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MANUAL DO PROFESSOR GEOGRAFIA 2 CADERNO CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS MAXIMIZE ENSINO MÉDIO ENSINO MÉDIO MAXIMIZE O material do Sistema Maxi de Ensino foi elaborado por professores que vivenciam, na prática, a dinâmica da sala de aula. Tem como objetivo contribuir para a formação do jovem no Ensino Médio e facilitar o dia a dia da escola. Bons estudos! 622395 EM.232.P_EM MAXI - GEOGRAFIA - 3» SERIE CAPA_GEOGRAFIA_VOL3_MP.indd All Pages 10/20/17 8:00 PM MANUAL DO PROFESSOR GEOGRAFIA Marcelo Anchieta Sardinha 2 CADERNO ENSINO MÉDIO MAXIMIZECIÊNCIASHUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS 8_MAXI_EM_MP3_2_CAD10_INI_GEO.indd 1 10/20/17 5:04 PM Direção de inovação e conteúdo: Guilherme Luz Direção editorial: Renata Mascarenhas Gerência de projetos editoriais: João Carlos Puglisi Coordenação de projetos editoriais: Renato Tresolavy, Thaís Ginícolo Cabral Edição, diagramação e revisão: Editorial 5 Gerência de produção editorial: Ricardo Braga Planejamento e controle de produção: Paula Godo (coord.), Adjane Oliveira Revisão: Hélia de Jesus Gonsaga (ger.), Kátia Scaff Marques (coord.), Rosângela Muricy (coord.), Edição de arte: Daniela Amaral (coord.), Claudio Alves dos Santos, Fernando Afonso do Carmo Iconografia e licenciamento de textos: Sílvio Kligin (superv.), Carlos Luvizari (pesquisa) Tratamento de imagem: Cesar Wolf e Fernanda Crevin Ilustrações: Paulo Manzi, Editorial 5, Casa de Tipos Cartografia: Eric Fuzii (coord.), Alexandre Bueno, Marcelo Seiji Hirata e Robson Rosendo da Rocha Capa: Adilson Casarotti Foto de capa: Morphart Creation/Shutterstock Projeto gráfico de miolo: erikTS Editoração eletrônica: Editorial 5, Casa de Tipos Todos os direitos reservados por SOMOS Sistemas de Ensino S.A. Rua Gibraltar, 368 – Santo Amaro CEP: 04755-070 – São Paulo – SP (0xx11) 3273-6000 © SOMOS Sistemas de Ensino S.A. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Sardinha, Marcelo Anchieta Sistema Maxi de Ensino : ensino médio : geografia 3º ano : cadernos 1 a 4 : manual do professor / Marcelo Anchieta Sardinha. -- 1. ed. -- São Paulo : Maxiprint Editora, 2018. 1. Geografia (Ensino médio) I. Título. 17-08573 CDD-910.712 Índices para catálogo sistemático: 1. Geografia : Ensino médio 910.712 2018 ISBN 978 85 7837 815-8 (PR) Código da obra EM.232.P_EM MAXI - HUMANAS - GEOGRAFIA - 3ª SERIE 1a edição 1a impressão Impressão e acabamento Uma publicação 8_MAXI_EM_MP3_2_CAD10_INI_GEO.indd 2 10/20/17 5:04 PM Geografia Manual do Professor Parte específica Geografia Geral Sugestão de aulas ...................................................................................... 5 Respostas comentadas .............................................................................. 6 Bibliografia .................................................................................................. 9 Geografia do Brasil Sugestão de aulas ..................................................................................... 10 Respostas comentadas .............................................................................. 11 Bibliografia ................................................................................................. 14 33 8_MAXI_EM_MP3_2_CAD10_INI_GEO.indd 3 10/20/17 5:04 PM 8_MAXI_EM_MP3_2_CAD10_INI_GEO.indd 4 10/20/17 5:04 PM 5 G e o g ra fi a G e ra l Parte específica Caro professor, disponibilizamos a seguir uma sugestão de condução das aulas, levando em consideração a teoria e as atividades propostas no material didático. É importante esclarecer que se trata apenas de uma sugestão, que pode e deve ser adaptada de acordo com a realidade da sua escola. Você notará que utilizamos o termo resolver em todas as aulas. Fizemos esse emprego considerando duas possibilidades: sugerir que os alunos resolvam as atividades e o professor as corrija em seguida ou que o professor resolva os exercícios junto com os alunos. Além disso, cabe a cada professor identificar a melhor maneira de correção da tarefa: resolver todas as atividades com os alunos, reservar um momento em aula para eventuais dúvidas ou, ainda, mesclar as duas possibilidades, dependendo do conteúdo envolvido. Esperamos que essa sugestão seja útil no planejamento e ao longo de todo o ano letivo. Boas aulas! Geografia Geral Sugestão de aulas Unidade Quantidade de aulas Descri•‹o C a d e r n o 2 1 Demografia 1 Aula 1 – Abordar os tópicos “Crescimento populacional mundial”, “Teorias demográficas” e “A estrutura da população”. – Resolver as seções “Em sala” e “Atividade discursiva”. – Indicar as seções “Para casa”, “Mais Enem” e “Sintetizando a unidade” como tarefa. 2 A centralização econômica mundial (I) – Estados Unidos e Canadá 2 Aula 1 – Abordar os tópicos ”Introdução” e “Estados Unidos da América”. – Resolver as seções “Em sala” (atividades 1 e 2) e “Atividade discursiva”. – Indicar as seções “Para casa” (atividades 1 e 2) e “Mais Enem” como tarefa. Aula 2 – Abordar o tópico “Canadá”. – Resolver a seção “Em sala” (atividade 3). – Indicar as seções “Para casa” (atividades 3 e 4), “Mais Enem” e “Sintetizando a unidade” como tarefa. 3 A centralização econômica mundial (II) – Europa e Japão 2 Aula 1 – Abordar o tópico “Europa”. – Resolver as seções “Em sala” (atividade 1) e “Atividade discursiva”. – Indicar as seções “Para casa” (atividades 1 e 2) e “Mais Enem” como tarefa. 8_MAXI_EM_MP3_2_CAD10_GEO_A.indd 5 10/20/17 5:03 PM 6 G e o g ra fi a G e ra l C a d e r n o 2 Unidade Assunto Quantidade de aulas Descri•‹o 3 Aula 2 – Abordar o tópico “Japão”. – Resolver a seção “Em sala” (atividade 2). – Indicar a seção “Para casa” (atividades 3 e 4) como tarefa. – Resolver a seção “Sintetizando a unidade”. 4 Os países emergentes da economia mundial (I) – México e Américas Central e do Sul 2 Aula 1 – Abordar os tópicos “México” e “América Central”. – Resolver as seções “Em sala” e “Atividade discursiva”. – Indicar as seções “Para casa” (atividades 1 e 2) e “Mais Enem” como tarefa. Aula 2 – Abordar o tópico “América do Sul”. – Indicar a seção “Para casa” (atividades 3 e 4) como tarefa. – Resolver a seção “Sintetizando a unidade”. – Indicar a seção “Estude+” como avaliação. Respostas comentadas UNIDADE 1: Demografi a Atividades Em sala 1. Resposta: a. O crescimento da população mundial se altera de acordo com o nível de desenvolvimento das nações, sendo tal processo mais elevado na África subsaariana, em razão da precariedade na saúde e educação. 2. Resposta: c. A teoria que demonstra a relação entre o crescimento demográfico e a pressão sobre os recursos naturais é a ecomalthusiana. A pro- posição a está incorreta, pois as teorias malthusiana e neomalthu- siana propõem controle populacional. A proposição b está incorreta, pois, de acordo com a teoria neomalthusiana, a pobreza aumenta a população. A proposição d está incorreta, pois a teoria malthusiana evidencia que o aumento da população (PG) ocorre mais rapida- mente que o de produção de alimentos (PA). A proposição e está incorreta, pois a teoria reformista afirma que, com a elevação da qualidade de vida, a taxa de natalidade diminui. 3. Resposta: d. A proposição I está incorreta porque a maior porcentagem de mu- lheres ativas está identificada no continente africano. As proposi- ções II e III estão corretas, pois, como observado no mapa, a parti- cipação da mulher na economia é homogênea pelo mundo, além de apresentar maior participação nos países subdesenvolvidos. 4. Resposta: a. O ano de 2016 apresenta uma tendência de redução do ritmo de crescimento da população com a queda das taxas de natalidade e fecundidade. A pirâmide que melhor representa esse processo é a da alternativa a, com predomínio de pessoas adultas e redução da população de jovens. Para casa 1. Resposta: c. De acordo com as projeções,a população da China está em declínio e atingirá 1 bilhão de habitantes entre 2080 e 2090. Em contrapar- tida, a população da África alcançará 3,5 bilhões por volta de 2090. A população da China em 1950 era de cerca de 500 milhões. Em 1970, havia 2,2 chineses para cada indivíduo africano, e estima-se que em 2045 a população da África será maior que 2 bilhões. 2. Resposta: d. A alternativa a está incorreta, pois a Fase 2 apresenta apenas queda da mortalidade. A alternativa b está incorreta, pois a teoria de Mal- thus preconizava um controle de natalidade por abstinência sexual e não por métodos contraceptivos. A alternativa c está incorreta, pois alguns países do continente africano apresentam comportamento demográfico de transição. A alternativa d está correta, pois altas taxas de natalidade e mortalidade são características de sociedades cuja população vive predominantemente no campo. A alternativa e está in- correta, pois, mesmo atraindo um número significativo de imigrantes, os países industrializados não apresentaram explosão demográfica. 3. Resposta: a. A violência contra o sexo feminino é produto de sociedades patriar- cais, em que o homem detém o poder e oprime as mulheres por meio da violência física e psicológica. 4. Resposta: a. O primeiro item é verdadeiro, pois países subdesenvolvidos re- gistram maior porcentagem de jovens (base larga na pirâmide). O segundo item é verdadeiro, porque a alteração das pirâmides é resultado da dinâmica populacional. O terceiro item é verdadeiro, porque a pirâmide etária é uma representação da população do país por gênero e faixas etárias. O terceiro item é falso, porque uma PEA maior aumenta a riqueza. O quarto item é falso, pois a queda da taxa de natalidade e elevada expectativa de vida são características de países desenvolvidos. Mais Enem Resposta: c. No continente africano, porção ocidental, tradicionalmente as mu- lheres realizam atividades no comércio informal, com destaque para os produtos alimentícios, vestuário e artesanato. Essa característica foi trazida para o Brasil colonial com a entrada dos africanos (escra- vizados naquela época). 8_MAXI_EM_MP3_2_CAD10_GEO_A.indd 6 10/20/17 5:03 PM 7 G e o g ra fi a G e ra l UNIDADE 2: A centralização econômica mundial ( I ) – Estados Unidos e Canadá Atividades Em sala 1. Resposta: d. A produção agrícola nos EUA está organizada em cinturões (belts) agrícolas. Nessas áreas a produção ocorre com tecnologia de ponta e alta mecanização, pouca mão de obra, transgênicos, sensoria- mento remoto e uso intenso de agrotóxicos. 2. Resposta: a. Está correta a alternativa a, a área de número 1 refere-se ao cintu- rão da produção de algodão, 2 à produção de milho e 3 à produção de trigo. 3. Resposta: a. No Canadá, na província de Quebec, a colonização foi francesa, o que favoreceu o surgimento de movimentos separatistas, já que em outras regiões do país a colonização foi inglesa. Para casa 1. Resposta: d. Detroit era considerada a capital do automóvel, porém o redirecio- namento dos investimentos para o sul e o sudoeste na costa do Pacífico impactou negativamente os investimentos na cidade. Isso favoreceu o declínio econômico da região. 2. Resposta: b. O cinturão dos laticínios (dairy belt) representa o maior rebanho de gado leiteiro do país, o que justifica a presença de importan- tes mercados consumidores nas megalópoles de Boswash e Chipitts. 3. Resposta: c. Entre as várias questões geopolíticas da América do Norte, po- demos citar o movimento separatista em Quebec, no Canadá. Os habitantes dessa província de colonização francesa reivindicaram a separação por causa das muitas diferenças culturais e econômicas em relação ao restante do Canadá. 4. Resposta: d. A falta de leis que estabelecem áreas de proteção da vida selvagem aumenta a expansão do capital e o impacto sobre as espécies. As demais proposições estão incorretas porque o desmatamento não é a única causa para a extinção de espécies, além de serem contornáveis e os EUA apresentarem mais empenho em práticas ambientais que o Brasil. Mais Enem Resposta: d. Os Estados Unidos, ao longo do século XIX, consolidaram grande expansão territorial com base na colonização realizada por imigran- tes. Essa expansão foi realizada em direção ao sul e ao oeste do país (México, Califórnia e Texas), territórios controlados por outros países e por indígenas. UNIDADE 3: A centralização econômica mundial ( II ) – Europa e Japão Atividades Em sala 1. Resposta: d. As florestas temperadas e subtropicais de zonas térmicas tempe- radas (média latitude) estão adaptadas a verões quentes e invernos frios, com alta amplitude térmica anual e boa distribuição do índice pluviométrico. Esses biomas aparecem na Nova Zelândia, no su- deste da Austrália, no Japão, no leste da China, no noroeste dos Estados Unidos, na Europa ocidental e na América do Sul (mata de Araucária no Brasil e matas andinas do Chile e da Argentina). Vale a pena ressaltar que grande parte dessas formações vegetais foram devastadas pela ação antrópica. 2. Resposta: a. O conceito de população relativa (densidade demográfica) diz res- peito à quantidade de pessoas por quilômetro quadrado, obtida pela divisão da população absoluta pela área. Com base nesse cál- culo, podemos estabelecer se uma região é muito povoada (grande quantidade de pessoas por quilômetro quadrado, como no Japão) ou pouco povoada (pouca quantidade de pessoas por quilômetro quadrado, como no Brasil). Para casa 1. Resposta: e. O clima temperado que prevalece na maior parte do continente eu- ropeu é caracterizado por elevada amplitude térmica anual. O verão é quente e com maior pluviosidade. O inverno é frio com precipita- ção nival (neve). 2. Resposta: b. A África e o Oriente Médio têm sido as principais áreas do fluxo migratório em direção à Europa nos últimos anos por causa da ins- tabilidade gerada pelas guerras da Síria e do Iraque. O item III está incorreto, pois o apartheid foi uma política de Estado da África do Sul, e o maior número de refugiados africanos é da Eritreia. 4. Resposta: b. O item I está correto: a condição de país insular, associada ao pre- domínio do relevo montanhoso, limita a produção agropecuária. O item II está correto: os países desenvolvidos apresentam o predo- mínio da população economicamente ativa nos setores secundário e terciário. O item III está correto: a escassez de matéria-prima e fontes energéticas é um fator decisivo para a localização das áreas industriais próximas aos portos. O item IV está incorreto: o país apresenta elevada instabilidade geológica com a presença de vul- cões ativos e atividades sísmicas constantes, pois está localizado no Círculo de Fogo do Pacífico. Mais Enem Resposta: a. Os centros urbanos de países desenvolvidos apresentam quedas nas taxas de crescimento populacional. Isso acontece porque a população prioriza viagens e lazer, diminuindo o número de casa- mentos ou casando-se com idade mais avançada, além do baixo interesse na geração de filhos. 8_MAXI_EM_MP3_2_CAD10_GEO_A.indd 7 10/20/17 5:03 PM 8 G e o g ra fi a G e ra l UNIDADE 4: Os países emergentes da economia mundial ( I ) – México e Américas Central e do Sul Atividades Em sala 1. Resposta: a. Na Colômbia existe um conflito interno entre o governo (apoia- do pelos Estados Unidos) e as guerrilhas de esquerda, como as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Já a Venezuela apresenta um governo de esquerda e contrário à influência dos Estados Unidos na América Latina. Por isso, Colômbia e Venezuela, apesar de serem importantes parceiros comerciais, apresentam divergências geopolíticas relevantes. Os vários conflitos nas zonas de fronteiras nos últimos anos estão associados à atuação da guer- rilha, de contrabandistas e de imigrantes. 2. Resposta: d. O autor faz referência às pseudodemocracias da América Latina no processo de globalização,marcadas pelas instabilidades política e econômica, pela diversidade cultural e étnica e pelo neoliberalismo. 