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DIREITO ADMINISTRATIVO II - AULA 1

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DIREITO ADMINISTRATIVO II
Professor: Glauber Coelho Carvalho
DICAS GERAIS
 Apresentação
Avaliações – VA’s
 TDES
Bibliografia, outros sites, aplicativos e perfis
2
Apresentação
Contatos:
(38) 99945.6165
glauber.coelho@soebras.edu.br
AVALIAÇÕES
3 VA’s (20pts, 25pts, 30 pts)
VA1, VA2 e VA 3 – todas elas contendo: 
5 questões fechadas – 5 questões abertas
Serão cobradas questões de concursos OAB (adaptadas) e outras elaboradas pelo próprio professor.
TDES
PONTOS A SEREM DISTRIBUÍDOS 25pts
Atividades propostas: 
1) Resolução de questões – PARA CASA (15 pontos)
2) Dissertação – Tema a ser definido dentro da matéria de Intervenção do Estado na Propriedade ou Responsabilidade Extracontratual do Estado (10pts)
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
OLIVEIRA, Rafael Carvalho Rezende. Curso de direito administrativo– 9.ed., – Rio de Janeiro:Forense/MÉTODO, 2021. 
CARVALHO, Matheus. Manual de Direito Administrativo – 9. Ed., - Salvador: Juspodivm,2021.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 35.ed. São Paulo: Atlas, 2021.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
GASPARINI, Diógenes. Direito administrativo. 17.ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
MEIRELLES, Hely L. Direito administrativo brasileiro. 40.ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.
ARAUJO, Edmir Netto de. Curso de direito administrativo. 7.ed. São Paulo: Saraiva, 2015.
DI PIETRO, Maria S. Z. Direito administrativo. 27.ed. São Paulo: Atlas, 2014.
MAZZA, Alexandre. Manual de direito administrativo completo para concursos. 4.ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. 31.ed. São Paulo: Malheiros, 2014.
ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. São Paulo: Metodo, 2014.
PLANO DE ENSINO
EMENTA
Noções gerais de licitação e contratos administrativos. Serviço público e intervenção no domínio econômico. Concessões e permissões de serviço público. As restrições do Estado sobre a propriedade privada. Discricionariedade administrativa. Os servidores públicos. A responsabilidade do Estado por comportamentos administrativos.
PLANO DE ENSINO
 Conteúdo Programático
1. Licitações Públicas 1.1. Conceito, finalidade, princípios informativos e objeto da licitação. 1.2Obrigatoriedade da licitação. 1.3. Modalidades de licitação. 1.4. Fases do processo licitatório. 1.5. Dispensa e inexigibilidade de licitação. 1.6. Anulação e revogação da licitação. 
2. Contratos administrativos e Contratos da Administração Pública. 2.1. Conceito e peculiaridades. 2.2. Cláusulas exorbitantes. 2.3. Cláusulas essenciais. 2.4. Garantias. 2.5. Execução do contrato. 2.6. Formas de extinção do contrato administrativo. 2.7. Contrato de concessão de serviço público. 2.8. Alteração e extinção da concessão. 2.9. Contratos e compromissos de gestão. 2.10. Parcerias Público Privadas. 
PLANO DE ENSINO
 Conteúdo Programático
3. Serviço Público e Intervenção no domínio econômico. 3.1. Evolução conceitual. 3.2. Características do serviço público. 3.3. Classificação dos serviços públicos. 3.4. Delegação da prestação do serviço público. 3.5 Concessão, permissão e autorização dos serviços públicos. 3.6. A atuação do Estado no domínio econômico 3.7 Bases constitucionais. 3.8. Exploração direta da atividade econômica pelo Estado. 3.9. Atividades de fomento. 3.10. Atividade reguladora e atividade repressiva. 3.11. A privatização de serviços públicos e entidades estatais. 3.12. O papel das agências reguladoras.
4. Intervenção do Estado na propriedade: conceito, fundamento, finalidades e requisitos constitucionais 4.1. Sujeitos, objeto e requisitos da desapropriação. 4.2. Fases do procedimento de desapropriação. 4.3. A declaração de utilidade pública e interesse social e seus efeitos. 4.4. A desapropriação amigável. 4.5. A desapropriação judicial. 4.6. Indenização do bem expropriado. 4.7. Desapropriação Indireta. 4.8. Retrocessão. 4.9. Requisição. 4.10. Limitação Administrativa. 4.11. Servidão Administrativa. 4.12. Ocupação Temporária. 4.13. Tombamento. 
