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Pós-graduação em TCC terapia cognitiva comportamental
Projeto Integrador: Professor Dr. Cristiano Nabuco de Abreu
Em primeiro momento é preciso entender o que é uma dependência tecnológica. O uso excessivo da internet é considerado um comprometimento do estado psicológico da pessoa, tanto em relação aos aspectos mentais como o emocional, assim como as interações acadêmicas, ocupacionais e sociais. (SIGMAN et al.,2017)
Os critérios para diagnóstico são advindos de patologias, jogos de azar e vícios associados com substâncias e são na maioria das vezes base da quantidade de tempo gasto em uma tela de computador por exemplo, como no caso em questão. De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5, o transtorno do jogo pela internet infere que os critérios inseridos são o uso constante e recorrente da internet para envolver-se em jogos constantemente com outros jogadores causando grande prejuízo clínico ou sofrimento. (AMERICAN et al.,2014)
Cada vez é mais comum que as pessoas aumentam o uso da internet, gerando o abuso, por ser uma atividade prazerosa causada pela dopamina. Os indivíduos se tornam dependentes do intermitente e imprevisível fluxo de dopamina que passa a ser relacionado a substâncias ou comportamentos usados e é nesta parte que a internet se encaixa. Na dependência da internet pode se observar aspectos como tolerância e abstinência seguido de desconforto físico (ansiedade e irritabilidade) quando os indivíduos interrompem ou alteram seus padrões de utilização. (SIGMAN et al.,2017)
Neste sentido, para satisfazer os critérios de algo muito parecido a uma dependência de substância, é necessário: uma conduta que produza intoxicação/prazer, padrão de uso excessivo e aspectos de tolerância e abstinência, como no caso em questão. Destaca-se que a dependência de internet, mesmo não sendo diretamente uma dependência capaz de causar lesão estrutural, grande parte dos efeitos prejudiciais é devido aos desiquilíbrios em relação ao tempo gasto com a tecnologia. (ABREU et al.,2019)
Assim, os objetivos do tratamento para este transtorno compulsivo impulsivo é a educação e prevenção para que assim possa restabelecer, dentro dos limites razoáveis um padrão de utilização moderada. Então, o uso consciente e a autoconsciência são um processo crítico no qual a mudança ocorre. (ABREU et al.,2019)
Ainda, o TCC se apresenta como uma forma eficaz de tratamento para o uso compulsivo de internet e outras tecnologias pois é baseado no fato de que pensamentos geram sentimentos, assim, os pacientes são instruídos a identificar e monitorar pensamentos que desencadeiem sentimentos que os levam a ter condutas de dependência. O paciente deve ser instruído a treinar habilidades sociais e deve se prevenir a recaída. (TORONTO et al.,2009)
Na fase inicial é utilizado técnicas comportamentais focando em situações específicas, pelo qual o controle do impulso está ocorrendo de maneira pouco eficiente. No decorrer do progresso da terapia, o foco muda, passando a ser cognitivo no qual são identificadas distorções que se desenvolvem sobre o uso da internet. A generalização excessiva ou catastrofização são cognições disfuncionais que colaboram para o uso excessivo da internet, objetivando assim, o uso controlado e moderado da internet e não sua total abstinência. (YOUNG et al.,2011)
O tratamento envolve estratégias de aprendizagem, de gestão de tempo, reconhecimento dos benefícios e malefícios, identificação de gatilhos, estados emocionais, cognições disfuncionais e fenômenos da vida. Neste sentido, saber gerar emoções e controlar impulsos, melhora a comunicação interpessoal e as habilidades sociais. Ainda, tem a entrevista motivacional que pode ser usada como tratamento que refere a um aconselhamento centrado no paciente para eliciar sua alteração de conduta explorando e resolvendo sua ambivalência. E também, é de grande importância o trabalho com as famílias e atenção para as comorbidades para esta condição clínica. (YOUNG et al.,2011)
Um algoritmo simples de critério de dependência é o DIAR que significa o desejo de parar, a incapacidade de parar, tentativas de parar e a recaída. Este marcador é de grande utilidade para os casos de dependência de internet, juntamente com os marcadores de tolerância e abstinência. Os fatores que contribuem para a dependência de internet e outras características são: conteúdos, processo/acesso, reforço/recompensa, sociais e Gen-D. (SIGMAN et al.,2017)
Ainda, pode se utilizar de ferramentas como a identificação do padrão de uso, estimulação para atividades neutras no período em que estaria usando a internet, lembretes externos (relógio com alarme), estabelecer metas, cartões de enfrentamento e listas de tarefas como passatempo. E a terapia da realidade também é sugerida neste caso que se baseia na teoria da escolha e no controle no qual indica que as pessoas são responsáveis pela sua vida, condutas, sentimentos e pensamentos. (TORONTO et al.,2009)
REFERÊNCIAS
ABREU, C. N. Teoria do apego: fundamentos, pesquisas e implicações clínicas. 3. ed. Belo Horizonte: Artesã, 2019.
AMERICAN Psychiatric Association (2014). Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders - 5t ed. (DSM-V). Porto Alegre: Artmed.
SIGMAN, A. (2017). Screen Dependency Disorders: a new challenge for child neurology. JICNA. Disponível em: http://jicna.org/index.php/journal/article/view/67. Acesso: 27 ago.2022.
TORONTO, E. (2009). Time out of mind: Dissociation in the virtual world. Psychoanalytic Psychology.
YOUNG, K.; ABREU, C. N. Dependência de internet: manual e guia de avaliação e tratamento. Porto Alegre: Artmed, 2011. Disponível em: https://viewer.bibliotecaa.binpar.com/viewer/9788536325958/1. Acesso em: 27 ago.2022.

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