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exercício e envelheciment 5

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EXERCÍCIO FÍSICO E 
ENVELHECIMENTO 
AULA 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Tatiane Calve 
 
 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
De acordo com Kerrigan et. al. (2003, citados por Calve, 2016), o processo 
de envelhecimento é dinâmico, progressivo, irreversível, multifatorial e causa 
declínios funcionais progressivos, de acordo com o avanço da idade. 
Entres as características que determinam a velhice está a idade 
cronológica, que indica, em anos, o tempo de vida de um indivíduo e a idade 
biológica, que indica as alterações que ocorrem nas características fisiológicas, 
morfológicas e funcionais do indivíduo ao longo da vida. 
A queda na funcionalidade do indivíduo faz com que ele tenha menor 
habilidade para realizar as tarefas do dia a dia, desde as mais simples como 
calçar os sapatos, até as mais complexas, que exigem maior habilidade motora 
e cognitiva, como dirigir. Essas atividades são consideradas atividades básicas 
da vida diária (ABVD) e atividades instrumentais da vida diária (AIVD) (Rickli; 
Jones, 2008). 
Com os declínios funcionais progressivos que ocorrem no 
envelhecimento, há necessidade de cuidados especiais para que não ocorra o 
declínio dos parâmetros físicos, que ocasionam aumento das limitações físicas, 
podendo levar o indivíduo a incapacidade física (Kerrigan et. al., 2003, citados 
por Calve, 2016). 
No texto a seguir serão abordados os temas sobre as alterações 
funcionais que ocorrem durante o processo de envelhecimento, como: 
• Níveis de envelhecimento; 
• Avaliação física em idosos; 
• Prescrição de exercícios; 
• Interdisciplinaridade na atuação; 
• Didática para idosos. 
TEMA 1 – NÍVEIS DE ENVELHECIMENTO 
As características dos idosos variam de acordo com os fatores biológicos 
e ambientais, como prática regular de exercícios físicos, nutrição, sedentarismo, 
uso de drogas lícitas e ilícitas etc. 
O processo de envelhecimento também sofre influência da idade 
cronológica, aquela determinada em dias, meses e anos, de acordo com a data 
 
 
3 
de nascimento (Weineck, 1991) e da idade biológica (características do 
organismo). 
Assim, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica os idosos em 
relação à idade, em que o indivíduo idoso é aquele com mais de 60 anos (países 
em desenvolvimento) e com 65 anos ou mais (países desenvolvidos). 
Já Shephard (2003) e Papalia e Feldman (2013) classificam os idosos em 
diferentes faixas etárias, de acordo com características comportamentais, 
psíquicas, sociais, históricas e funcionais, conforme indicado a seguir. 
Shephard (2003) classifica os indivíduos em: 
• Meia idade – 40 a 65 anos; 
• Velhice – 65 a 75 anos; 
• Velhice avançada – 75 a 85 anos; 
• Velhice muito avançada – acima de 85 anos. 
Papalia e Feldman (2013) classificam os idosos em: 
• Idosos jovens – 65 a 74 anos; 
• Idosos idosos – 75-84 anos; 
• Idosos mais velhos – acima de 85 anos. 
A independência é um outro aspecto do processo de envelhecimento 
levado em consideração classificação dos idosos. 
A capacidade de realizar as atividades da vida diária (AVD), como as 
atividades básicas da vida diária (relacionadas ao autocuidado) e as atividades 
instrumentais da vida diária (aquelas relacionadas às atividades desenvolvidas 
na comunidade onde se vive) (Maciel, 2010), determina o nível de dependência 
do idoso e o tipo de atendimento profissional recebido, como podemos identificar 
no quadro a seguir: 
Quadro 1 – Atividade do profissional 
NÍVEL AVD ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL 
I DEPENDENTE FISIOTERAPEUTA 
II ABVD COM DIFICULDADE FISIOTERAPEUTA/ 
RECREAÇÃO 
III FRÁGIL 
AIVD COM DIFICULDADE 
RECREAÇÃO/ 
APRIMORAMENTO FÍSICO: 
 
