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CÓD: SL-117FV-24 7908433250814 CAIXA ECONÔMICA FEDERAL CAIXA Técnico Bancário Novo - Tecnologia da Informação a solução para o seu concurso! Editora EDITAL Nº 01/2024/NM, DE 22 DE FEVEREIRO DE 2024 INTRODUÇÃO a solução para o seu concurso! Editora Como passar em um concurso público? Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação. É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação. Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução preparou esta introdução com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação. Então mãos à obra! • Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho; • Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área; • Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito, determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total; • Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo; • Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação. • Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame; • Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse. A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos. Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial. A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Vamos juntos! ÍNDICE a solução para o seu concurso! Editora Língua Portuguesa 1. Compreensão e interpretação de textos ................................................................................................................................... 9 2. Argumentação e persuasão ....................................................................................................................................................... 20 3. Comunicação assertiva: Linguagem simples, concisa, objetiva ................................................................................................. 21 4. Organização textual ................................................................................................................................................................... 21 5. Coesão e Coerência.................................................................................................................................................................... 21 6. Tipologia textual ........................................................................................................................................................................ 22 7. Ortografia oficial ........................................................................................................................................................................ 25 8. Acentuação gráfica ..................................................................................................................................................................... 26 9. Emprego do sinal indicativo de crase ......................................................................................................................................... 28 10. Sintaxe da oração e do período ................................................................................................................................................. 28 11. Pontuação .................................................................................................................................................................................. 31 12. Concordância nominal e verbal ................................................................................................................................................. 33 13. Regência nominal e verbal ......................................................................................................................................................... 34 14. Significação das palavras ............................................................................................................................................................ 37 15. Colocação do pronome átono .................................................................................................................................................... 38 16. Redação Oficial: escrita de textos formais e Manual de Redação da Presidência da República (disponível no sítio do Planalto na internet) ................................................................................................................................................................................ 38 17. Novo Acordo ortográfico............................................................................................................................................................ 50 Língua Inglesa 1. Conhecimento de um vocabulário fundamental e dos aspectos gramaticais básicos para a compreensão de textos .............. 67 Matemática Financeira 1. Conceitos gerais: valor do dinheiro no tempo, valor presente, valor futuro, juro, taxa de juro, prazo da operação. Equivalência de Capitais em fluxos regulares ou irregulares: VP, VF, prazos e taxas de retorno..................................................................... 95 2. Sequências numéricas: leis de formação expressas de forma geral (em função da posição do termo) ou de forma recursiva (em função de um ou mais termos anteriores); progressões aritméticas; progressões geométricas ....................................... 108 3. Juros Simples. Juros Compostos ................................................................................................................................................110 4. Sistemas de Amortização de qualquer tipo, incluindo os sistemas com amortizações constantes (SAC) e com prestações cons- tantes (Francês ou PRICE) .......................................................................................................................................................... 111 5. Descontos: racional composto e comercial simples .................................................................................................................. 117 6. Séries Uniformes ........................................................................................................................................................................ 119 Noções de Probabilidade E Estatística 1. Conceitos gerais: variável, tipos de variáveis, população, amostra, frequências: absoluta e relativa, frequências acumuladas, representações em gráficos e tabelas (linhas, colunas, setores e histogramas) ........................................................................ 129 2. Medidas de tendência central (em dados brutos ou agrupados em classes): média aritmética, média geométrica, média ponderada, moda e mediana ..................................................................................................................................................... 140 3. Medidas de Posição: quartis e percentis ................................................................................................................................... 143 4. Medidas de dispersão (em dados brutos ou agrupados em classes): amplitude, variância, desvio padrão e coeficiente de variação ...................................................................................................................................................................................... 147 5. Probabilidade: experimento aleatório, espaço amostral, evento; espaços equiprováveis; probabilidade de Laplace; espaços não equiprováveis ...................................................................................................................................................................... 149 6. teorema do produto ................................................................................................................................................................. 154 7. probabilidade condicional e independência ............................................................................................................................. 154 8. distribuição binomial ................................................................................................................................................................. 155 Comportamentos Éticos e Compliance 1. Prevenção à lavagem de dinheiro: Lei nº 9.613/98 e suas alterações ....................................................................................... 163 2. Circular nº 3.978, de 23 de janeiro de 2020 e Carta Circular nº 4.001, de 29 de janeiro de 2020 e suas alterações ................ 168 3. Resolução CVM 50/2021 ............................................................................................................................................................ 183 4. Conceitos e medidas de enfrentamento ao assédio moral e sexual ......................................................................................... 196 5. Atitudes éticas, respeito, valores e virtudes .............................................................................................................................. 197 6. noções de ética empresarial e profissional; A gestão da ética nas empresas públicas e privadas ............................................ 199 7. Código de Ética, Conduta e integridade ..................................................................................................................................... 200 8. Segurança da informação: fundamentos, conceitos e mecanismos de segurança; Segurança cibernética: Resolução CMN nº 4893, de 26 de fevereiro de 2021 .............................................................................................................................................. 