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Dezembro 2023 Química Inorgânica I (IC677) Prof. Gustavo B. da Silva AULA 9: Introdução à Química do Estado Sólido Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Instituto de Química Departamento de Química Fundamental Caráter covalente • Regras de Fajans • Avaliou o efeito de um cátion pequeno e altamente carregado em um ânion. Se um ânion é grande e macio o suficiente, o cátion deve ser capaz de polarizá-lo e, em casos extremos, penetrar na densidade eletrônica do ânion formando uma ligação covalente. • Dessa forma, Fajans sugeriu as seguintes regras para estimar o grau com que um cátion polariza um ânion e induz um caráter covalente. Caráter covalente • Regras de Fajans • A polarização é aumentada quando: a) Os cátions apresentam alta carga e raios pequenos (efeito polarizante); b) Os ânions apresentam alta carga e raios grandes (polarizabilidade); c) Os cátions apresentam determinadas configurações eletrônicas. • Portanto, a abordagem mais factível é a de numa ligação iônica há a possibilidade da ocorrência de covalência. • Resultados da polarização a) Pontos de fusão (PF) Em geral, o aumento do poder polarizante (caráter covalente), leva a uma diminuição nos pontos de fusão. • Variações nos cátions (carga e raio); • Variações nos ânions (carga e raio); • Variações na natureza do metal Composto Ponto de fusão (PF) BeCl2 405 oC CaCl2 782 oC NaBr 747 oC MgBr2 700 oC AlBr3 97,5 oC LiF 845 oC LiCl 605 oC LiBr 550 oC LiI 449 oC CaCl2 782 oC HgCl2 276 oC Caráter covalente • Resultados da polarização b) Solubilidade em água Em geral, o aumento do caráter covalente leva a uma diminuição na solubilidade. A solubilidade é um processo complexo e, portanto, as entalpias de hidratação dos íons é de suma importância e é possível correlacionar as energias de hidratação dos cátions com seus ”raios iônicos efetivos”, onde reff = rcátion + 85 pm (rO na água) Composto KPS AgF Solúvel AgCl 2,0 x 10–10 AgBr 5,0 x 10–13 AgI 8,0 x 10–17 Δ𝐻#$% = −69500 𝑍- 𝑟/00 𝑘𝐽/𝑚𝑜𝑙 Caráter covalente • Resultados da polarização b) Solubilidade em água Compostos com raios muito diferentes são solúveis em água. Em geral para um composto MX ser muito solúvel, o raio do M+ deve ser cerca de 80 pm menor do que o do X– Exemplo de solubilidade: MgSO4 > CaSO4 > SrSO4 > BaSO4 Mg(OH)2 < Ca(OH)2 < Sr(OH)2 < Ba(OH)2 6 Caráter covalente • Resultados da polarização c) Distâncias de ligações O aumento do caráter do covalente leva a um encurtamento na distância rcátion + rânion Exemplo: haletos de prata Composto rcátion + rânion rexperimental Dr AgF 248 246 –2 AgCl 296 277 –19 AgBr 311 289 –22 AgI 320 281 –39 Caráter covalente • Resultados da polarização d) Decomposição de carbonatos de metais alcalinos terrosos Reação: MCO3(s) MO(s) + CO2(g) Composto Temperatura BaCO3 1360 oC CdCO3 350 oC PbCO3 350 oC Em geral, o aumento do caráter covalente favorece a decomposição Composto Temperatura BeCO3 instável MgCO3 350 oC CaCO3 900 oC SrCO3 1290 oC 𝑟89:; ≈ 𝑟8%:; ≈ 𝑟=>:; Caráter covalente • Resultados da polarização e) Estabilidade dos estados de oxidação Seguem a teoria ácido-base de Pearson: ânions pequenos estabilizam melhor cátions duros, enquanto ânion grandes estabilizam melhor ânions macios Exemplos: • CuI2 se decompõe a CuI e FeI3 se decompõe a FeI2 (redução do metal). • MX(s) + ½X2(g) à MX2(s), a reação é mais espontânea X = F (oxidação do metal). • CuI2, TlI3 e VI5 são desconhecidos, porém CuF2, TlF3 e VF5 são facilmente obtidos. Caráter covalente • Sólido – considera-se como uma única grande molécula, cuja combinação de átomos forma um ”mar de elétrons” comum a todos eles e que podem ser descritos pela Teoria dos Orbitais Moleculares (TOM). • Lustro e condutividade – são originados pela mobilidade eletrônica em resposta ao campo elétrico oscilante de um feixe de luz incidente ou a uma diferença de potencial, respectivamente. • Condutividade térmica e maleabilidade – também originados desta mobilidade eletrônica. • Dessa forma, os sólidos podem ser