 
4 
- GRUPOS 
- PERSONAL TRAINER 
IV ABVD E AIVD 
ALGUMAS AVDS 
APRIMORAMENTO FÍSICO: 
- GRUPOS 
- PERSONAL TRAINER 
V PRIVILEGIADOS VÁRIAS ATIVIDADES 
APRIMORAMENTO FÍSICO E 
ESPORTIVO 
VI ELITE FÍSICA TREINAMETO DIÁRIO/ 
COMPETIÇÕES 
Além das classificações anteriores mencionadas, os idosos podem ser 
classificados como novos velhos e idosos atletas. 
1.1 Novos velhos 
Com o avanço da tecnologia e da medicina, a longevidade foi largamente 
ampliada, se comparada a séculos anteriores. Assim, surgem no século XXI os 
novos velhos. Essa denominação para os idosos está relacionada com a velhice 
mais longa e com mais qualidade de vida, pois se preocupam mais com a saúde 
e com a aparência. 
Os novos velhos são aqueles que praticam esportes, estudam, viajam, se 
relacionam socialmente e amorosamente, ou seja, suas características 
psicossociais são de adultos jovens. 
1.2 Idosos atletas 
Os idosos atletas são aqueles com mais de 60 anos que praticam 
exercícios físicos de alta intensidade, seja para competição ou lazer. 
Savioli Neto, Ghorayeb e Luiz (2004) classificam os idosos atletas de 
acordo com o tempo de treinamento de alta intensidade e experiência na prática 
esportiva. Assim, os idosos atleta são classificados em: 
• Idosos competitivos na juventude – os que eram atletas e, ao chegarem à 
terceira idade, continuam treinando de maneira intensa; 
• Idosos praticantes de exercícios físicos e esportes desde a juventude – 
são aqueles que desde a juventude sempre praticaram exercícios físicos 
 
 
5 
e esportes, mas sem caráter de alto rendimento e na terceira idade 
continuam praticante esportes e exercícios físicos regularmente; 
• Idosos não atletas na juventude – são idosos que iniciaram o treinamento 
físico durante a velhice. 
Cabe ressaltar que, independentemente do nível de independência do 
idoso, todos devem receber cuidados e treinamento adequados às 
características individuais e aspectos físicos relacionados ao processo de 
envelhecimento. 
TEMA 2 – AVALIAÇÃO FÍSICA EM IDOSOS 
A qualidade de vida dos idosos, entre outros fatores, está diretamente 
relacionada à saúde física (Rikli; Jones, 2008). Assim, os testes e pesquisas 
relacionadas às capacidades físicas dos idosos são importantes para 
diagnosticar problemas funcionais, prescrever e aplicar treinamento adequado. 
• Aumento da expectativa de vida e necessidade de boa condição física e 
funcional; 
• Avanços tecnológicos (benefícios versus prejuízos); 
• Manutenção da mobilidade e independência; 
• Realização das atividades da vida diária (AVD) e atividades instrumentais 
da vida diária (AIVD). 
No quadro a seguir são indicados os parâmetros físicos, as funções e os 
objetivos das AVD e AIVD: 
Quadro 2 – Parâmetros físicos, as funções e os objetivos das AVD e AIVD 
PARAMETROS FISICOS FUNÇÕES OBJETIVOS ABVD E 
AIVD 
Força e resistência 
muscular 
Resistência aeróbia 
Flexibilidade 
Potência 
Velocidade 
Agilidade 
Equilíbrio 
Andar 
Correr 
Subir escada 
Levantar-se da cadeira 
Erguer objetos 
Carregar objetos 
Inclinar o tronco 
Agachar 
Cuidados pessoais 
Compras 
Tarefas domésticas 
Jardinagem 
Prática esportiva 
Passeios 
Viagens 
 
 
6 
Composição corporal 
Segundo Rikli e Jones (2008), as alterações fisiológicas e físicas que 
ocorrem no organismo durante o envelhecimento podem ocasionar diminuição 
da aptidão física do idoso, levando-o a limitações funcionais, que podem 
culminar na incapacidade física do indivíduo. 
A seguir serão indicados os testes de aptidão física para idosos (TAFI) 
propostos por Rikli e Jones (2008). 
2.1 Testes de força e resistência muscular 
2.1.1 Teste de força e resistência muscular para membros inferiores 
É anotado o número de vezes que o idoso levanta da cadeira, durante 30 
segundos. 
Figura 1 – Representação do teste de levantar e sentar 
 
Crédito: Flávio Oliveira. 
 