220 9. Artigo 37 da Constituição Federal (Princípios constitucionais da Administração Pública: Princípios da legalidade, impessoali- dade, moralidade, publicidade e eficiência) .............................................................................................................................. 221 10. Sigilo Bancário: Lei Complementar nº 105/2001 e suas alterações ........................................................................................... 223 11. Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD): Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 e suas alterações ........................................ 226 12. Legislação anticorrupção: Lei nº 12.846/2013 e DECRETO Nº 11.129, DE 11 DE JULHO DE 2022 ............................................ 239 13. Política de Responsabilidade Social, Ambiental e Climática - PRASC CAIXA .............................................................................. 252 14. Boas práticas de governança corporativa .................................................................................................................................. 256 Tecnologia da Informação 1. Engenharia de software: Processos de software: Processo Unificado (UP): conceitos gerais, disciplinas, fases, papéis, ativi- dades e artefatos; UX; Análise e projeto orientados a objetos; A Linguagem UML: modelos e diagramas; Padrões de projeto; Engenharia de requisitos ........................................................................................................................................................... 261 2. Estrutura de dados e algoritmos: Busca sequencial e busca binária sobre arrays; Ordenação (métodos da bolha, ordenação por seleção, ordenação por inserção); Lista encadeada; Pilha; Fila; Noções de árvore binária ................................................. 262 3. Linguagens de programação: linguagens de programação, linguagens orientadas a objeto e procedurais; Padrões de Projeto; Linguagens Java SE; JEE, Microprofile, C#, .NET, AngularJS; Angular; TypeScript 4.X; Javascript; Python 3.9.X (bibliotecas Pan- das, NumPy, SciPy, Matplotlib, Tensorflow, PyTorch e Scikit-learn); Scala; R; Kotlin; Objective-C; .Net; Flutter; Swift, Cobol ... 263 ÍNDICE a solução para o seu concurso! Editora 4. Desenvolvimento de software para a Web: sistemas distribuídos e microsserviços; Arquitetura e padrões de projeto Java EE8; Servlets; JSF; JSP; Ajax; Interoperabilidade de sistemas; SOA e Web Services (Quarkus); Padrões REST, Padrões HTML 4.01, HTTP response Status code, XHTML 1.0, XML, XSLT, UDDI, WSDL e SOAP ........................................................................ 265 5. Teste de software (Qualidade): Controle da qualidade estático: revisão, inspeção, medição estática, análise estática; Princí- pios e técnicas de teste de software: teste de unidade, teste de integração, teste de regressão, teste alfa, teste beta, teste de segurança, teste de aceitação e de aprovação; Desenvolvimento dirigido por testes .............................................................. 266 6. Bancos de dados: Modelagem conceitual de dados: a abordagem entidade-relacionamento; Modelo relacional de dados (conceitos básicos e normalização); Conceitos de banco de dados e sistemas gerenciadores de bancos de dados (SGBD); Lin- guagem SQL; Data Warehouse – modelagem física de dados: tabelas, índices, particionamento, desempenho; modelagem conceitual para data warehouses, dados multidimensionais; Big data: Fundamentos, técnicas de preparação e apresentação de dados; soluções de big data .................................................................................................................................................. 266 7. Agilidade: Lean; Lean IT; frameworks (XP; SCRUM; Kanban; SAFe SA; Nexus); ágil em escala e ágil escalado; ferramentas; artefatos, métricase indicadores ágeis; management 3.0; Lean UX; Design Thinking; História de Usuário; O backlog do pro- duto e as técnicas para priorização (Moscow, Scorecard, BUC, Testes de Suposição e Valor de negócio x risco); técnica para estimativa de escopo (planning poker, Story points, enquete, T-shirt sizing); kanban e o fluxo de valor; técnicas/cerimônias para colaboração e integração do time ágil (SoS, PoSinc, planning, review, retrospectiva, daily, PI Plannig); Integração contí- nua; Deploy contínuo; Entrega contínua; tratamento de débito técnicos e incidentes; Arquitetura e Qualidade ágeis; DevSe- cOps ........................................................................................................................................................................................... 275 8. Organização e arquitetura de computadores: Arquitetura básica de um computador: CPU e hierarquia de memória; Arma- zenamento e representação de dados: base binária e complemento a dois, ponto flutuante e caracteres; Armazenamento e representação de instruções; Modos de endereçamento; Conjunto típico de instruções de uma CPU; Subsistema de entrada/ saída e dispositivos de armazenamento secundário ................................................................................................................. 276 9. Sistemas Operacionais: Funções e estrutura de um sistema operacional; Processos: conceitos básicos, comunicação, sincro- nização e escalonamento; Gerência de memória: partições fixas e variáveis, realocação, memória virtual, swapping, sistemas de arquivos; Windows 10 (32-64 bits) e ambiente Linux (SUSE SLES 15 SP2) e IBM z/OS ......................................................... 278 10. Arquiteturas de software: arquitetura em camadas, arquitetura MVC, arquitetura orientada a serviços; arquitetura monolí- tica, arquitetura microsserviço, micro front end, Nuvem pública e privada, métricas e estimativas de software, Análise por pontos de função: conceitos básicos e aplicações; Estratégias de Migração de Aplicações para o ambiente de nuvem, Gover- nança, Computação Serverless, Segurança Compartilhada ....................................................................................................... 279 11. Gerência de configuração: Conceitos e práticas; Uso de ferramentas de gerência de configuração; Controle de defeitos: con- ceitos e práticas ......................................................................................................................................................................... 297 12. Portais corporativos: Arquitetura da informação, portlets e RSS; Ferramentas de Gestão de Conteúdos; Modelo de Acessibi- lidade do Governo Eletrônico .................................................................................................................................................... 303 13. Qualidade de software: CMMI/MPS-BR: Conceitos básicos e objetivos; Disciplinas e formas de representação; Níveis de ca- pacidade e maturidade .............................................................................................................................................................. 306 14. Conceitos de Arquitetura de Referência: arquitetura de solução para o desenvolvedor básico ............................................... 308 15. Gestão e governança de TI: ITIL v.4; COBIT ................................................................................................................................ 309 Conhecimentos e Comportamentos Digitais 1. Mindset de crescimento, Paradigma da abundância ................................................................................................................. 315 2. Intraempreendedorismo ............................................................................................................................................................ 315 3. Design Thinking, Design de Serviço ........................................................................................................................................... 316 4. Metodologias ágeis, Lean Manufacturing, SCRUM .................................................................................................................... 316 5. Resolução de problemas complexos, visão sistêmica e estratégica ........................................................................................... 317 6. Ciência de dados ........................................................................................................................................................................ 317 7. Senso colaborativo e disposição para somar pontos de dista divergentes ................................................................................ 318 8. Pensamento computacional ...................................................................................................................................................... 318 ÍNDICE a solução para o seu concurso! Editora 9. Análise de Negócios ................................................................................................................................................................... 319 10. Liderança, autoliderança e liderança de equipes ....................................................................................................................... 319 11. Autodesenvolvimento ................................................................................................................................................................ 320 12. Experiência do consumidor (Customer experience) .................................................................................................................. 