Prévia do material em texto
Psicologia Escolar em tempos de crise sanitária CAPÍTULO 02 (pág.19 – 46) O papel do Psicólogo Escolar 2 Psicólogo escolar na atual idade Executa funções e fomenta pesquisa A Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (ABRAPEE) compreende por psicólogos escolares “os profissionais da área da psicologia que atuam em instituições escolares e educativas, dedicando-se ao ensino e à pesquisa na relação entre a Psicologia e a Educação” (CRP-PR, 2016, p. 19). 3 Principais intervenções do psicólogo junto aos educadores 1 Envolver-se junto às equipes pedagógicas na articulação de serviços para o atendimento de estudantes e de suas famílias; 2 Mobilizar o enfrentamento de visões culpabilizantes sobre indivíduos, famílias e a própria escola; 3 Esforçar se para construir, junto à equipe, práticas pedagógicas com enfoque na dimensão subjetiva das experiências educacionais; 4 Auxiliar na compreensão das necessidades especiais dos estudantes e na implementação de estratégias educacionais inclusivas com os educadores; 5 Encorajar os professores a se identificarem como principal agente do processo de ensino e aprendizagem 4 ADICIONAR UM RODAPÉ 5 Compreensão do sistema educacional em suas dimensões político-sociais. Desenvolvimento de competências e de posturas éticas que oportunizem crítica e lúcida compreensão. Avanços científicos e, por esse viés, realizar as intervenções com os educadores, estudantes, pais ou responsáveis. A pesqu isa busca INTERVENÇÃO DO PSICLÓGO ESCOLAR COM ESTUDANTES 6 TRABALHAR EM GRUPOS SOBRE TEMÁTICAS COMO: PRECONCEITO VIOLÊNCIA/BULLYING, SEXUALIDADE SAÚDE MENTAL, ORIENTAÇÃO COM ENFOQUE PREVENTIVO; EXECUTAR ATIVIDADES QUE ESTIMULEM O DESENVOLVIMENTO DE FUNÇÕES PSICOLÓGICAS NECESSÁRIAS À APRENDIZAGEM EMGRUPOS DE ALUNOS COM PARCERIA ENTRE EDUCADORES E PAIS. Ações com pais e responsáveis Atendimentos a pais, junto à equipe pedagógica, sobre necessidades específicas do estudante. Planejar reuniões coletivas para discutir sobre temas relacionados ao desenvolvimento de crianças e adolescentes e ao papel da família e da escola, valorizando a participação da família no processo de aprendizagem e esclarecendo as responsabilidades de cada contexto. 3 PROP OSIÇÕ ES PAR A ADA PTAÇÃ O DO TR ABALH O DA/ O PSIC ÓLOGA /O ESCOL AR EM TEMPO S DE INTER RUPÇÃ O EDU CACIO NAL 8 Participar junto às equipes gestora e pedagógica da articulação para reorganizar as atividades letivas, pensando nos profissionais, estudantes e suas famílias; • Auxiliar na busca por potencialidades na equipe profissional da instituição, membros que possam contribuir com informações acerca de redes sociais e aplicativos que possam aprimorar o processo de ensino-aprendizagem, atuando como um facilitador; • Auxiliar equipe gestora e coordenação pedagógica na tomada de decisão sobre recursos digitais e plataformas a serem utilizados nesse novo formato de ensino; • Mediar o processo de apropriação dos conhecimentos necessários ao uso das plataformas digitais entre gestores, professores e alunos; COMO O PSICOLÓGO AUXILIA A GESTÃO 9 GESTÃ O • Desenvolver grupos de trabalhos com professores, estudantes, familiares, equipe técnica, gestores e funcionários para mediar soluções emergentes do contexto da pandemia. • Promover discussões nos grupos de trabalho a respeito das desigualdades sociais que podem impactar negativamente a aprendizagem dos estudantes no contexto doméstico por dificuldades em estruturar tecnologicamente um ambiente de aprendizagem e suas possíveis formas de enfrentamento. ✔ Auxiliar a atividade docente na adaptação didático- pedagógica para as novas demandas; dificuldades de professores na elaboração das aulas online; ✔ Auxiliar as instituições de ensino com estratégias para diminuir a ansiedade e a insegurança dos educadores decorrentes da transformação do cenário para uma educação online; ✔ Fortalecer os vínculos da equipe pedagógica, incentivando a troca de experiências e investindo em uma comunicação clara sobre quais ações serão realizadas e de qual forma cada profissional vai atuar; ✔ Incentivar o processo de formação de docentes para utilizar ambientes virtuais e