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Noções Gerais ● Trata-se de um contrato presente no cotidiano social, tutelando desde a moradia até nossos momentos de lazer, como p.ex., quando alugamos um filme para descontrair; ● As regras no CC/02 aplicam-se à locação de coisas, especialmente móveis, e, subsidiariamente, às locações imobiliárias; ● Locação de imóveis = lei do inquilinato (Lei n. 8.245/91) Conceito/ Considerações Terminológicas ● Art. 565, CC/02. Na locação de coisas, uma das partes se obriga a ceder à outra, por tempo determinado ou não, o uso e gozo de coisa não fungível, mediante certa retribuição. ● Locador/ Arrendador/ Senhorio ● Locatário/ Arrendatário/ Inquilino ● O termo arrendamento é sinônimo de locação, sendo utilizado preferentemente para as locações imobiliárias rurais; ● Aluguel é vocábulo destinado a representar o valor da retribuição pela locação; ● Locador ou senhorio é aquele que se compromete a ceder a coisa; ● Locatário ou inquilino, é aquele que recebe a locação, usando este último termo para locação predial; ● O termo arrendamento é mais usado quando se fala de locação rural; Natureza Jurídica ● Natureza jurídica contratual: contrato típico e nominado - Bilateral: direitos e obrigações para ambos os contratantes - Oneroso: “mediante certa retribuição” - Comutativo: obrigações se equivalem e são conhecidas ab initio - Consensual: concretiza-se pela declaração de vontade - Informal/Não solene: escrito ou verbal - Prazo determinado/indeterminado: não se admite a locação vitalícia Elementos Essenciais ● Tempo (duração da locação) - Mesmo quando não explicitado o prazo, as partes sempre terão o contrato como finito; - Art. 573, CC/02 – locação por prazo determinado - Caso o locatário não devolva o bem ao término do contrato = posse injusta e de má-fé (art. 1.216 e 1.220, CC) - Art. 575, CC/02 c.c art. 399, CC/02 = aluguel pena/ há controle judicial da razoabilidade - Art. 574, CC/02 – ausência de oposição do locador; + Presume-se prorrogada a locação, pelo mesmo aluguel, sem prazo determinado; + Conduta do locatário em devolver o bem + Inércia do Locador em exigir o bem de volta = Caracterização jurídica da posse de má fé ou boa fé - Locação por prazo indeterminado = necessária notificação do locatário para devolução da coisa locada; - Lei do inquilinato: + Art. 6º - O locatário poderá denunciar a locação por prazo indeterminado mediante aviso por escrito ao locador, com antecedência mínima de trinta dias. + Parágrafo único. Na ausência do aviso, o locador poderá exigir quantia correspondente a um mês de aluguel e encargos, vigentes quando da resilição. - Não há limitação temporal imposta pela legislação = autonomia da vontade das partes contratantes - Exceção: Lei do inquilinato (Art. 3º): + Art. 3º O contrato de locação pode ser ajustado por qualquer prazo, dependendo de vênia conjugal, se igual ou superior a dez anos. + Parágrafo único. Ausente a vênia conjugal, o cônjuge não estará obrigado a observar o prazo excedente. + OBS: norma limitativa de direito, que não invalida o contrato, implicando apenas na ineficácia da cláusula. - Art. 576, CC/02 - A alienação da coisa locada rompe o contrato de locação, não ficando o adquirente obrigado a respeitar o contrato; - Quanto ao registro, a disposição é a do §1° do art. 576 CC; - Se não houver registro, o novo proprietário pode denunciar de imediato a locação, se não o fizer e admitir a continuidade, assume a posição de locador, sucedendo-o; - O prazo que consta no art. 576 §2°, de 90 dias para a desocupação é o mesmo do art. 8º da Lei 8.245/91 ● Coisa (Objeto da Locação): - Coisa móvel ou imóvel; - Art. 565, CC = coisa não fungível/infungível; - Art. 569, IV, CC = dever de restituição da coisa pelo locatário que faz com que a coisa deva ser infungível; - Não é necessário que o locador seja necessariamente proprietário da coisa, bastando apenas que tenha o poder de cedê-la. Ex: usufrutuário. - Possibilidade de sublocação, desde que expressamente prevista. ● Retribuição (Preço da Locação) - Contrato essencialmente oneroso; - Preço, aluguel ou renda fixado pelas partes no exercício da autonomia da vontade; - Via de regra em dinheiro, nada obstando que se convencione de outro modo; - Pago periodicamente – trato sucessivo; - Lei do inquilinato veda sua fixação em moeda estrangeira e sua vinculação ao salário mínimo; - Lei do inquilinato, art. 19 – revisão