321 13. Inteligência emocional ............................................................................................................................................................... 321 14. Desenvolvimento sustentável (Pacto global e Objetivos de Desenvolvimento Sustentável - ODS) ........................................... 321 15. Objetivos-chaves para resultados (OKR) .................................................................................................................................... 324 16. Gestão do tempo e produtividade ............................................................................................................................................. 324 17. Técnicas e boas práticas para o trabalho à distância ................................................................................................................. 325 18. Aprender a aprender e Aprendizagem contínua (Life long learning) ......................................................................................... 325 9 a solução para o seu concurso! Editora LÍNGUA PORTUGUESA COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS Definição Geral Embora correlacionados, esses conceitos se distinguem, pois sempre que compreendemos adequadamente um texto e o objeti- vo de sua mensagem, chegamos à interpretação, que nada mais é do que as conclusões específicas. Exemplificando, sempre que nos é exigida a compreensão de uma questão em uma avaliação, a res- posta será localizada no próprio no texto, posteriormente, ocorre a interpretação, que é a leitura e a conclusão fundamentada em nossos conhecimentos prévios. Compreensão de Textos Resumidamente, a compreensão textual consiste na análise do que está explícito no texto, ou seja, na identificação da men- sagem. É assimilar (uma devida coisa) intelectualmente, fazendo uso da capacidade de entender, atinar, perceber, compreender. Compreender um texto é apreender de forma objetiva a mensa- gem transmitida por ele. Portanto, a compreensão textual envolve a decodificação da mensagem que é feita pelo leitor. Por exemplo, ao ouvirmos uma notícia, automaticamente compreendemos a men- sagem transmitida por ela, assim como o seu propósito comunicati- vo, que é informar o ouvinte sobre um determinado evento.Interpretação de Textos É o entendimento relacionado ao conteúdo, ou melhor, os re- sultados aos quais chegamos por meio da associação das ideias e, em razão disso, sobressai ao texto. Resumidamente, interpretar é decodificar o sentido de um texto por indução. A interpretação de textos compreende a habilidade de se che- gar a conclusões específicas após a leitura de algum tipo de texto, seja ele escrito, oral ou visual. Grande parte da bagagem interpretativa do leitor é resultado da leitura, integrando um conhecimento que foi sendo assimilado ao longo da vida. Dessa forma, a interpretação de texto é subjetiva, podendo ser diferente entre leitores. Exemplo de compreensão e interpretação de textos Para compreender melhor a compreensão e interpretação de textos, analise a questão abaixo, que aborda os dois conceitos em um texto misto (verbal e visual): FGV > SEDUC/PE > Agente de Apoio ao Desenvolvimento Escolar Espe- cial > 2015 Português > Compreensão e interpretação de textos A imagem a seguir ilustra uma campanha pela inclusão social. “A Constituição garante o direito à educação para todos e a inclusão surge para garantir esse direito também aos alunos com deficiências de toda ordem, permanentes ou temporárias, mais ou menos severas.” A partir do fragmento acima, assinale a afirmativa incorreta. (A) A inclusão social é garantida pela Constituição Federal de 1988. (B) As leis que garantem direitos podem ser mais ou menos severas. (C) O direito à educação abrange todas as pessoas, deficientes ou não. (D) Os deficientes temporários ou permanentes devem ser in- cluídos socialmente. (E) “Educação para todos” inclui também os deficientes. Comentário da questão: Em “A” o texto é sobre direito à educação, incluindo as pessoas com deficiência, ou seja, inclusão de pessoas na sociedade. = afir- mativa correta. Em “B” o complemento “mais ou menos severas” se refere à “deficiências de toda ordem”, não às leis. = afirmativa incorreta. Em “C” o advérbio “também”, nesse caso, indica a inclusão/ adição das pessoas portadoras de deficiência ao direito à educação, além das que não apresentam essas condições. = afirmativa correta. Em “D” além de mencionar “deficiências de toda ordem”, o texto destaca que podem ser “permanentes ou temporárias”. = afir- mativa correta. Em “E” este é o tema do texto, a inclusão dos deficientes. = afirmativa correta. Resposta: Logo, a Letra B é a resposta Certa para essa questão, visto que é a única que contém uma afirmativa incorreta sobre o texto. LÍNGUA PORTUGUESA 1010 a solução para o seu concurso! Editora IDENTIFICANDO O TEMA DE UM TEXTO O tema é a ideia principal do texto. É com base nessa ideia principal que o texto será desenvolvido. Para que você consiga identificar o tema de um texto, é necessário relacionar as diferen- tes informações de forma a construir o seu sentido global, ou seja, você precisa relacionar as múltiplas partes que compõem um todo significativo, que é o texto. Em muitas situações, por exemplo, você foi estimulado a ler um texto por sentir-se atraído pela temática resumida no título. Pois o título cumpre uma função importante: antecipar informações sobre o assunto que será tratado no texto. Em outras situações, você pode ter abandonado a leitura por- que achou o título pouco atraente ou, ao contrário, sentiu-se atraí- do pelo título de um livro ou de um filme, por exemplo. É muito comum as pessoas se interessarem por temáticas diferentes, de- pendendo do sexo, da idade, escolaridade, profissão, preferências pessoais e experiência de mundo, entre outros fatores. Mas, sobre que tema você gosta de ler? Esportes, namoro, se- xualidade, tecnologia, ciências, jogos, novelas, moda, cuidados com o corpo? Perceba, portanto, que as temáticas são praticamente in- finitas e saber reconhecer o tema de um texto é condição essen- cial para se tornar um leitor hábil. Vamos, então, começar nossos estudos? Propomos, inicialmente, que você acompanhe um exercício bem simples, que, intuitivamente, todo leitor faz ao ler um texto: reconhecer o seu tema. Vamos ler o texto a seguir? CACHORROS Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de uma espécie de lobo que vivia na Ásia. Depois os cães se juntaram aos seres humanos e se espalharam por quase todo o mundo. Essa ami- zade começou há uns 12 mil anos, no tempo em que as pessoas precisavam caçar para se alimentar. Os cachorros perceberam que, se não atacassem os humanos, podiam ficar perto deles e comer a comida que sobrava. Já os homens descobriram que os cachorros podiam ajudar a caçar, a cuidar de rebanhos e a tomar conta da casa, além de serem ótimos companheiros. Um colaborava com o outro e a parceria deu certo. Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o pos- sível assunto abordado no texto. Embora você imagine que o tex- to vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente o que ele falaria sobre cães. Repare que temos várias informações ao longo do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem dos cães, a asso- ciação entre eles e os seres humanos, a disseminação dos cães pelo mundo, as vantagens da convivência entre cães e homens. As informações que se relacionam com o tema chamamos de subtemas (ou ideias secundárias). Essas informações se integram, ou seja, todas elas caminham no sentido de estabelecer uma unida- de de sentido. Portanto, pense: sobre o que exatamente esse texto fala? Qual seu assunto, qual seu tema? Certamente você chegou à conclusão de que o texto fala sobre a relação entre homens e cães. Se foi isso que você pensou, parabéns! Isso significa que você foi capaz de identificar o tema do texto! Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-e-ideias-se- cundarias/ IDENTIFICAÇÃO DE EFEITOS DE IRONIA OU HUMOR EM TEXTOS VARIADOS Ironia Ironia é o recurso pelo qual o emissor diz o contrário do que está pensando ou sentindo (ou por pudor em relação a si próprio ou com intenção depreciativa e sarcástica em relação a outrem). A ironia consiste na utilização de determinada palavra ou ex- pressão que, em um outro contexto diferente do usual, ganha um novo sentido, gerando um efeito de humor. Exemplo: Na construção de um texto, ela pode aparecer em três mo- dos: ironia verbal, ironia de situação e ironia dramática (ou satírica). Ironia verbal Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro sig- nificado, normalmente oposto ao sentido literal. A expressão e a intenção são diferentes. Exemplo: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível! Ironia de situação A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o resultado é contrário ao que se espera ou que se planeja. Exemplo: Quando num texto literário uma personagem planeja uma ação, mas os resultados não saem como o esperado. No li- vro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo da vida, tenta de muitas maneiras alcançar a notoriedade sem suces- LÍNGUA PORTUGUESA 11 a solução para o seu concurso! Editora so. Após a morte, a personagem se torna conhecida. A ironia é que planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou famoso após a morte. Ironia dramática (ou satírica) A ironia dramática é um efeito de sentido que ocorre nos textos literários quando o leitor, a audiência, tem