1-Sumário Teórico Caráter Oxidante Do Halogêneos

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CARÁTER OXIDANTE DOS HALOGÊNIOS 
 
CARÁTER OXIDANTE DOS HALOGÊNIOS 
 
 
 
Na tabela periódica estão todos os 118 elementos químicos descobertos até 
hoje. Eles foram agrupados na tabela, seguindo a ordem crescente de seu número 
atômico, e os elementos com propriedades químicas e físicas semelhantes foram 
dispostos um abaixo do outro, ou seja, na mesma coluna (família). Assim, a tabela 
periódica contém 18 colunas (vertical) e sete períodos (horizontal). Com isso, cada 
coluna de elementos apresenta uma característica específica, e, ao longo da tabela 
periódica, é possível observar o crescimento e/ou decréscimo de algumas propriedades, 
tais como raio atômico, afinidade eletrônica, energia de ionização, dentre outras 
(CHANG e GOLDSBY, 2013). 
 
 
Figura 1 – Tabela periódica. 
 
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O estudo das propriedades periódicas dos elementos é essencial para prever o 
comportamento químico das substâncias em uma reação química. Por exemplo, os 
halogênios (7A ou 17), que apresentam uma alta tendência oxidante, reagem 
diretamente com metais para formar sais, tendo ainda alta reatividade com não metais. 
Essa família é composta pelo Flúor, Cloro, Bromo, Iodo, Astato e Tenesso. Seus números 
de oxidação podem variar de -1 à +7, e do mesmo modo acontece com as suas 
propriedades periódicas. A química dos halogênios (exceto astato e tenesso) 
provavelmente é melhor compreendida do que a química de qualquer outro grupo, se 
excetuando os metais alcalinos. Esses elementos possuem sete elétrons no nível 
eletrônico mais externo (camada de valência). A configuração eletrônica ns2 np5 indica 
que eles têm um elétron no subnível p a menos que o gás nobre mais próximo. Assim, 
os átomos desses elementos completam seu octeto ganhando um elétron, ou então 
compartilhando um elétron com outro átomo. Seus compostos com metais são iônicos, 
enquanto que os compostos com os não-metais são covalentes (SHRIVER e ATKINS, 
2003). 
A ordem de reatividade dos halogênios cresce à medida que descemos na coluna 
(família), sendo o flúor mais reativo e com maior potencial de redução. Cada halogênio 
é o elemento mais eletronegativo em seu período, e, consequentemente, apresentam 
altos valores de energia de ionização, assim a tendência de os átomos perderem 
elétrons para formar cátions é pequena. Dentre os halogênios, a energia de ionização 
do flúor é consideravelmente maior que a dos demais elementos do grupo, devido ser 
o menor átomo. 
Para os haletos, os potenciais padrão de redução indicam que F2 (E°=+2,87V) é 
um agente oxidante muito mais forte do que Cl2 (E°=+1,36V). O decréscimo na força 
oxidante continua em etapas mais modestas do Cl2 ao Br2 (E°=+1,07V) ao I2 (E°=+0,54V). 
Diante disso, o di-halogênio é capaz de oxidar os íons haletos abaixo dele no grupo 
(SHRIVER e ATKINS, 2003). Vejamos nos exemplos abaixo: 
 
 2𝐵𝑟(𝑎𝑞)
− + 𝐶𝑙2(𝑔) → 𝐵𝑟2(𝑙) + 2𝐶𝑙(𝑎𝑞)
− (1) 
 2𝐼(𝑎𝑞)
− + 𝐶𝑙2(𝑔) → 𝐼2(𝑙) + 2𝐶𝑙(𝑎𝑞)
− (2) 
 2𝐼(𝑎𝑞)
− + 𝐵𝑟2(𝑔) → 𝐼2(𝑙) + 2𝐵𝑟(𝑎𝑞)
− (3) 
 
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Nas reações, a molécula de gás cloro oxidou os íons brometo e iodeto, mas não 
oxidaria o íon fluoreto. Isso acontece, devido à maior facilidade com que o cloro gasoso 
tende-se a reduzir (receber elétrons), e consequentemente oxidar (perder elétrons) os 
íons contidos no ambiente reacional. O mesmo acontece na reação (3), no qual o bromo 
gasoso promove a oxidação do íon iodeto. Caso houvesse inversão das reações, nada 
aconteceria, pois, o potencial oxidante dos compostos gasosos é menor. 
 