PLANO DE ENSINO
 Conteúdo Programático
5. Agentes Públicos 5.1. Conceito de Agentes públicos. 5.2. Classificação dos agentes públicos. 5.3. Servidores públicos. Regime jurídico. 5.4. Tratamento constitucional dos servidores públicos. 5.5. Cargos, empregos e funções públicos. 5.6. Formas e exigências para o provimento. 5.7. Criação, transformação e extinção dos cargos públicos. 5.8. Remuneração e subsídio. 5.9. Acumulação de cargos, empregos e funções. 5.10. Estabilidade, vitaliciedade e efetividade. 5.11. Regime de previdência. 5.12. Direitos e deveres dos servidores públicos. 5.13. Perda da condição de servidor público.
6. Responsabilidade extracontratual da Administração Pública 6.1. Evolução e estágio atual da responsabilidade da administração pública. 6.2. Requisitos: ação ou omissão do Poder Público, dano e nexo de causalidade. 6.3. Ação de regresso. 6.4. Responsabilidade por atos legislativos e judiciais. 6.5. Responsabilidade por atos de concessionários de serviço público. 
LICITAÇÕES
Licitações é daqueles temas que separa quem está verdadeiramente preparado paras as provas de alto nível de quem não está. Por isso, é extremamente importante conhecer e estudar sobre licitações e contratos nessa caminhada acadêmica.
E pra ficar mais BACANA a tarefa ficou consideravelmente mais complexa com a sanção e publicação, em abril de 2021, da Nova Lei de Licitações e Contratos – Lei 14.133/21.
E por que? A NLL não revogou imediatamente as antigas leis de licitações existentes, quais sejam: LEIS 8.666/93, 10.520/02 e 12.462/11.
Dessa forma, teremos que fazer o estudo conjunto de todos os diplomas legais citados. E não duvidem que em futuras provas de OAB que farão que a querida FGV venha elaborar questões cobrando: CONSOANTE A LEI 14.133/21 ou SEGUNDO A LEI 8.666/93...
Assim, tanto neste estudo geral sobre licitações quanto na parte de contratos administrativos, vamos abordar a lei nova e as leis velhas.
Então o primeiro combinado é: Quando eu não falar exatamente qual regime está sendo tratado vamos sempre saber que a regra vale para ambos sistemas (NLL e VLL). No que for diferente entre uma e outra sempre farei o alerta.
DICAS GERAIS SOBRE LICITAÇÕES
A matéria de licitações é extremamente complexa e cheia de detalhes. Infelizmente não dá pra esgotar todo assunto com a profundidade que mereceria. Seria necessário pelo menos um semestre de estudo só em licitações e contratos para isso e olhe lá.
Então, como a própria ementa diz, vamos fazer um apanhado geral sobre o tema, focando no que realmente é de extrema importância.
E de toda a matéria que vamos estudar, sempre daria uma atenção especial em Princípios, modalidades, critérios de julgamento, dispensa e inexigibilidade de licitação. Esses tópicos tem enorme incidência em provas de concurso e OAB.
Por fim, um alerta: Diferentemente dos demais assuntos, em que sempre começamos pelos conceitos e fundamentos constitucionais, em licitações vai ser mais didático que comecemos pelas questão da vigência concomitante entre os sistemas existentes.
Vigência, Vacância e período de convivência
O art. 194 da NLL diz que a lei entrou em vigor na data da sua publicação. Assim, desde 01/04/21, a Lei 14.133/21 pode ser imediatamente aplicada.
Todavia, a NLL não revogou de forma imediata o regramento anterior. A lei 14.133/21 estabeleceu que NLL conviverá com as leis que compõe o regime antigo por dois anos. Assim, a Lei 8.666/93, 10.520/02 e 12.462/11, terão vigência até 01/04/2023.
E o que acontece nesse intervalo de 2 anos?? A Administração Pública pode escolher qualquer um dos regimes, o novo ou o antigo, conforme a sua preferência, consoante se vê do art. 191 da NLL.
Assim, neste prazo de 2 anos a Administração Pública poderá optar: a) aplicar o regime novo; b) aplicar o regime antigo; c) alternar os regimes, ou seja, ora promove a licitação sob o regime antigo, ora promove pelo regime novo. MAS ATENÇÃO!!! Não pode haver combinação entre os regimes!! Também não poderá fazer o procedimento licitatório por um sistemae querer que o contrato administrativo seja regido por regras do outro regime.