mais informações do que tem um personagem sobre os eventos da narrativa e sobre inten- ções de outros personagens. É um recurso usado para aprofundar os significados ocultos em diálogos e ações e que, quando captado pelo leitor, gera um clima de suspense, tragédia ou mesmo comé- dia, visto que um personagem é posto em situações que geram con- flitos e mal-entendidos porque ele mesmo não tem ciência do todo da narrativa. Exemplo: Em livros com narrador onisciente, que sabe tudo o que se passa na história com todas as personagens, é mais fácil apa- recer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta, por exem- plo, se inicia com a fala que relataque os protagonistas da história irão morrer em decorrência do seu amor. As personagens agem ao longo da peça esperando conseguir atingir seus objetivos, mas a plateia já sabe que eles não serão bem-sucedidos. Humor Nesse caso, é muito comum a utilização de situações que pare- çam cômicas ou surpreendentes para provocar o efeito de humor. Situações cômicas ou potencialmente humorísticas comparti- lham da característica do efeito surpresa. O humor reside em ocor- rer algo fora do esperado numa situação. Há diversas situações em que o humor pode aparecer. Há as ti- rinhas e charges, que aliam texto e imagem para criar efeito cômico; há anedotas ou pequenos contos; e há as crônicas, frequentemente acessadas como forma de gerar o riso. Os textos com finalidade humorística podem ser divididos em quatro categorias: anedotas, cartuns, tiras e charges. Exemplo: ANÁLISE E A INTERPRETAÇÃO DO TEXTO SEGUNDO O GÊ- NERO EM QUE SE INSCREVE Compreender um texto trata da análise e decodificação do que de fato está escrito, seja das frases ou das ideias presentes. Inter- pretar um texto, está ligado às conclusões que se pode chegar ao conectar as ideias do texto com a realidade. Interpretação trabalha com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o texto. Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qual- quer texto ou discurso e se amplia no entendimento da sua ideia principal. Compreender relações semânticas é uma competência imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos. Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode- -se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimento pro- fissional, mas também o desenvolvimento pessoal. Busca de sentidos Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na apreensão do conteúdo exposto. Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos. Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explici- tadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conceder espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas. Deve-se ater às ideias do autor, o que não quer dizer que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun- damental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas. Importância da interpretação A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para se informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e a inter- pretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos específicos, aprimora a escrita. Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros fa- tores. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos dos detalhes pre- sentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz sufi- ciente. Interpretar exige paciência e, por isso, sempre releia o texto, pois a segunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes que não foram observados previamente. Para auxiliar na busca de sentidos do texto, pode-se também retirar dele os tópicos frasais presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apreen- são do conteúdo exposto. Lembre-se de que os parágrafos não es- tão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira aleató- ria, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários, estabelecendo uma relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos. Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo au- tor: os textos argumentativos não costumam conceder espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas. Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que você precise ficar preso na superfície do texto, mas é fundamental que não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas. Ler com atenção é um exercício que deve ser praticado à exaustão, assim como uma técnica, que fará de nós leitores proficientes. Diferença entre compreensão e interpretação A compreensão de um texto é fazer uma análise objetiva do texto e verificar o que realmente está escrito nele. Já a interpreta- ção imagina o que as ideias do texto têm a ver com a realidade. O leitor tira conclusões subjetivas do texto. Gêneros Discursivos Romance: descrição longa de ações e sentimentos de perso- nagens fictícios, podendo ser de comparação com a realidade ou totalmente irreal. A diferença principal entre um romance e uma LÍNGUA PORTUGUESA 1212 a solução para o seu concurso! Editora novela é a extensão do texto, ou seja, o romance é mais longo. No romance nós temos uma história central e várias histórias secun- dárias. Conto: obra de ficção onde é criado seres e locais totalmente imaginário. Com linguagem linear e curta, envolve poucas perso- nagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações encaminham-se diretamente para um desfecho. Novela: muito parecida com o conto e o romance, diferencia- do por sua extensão. Ela fica entre o conto e o romance, e tem a história principal, mas também tem várias histórias secundárias. O tempo na novela é baseada no calendário. O tempo e local são de- finidos pelas histórias dos personagens. A história (enredo) tem um ritmo mais acelerado do que a do romance por ter um texto mais curto. Crônica: texto que narra o cotidiano das pessoas, situações que nós mesmos já vivemos e normalmente é utilizado a ironia para mostrar um outro lado da mesma história. Na crônica o tempo não é relevante e quando é citado, geralmente são pequenos intervalos como horas ou mesmo minutos. Poesia: apresenta um trabalho voltado para o estudo da lin- guagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento, a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de imagens. Editorial: texto dissertativo argumentativo onde expressa a opinião do editor através de argumentos e fatos sobre um assunto que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é con- vencer o leitor a concordar com ele. Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de um entrevistador e um entrevistado para a obtenção de informações. Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas de destaque sobre algum assunto de interesse. Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se materiali- za em uma concretude da realidade. A cantiga de roda permite as crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, ajudando os professores a identificar o nível de alfabetização delas. Receita: texto instrucional e injuntivo que tem como objetivo de informar, aconselhar, ou seja, recomendam dando uma certa li- berdade para quem recebe a informação. DISTINÇÃO DE FATO E OPINIÃO SOBRE ESSE FATO Fato O fato é algo que aconteceu ou está acontecendo. A existência do fato pode ser constatada de modo indiscutível. O fato é uma coisa que aconteceu e pode ser comprovado de alguma maneira, através de algum documento, números, vídeo ou registro. Exemplo de fato: A mãe foi viajar. Interpretação É o ato de dar sentido ao fato, de entendê-lo. Interpretamos quando relacionamos fatos, os comparamos, buscamos suas cau- sas, previmos suas consequências. Entre o fato e sua interpretação há uma relação lógica: se apon- tamos uma causa ou consequência, é necessário que seja plausível. Se comparamos fatos, é preciso que suas semelhanças ou diferen- ças sejam detectáveis. Exemplos de interpretação: A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou- tro país. A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão do que com a filha. Opinião A opinião é a avaliação que se faz de um fato considerando um juízo de valor. É um julgamento que tem como base a interpretação que fazemos do fato. Nossas opiniões costumam ser avaliadas pelo grau de coerên- cia que mantêmcom a interpretação do fato. É uma interpretação do fato, ou seja, um modo particular de olhar o fato. Esta opinião pode alterar de pessoa para pessoa devido a fatores socioculturais. Exemplos de opiniões que podem decorrer das interpretações anteriores: A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou- tro país. Ela tomou uma decisão acertada. A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão do que com a filha. Ela foi egoísta. Muitas vezes, a interpretação já traz implícita uma opinião. Por exemplo, quando se mencionam com ênfase consequên- cias negativas que podem advir de um fato, se enaltecem previsões positivas ou se faz um comentário irônico na interpretação, já esta- mos expressando nosso julgamento. É muito importante saber a diferença entre o fato e opinião, principalmente quando debatemos um tema polêmico ou quando analisamos um texto dissertativo. Exemplo: A mãe viajou e deixou a filha só. Nem deve estar se importando com o sofrimento da filha. Definições e diferenciação: tipos textuais e gêneros textuais são dois conceitos distintos, cada qual com sua própria linguagem e estrutura. Os tipos textuais gêneros se classificam em razão da estrutura linguística, enquanto os gêneros textuais têm sua classi- ficação baseada na forma de comunicação. Assim, os gêneros são variedades existente no interior dos modelos pré-estabelecidos dos tipos