3. Resposta: c. O México destaca-se como grande exportador de petróleo e gás natural, explorados na região litorânea do golfo do México. Para casa 1. Resposta: c. Nos últimos anos, Estados Unidos e Cuba realizaram uma apro- ximação diplomática e econômica, apesar das divergências histó- ricas e políticas. O Vaticano, sob liderança do papa Francisco, foi importante na aproximação entre os dois países. Já o governo de Nicolás Maduro, da Venezuela, é contrário à influência dos EUA na América Latina. 2. Resposta: a. As maquiladoras são indústrias estadunidenses que se instala- ram no México. Elas não cumprem a legislação trabalhista e se aproveitam da mão de obra barata para ampliar seus lucros. Em razão dos acordos comerciais com o Nafta, os produtos fabrica- dos no México, ao entrar nos Estados Unidos, deixam de pagar certos impostos. 3. Resposta: 01 + 04 + 16 = 21. A proposição 1 está correta, pois o narcotráfico é a atividade que amplia a pobreza e o subdesenvolvimento. A proposição 2 está in- correta, pois o subcontinente apresenta pesadas dívidas. A proposi- ção 4 está correta, pois os países citados ainda apresentam elevado índice de Gini (desigualdade social). A proposição 8 está incorreta, pois o subcontinente enfrenta o desemprego, especialmente em países como a Venezuela e a Argentina. A proposição 16 está corre- ta, pois a América Latina responde por grande parte da produção de cocaína e seus derivados. 4. Resposta: e. O item II está incorreto, uma vez que empresas transnacionais foram atraídas para países da América Latina a fim de atuar em diversos setores da economia ao longo do tempo. Os interesses são os novos mercados consumidores, maior lucratividade (incentivos fiscais e mão de obra barata) e facilidades para exportação. Porém, esse processo resultou em ampliação da dependência das econo- mias latino-americanas em relação às companhias estrangeiras. Mais Enem Resposta: b. O processo de globalização favorece o aumento dos fluxos de imi- grantes dos países emergentes e subdesenvolvidos para os países desenvolvidos. O processo de globalização também proporcionou avanços tecnológicos que permitiram agilizar as remessas financei- ras de imigrantes para seus países de origem. Essas remessas são relevantes para a economia, a exemplo de México, Índia, Filipinas e El Salvador. Estude1 1. Resposta: b. A base da pirâmide etária permite concluir que se trata de um grá- fico de um país que está reduzindo as taxas de fecundidade e de natalidade, ou seja, países começando a melhorar a saúde e a edu- cação. Não necessariamente esse processo está associado a uma política rígida de natalidade. O Japão apresenta uma pirâmide com o topo largo, assim como os países da América anglo-saxônica, que já demonstram maior quantidade de adultos e idosos, característico de final da transição demográfica. 3. Resposta: b. A globalização da economia intensificou-se a partir da década de 1990 e proporcionou o fortalecimento da política econômica neoli- beral em várias regiões do globo. Como resultado desse processo, observam-se a diminuição na participação do Estado na economia e, em muitos casos, nas políticas sociais, como saúde e educação; e o enfraquecimento dos estados, permitindo a permanência das desigualdades sociais. 4. Resposta: c. A diminuição da pobreza foi mais acentuada na região denomina- da Ásia oriental e Pacífico. Nessa região, vários países sofreram intensa industrialização voltada para exportações com geração de empregos e elevação da renda dos trabalhadores. Além disso, em vários deles, observou-se investimento importante em educação, ciência e tecnologia. São exemplos: Tigres Asiáticos (Coreia do Sul, Taiwan e Cingapura), Novos Tigres Asiáticos (Tailândia, Malásia, In- donésia e Filipinas), Vietnã e China. 6. Resposta: d. A Rússia é um país populoso, com cerca de 140 milhões de habitan- tes. Sua população se reduziu nos últimos anos, uma vez que a taxa de mortalidade superou a taxa de natalidade (muito baixa). Trata-se do país com maior população absoluta no continente europeu. A Rússia apresenta parte de seu território na Europa e parte na Ásia. O lado europeu concentra cerca de 80% da população. O país apre- senta diversidade étnica, com ampla maioria de russos com religião ortodoxa. Como é o maior país do mundo em território, a densidade demográfica (população relativa) é baixa, apenas 9 habitantes por km2, portanto é um país pouco povoado. 7. Resposta: e. A alternativa e está correta porque o texto faz referência à grave crise de desabastecimento à qual a Venezuela – país identificado pelo número 5 – está submetida. As alternativas seguintes estão incorretas porque os países identificados pelos números 1, 2, 3 e 4 (Guiana, Colômbia, Bolívia e Peru, respectivamente) não correspon- dem ao contexto mencionado no texto. 8_MAXI_EM_MP3_2_CAD10_GEO_A.indd 8 10/20/17 5:03 PM 9 G e o g ra fi a G e ra l Bibliografia ALENCASTER, Amílcar. América Latina, África, Atlântico Sul. Rio de Janeiro: Paralelo, 1980. ATLAS geográfico escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2002. BENZ, W.; GRAML, H. “México, siglo veintiuno”. El siglo XX, Tomos 1, 2 e 3, 1983. CASTRO, Therezinha de. Nossa América: geopolítica comparada. Rio de Janeiro: IBGE, 1992. CUNILL, Pedro. A América andina. São Paulo: Difel, 1968. FERREIRA, Graça Maria Lemos. Atlas geográfico: espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2002. FURTADO, Celso. A hegemonia dos Estados Unidos e o subdesenvolvimento da América Latina. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1975. GALEANO, Eduardo. As veias abertas da América Latina. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. GARAY, Irene; DIAS, Braulio F. S. Conservação da biodiversidade em ecossistemas tropicais: avanços conceituais e revisão de novas metodologias de avaliação e monitora- mento. Petrópolis: Vozes, 2001. GIRARDI, Gisele. Novo atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2005. IANNI, Octávio. A formação do estado populista na América Latina. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1975. Anotações 8_MAXI_EM_MP3_2_CAD10_GEO_A.indd 9 10/20/17 5:03 PM Sugestão de aulas Unidade Assunto Quantidade de aulas Descrição C a d e r n o 2 1 Noções básicas de Climatologia 4 Aula 1 – Abordar o tópico “A Climatologia e a atmosfera” (até “Elementos e fatores climáticos”). – Resolver a seção “Em sala” (atividades 2 e 5). – Indicar a seção “Atividade discursiva” como tarefa. Aula 2 – Abordar o tópico “A Climatologia e a atmosfera” (“Classificações climáticas”). – Resolver a seção “Em sala” (atividade 4). – Indicar uma pesquisa na internet sobre imagens de regiões do globo com climas diferentes como tarefa. Aula 3 – Abordar o tópico “A Climatologia e a atmosfera” (“Climas no Brasil”). – Resolver a seção “Em sala” (atividade 3). – Indicar as seções “Mais Enem” e “Para casa” (atividades 1 a 3) como tarefa. Aula 4 – Abordar o tópico “A Climatologia e a atmosfera” (“Anomalias climáticas”). – Resolver a seção “Em sala” (atividade 1). – Indicar a seção “Sintetizando a unidade” como tarefa. 2 Noções básicas de Biogeografia 3 Aula 1 – Abordar o tópico “A vida no planeta Terra e a vegetação no mundo” (até “Fitogeografia brasileira”). – Resolver as seções “Em sala” (atividades 1 e 2) e “Mais Enem”. – Indicar a seção “Para casa” (atividade 3) como tarefa. Aula 2 – Abordar o tópico “A vida no planeta Terra e a vegetação no mundo” (“Domínios morfoclimáticos do Brasil”). – Resolver as seções “Em sala” (atividade 3) e “Atividade discursiva”. – Indicar a seção “Para casa” (atividades 2 e 4) como tarefa. Aula 3 – Abordar o tópico “A vida no planeta Terra e a vegetação no mundo” (“A vegetação e o desmatamento”). – Resolver a seção “Em sala” (atividade 4). – Indicar as seções“Para casa” (atividade 1) e “Sintetizando a unidade” como tarefa. Geografia do Brasil 10 G e o g ra fi a d o B ra si l 8_MAXI_EM_MP3_2_CAD10_GEO_B.indd 10 10/20/17 5:03 PM C a d e r n o 2 Unidade Assunto Quantidade de aulas Descri•‹o 3 População brasileira (I) – Estrutura 4 Aula 1 – Abordar o tópico “Crescimento populacional e indicadores socioeconômicos” (até “Geografia do Brasil”). – Resolver as seções “Em sala” (atividade 1) e “Mais Enem”. – Indicar a seção “Para casa” (atividade 1) como tarefa. Aula 2 – Abordar o tópico “Crescimento populacional e indicadores socioeconômicos” (“Gênero e trabalho”). – Resolver as seções “Em sala” (atividade 2) e “Atividade discursiva”. – Indicar a seção “Para casa” (atividade 2) como tarefa. Aula 3 – Abordar o tópico “Crescimento populacional e indicadores socioeconômicos” (“Pirâmides etárias do Brasil”). – Resolver a seção “Em sala” (atividade 3). – Indicar a seção “Para casa” (atividade 3) como tarefa. Aula 4 – Abordar o tópico “Crescimento populacional e indicadores socioeconômicos” (“População economicamente ativa e os setores de atividade no Brasil”). – Resolver a seção “Em sala” (atividade 4). – Indicar as seções “Para casa” (atividade 4) e “Sintetizando a unidade” como tarefa. 4 População brasileira (II) – Composição e migrações 3 Aula 1 – Abordar o tópico “Composição étnica do Brasil”. – Resolver as seções “Em sala” (atividade 1) e “Atividade discursiva”. – Indicar a seção “Para casa” (atividade 1) como tarefa. Aula 2 – Abordar o tópico “Movimentos migratórios” (até “Problemas nos movimentos migratórios”). – Resolver as seções “Em sala” (atividade 2) e “Mais Enem”. – Indicar a seção “Para casa” (atividade 2) como tarefa. Aula 3 – Abordar o tópico “Movimentos migratórios” (“Migrações internas no Brasil”). – Resolver a seção “Em sala” (atividade 3). – Indicar as seções “Para casa” (atividade 3) e “Sintetizando a unidade” como tarefa. – Indicar a seção e “Estude+” como avaliação. Respostas comentadas UNIDADE 1: Noções básicas de Climatologia Atividades Em sala 1. Resposta: a. O fenômeno El Niño é o aquecimento anormal das águas superfi- ciais do oceano Pacífico equatorial centro-oriental. Ele acontece em razão da diminuição da velocidade dos ventos alísios de sudeste, que forma uma massa de ar quente que circula pelo globo terrestre e altera o clima nas zonas temperadas, principalmente na zona intertropical. No Brasil, causa o aumento da temperatura, chuva excessiva no Sul e seca no Nordeste e na Amazônia. 2. Resposta: e. A alternativa e está correta: ventos são circulações da atmosfera cujas escalas variam de pequenas brisas a furacões e tornados. A alternativa a está incorreta: o conjunto de características do estado da atmosfera ao longo do tempo é chamado de clima e em determi- nado momento é chamado de tempo. A alternativa b está incorreta: a camada de ozônio está localizada na estratosfera. A alternativa c está incorreta: de acordo com o gráfico, a temperatura na troposfera sofre uma variação entre 20 °C e –50 °C e, portanto, ocorre uma grande variação térmica. A alternativa d está incorreta: a radiação solar infravermelha está associada ao efeito estufa. 11 G e o g ra fi a d o B ra si l 8_MAXI_EM_MP3_2_CAD10_GEO_B.indd 11 10/20/17 5:03 PM 3. Resposta: d. No interior dos continentes, onde, em princípio, há menor umidade que nas áreas litorâneas, as temperaturas estão submetidas ao fator continentalidade, registrando maior amplitude térmica. 4. Resposta: e. As regiões destacadas no mapa se caracterizam pela presença do clima mediterrâneo, com verões quentes e secos e invernos ame- nos e úmidos. 5. Resposta: c. O clima é o conjunto de características gerais da atmosfera em de- terminada região. Entre os fenômenos atmosféricos podemos citar a variação da temperatura, da umidade do ar, das chuvas e da pressão atmosférica no decorrer do ano, após um longo período de análise. Para casa 1. Resposta: F – V – F – V – F. A primeira proposição é falsa: as caatingas não são perenifólias, são xerófitas, perdem suas folhas nas estiagens. A segunda proposição é verdadeira: o índice pluviométrico é elevado no sul da Bahia. A terceira proposição é falsa: a faixa norte não sofre ação acentuada na massa descrita e suas chuvas não são de inverno, acentuando- -se no final do verão. A quarta assertiva é verdadeira: verifica-se o regime de chuvas da Zona de Convergência Intertropical. A quinta proposição é falsa: a estação seca ocorre na área exposta, porém, com menor intensidade que na região interiorana do Nordeste. 2. Resposta: c. A mEa é a Massa Equatorial Atlântica, quente, muito úmida. Ori- gina-se nos Açores (núcleo de alta pressão) e atinge o litoral das regiões Norte e parte do Nordeste, trazendo elevação de tempera- tura, umidade e chuvas intensas. 3. Resposta: e. Os climogramas são: I. Equatorial – quente, baixa amplitude térmica e alta pluviosidade; II. Tropical de altitude – verão quente, queda de temperatura no inverno, verão chuvoso e inverno seco; III. Subtro- pical – verão quente, inverno frio e chuva bem distribuída durante o ano. Mais Enem Resposta: d. O intemperismo (processo de transformação e desgaste das rochas e solos por processos físicos, químicos e biológicos) é “muito baixo” no Sertão nordestino com clima semiárido. A baixa pluviosidade proporciona menor infiltração de água e menor intemperismo quí- mico, ocasionando a formação de solos menos desenvolvidos. UNIDADE 2: Noções básicas de Biogeografia Atividades Em sala 1. Resposta: e. A alternativa a está incorreta: o bioma da Mata Atlântica, identifica- do pelo número 2, caracteriza-se pelo clima tropical. A alternativa b está incorreta: o bioma do Cerrado, identificado pelo número 3, caracteriza-se pela presença de vegetação tropófila. A alternativa c está incorreta: a formação pneumatófora (raízes aéreas) é típica de formações litorâneas, como os manguezais. A alternativa d está incorreta: mesmo com o avanço do processo de desmatamento, o bioma da Floresta Amazônica, identificado pelo número 5, mantém a maior parte de sua área original. A alternativa e está correta: o Pantanal, número 6, caracteriza-se pelas inundações sazonais do rio Paraguai, resultantes do regime pluviométrico do clima tropical. 2. Resposta: e. A tundra é a vegetação que recobre as áreas de clima polar com invernos longos; taiga é a floresta aciculifoliada típica de climas frios ou subpolares; vegetação mediterrânea é a formação composta de maquis e garrigues. 3. Resposta: d. O excerto 1 trata do domínio dos Mares de Morros, caracterizado por planaltos cristalinos e dobramentos antigos com mares de morros e serras (escarpas de falha) submetidos ao intenso intem- perismo. O excerto 2 refere-se ao domínio do Cerrado, constituído por planaltos com chapadas e clima tropical. 4. Resposta: c. A alternativa c está correta, pois o avanço do grande capital na ocupação da última fronteira agrícola do país intensificou e agravou o processo de desmatamento. As alternativas incorretas são: a, pois o espaço produ- tivo criado pelo desmatamento é ocupado pelas grandes propriedades; b, pois não são as regiões metropolitanas que degradam a floresta; d, pois o monitoramento é feito pelo governo federal e organizações não governamentais; e, pois os projetos de infraestrutura causam grande degradação e abrem espaço para as grandes propriedades. Para casa 1. Resposta: b. A retirada da cobertura arbórea resulta no empobrecimento do solo em razão do aumento da lixiviação. 2. Resposta: b. A faixa do Sahel é uma zona semiárida ao sul do deserto do Saara, na África. O desmatamento e o uso incorreto do solo (pecuária ex- tensiva e agricultura) causam a desertificação, agravando o quadro socioeconômico. 3. Resposta: e. Em Morte e vida Severina, João Cabral de Melo Neto narra o trajeto de um retirante do Sertão nordestinoaté o litoral. Ao descrever elementos como terra branda e macia e água vitalícia, o autor indica a chegada do retirante à Zona da Mata, cuja vegetação original era a Mata Atlântica. 