Em suma, será um verdadeiro carnaval esse biênio. Uns órgãos e entidades optarão pelo velho regime, outros pelo novo, alguns poucos ou muitos, intercalando as regras. Enquanto isso, nós, vamos nos virar para entender todos os regimes.
ULTRATIVIDADE???
Imagine comigo a seguinte situação: Quinzim membro da comissão de licitação do município de Januária, iniciou o processo licitatório em 23 de março de 2023. A data de julgamento das propostas por conta do prazo mínimo está previsto para 23 de abril de 2023. A pergunta é a seguinte: Se o art. 191 da NLL diz que o regime antigo terá vigência até 01/04/2023, o que ocorrerá?
A legislação não responde essa pergunta. Mas a doutrina majoritária tem se posicionado pela ultratividade do regime antigo. Com efeito, não pode haver combinação entre o regime novo e o regime velho. Da mesma forma, celebrada licitação pelo regime antigo, o contrato administrativo dele advindo não poderá seguir as regras da NLL. 
Assim, a conclusão que se chega é que a Lei 8.666/93 será aplicada em todos os procedimentos e contratos em que o edital foi publicado antes de 01/04/2023.
Esse posicionamento é o que melhor harmoniza com a segurança jurídica, pois, caso assim não fosse as licitações do regime antigo, que estariam em curso, não seriam concluídas, ou seja, ficariam pelo meio do caminho e teriam que ser desfeitas, prejudicando a Administração Pública que teria um retrabalho.
Os Tipos Penais da Nova lei de Licitações
Inicialmente, quanto aos tipos penais, diferentemente do que ocorreu com os demais dispositivos da Lei 8666/93, foram todos eles revogados imediatamente. 
Dessa forma, os artigos 89 a 108 da VLL foram todos eles revogados, não havendo que se falar em período de transição.
Todavia, cabe lembrar que, por ter a NLL inserido uma série de alterações no Código Penal, instituindo o Capítulo II-B, intitulado “Dos Crimes em Licitações e Contratos Administrativos”, com aumento substancial das penas, a lei antiga por ser mais branda, continuará a ser aplicada para os fatos típicos perpetrados até 31/03/2021.
Prazo especial para municípios de pequeno porte
O art. 176 da NLL, por presumir, que municípios com menos de 20mil habitantes, possuem falta de estrutura administrativa, fixou prazo de 6 anos para que estes cumpra regras relacionadas aos agentes responsáveis pela condução das licitações e à segregação de funções, à obrigatoriedade de licitações eletrônicas e às regras sobre divulgação em sítio eletrônico. 
Ao que parece o prazo é muito extenso, sobretudo para licitar de modo eletrônico e usar diário oficial eletrônico, o que não é nada demais e já vem sendo usado por quase todos.
Na verdade, para a aplicar a Lei n. 14.133/2021, todos os entes terão que se estruturar e contar com gente qualificada. Não faz sentido dispensar os municípios menores da obrigação de contar com gente qualificada e, ao mesmo tempo, exigir deles o cumprimento de todas as obrigações e procedimentos novos. 
Talvez a maior utilidade do artigo 176 da Lei n. 14.133/2021 seja adiar por 6 (seis) anos a obrigação dos municípios de tomar as medidas para a segregação de funções, em conformidade com o § 1º do artigo 7º, cujo texto veda “[...] a designação do mesmo agente público para atuação simultânea em funções mais suscetíveis a riscos [...]”. É que, para cumprir essa ordem, os municípios precisariam ampliar os seus quadros, difícil de se fazer em curto ou médio espaço de tempo, por todas as restrições financeiras enfrentadas.
AQUI NA NOSSA COMARCA, LEVANDO EM CONSIDERAÇÃO OS MUNICÍPIOS QUE A COMPÕE, SOMENTE JANUÁRIA NÃO SE ENQUADRA NA EXCEÇÃO LEGAL.
CONCEITO E FUNDAMENTAÇÃO CONSTITUCIONAL
 O sistema de licitações foi criado por força dos princípios da indisponibilidade do interesse público, da isonomia e da impessoalidade na Administração Pública. Tem por escopo estabelece procedimentos formais prévios para a realização das contratações pela Administração, buscando sempre a escolha da melhor proposta possível.