classificados em três tipo de acordo com a condutividade: condutores, isolantes e semicondutores. Teoria de bandas e ligação metálica a) Condutores – ex.: metais; b) Isolantes – ex.: diamante; Conduzem muito pouco, pois a energia necessária para ionizar 1 elétron de uma molécula e transferir para uma segunda molécula é muito alta c) Semicondutores – ex.: Si e Ge; São capazes de conduzir. Porém, diferente de um condutor metálico, o aumento da temperatura leva ao aumento da condutividade. Teoria de bandas e ligação metálica • A interação de n átomos de um metal resulta em n níveis de energia (orbitais moleculares – OM). Dessa forma, 1 mol de um metal fornece um número de Avogadro (NA) de níveis energéticos com energia muito próximas dando origem a agregados que são chamados de bandas (praticamente contínuas). • As bandas mais estáveis são as ligantes. Enquanto, as de maior energia são as antiligantes. Teoria de bandas e ligação metálica • O aumento do caráter antiligante está associado a um aumento no número de nós Mais antiligante Mais ligante Orbitais intermediáriosEn er gi a Teoria de bandas e ligação metálica • A largura da banda depende da força da interação entre os átomos, ou seja, quanto maior a interação, maior a largura das bandas. • As bandas s e p são formadas por orbitais s e p, respectivamente. Sendo que as bandas p possuem maior energia, apresentando um gap de energia. • Entretanto, se a força de interação aumenta a largura das bandas s e p aumentam podendo levar a superposição. Teoria de bandas e ligação metálica Teoria de bandas e ligação metálica Banda p • Utiliza-se o nível de Fermi (último nível preenchido) como parâmetro para classifi- car os materiais quanto a sua condutividade • Exemplo: Li metálico – meta- de de sua banda estará preenchida e o nível de Fermi (eF) se encontra no centro da banda . Condutividade em sólidos covalentes e metálicos Condutor IsolanteSemicondutor • Valores de gap de bandas Material Egap (eV) C(diamante) 5,47 SiC2 3,00 Si 1,11 Ge 0,66 GaAs 1,35 InAs 0,36 Condutividade em sólidos covalentes e metálicos a) Semicondutores intrínsecos • Possuem um banda de valência (BV) preenchida e uma banda vazia de maior energia • Se a temperatura for alta o suficiente, elétrons são promovidos para uma banda de condução (BC). • A quantidade de elétrons promovidos é dependente da temperatura e do gap de energia. • Para cada elétron na BC, será gerado uma vacância na BV. Assim os elétrons são livres para se mover em BC e BV. Condutividade em sólidos covalentes e metálicos a) Semicondutores intrínsecos • BC = os elétrons se movem para o eletrodo positivo ao se aplicar uma ddp • BV = os buracos se movem para o eletrodo negativo ao se aplicar uma ddp • O número de elétrons de condução (n) dependem do gap (E) e da temperatura (T) Solid State Chemistry and its Applications, Second Edition, Student Edition 180 Conduction band Valence band Band gap e– e– e– e– + + + + Figure 3.31 Positive and negative charge carriers. Two types of conduction mechanism may be distinguished in semiconductors, Fig. 3.31. Any electrons that are promoted into an upper, empty band, called the conduction band, are regarded as negative charge carriers and would move towards a positive electrode under an applied potential. The vacant electron levels that are left behind in the valence band may be regarded as positive holes. Positive holes move when an electron enters them, leaving its own position vacant as a fresh positive hole. Effectively, positive holes move in the opposite direction to electrons. Intrinsic semiconductors are pure materials whose band structure is as shown in Fig. 3.31. The number of electrons, n, in the conduction band is governed entirely by (i) the magnitude of the band gap, E, and (ii) temperature, T, and is given by the expression: n = n0 exp(−E/kT ) (3.44) Pure Si is an intrinsic semiconductor. Its band gap, and those of other GroupIV elements, are given in Table 3.18. The band structure of Si is, however, quite different from that which