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Universidade de Braśılia Instituto de F́ısica F́ısica 2 Experimental (IFD0177) Relatório 01: Movimento ondulatório: Onda na corda Grupo: 01 Jadson Moura Evangelista Mat: 19/0057696 João Augusto Silvestre de Carvalho Mat: 21/1050024 Nathália P. Assis Mat: 17/0153169 Lucas Vilas Boas Iwano Mat: 22/1021017 Professor: Maria Aparecida Godoy Soler 1 Objetivos Estudar um dos conceitos mais importantes da f́ısica, o que é uma onda, através de um experimento utilizando ondas estacionárias geradas em uma corda. O experimento utiliza um excitador e um gerador de ondas onde a corda elástica é presa, além de dois conjuntos de pesos e um poste com roldana que são usados para esticar a corda. O objetivo deste estudo é compreender melhor a relação dos harmônicos em sistemas de ondas estacionárias, juntamente com velocidade, frequência e comprimento de ondas, grandezas essas que já foram estudadas anteriormente de forma teórica e que estão sendo abordadas de forma prática para aprofundar esses estudos. 2 Introdução Ondas são oscilações produzidas pela interferência entre ondas que se propagam na mesma direção em um meio. O meio em que se propagam, podem ser ĺıquido, sólido ou gasoso, e não transportam material, mas sim energia. Algumas dessas ondas, como a radiação eletromagnética, são capazes de se propagar mesmo no vácuo. O estudo das ondas é conhecido como ondulatória na área da f́ısica. As ondas estacionárias são um fenômeno f́ısico que ocorre quando duas ondas de mesma frequência e am- plitude se propagam em sentidos opostos e se encontram em um determinado ponto. Quando essas ondas se encontram em um ponto, elas se combinam e formam um padrão de ondas estacionárias, também chamado de harmônico. Essas ondas não se movem no espaço, mas oscilam apenas em uma direção perpendicular às ondas originais. Isso ocorre quando uma onda incidente é refletida por uma extremidade fixa de uma corda, por exemplo. Ao se formar uma onda estacionária, certos pontos no espaço permanecem fixos a todo momento. Esses pontos são chamados de nós, e são formados por interferência destrutiva total entre as ondas opostas que criam a onda estacionária. Em um exemplo de corda vibrante, a formação de uma onda estacionária sempre resulta em, no mı́nimo, dois nós, que extremidades encontrados nase a corda está fixada. O estudo da posição e comportamento dos nós é importante para entender como a energia é distribúıda na onda e como ela pode ser utilizada em diferentes aplicações práticas, como na música e na acústica. Em cordas, as ondas estacionárias são produzidas quando uma onda incide na extremidade fixa de uma corda e é refletida com inversão de fase, invertendo a direção da amplitude da onda. O comprimento de onda das ondas estacionárias varia dependendo da frequência da onda, sendo que quanto maior a frequência, menor o comprimento de onda. Para que as ondas estacionárias em cordas se formem, o comprimento da corda precisa ser um múltiplo inteiro (n = 1,2,3,4. . . ) da metade do comprimento de onda (λ), representado pela fórmula: L = n 2 O número inteiro n é chamado de ordem do harmônico, e para cada tamanho de corda, existe um número finito de harmônicos posśıveis para uma determinada frequência. O harmônico de menor frequência é conhecido como harmônico fundamental, com n = 1. Uma onda propagante é descrita matematicamente como uma função senoidal que varia no tempo e no espaço. Essa função senoidal representa a variação da amplitude da onda, que se propaga em uma direção espećıfica no espaço e ao longo do tempo. A equação que representa matematicamente uma onda propagante é conhecida como equação de onda. Essa equação pode ser escrita de diferentes formas, dependendo da natureza da onda em questão. No entanto, todas as equações de onda têm a mesma forma básica, dada por: ψ(x, t) = A ∗ sin(k ∗ x− ω ∗ t) Em que: • A = amplitude máxima • k = número da onda • ω= frequência angular • ψ= amplitude da onda que varia em relação ao tempo e à posição. Nessa equação, a onda em questão se propaga no eixo X de forma crescente. A velocidade de propagação de uma onda é a taxa com que a onda se desloca ao longo do tempo e do espaço. Geralmente, a velocidade de propagação da onda é dada pela fórmula: ν = λ ∗ f 1 Nesta equação, v é a velocidade de propagação da onda, λ é o comprimento de onda da onda e f é a frequência da onda. A partir dessa fórmula, podemos ver que a velocidade de propagação de uma onda é inversamente proporcional ao seu comprimento de onda. Ou seja, quanto maior o comprimento de onda, menor será a velocidade de propagação da onda. Em uma corda, a velocidade de propagação depende da tensão e da densidade linear da corda. A velocidade de propagação em uma corda esticada é dada pela equação: // v = √ τ/µ onde v é a velocidade de propagação da onda na corda, τ é a tensão aplicada na corda e µ é a densidade linear da corda. Essa equação indica que quanto maior for a tensão na corda, maior será a velocidade de propagação da onda. Da mesma forma, quanto menor for a densidade linear da corda, maior será a velocidade de propagação da onda. A velocidade de propagação da onda na corda independe da amplitude ou frequência da onda. Ou seja, ondas de diferentes amplitudes e frequências propagam-se na mesma velocidade na corda, desde que a tensão e a densidade linear sejam mantidas constantes. 3 Descrição Experimental Para a realização do experimento foram usados: 1 excitador de ondas PASCO modelo (WA-9857), 1 gerador de ondas senoidais PASCO (WA-9867), 1 balança de precisão (0,1g), 1 corda elástica, 2 conjuntos de 8 pesos com suportes, 2 suportes de fixação, 1 poste com roldana e 1 régua. Começamos medindo o comprimento total da corda e o que seria utilizado, visto que a corda não podia tocar no chão, mas era muito grande. Em seguida, pesamos a corda e o conjunto de pesos com os suportes, de modo a ter um peso aproximado de 300g. Prendemos uma extremidade da corda no excitador de ondas, passamos pela roldana e prendemos o suporte com os pesos na outra parte da corda, esticando a mesma. A parte elétrica do experimento foi previamente preparada pelo técnico do laboratório, sendo assim, a montagem do experimento foi finalizada. Podemos ver o equipamento sendo utilizado com a figura abaixo: Figura 1: Utilização do equipamento 4 Resultados e Análise A partir do experimento, obtivemos a tabela 1 abaixo referente aos dados extráıdos da corda: Corda (m) L0 2,14 L1 1,2 L2 1,58 Incerteza de L 0,0005 Tabela 1: Medidas da corda Pelo fato do comprimento da corda total ser muito grande (2,14m), utilizamos somente L1 (1,2m) para realizar o experimento, portanto, para se ter uma estimativa do peso correspondente a esse comprimento, reali- zamos uma regra de três simples, obtendo um novo peso (4,87g). Por ser um cálculo estimado, não calculamos a propagação da incerteza. Para a massa utilizada, pesamos o conjunto de pesos e somamos com o suposto peso do resto de corda não utilizado, calculando sua propagação de incerteza e obtendo os dados da tabela 4 abaixo: 2 Corda (g) Massa L0 8,86 Massa L1 4,87 Incerteza da massa 0,01 Tabela 2: Massa da corda Conjunto de pesos Massa(g) Incerteza Conj. de pesos 284,21 0,01 Resto da corda 3,81 0,01 Total 288,02 0,02 Tabela 3: Massas consideradas Utilizando as tabelas acima, calculamos a densidade linear da corda, que pela expressão é tida como a divisão do peso (4,87g) da corda pelo comprimento (1,2m), mas, por conta da adição do conjunto de pesos, a densidade se torna diferente. A nova densidade é calculada multiplicando a densidade linear (4,06g/m) pelo comprimento não distendido (1,2m), dividido pelo comprimento da corda distendida (1,58m), que foi aproximado somando os comprimentos vertical e horizontal. É posśıvel também calcular a tensãona corda, calculada pela