Marçal Justen Filho define licitação como: “Procedimento administrativo disciplinado por lei e por um ato administrativo prévio, que determina critérios objetivos de seleção da proposta mais vantajosa, com observância do princípio da isonomia, conduzido por um órgão dotado de competência específica”.
A Constituição Federal, afirma em seu art. 22, XXVII, que compete a União legislar sobre normas gerais de licitação e contratação, que serão aplicadas para toda a administração pública direta, autárquica e fundacional dos entes da federação. 
OBSERVE QUE A CF FALA EM NORMAS GERAIS. Assim, a União cria normas gerais e os Estados podem criar normas específicas, como por exemplo o Estado da Bahia, que possui sua própria Lei de licitações – a Lei Estadual 9433/05.
Aqui um alerta!! Não confundir norma nacional com norma federal.
Norma Nacional: é aquela que é editada pela União e vale para todos os entes federados.
Norma Federal: é aquela que é editada pela União valendo apenas para este ente federativo, não se aplicando para Estados e Municípios. Exemplo: Lei 8112/90
A legislação aplicada à Licitação
As leis 8.666/93 e 14.133/21 são normas eminentemente nacionais e gerais (apesar de existirem alguns dispositivos que se aplicam somente à administração pública federal), mas não são as únicas, ainda temos:
Lei do Pregão (10.520/02);
Lei dos Serviços de Publicidade (12.232/10);
Lei do RDC (12.462/11);
Lei dos produtos e sistemas de defesa (12.598/12);
Estatuto das Estatais (13.303/16).
Lembrando mais uma vez que, quando se fala em normas gerais, a lei federal que tratar licitações possuirá caráter nacional, aplicando-se a todos os entes da Federação. Por outro lado, quando se falar em norma específica, ficará adstrita somente ao campo federal, estando os demais entes livres para aprovação de disposições próprias.
Por falar em disposições próprias, o STF já reconheceu a constitucionalidade de lei estadual que estabeleceu preferência para aquisição de softwares livres pela Administração Pública, como por exemplo o BrOffice (ADI 3059). 
Por outro lado, se posicionou pela inconstitucionalidade de lei estadual que exigia certidão negativa de violação aos direitos do consumidor, sob o argumento de que desequiparações/diferenciações somente podem ser feitas pela lei federal, portanto, seria de competência privativa da União (ADI 3735).
Por fim, considerou inconstitucional a lei estadual que para averiguar a proposta mais vantajosa analisou os impostos pagos à Fazenda Pública daquele respectivo Estado-membro (ADI 3070).
Voltando à CF
O art. 37, XXI, da CF afirma que ressalvados casos da legislação, as obras serviços, compras e alienações serão contratados mediante licitação, que assegurará igualdade de condições a todos os concorrentes. Portanto, este é o fundamento constitucional para se exigir a realização de licitações prévias às contratações. 
Dessa forma o Poder Público está obrigado a licitar previamente a suas contratações, exceto quando a própria legislação autorizar a contratação direta, casos por exemplo de dispensa e inexigibilidade.
As Leis 8.666 e 14.133, ambas no artigo 2º, esmiuçam a necessidade de licitação.
Ademais, no art. 173, §1º, III e no art. 175, caput, a CF, determina a realização de licitação pelas empresas estatais para contratação de obras, serviços, compras e alienações e, também, para o poder público de forma geral, quando prestar serviço público, sob o regime de concessão ou permissão.
Quanto a realização de licitação pelas empresas estatais, como já dito, existe regramento específico na Lei 13.303/2016.
Finalidade do Processo Licitatório – 8666/93
O art. 3º da Lei 8.666 fala que o processo licitatório possui três finalidades básicas: a) garantir a observância do princípio constitucional da isonomia; b) selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração; c) promover o desenvolvimento nacional sustentável.
Proposta vantajosa não coincide sempre com o menor preço, ou seja,O OBJETIVO DA LICITAÇÃO NÃO É A PROPOSTA MAIS BARATA, MAS SIM A MAIS VANTAJOSA AO INTERESSE PÚBLICO.
Observa-se a isonomia quando se assegura tratamento isonômico entre os licitantes, permitindo uma justa competição
As finalidades citadas tem igual importância. Assim, o administrador não pode, sob a justificativa de contratar a proposta mais vantajosa, infringir o princípio da isonomia.
