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AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO DEBATE E JULGAMENTO Ana Bonfim- Processo Civil 1 Audiencia de Instrucao Debate e Julgamento Audiência de instrução debates e julgamento-Art 358 a 368 CPC. 1-Conceito e finalidade: ” é o ato processual complexo pelo qual, diretamente, o juiz colhe toda prova oral, encerra a instrução, da oportunidade as partes para suas considerações finais e em seguida julga o processo ou se vale de prazo legal para esse fim.” Essa audiência é um mix de vários instrumentos processuais. O objetivo da audiência de instrução é colher prova oral. É uma expressão dilatada, pois prova oral pode ser tanto prova testemunhal como depoimento pessoal. Art. 358. No dia e na hora designados, o juiz declarará aberta a audiência de instrução e julgamento e mandará apregoar as partes e os respectivos advogados, bem como outras pessoas que dela devam participar. 2-Princípio que informa a audiência: 1- Da concentração do ato. A audiência é una, pode ser cindida na ausência de perito ou testemunha, desde que haja concordância entre as partes. Se uma das testemunhas faltar, e a parte que a arrolou insistir no depoimento dessa testemunha, o juiz irá marcar uma nova data para escuta-la. Art. 365. A audiência é una e contínua, podendo ser excepcional e justificadamente cindida na ausência de perito ou de testemunha, desde que haja concordância das partes. Parágrafo único. Diante da impossibilidade de realização da instrução, do debate e do julgamento no mesmo dia, o juiz marcará seu prosseguimento para a data mais próxima possível, em pauta preferencial. 2- Da imediatidade e da oralidade Art. 453. As testemunhas depõem, na audiência de instrução e julgamento, perante o juiz da causa, exceto: Esse princípio se refere a testemunha, mas lembra do principio da imediatidade, fase probatória onde o juiz se vale de tal pessoa para se valer das provas, como por exemplo na prova pericial, não há a imediatidade do juiz que nem nas provas colhidas oralmente, tem o contato imediato, a colheita da prova, esses depoimentos sempre serão documentados. AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO DEBATE E JULGAMENTO Ana Bonfim- Processo Civil 2 Audiencia de Instrucao Debate e Julgamento 3- Princípio da Publicidade Art. 365. A audiência é una e contínua, podendo ser excepcional e justificadamente cindida na ausência de perito ou de testemunha, desde que haja concordância das partes. A audiência será publicada ressalvada as exceções legais Art 189. 3-Ato preparatório da audiência: Preocupações que o juiz tem que ter com uma audiência sadia. 1. Previa decisão que marque dia hora e local para sua realização Essa audiência como é publica precisa ser anunciada para as partes e advogados com antecedência, é marcada normalmente no momento do saneamento do processo (Art 357 V), a audiência serve para colher prova oral, que é a última providencia probatória do processo. Eu colho todas as provas que eu necessito, deixando a audiência de instrução como último ato probatório, juiz marca a perícia, espera concluir e assim posteriori marca a audiência de instrução 2. Roll de testemunha com depósito prévio e sua intimação nos termos do Art 455 CPC 357 § 4o Caso tenha sido determinada a produção de prova testemunhal, o juiz fixará prazo comum não superior a 15 (quinze) dias para que as partes apresentem rol de testemunhas. Prazo não superior a 15 dias, a única que não precisa ser previamente arrolada é a testemunha da contradita. 4-Local: A regra do 217 é que as audiências se realizarão na sede do juízo, na inspeção judicial por exemplo, que é uma espécie de audiência de instrução só que sem debate e julgamento. Art. 449. Salvo disposição especial em contrário, as testemunhas devem ser ouvidas na sede do juízo. Parágrafo único. Quando a parte ou a testemunha, por enfermidade ou por outro motivo relevante, estiver impossibilitada de comparecer, mas não de prestar depoimento, o juiz designará, conforme as circunstâncias, dia, hora e lugar para inquiri-la. AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO DEBATE E JULGAMENTO Ana Bonfim- Processo Civil 3 Audiencia de Instrucao Debate e Julgamento Art. 453. As testemunhas depõem, na audiência de instrução e julgamento, perante o juiz da causa, exceto: Art. 454. São inquiridos em sua residência ou onde exercem sua função: Testemunha doente ou testemunha ouvida por carta precatória também se enquadram nas exceções. 5-Pregão: Art. 358. No dia e na hora designados, o juiz declarará aberta a audiência de instrução e julgamento e mandará apregoar as partes e os respectivos advogados, bem como outras pessoas que dela devam participar. Apregoar em seu sentido simbólico significa “bater o prego”, pregão é o anuncio que a audiência está prestes a iniciar, há a necessidade de se dar cumprimento a publicidade da audiência, o assistente do juiz, escrevente, vai falar em voz alta o nome das partes, os advogados o numero do processo e etc. Ou seja, ira anunciar a audiência no corredor do Fórum. Quando apregoado se cumpre o princípio da publicidade. Se não houver o pregão, se da a nulidade da audiência, é uma exigência para que o ato seja sadio. 