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SEMINÁRIO II - CONTROLE PROCESSUAL DA INCIDÊNCIA - DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE

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Módulo Controle da Incidência Tributária 
SEMINÁRIO II - CONTROLE PROCESSUAL DA INCIDÊNCIA: 
DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE 
 
Aluna: Tayná Lima Trajano 
Questões 
1. A respeito do controle de constitucionalidade no sistema processual 
brasileiro, pergunta-se: 
 
(a) Quais as espécies de controle de constitucionalidade existentes no 
ordenamento jurídico brasileiro? 
 
R.: A Constituição Federal de 1998 adota um sistema híbrido de controle de 
constitucionalidade no Brasil. A análise da constitucionalidade das normas pode-se dá 
através do controle concentrado, bem como, pode-se dar através do controle difuso. 
 
O controle concentrado de constitucionalidade é realizado em um único tribunal e a análise 
da constitucionalidade se dá pela via direta. É comumente chamado de controle abstrato. 
Os efeitos das decisões proferidas em sede desse controle são vinculantes. 
 
No controle difuso de constitucionalidade a análise da arguição de constitucionalidade se 
dá de modo incidental e pode ser realizada em todos os âmbitos do Poder Judiciário. 
 
(b) Explique as diferentes técnicas de interpretação adotadas pelo STF no 
controle de constitucionalidade (parcial com redução de texto, sem redução de 
texto, interpretação conforme à Constituição). 
 
R.: O STF adota diferentes técnicas de interpretação no exercício do controle concreto de 
constitucionalidade, sendo algumas delas: a declaração parcial de nulidade (com e sem 
redução do texto); a interpretação conforme à Constituição; declaração de 
inconstitucionalidade sem a pronuncia de nulidade. 
 
 Na interpretação conforme à constituição, busca-se adequar o sentido da norma, 
para que sua aplicação observe o texto constitucional. Conforme os ensinamentos 
de Gilmar mendes, trata-se da “declaração de que uma lei é constitucional com a 
interpretação que lhe é conferida pelo órgão judicial” 
 De outra banda, a declaração de nulidade parcial sem redução do texto, a Corte 
Suprema declara inconstitucional a hipótese de aplicação da norma sem alterar 
seu texto legal. É declarada a inconstitucionalidade de um trecho da lei e suprime, 
de tal modo, os sentidos hipotéticos que nascem com a passagem declarada 
inconstitucional. 
 Na declaração de nulidade parcial com redução do texto, o trecho julgado 
inconstitucional é suprimido do texto legal. De modo a possibilitar, a partir dessa 
exclusão do texto, uma interpretação normativa compatível com a Constituição. 
 
 
Módulo Controle da Incidência Tributária 
(c) Considerando os efeitos (inter partes x erga omnes) da decisão proferida 
em controle de constitucionalidade, é possível afirmar que na hipótese de 
julgamento de recurso extraordinário repetitivo, nos termos do CPC/15, o 
ordenamento jurídico passou a admitir efeito erga omnes a decisão do STF que 
julga a questão constitucional mediante provocação difusa? 
 
R.: As decisões do controle difuso proferidas em Recurso Extraordinário Repetitivo 
vinculam todo o Poder Judiciário. No entanto, não vinculam o Poder Executivo e 
Legislativo, que devem por ato próprio atribuir esse efeito vinculante ou proferir decisão 
no mesmo sentido. 
Por tanto, não considero que a Vinculação a todo o Poder Judiciário possa reconhecer que 
há um caráter de vinculação erga omnes das decisões proferidas em RE repetitivo de 
controle de constitucionalidade. Tem em vista que, o cidadão ainda precisa acionar o 
judiciário para ter seu direito assegurado conforme o entendimento fixado em tese. 
 
2. A respeito da modulação de efeitos prescrita no (i) art. 27 da Lei n. 9.868/99 e 
no (ii) § 3º do art. 927 do CPC/15, responda: 
 
(a) há distinção entre a espécie de controle de constitucionalidade em que a 
modulação dos efeitos pode ser consagrada, considerando o teor de cada um dos 
dispositivos em análise? 
R.: Sim, há distinção quanto a modulação dos efeitos adotada nas diferentes espécies de 
controle de constitucionalidade. Em regra, no Controle Abstrato as decisões são erga 
omnes e ex tunc. Por sua vez, no Controle Concreto adota-se os efeitos inter partes e ex 
nunc. 
 
(b) há identidade entre os fundamentos apontados em cada um dos dispositivos 
para que seja convocada a modulação dos efeitos da decisão proferida em 
controle de constitucionalidade? Identifique-os. 
 