judicial do aluguel - Devido enquanto a coisa estiver à disposição do locatário, ainda que este não a use. Capacidade ● Capacidade para os atos da vida em geral; ● Não é necessária outorga conjugal; ● Pai e tutor podem dar em locação os bens dos pupilos; ● Coisa em condomínio (não é edilício e sim por exemplo de herança não partilhada)= a locação depende do consentimento da maioria do valor dos quinhões – art. 1.323, CC/02 ● A administração Pública, desde que devidamente autorizada por lei, pode locar seus bens. Da locação de Imóveis Urbanos (Lei nº 8.245/1991) - Noções Gerais ● Noções Introdutórias - A lei do Inquilinato destina-se a regular as locações de imóveis urbanos. - Exclui-se de sua regulamentação a locação de bens móveis e imóveis rurais. ● Âmbito de Aplicação - Art. 1º A locação de imóvel urbano regula - se pelo disposto nesta lei: + Parágrafo único. Continuam regulados pelo Código Civil e pelas leis especiais: - a) as locações: + 1. de imóveis de propriedade da União, dos Estados e dos Municípios, de suas autarquias e fundações públicas; + 2. de vagas autônomas de garagem ou de espaços para estacionamento de veículos; + 3. de espaços destinados à publicidade; + 4. em apart- hotéis, - residência ou equiparados, assim considerados aqueles que prestam serviços regulares a seus usuários e como tais sejam autorizados a funcionar; - b) o arrendamento mercantil, em qualquer de suas modalidades. - Considera-se imóvel urbano conforme sua destinação, e não conforme sua localização; - Prédio, na acepção jurídica tradicional, pode ser edificado ou não. Um lote ou terreno vazio pode ser locado para fins comerciais ou industriais e até mesmo residenciais; - A lei do inquilinato regula, também, a locação de terrenos, galpões, boxes de mercados e outros tipos de construção que se preste ao comércio ou à indústria; ● Locação Residencial - O art. 46 estabelece que nas locações por escrito e com prazo determinado ou superior a 30 meses, a resolução ocorrerá findo o prazo estipulado, independe de notificação ou aviso; - Findo o prazo e o locatário permanecer na posse do imóvel por mais de 30 dias sem oposição do locador, presume-se prorrogada a locação por prazo indeterminado. (art. 46, §1º ) - O locador pode reaver o imóvel a qualquer tempo, desde que o locatário seja previamente notificado, concedendo prazo de 30 dias para a desocupação.(art. 46, §2º) - O prazo inferior subordina o locador às restrições do art. 47. - O art. 47 traz as hipóteses de retomada do imóvel (denúncia justificada); - Deveres do locador (art. 22) e do locatário (art. 23) - O locatário é obrigado a consentir a realização dos reparos citados e comunicar a necessidade ao locador. (art. 23, IV) ● Locação para Temporada - Conceito art. 48 Lei 8.245/1991 - Em razão de ser exigido prazo determinado, é necessário que o contrato seja escrito. - Deve conter a finalidade da locação, se é lazer, estudos...o motivo da locação poderá ter influência na resilição. - Art. 50 – findo o prazo, se permanecer no imóvel por mais de 30 dias, entende-se que houve prorrogação por tempo indeterminado. - Essa locação permite que aluguel e encargos sejam recebidos antecipadamente. Podem ser exigidas qualquer forma de garantia (fiança, caução (art. 37) ● Locação não residencial - Ação Renovatória - Art. 56 quando não há possibilidade de renovação compulsória, o contrato por prazo determinado cessa, de pleno direito, independente de notificação ou aviso. - Art. 57 – 30 dias para desocupação. (art. 45) - Art. 51 §4º Proteção renovatória às sociedades civis com fins lucrativos. - Para renovação é exigidocontrato escrito com prazo determinado, além de 5 anos de locação. - A lei protege a locação que perdura por mais de cinco anos ininterruptos ainda que tenham sido feitos vários contratos no período. - Há possibilidade de sucessores da locação se utilizarem da ação renovatória, da mesma forma pode ser para o sublocatário. - Estando o prédio integralmente sublocado, somente o sublocatário tem legitimidade para a renovação. - Art. 71 - Na sublocação parcial, a renovatória proposta pelo sublocatário em face do sublocador, o contrato tem de ser examinado como dispõe tal artigo. - Em contrato firmado por integrante da sociedade , tanto a pessoa natural que firmou o contrato quanto a empresa têm direito à renovação. - Prazo é decadencial para a propositura da ação renovatória. Art. 51 §5° Lei 8.245/91