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Aposentadoria e Previdência Previdência Complementar para Servidores Públicos Estaduais e Municipais Enap, 2022 Fundação Escola Nacional de Administração Pública Diretoria de Desenvolvimento Profissional SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF Fundação Escola Nacional de Administração Pública Diretoria de Desenvolvimento Profissional Conteudista/s Delúbio Gomes Pereira da Silva (Conteudista, 2022). Elaine Cristina Cavalcanti Sales (Conteudista, 2022). Lilian Alves de Almeida (Conteudista, 2022). Márcia Paim Romera (Conteudista, 2022). Mauricio Dias Leister (Conteudista, 2022). Rafael Alves do Nascimento Azevedo Roda (Conteudista, 2022). Curso desenvolvido no âmbito da Diretoria de Desenvolvimento Profissional – DDPRO 3Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Sumário Módulo 1 – Contextualização do Sistema de Previdência do Brasil Unidade 1 – Pilares e Regimes de Previdência no Brasil .....................................6 1.1 Pilares da Previdência Social ..................................................................................... 6 1.2 Regime Geral de Previdência Social: principais aspectos. ..................................... 8 1.3 Regime Próprio de Previdência Social: principais aspectos ................................ 12 1.4 Regime de Previdência Complementar: principais aspectos .............................. 13 Unidade 2 – A Previdência Pública Oficial dos Servidores ................................15 2.1. Como um servidor público se aposenta no Brasil? ............................................. 15 2.2 Reforma da Previdência de 2019 e as regras de transição. ................................ 19 2.3. O funcionamento do Regime Próprio de Previdência Social ............................ 22 Unidade 3 – A Previdência Complementar para servidores públicos ..............23 3.1 Características e especificidades do RPC dos servidores públicos .................... 23 3.2 Panorama da Previdência Complementar dos Servidores Públicos .................. 25 3.3 Migrar ou não migrar, eis a questão ...................................................................... 27 Unidade 4 – Combinação de Regimes de Previdência .......................................29 4.1. Como fica a aposentadoria do servidor com e sem o Regime de Previdência Complementar? ............................................................................................................... 29 4.2. Importância da combinação dos regimes. ........................................................... 30 Módulo 2 – Previdência Complementar: Estrutura e Funcionamento Unidade 1 – Características Gerais do Regime de Previdência Complementar (RPC) ........................................................................................................................ 34 1.1 Principais conceitos para compreender a Previdência Complementar ............ 34 1.2 Tipos de Entidades e os principais atores do RPC ................................................ 35 1.3 Os principais normativos do RPC ........................................................................... 37 Unidade 2 – A Governança das Entidades de Previdência Complementar .....40 2.1. Órgãos de Governança ........................................................................................... 40 2.2 Estatuto e Convênio de Adesão .............................................................................. 41 2.3 Fiscalização e Regulação .......................................................................................... 42 2.4. Responsabilização dos gestores ............................................................................ 43 2.5 Transparência e os canais de acompanhamento do participante .................... 45 4Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Módulo 3 – O Plano de Previdência: Entenda o seu funcionamento Unidade 1 – O Plano de Previdência e suas coberturas ....................................47 1.1 Plano de Contribuição Definida .............................................................................. 47 1.2 Tipos de Contribuição e Custos Administrativos .................................................. 48 1.3 Formas de Renda de Aposentadoria ...................................................................... 51 1.4 Coberturas adicionais .............................................................................................. 52 Unidade 2 – Regulamento do Plano de Previdência ..........................................54 2.1 Regulamento e suas regras principais ................................................................... 54 2.2 Institutos: direitos garantidos aos participantes .................................................. 55 Unidade 3 – Investimentos na Previdência Complementar .............................57 3.1 Como os recursos dos planos são investidos? ..................................................... 57 3.2 Limites e Classes de Investimentos ........................................................................ 57 3.3 Perfis de Investidores e Perfis de Investimentos. ................................................ 60 Unidade 4 – Tributação dos Planos de Benefícios .............................................. 62 4.1 Formas de Tributação: Progressiva e Regressiva ................................................. 62 4.2 Incentivos Fiscais ...................................................................................................... 65 Módulo 4 – A Previdência é sua: Monitorando seu Plano de Benefícios Unidade 1 – Monitorando o Plano de Benefícios ............................................... 66 1.1. Como acompanhar a poupança previdenciária .................................................. 66 1.2. Estratégias para aumentar sua renda de aposentadoria ................................... 68 REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 70 5Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Olá! Desejamos boas-vindas ao curso Previdência Complementar para Servidores Públicos dos Estados e Municípios. Este curso tem o objetivo apresentar os principais aspectos do Regime de Previdência Complementar para auxiliar a decisão dos servidores públicos estaduais e municipais à adesão a este regime. Desejamos um excelente estudo! 6Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Módulo Contextualização do Sistema de Previdência do Brasil1 Unidade 1 – Pilares e Regimes de Previdência no Brasil Ao final desta unidade, você será capaz de identificar os regimes de previdência existentes e suas principais características. Vídeo 1 – Inaugural do curso 1.1 Pilares da Previdência Social O Sistema de Previdência no Brasil é composto por três regimes: O Regime Geral de Previdência Social (RGPS); o Regime Próprio de Previdência Social (RPPS); e o Regime de Previdência Complementar (RPC). https://youtu.be/5HKLOQL854A 7Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Organograma Elaboração: SPREV/MTP. Edição: Enap. Os sistemas públicos de previdência têm inscrição obrigatória e são destinados a todos os trabalhadores que exercem atividades remuneradas. Como apresentado na figura acima, há dois regimes públicos: o Regime Geral de Previdência Social (RGPS), que é destinado a todos os trabalhadores do Brasil; e os Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS), destinados aos servidores públicos da União, dos estados e Distrito Federal, e dos municípios que realizaram a sua instituição. Nos sistemas públicos, a contribuição é mensal e obrigatória para todos aqueles que exercem atividade remunerada, o que inclui os servidores públicos. No Regime Geral, é possível ainda a adesão de cidadãos que não exerçam trabalho remunerado, mas que podem se filiar à Previdência de maneira facultativa (não- obrigatória) a partir da inscrição formalizada com o pagamento da primeira contribuição sem atraso (segurados facultativos, conforme veremosadiante). Já o sistema de previdência privado é composto pelo Regime de Previdência Complementar (RPC). Como o próprio nome diz, esse regime é complementar ao sistema público de previdência e de contribuição facultativa, com a finalidade de oferecer uma proteção a mais ao trabalhador durante a aposentadoria. 8Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 1.2 Regime Geral de Previdência Social: principais aspectos. Esse é o Regime a que a maioria dos trabalhadores está vinculado, destinado a pessoas que trabalham no setor privado – ou mesmo no setor público, quando não esteja filiado a regime próprio. É obrigatório (quem exerce atividade remunerada deve estar filiado/a), nacional (as mesmas regras valem em todo o país) e público. Você provavelmente já deve ter escutado falar do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), não é mesmo? Ele é o órgão responsável pela administração do regime geral de previdência social. Muitas pessoas conhecem o regime geral por INSS, por isso utilizaremos a denominação RGPS/INSS. No RGPS/INSS, as contribuições dos trabalhadores em idade ativa (atual geração de trabalhadores) financiam o pagamento dos atuais aposentados, havendo, portanto, solidariedade entre as gerações. Quando os trabalhadores de hoje conquistarem a aposentadoria, novos trabalhadores estarão contribuindo para o pagamento desses benefícios e assim por diante. É o que chamamos de regime de repartição simples, o qual funciona por meio de um pacto entre as diferentes gerações, garantido pela Constituição Federal. Esse método de financiamento é utilizado na maioria dos sistemas previdenciários públicos no mundo. Vale lembrar que os sistemas baseados no regime de repartição simples enfrentarão desafios para seu equilíbrio no futuro, devido ao envelhecimento e à redução da população em idade ativa. Exemplo para que você entenda bem como funciona: Suponha um trabalhador que hoje tenha 35 anos e contribua como trabalhador formal para a previdência social. Na verdade, ele não está contribuindo para a própria aposentadoria diretamente, mas para a do avô que está aposentado, por exemplo. 9Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Por um lado, suas contribuições são utilizadas para pagar benefícios dos aposentados naquele momento. Por outro lado, quando ele se aposentar, as contribuições dos trabalhadores naquele momento é que vão pagar a aposentadoria dele. Assim, o trabalhador paga contribuição para poder ter o direito de se aposentar no futuro. É importante que você saiba que toda pessoa que contribui para o RGPS é uma pessoa segurada. E são as contribuições mensais que garantem que o segurado possa receber a aposentadoria e outros benefícios temporários (auxílio por incapacidade temporária, salário-maternidade) ou de risco (aposentadoria por incapacidade permanente) e que os dependentes possam receber a pensão por morte, por exemplo. Os segurados da Previdência Social podem ser obrigatórios ou facultativos. Os segurados obrigatórios são aqueles que devem, obrigatoriamente, recolher contribuição para o RGPS. São pessoas físicas que exercem, pelo menos, uma atividade remunerada, com vínculo empregatício ou não. Quem tem carteira assinada, por exemplo, está automaticamente filiado ao RGPS/INSS e é um segurado obrigatório. Os segurados obrigatórios se dividem nas seguintes categorias: empregados, empregados domésticos, trabalhadores avulsos, contribuintes individuais (trabalhadores autônomos, empresários) e segurados especiais (trabalhadores rurais). Por outro lado, os segurados facultativos são aqueles que não exercem atividade remunerada ou não possuem renda direta e fazem a opção, de forma voluntária, de contribuir para a Previdência Social, filiando-se ao RGPS/INSS. Com essa opção, a dona de casa, por exemplo, pode ser uma segurada. Isso vale também para o estudante, o estagiário, o bolsista e o desempregado, por exemplo. Ou seja, todo mundo pode se registrar para receber um benefício do RGPS/INSS, desde que tenha 16 anos ou mais. Para não perder a qualidade de segurado, o cidadão precisa: - Manter sua inscrição junto ao RGPS/INSS; e - Não interromper as contribuições mensais. 10Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Além disso, o regime público constitui um seguro social com a função de compartilhar o risco de seus participantes. Pense num seguro de carro: todos pagam uma contribuição, e aqueles que têm problemas com o veículo possuem auxílio da seguradora. O seguro social da previdência é parecido: todos pagam contribuição, e aqueles que sofrem infortúnios, como acidentes e doenças que acarretem perda da capacidade para o trabalho, recebem benefícios. No caso de morte, os dependentes recebem o benefício da pensão por morte. Portanto, partindo do princípio de que todos os trabalhadores precisam estar protegidos em caso de perda da capacidade de trabalho, o que pode acontecer em qualquer momento da vida, a Previdência Social funciona também como um seguro que garante a renda do trabalhador e de sua família em casos de doença, acidente, gravidez, reclusão, morte ou idade avançada, por exemplo. O objetivo é trazer segurança para a população. Os principais benefícios oferecidos pelo Regime Geral de Previdência Social aos seus segurados, são: Aposentadoria por Idade É um benefício concedido ao segurado do RGPS/INSS que atingir determinada idade mais avançada. Para os trabalhadores urbanos, a idade de acesso ao benefício é de 65 anos para os homens e 62 anos para as mulheres. Para os trabalhadores rurais, ela é de 60 anos para os homens e 55 anos para as mulheres. Lembre-se: para solicitar o benefício, os trabalhadores urbanos precisam comprovar contribuição de 15 anos, se mulher e de 20 anos, se homem. Os segurados especiais têm de provar, com documentos, 180 meses de atividade rural. Aposentadoria por Incapacidade Permanente (antiga aposentadoria por invalidez) Concedido ao segurado que, por doença ou acidente, for considerado, pela perícia médica federal, incapaz de exercer suas atividades ou outro serviço que lhe garanta o sustento. Aposentadoria Especial Para o trabalhador que exerce suas atividades com exposição a agentes nocivos à saúde, podendo ser agentes físicos, químicos ou biológicos (por período de 15, 20 ou 25 anos). 11Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença) Benefício concedido ao segurado que é impedido de trabalhar por doença ou acidente por mais de 15 dias consecutivos. Auxílio-acidente Benefício pago ao trabalhador que sofre um acidente e fica com sequelas que reduzem permanentemente sua capacidade de trabalho. Auxílio-reclusão É devido aos dependentes de pessoa segurada recolhida à prisão, durante o período em que estiver presa em regime fechado. A carência de contribuição exigida para fazer jus ao benefício é de 24 meses. Salário Maternidade É devido a pessoa segurada por ocasião do parto, inclusive o natimorto, aborto não criminoso, adoção ou guarda judicial para fins de adoção. Salário-família Valor pago ao empregado de baixa renda, inclusive o doméstico, e ao trabalhador avulso, de acordo com o número de filhos. Filhos maiores de 14 anos não têm direito, exceto se tiverem deficiência (para os quais não há limite de idade). Pensão por morte Benefício pago à família do segurado do RGPS/INSS em decorrência de seu falecimento, observadas as condições de dependência. 12Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 1.3 Regime Próprio de Previdência Social: principais aspectos O Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) é a previdência pública dos servidores, de inscrição obrigatória. O RPPS assegura aos servidores efetivos os benefícios de aposentadoria e pensão por morte. Cada ente público da Federação (União, Distrito Federal, estados e municípios) pode, assim, organizar a previdência de seus servidores. No Brasil, a União, o DistritoFederal, os estados e todas as capitais instituíram regimes próprios, bem como outros cerca de 2.100 municípios. Muitos municípios, entretanto, não o fizeram, de forma que seus servidores são vinculados ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS). O RPPS deve ser custeado, obrigatoriamente, pelo respectivo ente federativo (por exemplo, estado ou município) e pelos seus servidores públicos, mediante contribuição previdenciária. Vamos entender um pouco mais sobre os segurados do RPPS? Todo servidor público titular de cargo efetivo de entes públicos que criaram seus RPPS é uma pessoa segurada. Os servidores que ocupam cargos exclusivamente comissionados, os servidores temporários e os empregados públicos regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT são, por previsão constitucional, vinculados ao RGPS, cujos benefícios são geridos pelo INSS e as contribuições arrecadadas pela Receita Federal do Brasil. A partir da Nova Previdência – reforma aprovada pela Emenda Constitucional nº 103, de 12 de novembro de 2019 –, todos os entes que possuírem RPPS estão obrigados a instituir seus regimes de previdência complementar, de adesão voluntária dos servidores. Assim, o valor da aposentadoria do servidor público pelo RPPS estará limitado ao teto do RGPS, assim como o trabalhador da iniciativa privada. 13Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 1.4 Regime de Previdência Complementar: principais aspectos O Regime de Previdência Complementar é o terceiro pilar que compõe o Sistema Previdenciário Brasileiro. Esse regime privado foi criado para as pessoas que querem ter rendimentos na aposentadoria que sejam superiores aos do RGPS/INSS. Sim, o RGPS tem um limitador no valor do benefício, calculado e revisto anualmente. O teto do RGPS/INSS é o valor máximo que você pode receber de qualquer benefício da previdência social, por exemplo, a aposentadoria. O valor do teto previdenciário é atualizado pelo Governo Federal anualmente. Em 2022, o teto foi estipulado em R$ 7.087,22. Portanto, a previdência complementar, também chamada de previdência privada, será um instrumento adicional que auxiliará na garantia de tranquilidade financeira na idade avançada, pois ajuda a manter o poder econômico na aposentadoria. Por isso que é tão importante entender como o Regime de Previdência Complementar funciona, bem como conscientizar-se de que quanto mais cedo começar a contribuir, mais o tempo trabalhará a seu favor na formação de sua poupança previdenciária. De forma geral, as principais características do Regime de Previdência Complementar, são: • Facultatividade (regime opcional); • Autonomia em relação aos regimes públicos; • Baseado na formação de reservas (poupança individual); • Operado por entidades abertas e entidades fechadas de previdência complementar. Para conhecer mais sobre essas características e definições iniciais da previdência complementar, assista ao vídeo com a professora Elaine Cavalcanti, subsecretária do Regime de Previdência Complementar: Vídeo 2 – Regime de Previdência Complementar: principais aspectos https://youtu.be/DdNaHcWzs9M https://youtu.be/DdNaHcWzs9M 14Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Quer conhecer melhor os dados do Regime de Previdência Complementar? Acesse o Relatório Gerencial de Previdência Complementar atualizado trimestralmente pela Subsecretaria do Regime de Previdência Complementar: https://www.gov. br/trabalho-e-previdencia/pt-br/acesso-a-informacao/dados- abertos/dados-abertos-previdencia/previdencia-complementar/ dados-abertos-previdencia-complementar Chegamos ao final do conteúdo referente aos Pilares e Regimes de Previdência no Brasil. Agora você conhece as principais características dos regimes públicos (RGPS e RPPS) e do regime privado (RPC). Preenchido pela(o) conteudista. https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/acesso-a-informacao/dados-abertos/dados-abertos-previdencia/previdencia-complementar/dados-abertos-previdencia-complementar