A busca desenfreada pela proposta mais vantajosa, por meio de práticas abusivas ou arbitrárias é chamada por Marçal Justen Filho de vantajosidade.
Ainda quanto o tema da seleção da proposta mais vantajosa, deve-se advertir que a Administração Pública não pode somente se fundar em critérios econômicos, mas também a critérios extraeconômicos, ou seja, a licitação possui uma função regulatória, visto que deve buscar: o desenvolvimento nacional sustentável; a promoção e defesa do meio ambiente, a inclusão dos portadores de deficiência no mercado de trabalho e o fomento à contratação de microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP).
TDES
Como estudado, o instituto da licitação não serve tão somente, para a administração realizar a contratação de bens e serviços ao melhor preço, o instituto deve ser mais abrangente, servindo como instrumento para o atendimento de diversas outras finalidades públicas, também constitucionalmente resguardadas. Nesse sentido, responda: O que é Licitação Verde? Quais as suas principais características. Valor: 2 pontos.
As licitações verdes [01] correspondem a uma forma de inserção de critérios ambientais e sociais nas compras e contratações realizadas pela Administração Pública, priorizando a compra de produtos que atendem critérios de sustentabilidade, como facilidade para reciclagem, vida útil mais longa, geração de menos resíduos em sua utilização, e menor consumo de matéria-prima e energia. Para isso, é considerado todo o ciclo de fabricação do produto, da extração da matéria-prima até o descarte
Finalidades na Lei 14.133/21
A NLL manteve os três objetivos citados, acrescentando apenas um novo e inserindo uma nova característica no que diz respeito a proposta mais vantajosa.
Nesse sentido: atualmente no momento de escolher a proposta mais vantajosa, deve ser analisada o ciclo de vida do objeto, pois, certamente, o ciclo de vida do produto tem aptidão para repercutir na vantajosidade de determinada contratação.
Produtos e serviços mais baratos, em alguns casos, quando analisados ao longo de todo seu percurso na cadeia produtiva e de vida útil, podem se revelar ao final mais dispendiosos por serem menos eficientes e duráveis. 
Ademais, quanto o objetivo de evitar contratações com sobrepreço ou com preços manifestamente inexequíveis e superfaturamento, diz respeito a se evitar as mais variadas formas de corrupção, que é um dos motivos principais pelos quais as licitações existem.
Sobrepreço e Superfaturamento
As figuras não se confundem:
O sobrepreço tem por base o preço orçado e acontece quando há contratação por um valor expressivamente superior ao preço de mercado (art. 6º, LVI - NLL).
Superfaturamento, por sua vez, está atrelado ao dano provocado ao patrimônio público, se referindo: a) medições inadequadas, b) deficiência na execução; c) alteração do orçamento em favor do contratado e; d) alteração de cláusulas financeiras que beneficie irregularmente o contratado.
Âmbito de aplicação 8.666/93
O art. 1º da Lei 8.666/93 apresenta quais os entes que estão sujeitos ao procedimento licitatório.
Embora a lei parece clara há bastante divergência quanto à necessidade de determinados entes realizarem licitação para suas contratações.
Fundos Especiais: fundo é objeto direito e não sujeito. A doutrina fala em equívoco do legislador, visto que é impossível crer que o FUNDEB, por exemplo, faça licitação. Na verdade, quem realiza a licitação é quem faz a gestão do fundo. 
Serviços Sociais autônomos: prevalece no STF que não estão sujeitos à lei 8666/93 e as demais normas legais de licitações. Eles podem usar regulamentos próprios, desde que observados os princípios gerais aplicáveis à administração Pública (MS 33442 – 15/02/2019).
OSCIP: em regra não se submetem ao regime licitatório. Todavia, caso firme termo de parceria, submetem-se a regulamento próprio, que observará obrigatoriamente ao LIMPEE. O regramento especial deve ser publicado no prazo máximo de 30 dias, contados da assinatura do termo de parceria.
Organizações Sociais (OS): semelhante a OSCIP. Contudo aqui não há termo de parceria e, sim, contrato de gestão. O regramento dever ser publica no prazo de 90 dias, contados da assinatura.
Conselhos de Classe: As entidades de classe, à exceção da OAB, precisam licitar, todavia não é necessário utilizar a Lei 8666/93, cabendo o regimento interno de cada entidade estabelecer o detalhamento do rito a ser observado.