R.: Sim, os dois dispositivos apontados são fixados no hiperativo de que, na modulação 
dos efeitos, deve-se observar primordialmente os princípios da segurança jurídica e do 
interesse social. 
 
3. Os conceitos de controle concreto e abstrato de constitucionalidade podem 
ser equiparados aos conceitos de controle difuso e concentrado, 
respectivamente? Que espécie de controle de constitucionalidade o STF exerce 
ao analisar pretensão deduzida em reclamação (art. 102, I, “l”, da CF)? Concreto 
ou abstrato, difuso ou concentrado? 
R.: Os conceitos não podem ser equiparados. É comumente relacionado o controle 
concreto com o controle difuso e, por sua vez, o controle abstrato com o controle 
concentrado. Esses conceitos andam quase que de mãos dadas. 
No entanto, os conceitos são diferentes, tendo em vista que, são classificações da análise 
da constitucionalidade. Quanto à classificação de controle concreto e abstrato se relaciona 
com a finalidade do objeto da ação, às classificações difuso e concentrado se referem ao 
Módulo Controle da Incidência Tributária 
órgão jurisdicional previsto para fazer o controle. 
 
Quanto ao questionamento acerca da natureza da Reclamação Constitucional, divirgo do 
entendimento de que se trata de uma especie de controle de constitucionalidade. Ao meu 
sentir, o objeto da ação não é analisar a constitucionalidade de um ato, mas sim fazer um 
controle de observância a precedentes e preservar competência dos tribunais. 
Busca-se, na Reclamação, cassar uma decisão judicial do Supremo Tribunal Federal, seja 
ela proferida no âmbito do controle de constitucionalidade ou não. 
Também, não enxergo que as decisões do STF tenham o mesmo nível de norma 
constitucional. 
Sendo assim, ao meu ver, o STF não exerce controle de cosntitucionalidade ao analisar 
uma pretenção deduzida em uma Reclamação Constitucional. 
 
4. Que significa afirmar que as sentenças produzidas em ADI e ADC possuem 
“efeito dúplice”? As decisões proferidas em ADI e ADC sempre vinculam os 
demais órgãos do Poder Executivo e Judiciário? E os órgãos do Poder 
Legislativo? O efeito vinculante da súmula referida no art. 103-A, da CF/88, 
introduzido pela EC n. 45/04, é o mesmo da ADIN? Justifique sua resposta. 
R.: O efeito dúplice fixado no art. 24, da Lei 9.869/99, trata-se de uma determinação legal 
com vistas a estabelecer que quando julgada procedente os pedidos formulados na ADI, 
imperioso julgar improcedente os pedidos formulados em ADC com o mesmo objeto. 
 
As decisões proferidas em ADI e ADC tem efeito vinculante erga omnes, vincula o Poder 
Judiciario e Executivo. Quanto ao Poder Legislativo, nos termos do art. 52, X, da CF’88, 
cabe ao Senado suspender a execução da lei declarada inconstitucional por decisão 
definitiva do Supremo Tribunal Federal. 
 
Por fim, quanto aos efeitos da súmula, nos moldes do art. 103-A, da CF’88, entende-se 
que, seus efeitos são semelhantes aqueles adotados no controle de constitucionalidade 
abstrato. 
 
5. O STF tem a prerrogativa de rever seus posicionamentos ou também está 
inexoravelmente vinculado às decisões por ele produzidas em controle 
abstrato de constitucionalidade? Se determinada lei tributária, num dado 
momento histórico, é declarada constitucional em ADC, poderá, futuramente, 
após mudança substancial dos membros desse tribunal, ser declarada 
inconstitucional em ADI? É cabível a modulação de efeitos neste caso? 
Analisar a questão levando-se em conta os princípios da segurança jurídica, 
coisa julgada e as disposições do art. 927, § 3o, do CPC/15. 
R.: O Supremo Tribunal Federal pode rever seus entendimentos fixados em controlede 
constitucionalidade, sempre com observância as alterações fáticas e sociais, bem como, 
cumprimento das garantias e dos direitos fundamentais. 
Quanto as modulações dos efeitos, é imperiosa a aplicação do art. 27, da Lei 9.868/99, 
bem como do art. 927, § 3º, do CPC, com vistas a proteger e cumprir o princípio da 
segurança jurídica e ao excepcional interesse social. 
Módulo Controle da Incidência Tributária 
 
6. O art. 535, §5º, do CPC/15 prevê a possibilidade de desconstituição, por meio 
de impugnação ao cumprimento de sentença, de título executivo fundado em 
lei ou ato normativo declarados inconstitucionais pelo STF ou em aplicação ou 
interpretação tidas por incompatíveis com a Constituição Federal em controle 
concentrado ou difuso. Pergunta-se: 
 
(a) É necessário que a declaração de inconstitucionalidade seja anterior à 
formação do título executivo? 
 