https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/acesso-a-informacao/dados-abertos/dados-abertos-previdencia/previdencia-complementar/dados-abertos-previdencia-complementar https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/acesso-a-informacao/dados-abertos/dados-abertos-previdencia/previdencia-complementar/dados-abertos-previdencia-complementar https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/acesso-a-informacao/dados-abertos/dados-abertos-previdencia/previdencia-complementar/dados-abertos-previdencia-complementar 15Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 2 – A Previdência Pública Oficial dos Servidores Ao final desta unidade, você será capaz de compreender as principais regras da aposentadoria dos servidores públicos e as alterações promovidas pela Reforma da Previdência, incluindo as regras de transição para os atuais servidores; além de reconhecer os aspectos gerais do funcionamento de um Regime Próprio de Previdência Social – RPPS. 2.1. Como um servidor público se aposenta no Brasil? Muitos servidores públicos se aposentam por meio de um Regime Próprio de Previdência Social (RPPS), ao invés de se aposentarem pelo famoso INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Para ser mais exato, o INSS é quem administra as aposentadorias e pensões dos que estão inscritos no Regime Geral de Previdência Social (RGPS). Você sabe o que é um RPPS? É um regime de aposentadoria e pensão exclusivo para servidores públicos. Os RPPS foram criados pelos entes federativos para assegurar os benefícios de aposentadoria e pensão por morte aos servidores titulares de cargos efetivos. A União, os estados, o Distrito Federal, todas as capitais e diversos municípios em todas as unidades federativas têm RPPS, que totalizam cerca de 2.152 no país. Se instituído um RPPS, os servidores efetivos de todos os órgãos, poderes autarquias e fundações serão vinculados ao regime. Na União e nos estados, os membros da magistratura, ministério público, tribunais de contas e defensoria pública também são vinculados ao RPPS. Diferentemente, os militares das Forças Armadas e Policiais Militares dos Estados fazem parte do Sistema de Proteção Social dos Militares, de que trata a Lei nº 13.954/2019. Nos estados e municípios que instituíram RPPS, as regras de concessão de aposentadoria e pensão para os servidores e seus dependentes são as previstas na respectiva legislação ou na Constituição Federal, que podem ou não ter sido alteradas para adequação às alterações introduzidas pela Reforma da Previdência de 2019. Vale lembrar que muitos municípios (cerca de 3.445), entretanto, não têm RPPS, de forma que seus servidores são vinculados ao RGPS. Ou seja, esses servidores municipais se aposentarão pelo INSS, observando as regras de concessão aplicadas 16Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública para os trabalhadores em geral. Não existe obrigatoriedade de instituição da previdência complementar para os servidores públicos dos municípios vinculados ao RGPS. Voltando aos RPPS, no caso daqueles que se adequaram às normas estabelecidas pela Reforma da Previdência de 2019, o servidor poderá se aposentar nas modalidades apresentadas no vídeo a seguir, com professor Delúbio da Silva, da subsecretaria do Regime Próprio de Previdência Social: Vídeo 3 – Como um servidor público se aposenta no Brasil 2.1.1 Cálculo do Benefício Uma vez compreendidos os requisitos a serem cumpridos para um servidor público requerer a aposentadoria, é importante saber alguns parâmetros sobre o valor que será pago como aposentadoria: 1. O valor da aposentadoria é fruto da média salarial de toda a vida profissional; 2. Sobre essa média é aplicado um fator que é maior quanto maior for o tempo de contribuição para o RPPS e/ou RGPS. Assim sendo, para ter direito à aposentadoria no valor de 100% da média dos salários de contribuição, serão necessários 40 anos de contribuição para ambos os sexos; 3. Além disso, esse valor final não podeser inferior a um piso, que é o salário-mínimo, nem superior a um teto, que é aquele praticado pelo INSS; 4. A única exceção ao teto do INSS é o caso do servidor público que tenha ingressado antes da implantação do regime de previdência complementar e NÃO pediu para migrar para esse novo regime que combina RPPS com o RPC. Após a instituição da Previdência Complementar pelo Ente Federativo, o servidor público que ingressar no serviço público https://youtu.be/aHd-NlvOoEI 17Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública terá obrigatoriamente, como limite de aposentadoria, o teto do RGPS (R$ 7.087, 22 em 2022), mesmo que sua remuneração seja superior ao limite do RGPS. Nesse caso, é fundamental que o servidor opte pelo ingresso no regime de previdência complementar. A Reforma da Previdência estabeleceu também que os RPPS devem praticar alíquotas de contribuição cobradas dos servidores dos estados, Distrito Federal e municípios no mínimo iguais às dos servidores federais, previstas na EC nº 103/2019. A alíquota de contribuição de referência dos servidores federais é de 14%, com faixas progressivas de acordo com a remuneração. Como agora o servidor público que ingressar no serviço público tem sua aposentadoria limitada pelo teto do INSS, a EC nº 103/2019 tornou obrigatória a instituição do Regime de Previdência Complementar (RPC) pelos entes federativos que possuem RPPS, para que esse trabalhador tenha uma forma de complementar sua renda na aposentadoria. O prazo previsto na EC para implantação do RPC foi de dois anos (até 13/11/2021), mas para fins de emissão do Certificado de Regularidade Previdenciária, foi previsto um prazo adicional, que venceu em 31/03/2022. E se o ente realizar contratações de servidores com remuneração acima do teto do INSS, além de aprovar a lei, é necessário celebrar convênio com uma entidade de previdência complementar e ter esse convênio aprovado pela PREVIC, até 30/06/2022. Na prática, só com esse convênio de adesão é que o servidor público poderá contratar um plano de previdência privada patrocinado pelo seu empregador. Como visto antes, os requisitos e parâmetros da aposentadoria dos servidores públicos expostos até aqui são para aqueles entes que se adequaram às normas estabelecidas pela Reforma da Previdência de 2019. Mas para os Municípios que não atualizaram o respectivo regime próprio de previdência social às regras contidas na EC 103/2019, tais regras e parâmetros permanecem de acordo com a legislação vigente antes da Reforma da Previdência. Na prática, isso significa tempos de contribuição e idades mínimas exigidas diferentes para a aposentadoria voluntária, como podemos ver a seguir: 18Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Aposentadoria Voluntária Para os servidores públicos dos Municípios que não fizeram sua reforma, os homens se aposentarão aos 60 anos de idade com 35 anos de tempo de contribuição e as mulheres, aos 55 anos de idade com 30 anos de tempo de contribuição, além de 10 anos de efetivo exercício no serviço público e 5 anos no cargo em que se der aposentadoria para ambos os sexos. Para os professores, aos 55 anos de idade e 30 anos de contribuição exclusivamente em efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil; e, no ensino fundamental e médio, se homem, aos 50 anos de idade e 25 anos de contribuição exclusivamente em efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio, além de 10 (dez) anos de efetivo exercício de serviço público e 5 (cinco) anos no cargo efetivo em que for concedida a aposentadoria, para ambos os sexos. No que diz respeito ao parâmetro de cálculo da aposentadoria dos servidores desses municípios, para se ter direito a 100% da média dos salários de contribuição, são exigidos 35 anos de contribuição, se homem, e 30 anos de contribuição, se mulher. E continuam valendo a regra do piso e do teto que foi explicada antes: não pode ser uma aposentadoria inferior ao salário-mínimo nem superior ao teto do RGPS, com exceção do servidor público que tenha ingressado antes da implantação do regime de previdência complementar e não optou pela mudança de suas regras de aposentadoria (migração). Consolidação dos atos normativos dos RPPS Foi recentemente publicada a Portaria MTP nº 1.467, de 02 de junho de 2022, que consolidou todos os atos normativos relacionados à organização e funcionamento dos RPPS, contemplando inclusive as regras de benefícios. Confira em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/ previdencia-no-servico-publico/legislacao-dos-rpps/portarias/ copy_of_PortariaMTPn1.467de02jun2022.pdf Se você quiser acessar a legislação atualizada dos RPPS, acesse: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/ previdencia-no-servico-publico/legislacao-dos-rpps Estatísticas e Informações dos RPPS — Português (Brasil) (www. gov.br) https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-no-servico-publico/legislacao-dos-rpps/portarias/copy_of_PortariaMTPn1.467de02jun2022.pdf https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-no-servico-publico/legislacao-dos-rpps/portarias/copy_of_PortariaMTPn1.467de02jun2022.pdf https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-no-servico-publico/legislacao-dos-rpps/portarias/copy_of_PortariaMTPn1.467de02jun2022.pdf https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-no-servico-publico/legislacao-dos-rpps https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-no-servico-publico/legislacao-dos-rpps https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-no-servico-publico/estatisticas-e-informacoes-dos-rpps-1/estatisticas-e-informacoes-dos-rpps https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-no-servico-publico/estatisticas-e-informacoes-dos-rpps-1/estatisticas-e-informacoes-dos-rpps 19Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 2.2 Reforma