4. Resposta: d. O trajeto da ferrovia passa pelos domínios de Mares de Morros, Cer- rado na área central, Amazônico na porção noroeste do país e Andes Equatoriais na região andina. Mais Enem Resposta: e. O Cerrado é um bioma complexo e com alta biodiversidade. Apresen- ta estratos herbáceo e arbustivo dominantes, além de árvores com troncos tortuosos. Aproximadamente 49% do ecossistema foi de- vastado pelo avanço da agropecuária (soja e gado) nos últimos anos. 12 G e o g ra fi a d o B ra si l 8_MAXI_EM_MP3_2_CAD10_GEO_B.indd 12 10/20/17 5:03 PM UNIDADE 3: População brasileira (I) – estrutura Atividades Em sala 1. Resposta: e. A alternativa e está correta, pois o país apresenta queda da taxa de natalidade e aumento da expectativa de vida. Como conse- quência tem-se menor participação percentual do jovem na com- posição populacional. 2. Resposta: e. De acordo com o censo, o número de mortes do sexo masculino é maior do que o do sexo feminino em todas as idades. Contudo é maior no grupo de 15 a 29 anos, em decorrência de homicídios e acidentes de trânsito. 3. Resposta: a. A redução de jovens na base da pirâmide etária indica menor núme- ro de jovens, consequência da queda de fecundidade do país. 4. Resposta: a. A taxa de dependência demonstra a queda na proporção de jovens e idosos em relação aos indivíduos em idade ativa. Para casa 1. Resposta: d. O IDH-M no país subiu por causa da redução da mortalidade in- fantil e do aumento da expectativa de vida, indicando maiores investimentos sociais. 3. Resposta: d. A população do Rio Grande do Sul caracterizou-se no período de 1970 a 2010 pela queda da fecundidade, indicada na pirâmide pelo estreitamento de sua base. 4. Resposta: d. No Brasil, o setor terciário representa 60% da População Econo- micamente Ativa (PEA) e 65% da formação do Produto Interno Bruto (PIB). Mais Enem Resposta: a. O declínio da taxa de fecundidade em países como o Brasil foi de- corrente de fenômenos como o avanço da mulher no mercado de trabalho, a urbanização e as conquistas nos setores de educação e saúde. UNIDADE 4: População brasileira (II) – Composição e migrações Você no mundo As informações contidas nessa seção permitem discutir com os alunos os assuntos abordados acerca da composição étnica do povo brasileiro. Inicialmente, após a leitura sugerida, promova uma roda de conversa sobre as principais ideias extraídas do texto. Em segui- da, proponha aos alunos que descrevam suas origens, materna e paterna, como forma de fundamentar o que foi exposto acerca da diversidade étnica da população brasileira. Para problematizar o tema central, aborde a questão da discrimina- ção racial. Apresente questões que confrontem a diversidade étnica e cultural do Brasil com o preconceito e discriminação racial que permeiam a sociedade. Para levar os alunos à reflexão, proponha que discutam fatos divul- gados pela mídia envolvendo discriminação racial, como, por exem- plo, o caso do goleiro Aranha, do Santos, que ouviu ofensas racistas de torcedores do Grêmio e vaias na volta ao estádio após a punição do clube, nas oitavas de final da Copa do Brasil. Atividades Em sala 1. Resposta: 01 + 02 + 04 + 08 + 16 = 31. Proposição 01: correta, pois a segregação racial não foi eliminada. Proposição 02: correta, pois a população negra é marginalizada social e profissionalmente. Proposição 04: correta, pois, histori- camente, a segregação racial não foi eliminada. Proposição 08: correta, pois a segregação e marginalização de negros e pardos resulta em desemprego. Proposição 16: correta, pois a população negra é marginalizada. 2. Resposta: a. A imigração é uma questão de caráter global que ganhou maior pro- porção a partir do século XXI, em razão da instabilidade no Oriente Médio e na África. 3. Resposta: c. O mapa destaca fluxos migratórios relacionados à expansão da fronteira nos estados do Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás e Mato Grosso, além de migrações de nordestinos para o Rio de Janeiro e Centro-Oeste. Para casa 1. Resposta: b. Como produto das profundas desigualdades sociais e étnicas no Brasil temos o preconceito e o racismo. Portanto são importantes as políticas de combate à pobreza e à miséria, de melhoria do aces- so à educação e de ações afirmativas. 2. Resposta: c. O fluxo de refugiados rumo à União Europeia aumentou devido a problemas socioeconômicos e conflitos no norte da África. O aumento da segurança e das barreiras amplia cada vez mais o sofrimento dessas pessoas. A ONU tenta reduzir o problema dis- tribuindo alimentos e medicamentos em campos de refugiados. 3. Resposta: b. A partir da década de 2000, a região Nordeste mantém saldo migra- tório negativo por causa do aumento da migração do Sudeste para o Nordeste, especialmente em decorrência de investimentos econô- micos na região, atração de mão de obra qualificada e o fenômeno da migração de retorno. Mais Enem Resposta: e. A crise migratória foi causada pelo aumento dos fluxos de refu- giados do Oriente Médio e da África em direção à União Europeia, 13 G e o g ra fi a d o B ra si l 8_MAXI_EM_MP3_2_CAD10_GEO_B.indd 13 10/20/17 5:03 PM provocado por guerras civis e conflitos étnicos e religiosos. Países europeus adotaram medidas de repressão e xenofobia contra os imigrantes. Longe de resolver o problema, tal política termina por reforçar tensões sociais. Estude1 1. Resposta: c. A situação atmosférica indicada no mapa é o fenômeno conhecido como El Niño. As outras proposições estão incorretas porque: a região Nordeste é afetada pelos alísios de sudeste; o Sul do Brasil não é atingido por ventos setentrionais; as anomalias estão associadas ao aquecimento do Pacífico Sul; o resfriamento e a massa polar atingem a região Sudeste no período de inverno, não sendo uma anomalia. 2. Resposta: c. O mapa e o texto identificam o bioma da Mata Atlântica. Ao longo da história, o bioma foi devastado em razão de diferentes atividades eco- nômicas. As demais alternativas estão incorretas porque alguns itens não correspondem ao bioma indicado no mapa, e na alternativa d a área indicada é menor do que a registrada no bioma Mata Atlântica. 3. Resposta: a. A primeira proposição é verdadeira, pois em países subdesenvol- vidos temos maior número de jovens. A segunda é verdadeira, pois alteração das pirâmides é reflexo da dinâmica populacional. A terceira é verdadeira, pois a pirâmide etária é uma represen- tação da população do país por faixas etárias e gênero. A quarta proposição é falsa, pois o aumento da PEA amplifica a produção de riquezas. A quinta proposição é falsa, pois a baixa taxa de na- talidade e a elevada expectativa de vida não são características de países pobres. 4. Resposta: d. O Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia ajuda a ampliar o conhecimento das comunidades tradicionais sobre os seus terri- tórios. Com acesso a tecnologias modernas é possível valorizar as identidades culturais locais e ampliar a capacidade de resistência a fatores externos. 5. Resposta: c. A alternativa c está correta, pois a maioria dos trabalhadores liber- tados é da porção oriental da Amazônia Legal. Bibliografia AB’SÁBER, A. Os domínios de natureza no Brasil. Potencialidades paisagísticas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003. AYOADE, J. O. Introdução à Climatologia para os trópicos. São Paulo: Difel, 1986. Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2002. ________. Rio de Janeiro: IBGE, 2007. BROWN, J. H.; LOMOLINO, M. V. Biogeography. 2. ed. Sunderland (MA): Sinauer Associates, Inc. Publishers, 1998. CUNHA, S. B.; GUERRA, A. J. T. Geomorfologia do Brasil. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998. DIEGUES, Antonio Carlos Santana. O mito moderno da natureza intocada.São Paulo: Hucitec, 1998. GIRARDI, Gisele. Novo atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2005. FERREIRA, Graça Maria Lemos. Atlas geográfico – Espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2007. FERRI, Mário Guimarães. Vegetação brasileira. Belo Horizonte/São Paulo: Itatiaia/Edusp, 1980. FORSDYKE, A. G. Previsão do tempo e clima. São Paulo: Melhoramentos, [s.d.]. GARAY, Irene; DIAS, F. S. Bráulio. Conservação da biodiversidade em ecossistemas tropicais: avanços conceituais e revisão de novas metodologias de avaliação e monitora- mento. Petrópolis: Vozes, 2001. GREGORY, K. J. A natureza da geografia física. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1992. GUERRA, Antonio Teixeira; GUERRA, Antonio José Teixeira. Novo dicionário geológico-morfológico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1997. MARTONNE, Emmanuel de. O clima, fator do relevo. São Paulo: USP, [s.d.]. NEINAM, Zysman. Era verde? Ecossistemas brasileiros ameaçados. São Paulo: Atual, 1989. NIMER, E. Climatologia do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 1989. PETRI, Setembrino; FÚLFARO, Vicente José. Geologia do Brasil. São Paulo: Editor T. A. Queiroz, 1983. RATTNER, H. (Org.). Brasil no limiar do século XXI. Alternativas para a construção de uma sociedade sustentável. São Paulo: Edusp, 2000. ROSS, J. L. S. (Org.). Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 2001. SIMIELLI, Maria Elena. Geoatlas. São Paulo: Ática, 2002. 14 G e o g ra fi a d o B ra si l 8_MAXI_EM_MP3_2_CAD10_GEO_B.indd 14 10/20/17 5:03 PM 365365 Unidade 1 – Demografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 366 Unidade 2 – A centralização econômica mundial ( I ) – Estados Unidos e Canadá . . . 378 Unidade 3 – A centralização econômica mundial ( II ) – Europa e Japão. . . . . . . . . . . . . . . . 389 Unidade 4 – Os países emergentes da economia mundial ( I ) – México e Américas Central e do Sul . . . . . . . . . 401 Geografi a Geral 365365 Unidade 2 – A centralização econômica mundial ( I ) – Estados Unidos e Canadá . . . 378 Unidade 4 – Os países emergentes da economia mundial ( I ) – México e Américas Central e do Sul . . . . . . . . . 401 f1 1 p h o to /S h u tt e rs to ck 365 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd 365 10/20/17 3:07 PM 366 G e o g ra fi a G e ra l Unidade 1 Demografia Crescimento populacional mundial Há aproximadamente 2 mil anos, a população mundial era de 250 milhões de habitantes. Várias áreas da superfície terrestre eram desabitadas, e o crescimento da população era lento. Com o baixo desenvolvimento da agricultura e da pecuária nessa época e as frequentes guerras e epi- demias que afetavam todo o planeta, a população mundial era praticamente a mesma devido ao equilíbrio existente entre as taxas de natalidade e mortalidade. 6 5 4 3 2 1 0 8000 a.C. 1 d.C. 2000 População (em bilhões de hab.) Anos Evolu•‹o da popula•‹o mundial A partir das Grandes Navegações, no início da Modernidade, e da incorporação de novas áreas agrícolas, a oferta de alimentos aumentou e provocou uma sensível melhora na qualidade de vida da população mundial, a princípio na Europa. No século XIX, o crescimento populacional avançou e, nesse período, passou a contabilizar 1 bilhão de habitantes em 1850, ou seja, a população mundial, que levara um século e meio para duplicar, cresceu verti- ginosamente em 200 anos. Nesse momento, os países tinham atingido um grau elevado de desenvolvimento econômico e industrial, e as conquistas produtivas também foram estendidas para a vida social, como a cura de algumas doenças pelo avanço da Medicina e do saneamento básico. Com isso, houve uma grande queda da mortalidade infantil e a elevação da média de vida da população. Isso acarretou o aumento do número de habitantes, principalmente em países desenvolvidos. A Inglaterra foi a pioneira no processo de industrialização e, por volta de 1750, já tinha algo em torno de 5 milhões de habitantes. Em 1840 a população chegou a 10 milhões de habitantes, e no início do século XX ultrapassava a marca dos 20 milhões de habitantes. Após a Segunda Guerra Mundial, alguns países subdesenvolvidos passaram por um processo de indus- trialização tardia e de urbanização. Esse fenômeno favoreceu um crescimento populacional considerável e passou a ser conhecido como Baby Boom (explosão no nascimento de bebês ou explosão demográfica). Veja na tabela a seguir as maiores populações do mundo. Disponível em: <www.ufjf.br/ladem/2012/05/20/a-transicao-demografica-e-o-crescimento- populacional-no-mundo-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/>. Acesso em: 10 jul. de 2017. Objetivo(s) • Perceber a dinâmica populacional com base na análise de variáveis de indicadores sociais e econômicos. Professor, identifique a população relativa pelo globo terrestre. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd 366 10/20/17 3:07 PM 367 G e o g ra fi a G e ra l Anotações Os dez pa’ses mais populosos (2015-2050) País 2015 (em milhões de hab.) País 2050 (em milhões de hab.) China 1 376 Índia 1 705 Índia 1 311 China 1 348 Estados Unidos 322 Nigéria 399 Indonésia 258 Estados Unidos 389 Brasil 208 Indonésia 321 Paquistão 189 Paquistão 310 Nigéria 182 Brasil 238 Bangladesh 161 Bangladesh 202 Rússia 143 Congo 195 México 127 Etiópia 188 Disponível em: <https://esa.un.org/unpd/wpp/Publications/Files/WPP2015_DataBooklet.pdf>. Acesso em: 30 jan. 2017. (Adaptado.) Entre 1940 e 2017, a população mundial alcançou os 7 bilhões de habitantes, e, em pouco mais de meio século, aumentou em mais de 4 bilhões de habitantes. Ao observarmos a distribuição da população mundial sobre a superfície terrestre, percebemos áreas com alta densidade demográfica e áreas com baixa densidade demográfica (concentração populacional), ou seja, áreas com muitos habitantes e outras com poucos habitantes por quilômetro quadrado. O sul e o sudeste da Ásia são exemplos significativos de grande concentração populacional, pois nessa área vivem mais de 2,8 bilhões de habitantes. África Ásia Europa América do NorteAmérica Latina e Caribe Oceania To ta l d a po pu la çã o (b ilh õe s) População mundial em 2015 = 7,3 bilhões 2010 2015 2020 2025 2055 20702050 20652060 2080 210020952075 20902085 2030 204520402035 2 4 8 12 6 10 0 Disponível em: <https://esa.un.org/unpd/wpp/Publications/Files/WPP2015_DataBooklet.pdf>. Acesso em: 30 jan. 2017. (Adaptado.) A desigual distribuição populacional na superfície terrestre é explicada por diversos fatores. Veja-os a seguir: • Fatores econômicos: o surgimento da atividade industrial propiciou grande mudança na distribuição da população, que, atraída por melhores condições de vida, se deslocou em direção às cidades industriais, ocupando novas áreas. • Fatores naturais: a presença de água sempre foi um fator determinante para atrair população, como na região da Mesopotâmia, entre os rios Tigre e Eufrates, e no Egito, próximo ao rio Nilo. Ainda em relação a fatores naturais, áreas montanhosas, frias e desérticas oferecem maior dificuldade de ocupação. • Fatores históricos: o processo de colonização em diferentes regiões do mundo, principalmente o de- senvolvido pelos europeus, favoreceu a ocupação territorial próxima do oceano, como no Brasil. População mundial por continente 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd 367 10/20/17 3:07 PM 368 G e o g ra fi a G e ra l Teorias demográ�cas Foi na Inglaterra que surgiu a primeira teoria demográfica sobre o crescimento populacional. Em 1798, o pastor protestante Thomas Robert Malthus escreveu uma obra chamada Ensaio sobre o princípio da população, que abordava questões demográficas. Segundo Malthus, o crescimento populacional não seria acompanhado pelo crescimento da produção dos bens e alimentos necessários à manutenção da vida. Popula•‹oPonto de crise Recursos Teoria b‡sica de Malthus Para ele, enquanto a produção de alimentos cresce em progressão aritmética (1, 2, 3, 4, 5, 6, ...), a popula- ção cresce em progressão geométrica (2, 4, 8, 16, 32, ...). A teoria malthusiana afirma que os povos sofreriam com a escassez de alimentos, doenças, epidemias, guerras pela disputa de alimentos, e também com a desestruturação da vida social. O que Malthus não anali- sou foi o aumento da produção agrícola pela mecanização do campo, o que evidencia que o problema da fome é a distribuição, e não a produção. Em seguida, a partir do século XX, com a queda das taxas de fecundidade, começou a ocorrer uma lenta diminuição nas taxas de crescimento vegetativo nos países industrializados. O grande crescimento populacio- nal nos países do mundo periférico, na segunda metade do século XX, despertou o debate sobre as relações entre crescimento populacional e subdesenvolvimento. Logo após a década de 1940, algumas teorias demográficas que surgiram nos países ricos passaram a responsabilizar o crescimento da população pelos baixos índices de crescimento econômico dos países pobres. Como a renda per capita era considerada um indicador básico do nível de desenvolvimento dos paí- ses, alguns teóricos postulavam que a diminuição da população constituía um caminho certo para que os países aumentassem essa renda e, consequentemen- te, alcançassem melhor desempenho econômico e social. Como esses teóricos do pós-guerra propunham o controle da natalidade para a solução das desigual- dades socioeconômicas, tal corrente demográfica fi- cou conhecida como neomalthusiana. Os neomalthusianos eram favoráveis ao uso de métodos anticoncepcionais, propunham a sua difusão em massa nos países periféricos. Conectando saberes Nesta unidade, vamos aprender um pouco sobre a teoria de Malthus e a ideia quanto à relação de crescimento populacional × produção de alimentos e a analogia com as progressões geométrica e aritmética. Esses assuntos serão tratados no 3o ano de Matemática A do Caderno 3. a re e y a _ a n n /S h u tt e rs to ck Pílulas anticoncepcionais. Professor, explique as teo- rias de Malthus, a neomal- thusiana, a ecomalthusiana e a reformista. Com base no gráfico sobre a transição demográfica, explique o re- gime demográfico tradicio- nal, a transição e o regime demográfico moderno. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd 368 10/20/17 3:07 PM 369 G e o g ra fi a G e ra l Anotações Em contraposição a essa teoria, surge, nos anos 1970, a teoria reformista ou marxista (antineo malthusiana). Segundo a teoria reformista, uma população jovem e numerosa, em virtude de elevadas taxas de natalidade, não é causa, mas consequência do subdesenvolvimento. Nos países centrais, onde o padrão de vida da população é alto, o controle da natalidade ocorre para- lelamente à melhoria da qualidade de vida da população, de maneira espontânea. Nos países periféricos, a população jovem numerosa é obstáculo ao desenvolvimento das atividades econômicas quando não são exe- cutados investimentos sociais, em particular na educação e na saúde. Tal situação gera alto volume de mão de obra desqualificada, e, para que a dinâmica demográfica entre em estabilização, é necessário buscar, em primeiro lugar, melhorias nas condições sociais e econômicas. No final do século XX, surge a teoria ecomalthusiana. Essa teoria aborda a relação entre crescimento da população e a preservação do meio natural. O questionamento dos ecomalthusianos é que, quanto maior a quantidade de habitantes, maiores serão os problemas e impactos ambientais. Segundo os ecomalthusianos, para frear esse problema é necessário controlar a taxa de natalidade e ampliar a ideia de desenvolvimento sustentável. A expressão transição demográfica, elaborada pelo demógrafo estadunidense Warren Thompson (1887-1973), no ano de 1929, contestava matematicamente a Teoria Demográfica Malthusiana. A principal referência histórica para a elaboração dessa teoria foi a Revolução Industrial e a consequente constituição da sociedade moderna de consumo. A transição demográfica é um processo de queda das taxas de mortalidade e natalidade, no qual uma sociedade passa, demograficamente, por quatro fases ou estágios para chegar ao momento de amadureci- mento demográfico. Observe o esquema a seguir. Taxas elevadas Taxas baixas Taxas de crescimento vegetativo Taxas de mortalidade Taxas de natalidade Regime demográfico tradicional Regime demográfico moderno TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA 1ª fase 2ª fase 3ª fase 4ª fase Veja a seguir as características de cada fase. • 1a fase: a natalidade e a mortalidade são altas e ocorrem de forma descontrolada. Como resultado, temos um crescimento vegetativo baixo. Essa alta taxa de mortalidade ocorre por vários fatores, como conflitos, epidemias, precárias condições sanitárias e de higiene. • 2a fase: rápido decréscimo das taxas de mortalidade com a melhoria das condições médico-hospitala- res e higiênico-sanitárias, aumentando a esperança de vida, porém a natalidade ainda é alta, promo- vendo uma explosão demográfica. • 3a fase: a taxa de natalidade diminui com a difusão de métodos contraceptivos e com acesso a educa- ção (permitindo melhor conscientização e planejamento familiar). Com as taxas de mortalidade reduzi- das, o crescimento vegetativo diminui gradativamente, mantendo-se em um nível moderado. • 4a fase: Os índices de natalidade e mortalidade voltam a se estabilizar, com crescimento populacional novamente pequeno. Teoria da transição demográ�ca 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd 369 10/20/17 3:07 PM 370 G e o g ra fi a G e ra l Anotações A estrutura da população Na atualidade, há grande preocupação em todo o mundo quanto ao que esperar das gerações que ha- bitarão a Terra nas próximas décadas. As atuais diferenças vão resultar em populações com características também diferentes. Uma população com elevada taxa de crescimento demográfico, por exemplo, terá maior número de jovens e crianças. Por outro lado, países com crescimento vegetativo baixo apresentarão muitos idosos em suas sociedades. Todas essas diferenças refletem-se na constituição da população ativa, na esperança de vida e nas ne- cessidades do mercado de trabalho. O conhecimento da distribuição dos habitantes por faixas etárias, gênero (sexo) e população ocupada por setores de atividade pode divulgar dados importantes sobre a realidade so- cioeconômica de um país. Observe o gráfico a seguir, que demonstra as faixas etárias por regiões no mundo. 41 19 34 5 26 17 46 11 12481624 21471419 24491116 23 15 45 16 0-14 15-24 25-59 60+ Porcentagem África América Latina e Caribe Ásia Oceania América do Norte Europa 0 10 20 30 40 60 80 10050 70 90 Porcentagem da população por faixa etária e por continente (2015) Disponível em: <https://esa.un.org/unpd/wpp/Publications/Files/WPP2015_DataBooklet.pdf>. Acesso em: 30 jan. 2017. (Adaptado.) Hoje, o perfil demográfico do mundo mudou, em razão do aumento da expectativa de vida e da diminuição das taxas de natalidade. Nas nações mais desenvolvidas, o número de idosos tem aumentado e os nascimen- tos, diminuído, a ponto de alguns países oferecerem ajuda financeira aos casais que resolvam ter filhos. Equador Trópico de Câncer Círculo Polar Ártico Trópico de Câncer Trópico de Capricórnio Equador Trópico de Capricórnio OCEANO PACÍFICO OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO OCEANO ÍNDICO OCEANO GLACIAL ÁRTICO 95 ou mais 90-95 85-90 80-85 75-80 70-75 65-70 60-65 55-60 50-55 45-50 40-45 35-40 30-35 menos de 30 Sem dados Expectativa de vida (em anos) N 3115 km 0 Expectativade vida (2020-2025) Disponível em: <https://esa.un.org/unpd/wpp/Maps/>. Acesso em: 30 jan. 2017. (Adaptado.) Professor, utilize as tabelas e identifique as características gerais das faixas etárias e gênero pelo mundo, em seguida explique o que são pirâmides etárias com base nos gráficos desta unidade. Devido aos baixos indicadores apresentados, as cores no final da legenda ficam imperceptíveis na escala utilizada neste mapa. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd 370 10/20/17 3:07 PM 371 G e o g ra fi a G e ra l As mulheres deverão compor a maior parte dos idosos em razão de uma maior expectativa de vida femi- nina. Contudo, ao redor do mundo as mulheres ainda vivem uma situação trabalhista longe da realidade dos homens. Os homens recebem mais e ocupam os melhores cargos. A maior parte de trabalhadores é do sexo masculino, e nos países centrais da Europa e da América anglo- -saxônica essas diferenças são menores. Na Ásia e na África, essa diferença é mais acentuada. Uma forma de observar as faixas etárias e o gênero de um país é pela pirâmide etária. As pirâmides etárias são gráficos que demonstram as estruturas de uma população, como sua distribuição por gênero e idades. A faixa etária (jovens, adultos e idosos) é o indicador mais usado e basicamente pode ser de três tipos: população jovem, população em fase de envelhecimento e população envelhecida. • Populações jovens: ocorrem em geral nos países periféricos, onde o elevado crescimento vegetativo e a baixa expectativa de vida são responsáveis por pirâmides etárias de base larga e pequena altura, com mais de 45% de população jovem e menos de 10% na faixa dos idosos. A grande porcentagem de jovens requer altos investimentos em educação e saúde, para qualificar a mão de obra e obter melhores condições de competir na economia global. • Populações em fase de envelhecimento: ocorrem em países centrais jovens e países periféricos indus- trializados, nos quais predominam os adultos, mas o contingente abaixo de 20 anos representa parcela significativa da população. O crescimento demográfico é moderado, e a expectativa de vida é elevada ou está em elevação, refletindo um bom padrão de vida. • Populações envelhecidas: ocorrem em países centrais antigos, particularmente os do norte e noroeste da Europa. Nesse grupo, o desenvolvimento industrial contribuiu, já no século XIX, para a melhoria das condições socioeconômicas e médico-sanitárias da população. Veja as pirâmides etárias, a seguir. Hipertexto Esse assunto também é abordado no Caderno 2 de Geografia do Brasil. A partir da análise do que são as pirâmides e os tipos de pirâmides, estabeleça uma relação da teoria demonstrada nesta unidade com a evolução populacional e os tipos de pirâmides do Brasil. 15 10 5 0 5 10 15 0-4 5-9 10-14 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79 80-84 85-89 90-94 95-99 100+ Percentual populacional Ásia 0-4 5-9 10-14 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79 80-84 85-89 90-94 95-99 100+ 15 10 5 0 5 10 15 Percentual populacional Europa 0-4 5-9 10-14 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79 80-84 85-89 90-94 95-99 100+ 15 10 5 0 5 10 15 Percentual populacional América do Sul e Caribe 0-4 5-9 10-14 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79 80-84 85-89 90-94 95-99 100+ 15 10 5 0 5 10 15 Percentual populacional América do Norte 0-4 5-9 10-14 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79 80-84 85-89 90-94 95-99 100+ 15 10 5 0 5 10 15 Percentual populacional Oceania 0-4 5-9 10-14 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79 80-84 85-89 90-94 95-99 100+ 15 10 5 0 5 10 15 Percentual populacional África 2015 2050 Id a d e Id a d e Id a d e Id a d e Id a d e Id a d e 2015 2050 Homem Mulher Homem Mulher Disponível em: <https://esa.un.org/unpd/wpp/Publications/Files/WPP2015_DataBooklet.pdf>. Acesso em: 30 jan. 2017. (Adaptado.) 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd 371 10/20/17 3:08 PM 372 G e o g ra fi a G e ra l Anotações Segundo a ONU, em seu relatório Revisão de Perspectivas da População Mundial, 2015, a população glo- bal está envelhecendo. Em 2015, 12% da população mundial, ou 901 milhões de pessoas, tinham 60 anos. O número de pessoas idosas está crescendo a uma taxa anual 3,3% mais rápida do que qualquer outra faixa etá- ria. O envelhecimento da população continuará a níveis elevados globalmente, e, em 2050, 22% da população total, ou 2,1 bilhões de pessoas, terá 60 anos ou mais. Todas as principais áreas do mundo, com exceção da África, terão quase um quarto ou mais de sua popu- lação com 60 anos ou mais até 2050. Os países precisam antecipar e planejar o envelhecimento da população. É preciso assegurar o bem-estar das pessoas idosas por meio do Estatuto do Idoso, assim como garantir sua segurança econômica e acesso a serviços de saúde adequados. Atividade discursiva (UFU-MG) Statistics Bureau, MIC; Ministry of Health, Labour and Welfare. a) Por que motivo a pirâmide etária do Japão vem modificando substancialmente sua forma a partir de 1950? A partir de 1950, o Japão teve um grande crescimento econômico e melhoria nos indicadores de educação e saúde, tornando-se um país desenvolvido. Desde então, houve uma queda da taxa de natalidade e um aumento substancial na expectativa de vida. Assim, o percentual de jovens foi se reduzindo e o de adultos e idosos, crescendo. b) Apresente duas consequências socioeconômicas enfrentadas pelo Japão, levando em consideração as alterações na estrutura de sua pirâmide etária. Entre as consequências das mudanças demográficas no Japão, destacam-se: • baixa taxa de natalidade e redução da população absoluta; • crescimento da população de terceira idade e dos custos com previdência social e saúde; • escassez de mão de obra, obrigando o país a utilizar um contingente importante de imigrantes no mercado de trabalho; • baixo crescimento do mercado consumidor e do consumo, levando ao baixo crescimento do PIB (Produto Interno Bruto). R e p ro d u ç ã o /V e s ti b u la r U F U 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd 372 10/20/17 3:08 PM 373 G e o g ra fi a G e ra l Atividades Em sala 1. (UPE) Tend•ncias globais em fecundidade A população mundial ultrapassou os 7 bilhões e está proje- tada para alcançar 9 bilhões até 2050. Em termos gerais, o crescimento populacional é maior nos países mais pobres, onde as preferências de fecundidade são mais altas, onde os governos carecem de recursos para atender à crescente demanda por serviços e infraestrutura, onde o crescimento dos empregos não está acompanhando o número de pessoas que entram para a força de trabalho e onde muitos grupos populacionais enfrentam grandes dificuldades no acesso à informação e aos serviços de planejamento familiar. Population Reference Bureau, 2011. Com base no texto, é CORRETO afirmar que: a) as taxas de nascimento da população mundial têm declinado vagarosamente, contudo há grandes disparidades entre as regiões mais e menos desenvolvidas, como na África subsaariana, onde as mulheres têm três vezes mais filhos, em média, que as das regiões mais desenvolvidas do mundo. b) a pobreza, a desigualdade de gênero e as pressões sociais revelam acesso desigual aos meios de prevenção à gravidez, mas não são consideradas nos índices demográficos como indicadores da persistente alta da taxa de fecundidade no mundo em desenvolvimento. c) o aumento do uso de contraceptivosé consideravelmente responsável pelo aumento das taxas de fecundidade nos países desenvolvidos. Globalmente, cerca de quatro mulheres escolarizadas, sexualmente ativas e na idade reprodutiva não adotam o planejamento familiar. d) a taxa de fecundidade total é uma medida mais direta do nível de longevidade que a taxa bruta de natalidade, uma vez que se refere ao envelhecimento da população feminina. Esse indicador mostra o potencial das mudanças de gênero nos países. e) uma média de cinco filhos por mulher é considerada a taxa de substituição de uma população, provocando uma relativa instabilidade em termos de números absolutos. Taxas acima de cinco filhos indicam população crescendo em tamanho cuja idade média está em ascensão. 