6-Quando a audiência pode ser adiada. Consequências das ausências imotivadas: Art. 362. A audiência poderá ser adiada: I - por convenção das partes; II - se não puder comparecer, por motivo justificado, qualquer pessoa que dela deva necessariamente participar; III - por atraso injustificado de seu início em tempo superior a 30 (trinta) minutos do horário marcado. § 1º O impedimento deverá ser comprovado até a abertura da audiência, e, não o sendo, o juiz procederá à instrução. § 2º O juiz poderá dispensar a produção das provas requeridas pela parte cujo advogado ou defensor público não tenha comparecido à audiência, aplicando-se a mesma regra ao Ministério Público. § 3º Quem der causa ao adiamento responderá pelas despesas acrescidas. AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO DEBATE E JULGAMENTO Ana Bonfim- Processo Civil 4 Audiencia de Instrucao Debate e Julgamento O artigo deixa claro quando a audiência pode ser adiada, não esgota a possibilidade das ausências motivadas. Por convenção das partes, se não puder comparecer por motivo justificado se marcará nova audiência Se o advogado não puder comparecer, mas tiver outro constituído na procuração, o outro participa no lugar. III- o juiz irá seguir a audiência se ausência imotivada, mas se o juiz acolher futura prova da parte a audiência que se prosseguiu será anulada. Ex.: advogado sofre acidente de carro indo para o trabalho. §2º Problema para o advogado que não comparece sem motivo- juiz pode dispensar as testemunhas cujo advogado que é o maior interessado em ouvi-la não estava presente. Princípio da verdade real, pois o juiz é o destinatário das provas, se ele estiver satisfeito com as provas ele pode, (pode mas não DEVE, remete a poder e não dever), pois se ver que a testemunha é essencial, remarcará audiência. Quem der causa a falta injustificada, a audiência se realiza, não será prejudicada pela ausência do advogado. Art. 385. Cabe à parte requerer o depoimento pessoal da outra parte, a fim de que esta seja interrogada na audiência de instrução e julgamento, sem prejuízo do poder do juiz de ordená-lo de ofício. § 1º Se a parte, pessoalmente intimada para prestar depoimento pessoal e advertida da pena de confesso, não comparecer ou, comparecendo, se recusar a depor, o juiz aplicar-lhe-á a pena. 7-Conciliação: Art. 359. Instalada a audiência, o juiz tentará conciliar as partes, independentemente do emprego anterior de outros métodos de solução consensual de conflitos,como a mediação e a arbitragem. Direito negociável, não precisa ser patrimonial, apenas negociável, logo após o pregão entrará as partes, antes das testemunhas, para que tente um acordo, e se houver, não terá prova testemunhal e se homologará o acordo. Supondo que não houve conciliação, a audiência ocorrerá normalmente. AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO DEBATE E JULGAMENTO Ana Bonfim- Processo Civil 5 Audiencia de Instrucao Debate e Julgamento 8-Poder de polícia: Art. 360. O juiz exerce o poder de polícia, incumbindo-lhe: I - manter a ordem e o decoro na audiência; II - ordenar que se retirem da sala de audiência os que se comportarem inconvenientemente; III - requisitar, quando necessário, força policial; IV - tratar com urbanidade as partes, os advogados, os membros do Ministério Público e da Defensoria Pública e qualquer pessoa que participe do processo; V - registrar em ata, com exatidão, todos os requerimentos apresentados em audiência. Juiz precisa ter a consciência de que está administrando uma lide, as pessoas estão ali fragilizadas. Mas as pessoas também tem que ter educação, o advogado tem que dar o tom da etiqueta, de como se portar, tem seriedade. Juiz pode interferir a pergunta, mas só irá registra-la se a parte requerer que registre. 9-Ordem preferencial na produção de provas: Art. 361. As provas orais serão produzidas em audiência, ouvindo-se nesta ordem, preferencialmente: I - o perito e os assistentes técnicos, que responderão aos quesitos de esclarecimentos requeridos no prazo e na forma do art. 477 , caso não respondidos anteriormente por escrito; II - o autor e, em seguida, o réu, que prestarão depoimentos pessoais; III - as testemunhas arroladas pelo autor e pelo réu, que serão inquiridas. Parágrafo único. Enquanto depuserem o perito, os assistentes técnicos, as partes e as testemunhas, não poderão os advogados e o Ministério Público intervir ou apartear, sem licença do juiz. Art. 456. O juiz inquirirá as testemunhas separada e sucessivamente, primeiro as do autor e depois as do réu, e providenciará para que uma não ouça o depoimento das outras. AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO DEBATE E JULGAMENTO