 
 
7 
2.1.2 Teste de resistência muscular para membros superiores 
É anotado o número de vezes em que o idoso flexiona o cotovelo durante 
30 segundos. Para homens, é utilizado um peso de 3,63 kg e para mulheres o 
peso é de 2,27 kg. 
Figura 2 – Representação do teste de flexão de cotovelo 
 
Crédito: Jefferson Schnaider. 
2.2 Teste de resistência aeróbia2.2.1 Teste de 6 minutos 
Nesse teste, um trajeto é medido e demarcado para que os idosos 
caminhem durante 6 minutos. Ao final do tempo de exercício, é anotada a 
distância percorrida pela pessoa testada. 
 
 
8 
2.2.2 Teste de 2 minutos de marcha estacionária 
Nesse teste, é medido o número de vezes em que a pessoa eleva o joelho 
entre a altura de seu joelho e a crista ilíaca, como indicado na figura abaixo: 
Figura 3 – Representação do teste de marcha estacionária 
 
Crédito: Jefferson Schnaider. 
2.3 Teste de flexibilidade 
2.3.1 Teste de flexibilidade de membros inferiores 
Nesse teste, o idoso senta-se em uma cadeira, estende uma das pernas, 
mantendo a perna contra lateral flexionada. Com uma mão sobre a outra, deve 
inclinar-se na direção do pé da perna que está estendida. Então, é medida, com 
uma régua, a distância que falta para o idoso tocar o pé. Veja a Figura 4 
ilustrativa do teste. 
 
 
 
9 
Figura 4 – Representação do teste de flexibilidade de membros inferiores 
 
Crédito: Wasteresley Lima. 
2.3.2 Teste de flexibilidade de membros superiores 
No teste de flexibilidade para membros superiores, o idoso deve tentar 
entrar as duas mãos nas coatas, posicionado uma por baixo e outra por cima 
dos ombros. Em seguida, é medida, com uma régua, a distância que falta para 
o idoso entroncar as mãos, como ilustrado na Figura 5. 
Figura 5 – Representação do teste de flexibilidade de membros superiores 
 
Crédito: Jefferson Schnaider. 
 
 
10 
2.4 Teste de agilidade 
Rikli e Jones (2008) sugerem o teste de levantar e andar cronometrado, 
para medir a agilidade dos idosos. 
Figura 6 – Representação do teste de levantar e andar cronometrado 
 
Crédito: Wasteresley Lima. 
2.5 Teste de composição corporal 
Para avaliar a composição corporal dos idosos, os autores indicam o 
índice de massa corporal (IMC), sendo o peso multiplicado pela estatura elevada 
ao quadrado. A Tabela 1 indica a classificação do índice de massa corporal 
(IMC): 
Tabela 1 – Índice de massa corporal 
IMC CLASSIFICAÇÃO 
 18,5 PESO BAIXO 
18,6 – 24,9 PESO NORMAL 
25,0 – 29,9 SOBREPESO 
 