Empresas Públicas e Sociedade de economia mista: Com o advento da Lei 13303/16, a lei 8666 não será mais aplicada a elas. Não é possível conciliar o regime da VLL com a agilidade própria do mercado (RE 441280 - 
Qual a posição mais recente do STF?
O regime de licitação e contratação previsto na Lei nº 8.666/93 é inaplicável às sociedades de economia mista que explorem atividade econômica própria das empresas privadas, concorrendo, portanto, no mercado. Não é possível conciliar o regime previsto na Lei nº 8.666/93 com a agilidade própria desse tipo de mercado que é movido por intensa concorrência entre as empresas que nele atuam. STF. Plenário. RE 441280/RS, Rel. Min. Dias Tofolli, julgado em 6/3/2021 (Info 1008).
Relembrando...
As OSs são entidades da iniciativa privada sem fins lucrativos que tiveram uma qualificação especial outorgada pelo governo, que autoriza a fruição de vantagens peculiares, como isenções fiscais, destinação de recursos orçamentários, repasse de bens públicos e empréstimo temporário de servidores. Além disso, celebram “contrato de gestão” com o Estado para cumprimento de metas de desempenho e recebimento de benefícios públicos.
As OSCIPs também são pessoas jurídicas de direito privado sem finalidade lucrativa, instituídas por iniciativa dos particulares para desempenhar serviços não exclusivos do Estado, com fiscalização pelo Poder Público, formalizando a parceria com a Administração Pública por meio de “termo de parceria
O Termo de Parceria é voltado ao fomento e execução das atividades definidas como de interesse público pelo artigo 3º da Lei nº. 9.790/99 e disciplinado pelo Decreto nº. 3.100/99. Apenas aquelas organizações que cumprirem os requisitos legais e sejam qualificadas como OSCIP (Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público) pelo Ministério da Justiça é que estão aptas a celebrar a parceria com o Poder Público.
Para as OSs, o instrumento que regulamenta as relações com o Poder Público é o Contrato de Gestão. Pela Lei das OSCIPs, o Termo de Parceria é passível de ser firmado. No caso das OSs, ao contrário, não há qualquer termo que se assemelhe a este. Para Martins, o motivo é simples: na prática, a entidade (OS) já nasce com o Contrato de Gestão, lembra o autor, é diferente daquele que deu origem ao Termo de Parceria. A OS tem a gestão de certo patrimônio público, que é cedido a ela pelo Estado. O Termo de Parceria expressa outro ponto de vista. Ele indica que recursos públicos podem ser destinados a uma entidade, mas a gestão do patrimônio não deve ter ingerência do Poder Público.
O Contrato de Gestão tem por objetivo a formação de parceria para o fomento de organizações que prestam serviços públicos não-exclusivos do Estado: ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do meio ambiente, cultura e saúde. É regulado pela Lei nº. 9.637/98. Para firmar um contrato de gestão, a organização deve ter sido previamente qualificada como OS (Organização Social) pelo ministério correspondente.
Âmbito aplicação 14133/21
Em primeiro lugar é importante afirmar que a NLL não alterou o âmbito de aplicação, ou seja, não alterou na prática as entidades que estão sujeitas a licitar, apenasexplicitou as regras que já compunham a jurisprudência do STF e do TCU.
A regra é que a NLL é direcionada para toda administração pública direta, autárquica, fundacional (fundações públicas de direito público e fundações públicas de direito privado). Se aplica a todos os entes da Federação (União, Estados-membro, DF e municípios). A NLL abrange também os poderes Executivo, Legislativo/Judiciário (no exercício da função administrativa).
Por fim, a NLL se aplica aos fundos especiais. Trata-se de uma tradição do legislador. O fundo, como já dito, é um conjunto de recurso, fundo de desenvolvimento da saúde, da educação, por exemplo. Então ele não quer dizer do fundo especificamente, mas quem está gerindo aquele fundo. 
Entidades controladas: o legislador não é muito claro, a doutrina tem muita divergência sobre o que seria isso. Tem autor que fala que seriam as entidades paraestatais, todavia, tais entidades não fazem licitação, tem entendimento do STF sobre isso.
NÃO ABRANGÊNCIA
As EMPRESAS ESTATAIS NÃO SEGUEM A NLL. QUEM SÃO ELAS? SÃO AS EMPRESAS PÚBLICAS E AS SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA.
Elas possuem um regramento próprio previsto na lei 13.303/2016. Se uma empresa estatal for fazer uma licitação pública eles vão usar essa lei, ao invés de usar a 14133. 
