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Seminário III - Fernanda Ciancaglio Valentim

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Módulo Incidência e Crédito Tributário
Fernanda Ciancaglio Valentim
SEMINÁRIO III
AÇÕES TRIBUTÁRIAS ANTIEXACIONAIS: DECLARATÓRIA, ANULATÓRIA E CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO
1.	 Observadas as situações concretas abaixo descritas, identifique o(s) instrumento(s) processual(is) judicial(is) adequado(s) para a defesa dos interesses do sujeito passivo da obrigação tributária, considerando as ações que são estudadas neste Seminário III:
	a) Exercício da competência tributária pelo ente político com a edição e publicação da regra-matriz de incidência tributária, mas antes da constituição da obrigação tributária;
	
Ação declaratória de inexistência de relação jurídica tributária.
	b) Constituição da obrigação tributária sem que tenha havido a intimação do sujeito passivo desse ato constitutivo da dívida;
	
Ação anulatória
	c) Dúvida a respeito do sujeito ativo da obrigação tributária;
	
Consignação em pagamento
	d) Inscrição do crédito tributário em dívida ativa;
	
Ação anulatória de débito fiscal com a garantia do juízo; Exceção de pré-executividade, quando presente matéria de ordem pública a ser reconhecida; ou Mandado de segurança repressivo.
	e) Constituição da obrigação tributária com a intimação do sujeito passivo desse ato constitutivo da dívida;
	
Anulatória de débito fiscal.
	f) Ajuizamento de execução fiscal cobrando crédito tributário prescrito;
	
Exceção de pré-executividade. 
	g) O sujeito ativo da obrigação tributária está condicionando o pagamento do tributo ao pagamento de uma multa instituída por instrução normativa;
	
Mandado de segurança.
 
	h) Intimação de penhora de bens nos autos de execução fiscal.
	
Embargos à execução fiscal.
2.	Quanto à ação declaratória de inexistência de relação jurídica tributária, pergunta-se:
	a) Quando nasce o interesse processual para sua propositura?
		
O interesse processual resta configurado perante a dúvida do contribuinte a respeito a existência de relação jurídica tributária com o fisco. Diante disso, há o interesse processual de buscar a declaração de inexistência da relação jurídica, antes que ocorra o lançamento.
b) O manejo do referido instrumento processual em momento anterior à constituição do crédito configura questionamento de “lei em tese”? Aponte o que é questionamento de “lei em tese”.
	Entendo que sim, já que, em suma, ao questionar a existência de vínculo jurídico com o fisco, o que o contribuinte busca é contestar a norma geral e abstrata, bem como, a norma individual e concreta. Isso porque, ao contestar a relação jurídica com o fisco, o contribuinte visa afastar a incidência da norma individual e concreta, impedindo a constituição do crédito tributário.
	b) Há interesse jurídico na sua propositura após a expedição do ato constitutivo do crédito tributário? Em caso afirmativo, quais seriam os efeitos da referida tutela jurisdicional? (Vide anexos I e II).
		A expedição do ato constitutivo do crédito tributário acaba por esvaziar o objeto da ação declaratória de inexistência de relação jurídico tributária. Embora existam precedentes no sentido de admitir a ação declaratória nesses casos, a meu ver não é a via cabível. Diante da constituição do crédito tributário, a ação mais adequada seria a anulatória de débito fiscal.
3.	Quanto à ação anulatória de débito fiscal, pergunta-se:
	a) É viável a propositura de ação anulatória para desconstituição de relação jurídica constituída pelo próprio contribuinte por meio de DCTF, cujo recolhimento do tributo ainda não tenha ocorrido?
		