 
11 
30,0 – 34,9 OBSIDADE (GRAU I) 
35,0 – 39,9 OBSIDADE SEVERA (GRAU II) 
 40,0 OBSIDADE MÓBIDA (GRAU III) 
TEMA 3 – PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIOS 
A prática de exercícios físicos é fundamental para manutenção da aptidão 
física e diminuição do risco de morbidade e mortalidade na vida adulta tardia, 
mas, para isso, é necessário tomar cuidados com a prescrição e a aplicação dos 
exercícios aos idosos. 
3.1 Exercícios físicos para o sistema cardiorrespiratório 
Para Ueno et al. (2012), a captação e o transporte de oxigênio utilizado 
na demanda metabólica corporal são prejudicados com o envelhecimento 
cardiorrespiratório. 
Com o envelhecimento do sistema cardiovascular, as adaptações agudas 
são mais lentas, por isso há necessidade de dividir a sessão de treinamento em 
aquecimento, parte principal, com aumento gradual da intensidade dos 
exercícios e volta a calma. 
3.2 Exercícios físicos para o musculoesquelético 
Os exercícios físicos para o sistema musculoesquelético do idoso 
proporcionam melhora/manutenção da independência do idoso na realização 
das atividades básicas da vida diária (ABVD) e das atividades instrumentais da 
vida diária (AIVD). Entre os benefícios do treinamento para o sistema 
musculoesquelético dos idosos, Ueno et al. (2013) indicam: 
• Aumento do suprimento sanguíneo; 
• Aumento da deposição de cálcio nos ossos; 
• Aumento da capacidade de suportar força e tensão nos ligamentos e 
tendões; 
• Diminuição das citocinas circulantes e teciduais; 
• Aumento da expressão e atividades enzimáticas oxidativas da 
musculatura. 
 
 
12 
Os exercícios resistidos, por exemplo, são benéficos para a manutenção 
da força muscular, que traz melhora ao controle postural, evitando quedas, além 
de aumentar o índice de massa magra e redução de gordura corporal. 
3.3 Exercícios físicos para grupos especiais 
A prática de exercícios também proporciona benefícios em relação à 
prevenção e ao tratamento de doenças físicas e psicossociais para a população 
idosa. 
3.3.1 Exercícios físicos para idoso com Doença de Alzheimer 
Santos et al. (2013) afirmam que a prática regular e orientada de 
exercícios físicos oferece melhora nos aspectos cognitivos, neuropsiquiátricos e 
funcionais para a pessoa com doença de Alzheimer, atuando na: 
• Atenuação do declínio cognitivo; 
• Diminuição dos sintomas depressivos; 
• Alterações no comportamento; 
• Melhora das capacidades físicas; 
• Plasticidade cerebral – alterações nos mecanismos moleculares. 
3.3.2 Exercícios físicos para idoso com Doença de Parkinson 
Por se tratar de uma doença em que afeta o sistema motor, a prática 
regular de exercícios físicos mais recomentados para idosos com Doença de 
Parkinson são os seguintes: 
• Exercícios para melhora do controle postural, controle dos movimentos 
voluntários e da marcha; 
• Treinamento específico para controle da marcha, com dicas sensoriais, 
que podem ser auditivas ou visuais; 
• Treinamento em esteira; 
• Treinamento em circuito. 
Os principais cuidados com a aplicação de exercícios para pessoas com 
Doença de Parkinson estão relacionados com as quedas, por se tratar de uma 
população que apresenta dificuldade no controle voluntário da postura e da 
locomoção. 
 
 
13 
3.3.3 Exercícios físicos para idosos atletas 
Idosos atletas apresentam menor enrijecimento das paredes arteriais e 
redução do número de problemas respiratórios (Savioli Neto; Ghorayeb; Luiz, 
2004). Além disso, os idosos atletas apresentam mais cuidado com a nutrição, 
ampliando a qualidade de vida e longevidade. 
Ghorayeb e Barros (2004) indicam que, mesmo para idosos atletas, há 
necessidade de cuidados com: 
• Elevação da frequência cardíaca, pressão sistólica e diastólica; 
• Aumento da fração de ejeção e débito cardíaco (estímulo adrenérgico); 
• Rigidez da parede arterial – alterações cardíacas estruturais e funcionais. 
Assim, aquecimento, intensidade e volume de exercício e volta à calma 
devem ser planejados de acordo com as características e condições físicas do 
idoso atleta. 
De maneira geral, a prática regular de exercícios físicos para os idosos 
traz importantes benefícios para a saúde, aumentando a longevidade com maior 
qualidade de vida. 
3.3.4 Exercícios físicos para idosos institucionalizados 
Os idosos institucionalizado são diferentes dos demais idosos da 
sociedade, pois a institucionalização provoca mudanças no comportamento 
físico, cognitivo e psicossocial do idoso. 
Os idosos institucionalizado não são estimulados a realizar as ABVD e 
AIVD, além de apresentarem idade mais avançada e diferentes patologias, 
fazendo com que se tornem cada vez mais dependentes. 
Assim, faz-se necessária a estimulação e a intervenção com diferentes 
tipos de atividades e exercícios físicos para prevenir e tratar a imobilidade dos 
idosos institucionalizados, tais como: 
• exercícios resistidos; 
• exercícios generalizados; 
• exercícios de flexibilidade; 
• exercícios específicos para equilíbrio e locomoção ; 
• danças e yoga; 
• jogos e brincadeiras; 
 