da Previdência de 2019 e as regras de transição. Você pode estar se perguntando sobre o que acontece com quem já estava no serviço público quando veio a Reforma da Previdência de 2019. Essa é uma preocupação justa, pois as novas regras exigindo maior tempo de contribuição e potencial redução do benefício de aposentadoria começaram a valer quando você talvez já estivesse no meio do caminho para se aposentar. Para isso, foram criadas as regras de transição. Essas regras existem para que não se pegue de surpresa quem estava perto de alcançar determinado direito de aposentadoria. Para ilustrar melhor, suponha o caso de um servidor público que já estava próximo de se aposentar, e aí veio a Reforma da Previdência de 2019, fazendo com que ele tenha que trabalhar mais 5 anos. Pode parecer injusto, certo? Nesse caso se aplica a regra de transição para que o impacto das novas condições seja mais suave para quem já estava no mercado de trabalho antes da reforma. É exatamente isso que aconteceu com a vigência da Reforma da Previdência, que está valendo desde o dia 13/11/2019. E para garantir regras diferenciadas aos servidores que já estavam no serviço público na data de publicação da Reforma da Previdência, foi estabelecido um regramento de transição para o servidor. O servidor público que se encaixa nessa situação poderá escolher entre duas opções de regra de transição, conforme abaixo detalhado: 1ª Regra de Transição para Servidores Públicos - EC 103/2019 Para os servidores públicos estaduais e municipais em que o respectivo ente aprovou a reforma da previdência nos moldes estabelecidos pela EC 103/2019, a 20Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública aposentadoria voluntária será concedida quando cumpridos os seguintes requisitos cumulativamente: I - 56 anos de idade, se mulher, e 61 anos de idade, se homem (elevados para 57 anos/M e 62 anos/H a partir de 2022); II - 30 anos de contribuição, se mulher, e 35 anos de contribuição,se homem; III - 20 anos de efetivo exercício no serviço público e 5 anos no cargo efetivo em que se der a aposentadoria; e IV - somatório da idade e do tempo de contribuição, incluídas as frações, equivalente a 86 pontos, se mulher, e 96 pontos, se homem, e a partir de jan/2020, a pontuação de ambos os sexos será acrescida a cada ano de 1 ponto, até atingir 100 pontos (M) e 105 (H). Regra de Transição para professor I - 51 anos de idade, se mulher, e 56 anos de idade, se homem (elevados para 52 ano/M e 57 anos/H a partir de 2022); II - 25 anos de contribuição, se mulher, e 30 anos de contribuição, se homem; III - 20 (vinte) anos de efetivo exercício no serviço público e 5 (cinco) anos no cargo efetivo em que se der a aposentadoria; e IV - somatório da idade e do tempo de contribuição, incluídas as frações, equivalente a 81 pontos, se mulher, e 91 pontos, se homem, e a partir de jan/2020, a pontuação de ambos os sexos será acrescida a cada ano de 1 ponto, até atingir 92 pontos (M) e 100 (H). 2ª Regra de Transição para Servidores públicos - EC 103/2019 21Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Para os servidores públicos estaduais e municipais onde o respectivo ente aprovou a reforma da previdência nos moldes estabelecidos pela EC 103/2019, a aposentadoria voluntária será concedida quando cumpridos os seguintes requisitos cumulativamente: I - 57 anos de idade, se mulher, e 60 anos de idade, se homem; II - 30 anos de contribuição, se mulher, e 35 anos de contribuição, se homem; III - para os servidores públicos, 20 anos de efetivo exercício no serviço público e 5 anos no cargo efetivo em que se der a aposentadoria; IV – cumprir um tempo adicional de contribuição equivalente ao tempo que faltaria para se aposentar na época em que a Reforma entrou em vigor (13/11/2019). Regra de Transição para professor Para o professor que comprovar exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio, serão reduzidos, para ambos os sexos, os requisitos de idade e de tempo de contribuição em 5 (cinco) anos. 2.2.1 Cálculo de Benefício As regras de transição vistas dizem respeito ao momento em que o servidor poderá pleitear a aposentadoria. Sobre o valor da aposentadoria, cabe as seguintes observações: a) para os servidores que ingressaram até 31 de dezembro de 2003, o valor da aposentadoria será a totalidade do valor que recebia no seu último cargo efetivo (ou seja, integralidade), destacando-se que na 1ª regra exige-se adicionalmente a idade mínima de 62 anos(M) ou 65 anos (H); b) para os demais servidores o valor do benefício de aposentadoria será calculado como demonstrado anteriormente, ou seja, pela média dos salários de contribuição, sendo exigidos para atingir os 100% da medida 40 anos de contribuição para ambos os sexos na 1ª regra e 30 anos (M) ou 35 anos (H) na 2ª regra. 22Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 2.3. O funcionamento do Regime Próprio de Previdência Social Conheça as principais características no vídeo “RPPS: aspectos gerais”, apresentado por Allex Albert Rodrigues - Subsecretário dos RPPS - Secretaria de Previdência do Ministério do Trabalho e Previdência. Vídeo 4 – RPPS: aspectos gerais Quer se manter atualizado sobre a legislação e projetos dos RPPS? É divulgado mensalmente o informativo “Acontece na SRPPS”, que tem por objetivo nivelar e atualizar os gestores dos RPPS e dos entes federativos sobre a legislação e os mais diversos temas relevantes para a gestão desses regimes. Confira em: https:// www.gov.br/previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-no-servico- publico/acontece-na-srpps/acontece-na-srpps. Muito bem, você conseguiu entender as regras de funcionamento da Previdência Pública oficial dos servidores públicos e pôde compreender como um servidor público se aposenta no Brasil por meio do RGPS e do RPPS. Compreendeu também que, para os servidores públicos estaduais e municipais com RPPS, a reforma da previdência de 2019 estabeleceu a obrigatoriedade de oferecimento aos servidores do regime complementar de previdência. Que bom que você chegou até aqui! Agora chegou a hora de você testar seus conhecimentos. https://youtu.be/Pl6wcjpQIdw https://www.gov.br/previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-no-servico-publico/acontece-na-srpps/acontece-na-srpps https://www.gov.br/previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-no-servico-publico/acontece-na-srpps/acontece-na-srpps https://www.gov.br/previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-no-servico-publico/acontece-na-srpps/acontece-na-srpps 23Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 3 – A Previdência Complementar para servidores públicos Ao final desta unidade, você será capaz de identificar as características e especificidades do Regime de Previdência Complementar (RPC) do servidor público. Conhecerá um panorama dos Regimes de Previdência do Servidor Público (RPPS) já instituídos por estados e municípios no Brasil. 3.1 Características e especificidades do RPC dos servidores públicos A partir da reforma aprovada pela Emenda Constitucional nº 103, de 12 de novembro de 2019, a instituição do Regime de Previdência Complementar passou a ser obrigatória para todos os entes federativos que possuem RPPS, de adesão voluntária dos servidores. Isso significa que, depois de aprovada a Lei de Instituição do RPC pelos estados e municípios e após realizada a contratação de uma entidade de previdência privada, os novos servidores poderão realizar a sua opção pela adesão ao Regime de Previdência Complementar. A obrigatoriedade de instituição do RPC não torna obrigatória a adesão pelo servidor à previdência complementar. Essa obrigação se aplica aos entes federativos que devem oferecer planos de previdência privada aos seus servidores. Independentemente da opção do servidor por ingressar no plano de previdência contratado pelo seu estado ou município, é importante destacar que, para os novos servidores contratados a partir da instituição do RPC no seu ente, os benefícios de aposentadoria e pensão a serem concedidos pelo RPPS estarão limitados ao teto estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social. 24Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Esse novo servidor que tenha remuneração acima do teto do RGPS deve ingressar em um plano de previdência complementar para que possa ter um benefício de aposentadoria semelhante à sua remuneração da ativa ao receber a complementação de aposentadoria pelo RPC. Os planos de previdência privada dos servidores públicos possuem as mesmas regras gerais de funcionamento dos planos de empregados de empresas privadas ou de estatais amplamente comercializados no Brasil. No entanto, importante esclarecer algumas especificidades estabelecidas pela legislação em relação a oferta desses planos pelos entes. Características Específicas do RPC do Servidor Público 1) Planos de Contribuição Definida: o plano a ser ofertado é somente na modalidade de contribuição definida. Nesta modalidade de plano, o servidor e o patrocinador contribuem um valor determinado mensalmente e o valor do benefício de aposentadoria varia de acordo com o tempo de contribuição, o total acumulado e a rentabilidade das aplicações realizadas no período. 