textuais. A definição de um gênero textual é feita a partir dos conteúdos temáticos que apresentam sua estrutura específica. Logo, para cada tipo de texto, existem gêneros característicos. Como se classificam os tipos e os gêneros textuais As classificações conforme o gênero podem sofrer mudanças e são amplamente flexíveis. Os principais gêneros são: romance, conto, fábula, lenda, notícia, carta, bula de medicamento, cardápio de restaurante, lista de compras, receita de bolo, etc. Quanto aos ti- pos, as classificações são fixas, e definem e distinguem o texto com LÍNGUA PORTUGUESA 13 a solução para o seu concurso! Editora base na estrutura e nos aspectos linguísticos. Os tipos textuais são: narrativo, descritivo, dissertativo, expositivo e injuntivo. Resumin- do, os gêneros textuais são a parte concreta, enquanto as tipolo- gias integram o campo das formas, da teoria. Acompanhe abaixo os principais gêneros textuais inseridos e como eles se inserem em cada tipo textual: Texto narrativo: esse tipo textual se estrutura em: apresenta- ção, desenvolvimento, clímax e desfecho. Esses textos se caracteri- zam pela apresentação das ações de personagens em um tempo e espaço determinado. Os principais gêneros textuais que pertencem ao tipo textual narrativo são: romances, novelas, contos, crônicas e fábulas. Texto descritivo: esse tipo compreende textos que descrevem lugares ou seres ou relatam acontecimentos. Em geral, esse tipo de texto contém adjetivos que exprimem as emoções do narrador, e, em termos de gêneros, abrange diários, classificados, cardápios de restaurantes, folhetos turísticos, relatos de viagens, etc. Texto expositivo: corresponde ao texto cuja função é transmi- tir ideias utilizando recursos de definição, comparação, descrição, conceituação e informação. Verbetes de dicionário, enciclopédias, jornais, resumos escolares, entre outros, fazem parte dos textos ex- positivos. Texto argumentativo: os textos argumentativos têm o obje- tivo de apresentar um assunto recorrendo a argumentações, isto é, caracteriza-se por defender um ponto de vista. Sua estrutura é composta por introdução, desenvolvimento e conclusão. Os tex- tos argumentativos compreendem os gêneros textuais manifesto e abaixo-assinado. Texto injuntivo: esse tipo de texto tem como finalidade de orientar o leitor, ou seja, expor instruções, de forma que o emissor procure persuadir seu interlocutor. Em razão disso, o emprego de verbos no modo imperativo é sua característica principal. Perten- cem a este tipo os gêneros bula de remédio, receitas culinárias, ma- nuais de instruções, entre outros. Texto prescritivo: essa tipologia textual tem a função de instruir o leitor em relação ao procedimento. Esses textos, de certa forma, impedem a liberdade de atuação do leitor, pois decretam que ele siga o que diz o texto. Os gêneros que pertencem a esse tipo de texto são: leis, cláusulas contratuais, edital de concursos públicos. Gêneros textuais predominantemente do tipo textual narra- tivo Romance É um texto completo, com tempo, espaço e personagens bem definidosl. Pode ter partes em que o tipo narrativo dá lugar ao des- critivo em função da caracterização de personagens e lugares. As ações são mais extensas e complexas. Pode contar as façanhas de um herói em uma história de amor vivida por ele e uma mulher, muitas vezes, “proibida” para ele. Entretanto, existem romances com diferentes temáticas: romances históricos (tratam de fatos li- gados a períodos históricos), romances psicológicos (envolvem as reflexões e conflitos internos de um personagem), romances sociais (retratam comportamentos de uma parcela da sociedade com vis- tas a realização de uma crítica social). Para exemplo, destacamos os seguintes romancistas brasileiros: Machado de Assis, Guimarães Rosa, Eça de Queiroz, entre outros. Conto É um texto narrativo breve, e de ficção, geralmente em prosa, que conta situações rotineiras, anedotas e até folclores. Inicialmen- te, fazia parte da literatura oral. Boccacio foi o primeiro a reproduzi- -lo de forma escrita com a publicação de Decamerão. Ele é um gênero da esfera literária e se caracteriza por ser uma narrativa densa e concisa, a qual se desenvolve em torno de uma única ação. Geralmente, o leitor é colocado no interior de uma ação já em desenvolvimento. Não há muita especificação sobre o antes e nem sobre o depois desse recorte que é narrado no conto. Há a construção de uma tensão ao longo de todo o conto. Diversos contos são desenvolvidos na tipologia textual narrati- va: conto de fadas, que envolve personagens do mundo da fantasia; contos de aventura, que envolvem personagens em um contexto mais próximo da realidade; contos folclóricos (conto popular); con- tos de terror ou assombração, que se desenrolam em um contexto sombrio e objetivam causar medo no expectador; contos de misté- rio, que envolvem o suspense e a solução de um mistério. Fábula É um texto de caráter fantástico que busca ser inverossímil. As personagens principais não são humanos e a finalidade é transmitir alguma lição de moral. Novela É um texto caracterizado por ser intermediário entre a longevi- dade do romance e a brevidade do conto. Esse gênero é constituído por uma grande quantidade de personagens organizadas em dife- rentes núcleos, os quais nem sempre convivem ao longo do enredo. Como exemplos de novelas, podem ser citadas as obras O Alienista, de Machado de Assis, e A Metamorfose, de Kafka. Crônica É uma narrativa informal, breve, ligada à vida cotidiana, com linguagem coloquial. Pode ter um tom humorístico ou um toque de crítica indireta, especialmente, quando aparece em seção ou arti- go de jornal, revistas e programas da TV. Há na literatura brasileira vários cronistas renomados, dentre eles citamos para seu conhe- cimento: Luís Fernando Veríssimo, Rubem Braga, Fernando Sabido entre outros. Diário É escrito em linguagem informal, sempre consta a data e não há um destinatário específico, geralmente, é para a própria pessoa que está escrevendo, é um relato dos acontecimentos do dia. O objetivo desse tipo de texto é guardar as lembranças e em alguns momentos desabafar. Veja um exemplo: “Domingo, 14 de junho de 1942 Vou começar a partir do momento em que ganhei você, quando o vi na mesa, no meio dos meus outros presentes de aniversário. (Eu estava junto quando você foi comprado, e com isso eu não contava.) Na sexta-feira, 12 de junho, acordei às seis horas, o que não é de espantar; afinal, era meu aniversário. Mas não me deixam le- vantar a essa hora; por isso, tivede controlar minha curiosidade até quinze para as sete. Quando não dava mais para esperar, fui até a sala de jantar, onde Moortje (a gata) me deu as boas-vindas, esfre- gando-se em minhas pernas.” Trecho retirado do livro “Diário de Anne Frank”. LÍNGUA PORTUGUESA 1414 a solução para o seu concurso! Editora Gêneros textuais predominantemente do tipo textual descri- tivo Currículo É um gênero predominantemente do tipo textual descritivo. Nele são descritas as qualificações e as atividades profissionais de uma determinada pessoa. Laudo É um gênero predominantemente do tipo textual descritivo. Sua função é descrever o resultado de análises, exames e perícias, tanto em questões médicas como em questões técnicas. Outros exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos descritivos são: folhetos turísticos; cardápios de restaurantes; clas- sificados; etc. Gêneros textuais predominantemente do tipo textual expo- sitivo Resumos e Resenhas O autor faz uma descrição breve sobre a obra (pode ser cine- matográfica, musical, teatral ou literária) a fim de divulgar este tra- balho de forma resumida. Na verdade resumo e/ou resenha é uma análise sobre a obra, com uma linguagem mais ou menos formal, geralmente os rese- nhistas são pessoas da área devido o vocabulário específico, são estudiosos do assunto, e podem influenciar a venda do produto de- vido a suas críticas ou elogios. Verbete de dicionário Gênero predominantemente expositivo. O objetivo é expor conceitos e significados de palavras de uma língua. Relatório Científico Gênero predominantemente expositivo. Descreve etapas de pesquisa, bem como caracteriza procedimentos realizados. Conferência Predominantemente expositivo. Pode ser argumentativo tam- bém. Expõe conhecimentos e pontos de vistas sobre determinado assunto. Gênero executado, muitas vezes, na modalidade oral. Outros exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos expositivos são: enciclopédias; resumos escolares; etc. Gêneros textuais pertencentes aos textos argumentativos Artigo de Opinião É comum1 encontrar circulando no rádio, na TV, nas revistas, nos jornais, temas polêmicos que exigem uma posição por parte dos ouvintes, espectadores e leitores, por isso, o autor geralmen- te apresenta seu ponto de vista sobre o tema em questão através do artigo de opinião. Nos tipos textuais argumentativos, o autor geralmente tem a intenção de convencer seus interlocutores e, para isso, precisa apresentar bons argumentos, que consistem em verdades e opini- ões. 1 http://www.odiarioonline.com.br/noticia/43077/VENDEDOR-BRASILEIRO- ESTA-MENOS-SIMPATICO O artigo de opinião é fundamentado em impressões pessoais do autor do texto e, por isso, são fáceis de contestar. Discurso Político O discurso político2 é um texto argumentativo, fortemente per- suasivo, em nome do bem comum, alicerçado por pontos de vista do emissor ou de enunciadores que representa, e por informações compartilhadas que traduzem valores sociais, políticos, religiosos e outros. Frequentemente, apresenta-se como uma fala coletiva que