 2𝐶𝑙(𝑎𝑞)
− + 𝐵𝑟2(𝑔) → 𝑛ã𝑜 𝑜𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒 (4) 
 2𝐶𝑙(𝑎𝑞)
− + 𝐼2(𝑔) → 𝑛ã𝑜 𝑜𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒 (5) 
 2𝐵𝑟(𝑎𝑞)
− + 𝐼2(𝑔) → 𝑛ã𝑜 𝑜𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒 (6) 
 
Os halogênios são tão reativos que só podem ser encontrados naturalmente 
como compostos. Sua abundância na crosta terrestre continua diminuindo com o 
número de átomos de flúor a iodo. Todos os dihalogênios (exceto o Astado radioativo) 
são produzidos em grande escala, com o cloro produzindo a maior quantidade, seguido 
pelo flúor. O cloro é amplamente utilizado na indústria para preparar hidrocarbonetos 
clorados e aplicações que requerem oxidantes fortes e eficazes. Os compostos de flúor 
(F2) e do cloro (Cl2) são obtidos através do método eletrolítico. O flúor é obtido a partir 
da eletrólise do ácido fluorídrico (HF). O flúor gasoso (F2) é produzido no ânodo e o 
hidrogênio (H2) no cátodo. O cloro gasoso é obtido a partir da eletrólise do cloreto de 
sódio (NaCl). O iodo pode ser produzido a partir da oxidação do íon iodeto (reação 2), 
ou pela redução de iodatos em meio ácido (SHRIVER e ATKINS, 2003). 
 
 𝐼𝑂3(𝑎𝑞)
− + 5𝐼(𝑎𝑞)
− + 6𝐻(𝑎𝑞)
+ → 3𝐼2(𝑠) + 3𝐻2𝑂(𝑙) (7) 
 
É importante destacar que o quinto elemento da família dos halogênios, o astato, 
geralmente detectado na natureza em pequena quantidade, é extremamente radioativo 
e apresenta caráter mais metálico que o iodo (SHRIVER e ATKINS, 2003). 
 
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Além disso, o cloro gasoso (Cl2) pode ser obtido a partir da reação do ácido 
clorídrico (HCl) com o hipoclorito de sódio (NaClO), conforme reação abaixo: 
 
 2𝐻𝐶𝑙(𝑎𝑞) + 𝑁𝑎𝐶𝑙𝑂(𝑎𝑞) → 𝐶𝑙2(𝑔) + 𝐻2𝑂(𝑙) + 𝑁𝑎𝐶𝑙(𝑎𝑞) (8) 
 
Em algumas reações é adicionado o clorofórmio (CHCl3), com o objetivo de 
formar duas fases (uma aquosa e outra orgânica), pois, conforme há a formação do 
dihalogênio, ele se desloca para o meio orgânico. Por exemplo, a reação de obtenção de 
bromo molecular (Br2). Neste caso, o cloro ativo (Cl2) é produzido in situ, promovendo a 
oxidação do íon brometo. Conforme o bromo é produzido, ele é atraído para o meio 
orgânico (CHCl3), deslocando o equilíbrio da reação para a formação de produtos. 
 
2𝐻𝐶𝑙(𝑎𝑞) + 𝑁𝑎𝐶𝑙𝑂(𝑎𝑞) + 2𝐾𝐵𝑟(𝑎𝑞) → 𝐵𝑟2(𝑙) + 𝐻2𝑂(𝑙) + 𝑁𝑎𝐶𝑙(𝑎𝑞) + 2𝐾𝐶𝑙(𝑎𝑞) (9) 
 
Com base nisso, no laboratório virtual você irá avaliar o caráter oxidante dos 
halogênios, através da alteração das características físicas das reações após a mistura 
dos reagentes. 
 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 
CHANG, R.; Goldsby, K. A. Química. 11. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013. 
 
SHRIVER, D.F.; Atkins, P.W. Química Inorgânica. Porto Alegre: Bookman, 2003. 
 
 
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