Sim. Isso porque, estamos diante de uma hipótese de autolançamento, na qual o fisco poderá lançar de ofício valores não abarcados pelo contribuinte. Assim, poderá o sujeito passivo da obrigação tributária ajuizar ação anulatória com a finalidade de desconstituir a relação jurídica.
	b) E para a desconstituição de crédito tributário inserido em parcelamento, onde houve confissão da dívida por parte do contribuinte? Em caso de resposta positiva, indaga-se: qualquer tipo de questão (causa de pedir) poderá ser objeto desta ação anulatória (questões de fato e/ou questões de direito)?
		Será igualmente cabível ação anulatória para desconstituir crédito tributário inserido em parcelamento, nos termos do art. 966, §4ª, do CPC. Neste caso, poderão ser alegadas matérias como erro de fato, decadência, vício de consentimento na adesão ao parcelamento entre outros.
	c) Qual o prazo prescricional para a ação anulatória de débito fiscal? É possível ingressar com ação anulatória de débito após a propositura da ação executiva fiscal? E após o transcurso do prazo para apresentação dos embargos à execução?
		Nos termos dos artigos 168 e 169, do CTN, o prazo pra ação anulatória, seja administrativa ou judicial, é de 5 anos a contar da notificação do contribuinte acerca da existência do débito tributário. Em se tratando de defesa administrativa, da decisão que denegar o pedido do contribuinte caberá ação judicial no prazo de 2 anos.
		Entendo ser cabível a ação anulatória mesmo após a execução fiscal ou após o transcurso do prazo para opor embargos à execução. A ação anulatória impõe ao contribuinte o ônus de ajuizar nova ação, contudo, com maior lapso probatório. E o prazo para apresentar os embargos não pode minar o direito do contribuinte de ajuizar ação anulatória, haja vista tratar-se de ações distintas e independentes.
		Impedir o ajuizamento de Ação anulatória nos casos em comento significa, em última análise, mitigar o direito de defesa do contribuinte, obrigando-o a optar por esta ou aquela ação. 
	d) O depósito do valor do débito fiscal discutido na ação anulatória é condição específica dessa ação?
		Não. O depósito consiste numa faculdade, um direito do contribuinte e não uma condição para o ajuizamento da ação. Uma vez fazendo, fica suspensa a exigibilidade do debito, conforme art. 151, do CTN.
		Ressalta-se que, condicionar a propositura da ação ao depósito do débito representa manifesta afronta a preceitos constitucionais como o direito ao contraditório e a ampla defesa, a isonomia e a inafastabilidade da jurisdição, sendo, pois, inadmissível num Estado Democrático de Direito. 
Nesse sentido, inclusive, o STF editou a Súmula Vinculante nº 28, segundo a qual: “É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário.”. 
4.	Que relações podem existir entre as ações anulatória de débito, executiva fiscal e embargos à execução: conexão, continência ou prejudicialidade (ou nenhuma das alternativas)? Qual o juízo competente para julgá-las? Deverão ser reunidas para julgamento conjunto? Responder a essa pergunta, com base nas disposições do código de processo civil de 2015 que tratam da modificação da competência (artigos 54 a 63). (Vide anexos III e IV – aplicam-se tais precedentes?).
		A conexão consiste em causas que possuem o mesmo pedido e causa de pedir, ou seja, mesmo objeto e fundamento jurídico. Já a continência se refere a demandas que possuem as mesmas partes e causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o da outra. A prejudicialidade, por sua vez, ocorre quando a decisão de uma ação impacta em outra tendo em vista que os pedidos e/ou causa de pedir se relacionam.
		Tendo isso em vista e considerando que decisões conflitantes ferem a segurança jurídica, havendo conexão entre as ações, estas devem, em regra, ser reunidas para julgamento conjunto.
		Os precedentes utilizados como parâmetro desta questão são anteriores ao CPC de 2015, razão pela qual ainda não se aplicava o julgamento conjunto de ações atinentes a título executivo extrajudicial e a ação de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico.
		Em sendo ajuizada primeiro a execução fiscal, na Justiça Federal, este se tornará competente para julgas as ações conexas.
5.	Você é procurado pela empresa AZT Foods do Brasil Ltda que lhe apresenta o seguinte:
	CASO CONCRETO – Em função de sua atividade a empresa AZT Foods do Brasil Ltda. está sujeita ao pagamentode determinado tributo pela venda de seu produto. Nos últimos 3 anos, em função de algumas dificuldades financeiras, ela não pagou o tributo devido (e sequer informou seus débitos ao Fisco), pretendendo fazê-lo agora por se encontrar em melhores condições financeiras. Contudo, em função do inadimplemento, a confissão do débito para fins “denúncia espontânea” está sujeita a multa de 45% do valor da operação (venda de seu produto), cuja instituição se deu por ato normativo infralegal.
	A AZT solicita um parecer em que você deverá apontar: 
(a) a estratégia processual (a medida judicial ou medidas judiciais) a ser adotada para a defesa dos seus interesses, devendo ser justificada a opção da(s) medida(s), com a indicação do dispositivo de lei que determina o seu cabimento;
A medida judicial cabível será a Ação Anulatória de Débito Fiscal, nos termos do art. 38, da Lei 6.830/80, a fim de combater a aplicação da multa que está eivada em inconstitucionalidade haja vista ter sido prevista em ato normativo infralegal.
 