Contudo, existem exceções:
A primeira: Os tipos penais da NLL, que foram inseridos no CP se aplicarão as empresas estatais (Há previsão na LEI 14133).
A segunda: O pregão (art. 32, IV, 13.303/16) e os critérios de desempate (art. 55, III, 13.303/16 cc art. 60, 14.133/21) também se aplicarão as empresas estatais (mas por enquanto será somente essa informação, mais pra frente daremos mais detalhes).
CASOS ESPECIAIS
Algumas situações tem que ser estudados com cautela, por conta da própria exceção feita pela lei 14.133/21.
 A) REPARTIÇÕES PÚBLICAS SEDIADAS NO EXTERIOR: As repartições sediadas no exterior devem seguir regulamento próprio, pois devem ser observadas as peculiaridades da região. Devem ser observados os princípios gerais em contrapartida. Exemplo: Consulados.
B) RECURSOS AGÊNCIAS ou ORGANISMOS INTERNACIONAIS: Aqui também não será seguida a NLL, mas, sim, poderá ser seguido um regramento próprio, se houver essa exigência. Imagine que o Brasil recebeu um recurso do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e o BID exige requisitos específicos para contratação. Devo seguir o que repassado pelo BID. Aqui então as exigências específicas podem ser seguidos.
C) RECURSOS DAS RESERVAS INTERNACIONAIS: São utilizados consoante ato normativo expedido pelo BACEN. O BACEN tem dentre as suas funções, pode controlar as operações cambiais. Por exemplo, no caso de flutuação cambial, dependendo da situação o BACEN deve intervir, seja para comprar ou para vender dólar das reservas internacionais. IMAGINA SE FOSSE TER QUE FAZER UMA LICITAÇÃO PARA AUTORIZAR A COMPRA E VENDA.
APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA
A LEI COMO DITO É DE NORMAS GERAIS.
Então, se tem uma norma específica, você vai aplicar primeiro essa norma, só aplicará a VLL ou NLL, de forma subsidiária ou complementar.
Quais são esses casos:
A) DELEGAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS (concessão ou permissão de serviço públicos). Aqui se aplica a 8987/95;
B) PPPs – Lei 11079/2004
C) Serviços de Publicidade por Agências de Publicidade – Lei 12.232/10
PRINCÍPIOS
Costuma-se dizer que os princípios são os fundamentos gerais, ou os cânones estruturantes, de uma determinada disciplina jurídica. Sem eles, não é possível compreender a lógica operacional por trás de grandes e pequenos regulamentos, sendo plausível afirmar que a sua ausência ou ignorância pode acabar conduzindo a aplicação das normas jurídicas ao mero arbítrio. 
No Direito Administrativo, ramo que engloba as licitações e as contratações públicas, são cânones básicos a legalidade, a impessoalidade, a supremacia do interesse público, a razoabilidade, entre muitos outros. 
Tais princípios orientam a atividade administrativa e seus respectivos controladores, alertando-os de que a interpretação de uma norma jurídica da Lei de Licitações e Contratos Administrativos não pode ser empreendida contrariamente à impessoalidade ou ao interesse público, por exemplo. 
Entretanto, é importante realçar que os princípios não são apenas ferramentas hermenêuticas ou, dito de forma mais simples, critérios interpretativos colocados à disposição do exegeta em sua atuação quotidiana. Desde há muito, os princípios são considerados, eles mesmos, normas jurídicas dotadas de força coativa.
Princípios da Lei 8.666/93 e 14.133/21
A lei 8.666/93 estipula que: Art. 3o  A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.
Por sua vez, a Lei 14.133/21 disciplina: Art. 5º Na aplicação desta Lei, serão observados os princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade, da eficiência, do interesse público, da probidade administrativa, da igualdade, do planejamento, da transparência, da eficácia, da segregação de funções, da motivação, da vinculação ao edital, do julgamento objetivo, da segurança jurídica, da razoabilidade, da competitividade, da proporcionalidade, da celeridade, da economicidade e do desenvolvimento nacional sustentável, assim como as disposições do Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942 (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro). 
Ao comparar os dispositivos constata-se que a NLL tem um rol mais amplo, pois inclui todos os princípios da VLL, apresentando alguns novos. 
Ademais, não será feito um estudo aprofundado dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, probidade administrativa, eficiência, segurança jurídica e da razoabilidade, visto que já foram objeto de análise e estudo semestre passado na disciplina de Direito Administrativo I.