2) Paridade contributiva: a contribuição do ente patrocinador deve ser igual à do servidor participante do plano até o limite da alíquota máxima fixada na Lei de Instituição do RPC. Importante mencionar que aos servidores devem ser oferecidas coberturas de morte e invalidez. Coberturas adicionais podem ser contratadas por meio da entidade administradora do plano. No vídeo a seguir, a professora Marcia Romera, subsecretaria do Regime de Previdência Complementar, apresenta mais sobre essas características e especificidades da previdência complementar do servidor público: Vídeo 5 – Características e Especificidades do RPC do Servidor Público https://youtu.be/H04OO1_Zbbchttps://youtu.be/H04OO1_Zbbc 25Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Quer conhecer melhor o histórico do desenvolvimento do Regime de Previdência Complementar do servidor público no Brasil? Três etapas marcam o desenvolvimento da previdência complementar no Brasil. • 1ª fase: marcada pela formação dos marcos legais do Regime de Previdência Complementar – RPC e do Regime Próprio de Previdência Social – RPPS entre 1998 e 2003; • 2ª fase: caracterizada pela implantação de fato do RPC na União e em alguns poucos estados e municípios com a criação das Entidades Fechadas de Previdência Complementar de natureza pública entre 2011 e 2019; • 3ª fase: inicia-se com a Emenda Constitucional 103/2019, que torna obrigatória a implementação do RPC em todos os entes da Federação com RPPS. Quer saber mais? Acesse o artigo 7 da página 192 para compreender o histórico do desenvolvimento da previdência complementar do servidor público: https://bityli.com/EdScdr 3.2 Panorama da Previdência Complementar dos Servidores Públicos A previdência complementar do servidor público já é uma realidade nos estados e municípios do Brasil. Antes da reforma de 2019, a União e alguns estados e municípios optaram pelo oferecimento do RPC aos seus servidores. O processo de implantação iniciou-se de fato em 2013 com o início do funcionamento do RPC pela União e pelo estado de São Paulo, seguidos pelo Rio de Janeiro (2013) e Espírito Santo (2014). Em novembro de 2019, apenas 20 entes federativos tinham o RPC em funcionamento com planos de previdência geridos pelas 12 entidades de previdência do servidor público, criadas para administrar esses planos. A partir da reforma de 2019 e com a obrigatoriedade de instituição do regime pelos entes e de ampliação das entidades autorizadas a ofertar o RPC para servidores públicos, o número de entes com a Lei aprovada e com a entidade de previdência contratada aumentou de forma expressiva. Até o primeiro semestre de 2022, dos 2.151 estados e municípios que possuem RPPS instituído 1.733, ou seja, mais de 80%, já https://bityli.com/EdScdr 26Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública haviam aprovado suas leis de instituição do RPC. Desse total, cerca de 370 já contrataram Entidades de Previdência e passaram a oferecer os planos aos servidores. No vídeo a seguir o professor Frederico Viana de Araújo, que atua na subsecretaria do Regime de Previdência Complementar, irá apresentar um panorama do RPC do Servidor Público e onde buscar dados atualizados sobre a previdência do servidor público. Vídeo 6 – Panorama do RPC do Servidor Público Para facilitar as consultas relacionadas à evolução do RPC dos Entes, a Subsecretaria do Regime de Previdência Complementar (SURPC) criou o Painel de Acompanhamento Mensal da Implementação do RPC pelos Entes Federativos que está disponível no site da Secretaria de Previdência (SPREV), no link: https://bit.ly/3sJD9wI Instituição do RPC como requisito de Manutenção da Regularidade Previdenciária do Ente Federativo Os entes federativos devem instituir regime de previdência complementar para os seus servidores titulares de cargos efetivos, na forma dos §§ 14 a 16 do art. 40 da Constituição Federal. O prazo conferido pela EC nº 103/2019 foi até 13/11/2021. A obrigação de instituição do RPC foi incluída como critério de análise para a emissão do Certificado de Regularidade Previdenciária pela Secretaria de Previdência, a partir de 1º de abril de 2022. Sem ele, os estados ou municípios ficam impedidos de receber transferências voluntárias de recursos; obter garantia, direta ou indireta, da União; e contratar operações de crédito com instituições federais. Mais orientações sobre a forma de instituição da previdência complementar podem ser acessadas no Guia da Previdência https://youtu.be/2eyHQv8FGJ4 https://bit.ly/3sJD9wI 27Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Complementar para Entes Federativos: https://www.gov.br/ previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-complementar/mais- informacoes/publicaes. 3.3 Migrar ou não migrar, eis a questão Com a obrigatoriedade de instituição da previdência complementar pelos entes federativos, os novos servidores que ingressarem após sua instituição terão as suas aposentadorias limitadas ao teto do RGPS e a opção de ingressarem para o plano de previdência complementar contratado pelo seu município ou estado. Todavia, aos servidores que já estavam na administração pública no momento de sua instituição, é permitido a escolha da adesão ou não ao RPC do servidor público. A migração é a possibilidade, dada pela Constituição Federal, aos servidores que já estão na administração pública no momento da instituição da previdência complementar, de optar pelo ingresso no RPC e limitar o pagamento de benefícios do RPPS ao teto do RGPS. Essa opção é expressa e irretratável, isto é, uma vez realizada não pode ser revogada. O servidor que optar pela migração passa a participar dos dois regimes (RPPS e RPC) e o seu benefício de aposentadoria do RPPS passa a ser limitado ao teto do RGPS. Como funciona o Benefício Especial da União O benefício especial é um direito assegurado aos membros e servidores titulares de cargo efetivo da União, suas autarquias e fundações, aos membros do Poder Judiciário, do Ministério Público da União e do Tribunal de Contas da União que tenham ingressado no serviço público até a data anterior ao início da vigência do regime de previdência complementar de que trata a Lei nº 12.618, de 2012 (3 de fevereiro de 2013, para o Executivo e Legislativo; 13 de outubro de 2013, para o Judiciário e Ministério Público), e que nele permaneceram sem perda do vínculo efetivo e optaram pelo referido regime de previdência na forma do § 16 do art. 40 da Constituição Federal. Não possui natureza previdenciária, é benefício estatutário de natureza compensatória. https://www.gov.br/previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-complementar/mais-informacoes/publicaes https://www.gov.br/previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-complementar/mais-informacoes/publicaes https://www.gov.br/previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-complementar/mais-informacoes/publicaes 28Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública O benefício especial será devido enquanto perdurar o pagamento do benefício pago a título de aposentadoria ou pensão por morte de que trata o art. 40 da Constituição Federal. Extinguindo-se estes, cessa também o pagamento do benefício especial. A Medida Provisória nº 1.119, de 25 de maio de 2022, reabriu o prazo para os servidores federais optarem pela migração até 30 de novembro de 2022. Mais detalhes podem ser acessados neste parecer da Advocacia Geral da União que firma entendimentos sobre o tema: PRC- JL-03-2020 (planalto.gov.br) e também no site da FUNPRESP: https://www.funpresp.com.br/migracao-do-rpps-para-o-rpc/ janela2022/. Se você é servidor antigo da administração pública, este podcast foi feito para você e esclarece as principais dúvidas sobre essa tomada de decisão. Para ouvir o bate- papo com os especialistas Lilian Alves de Almeida e Narlon Gutierre Nogueira, que são subsecretários do Regime de Previdência Complementar, aperte o play e boa aula! Podcast 1 – Migrar ou não migrar, eis a questão http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/AGU/Pareceres/2019-2022/PRC-JL-03-2020.htm http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/AGU/Pareceres/2019-2022/PRC-JL-03-2020.htm https://www.funpresp.com.br/migracao-do-rpps-para-o-rpc/janela2022/ https://www.funpresp.com.br/migracao-do-rpps-para-o-rpc/janela2022/ https://anchor.fm/enap/episodes/EV-G-Previdncia-Complementar-para-Servidores-Pblicos-Estaduais-e-Municipais---Migrar-ou-no-migrar--eis-a-questo-e1so63l 29Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 4 – Combinação de Regimes de Previdência Ao final desta unidade, você será capaz de compreender como fica a aposentadoria do servidor que optar por não aderir à previdência complementare entender a importância da combinação de regimes previdenciários. 4.1. Como fica a aposentadoria do servidor com e sem o Regime de Previdência Complementar? A partir da reforma aprovada pela Emenda Constitucional nº 103/2019, o valor da aposentadoria do servidor público pelo RPPS estará limitado ao teto do RGPS/INSS. Consequentemente, as contribuições ao RPPS desses servidores também estão limitadas ao valor máximo estabelecido para os benefícios do RGPS. O servidor público que ingressar no serviço após a instituição do RPC terá obrigatoriamente sua aposentadoria limitada ao teto do RGPS/INSS – R$ 7.087,22 – ano de 2022 (valor atualizado anualmente), mesmo com remuneração superior ao limite do RGPS. A partir dessas alterações, o servidor que possuir remuneração acima do teto do RGPS/INSS e quiser se aposentar recebendo um benefício de aposentadoria próximo ao seu salário da ativa, deverá realizar uma combinação de regimes previdenciários, ou seja, combinar o RPPS, regime público e o RPC, regime privado. Como você já viu, a Previdência Complementar é facultativa, ou seja, é preciso que você faça voluntariamente uma opção por ela, tornando-se assim um participante. Na maior parte dos entes federativos, os servidores que ingressarem em cargo cuja remuneração seja superior ao teto do RGPS/INSS, a inscrição aos planos de benefícios de previdência complementar se dará de forma automática. Poderá o servidor, entretanto, caso não deseje permanecer vinculado ao plano, solicitar, a qualquer momento, o cancelamento da sua inscrição. Nas solicitações realizadas no prazo de até noventa dias da data da inscrição, os valores dos descontos serão restituídos com 30Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública correção monetária ao servidor. No entanto, caso o seu ente não tenha realizado sua inscrição de forma automática, você poderá realizar essa opção por meio da área responsável pelos recursos humanos de seu ente. No vídeo a seguir, o professor Rafael Roda, que atua na subsecretaria do Regime de Previdência Complementar, apresenta alguns casos práticos para que você possa compreender como fica a aposentadoria de quem optar e de quem não optar pelo Regime de Previdência Complementar. Vídeo 7 – Como fica a aposentadoria do servidor com e sem o RPC? 4.2. Importância da combinação dos regimes. Agora você sabe que, com a adesão ao RPC, o servidor público fica vinculado a dois regimes previdenciários independentes. As contribuições previdenciárias referentes à parcela da remuneração que ultrapassar o teto do RGPS/INSS passam a ser depositadas em conta individual capitalizada em nome do participante na entidade privada de previdência. Esses recursos acumulados serão utilizados para o financiamento de um benefício de aposentadoria adicional que, no momento da aposentadoria, somar-se-á ao benefício recebido pelo RPPS e contribuirá para a manutenção do nível de renda que o servidor recebia durante a fase ativa. Para o servidor, é uma possibilidade de manter um padrão de poder aquisitivo com a complementação de renda, ter uma maior rentabilidade de recursos e aproveitar, da melhor forma possível, sua aposentadoria. Vamos analisar melhor a seguir algumas vantagens dessa combinação. 