 
14 
• atividades psicomotoras. 
 Calve (2016) sugere, ainda, a aplicação de um protocolo de treinamento 
de locomoção com triciclo sem pedais (Figura 7). 
O treinamento da locomoção com triciclo sem pedais em idosos 
institucionalizados possibilita, além da melhora do andar, a manutenção e 
ampliação de diferentes capacidades físicas, como resistência aeróbia, 
velocidade, agilidade, ampliando a independência e motivação dos idosos para 
a realização de outras atividades do dia a dia (Calve; Barela, 2021). 
Figura 7 – Representação do triciclo sem pedais 
 
Crédito: Tatiane Calve. 
TEMA 4 – INTERDISCIPLINARIDADE NA ATUAÇÃO 
Para um melhor atendimento aos idosos, que podem apresentar uma 
grande diversidade de patologias, faz-senecessária a atuação de diferentes 
profissionais, ou seja, um atendimento multidisciplinar e interdisciplinar. 
Antes de indicar os tipos de atendimento recebido pelo idosos, é 
importante conceituar interdisciplinaridade e multidisciplinaridade. 
• Multidisciplinar – diferentes áreas de conhecimento em busca de um único 
objetivo, mas que não se integram; 
• Interdisciplinar – integração entre diferentes áreas de conhecimento na 
busca de um objetivo único. 
Em um atendimento multidisciplinar, o idoso recebe diferentes 
atendimentos, como recomendações médicas para tratamento de uma 
 
 
15 
determinada patologia. Entretanto, os profissionais, como enfermeiros, 
nutricionistas, psicólogos, terapeutas ocupacionais e profissionais da educação 
física, tratam a patologia, mas não conversam entre si. 
Já em um atendimento interdisciplinar, os profissionais que irão tratar o 
idoso discutem o melhor tratamento e o melhor protocolo a ser aplicado por cada 
profissional para obtenção de resultados mais efetivos no tratamento. Com as 
discussões interdisciplinares, todas as áreas envolvidas são enriquecidas e 
todas saem modificadas (Costa, 2007), os especialistas mais completos e os 
pacientes melhor atendidos. 
Em relação ao atendimento ao idoso, uma equipe interdisciplinar, no qual 
atuam diversos profissionais, possibilita o conhecimento das diferentes 
patologias e possibilidades de tratamento, otimizando e ampliando a assistência 
ao idoso paciente (Camacho, 2002). 
Esse tipo de atendimento interdisciplinar pode ser encontrado em 
Unidades Básicas de Saúde (UBS) e clínicas com atendimento interdisciplinar, 
em que esse tratamento mais completo e eficaz é oferecido aos idosos. 
TEMA 5 – DIDÁTICA PARA IDOSOS 
Com a chegada da velhice, podem ocorrer alterações em diferentes 
sistemas orgânicos, como no sistema sensorial e neural, influenciando a 
cognição, o processo de aprendizagem e atencional (Fechine; Trompieri, 2012). 
Os lapsos de memória e dificuldade de aprendizagem são alguns 
aspectos cognitivos nos idosos, principalmente nos de idade mais avançada. 
Isso não significa que os idosos não sejam capazes de aprender, mas o processo 
de aprendizagem é mais lento e exige maior atenção e, às vezes, adaptações 
nos métodos de ensino. 
Para Libâneo (2002), a educação é um processo que faz parte do 
desenvolvimento humano, resultado da adaptação do indivíduo em relação ao 
meio em que está inserido. 
Com o exposto, a educação e a aprendizagem do idoso, mesmo com as 
limitações e dificuldades impostas pelo processo natural de envelhecimento, 
permitem que ele se mantenha ativo perante a sociedade (Levy, 2002). Além 
disso, a participação em atividades educacionais melhora o desempenho 
cognitivo, mantém e/ou amplia as capacidades socioafetivas, influenciando na 
qualidade de vida do idoso. 
 