procura sobrepor-se em nome de interesses da comunidade e constituir norma de futuro. Está inserido numa dinâmica social que constantemente o altera e ajusta a novas circunstâncias. Em períodos eleitorais, a sua maleabilidade permite sempre uma res- posta que oscila entre a satisfação individual e os grandes objetivos sociais da resolução das necessidades elementares dos outros. Hannah Arendt (em The Human Condition) afirma que o dis- curso político tem por finalidade a persuasão do outro, quer para que a sua opinião se imponha, quer para que os outros o admirem. Para isso, necessita da argumentação, que envolve o raciocínio, e da eloquência da oratória, que procura seduzir recorrendo a afetos e sentimentos. O discurso político é, provavelmente, tão antigo quanto a vida do ser humano em sociedade. Na Grécia antiga, o político era o cidadão da “pólis” (cidade, vida em sociedade), que, responsável pelos negócios públicos, decidia tudo em diálogo na “agora” (praça onde se realizavam as assembleias dos cidadãos), mediante pala- vras persuasivas. Daí o aparecimento do discurso político, baseado na retórica e na oratória, orientado para convencer o povo. O discurso político implica um espaço de visibilidade para o ci- dadão, que procura impor as suas ideias, os seus valores e projetos, recorrendo à força persuasiva da palavra, instaurando um processo de sedução, através de recursos estéticos como certas construções, metáforas, imagens e jogos linguísticos. Valendo-se da persuasão e da eloquência, fundamenta-se em decisões sobre o futuro, prome- tendo o que pode ser feito. Requerimento Predominantemente dissertativo-argumentativo. O requeri- mento tem a função de solicitar determinada coisa ou procedimen- to. Ele é dissertativo-argumentativo pela presença de argumenta- ção com vistas ao convencimento Outros exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos argumentativos são: abaixo-assinados; manifestos; sermões; etc. Gêneros textuais predominantemente do tipo textual injun- tivo Bulas de remédio A bula de remédio traz também o tipo textual descritivo. Nela aparecem as descrições sobre a composição do remédio bem como instruções quanto ao seu uso. Manual de instruções O manual de instruções tem como objetivo instruir sobre os procedimentos de uso ou montagem de um determinado equipa- mento. 2 https://www.infopedia.pt/$discurso-politico LÍNGUA PORTUGUESA 15 a solução para o seu concurso! Editora Exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos injunti- vos são: receitas culinárias, instruções em geral. Gêneros textuais predominantemente do tipo textual prescri- tivo Exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos prescri- tivos são: leis; cláusulas contratuais; edital de concursos públicos; receitas médicas, etc. Outros Exemplos Carta Esta, dependendo do destinatário pode ser informal, quando é destinada a algum amigo ou pessoa com quem se tem intimidade. E formal quando destinada a alguém mais culto ou que não se tenha intimidade. Dependendo do objetivo da carta a mesma terá diferentes es- tilos de escrita, podendo ser dissertativa, narrativa ou descritiva. As cartas se iniciam com a data, em seguida vem a saudação, o corpo da carta e para finalizar a despedida. Propaganda Este gênero aparece também na forma oral, diferente da maio- ria dos outros gêneros. Suas principais características são a lingua- gem argumentativa e expositiva, pois a intenção da propaganda é fazer com que o destinatário se interesse pelo produto da propa- ganda. O texto pode conter algum tipo de descrição e sempre é claro e objetivo. Notícia Este é um dos tipos de texto que é mais fácil de identificar. Sua linguagem é narrativa e descritiva e o objetivo desse texto é infor- mar algo que aconteceu. A notícia é um dos principais tipos de textos jornalísticos exis- tentes e tem como intenção nos informar acerca de determinada ocorrência. Bastante recorrente nos meios de comunicação em ge- ral, seja na televisão, em sites pela internet ou impresso em jornais ou revistas. Caracteriza-se por apresentar uma linguagem simples, clara, objetiva e precisa, pautando-se no relato de fatos que interessam ao público em geral. A linguagem é clara, precisa e objetiva, uma vez que se trata de uma informação. Editorial O editorial é um tipo de texto jornalístico que geralmente apa- rece no início das colunas. Diferente dos outros textos que com- põem um jornal, de caráter informativo, os editoriais são textos opinativos. Embora sejam textos de caráter subjetivo, podem apresentar certa objetividade. Isso porque são os editoriais que apresentam os assuntos que serão abordados em cada seção do jornal, ou seja, Política, Economia, Cultura, Esporte, Turismo, País, Cidade, Classifi- cados, entre outros. Os textos são organizados pelos editorialistas, que expressam as opiniões da equipe e, por isso, não recebem a assinaturado au- tor. No geral, eles apresentam a opinião do meio de comunicação (revista, jornal, rádio, etc.). Tanto nos jornais como nas revistas podemos encontrar os edi- toriais intitulados como “Carta ao Leitor” ou “Carta do Editor”. Em relação ao discurso apresentado, esse costuma se apoiar em fatos polêmicos ligados ao cotidiano social. E quando falamos em discurso, logo nos atemos à questão da linguagem que, mesmo em se tratando de impressões pessoais, o predomínio do padrão formal, fazendo com que prevaleça o emprego da 3ª pessoa do sin- gular, ocupa lugar de destaque. Reportagem Reportagem é um texto jornalístico amplamente divulgado nos meios de comunicação de massa. A reportagem informa, de modo mais aprofundado, fatos de interesse público. Ela situa-se no ques- tionamento de causa e efeito, na interpretação e no impacto, so- mando as diferentes versões de um mesmo acontecimento. A reportagem não possui uma estrutura rígida, mas geralmen- te costuma estabelecer conexões com o fato central, anunciado no que chamamos de lead. A partir daí, desenvolve-se a narrativa do fato principal, ampliada e composta por meio de citações, trechos de entrevistas, depoimentos, dados estatísticos, pequenos resu- mos, dentre outros recursos. É sempre iniciada por um título, como todo texto jornalístico. O objetivo de uma reportagem é apresentar ao leitor várias versões para um mesmo fato, informando-o, orientando-o e contri- buindo para formar sua opinião. A linguagem utilizada nesse tipo de texto é objetiva, dinâmi- ca e clara, ajustada ao padrão linguístico divulgado nos meios de comunicação de massa, que se caracteriza como uma linguagem acessível a todos os públicos, mas pode variar de formal para mais informal dependendo do público a que se destina. Embora seja im- pessoal, às vezes é possível perceber a opinião do repórter sobre os fatos ou sua interpretação.3 Gêneros Textuais e Gêneros Literários Conforme o próprio nome indica, os gêneros textuais se refe- rem a qualquer tipo de texto, enquanto os gêneros literários se re- ferem apenas aos textos literários. Os gêneros literários são divisões feitas segundo características formais comuns em obras literárias, agrupando-as conforme crité- rios estruturais, contextuais e semânticos, entre outros. - Gênero lírico; - Gênero épico ou narrativo; - Gênero dramático. Gênero Lírico É certo tipo de texto no qual um eu lírico (a voz que fala no po- ema e que nem sempre corresponde à do autor) exprime suas emo- ções, ideias e impressões em face do mundo exterior. Normalmente os pronomes e os verbos estão em 1ª pessoa e há o predomínio da função emotiva da linguagem. Elegia Um texto de exaltação à morte de alguém, sendo que a mor- te é elevada como o ponto máximo do texto. O emissor expressa tristeza, saudade, ciúme, decepção, desejo de morte. É um poema melancólico. Um bom exemplo é a peça Roan e Yufa, de William Shakespeare. 3 CEREJA, William Roberto & MAGALHÃES, Thereza Cochar. Texto e interação. São Paulo, Atual Editora, 2000 LÍNGUA PORTUGUESA 1616 a solução para o seu concurso! Editora Epitalâmia Um texto relativo às noites nupciais líricas, ou seja, noites ro- mânticas com poemas e cantigas. Um bom exemplo de epitalâmia é a peça Romeu e Julieta nas noites nupciais. Ode (ou hino) É o poema lírico em que o emissor faz uma homenagem à pátria (e aos seus símbolos), às divindades, à mulher amada, ou a alguém ou algo importante para ele. O hino é uma ode com acom- panhamento musical. Idílio (ou écloga) Poema lírico em que o emissor expressa uma homenagem à natureza, às belezas e às riquezas que ela dá ao homem. É o poema bucólico, ou seja, que expressa o desejo de desfrutar de tais belezas e riquezas ao lado da amada (pastora), que enriquece ainda mais a paisagem, espaço ideal para a paixão. A écloga é um idílio com diálogos (muito rara). Sátira É o poema lírico em que o emissor faz uma crítica a alguém ou a algo, em tom sério ou irônico. Tem um forte sarcasmo, pode abordar críticas sociais, a costumes de determinada época, assun- tos políticos, ou pessoas de relevância social. Acalanto Canção de ninar. Acróstico Composição lírica na qual as letras iniciais de cada verso for- mam uma palavra ou frase. Ex.: Amigos são Muitas vezes os Irmãos que escolhemos. Zelosos, eles nos Ajudam e Dedicam-se por nós, para que nossa relação seja verdadeira e Eterna https://www.todamateria.com.br/acrostico/ Balada Uma das mais primitivas manifestações poéticas, são cantigas de amigo (elegias) com ritmo característico e refrão vocal que se destinam à dança. Canção (ou Cantiga, Trova) Poema oral com acompanhamento musical. Gazal (ou Gazel) Poesia amorosa dos persas e árabes; odes do oriente médio. Soneto É um