Princípios Gerais: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade
Destaca-se, inicialmente, que o princípio da legalidade aplicado às licitações e às contratações públicas deve ser compreendido em sua acepção clássica, no sentido de que à Administração Pública só é lícito fazer aquilo que a lei determina ou, no mínimo, autoriza. 
Nesse sentido, pode-se destacar dois espectros de aplicação do aludido princípio no tema das licitações e das contratações públicas: o primeiro, referente ao próprio bem ou serviço licitado, que precisa ser lícito e, portanto, não ofensivo à legislação aplicável ao ente federativo licitante; o segundo, relacionado aos próprios procedimentos, ritos, modalidades etc., a serem adotados nas licitações empreendidas pelos entes públicos subordinados à lei de regência.
Por sua vez, o basilar princípio da impessoalidade, quando incide nas contratações públicas, tem em vista a necessidade premente de empreender tratamento impessoal e desinteressado em relação a todos os licitantes envolvidos no certame. É que, sendo o objetivo primordial das licitações a contratação mais vantajosa para a Administração Pública, não faria sentido uma atuação discriminatória ou tendente a favoritismos.
 Com efeito, o ente licitante que, por qualquer motivo, beneficia particulares específicos vulnera o princípio da impessoalidade, pois se afasta da busca por um resultado final que seja o melhor para a Administração Pública. 
O princípio da moralidade exige daqueles que laboram com licitações públicas uma atuação escorada na boa-fé e na honestidade, sem levar em consideração interesses que conflitem com uma noção básica de moralidade administrativa. Desvios de finalidade, trocas de favores, pagamentos de propinas, entre outros atos de corrupção, conflitam com o princípio em análise.
Importante mencionar que, quando se fala em moralidade administrativa,está-se a pressupor uma moralidade que se relaciona com os valores albergados pelo ordenamento jurídico (legalidade). Valores relacionados a outros âmbitos, como o social ou o religioso, por exemplo, não encontram guarida no aludido princípio.
Princípios Gerais: Publicidade e eficiência
O princípio da publicidade garante que todos os interessados na licitação pública, direta (licitantes, terceiros) ou indiretamente (cidadãos, órgãos de controle), tenham conhecimento sobre os atos nela praticados. Assim sendo, atos secretos, que não aqueles pertinentes à fase interna da licitação, são repudiados pelo aludido princípio.
Em observância ao aludido princípio, consta na Lei de Acesso à Informação que todos devem ter acesso às informações pertinentes às licitações (inciso VI do artigo 7º da Lei n. 12.527/2011). 
Atualmente, na era digital, a publicidade quase sempre se dá por meio de portais eletrônicos oficiais (“portais da transparência”) e não mais por meio de jornais de circulação física ou murais de repartições públicas. 
Finalmente, o princípio da eficiência exige do administrador público que atue sempre na busca de um resultado satisfatório, sem maiores apegos a formalidades vazias. Bem entendido: não se trata de abdicar da forma, que é muito importante na organização burocrática brasileira, mas, sim, trata-se de não convertê-la num fim em si mesma. 
Como bem adverte Joel de Menezes Niebuhr, “A eficiência em licitação pública gira em torno de três aspectos fundamentais: preço, qualidade e celeridade”. Assim sendo, de nada adiantaria a realização de um procedimento licitatório compatível com o princípio da legalidade, formalmente escorreito, mas que consagrou como vencedora uma proposta com preço incompatível com o mercado e com baixa qualidade na prestação de serviços
QUADRO-RESUMO
	Princípios	
	Legalidade	Ao administrador só é possível fazer o que é permitido em lei. Observância ao devido processo legal.
	Impessoalidade	Vedação ao favorecimento de pessoas, marcas e empresas. Agentes públicos com interesse direto ou indireto não podem atuar no processo licitatório.
	Moralidade	Obrigam licitador e licitantes a observarem pautas de conduta honesta e civilizada.
	Publicidade	É o dever de divulgar as informações para o público. Exceção: informações e documentos imprescindíveis para a segurança do Estado. Sigilo das propostas: até a abertura. 
	Eficiência	Gerar resultados positivos para a população; Eficiência: relação entre os custos e os produtos; Economicidade: minimização de custos, sem comprometer a qualidade; Eficácia: cumprimento dos objetivos.

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