4.2.1 Diversificação das fontes de pagamento Com a combinação de regimes previdenciários, a aposentadoria passa a ser custeada parte pelo RPPS e parte pelo RPC. A diversificação das fontes de pagamento da sua aposentadoria é importante, uma vez que esses regimes apresentam características distintas e alguns riscos muito específicos. https://youtu.be/t3jxEWo7ByE 31Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública A previdência pública depende primordialmente do regime de repartição, no qual os servidores que estão na ativa contribuem para o custeio dos benefícios daqueles que já estão aposentados, ou de capitalização coletiva, que tem um forte componente solidário entre os segurados. Nesse regime, há o risco permanente de novas reformas, dada a dinâmica demográfica e do mercado de trabalho, que podem afetar o valor do benefício de aposentadoria. Nesse caso, poderá haver alterações nas regras de idade e cálculo do benefício e na alíquota de contribuição, entre outros fatores que poderão afetar o valor da aposentadoria no futuro. Não há, porém, o risco direto do mercado financeiro, uma vez que os valores dos benefícios são reajustados conforme a regra estabelecida na lei e não sofrem alteração de acordo com o tipo ou o desempenho das aplicações dos recursos capitalizados ou arrecadados pelo ente. No RPC ocorre o oposto. Como o benefício do servidor depende unicamente do saldo acumulado na conta individual do participante, não está exposto ao impacto de eventuais reformas decorrentes da dinâmica demográfica e do mercado de trabalho. Porém, uma vez que os recursos são capitalizados e aplicados pela entidade no mercado financeiro, estão diretamente suscetíveis aos riscos e variação do valor das aplicações do mercado financeiro. Desse modo, a combinação de regimes é uma ótima opção para o servidor. Ao contar com mais de um regime de previdência, o servidor diversifica as fontes de financiamento e pagamento do benefício, tornando possível minimizar os riscos inerentes aos regimes e evitar maiores oscilações em sua renda de aposentadoria. Vem conferir esse resumo: + RPPS: • Financiamento: capitalização coletiva ou repartição; • Risco de alterações na forma de cálculo dos benefícios; • Risco de reformas dada a dinâmica demográfica e do mercado de trabalho; • Não suscetível a impactos do mercado financeiro (repartição) ou menos suscetível (capitalização coletiva). + RPC: • Financiamento: capitalização individual; • Apresenta pequeno risco de reformas, dada a dinâmica demográfica e do mercado de trabalho; • Suscetível a impactos do mercado financeiro. 32Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 4.2.2 Aproveitar os benefícios do RPC Além da proteção do poder aquisitivo e da diversificação de diferentes fontes de renda, ao aderir ao RPC, o servidor agrega algumas vantagens que somente esse regime tem: Planejamento Previdenciário • Com o RPC, o servidor pode planejar com quanto deseja contribuir e simular o impacto de suas contribuições no valor de seus benefícios; • O valor dos benefícios pagos depende unicamente das reservas acumuladas pelo participante. Não há teto para os benefícios pagos pelo RPC; • Além das contribuições normais, é permitido ao participante fazer contribuições adicionais facultativas ou esporádicas ao plano de benefícios. Acesso à poupança individual de aposentadoria no RPC Em caso de perda do vínculo de trabalho com o ente federativo, o servidor não perde os recursos acumulados no RPC. As entidades de previdência devem, obrigatoriamente, facultar ao servidor as seguintes opções: Resgate: possibilidade de sacar os recursos acumulados pelo participante em sua conta; Portabilidade: possibilidade de transferir os recursos para outra entidade de previdência; Benefício Proporcional Diferido: possibilidade de manter os recursos no plano e esperar para receber o benefício proporcional no momento da aposentadoria; Autopatrocinio: possibilidade de permanecer no plano custeando a sua parte e a do patrocinador. 33Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Acesso aos produtos oferecidos pela Entidade A adesão ao plano de benefícios permite que o servidor tenha acesso a diversos produtos fornecidos pelas entidades, por exemplo: • Empréstimos pessoais; • Programas de cashback; • Seguros de Vida; • Planos aos Familiares. A adesão ao RPC possibilita ao servidor a sua proteção, em caso de incapacidade permanente, e da família, em caso de morte, uma vez que os planos preveem a cobertura ou a extensão dos benefícios aos dependentes. Planejamento Tributário: • As contribuições para o RPC são dedutíveis da base de cálculo do Imposto de Renda de Pessoa Física até o limitede 12% da renda bruta; • O saldo acumulado ao longo da vida não entra em inventário, por isso, em caso de morte, o patrimônio é transferido sem burocracia para os herdeiros. Se você quiser conhecer melhor os regimes de previdência, acesse as Apostilas do Programa Bem-Estar Financeiro, disponíveis através do link: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/ pt-br/assuntos/previdencia-complementar/mais-informacoes/ publicaes. Muito bem, você conseguiu entender a importância da combinação de regimes e compreender como fica a aposentadoria do servidor que não optar pela adesão ao regime de previdência complementar. Que bom que você chegou até aqui! Agora está na hora de você testar seus conhecimentos. https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-complementar/mais-informacoes/publicaes https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-complementar/mais-informacoes/publicaes https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-complementar/mais-informacoes/publicaes 34Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 1 – Características Gerais do Regime de Previdência Complementar (RPC) Ao final desta unidade, você será capaz de reconhecer os tipos de entidades, seus atores e os principais conceitos e normativos da previdência complementar. 1.1 Principais conceitos para compreender a Previdência Complementar O Regime de Previdência Complementar (RPC), como você já viu, é aquele que tem o objetivo de oferecer uma proteção adicional aos trabalhadores/servidores públicos por ocasião da aposentadoria. Com as mudanças trazidas pela Emenda Constitucional nº 103/2019, talvez seja necessário e muito importante que você contribua para a previdência complementar. Lembrando que o ente federativo (estado, Distrito Federal ou município), ao adotar o RPC mediante uma lei de sua iniciativa, estará sujeito à limitação dos seus benefícios de aposentadoria ou pensão por morte, por exemplo, ao valor máximo estabelecido pelo RGPS/INSS. Retomando alguns conceitos que você já viu, essa previdência complementar é facultativa para o servidor público e baseada na constituição de reservas. Ou seja, você escolhe se vai aderir e, ao aderir, contribui para a sua própria poupança previdenciária. Na adesão à previdência complementar, você vai ingressar em um plano de benefícios de caráter previdenciário. Esse plano tem um conjunto de direitos e obrigações reunidos em um regulamento. O objetivo é pagar benefícios Módulo Previdência Complementar: Estrutura e Funcionamento2 35Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública previdenciários ou assistenciais aos seus participantes e beneficiários. O pagamento de tais benefícios é formado pela poupança composta com as contribuições de patrocinadores e participantes e da rentabilidade dos investimentos, descontados os custos administrativos. As entidades são as operadoras do regime de previdência e administram os recursos dos participantes dos planos de benefícios. Vamos conhecer mais um pouco sobre o funcionamento delas e os atores que fazem parte do RPC? 1.2 Tipos de Entidades e os principais atores do RPC O Regime de Previdência Complementar é operado pelas Entidades Abertas de Previdência Complementar (EAPC) e pelas Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC). As entidades abertas e entidades fechadas têm por objetivo principal administrar os recursos dos participantes dos planos de benefícios para a formação de uma poupança previdenciária, a fim de resguardar os trabalhadores para um futuro financeiro melhor e mais tranquilo. Essas entidades possuem características muito distintas entre si, desde o tipo de constituição até a forma com que lidam com os recursos previdenciários dos participantes. Também são reguladas e supervisionadas por diferentes órgãos públicos. Para conhecer