texto em poesia com 14 versos, dividido em dois quarte- tos e dois tercetos. Vilancete São as cantigas de autoria dos poetas vilões (cantigas de escár- nio e de maldizer); satíricas, portanto. Gênero Épico ou Narrativo Na Antiguidade Clássica, os padrões literários reconhecidos eram apenas o épico, o lírico e o dramático. Com o passar dos anos, o gênero épico passou a ser considerado apenas uma variante do gênero literário narrativo, devido ao surgimento de concepções de prosa com características diferentes: o romance, a novela, o conto, a crônica, a fábula. Épico (ou Epopeia) Os textos épicos são geralmente longos e narram histórias de um povo ou de uma nação, envolvem aventuras, guerras, viagens, gestos heroicos, etc. Normalmente apresentam um tom de exalta- ção, isto é, de valorização de seus heróis e seus feitos. Dois exem- plos são Os Lusíadas, de Luís de Camões, e Odisseia, de Homero. Ensaio É um texto literário breve, situado entre o poético e o didático, expondo ideias, críticas e reflexões morais e filosóficas a respeito de certo tema. É menos formal e mais flexível que o tratado. Consiste também na defesa de um ponto de vista pessoal e subjetivo sobre um tema (humanístico, filosófico, político, social, cultural, moral, comportamental, etc.), sem que se paute em for- malidades como documentos ou provas empíricas ou dedutivas de caráter científico. Exemplo: Ensaio sobre a tolerância, de John Lo- cke. Gênero Dramático Trata-se do texto escrito para ser encenado no teatro. Nesse tipo de texto, não há um narrador contando a história. Ela “aconte- ce” no palco, ou seja, é representada por atores, que assumem os papéis das personagens nas cenas. Tragédia É a representação de um fato trágico, suscetível de provocar compaixão e terror. Aristóteles afirmava que a tragédia era “uma re- presentação duma ação grave, de alguma extensão e completa, em linguagem figurada, com atores agindo, não narrando, inspirando dó e terror”. Ex.: Romeu e Julieta, de Shakespeare. Farsa A farsa consiste no exagero do cômico, graças ao emprego de processos como o absurdo, as incongruências, os equívocos, a ca- ricatura, o humor primário, as situações ridículas e, em especial, o engano. Comédia É a representação de um fato inspirado na vida e no sentimento comum, de riso fácil. Sua origem grega está ligada às festas popu- lares. Tragicomédia Modalidade em que se misturam elementos trágicos e cômi- cos. Originalmente, significava a mistura do real com o imaginário. Poesia de cordel Texto tipicamente brasileiro em que se retrata, com forte apelo linguístico e cultural nordestinos, fatos diversos da sociedade e da realidade vivida por este povo. LÍNGUA PORTUGUESA 17 a solução para o seu concurso! Editora Discurso Religioso4 A Análise Crítica do Discurso (ADC) tem como fulcro a aborda- gem das relações (internas e recíprocas) entre linguagem e socie- dade. Os textos produzidos socialmente em eventos autênticos são resultantes da estruturação social da linguagem que os consome e os faz circular. Por outro lado, esses mesmos textos são também potencialmente transformadores dessa estruturação social da lin- guagem, assim como os eventos sociais são tanto resultado quanto substratodessas estruturas sociais. O discurso religioso é “aquele em que há uma relação espon- tânea com o sagrado” sendo, portanto, “mais informal”; enquanto o teológico é o tipo de “discurso em que a mediação entre a alma religiosa e o sagrado se faz por uma sistematização dogmática das verdades religiosas, e onde o teólogo (...) aparece como aquele que faz a relação entre os dois mundos: o mundo hebraico e o mundo cristão”, sendo, assim, “mais formal”. Porém, podemos falar em DR de maneira globalizante. Assim, temos: - Desnivelamento, assimetria na relação entre o locutor e o ou- vinte – o locutor está no plano espiritual (Deus), e o ouvinte está no plano temporal (os adoradores). As duas ordens de mundo são to- talmente diferentes para os sujeitos, e essa ordem é afetada por um valor hierárquico, por uma desigualdade, por um desnivelamento. Deus, o locutor, é imortal, eterno, onipotente, onipresente, onis- ciente, em resumo, o todo-poderoso. Os seres humanos, os ouvin- tes, são mortais, efêmeros e finitos. - Modos de representação. A voz no discurso religioso (DR) se fala em seus representantes (Padre, pastor, profeta), essa é uma forma de relação simbólica. Essa apropriação ocorre sem explicitar os mecanismos de incorporação da voz, aspecto que caracteriza a mistificação. - O ideal do DR é que o ‘representante’, o que se apropria do discurso de Deus’, não o modifique. Ele deve seguir regras restritas reguladas pelo texto sagrado, pela Igreja, pelas liturgias. Deve-se manter distância entre ‘o dito de Deus’ e ‘o dizer do homem’. - A interpretação da palavra de Deus é regulada. “Os sentidos não podem ser quaisquer sentidos: o discurso religioso tende forte- mente para a monossemia”. - Dualismos, as formas da ilusão da reversibilidade: plano hu- mano e plano divino; ordem temporal e ordem espiritual; sujeitos e Sujeito; homem e Deus. A ilusão ocorre na passagem de um plano para outro e pode ter duas direções: de cima para baixo, ou seja, de Deus para os homens, momento em que Ele compartilha suas propriedades (ministração de sacramentos, bênçãos); de baixo para cima, quando o homem se alça a Deus, principalmente, através da visão, da profecia. Estas são formas de ‘ultrapassagem’. - Escopo do discurso religioso. A fé separa os fiéis dos não-fiéis, “os convictos dos não-convictos. Logo, é o parâmetro pelo qual de- limita a comunidade e constitui o escopo do discurso religioso em suas duas formações características: para os que creem, o discurso religioso é uma promessa, para os que não creem é uma ameaça. Os discursos religiosos, como já vimos, se mostram com estru- turas rígidas quanto aos papéis dos interlocutores (a divindade e os seres humanos). Os dogmas sagrados, por exemplos, fé e Deus, são 4 https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/soletras/article/ download/4694/3461#:~:text=O%20discurso%20religioso%20%C3%A9%20 aquele,discurso%20(Orlandi%2C%201996).&text=locutor%20est%C3%A1%20 no%20plano%20espiritual,plano%20temporal%20(os%20adoradores). intocáveis. “Deus define-se (...) a si mesmo como sujeito por exce- lência, aquele que é por si e para si (Sou aquele que É) e aquele que interpela seu sujeito (...) eis quem tu és: é Pedro.” Outros traços do DR se configuram com o uso do imperativo e do vocativo – características inerentes de discursos de doutrinação; uso de metáforas – explicitadas por paráfrases que indicam a leitura apropriada para as metáforas utilizadas; uso de citações no original (grego, hebraico, latim) – traduzidas para a língua em uso através de perífrases extensas e explicativas em que se busca aproveitar o má- ximo o efeito de sentido advindo da língua original; o uso de perfor- mativos – uso de verbos em que o ‘dizer’ representa o ‘fazer’; o uso de sintagmas cristalizados – usadas em orações e funções fáticas. Ainda em relação às unidades textuais, podemos acrescentar o uso de determinadas formas simbólicas do DR como as parábolas, a utilização de certos temas, como a efemeridade da vida humana, a vida eterna, o galardão, entre outros. Acrescenta-se também como marca a intertextualidade. Discurso Jurídico5 O discurso legal caracteriza-se como um discurso hierárquico e dominante, baseado numa estrutura de exclusão e discriminação de várias minorias sociais, como os pobres, os negros, os homos- sexuais, as mulheres, etc. A especificidade da linguagem jurídica, e as restrições educacionais quanto a quem pode militar na Área (advogados, promotores, juízes, etc.), são apenas algumas das es- tratégias utilizadas pelo sistema jurídico para manter o discurso le- gal inacessível à maioria das pessoas, e desta forma protege-lo de análises e críticas. Como em todo discurso dominante, as posições de poder cria- das para os participantes de textos legais são particularmente assi- métricas, como é o caso num julgamento (e.g. entre o juiz e o réu; entre o juiz e as testemunhas; etc.). Os juízes, por exemplo, detêm um poder especial devido ao seu status social e ao seu acesso privi- legiado ao discurso legal (são eles que produzem a forma final dos textos legais). Portanto, é a visão de mundo do juiz que prevalece nas sentenças, em detrimento de outras posições alternativas. Além de relações de poder, os textos legais também expressam relações de gênero. A lei e a cultura masculina estão intimamen- te ligadas; o sistema jurídico é quase que inteiramente dominado por homens (só recentemente as mulheres passaram a fazer parte de instituições jurídicas) e, de forma geral, ele expressa uma visão masculina do mundo. As mulheres que são parte em processos le- gais (e.g. reclamantes, rés, testemunhas, etc.) estão expostas a um duplo grau de discriminação e exclusão: primeiro, como leigas, elas ocupam uma posição desfavorecida se comparadas com militantes legais (advogados, juízes, promotores, etc.); segundo, elas são estig- matizadas também por serem mulheres, e têm seu comportamento social e sexual avaliado e controlado pelo discurso jurídico. Discurso Técnico6 Para o desempenho de tal papel, eles contam com suas carac- terísticas intrínsecas, as quais são responsáveis pelo “rótulo” que cada tipo textual carrega. 