Ana Bonfim- Processo Civil 6 Audiencia de Instrucao Debate e Julgamento Parágrafo único. O juiz poderá alterar a ordem estabelecida no caput se as partes concordarem. Inversão da prova pelo Art 456 só pode se as partes concordarem. O caput do Art 456 vai além do 361, permite que não só as testemunhas sejam invertidas na ordem, mas sim qualquer pessoa a ser ouvida na audiência, reiterando, SE as partes concordarem. Há uma divergência doutrinária, se o juiz pode mais do que inverter a ordem das testemunhas, inverter os depoimentos, mas no medo, se baseie sempre no 456 e faça termo com que as partes concordem com a inversão. Acareação: marcada na próxima audiência após se ouvirem a testemunha, é um debate para se tirarem dúvidas, põe cara a cara e faz um debate para ver quem está mentindo. Quem está sendo controverso. 10-Previa Intimação quando houver antecipação ou aditamento da audiência: Art. 363. Havendo antecipação ou adiamento da audiência, o juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinará a intimação dos advogados ou da sociedade de advogados para ciência da nova designação. Na opinião do professor não precisava estar escrito pois já há o princípio da publicidade. Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os advogados, a sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público são intimados da decisão. § 1º Os sujeitos previstos no caput considerar-se-ão intimados em audiência quando nesta for proferida a decisão. 11-Debates orais e possibilidade de razões finais escritas: Art. 364. Finda a instrução, o juiz dará a palavra ao advogado do autor e do réu, bem como ao membro do Ministério Público, se for o caso de sua intervenção, sucessivamente, pelo prazo de 20 (vinte) minutos para cada um, prorrogável por 10 (dez) minutos, a critério do juiz. AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO DEBATE E JULGAMENTO Ana Bonfim- Processo Civil 7 Audiencia de Instrucao Debate e Julgamento § 1º Havendo litisconsorte ou terceiro interveniente, o prazo, que formará com o da prorrogação um só todo, dividir-se-á entre os do mesmo grupo, se não convencionarem de modo diverso. § 2º Quando a causa apresentar questões complexas de fato ou de direito, o debate oral poderá ser substituído por razões finais escritas, que serão apresentadas pelo autor e pelo réu, bem como pelo Ministério Público, se for o caso de sua intervenção, em prazos sucessivos de 15 (quinze) dias, assegurada vista dos autos. Fecha a instrução e da a chance de se fazer as últimas considerações, apontando as provas, se torna a última chance de mostrar o direito ao juiz. Juiz dará primeiro a palavra ao autor, depois ao réu, debates feitos oralmente serão documentados. As razões finais por escrito só serão feitas caso a causa apresentar questões complexas de fato ou direito. Se for em autos físicos considera-se prazo de 15 dias sucessivos pro autor, e pro réu, se físico, 15 dias pros dois juntos. Advogado que “reiteira os termos da inicial”, na critica do professor é o advogado despreparado que não sabe o que dizer nas razões finais e juiz não deixa converter ao memorial. Posso levar por escrito e ler as alegações finais. 12-Sentença no ato ou no prazo de 30 dias: Se eu, como juíza, acho que vou conseguir julgar o processo na audiência já me preparo. Se não, tenho o prazo de 30 dias a contar da audiência. 13-Documentação da audiência: Art. 367. O servidor lavrará, sob ditado do juiz, termo que conterá, em resumo, o ocorrido na audiência, bem como, por extenso, os despachos, as decisões e a sentença, se proferida no ato. § 1º Quando o termo não for registrado em meio eletrônico, o juiz rubricar-lhe-á as folhas, que serão encadernadas em volume próprio. § 2º Subscreverão o termo o juiz, os advogados, o membro do Ministério Público e o escrivão ou chefe de secretaria, dispensadas as partes, exceto quando houver ato de disposição para cuja prática os advogados não tenham poderes. AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO DEBATE E JULGAMENTO Ana Bonfim- Processo Civil 8 Audiencia de Instrucao Debate e Julgamento § 3º O escrivão ou chefe de secretaria trasladará para os autos cópia autêntica do termo de audiência. § 4º Tratando-se de autos eletrônicos, observar-se-á o disposto neste Código, em legislação específica e nas normas internas dos tribunais. § 5º A audiência poderá ser integralmente gravada em imagem e em áudio, em meio digital ou analógico, desde que assegure o rápido acesso das partes e dos órgãos julgadores, observada a legislação específica. § 6º A gravação a que se refere o § 5º também pode ser realizada diretamente por qualquer das partes, independentemente de autorização judicial. Qualquer dessas formas descritas nos parágrafos desde que haja registro seguro. Em relação ao paragrafo 6º, há entendimento que precisa sim da autorização do juiz para a gravação da audiência, a jurisprudência não tem acolhido esse “independente de autorização judicial”.