essas características distintas das entidades abertas e entidades fechadas de previdência complementar, acesse o vídeo a seguir com o professor Maurício Dias Leister, da Subsecretaria do Regime de Previdência Complementar: Vídeo 8 – Entidades de Previdência Complementar: principais características https://youtu.be/JCNSFwbq_Pg https://youtu.be/JCNSFwbq_Pg 36Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Para resumir as características das entidades abertas e entidades fechadas de previdência complementar e facilitar o seu entendimento, verifique o quadro comparativo abaixo: Como você viu no vídeo, as entidades abertas de previdência complementar estarão autorizadas a administrar e executar planos de benefícios de previdência complementar a serem ofertados pelos estados e municípios aos seus servidores somente após a publicação de uma lei complementar que discipline o tema. Desse modo, a partir daqui o curso vai tratar de aspectos do regime de previdência complementar aplicáveis às entidades fechadas, tudo bem? Vamos juntos! Agora que você conhece as características gerais do RPC e os tipos de entidades de previdência privada, é importante conhecer quem são seus principais atores e qual o papel que cada um deles desempenha dentro do Regime. Alguns desses nomes você já pode ter visto por aqui. 37Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Participante - é a pessoa que adere ao plano de previdência privada administrado por uma entidade de previdência complementar. Ou seja, o servidor público que aderir à previdência complementar ofertada por seu ente federativo será chamado de participante. Beneficiário - o próprio participante ou a pessoa por ele indicada para receber o pagamento relativo ao benefício contratado. Exemplo: o beneficiário será o próprio participante no caso de contratação de previdência privada com benefício de pagamento de renda mensal. Mas se a contratação incluir seguro de morte em nome do cônjuge e o participante vier a falecer, o beneficiário será o cônjuge sobrevivente. Patrocinador - é o empregador, empresa ou o órgão público (União, estados, Distrito Federal e municípios) que oferece plano de previdência complementar, administrado por entidades fechadas, para os seus empregados ou servidores. Instituidor - é o sindicato, a associação ou órgão de caráter profissional, classista ou setorial que institui plano de previdência privada para os seus associados ou membros, a ser administrado por uma entidade fechada. Atualmente, os planos para familiares dos participantes são oferecidos por instituidores. 1.3 Os principais normativos do RPC O artigo 202 da Constituição Federal, além de estabelecer as características do regime privado de previdência, dispôs que sua regulação seria por lei complementar. Em atendimento ao comando constitucional, foram publicadas as Leis Complementares nº 108 e nº 109, ambas de 29 de maio de 2001. Essas leis regulamentam a Previdência Complementar e estabelecem as suas regras específicas. Para conhecer um pouco mais sobre essas legislações, vamos começar pela Lei Complementar nº 109/2001, que, além de reforçar as características do regime apresentadas no artigo 202 da Constituição Federal, contempla todo o campo da Previdência Complementar e estabelece os parâmetros para as entidades abertas e entidades fechadas. Vamos conferir alguns pontos que a Lei Complementar nº 109/2001 apresenta: 38Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública • Normativo basilar do RPC; • Regras de aplicação geral para planos de benefícios dos segmentos aberto e fechado de previdência complementar; • Governança das entidades; • Institutos (direitos) assegurados aos participantes dos planos de benefícios: Resgate, Portabilidade, Autopatrocínio e Benefício Proporcional Diferido; • Regras gerais de fiscalização; • Responsabilidade dos dirigentes; • Intervenção e liquidação extrajudicial. Já a Lei Complementar nº 108/2001 disciplina a relação das entidades fechadas de previdência complementar com patrocinadores da Administração Pública (União, estados,Distrito Federal e eunicípios, suas autarquias, fundações, sociedades de economia mista e outras entidades públicas). Conhecer essa lei é importante para você, servidor público! Vamos conferir alguns pontos principais que a LC nº 108/2001 apresenta: • Disposições acerca dos planos com patrocínio público; • Formas de custeio e fiscalização; • Estabelecimento da contribuição “paritária” entre patrocinador e participante (significa que a contribuição normal do patrocinador não pode exceder a do participante); • Critérios detalhados relativos à governança das entidades fechadas. Importante lembrar que o art. 40 da CF, nos §§ 14, 15 e 16, também trata da temática do RPC para servidores públicos. A Portaria MTP nº 1467, de 2 de junho de 2022, também estabelece regramento para o RPC dos servidores públicos, em seu art. 158. Por fim, se você quiser saber de regras específicas para o RPC do seu ente, você deve acessar a lei local de instituição do RPC. Acompanhe, a seguir, outras normas importantes para as entidades fechadas de previdência complementar: 39Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Essas e outras normas sobre o regime de previdência complementar podem ser acessadas na publicação “Fundos de Pensão - Coletânea de Normas”, referida ao final. Quer conhecer a legislação aplicada ao segmento fechado do Regime de Previdência Complementar? Acesse a Coletânea da Previdência Complementar: https://www. gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/previdencia- complementar/legislacao. Você conseguiu finalizar o conteúdo referente às características gerais do Regime de Previdência Complementar! Agora você conhece as diferenças entre as entidades abertas e entidades fechadas, os principais atores do Regime e seus normativos mais importantes. https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-complementar/legislacao https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-complementar/legislacao https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-complementar/legislacao 40Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 2 – A Governança das Entidades de Previdência Complementar Ao final desta unidade, você será capaz de compreender a estrutura dos órgãos de governança do RPC, e dos responsáveis pela fiscalização e regulação das entidades fechadas de previdência complementar. Conhecerá também os principais canais oficiais de transparência e acompanhamento do plano de previdência. 2.1. Órgãos de Governança A governança está diretamente relacionada com a gestão das entidades de previdência que deve ser norteada pelo dever de zelar pela poupança previdenciária do participante, por princípios éticos, de prudência e transparência. Por meio do estabelecimento de boas práticas de governança, é possível direcionar para que as decisões sejam orientadas no interesse dos planos de benefícios e, então, dos participantes, assistidos e patrocinadores. Tudo isso tem por finalidade preservar o direito dos participantes e garantir que a entidade atinja seu objetivo principal: o pagamento dos benefícios dos planos previdenciários. A legislação vigente exige que as entidades possuam órgãos ou agentes que irão compor uma estrutura mínima de governança. No vídeo a seguir, a professora Elaine Borges - Subsecretaria do Regime de Previdência Complementar - irá apresentar quais são e como funcionam esses órgãos que compõem a estrutura mínima de governança das entidades fechadas. Vídeo 9 – Órgãos de Governança https://youtu.be/3hVZGx5MdTI 41Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública A Resolução CGPC nº 13/2004 dispõe sobre princípios e boas práticas de governança, gestão e controles internos a serem implementados no âmbito das entidades fechadas, sempre observado o porte, a complexidade e os riscos inerentes aos planos de benefícios. Ela pode ser consultada na Coletânea de Normas da Previdência Complementar – disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/ previdencia-complementar/legislacao. 2.2 Estatuto e Convênio de Adesão O estatuto da entidade fechada de previdência complementar e o convênio de adesão são instrumentos jurídicos que estabelecem, respectivamente, as regras de funcionamento da entidade e a relação entre esta e o patrocinador do plano de benefícios. Ambos os instrumentos dependem de aprovação prévia do órgão fiscalizador, a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc). 2.2.1 Estatuto: É o instrumento que estabelece as regras de organização e funcionamento da Entidade Fechada de Previdência Complementar. Nele consta sua estrutura administrativa, os cargos e as respectivas atribuições. Deverá constar no estatuto: • Identificação da entidade (nome, sede e foro); • O objeto da entidade; • O prazo de duração (que deverá ser indeterminado); • Quem pode ser participante, assistido, patrocinador ou instituidor de plano de benefícios; • A estrutura organizacional: quais são os órgãos e suas atribuições, a composição, a forma de acesso, além da duração e término do mandato dos seus membros. https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-complementar/legislacao https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/assuntos/previdencia-complementar/legislacao 42Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública O estatuto deve trazer claramente a segregação de atividades e funções, além da definição das atribuições de cada instância de governança, cabendo à Diretoria Executiva a administração da entidade, em conformidade com a política traçada pelo Conselho Deliberativo, ao passo que o controle interno caberá ao Conselho Fiscal. O estatuto não deverá dispor sobre matéria específica de regulamento de plano de benefícios. 