(b) o(s) fundamento(s) jurídico(s) que poderá(ão) ser(em) utilizado(s) para afastar a exigência dessa multa – causa de pedir;
Prima facie insta consignar que o caso em tela cuida-se de uma hipótese de denúncia espontânea cuja previsão legal encontra-se no art. 138, do CTN, que tem o condão de afastar a incidência da multa como forma de incentivar o contribuinte inadimplente a quitar seus débitos antes mesmo que o fisco ingresse com as medidas cabíveis. Logo, este seria o primeiro argumento a ser sustentado para o pedido de afastamento da multa.
Não obstante, ressalta-se que no caso em análise a fixação da multa está prevista em ato normativo infralegal, o que a torna eivada de inscontitucionalidade, haja vista o disposto nos artigos 5º, II e 146, III, da CF/88 e art. 97, V, do CTN.
Assim, em respeito à hierarquia das normas e ao princípio da legalidade, não pode o ato normativo infralegal fixar a multa, sendo este o outro argumento que deverá ser alegado.
(c) a necessidade, ou não, de efetivação do depósito judicial;
Neste caso, o depósito judicial é indicado como forma de suspender a exigibilidade do crédito tributário, conforme disposto no art. 151, II, do CTN.
(d) o pedido da ação (ou ações); 
A suspensão do crédito tributário; O reconhecimento da denúncia espontânea com a consequente anulação/afastamento da multa; E, ao final, que seja extinta a obrigação tributária.
(d) o efeito da sentença pretendido com a ação (ou ações).
O efeito pretendido é o recolhimento do tributo não pago, extinguindo a obrigação tributária, com o afastamento da multa de 45% sobre a operação. 
6.	Na ação de consignação em pagamento, o que extingue a obrigação tributária: (i) a consignação em pagamento; (ii) a conversão em renda do valor consignado; (iii) a sentença que julga procedente a ação de consignação em pagamento; (iv) a decisão judicial de procedência da ação transitada em julgado? Fundamente sua resposta.
		A consignação em pagamento está constante no rol do art. 156, do CTN, o qual prevê as hipóteses de extinção do crédito tributário, senão vejamos:
Art. 156. Extinguem o crédito tributário: [...]  VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164.
	O §2º do art. 164 ao qual o dispositivo supracitado faz menção, assim dispõe:
  	Art. 164. A importância de crédito tributário pode ser consignada judicialmente pelo sujeito passivo, nos casos: [...] § 2º Julgada procedente a consignação, o pagamento se reputa efetuado e a importância consignada é convertida em renda; julgada improcedente a consignação no todo ou em parte, cobra-se o crédito acrescido de juros de mora, sem prejuízo das penalidades cabíveis.
		Da própria literalidade dos dispositivos em comento é possível concluir que a extinção do crédito tributário ocorre com a decisão judicial de procedência da ação transitada em julgado.
 
7. Contribuinte sediado no Estado de São Paulo tem lavrado em seu desfavor auto de infração de ICMS pelo Estado do Mato Grosso (problemas atinentes à documentação fiscal que acompanhava a mercadoria, bem como ao não destaque do diferencial de alíquotas supostamente devido ao Estado do Mato Grosso). Inconformado com essa situação, referido contribuinte lhe procura para que ajuíze ação anulatória, questionando-lhe, nessa ocasião, acerca do foro competente no qual deve ser processada a referida ação. Apresente, de forma fundamentada, sua resposta a esse questionamento, analisando o caso à luz da regra veiculada no parágrafo único do artigo 52 do Código de Processo Civil/15.
		Sob a ótica do disposto no art. 52, do CPC o foro competente para dirimir a lide seria o de domicílio do réu, ora contribuinte. Ou seja, no caso em tela o foro competente seria o Estado de São Paulo e não Mato Grosso.
		Desta feita, poderá ser alegada preliminar de mérito consubstanciada na ilegitimidade ativa do Estado do Mato Grosso.
		No mérito, cabível impugnar a exigência feita pelo Estado do Mato Grosso quanto ao destaque do ICMS já que não acarretaria prejuízo ao fisco do referido Estado.

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