R.: Sim, nos termos do §7º, do art. 535, do CPC, é necessário que a decisão de 
inconstitucionalidade, proferida pelo do Supremo Tribunal Federal, tinha sido anterior ao 
trânsito em julgado da decisão exequenda. 
 
(b) E se for posterior, poderá ser alegada? Se sim, por qual meio? Há prazo para 
esta alegação? 
 
R.: Entretanto, quando a decisão for proferida após o trânsito em julgado da decisão 
exequenda, a desconstituição do título executivo deve-se dar por meio de ação 
rescisória dentro do prazo legal de dois anos, nos termos dispostos no §8º do artigo 
535, CPC. 
 
7. Contribuinte ajuíza ação declaratória de inexistência de relação jurídico-
tributária que o obrigue em relação a tributo cuja lei instituidora seria, em seu 
sentir, inconstitucional (porque violadora do princípio da anterioridade). 
Paralelamente a isso, o STF, em ADIN, declara constitucional a mesma lei, 
fazendo-o, contudo, em relação a argumento diverso. Pergunta-se (vide anexo 
I): 
 
a) Como deve o juiz da ação declaratória agir: examinar (1) o mérito da ação e 
julgá-la procedente, ou (2) extingui-la, sem julgamento de mérito (sem análise 
do direito material), por força dos efeitos erga omnes da decisão em controle 
de constitucionalidade abstrato? 
 
R.: Com o aumento da força vinculante dos precedentes no ordenamento jurídico, foi 
incorporado o instituto do distinguinshing. Que é a análise do caso concreto 
considerando as particularidades da lide que ensejam o afastamento de precedente 
pacificado. 
No Caso apresentado na questão, comporta, nas faculdades do magistrado, analisar o 
mérito da ação, para verificar se há de fato uma distinção entre a ratio decidendi do 
precedente fixado e o caso acionado pela Ação declaratória. 
 
b) Se o STF tivesse se pronunciado sobre o mesmo argumento veiculado na 
Módulo Controle da Incidência Tributária 
ação declaratória (violação do princípio da anterioridade), qual solução se 
colocaria adequada? Responda a essa pergunta, considerando o que foi 
respondido na questão “a)”. 
 
R.: Se a declaratória tiver o argumento em que foi apreciado pelo STF, a decisão do 
STF deve ser obedecida, e o juíz deverá julgar improcedente o mérito da ação 
declaratória. 
 
c) Se a referida ação declaratória já tivesse ocorrido o trânsito em julgado de 
decisão de improcedência (rejeitando o pedido do contribuinte), poder-se-ia 
falar em ação rescisória com base no julgamento do STF (art. 966 CPC/15)? 
Qual o termo inicial do prazo para ajuizamento da ação rescisória? E se o prazo 
para propositura dessa ação (2 anos) houver exaurido? Haveria alguma outra 
medida a ser adotada pelo Fisco objetivando desconstituir a coisa julgada, 
diante desse último cenário (exaurimento do prazo de 2 anos da ação 
rescisória)? Vide art. 505, I do CPC/15. 
 
R.: É cabível o manejo da Ação Rescisória no caso apresentado. O termo inicial para 
inicio de fluição do prazo prescricional é trânsito em julgado da ação declaratória. O 
referido prazo para a propositura da ação é de 2 anos. 
Caso o prazo prescricional acabe. Entendendo, que diante de mudanças fáticas e de 
direito, o Fisco poderá manejar uma Ação Revisional para analisar seu pleito. 
 
8. Considerando os mecanismos de controle de constitucionalidade existentes é 
possível admitir que atualmente consagram-se duas formas (meios) de 
provocação do Supremo Tribunal Federal para que aquele órgão exerça o 
controle de constitucionalidade (concentrado e difuso), mas que a decisão por 
ele proferida é dotada dos mesmos efeitos independentemente do meio de sua 
provocação (erga omnes)? 
R.: De fato, o Supremo Tribunal Federal pode ser acionado para exercer o controle de 
constitucionalidade tanto pelas vias prescritas do controle abstrato, como pelo controle 
concentrado. No entanto, apesar de o órgão comportar essas duas modalidades de 
provocação, cumpre-se observar as características de cada via eleita. De modo que, os 
efeitos de cada decisão devem observar a espécie de controle adotada. 
Dessa forma entendo que os efeitos da decisão do STF em Controle Difuso, são em regra, 
inter partes, vinculam apenas as partes processuais.

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