5 https://periodicos.ufsc.br/index.php/revistacfh/article/ download/23353/21030/0 6 https://revistas.ufg.br/lep/article/download/32601/17331/ LÍNGUA PORTUGUESA 1818 a solução para o seu concurso! Editora Tais características se evidenciam formal e funcionalmente e são percebidas, de maneira mais ou menos clara pelo leitor/ouvin- te. Afinal, todos os tipos de texto têm um público fiel, ao qual se destinam. Os autores que têm o texto técnico como objeto de estudo con- cordam que ele apresenta as seguintes características: • Linguagem monossêmica; • Vocabulário específico ou léxico especializado; • Objetividade; • Emprego de voz passiva; • Preferência pelo emprego do tempo verbal presente. As características apontadas acima coadunam-se com o obje- tivo principal de qualquer produção de cunho técnico: transmissão de conhecimentos de forma clara e imparcial. Embora a objetivida- de e a neutralidade sejam fiéis parceiras do texto técnico, não se pode afirmar que esse tipo textual seja isento das marcas de seu autor, enquanto produtor de ideias e veiculador de informações. Quando há a troca da 3ª pessoa do singular pela 1ª pessoa do plu- ral, por exemplo, o autor tem a intenção de conquistar o seu in- terlocutor, tornando-o um parceiro “na assunção das informações dadas, numa forma de estratégia argumentativa.” Todo tipo textual possui a argumentatividade, porém essa apa- rece de modo mais intenso e explícito em alguns textos e de modo menos intenso e explícito em outros. Para complementar a afirma- ção dessas autoras, cita-se Benveniste para o qual, o sujeito está sempre presente no texto, não havendo, portanto, texto neutro ou imparcial. Percebe-se, então, que o texto técnico possui características que o diferenciam dos demais tipos de textos. No entanto, não se deve afirmar que ele seja desprovidode marcas autorais. Tanto é verdade, que alguns autores de textos técnicos não dispensam o uso de certos advérbios e conjunções, por exemplo, expedientes que têm a função de modalizar o discurso. A modalização, nesse tipo de texto, pode aparecer de forma implícita e/ou explícita. Sob essa última forma, verificam-se o apa- recimento de construções específicas, tais como as nominalizações, a voz passiva, o emprego de determinadas conjunções e preposi- ções. Discurso Acadêmico/Científico7 O texto como objeto abstrato se configura no campo da lin- guística como teoria geral. Já discurso é uma realidade de intera- ção-enunciação objeto de análises discursivas. Enquanto os textos, como objetos concretos, são aqueles que se apresentam completos constituídos de um ato de enunciação que visa à interação entre produtor e interlocutor. Partindo dessas concepções, percebe- se que texto e discurso se complementam, pois, para o autor, “a sepa- ração do textual e do discursivo é essencialmente metodológica”, o que leva à distinção entre os dois a anular-se. Neste caso, texto e discurso são unidades complementares. A partir da compreensão de discurso, passa-se a refletir sobre o que vem ser discurso científico. Para Guimarães é aquele em que “o autor pretende fazer o leitor saber.” Ou seja, a intenção do autor 7 http://www.repositorio.jesuita.org.br/bitstream/handle/UNISINOS/4823/ MARIA%20DE%20F%c3%81TIMA%20RIBEIRO%20DOS%20SANTOS_. pdf?sequence=1&isAllowed=y é fazer o leitor ou pesquisador saber como os resultados daquela pesquisa foram alcançados, dando-lhe oportunidade de repetir os procedimentos metodológicos em outras pesquisas similares. Para Carioca, “o discurso científico é a forma de apresentação da linguagem que circula na comunidade científica em todo o mun- do. Sua formulação depende de uma pesquisa minuciosa e efetiva sobre um objeto, que é metodologicamente analisado à luz de uma teoria.” Outra posição é que o discurso científico não se dá apenas pela comprovação ou refutação do que foi escrito, dá-se também pela aceitabilidade dos pares que compõem a comunidade espe- cífica. Desse modo, pode-se dizer que a estrutura global da comunica- ção científica está respaldada em parâmetros normativos referen- tes à produção de gêneros e à produção da linguagem, ou seja, o discurso acadêmico se estabeleceu dentro de convenções instituí- das pela comunidade científica, que, ao longo do tempo, se expres- sa por características, como impessoalidade, objetividade, clareza, precisão, modéstia, simplicidade, fluência, dentre outros. É importante apresentar a posição de Charaudeau sobre a problemática entre o discurso informativo (DI) e discurso científico (DC). Para o autor, o que eles têm em comum é a problemática da prova. “[...] o primeiro se atém essencialmente a uma prova pela designação e pela figuração (a ordem da constatação, do testemu- nho, do relato de reconstituição dos fatos), o segundo inscreve a prova num programa de demonstração racional.”. Percebe-se que o interesse principal do discurso informativo é transmitir uma verdade através dos fatos. Já o discurso científico se impõe pela prova da racionalidade que reside na força da argumen- tatividade. E mais, este deve se comprometer com a logicidade das ideias para estas se tornem mais convincentes. Como se viu, o discurso acadêmico é produzido dentro de uma esfera de comunicação relativamente definida chamada de comuni- dade científica. Em geral, no ensino superior, vão se encontrar mo- delos de discurso acadêmico que já se tornaram consagrados para essa comunidade. Na subseção que segue se mostrará especifica- mente alguns deles. O primeiro modelo, monografia de análise teórica, evidencia uma organização de ideias advindas de bibliografias selecionadas sobre um determinado assunto. Nesse tipo, pode-se fazer uma aná- lise crítica ou comparativa de uma teoria ou modelo já consagrado pela comunidade científica. O modelo metodológico indicado pelos autores é: escolha do assunto/ delimitação do tema; bibliografia pertinente ao tema; levantamento de dados específicos da área sob estudo; fundamentação teórica; metodologia e modelos aplicáveis; análise e interpretação das informações; conclusões e resultados. No segundo modelo, monografia de análise teórico-empírica, faz-se uma análise interpretativa de dados primários, com apoio de fontes secundárias, passando-se para o teste de hipóteses, mode- los ou teorias. A partir dos dados primários e secundários, o autor /pesquisador mostrará um trabalho inovador. Quanto ao modelo metodológico, tem-se: realidade observável; pergunta problema e objetivo proposto; bibliografia e dados secundários; teoria perti- nente ao tema (conceitos, técnicas, constructos) e dados secundá- rios; instrumentos de pesquisa (questionário); pesquisa empírica; análise; conclusões e resultados. No terceiro modelo, monografia de estudo de caso, o autor/ pesquisador faz uma análise específica da relação existente entre um caso e hipóteses, modelos e teorias. O modelo metodológico adotado obedece aos seguintes passos: escolha do assunto/delimi- tação do tema; bibliografia pertinente ao tema (área específica sob LÍNGUA PORTUGUESA 19 a solução para o seu concurso! Editora estudo); fundamentação teórica; levantamento de dados da organi- zação sob estudo; caracterização da organização; análise e interpre- tação das informações; conclusões e resultados. Observa-se que esses modelos possuem suas particularidades, mas também aspectos que coincidem. Este é o caso da pesquisa bibliográfica, que é imprescindível em qualquer trabalho científico. Discurso Literário8 O discurso literário pode não ser apenas ligado aos procedi- mentos adotados pelo autor, mas também, e talvez mais direta- mente do que se pensa, ligado ao contexto sociocultural no qual está inserido, evidenciando-se, nem sempre claramente, uma influ- ência das instituições que o cercam na escolha de determinados procedimentos de linguagem. A ideia de que o discurso literário constrói-se a partir de ele- mentos intrínsecos ao texto literário tomou corpo com os estudos realizados no início do século XX. Foram os formalistas russos que demonstraram uma preocupação com a materialidade do texto lite- rário, recusando, num primeiro momento, explicações de base ex- traliterária. Neste sentido, o que importava para os integrantes do movimento era o procedimento, ou seja, o princípio da organização da obra como produto estético. Assim, a preocupação dos formalis- tas era investigar e explicar o que faz de uma determinada obra uma obra literária, nas palavras de Jakobson: “a poesia é linguagem em sua função estética. Deste modo, o objeto do estudo literário não é a literatura, mas a literariedade, isto é, aquilo que torna determina- da obra uma obra literária”. A questão da literariedade como pro- cesso ou procedimento de elaboração está centrado nas estruturas que diferenciam o texto literário de outros textos. A literariedade é conceituada não só pela linguagem diferen- ciada que gera o estranhamento, mas também histórica e cultural- mente. Uma obra literária não pode ser apenas uma construção bem elaborada, mas deve também retratar o homem de sua época ou época anterior, com todas as suas angústias, desejos e forma de pensar. Tornando-se, assim, não apenas um material para ser estu- dado linguisticamente, mas também e, principalmente, uma obra viva em que toda vez que se relê encontre-se algo novo e represen- tativo do ser humano. INTERTEXTUALIDADE — Definições gerais Intertextualidade é, como o próprio nome sugere, uma relação entre textos que se exerce com a menção parcial ou integral de elementos textuais (formais e/ou semânticos) que fazem referência a uma ou a mais produções pré-existentes; é a inserção em um texto de trechos extraídos de outros textos. Esse diálogo entre textos não se restringe a textos verbais (livros, poemas, poesias, etc.) e envolve, também composições de natureza não verbal
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