multiplicação do peso total agindo sobre a corda pela constante da aceleração da gravidade dada g = 9,8 m/s². Possuindo a tensão e a densidade, finalmente podemos calcular a velocidade de propagação da onda, por meio da raiz quadrada da tensão dividido pela densidade, utilizamos para esse cálculo a densidade da corda estendida, mas vale lembrar que a velocidade de propagação é inversamente proporcional à raiz quadrada da densidade, o que significa que pelo fato da densidade da corda ter diminúıdo, a velocidade de propagação será maior ao calcular utilizando essa densidade. A tabela 3 mostra os resultados dos cálculos citados com sua respectiva incerteza calculada. Resultados Valores Incerteza Densidade(g/m) 4,06 0,01 Tensão(gm/s2) 2822,62 0,20 Vel. Propagação(m/s) 26,38 0,26 Dens.distendido (g/m) 3,081 0,010 Tabela 4: Resultados encontrados Do experimento obtivemos a tabela 4 contendo os dados no tocante do comprimento de onda, a frequência utilizada e o n (número de ventres): n Frequência Incerteza freq. λ Incerteza λ Produto (λ*freq.) Incerteza (λ*freq.) 1 18 0,1 1,72 0,0012 30,96 0,19 2 35,5 0,1 0,86 0,0012 30,53 0,13 3 55,6 0,1 0,5733 0,0012 31,88 0,12 4 73 0,1 0,43 0,0012 31,39 0,13 5 91,1 0,1 0,344 0,0012 31,34 0,14 6 110 0,1 0,2867 0,0012 31,53 0,16 7 128,5 0,1 0,2457 0,0012 31,57 0,17 8 146 0,1 0,215 0,0012 31,39 0,19 Tabela 5: Dados Para mostrar que o produto da frequência pelo comprimento de onda (lambda) é constante, precisamos obter o comprimento de onda, visto que a frequência foi conseguida durante o experimento. O cálculo do comprimento de onda é dado pela função 2*L/n, onde L é a distância entre os nós na frequência fundamental, ou seja, a distância entre o excitador e a roldana, onde serão formados os ventres (n), essa medida não está presente nas tabelas, mas é equivalente a 0,86 metros. Como visto na coluna produto e com sua incerteza, percebemos mesmo sem fazer um gráfico que esse produto acabou não sendo constante, mas o motivo disso ter acontecido será explicado na conclusão. Para o gráfico 3, temos um coeficiente angular que pode ser calculado pela fórmula: m = ∆Y ∆X 3 Figura 2: Gráfico frequencia vs 1λ — Oito frequências em diferentes posições Figura 3: Gráfico λ vs 1n — Comprimento de onda em função do inverso dos nós Resultando em um coeficiente angular de m = 0, 68/0, 01 que equivale à duas vezes o comprimento de L utilizado no experimento, considerando os erros experimentais. 5 Conclusão O estudo de ondas estacionárias é importante, pois através delas podemos compreender melhor o comporta- mento de ondas como reflexão, interferência e ressonância, além de entender o comportamento de outros tipos de ondas (sonoras, eletromagnéticas, etc.). Esse conceito da f́ısica possui aplicações em vários campos da ciência e engenharia, sendo utilizada em instrumentos musicais, médicos e tecnológicos. Entre os objetivos propostos, podemos considerar que abordamos bem a dependência entre frequência e comprimento de onda, abordando bem conceitos de harmônicos estudados anteriormente, apesar de que por ser um experimento, a falta de técnica e prática no manuseio dos equipamentos e nas medições acabaram provocando erros que poderiam ser evitados. Um claro exemplo do que foi dito acima foi a prova da constância do produto da frequência pelo comprimento de onda, que acabou não sendo provado, ademais, apresentamos um pouco de dificuldade na apresentação dos gráficos, mas esperamos melhorar no decorrer dos próximos experimentos, aprimorando cada vez mais nossos conhecimentos em f́ısica. 4 6 Referências HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de F́ısica: Mecânica. Rio de Janeiro: LTC, 2009. CARUSO, Francisco; SILVA, Marcelo Marinho Andrade da. Ondas e Óptica. Rio de Janeiro: Editora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), 2012. 5 Objetivos Introdução Descrição Experimental Resultados e Análise Conclusão Referências