might be expected by comparison with Al. In Al, the 3s and 3p levels overlap to give two broad bands, both of which are part full. If the trend continued, two similar bands would be expected in Si. The bands would be half full and Si would be metallic. Clearly this is not the case and instead Si contains two bands separated by a forbidden gap. Further, the lower band contains four electrons per Si and is full. If the forbidden gap merely corresponded to separation of s and p bands, the s band would contain only two electrons per Si. This cannot be the explanation, therefore. A simplified explanation of the band structure of Si (and Ge, diamond, etc.) based on MO theory is as follows. It starts from the observation that each Si forms four equal bonds arranged tetrahedrally; these bonds Table 3.18 Band gaps of Group IV elements Element Band gap/eV Type of material Diamond, C 6.0 Insulator Si 1.1 Semiconductor Ge 0.7 Semiconductor Grey Sn (>13 ◦C) 0.1 Semiconductor White Sn (<13 ◦C) 0 Metal Pb 0 Metal Solid State Chemistry and its Applications, Second Edition, Student Edition 180 Conduction band Valence band Band gap e– e– e– e– + + + + Figure 3.31 Positive and negative charge carriers. Two types of conduction mechanism may be distinguished in semiconductors, Fig. 3.31. Any electrons that are promoted into an upper, empty band, called the conduction band, are regarded as negative charge carriers and would move towards a positive electrode under an applied potential. The vacant electron levels that are left behind in the valence band may be regarded as positive holes. Positive holes move when an electron enters them, leaving its own position vacant as a fresh positive hole. Effectively, positive holes move in the opposite direction to electrons. Intrinsic semiconductors are pure materials whose band structure is as shown in Fig. 3.31. The number of electrons, n, in the conduction band is governed entirely by (i) the magnitude of the band gap, E, and (ii) temperature, T, and is given by the expression: n = n0 exp(−E/kT ) (3.44) Pure Si is an intrinsic semiconductor. Its band gap, and those of other Group IV elements, are given in Table 3.18. The band structure of Si is, however, quite different from that which might be expected by comparison with Al. In Al, the 3s and 3p levels overlap to give two broad bands, both of which are part full. If the trend continued, two similar bands would be expected in Si. The bands would be half full and Si would be metallic. Clearly this is not the case and instead Si contains two bands separated by a forbidden gap. Further, the lower band contains four electrons per Si and is full. If the forbidden gap merely corresponded to separation of s and p bands, the s band would contain only two electrons per Si. This cannot be the explanation, therefore. A simplified explanation of the band structure of Si (and Ge, diamond, etc.) based on MO theory is as follows. It starts from the observation that each Si forms four equal bonds arranged tetrahedrally; these bonds Table 3.18 Band gaps of Group IV elements Element Band gap/eV Type of material Diamond, C 6.0 Insulator Si 1.1 Semiconductor Ge 0.7 Semiconductor Grey Sn (>13 ◦C) 0.1 Semiconductor White Sn (<13 ◦C) 0 Metal Pb 0 Metal Condutividade em sólidos covalentes e metálicos b) Semicondutores extrínsecos • É baseado em dopagens com ”impurezas” para condução, cerca de 1 átomo para cada 109. • Cristal puro de Ge possui baixa condutividade a baixa temperatura. Dopando-se com Ga geram-se buracos que conduzem eletricidade. • Há um gap de energia, onde a banda receptora (Ga) encontra-se com maior energia que a do Ge (BV). • Semicondutor aceptor (do tipo p). Condutividade em sólidos covalentes e metálicos b) Semicondutores extrínsecos • Dopando-se com As há um excesso de elétrons, gerando um semicondutor doador (do tipo n), onde os elétrons migram da banda doadora para a banda de condução. Condutividade em sólidos covalentes e metálicos
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