 
16 
Para garantir a aprendizagem do idoso, seja qual for o seguimento, como 
educacional, cultural ou até mesmo na prática esportiva e recreativa, há a 
necessidade de se utilizar uma pedagogia específica, que garanta a conquista 
do saber, da autonomia no processo de aprendizagem (Lima, 2000). Assim, Lima 
(2000) conceitua o processo de ensino e aprendizagem durante a velhice como 
gerontologia educacional, na intenção de recriar os aspectos didáticos e 
pedagógicos para o ensino dos idosos. 
Dessa maneira, os profissionais da educação física devem ter maior 
atenção e cuidado ao ensinar novo padrões motores aos idosos, levando em 
consideração não somente as características físicas e funcionais mas também 
os aspectos cognitivos e limitações do processo de aprendizagem dessa 
população. 
NA PRÁTICA 
Vimos nesta etapa diferentes aspectos sobre o planejamento, a 
prescrição e a aplicação de diferentes atividades e de exercícios físicos aos 
idosos. 
As características cognitivas e as capacidades físicas se alteram com a 
instalação do processo de envelhecimento, exigindo mais cuidados e 
planejamento para o ensino das mais diversas atividades ofertadas aos idosos. 
 Um dos cuidados ao aplicar exercícios físicos resistidos a idosos é em 
relação às adaptações agudas, que nos idosos são mais lentas. Assim, cite como 
a sessão de treinamento para idosos deve ser dividida. 
Com a adaptação aguda nos idosos sendo mais lenta, há necessidade de 
dividir a sessão de treinamento em aquecimento, parte principal, com aumento 
gradual da intensidade dos exercícios e volta a calma. 
FINALIZANDO 
Nesta etapa foram abordados alguns fatores que influenciam no 
planejamento, na prescrição e na aplicação de exercícios físicos para idosos. 
Foram descritos os níveis de envelhecimento e sua relação com a 
independência e necessidade da atuação de diferentes profissionais na 
aplicação de atividades de estimulação. 
 
 
17 
 Foram destacados diferentes programas de exercícios físicos e seus 
benefícios para diferentes públicos que fazem parte da população idosa, com 
idosos atletas, idosos com Doença de Parkinson, idosos com Doença de 
Alzheimer e idosos institucionalizados. 
Fechando a discussão sobre as atividades e profissionais que atuam com 
a população idosa, foram abordadas as características da didática que deve ser 
utilizada com os idosos. 
 
 
 
 
18 
REFERÊNCIAS 
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utilização para exercício físico em idosos institucionalizados. Tese (Doutorado 
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Universidade Cruzeiro do Sul. São Paulo, 2016. 
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10, n. 2, p. 229-233, 2002. 
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Barbacena, v. 5, n. 8, 2007. 
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LIMA, M. P. Gerontologia educacional: uma pedagogia específica para idosos 
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Motriz, Rio Claro, v. 16, n. 4, p.1024-1032, out./dez. 2010. 
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19 
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Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Rio de Janeiro v. 16, n. 3, jul.-set. 2013. 
SAVIOLI NETO, F.; GHORAYEB, N.; LUIZ, C. C. C. Atleta idoso. In: 
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SHEPHARD. R.J. Envelhecimento, atividade física e saúde. São Paulo: 
Phorte, 2003. 
RIKLI, R. E.; JONES, J. C. Teste de aptidão física para Idosos. Barueri, SP: 
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UENO, D. T. et al. Efeitos de três modalidades da atividade física na capacidadefuncional de idosos. Revista Brasileira de Educação Física e Esportes, São 
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WEINECK, J. Fundamentos gerais da biologia do esporte para infância e 
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