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Apropriação de frutos e rendimentos

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Apropriação de frutos e rendimentos 
364. Modalidade especial de expropriação
O art. 867 do NCP estabelece que, em lugar de penhorar a coisa rentável, móvel ou imóvel, o juiz possa ordenar a penhora dos respectivos frutos e rendimentos. O critério para que essa opção seja acatada é, na dicção do dispositivo legal aludido, o reconhecimento de que essa modalidade de segurança da execução se apresente como mais eficiente para o recebimento do crédito e menos gravosa ao executado.
Tratando-se de medida processual que atende a um só tempo os interesses do exequente e do executado, por proporcionar vantagens recíprocas (conservação dos bens na propriedade do devedor e absorção imediata dos rendimentos pela execução, facilitando a satisfação do direito do credor), pode o juiz admiti-la independentemente da gradação legal das preferências para a penhora. Pode ser deferida até para substituir o bem inicialmente penhorado, com apoio no art. 805, que recomenda ao juiz mandar, sempre que possível, seja promovida a execução pelo modo menos gravoso para o executado; assim como no art. 847, onde se autoriza ao executado requerer a substituição do bem penhorado, desde que comprove que lhe será menos oneroso e não trará prejuízo ao exequente.
É da penhora original sobre frutos e rendimentos, ou da substituição da penhora de outros bens pela de suas rendas (art. 867) que se origina a forma expropriatória qualificada como "apropriação de frutos e rendimentos de empresa ou de estabelecimentos e outros bens" (art. 825, III).
Essa expropriação equivale ao levantamento, deferido ao exequente, da soma de dinheiro penhorada. Superada a fase reservada à avaliação, e não estando a atividade executiva obstada por eventuais embargos com efeito suspensivo, os valores dos rendimentos serão repassados pelo depositário-administrador (art. 868), ao exequente, à medida que forem sendo percebidos, até que o crédito exequendo seja inteiramente satisfeito. Depositados em juízo, o levantamento dos rendimentos observará o procedimento da satisfação executiva de "entrega do dinheiro", nos moldes do art. 904, I do
365. Iniciativa
Segundo se depreende do art. 867 do NCPC, a expropriação de frutos e rendimentos pode decorrer de penhora de tais bens deliberada por iniciativa do juiz, de ofício. Não há empecilho, porém, a que a medida seja pleiteada pelo executado ou pelo exequente, ou por ambos.
De quem quer que seja a iniciativa, deverá sempre ser assegurado o contraditório às partes, antes que o juiz decida sobre a questão. Não pode ser caprichoso, nem o requerimento nem a resistência à medida. A eventual controvérsia será solucionada pelo juiz com base nos requisitos previstos no art. 867, ou seja: (i) a penhora dos frutos e rendimentos deve ser mais eficiente para o recebimento do crédito; e (ii) menos gravosa ao executado.
366. Pressuposto
Para se decidir sobre a conveniência da penhora sobre os frutos e rendimentos é necessário que estes sejam avaliados, quanto à viabilidade de proporcionar a satisfação do crédito exequendo.
367. Procedimento
A operacionalidade da expropriação por apropriação de frutos e rendimentos depende da nomeação de um depositário-administrador (art. 868), para percebê-los periodicamente e destiná-los ao pagamento parcelado do crédito do exequente, o qual será processado em juízo. Para maiores detalhes do procedimento da penhora sobre frutos e rendimentos, ver, retro, o item 276.
368. Pagamento ao exequente
À medida que os rendimentos são arrecadados pelo depositário-administrador e recolhidos em juízo, a satisfação, total ou parcial, do crédito do exequente, se processará de conformidade com a modalidade "entrega do dinheiro" (NCPC, art. 904,
I), observadas as cautelas dos arts. 905 a 909. CPC/73, art. 716. CPC/73, art. 620. CPC/73, art. 668. CPC/73, art. 717. CPC/73, art. 708, I.
Expropriação de bens
Ao regular o processo de execução, o Código de Processo Civil dispõe sobre várias formas de expropriação de bens, tais como, a adjudicação, a alienação particular ou pública e a própria apropriação de frutos e rendimentos.
Assim, é possível afirmar que o termo expropriação de bens é gênero, composto de espécies e subespécies. Para que esse assunto seja entendido é preciso, contudo, que leiamos o artigo 825 do Código de Processo Civil.
Art. 825. A expropriação consiste em:
I – adjudicação;
II – alienação;
III – apropriação de frutos e rendimentos de empresa ou de estabelecimentos e de outros bens.
Conforme se lê no artigo 825 do Código de Processo Civil, as espécies de expropriação de bens são três:
· Adjudicação
· Alienação
· Apropriação de frutos e rendimentos
Não obstante, a espécie alienação é dividia em duas subespécies:
· Alienação por iniciativa particular
· Alienação em leilão judicial eletrônico ou presencial
A expropriação de bens somente pode ocorrer após a penhora. Assim, podemos afirmar ser ela o caminho natural para se alcançar a satisfação do credor, quando o devedor não se dispõe a pagar a dívida, mesmo após ter um bem particular penhorado. Desta forma, resistindo o devedor ao pagamento, o credor por requerer ao juiz que inicie o procedimento de expropriação de bens.
Não obstante, o credor não está obrigado seguir a ordem de procedimentos do artigo 825 do Código de Processo Civil. Em resumo, a jurisprudência do STJ já decidiu que o credor pode escolher o meio expropriatório que mais lhe interesse. Mas, falando especificamente da apropriação de frutos e rendimentos de bens penhorados, vejamos abaixo alguns detalhes importantes sobre esse meio expropriatório.
Apropriação de frutos e rendimentos de bens penhorados
Antes do novo Código de Processo Civil, a apropriação de frutos e rendimentos de bens penhorados era conhecida como usufruto de bem móvel ou imóvel. Atualmente, ela é regulada pelos artigos 867 a 869 do Código de Processo Civil. Eventualmente, podem existir casos em que o juiz entenda ser menos gravoso ao executado e mais eficiente para a satisfação do crédito, no lugar de penhorar o bem, penhorar eventual crédito.
Só para exemplificar, podemos imaginar um imóvel alugado. Ao invés de penhorar o imóvel e permitir a adjudicação ou a alienação, o juiz determina que os valores dos aluguéis reverterão em favor do credor, até satisfação do crédito. Definitivamente, se for possível satisfazer o crédito desta forma, seria a melhor solução para qualquer processo de execução.

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