TDICs, de modo a complementar e aperfeiçoar práticas docentes; ✔ Estimular a criatividade e a inovação no processo de adaptação às novas demandas educacionais; 10 TRABA LHO J UNTO A DOCEN TES • Participar das mediações/discussões sobre relações de trabalho docente relacionadas ao home office, frente às repercussões desse modelo sobre o docente; • Fomentar o trabalho docente a partir do mapeamento das dificuldades emocionais, sociais ou pedagógicas detectadas nos estudantes em relação ao período de isolamento, como forma de potencializar a comunicação estudante/docente; • Auxiliar docentes e técnicos de educação no ensino; • Promover o diálogo com os/as docentes sobre dificuldades em relação ao ensino- aprendizagem manifestadas pelos/as estudantes; • Promover o diálogo com os/as docentes sobre demandas familiares que influenciam no processo ensino- prendizagem, sempre atendendo aos procedimentos que preservem a sigilo profissional. 11 DOCEN TES ✔ Realizar acompanhamento da situação de cada família (telefone, e-mail, rede sociais), o que pode acontecer de forma individualizada ou grupal a depender da demanda dos sujeitos e da instituição; ✔ Acolher os diferentes sentimentos e posicionamentos das famílias, tranquilizá-las diante das dificuldades enfrentadas na educação nesse momento de distanciamento da escola; ✔ Enfatizar aspectos como os diferentes percursos de adaptação das famílias e alunos, visto que nem todo estudante e contexto familiar irá se adaptar, rapidamente e na mesma medida à educação online, mas que a equipe escolar estará à disposição para auxiliar nesse processo, visando manter o hábito do estudo na rotina dos estudantes no ritmo que for possível para cada realidade; 12 Família s • Auxiliar pais e estudantes na continuidade do processo ensino-aprendizagem através de grupos em redes sociais, gravações de vídeos e lives/ WEBNAR nas mídias sociais; • Conscientizar os pais a respeito da importância de continuar os estudos de acordo com o habitual cenário em que todos estamos vivenciando, enfatizando os pontos primordiais não apenas no que se refere ao ensino-aprendizagem, assim como em seu desenvolvimento psicológico. 13 Família s Orientar as famílias sobre as possibilidades de manejo da ansiedade, estresse e apatia do aluno; Manter articulação com a rede socioassistencial de proteção a crianças e adolescentes como: Conselhos Tutelares1, Conselhos Municipais e Estaduais dos Direitos da Criança e do Adolescente, Delegacia de crimes contra a criança e o adolescente no intuito de garantir a integridade física e psíquica desses sujeitos em desenvolvimento. Amparando essa articulação ao posicionamento do UNICEF, que apontou que crianças e adolescentes no contexto da pandemia têm seus cotidianos alterados e tornam-se vulneráveis às violências (UNICEF, 2020). 14 Família s • Possibilitar espaços dialógicos on-line/presenciais para que os estudantes expressem seus afetos e emoções, e compreendam a sua percepção da realidade atual, e ressignifiquem fantasias aterrorizadoras que povoam seus imaginários. • Realizar discussões dirigidas (em formato de rodas de conversa, palestras, aulas, círculos de sobre temáticas pertinentes como ansiedade, isolamento e confinamento social, depressão, violência, bullying, entre outros. Dando continuidade a temas já abordados pela psicologia dentro da escola como forma de prevenção e combate; 15 ESTUD ANTES ✔ Auxiliar pais e alunos no processo ensino-aprendizagem em meio ao distanciamento social; ✔ Auxiliar o aluno a compreender que é um momentode aula, mesmo sendo o ambiente doméstico, propondo o uso de recursos simbólicos e concretos como: o ato de vestir o uniforme da escola no momento da aula; escolher um cômodo da casa queo ajude a manter a concentração durante as atividades da escola, de preferência com pouca movimentação ou ruídos; uso de fones de ouvidos, bem como acionar o modo avião; organizar o local de estudos com os materiais necessários para não precisar levantar durante a aula; ✔ Proporcionar intervenções grupais, descoladas de intervenções clínica, efetuando encaminhamentos ou acessando diretamente esse serviço quando necessário. 16