2.2.2 Convênio de Adesão: O convênio de adesão estabelece a relação entre o patrocinador e a entidade. É por meio desse instrumento que se formaliza a relação contratual entre aquele e este. Nele são estabelecidos direitos e obrigações para as partes em relação ao plano de benefícios. O convênio de adesão deverá conter: • Quem é o patrocinador ou instituidor e quem é a entidade; • Qual é o plano de benefícios a que se refere a adesão; • Quais são os direitos e as obrigações do patrocinador ou instituidor e da entidade; • A vigência, com data de início e indicação de que o convênio será por tempo indeterminado; • Quais são as condições para retirada de patrocinador ou instituidor; • Se há ou não solidariedade entre patrocinadores ou instituidores com relação aos respectivos planos; • O foro para dirimir todo e qualquer questionamento oriundo do convênio de adesão. 2.3 Fiscalização e Regulação No Regime de Previdência Complementar, as atividades de fiscalização e regulação são fundamentais para a construção de um sistema de previdência sólido e eficiente, capaz de tratar os riscos operacionais e prevenir potenciais casos de desvios de conduta, fraudes e ilícitos que possam afetar os objetivos das entidades de previdência e, consequentemente, colocar em riscos a aposentadoria dos participantes. 43Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Nesse sentido, é de suma importância a atuação dos órgãos de regulação e fiscalização do Regime de Previdência Complementar. No vídeo a seguir, o professor Carlos Marne - Superintendência Nacional de Previdência Complementar - PREVIC apresenta quais são e como funcionam esses órgãos, bem como o papel dos patrocinadores, instituidores e participantes como atores responsáveis pela fiscalização da atuação das entidades de Previdência. Vídeo 10 – Fiscalização e Regulação 2.4. Responsabilização dos gestores O regime de previdência complementar fechado tem um arcabouço robusto de normas, guias, manuais orientativos e recomendatórios, procedimentos e supervisão que visa à maior transparência e aprimoramento da gestão e dos controles internos das entidades fechadas a partir de boas práticas de governança,administração, avaliação de riscos e investimentos. A atuação dos órgãos de regulação e de supervisão se baliza em munir o corpo técnico-profissional, em especial os gestores, das entidades de ferramentas e referências que norteiam suas decisões de maior responsabilidade, segurança, prudência, transparência e eficiência, zelando pela manutenção dos padrões éticos e os objetivos da previdência complementar. Assim, o processo de responsabilização, no âmbito da previdência complementar fechada, desenvolve-se desde a adoção de medidas preventivas até a repressão das infrações e ilícitos cometidos à legislação. Quem pode ser responsabilizado em uma entidade fechada Todos os dirigentes, procuradores com poderes de gestão e membros de conselhos estatutários responderão pelos danos ou prejuízos que causarem, por ação ou omissão, às entidades. São também considerados responsáveis os representantes dos patrocinadores e instituidores, atuários, auditores independentes, técnicos ou membros dos Comitês de Investimentos e outros profissionais que prestem serviços técnicos à EFPC, diretamente ou por intermédio de pessoa jurídica contratada. Há três tipos de responsabilidades que podem ser imputadas aos gestores – administrativa, civil e penal - em decorrência de más https://youtu.be/SCjIxBNibRk 44Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública práticas de administração e o cometimento de atos ilegais, todas elas, expressamente, previstas na Lei Complementar nº 109, de 29 de maio de 2001, conforme artigos 63, 64 e 65, com tipos infracionais previstos em decreto. As três esferas são independentes e podem ser apuradas de forma simultânea, nas instâncias competentes, com sanções aplicadas cumulativamente. Isso quer dizer que a responsabilização no âmbito civil, além de gerar o dever de reparar o dano ou prejuízo causado na sua extensão, há a responsabilidade administrativa em relação ao desempenho da função, podendo, ainda, a conduta praticada incorrer em crime previsto na legislação penal. 2.4.1 Processo Administrativo A PREVIC atua permanentemente na supervisão do Regime quer seja determinando ações ou punindo os responsáveis por atos ou omissões, contrários à lei, em detrimento dos interesses e direitos das partes envolvidas. Para que essas medidas mencionadas tenham plena eficiência, existe uma legislação rigorosa para punir desvios de conduta e a inobservância ao arcabouço legal. Para esse fim, o Decreto editado para dar cumprimento ao art. 66 da Lei Complementar nº 109/2001 regulamenta o processo administrativo para apuração de infrações no âmbito do regime fechado de previdência complementar, além de tratar da aplicação das penalidades administrativas. As penalidades administrativas a que estão sujeitos aqueles gestores que praticam infrações são: i) advertência; ii) suspensão do exercício de atividades em entidades de previdência complementar; iii) inabilitação para o exercício de cargo ou função em entidades de previdência complementar; e iv) multa de dois mil reais a um milhão de reais, podendo ser aplicadas cumulativamente de acordo com o potencial dano da conduta praticada. 45Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Tipos Penais para responsabilizar criminalmente aqueles que praticam crimes no âmbito da previdência fechada. A jurisprudência tem admitido a aplicação da Lei nº 7.492, de 16 de junho de 1986, que “define os crimes contra o sistema financeiro nacional, e dá outras providências”, com base no art. 1º, parágrafo único, inciso I. O art. 4º, da Lei nº 7.492/86 fixa as seguintes penas: “Art. 4º Gerir fraudulentamente instituição financeira: Pena - Reclusão, de 3 (três) a 12 (doze) anos, e multa. Parágrafo único. Se a gestão é temerária: Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa”. 2.5 Transparência e os canais de acompanhamento do participante No regime de previdência complementar, o acesso às informações e a transparência sobre a gestão dos planos de previdência direcionadas aos participantes constitui mandamento constitucional, como pode ser observado no § 1° do art. 202. A Lei Complementar nº 109, de 2001, incorporou esse mandamento, na medida em que determinou a observância do princípio da transparência como diretriz das relações entre as entidades, seus participantes e assistidos. A entidade deve disponibilizar informações aos participantes de forma ativa, independente de solicitação: 1.Priorizando as plataformas digitais de comunicação; 3. Utilizando recursos didáticos, como infográficos, tabelas e lâminas informativas; 4. Aplicando uma linguagem clara e acessível. Portanto, a entidade deve desenvolver em seus canais de comunicação extratos, materiais e procedimentos para informar a todos os seus participantes sobre a situação dos planos de benefícios e, mais importante, sobre a evolução de sua poupança previdenciária. O participante deve estar atento à importância de acompanhar o desempenho de seu plano e da gestão realizada pela entidade. Visando à maior transparência e publicidade do segmento, o Conselho Nacional de Previdência Complementar - CNPC, órgão regulador do regime de previdência complementar fechado, 46Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública estabeleceu uma série de princípios que as entidades devem seguir no fornecimento de informações a seus participantes. Tais medidas visam fornecer, no tempo hábil, informações previdenciárias básicas aos participantes de planos, sem a necessidade de solicitação por parte deles, importantes tanto para o acompanhamento da atuação da entidade em relação à gestão de recursos quanto para o planejamento e possíveis desvios ao longo de toda sua fase de acumulação, com foco na fase de renda. No vídeo a seguir, a professora Márcia Paim Romera, Subsecretaria do Regime de Previdência Complementar, apresenta quais são os canais de acompanhamento do plano de previdência e o que determina a legislação em relação à divulgação de informações aos participantes. Vídeo 11 – Transparência e os canais de acompanhamento do participante Que bom que você chegou até aqui! Agora chegou a hora de você testar seus conhecimentos. https://youtu.be/oy0BejAcNxw https://youtu.be/oy0BejAcNxw 47Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 1 – O Plano de Previdência e suas coberturas Ao final desta unidade, você será capaz de conhecer o plano de contribuição definida, seus tipos de contribuição, custos administrativos, formas de renda e coberturas adicionais. 1.1 Plano de Contribuição Definida Os planos de previdência privada são oferecidos pelas entidades de previdência complementar. No caso dos servidores públicos, esses planos podem ser oferecidos pelas entidades fechadas de previdência complementar. Lembrando que, para que as entidades abertas ofereçam planos acessíveis aos servidores públicos, ainda é necessário lei que regulamente o tema. Desse modo, estaremos falando das regras aplicadas aos planos das entidades fechadas, tudo bem? A Constituição Federal estabeleceu que o regime de previdência complementar destinado aos servidores públicos ocupantes de cargo efetivo oferecerá plano de previdência privada somente na modalidade contribuição definida. Vamos entender um pouco sobre o plano de contribuição definida? Como o próprio nome diz, nessa modalidade de plano de benefícios, o valor da contribuição é previamente definido pelo participante, no caso, o servidor público. Já o valor do benefício a ser recebido na aposentadoria vai variar, a depender da poupança acumulada ao longo do tempo de contribuição. Módulo O Plano de Previdência: Entenda o seu funcionamento3 48Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Ou seja, você contribui para a construção de sua própria renda complementar de aposentadoria. Além da sua contribuição, lembre-se que seu empregador (patrocinador do plano de benefícios)