíduos com alterações neurológicas, mulheres grávidas, doenças cardíacas graves e hepatite, deve-se estudar criteriosamente o uso de ambas as drogas. O tratamento quimioterápico demonstrou, em vários estudos epidemiológicos, que pode prevenir as formas graves da doença e a faixa etária mais favorecida pelo tratamento seria a de jovens até 20 anos. OXAMNIQUINA: A oxamniquina pertence ao grupo químico aminoalquiltolueno e seu mecanismo de ação se baseia noefeito anticolinérgico, o qual aumenta a motilidade do parasito, como também na inibição de síntese de ácidos nucleicos. A droga atua principalmente lesando o tegumento do parasito, expondo assim antígenos-alvos da resposta imune, e o conteúdo de glutationa (importante no processo de desintoxicação entre outras funções) é altamente reduzido, também é demonstrado que a droga atua inibindo o sistema excretor do parasito e nos canais de Ca++, causando contração muscular. Baixa toxicidade; dose única (via oral) de15mg/kgno adulto; e duas doses diárias ( via oral) de 10mg/kg em crianças. Anotou-se o surgimento de cepas resistentes. Efeitos colaterais: sonolência, tontura, alucinações e convulsões, mudanças de comportamento, que permanecem num período de 6 a 8h após administração. Tem ação específica sobre o S. mansoni. PRAZIQUANTEL: A droga atualmente de escolha clinica, e em campanhas de controle da esquistossomose; Pertence ao grupo químico isoquinolino-pirazino, estrutura química que dificulta a ocorrência de resistência cruzada com a oxamniquina. Atua sobre todas as espécies do gênero Schistossoma Dose oral única de 60 mg/Kg para crianças e 50mg/kg para adultos (É importante que a droga seja administrada logo após uma refeição (almoço, lanche etc.) para que seja obtida melhor eficácia. Efeitos colaterais: dor abdominal, cefaleia e sonolência, são pouco intensos e passageiros.
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