2. (Vunesp-SP) No estudo do crescimento demográfico mun- dial, a teoria que considera a sociedade de consumo e os impactos do consumismo denomina-se: a) teoria antinatalista, ponderando o aumento populacional atrelado à lentidão na recomposição do meio ambiente. b) teoria neomalthusiana, relacionando o crescimento populacional às políticas de recuperação do meio ambiente. c) teoria ecomalthusiana, avaliando a pressão do crescimento populacional sobre os recursos naturais. d) teoria malthusiana, associando o número de pessoas no planeta ao custo do passivo ambiental esperado. e) teoria reformista, analisando as populações dos países a partir da gestão de seus recursos naturais. 3. (UFRGS-RS) Observe o mapa abaixo. Considere as informações abaixo, contidas no mapa, sobre Mulheres Economicamente Ativas em 2010 no mundo. I. Os países mais ricos têm, proporcionalmente, maior quan- tidade de mulheres que participam do mercado de trabalho. II. O mapa mostra que a participação da mulher nas ativida- des econômicas está presente na maior parte dos países. III. Os países considerados menos desenvolvidos possuem a maior participação relativa das mulheres na população economicamente ativa. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas I e III. d) Apenas II e III. e) I, II e III. 4. (Uerj) TAXA DE CRESCIMENTO POPULACIONAL DO MUNDO DA ANTIGUIDADE ATƒ 2100 1,8% 2,0% 1,6% 1,4% 1,2% 1,0% 0,8% 0,6% 0,4% 0,2% 0,0% 0 -1 0 0 0 10 01 -1 5 0 0 15 01 -1 7 0 0 17 01 -1 8 2 0 18 2 1- 19 13 19 14 -1 9 5 0 19 5 1- 19 7 0 19 7 1- 19 9 0 19 9 1- 2 01 2 20 13 -2 03 0 20 31 -2 05 0 20 51 -2 07 0 20 71 -2 10 0 Resposta: A. Resposta: C. Fonte: <http://atlasescolar.ibge.gov.br/images/atlas/mapas_mundo/ mundo_mulheres_economicamente_ativas.pdf>. Acesso em: 11 set. 2015. R e p ro d u ç ã o /V e s ti b u la r U F R G S Resposta: D. Adaptado de huffingtonpost.com. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd 373 10/20/17 3:08 PM 374 G e o g ra fi a G e ra l Com base nas informações do gráfico, a pirâmide etária que representa a população mundial no ano de 2016 é: a) b) c) d) Para casa 1. (UEMG) A população e as questões de reprodução humana na África e na China. Segundo a projeção média da ONU, devido às diferenças nas taxas de fecundidade, o ritmo de crescimento demográ- fico será completamente diferente entre a África e China no século XXI (...). A pressão ambiental vai ser muito grande. A China, mesmo com a população em declínio, deve apresentar muito crescimento econômico com grande aumento do consu- mo. Na África, a combinação de crescimento econômico com crescimento desigual do consumo pode provocar uma situa- ção de agravamento da pobreza social e ambiental. Portan- to, mesmo com enormes diferenças do ritmo de crescimento populacional, os desafios serão enormes para ambos (...) Disponível em: <www.ecodebate.com.br>. Acesso em: 13 jul. 2012. Adaptado. 19 50 19 60 19 70 19 80 19 90 20 0 0 20 10 20 20 20 30 20 40 20 50 20 60 20 70 20 80 20 90 21 0 0 ÁFRICA População da África e China: 1950-2100 CHINA 4.000.000 3.500.000 3.000.000 2.500.000 2.000.000 1.500.000 1.000.000 500.000 0 Po pu la çã o (e m m il) - pr oj eç ão m éd ia Com base nas informações obtidas acima, é CORRETO afir- mar que: a) a população da China era de 751 milhões de habitantes em 1950, enquanto a população de todo o continente africano era de 230 milhões de habitantes. b) em 1970, a população da China era de 815 milhões, e a da África era de 368 milhões; portanto, ainda havia 3,2 chineses para cada africano. c) segundo a projeção média da ONU, a população da China vai cair para 941 milhões de habitantes em 2100, e a população da África deve alcançar 3,57 bilhões de habitantes. d) em 2045, a população da África, com 1,42 bilhão de habitantes, será maior do que a população da China, com 1,39 bilhão de habitantes. 2. (Fac. Pequeno Príncipe – Medicina) Transição demográfica é o processo pelo qual as sociedades passam do estágio de altas taxas para o de baixas taxas de natalidade e de mortalidade. Mas, entre um estágio e outro, ocorre um “descolamento” en- tre o comportamento dessas taxas, ocasionando a aceleração do crescimento vegetativo. Adaptado de MAGNOLI, D. Geografia para o ensino médio: Brasil, Estado e espaço geográfico. São Paulo: Saraiva, 2010. v. 2, p. 136. Esses estágios podem ser visualizados no gráfico abaixo: R e p ro d u ç ã o /V e s ti b u la r U E R J R e p ro d u ç ã o /V e s ti b u la r U E R J R e p ro d u ç ã o /V e s ti b u la r U E R J Resposta: A. R e p ro d u ç ã o /V e s ti b u la r U E R J Publicado em 13 de julho de 2012 por HC. Adaptado. Resposta: C. Disponível em: <http://alunosonline.uol.com.br/geografia/ transicao-demografica.html>. Acesso em: 18 mar. 2016. R e p ro d u ç ã o /V e s ti b u la r F a c u ld a d e s P e q u e n o P rí n c ip e – M e d ic in a 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd 374 10/20/17 3:08 PM 375 G e o g ra fi a G e ra l O enunciado e o gráfico permitem entender que: a) no mundo atual, os países de maioria muçulmana vivem a Fase 2 da transição demográfica devido à redução da mortalidade e da natalidade, o que é resultado da proibição do uso de métodos anticoncepcionais por questões religiosas. b) a teoria de Malthus sobre o descompasso entre crescimento demográfico e produção de alimentos descrevia a dinâmica demográfica da humanidade até o século XIX, porém o uso de métodos contraceptivos artificiais no século XX permitiu que a teoria malthusiana não se confirmasse. c) a África subsaariana ainda não deu início à sua transição demográfica porque as taxas de natalidade e de mortalidade mantêm-se elevadas devido ao baixo crescimento da população urbana. d) as sociedades camponesas tradicionais marcam a Fase 1 da transição demográfica, pois apresentam natalidade e mortalidade alta. A carência de serviços médicos e de condições sanitárias estão entre as causas dessa realidade. e) os países industrializados atraem muitos trabalhadores imigrantes, resultando em um crescimento vegetativo elevado, o que pode ser caracterizado como “explosão demográfica”. 3. (UEPB) A charge e o texto abaixo retratam um dos temas trabalhados pela Geografia: Questão de Gênero. O direito a uma vida livre de violência é um dos direitos básicos de toda mulher. É pela garantia desse direito que marchamos hoje e marcharemos sempre, até que todas sejamos livres. Esse texto constava entre os inúmeros cartazes na Segunda Marcha das Vadias no Distrito Federal. Com base nas informações da charge, do texto e seus conhecimentos sobre o tema, são verdadeiras as afirmativas, EXCETO: a) A violência física contra a mulher é o estágio de uma série de violências verbais, simbólicas, psicológicas que atingem mulheres todos os dias. A discriminação histórica contra a mulher não é fruto de uma concepção patriarcal que ainda impera, mesmo inconscientemente, na sociedade. b) A marcha das vadias objetiva conscientizar a sociedade de que a culpa do estupro não é da mulher e o estupro não dever estar associadoao modo como ela se veste. Protestam contra a culpabilização das vítimas nos casos das violências sofridas. Criticam também as instituições que sustentam a dominação e a exploração contra a mulher. c) A mercantilização do corpo da mulher, do prazer e a banalização da exploração sexual são dimensões da globalização econômica. A mulher é considerada alvo estratégico do consumismo e o apelo sexual o elemento central nesse método. d) Mulheres trabalhadoras assalariadas, depois do trabalho nas fábricas, no comércio, no campo ou como empregadas domésticas, são subordinadas à dupla jornada de trabalho ao realizarem as tarefas domésticas ao chegarem em casa. Já as mulheres burguesas ou de classe média alta, mesmo que trabalhem, relegam as mulheres mais pobres a essa segunda atividade. Logo, em sua grande maioria são as mulheres pobres e trabalhadoras exploradas e oprimidas que lutam de forma consciente contra a opressão. e) A opressão ao sexo feminino nas empresas se dá na prática do assédio e abuso sexual em troca da manutenção do emprego e das promoções de cargos. As mulheres que não aceitam esses “pré-requisitos” têm que se desdobrar e demonstrar capacidade e superioridade para se manter em seus empregos. 4. (UEL-PR) Leia o texto e analise os gráficos, a seguir, que representam as pirâmides etárias da população (em %) de países subdesen- volvidos e desenvolvidos, em 2000. A estrutura etária da população tem reflexos importantes na economia de um país. A população economicamente ativa (PEA), ou seja, aquela que trabalha e produz riquezas, é composta, em sua maioria, de adultos (de 20 a 59 anos de idade). É essa população que, por meio do recolhimento de impostos, ajuda o Estado a sustentar a economia nacional. Uma defasagem muito grande no número de ativos em relação aos inativos desequilibra essa equação. Resposta: D. R e p ro d u ç ã o /V e s ti b u la r U E P B Resposta: A. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd 375 10/20/17 3:08 PM 376 G e o g ra fi a G e ra l (Adaptado de: MOREIRA, J. C.; SENE, E. Geografia. São Paulo: Scipione, 2005. p. 440.) Com base no texto, nos gráficos e nos conhecimentos sobre estrutura etária da população, atribua V (verdadeiro) ou F (falso) às afirmativas a seguir. ( ) A pirâmide etária dos países subdesenvolvidos apresenta uma base larga e um topo estreito, em virtude da baixa expectativa de vida da população. ( ) O estudo sobre pirâmides etárias possibilita compreender, entre outros fatores, a dinâmica populacional e econômica de um país e sua história recente. ( ) O aumento da expectativa de vida da população, acompanhado da queda das taxas de natalidade e mortalidade, provoca mu- danças na pirâmide etária. ( ) O aumento da população economicamente ativa em relação aos inativos desequilibra a produção de riquezas e diminui o recolhimento de impostos. ( ) Nos países subdesenvolvidos, a combinação entre baixa natalidade e alta expectativa de vida tem levado ao progressivo envelhecimento da população e à recessão econômica. Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência correta. a) V, V, V, F, F. b) V, F, V, F, V. c) V, F, F, V, V. d) F, V, V, F, F. e) F, F, F, V, V. Mais Enem (Enem) A África Ocidental é conhecida pela dinâmica das suas mulheres comerciantes, caracterizadas pela perícia, autonomia e mobilidade. A sua presença, que fora atestada por viajantes e por missionários portugueses que visitaram a costa a partir do século XV, consta também na ampla documentação sobre a região. A literatura é rica em referências às grandes mulheres como as vendedoras ambulantes, cujo jeito para o negócio, bem como a autonomia e mobilidade, é tão típico da região. HAVIK, P. Dinâmicas e assimetrias afro-atlânticas: a agência feminina e representações em mudança na Guiné (séculos XIX e XX). In: PANTOJA. S. (Org.). Identidades, memórias e histórias em terras africanas. Brasília: LGE; Luanda: Nzila, 2006. A abordagem realizada pelo autor sobre a vida social da África Ocidental pode ser relacionada a uma característica marcante das cidades no Brasil escravista nos séculos XVIII e XIX, que se observa pela: a) restrição à realização do comércio ambulante por africanos escravizados e seus descendentes. b) convivência entre homens e mulheres livres, de diversas origens, no pequeno comércio. c) presença de mulheres negras no comércio de rua de diversos produtos e alimentos. d) dissolução dos hábitos culturais trazidos do continente de origem dos escravizados. e) entrada de imigrantes portugueses nas atividades ligadas ao pequeno comércio urbano. R e p ro d u ç ã o /V e s ti b u la r U E L Resposta: A. Resposta: C. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd 376 10/20/17 3:08 PM 377 G e o g ra fi a G e ra l Sintetizando a unidade Chegamos ao final da unidade e é hora de sintetizar os conteúdos trabalhados. Como você verá no esquema a seguir, os conteúdos que estudamos mantêm relações entre si e servem de fundamento para assuntos que ainda trabalharemos neste material. Observe com atenção o esquema a seguir e explique o que se pede de acordo com os conteúdos apresentados. Estrutura da população Gênero Idades Pirâmides etárias Crescimento populacional Teorias demográficas Transição demográfica Neo- -malthusiana Reformista Malthusiana a) Teoria malthusiana: Afirma que os povos iriam sofrer com a escassez de alimentos, doen- ças, epidemias, guerras pela disputa de alimentos, além da desestru- turação da vida social. Propõe o controle de natalidade por abstinência sexual. b) Teoria neomalthusiana: Surge nos anos 1940 nos países ricos, que passaram a responsabilizar o crescimento da população pelos baixos índices de crescimento eco- nômico dos países pobres. Os neomalthusianos eram favoráveis ao uso de métodos anticoncepcionais, propunham a sua difusão em massa nos países periféricos. c) Teoria reformista: Surge nos anos 1970 a teoria reformista ou marxista (antineomalthusia- na). Segundo a teoria reformista, uma população jovem e numerosa, em virtude de elevadas taxas de natalidade, não é causa, mas conse- quência do subdesenvolvimento. Nos países periféricos, a população jovem numerosa é obstáculo ao desenvolvimento das atividades eco- nômicas quando não são executados investimentos sociais, em particu- lar na educação e na saúde. Tal situação gera alto volume de mão de obra desqualificada, e, para que a dinâmica demográfica entre em estabilização, é necessário buscar, em primeiro lugar, melhorias nas condições sociais e econômicas. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd 377 10/20/17 3:08 PM 378 G e o g ra fi a G e ra l Unidade 2 A centralização econômica mundial ( I ) – Estados Unidos e Canadá Introdução Após analisarmos, ao longo dos conteúdos iniciais, as características sociais, econômicas e políticas em diferentes regiões do globo, passaremos a destacar as particularidades dos países centrais (desenvolvidos) e periféricos (subdesenvolvidos, emergentes e marginalizados). Essa análise passará pela identificação dos aspectos naturais (recursos energéticos, minerais e hídricos), em seguida pensaremos essas sociedades e seu desenvolvimento humano e, por fim, um levantamento de sua eco- nomia e aspectos geopolíticos. Aproveite, esse será um momento revelador e de ampliação do conhecimento. Vamos começar pelos Estados Unidos e pelo Canadá, mas antes é importante entendermos a América e seu contexto. Segundo maior continente do mundo, a América, com uma extensão territorial de 42 560 270 km2, é dividida em subcontinentes conhecidos como América do Norte, Central e do Sul. A América localiza-se no he- misfério ocidental, entre o oceano Pacífico e o oceano Atlântico. Em sua extensão norte e sul está delimitada pelo oceano Glacial Ártico e pelo cabo Horn. Em razão de sua diversidade natural, humana e econômica, a América pode ser regionalizada de duas formas. •Segundo aspectos geográficos: apresenta três unidades – a América do Norte (Canadá, Estados Uni- dos e México), a América Central e a América do Sul. • Segundo a adversidade humana e econômica: apresenta a América Latina e a América anglo-saxônica (Canadá e Estados Unidos). América Latina é uma expressão utilizada para identificar países que falam línguas derivadas do latim. É composta de México, América Central e América do Sul. OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO Trópico de Capricórnio Equador Trópico de Câncer AMÉRICA DO NORTE AMÉRICA DO SUL AMÉRICA CENTRAL OCEANO GLACIAL ÁRTICO N 1660 km 0 Localização geográ�ca BRASILPERU ARGENTINA PARAGUAI OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO Trópico de Capricórnio Equador Trópico de Câncer MÉXICO COLÔMBIA EQUADOR VENEZUELA GUIANA CUBA CANADÁ OCEANO GLACIAL ÁRTICO ESTADOS UNIDOS América anglo-saxônica América Latina N 1730 km 0 Divisão socioeconômica FERREIRA, Graça Maria Lemos; MARTINELLI, Marcello. Atlas Geográfico: espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2013. (Adaptado.) FERREIRA, Graça Maria Lemos; MARTINELLI, Marcello. Atlas Geográfico: espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2013. (Adaptado.) Objetivo(s) • Compreender as diferenças sociais e econômicas em países centrais e periféricos. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd 378 10/20/17 3:08 PM 379 G e o g ra fi a G e ra l Estados Unidos da América O crescimento populacional dos Estados Unidos da América foi acompanhado por inten- sa imigração. Em 1800, esse país contava com aproximadamente 7 milhões de habitantes e, no início do século XX, apresentava mais de 30 milhões de imigrantes, resultado do fluxo ocor- rido entre 1840 e 1900. Um dos fatores que propiciaram esse cres- cimento populacional foi a ocupação do Oeste, facilitada pela construção de ferrovias. Após 1929, com o desemprego e a crise econômica, o governo criou leis que coibiram a imigração. Após a Segunda Guerra Mundial, o maior fluxo de imigrantes passou a ser de latino-america- nos, principalmente de mexicanos. A população absoluta dos Estados Unidos chegou a cerca de 324 milhões de habitantes em 2017, e sua densidade apresenta média de 32 hab./km2. A distribuição populacional, no entanto, é irregular e influenciada principalmente por aspectos naturais, como as regiões desérticas, montanhosas e frias, como a do Alasca. Por outro lado, as maiores concentrações estão na costa leste e no oeste do país, onde se encontra mais da metade da população nacional. Quanto à composição étnica, verifica-se que os grupos hispânicos e asiáticos apresentam crescimento acelerado. Os negros têm mantido crescimento lento, e os brancos de origem europeia ainda predominam, mas vêm reduzindo lentamente sua participação na composição da população. Indicadores populacionais dos EUA (2017) Taxa de natalidade 12,5 por mil habitantes Taxa de mortalidade 8,2 por mil habitantes Crescimento populacional 0,81% Migração líquida 3,9 por mil habitantes Mortalidade infantil 5,8% Expectativa de vida 79,8 anos Taxa de fecundidade 1,87% Disponível em: </www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/us.html>. Acesso em: 1o fev. 2017. Com relação à urbanização, um fenômeno vem acontecendo nos Estados Unidos: a formação das megalópoles, cidades gigantescas originadas da conurbação de várias metrópoles. Essas aglomerações urbanas apresentam vários problemas, como a grande quantidade de automóveis e os consequentes congestio- namentos e poluição do ar, as altas taxas da criminalidade, associadas geralmente à expansão de áreas urbanas e à marginalização social de parcela significativa da população. Outro aspecto interessante é a distribuição de renda. Se for avaliada a relação entre ela e a concentração espacial, social e étnica, percebe-se que os hispânicos sofrem uma maior marginalização social e têm as pio- res condições de vida nos Estados Unidos. Apesar desses problemas, não se pode deixar de registrar o grande MÉXICO OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO Golfo do México CANADÁ 8 1 7 10 2 6 5 49 3 Menos de 2 De 2 a 17 18 a 35 Mais de 35 NovaYork Los Angeles Chicago Washington São Francisco 1- 2- 3- 4- 5- 21.361.797 16.373.645 9.312.255 7.572.647 7.092.596 Dallas Philadelphia Boston Detroit Miami 6- 7- 8- 9- 10- 5.377.361 5.833.585 5.715.698 5.357.538 5.007.564 N 570 km 0 Densidade demográ�ca dos EUA (2010) FERREIRA, Graça Maria Lemos; MARTINELLI, Marcello. Atlas Geográfico: espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2013. (Adaptado.) Hipertexto As expressões megalópole e conurbação serão trabalhadas no Caderno 3 de Geografia do Brasil. Contudo, é importante compreender que o termo megalópole se refere a uma cidade com influência política e econômica mundial. E conurbação é termo utilizado para se referir ao fim dos limites entre cidades e à ampliação de infraestrutura em comum. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd 379 10/20/17 3:08 PM 380 G e o g ra fi a G e ra l Anotações número de imigrantes das mais diversas partes do mundo que procuram nesse país novas oportunidades e melhores condições sociais. Por fim, a qualidade de vida que desfruta a maior parte da população norte-americana é um dos gran- des atrativos desse país. Analfabetismo baixo, ele- vado padrão alimentar (apesar dos costumes pouco saudáveis), salários relativamente altos, chances de crescimento, acesso às famosas universidades, alta expectativa de vida e baixa mortalidade infantil fazem dos Estados Unidos um país desenvolvido e atraente. Alguns indicadores sociais e econômicos dos EUA (2017) PIB US$ 18 trilhões Crescimento do PIB 1,6% Renda per capita US$ 57 300,00 Força de trabalho 158,6 milhões Taxa de desemprego 4,7% Disponível em: <www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/us.html>. Acesso em: 1o fev. 2017. A economia estadunidense, com um PIB (Produto Interno Bruto) de US$ 18 trilhões, apresenta grande dinamismo em vários setores de atividades. O setor industrial tem enorme expressão econômica, além de polarizar, em importantes belts (cinturões) industriais, boa parte da população e cidades americanas. MÉXICO OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO Golfo do México CANADÁ Boston Nova York Filadélfia Baltimore PittsburgCleveland St. Louis Chicago Gary Detroit Buffalo Minneapolis Kansas CityWichita Huntsville Birmingham Atlanta Cabo Canaveral Miami Houston Matamoros BrownsvilleNuevo Laredo Laredo Austin Dallas El Paso Ciudad Juárez Nogales Tucson Mexicali Tijuana San Diego Los Angeles San Francisco Vale do Silício Portland Seattle Salt Lake City Nova Orleans Denver Região industrial antiga (Manufacturing Belt) Região industrial nova e de alta tecnologia Cidades onde estão instaladas montadoras norte-americanas "maquiadoras" Cidades fronteiriças onde estão implantadas várias indústrias "maquiadoras" Minério de ferro Bases da NASA Limite entre Snow Belt e Sun Belt Siderurgia Petroquímica Automobilística Têxtil Têxtil — implantação recente Indústria de ponta Aeronáutica Aeroespacial (NASA) Tecnopolos N 385 km 0 Distribuição espacial das indústrias nos EUA FERREIRA, Graça Maria Lemos; MARTINELLI, Marcello. Atlas Geográfico: espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2013. (Adaptado.) Composição do PIB por setores de Atividade nos EUA (%) – 2017 Primário; 1,1% Secundário; 19,4% Terciário; 79,5% Disponível em: <www.cia.gov/library/publications/the-world- factbook/geos/us.html>. Acesso em: 1o fev. 2017. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd 380 10/20/17 3:08 PM 381 G e o g ra fi a G e ra l AnotaçõesPela análise do mapa, percebe-se que a distribuição das indústrias nos Estados Unidos está concentrada em duas áreas: • Manufacturing Belt: também conhecido como Snow Belt, Frost Belt e Rust Belt, está localizado na região que compreende a região nordeste dos Estados Unidos até a região dos Grandes Lagos. Essa é a área do início do processo de industrialização que ocorreu entre o final do século XIX e o início do século XX. Nas décadas mais recentes, mesmo sendo a região um símbolo do desenvolvimento industrial nesse país, as indústrias siderúrgicas e as grandes montadoras ali instaladas estão enfrentando grande crise, sendo a cidade de Detroit um dos maiores exemplos de declínio. • Sun Belt: é a região de industrialização recente, abrange as costas oeste, sudeste e sul do país. É chama- da assim porque essas áreas, em sua grande maioria, apresentam climas mais quentes, exceto Seattle, na fronteira com o Canadá. Logo após a Segunda Guerra Mundial, essas áreas passaram a receber grandes investimentos em setores de indústrias de alta tecnologia, como armamento, informática, telecomunicações, eletrônica, química fina e aeroespacial. Somada a essa estratégia do governo es- tadunidense, pesava a necessidade de descentralização da indústria bélica por causa do contexto da Guerra Fria. A costa oeste também abriga o famoso Sillicon Valley (vale do Silício), a mais importante aglomeração industrial dos Estados Unidos. Essas indústrias encontram-se na região de San-San (San Francisco, San Diego e Los Angeles, na Califórnia). Nesse local, concentram-se grandes indústrias de alta tecnologia que fabricam componentes eletrônicos e indústrias dos setores da microeletrônica e in- formática, como Apple e Intel, além da Hewlett-Packard (HP) e da Microsoft, que iniciou suas atividades nessa região e posteriormente transferiu-se para Redmond, próximo a Seattle. A economia rural norte-americana é também bastante favorecida pela presença de solos férteis e exten- sas planícies em seu território central, além de climas propícios para a prática agrícola. A distribuição das atividades agropecuárias no país, bem definida em relação ao espaço geográfico, é co- nhecida como cinturões agropecuários (belts). Veja no mapa a seguir e nos próximos parágrafos esses cinturões. 1. Fruit belt (cinturão das frutas): culturas tropicais de frutas cítricas, arroz e cana-de-açúcar, realizadas em áreas da Califórnia e da Flórida, com clima quente. 2. Cotton belt (cinturão do algodão): área dedicada à produção de algodão, com produção desde o século XVII. MÉXICO OCEANO ATLÂNTICOOCEANO PACÍFICO Golfo do México CANADÁ Batata Fumo Culturas irrigadas Soja Fruticultura Isoietas 12 3 4 5 6 7 8 N 425 km 0 FERREIRA, Graça Maria Lemos; MARTINELLI, Marcello. Atlas Geográfico: espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2013. (Adaptado.) Cinturões agropecuários nos EUA 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd 381 10/20/17 3:08 PM 382 G e o g ra fi a G e ra l Anotações 3. Corn belt (cinturão do milho): área dedicada à produção de milho, além de culturas secundárias e cria- ção de suínos. Localizado nas planícies centrais do país, esse belt é considerado o celeiro agrícola dos Estados Unidos. 4. Dairy belt (cinturão do leite): região do país onde ocorre a produção agrícola destinada ao abasteci- mento das grandes cidades do nordeste americano. Pratica-se a pecuária leiteira, além de moderna avicultura e policultura intensiva de hortifrutigranjeiros. 5. Wheat belt (cinturão do trigo): área destinada à produção de trigo, com alta mecanização e pouca mão de obra. 6. Policultura: agricultura variada, com a presença de produção de tabaco, milho, amendoim e trigo. 7. Dry farming (agricultura em áreas secas): ocorre no oeste do país, em especial na cidade de Colúmbia e no estado do Colorado. Consiste em uma forma de agricultura que utiliza a técnica de revolvimento de solos profundos e úmidos, associada a modernas técnicas de irrigação. Realizam-se nessa região a produção de legumes, frutas e verduras e a criação de gado leiteiro. 8. Ranching belt (cinturão da pecuária): área de produção de pecuária bovina de corte, com utilização de modernas tecnologias, grande investimento e pouca mão de obra. Mesmo com baixa participação no PIB (2%), a agricultura tem grande importância na economia estadu- nidense. Entre vários aspectos da economia do país no setor primário pode-se citar o comércio externo de seus produtos agrícolas. Esse setor é responsável por 10% das exportações do país, e grande parte delas é facilitada pela ajuda dada pelo governo aos agricultores (subsídios agrícolas). Também se observa aumento da produtividade graças ao aprimoramento e à utilização de modernas tecnologias. Além da indústria e da agricultura, outro fator importante para o desenvolvimento dos Estados Unidos são as suas fontes de energia. O país é o primeiro produtor mundial de energia e tem se mantido entre os maiores produtores mundiais de carvão, gás natural e petróleo. Um aspecto que se nota, porém, na relação entre produção e consumo, é a sua dependência em relação ao combustível estrangeiro. A importante jazida de carvão mineral nos montes Apalaches e a presença de minérios metálicos próximo ao lago Superior, entre Canadá e Estados Unidos, foram essenciais para o desenvolvimento industrial do nordeste desse país. E na bacia sedimentar das planícies centrais e na porção sul próximo à borda do golfo do México encontram-se importantes jazidas de petróleo e gás natural. Canadá O Canadá apresenta superfície de 9 970 610 km2, o que representa 7% da superfície do planeta e lhe ga- rante a posição de país mais extenso da América e segundo do mundo, atrás somente da Rússia. C írculo Polar Ártico GROENLÂNDIA (DIN.) ESTADOS UNIDOS OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO OCEANO GLACIAL ÁRTICO Grandes Lagos Baía de Hudson Estreito de Hudson Baía de Baffin Mar de Beaufort Golfo do Alasca % da população cuja língua materna é: Inglês Línguas Francês De 50 a 80 Mais de 80 15% Outras 24% Francês 61% Inglês 100% 0% Mais de 80 ALASCA (EUA) Ottawa Toronto Quebec St. John´s Charlottetown Halifax FrederictonWinnipeg Regina Edmonton Victoria Whitehorse Yellowknife TERRITÓRIO DO NOROESTE TERRITÓRIO DE YUKON COLÚMBIA BRITÂNICA ALBERTA S A S K A T C H E W A N MANITOBA ONTÁRIO QUEBEC TERRITÓRIO DE NUNAVUT Iqaluit TERRA NOVA NOVA ESCÓCIA 1 2 1- Ilha Príncipe Eduardo 2- Nova Brunswick N 7200 km 0 Diversidade linguística no Canadá FERREIRA, Graça Maria Lemos; MARTINELLI, Marcello. Atlas Geográfico: espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2013. (Adaptado.) 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd 382 10/20/17 3:08 PM 383 G e o g ra fi a G e ra l Anotações Nesse país, grandes extensões territoriais apresentam diversas formações florestais e áreas cobertas por gelo no extremo norte. No entanto, o Canadá exibe moderna e diversificada economia que o faz um dos mais importantes e ricos países do globo. O Canadá foi uma colônia de povoamento, com as mesmas características dos Estados Unidos: recebeu imigrantes que também fugiam de perseguições religiosas e políticas na Europa. Como em outras regiões da América anglo-saxônica, o território canadense sofreu forte disputa entre franceses e ingleses. O país é bilíngue: são reconhecidos no país os idiomas inglês e francês. O Canadá apresenta histo- ricamente disparidades asso- ciadas ao processo de ocupação territorial promovido pelos colo- nizadores. Diferenças religiosas, culturais e econômicas sempre incentivaram a província cana- dense de Quebec – maioria cató- lica e predomínio da língua fran- cesa – a se separar do país. Nesse amplo território cana-dense vivem cerca de 35 milhões de habitantes (2017), por isso a densidade demográfica média do Canadá é de apenas 3,5 hab./km2: um país, portanto, pouco povoado. A causa desse baixo povoamento está associada ao fato de que grande parte do território se localiza em áreas de alta latitude do globo terrestre, onde as temperaturas muito baixas dificultam a ocupação pelo homem. Assim, a maior concentração demo- gráfica encontra-se no sudeste do país, próximo aos Grandes Lagos e ao rio São Lourenço. A principal característica da população canadense é sua heterogeneidade: 28% da população é de origem britânica, 23% de origem francesa, 15% é composta de outros povos de origem europeia, 2% de ameríndios, 6% de grupos asiáticos e africanos e 26% de pardos (mestiços). Os indígenas formam aproximadamente 570 grupos, além dos inuits, popularmente conhecidos como esquimós. Indicadores populacionais do Canad‡ (2017) Taxa de natalidade 10,3 por mil habitantes Taxa de mortalidade 8,5 por mil habitantes Crescimento populacional 0,74% Migração líquida 5,7 por mil habitantes Mortalidade infantil 4,6% Expectativa de vida 81,9 anos Taxa de fecundidade 1,6% Disponível em: <www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/us.html>. Acesso em: 1o fev. 2017. Além de pesados investimentos estadunidenses na ex- ploração de recursos naturais, como madeira, petróleo, gás natural e recursos minerais (ouro, prata, minério de ferro, urânio, níquel, cobre, zinco, etc.), ocorreu a implantação de indústrias de transformação, automobilísticas, de borracha, de alumínio, químicas e de aparelhos elétricos e eletrônicos. A proximidade geográfica entre o nordeste estadunidense e o sudeste canadense faz com que o centro decisório de vários setores industriais da economia canadense esteja li- gado ao mais antigo centro industrial dos Estados Unidos (Manufacturing Belt). Com isso, muitos consideram a econo- mia dos dois países única, dado o seu nível de integração. Vancouver, no Canad‡. P a u l C a p u to /s x c .h u TerciárioSecundárioPrimário 0 10 30 20 40 50 60 70 80 70,7 27,7 1,6 Composição do PIB por setores de atividade no Canadá (%) – 2017 Disponível em: <www.cia.gov/library/publications/the- world-factbook/geos/us.html>. Acesso em: 1o fev. 2017. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd 383 10/20/17 3:08 PM 384 G e o g ra fi a G e ra l Anotações Alguns indicadores sociais e econômicos do Canadá (2017) PIB US$ 1,6 trilhão Crescimento do PIB 1,6% Renda per capita US$ 46 200,00 Força de trabalho 19,4 milhões Taxa de desemprego 7,1% Disponível em: <www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/us.html>. Acesso em: 1o fev. 2017. O clima restringe a atividade agrícola no país. A maior parte do território permanece congelada durante vários meses do ano. As áreas agrícolas são pequenas, mas a agricul- tura e a pecuária ostentam alto rendimento. As principais áreas agrícolas do Canadá estão no vale do rio São Lourenço, onde predomina a policultura, associada à criação de gado leiteiro – destinada ao abastecimento interno –, e nas planícies centrais. Nessas áreas destacam-se lavouras de cereais, principalmente de trigo. A agricultura é praticada com técnicas modernas, inten- sa mecanização e reduzida mão de obra. O Canadá é um dos maiores produtores de ce- lulose do mundo. A madeira é explorada na floresta de Coníferas. Originalmente, essa vegetação ocupava larga faixa que se estendia do leste a oeste do país. Também é conhecida como Floresta Laurenciana ou Floresta Canadense. Sua ocorrência está ligada ao clima frio e à pre- sença de neve de três a seis meses no ano. Atividade discursiva (Uerj) No mapa, o conjunto das áreas em laranja e o conjunto em azul representam, cada um, metade do Produ- to Interno Bruto (PIB) norte-americano distribuído por todo o território do país. cdn0.vox-cdn.com R e p ro d u ç ã o /V e s ti b u la r U E R J C írculo Polar Ártico GROENLÂNDIA (DIN.) ESTADOS UNIDOS OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO OCEANO GLACIAL ÁRTICO Grandes Lagos Baía de Hudson Estreito de Hudson Baía de Baffin Mar de Beaufort Golfo do Alasca ALASCA (EUA) Terras improdutivas Florestas (madeira) e animais (peles) Terras cultivadas (trigo, policultura, criação) Exploração florestal Plantação de legumes e frutas Trigo de primavera Criação Po lic ul tu ra Criação N 735 km 0 Uso da terra no Canadá FERREIRA, Graça Maria Lemos; MARTINELLI, Marcello. Atlas Geográfico: espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2013. (Adaptado.) 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd 384 10/20/17 3:08 PM 385 G e o g ra fi a G e ra l Justifique a grande concentração espacial da riqueza norte-americana nas áreas em laranja. Cite, ainda, duas atividades econômi- cas relevantes, realizadas nessas áreas, que favorecem a concentração espacial do PIB. A grande concentração espacial da riqueza norte-americana nas áreas em laranja, principais aglomerações de metrópoles do país, é explicada pela concentração de atividades econômicas de elevada especialização e valor agregado. Entre as atividades econômicas relevantes nessas áreas, podem- -se citar: setor de serviços especializados (setor quaternário e quinário), atividades financeiras, comércio, indústrias high-tech, centros de pesquisas e universidades. Atividades Em sala 1. (Cefet-RJ) Analise o mapa: Fonte: http://pt.slideshare.net. Acesso: 15 de setembro de 2016. Uma característica que confere elevada produtividade às atividades econômicas expressas no mapa consiste em: a) Utilização de pequenas propriedades. b) Emprego abundante de mão de obra. c) Práticas sustentáveis de produção. d) Intenso uso de tecnologia. 2. (Mack-SP) Observe o mapa a seguir. R e p ro d u ç ã o /V e s ti b u la r C E F E T- R J Resposta: D. R e p ro d u ç ã o /V e s ti b u la r M a ck e n zi e 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd 385 10/20/17 3:08 PM 386 G e o g ra fi a G e ra l Assinale a alternativa que indica, respectivamente, as atividades agrícolas tradicionalmente praticadas nos espaços assinalados no mapa com os números 1, 2 e 3. a) 1 – Cotton Belt (algodão), 2 – Corn Belt (milho), 3 – Wheat Belt (trigo). b) 1 – Wheat Belt (trigo), 2 – Cotton Belt (algodão), 3 – Sun Belt (frutas). c) 1 – Corn Belt (milho), 2 – Dairy Belt (sorgo), 3 – Wheat Belt (trigo). d) 1 – Dairy Belt (sorgo), 2 – Corn Belt (milho), 3 – Cotton Belt (algodão). e) 1 – Rice Belt (arroz), 2 – Dairy Belt (sorgo), 3 – Corn Belt (milho). 3. (UFRGS-RS) Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas do texto abaixo. Atualmente, cresce cada vez mais o número de grupos separatistas que lutam pela independência de certas regiões dentro de um país. Em virtude de diferentes processos de colonização protagonizados por , as tendências separatistas são atuantes no(a) , onde , de maioria francesa, reivindica uma posição especial. a) ingleses e franceses – Canadá – Quebec b) ingleses e franceses – Canadá – Ontário c) espanhóis e bascos – Espanha – o País Basco d) ingleses e espanhóis – Espanha – Gibraltar e) norte-americanos e franceses – Canadá – Quebec Para casa 1. (ESPM-SP) No passado, conhecida como “capital mundial do automóvel”, atualmente: a) San Francisco converteu-se em importante centro tecnológico junto ao Vale do Silício e é centro irradiador da informática mundial. b) Boston tornou-se importante centro financeiro sendo considerada a capital da megalópole de Was-Bos. c) Seattle consagra-se como o centro tecnológico e aeronáutico norte-americano. d) Detroit é a melhor expressão do declínio industrial do Rust Belt e foi apelidada de Ghost Town. e) Los Angeles confirma a posição de centro tecnológico da Costa Oeste, além da biotecnologia,atividades intrínsecas a essa região conhecida como Sun Belt. 2. (Uerj) Adaptado de LUCCI, Elian A. e outros. Territ—rio e sociedade do mundo globalizado. São Paulo: Saraiva, 2010. A agricultura norte-americana é organizada de acordo com o modelo empresarial, o que torna o espaço agropecuário do país for- temente vinculado à lógica econômica. O principal fator locacional que explica a posição do Dairy Belt é a presença de: a) sistema universitário desenvolvido b) mercado consumidor urbano expressivo c) rede de transporte propícia à exportação d) topografia plana favorável à mecanização Resposta: A. Resposta: A. Resposta: D. R e p ro d u ç ã o /V e s ti b u la r U E R J Resposta: B. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd 386 10/20/17 3:08 PM 387 G e o g ra fi a G e ra l 3. (UFPE) O Canadá teve forjadas a Geografia e a História, basi- camente, ao longo dos 570 km do vale do rio São Lourenço, onde se situam algumas das mais importantes cidades da- quele país, como Quebec, Ottawa, Toronto e Montreal. Com relação a este país da América do Norte, é correto afirmar que seu principal problema geopolítico: a) são os conflitos étnicos verificados na parte meridional do país. b) são os conflitos de migrantes canadenses com autoridades de fronteira dos Estados Unidos, ao sul. c) são as tentativas de separatismo, por parte de uma das mais importantes regiões, a província de Quebec. d) é a diferença de idiomas e de etnias existentes no país. e) é a ocorrência de grandes depósitos de ferro e carvão mineral, que despertaram a cobiça de grandes multinacionais dos Estados Unidos e da Europa. 4. (PUC-SP) Leia: O último registro confirmado de um puma cougar do Leste foi em 1938 e o animal em questão estava morto. An- tes, um deles foi visto em Nova Brunswick, no Canadá, em 1932. O animal foi exterminado por imigrantes europeus, que o eliminavam sob a alegação de autoproteção. Além disso, seu desaparecimento tem a ver com o desflorestamento ocor- rido na região, que também levou a sua principal presa, o veado de cauda branca, à extinção. Nos EUA, espécie de Puma é considerada oficialmente extinta. Disponível em: <http://jornalggn.com.br/noticia/nos-eua-especie-de-puma-e-considerada- oficialmente-extinta>. Acesso em: 27 out. 2015. Esse, que já foi um dos mamíferos terrestres melhor distri- buídos no ocidente, foi completamente eliminado, de acordo com o US Fish and Wildlife Service. Diante dessa ocorrência, é correto afirmar que: a) o desflorestamento na América foi mais intenso e agressivo do que no velho continente europeu, daí as situações mais drásticas de extinção de grandes mamíferos. b) a inevitabilidade dessa extinção se explica pela incompatibilidade incontornável entre as necessidades produtivas da espécie humana e a preservação da natureza. c) embora com muitos recursos, as práticas de proteção à natureza nos EUA são muito incipientes, se comparadas, por exemplo, às praticadas no Brasil. d) a extinção ocorreu também, admite-se, pela ausência de políticas de proteção, como a criação de áreas naturais protegidas, ainda incipientes no início do século XX. Resposta: C. Resposta: D. Mais Enem (Enem) Nos Estados Unidos, durante o século XIX, tal como representada no mapa, a relação entre território e nação foi reconfigu- rada por uma política que: ALBUQUERQUE, M. M.; REIS, A. C. F.; CARVALHO, C. D. Atlas hist—rico escolar. Rio de Janeiro, Fename, 1977 (adaptado). a) transferiu as populações indígenas para territórios de fronteira anexados, protegendo a cultura protestante dos migrantes fundadores da nação norte-americana. b) respondeu às ameaças europeias pelo fim da escravidão, integrando a população de escravos ao projeto de expansão por meio da doação de terras. c) assinou acordos com países latino-americanos, ajudando na reestruturação da economia desses países após suas independências. d) projetou o avanço de populações excedentes para além da faixa atlântica, reformulando fronteiras para o estabelecimento de um país continental. e) instalou manufaturas nas áreas compradas e anexadas, visando utilizar a mão de obra barata das populações em trânsito. R e p ro d u ç ã o /E N E M Resposta: D. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd 387 10/20/17 3:08 PM 388 G e o g ra fi a G e ra l Sintetizando a unidade Chegamos ao final da unidade e é hora de sintetizar os conteúdos trabalhados. Observe o esquema, leia com atenção as frases e complete-as de acordo com os estudos realizados. A centralização econômica mundial (I) – Estados Unidos e Canadá Canadá Estados Unidos da América Regionalizações da América 1. Sobre o continente americano podemos dizer que a divisão geográfica: leva em conta as diversidades naturais, apresenta três unidades: a América do Norte, a América Central e a América do Sul. 2. Diversidade humana e econômica da América favorece a presença de duas unidades distintas: a América Latina e a América anglo-saxônica. 3. A população absoluta dos Estados Unidos chegou a cerca de 324 milhões de habitantes (2017), e sua densidade apresenta média de 32 hab./km2. 4. A economia estadunidense, com um PIB (Produto Interno Bruto) de US$ 18 trilhões , apresenta grande dinamismo em vários setores de atividades. 5. A economia rural norte-americana é também bastante favorecida pela presença de solos férteis e extensas planícies em seu território central. 6. O Canadá apresenta superfície de 9 970 610 km2, o que representa 7% da superfície do planeta e lhe garante a posição de país mais extenso da América e segundo do mundo. 7. O país é bilíngue: são reconhecidos no país o idioma inglês e o francês. No entanto, apenas uma minoria fala as duas línguas (17,5%), e quase 58% da população fala apenas inglês . 8. No território canadense vivem cerca de 35 milhões de habitantes (2017), por isso a densidade demográfica média do Canadá é de apenas 3,5 hab./km2, um país, portanto, pouco povoado. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd 388 10/20/17 3:08 PM 389 G e o g ra fi a G e ra l A centralização econômica mundial ( II ) – Europa e Japão Unidade 3 Europa Aspectos naturais e posicionamento geográ�co da Europa Situado no hemisfério norte, o continente europeu é cercado por várias ilhas e arquipélagos, como a Is- lândia, as ilhas Britânicas, a Sicília, a Sardenha, a Córsega, Creta, Malta e Chipre. Esse continente limita-se ao norte com o oceano Glacial Ártico, a oeste com o oceano Atlântico, ao sul com o mar Mediterrâneo e a leste com a Ásia, na encosta dos montes Urais. Sua área de 10 300 000 km2 situa-se entre o trópico de Câncer e o círculo Polar Ártico, o que contribui para que seja um continente predominantemente de clima temperado. ÁFRICA ÁSIA Mar Negro Mar Cáspio OCEANO ATLÂNTICO Mar Mediterrâneo Círculo Polar Ártico PORTUGAL ESPANHA ANDORRA MÔNACO FRANÇA BÉLGICA DINAMARCA NORUEGA SUÉCIA FINLÂNDIA ESTÔNIA LETÔNIA LITUÂNIA BELARUS RÚS. RÚSSIA (parte europeia) POLÔNIA ALEMANHA REP. TCHECA ÁUSTRIA HUNGRIA ESLOVÁQUIA MOLDÁVIA UCRÂNIA GEÓRGIA ARMÊNIA AZERBAIJÃO BULGÁRIA5 6 TURQUIA (parte europeia) 7 GRÉCIA ROMÊNIA 4 10 PAÍSES BAIXOS REINO UNIDOIRLANDA ISLÂNDIA ITÁLIA 1 8 9 SUÍÇA LUXEMBURGO 2 3 Lisboa Madri Paris Berna Roma Berlim Copenhague Oslo Estocolmo Helsinque Tallin Riga Vilnius Minsk Varsóvia Klev Tbilisi Ierevan Moscou Baku Chisinau Bucareste Só�a Atenas Budapeste Bratislava Praga Viena Amsterdã Bruxelas Londres Dublin Reykjavik 1. ESLOVÊNIA (Liubliana) 2. CROÁCIA (Zagreb) 3. BÓSNIA-HERZEGOVINA (Sarajevo) 4. VOIVODINA (Novi Sad) 5. MONTENEGRO (Podigórica) 6. SÉRVIA (Belgrado) 7. KOSOVO (Pristina) 8. ALBÂNIA (Tirana)9. MACEDÔNIA (Skopje) 10. LIECHTENSTEIN (Vaduz) N 495 km 0 Europa: político (2011) FERREIRA, Graça Maria Lemos; MARTINELLI, Marcello. Atlas Geográfico: espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2013. (Adaptado.) O litoral, extremamente recortado, com muitas baías, fiordes e mares, possui inúmeros mares e golfos. Na verdade, a Europa pertence a uma porção de terras emersas conhecida como Eurásia, que se encontra na porção setentrional da superfície terrestre e se estende do mar Glacial Ártico até o oceano Índico, e do oceano Pacífico até o oceano Atlântico. Esse imenso bloco de terras emersas, conhecido como Eurásia, é formado por Europa e Ásia. Então, se forem considerados os aspectos físicos (naturais) e geográficos, a região oeste da Eurásia é uma península, que se chama Europa. Mas, se a Europa é uma península da Ásia, por que é considerada continente? A resposta a essa pergunta é simples. A Europa, do ponto de vista histórico-social, é considerada um continente pelas características próprias que a singularizam em relação ao resto do mundo e à própria Ásia. Entre muitos aspectos, pode-se citar a importância europeia em relação ao contexto histórico mundial, pois por séculos a Europa foi o centro de movimentos sociais, políticos, econômicos e culturais. Professor, faça um breve comentário sobre os aspectos naturais da Europa. Objetivo(s) • Perceber o desenvolvimento social e econômico da Europa e do Japão. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd 389 10/20/17 3:08 PM 390 G e o g ra fi a G e ra l Anotações FERREIRA, Graça Maria Lemos; MARTINELLI, Marcello. Atlas Geográfico: espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2013. (Adaptado.) ÁFRICA A B C D EF G M O N TES U R A IS H I J K L M N O P Q R S T ÁSIA Mar Negro Mar Cáspio OCEANO ATLÂNTICO Mar de Barents Mar do Norte Mar Mediterrâneo Mar Tirreno M ar B ál ti co M ar Adriático Círculo Polar Ártico CÁUCASO M er id ia n o d e G re en w ic h Penínsulas Estreitos/canais Ilhas/arquipélagos A. B. C. D. E. F. G. H. I. J. K. L. M. N. O. P. Q. R. S. T. Escandinava - Noruega e Suécia Jutlândia - Dinamarca Ibérica - Portugal e Espanha Itálica - Itália Balcânica - Grécia Gilbratar - Espanha/Marrocos Bósforo - Turquia/Turquia Dardanelos - Turquia/Turquia Mancha - Reino Unido/França Kattegat - Suécia/Dinamarca Skagerrak - Noruega/Dinamarca Islândia - Islândia Britânicas - Reino Unido e Irlanda Baleares - Espanha Córsega - França Sardenha - Itália Sicília - Itália Creta - Grécia Malta - Malta Chipre - Chipre N 635 km 0 Europa: limites e acidentes geográ�cos Aspectos humanos e econômicos da Europa Na estrutura demográfica, a Europa apresentava população absoluta de aproximadamente 739 milhões de habitantes em 2016. Sua população relativa é de aproximadamente 73 hab./km2. Contudo, se comparada com a dos outros continentes, a população da Europa se distribui de maneira mais regular. As maiores densidades demográficas se observam nos países e regiões mais industrializados: os Países Baixos, o oeste da Alemanha, o Reino Unido, o norte da França, o norte da Itália e a região de Moscou. As zonas mais despovoadas são as nórdicas (Escandinávia e norte da Rússia). A rápida expansão do sistema capitalista, a urbanização e o processo industrial proporcionaram à Europa alto crescimento vegetativo, porém o desenvolvimento do aspecto social e econômico desse continente acar- retou queda nas taxas de natalidade, pois a melhora no padrão de vida, a inserção da mulher no mercado de trabalho e a disseminação de métodos contraceptivos reduziram a taxa de fecundidade. Nos últimos anos, a Europa vem sofrendo sérios problemas com essa situação, pois grande parte dos paí- ses está entrando em fase de crescimento populacional abaixo da reposição necessária para seu crescimento populacional, o que acarreta o envelhecimento da população e reformas na previdência social. Uma saída para Professor, fale sobre a população, urbanização e economia do continente europeu. ÁFRICA ÁSIA Mar Negro Mar Cáspio OCEANO ATLÂNTICO Mar Mediterrâneo Círculo Polar Ártico Menos de 1 De 1 a 10 De 11 a 50 De 51 a 100 Mais de 101 Habitantes/km² N 555 km 0 Europa: distribuição da população (2011) FERREIRA, Graça Maria Lemos; MARTINELLI, Marcello. Atlas Geográfico: espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2013. (Adaptado.) 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd 390 10/20/17 3:08 PM 391 G e o g ra fi a G e ra l Anotações a reposição populacional e consequentemen- te para a ocupação de postos de trabalhos na Europa foi a imigração. Atualmente o continente europeu desen- volve políticas de contenção de fluxos migra- tórios. A falta de mão de obra qualificada é um problema local, aumentando a quanti- dade de trabalhadores não qualificados que sofrem com o desemprego, o que favorece o aumento da tensão social na maioria dos países europeus ocidentais. Vale a pena ressaltar que essas tensões estão associadas a conflitos ligados ao ra- cismo e à xenofobia (rejeição a estrangeiros). Na Europa ocidental, muitos desfrutam de alto padrão de vida, o que é observado no modo de vida urbano e moderno dos países dessa região. O continente europeu, ainda, é caracteri- zado por apresentar alta taxa de urbanização, provocada pelo antigo crescimento comercial e industrial associado ao desenvolvimento tecnológico no meio rural nos últimos séculos. Em 2017, mais de 75% da população vi- via em cidades. Nesse continente, porém, podem-se observar alguns contrastes na urbanização. Nos países ricos, por exemplo, a urbanização é alta, já em países pobres a urbanização é baixa. Na Europa, os países mais urbanizados são os que apresentam maior poder econômico. A economia da Europa destaca-se pela competitividade, pela produtividade e pelo avanço tecnológico. Nos países da Europa ocidental, grande parte da população economicamente ativa está ocupada com ati- vidades do setor terciário, o que é reflexo de uma economia dinâmica que já mecanizou sua agropecuária, descentralizou parte de seu parque industrial para países emergentes e administra as divisas do mercado internacional, além de oferecer imensa variedade de prestação de serviços. 0 ,0 0 ,4 1 ,4 1 ,4 1 ,8 0 ,3 0 ,5 1 ,5 1 ,8 1 ,9 – 0 ,1 0 ,4 1 ,5 2 ,0 2 ,3 – 2 ,9 – 1 ,7 0 ,4 1 ,4 1 ,5 – 0 ,3 2 ,2 0 ,2 1 ,7 2 ,3 3 ,5 5 ,0 3 ,2 2 ,0 2 ,7 0 ,6 0 ,6 – 4 ,0 – 9 ,1 0 ,5 3 ,4 1 ,3 0 ,6 – 3 ,8 – 0 ,6 2 ,1 4 ,2 2 ,9 3 ,2 3 ,5 0 ,4 1 ,3 2 ,8 3 ,3 3 ,2 2012 2013 2014 2015 2016 –10 –8 –6 –4 –2 0 2 6 4 8 C re s c im e n to a n u a l d o P IB ( % ) ECA Europa ocidental Europa setentrional Europa central Meridional Bálcãs Cáucaso Europa oriental Rússia Turquia Crescimento anual do PIB na Europa e União Europeia (2012-2016) – porcentagem World Bank. Disponível em: <http://pubdocs.worldbank.org/en/116641446488048938/ECA-Economic-Update-Oct-2015-final.pdf>. Acesso em: 5 fev. 2017. (Adaptado.) Círculo Polar Ártico Marrocos Argélia Tunísia Turquia Mar Negro Portugal Espanha Irlanda OCEANO ATLÂNTICO Mar do Norte Mar Báltico Noruega Suécia Finlândia Reino Unido França Bélgica Itália Grécia Áustria Polônia Alemanha Lux Países Baixos Dinamarca Sérvia- Montenegro Suíça Mar Mediterrâneo Número de imigrantes 700 000 3 300 000 7 300 000 Imigração % população ativa Menos de 6 De 6 a 8 Mais de 8 Países de emigração Fluxo de imigrantes Índ ia, Pa qu istã o N 505 km 0 Movimentos migratórios da Europa FERREIRA, Graça Maria Lemos; MARTINELLI, Marcello. Atlas Geográfico: espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2013. (Adaptado.) 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd391 10/20/17 3:08 PM 392 G eo g ra fi a G er al Anotações Contudo, na Europa oriental a população economicamente ativa está ocupada com atividades ligadas ao setor primário, o que demonstra as disparidades desse continente. A agropecuária europeia utiliza muita tec- nologia de ponta nas suas principais culturas: cereais, sobretudo trigo, cevada, centeio e, em menor escala, milho, arroz, aveia e batata, além de frutas como cítricos, macieiras, perei- ras e, nos países mediterrâneos, oliveiras e vi- deiras, estas importantes tanto pela uva como pela qualidade dos vinhos. A Europa é também grande produtora de leite, queijo e manteiga. Seus rebanhos mais importantes são o bovino e o suíno. A pesca é intensamente pratica- da na Rússia, Noruega, Islândia, Dinamarca e Espanha. As espécies mais comercializadas são a sardinha, o atum e o bacalhau, além de moluscos e crustáceos. Já a indústria europeia, que abrange todos os segmentos, é altamente competitiva nos setores siderúrgico, de cons- trução, têxtil, químico, naval, automobilístico e de celulose. A Europa é o berço das Revolu ções Industriais, contudo os setores de pon- ta das novas tecnologias apresentam atraso em relação ao Japão e aos Estados Unidos. As concentrações industriais mais importantes estão no vale dos rios Reno e Ruhr, na região central da Inglaterra, na zona de Paris, norte da Itália (Lombardia) e no distrito industrial de Donbass, na Rússia e Ucrânia. A Europa foi o continente a realizar as primeiras revoluções industriais, e ao longo do século XX, com a insti- tuição da Comunidade Econômica Europeia (1957) e posteriormente com a criação da União Europeia em 1993, esse continente vem cada vez mais fortalecendo sua indústria em relação ao resto do mundo. O comércio exte- rior europeu apresenta nítida diferença entre a Europa Oriental, com volume menor de transações comerciais, e a Europa Ocidental, que ocupa lugar proeminente nas trocas internacionais. Em 2017, a União Europeia agregava 28 países. Recentemente, as bolsas de valores do mundo inteiro, in- clusive no Brasil, foram derrubadas por causa de alguns países da Europa, os chamados PIIGS (Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha), que não estavam conseguindo honrar suas dívidas. Essa crise financeira mundial, que atingiu o auge em se- tembro de 2008, agravou os problemas finan- ceiros de alguns países da UE (União Europeia). Os governos, para diminuir os impactos da cri- se, ajudaram os setores mais críticos da eco- nomia com pacotes bilionários, que evitariam perdas de empregos e atenuariam os efeitos negativos das turbulências no setor financeiro. Com tantos pacotes de ajuda, a arrecadação desses governos diminuiu e eles ficaram mais endividados. O caso da Grécia é o mais compli- cado, pois o país acumula um rombo nas suas contas públicas equivalente a 12,7% do seu PIB (Produto Interno Bruto, ou seja, a soma de todas as riquezas produzidas pela nação). ÁFRICA ÁSIA OCEANO ATLÂNTICO Mar Mediterrâneo Círculo Polar Ártico Lisboa Sevilha Madri Valência Barcelona Roma Marselha Turim Gênova Milão VienaLion Toulouse Bordéus Nantes Paris Bruxelas Munique Frankfurt Dresden Antué rpia R o te rd ã A m st er dã Colônia BerlimEssen Düsseldorf Hamburgo Liverpool Londres Glasgow Oslo Estocolmo Copenhague Birmingham Espaço em desenvolvimento, indústrias variadas, terciário dinâmico Espaço de economia dinâmica Espaço com alguns centros importantes Espaço de difícil desenvolvimento, indústrias em crise, desemprego, emigração Espaço em dinamização Rodovias principais N 405 km 0 FERREIRA, Graça Maria Lemos; MARTINELLI, Marcello. Atlas Geográfi co: espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2013. (Adaptado.) Área industrial na Europa Disponível em: <http://pubdocs.worldbank.org/en/116641446488048938/ECA- Economic-Update-Oct-2015-fi nal.pdf>. Acesso em: 5 fev. 2017. (Adaptado.) Ano 45 5 35 15 25 –5 –45 –15 –35 –25 C re s c im e n to d a s d e s p e s a s p ú b lic a s ( % ) 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 20 15 10 –5 –10 –15 –20 C re s c im e n to d o P IB ( % ) 5 0 Crescimento do PIB da Grécia 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd 392 10/20/17 3:08 PM 393 G e o g ra fi a G e ra l Anotações Tensões e confl itos na Europa Os conflitos separatistas, um dos mais graves problemas que a Europa vem enfrentando nas últimas dé- cadas, têm como raiz a diversidade de etnias e religiões, como ocorre nos países Bascos e na Irlanda do Norte. O caso dos bascos está ligado a uma minoria étnica, que busca a formação de um Estado independente. O grupo guerri- lheiro ETA (Euzkadi Ta Askatasuna – Pátria Basca e Liberdade) é partidário da sobe- rania dos bascos numa região encravada entre a Espanha e a França. Presume-se que o povo basco tenha ocupado parte da península Ibérica por volta do ano 2000 a.C. e tenha resistido às constantes invasões sofridas ao lon- go dos séculos. Apesar da dominação ro- mana, os bascos mantiveram sua língua, seus costumes e tradições, num processo de constante resistência. A língua basca não tem parentesco com nenhuma outra. Embora seja a língua mais antiga falada atualmente na Europa, o basco somente se constituiu como língua escrita no sé- culo XVI, mas passou a reforçar o senti- mento de união do povo. Entre os séculos XV e XVI, a região foi submetida à Espanha. Nas últimas três décadas, a imprensa internacional tem dado grande destaque às atividades do grupo basco ETA, que, por meio de vários atentados, choca-se com a política do estado espanhol, exigindo a independência de todo o país basco. Na Irlanda, sua porção norte está sob domínio da Inglaterra desde o século XVI e foi integrada ao Reino Unido no começo do século XIX. As lutas pela independência da ilha intensificaram-se no começo do sé- culo XX, culminando com a constituição do Estado Livre da Irlanda, em 1922. Esse Estado inicial deu origem à atual República da Irlanda (Eire, em irlandês), formada pelos condados (unidades admi- nistrativas, semelhantes aos Estados bra- sileiros) situados na porção central e sul da ilha, nos quais a maioria da população era católica. A porção norte da ilha, o Ulster (Irlanda do Norte), formada pelos conda- dos de maioria protestante, permaneceu vinculada ao Reino Unido. No ano de 1949 a Irlanda rompeu definitivamente com o governo da Inglaterra e se transformou em um Estado independente: a República da Irlanda. Já na região do Ulster, a situação continuou conflitante. Professor, analise as principais tensões e confl itos no continente europeu, com destaque para o crescimento da xenofobia. Católicos (%) De 10 a 30 De 31 a 50 De 51 a 80 Mais de 80 Irlanda do Sul Irlanda do Norte Londonderry Belfast N 25 km 0 Irlanda do Norte FERREIRA, Graça Maria Lemos; MARTINELLI, Marcello. Atlas Geográfi co: espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2013. (Adaptado.) Biscaia Alava ESPANHA FRANÇA Ba’a de Biscaia Guipuzkoa Navarra Soule Labourd Baixa Navarra P o rt u g a l Espanha França ESPANHA Comunidades autônomas bascas na Espanha. Províncias espanholas que os nacionalistas bascos querem unir às comunidades autônomas bascas. Províncias bascas francesas (Iparralde). Limites das províncias bascas. Limite do País Basco. N 35 km 0 O país basco FERREIRA, Graça Maria Lemos; MARTINELLI, Marcello. Atlas Geográfi co: espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2013. (Adaptado.) 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd 393 10/20/17 3:08 PM 394 G e o g ra fi a G e ra l AnotaçõesEm 1960 acirraram-se as lutas pela garantia de direitos civis e políticos. Na ocasião, inúmeros artifícios eleitorais impediam os católicos de participar da vida política do Ulster, o que contribuiu para reiniciarem as manifestações em prol da reunificação da ilha sob o governo da República da Irlanda. Em 1972, a situação agravou-se, quando soldados ingleses mataram 13 manifestantes católicos que participavam de uma pas- seata pacífica contra a presença britânica na ilha, fato que ficou imortalizado na canção Sunday Bloody Sunday, da banda irlandesa U2. A partir de 1974, o IRA (Exército Republicano Irlandês - grupo paramilitar, católico, que queria separar a Irlanda do Norte da Inglaterra) iniciou uma onda de atentados para atingir principalmente britânicos ilustres e membros do Partido Unionista (DUP, em inglês. Partido Unionista Democrático formado por protestantes e a favor da manutenção da Irlanda do Norte no Reino Unido). Em 1998, a possibilidade de paz para a região surgiu quando representantes do governo inglês, do IRA e do Partido Unionista assinaram o chamado Acordo da Sexta-Feira Santa, ou Acordo de Belfast, que previa a soberania parcial para a Irlanda do Norte, com a entrega de sua administração para uma coalizão formada por protestantes e católicos. No ano de 1999, a Irlanda do Norte passou a ser governada por uma coalizão forma- da por católicos e protestantes, pondo fim a 27 anos de controle direto britânico. Em 2005, ocorreu anúncio de deposição das armas por parte do IRA e, em 2007, aconteceu o anúncio de governo de coalizão entre os dois grupos. Na atualidade (2017), as tensões diminuíram consideravelmente em uma espécie de coexistência. Com o fim do socialismo na ex-URSS e a fragmentação do bloco socialista em 1991, muitos dos novos países europeus se voltaram para uma aliança econômica com países da Europa Ocidental, mais precisamen- te com a recém-reformulada UE (União Europeia). Esse foi o caso da Ucr‰nia, que paulatinamente abriu suas fronteiras para os investimentos e maior influência da UE no país. Contudo, a forte influência histórica da Rússia no país deixou a Ucrânia dividida em opiniões. O oeste do país é mais propenso a uma ampliação econômica com a União Europeia, já o leste tem uma estrutura industrial e é simpatizante de alianças econômicas com a Rússia. A crise na Ucrânia teve origem no início de 2014, quando protestos começaram a acontecer na Praça Mai- dan, na capital, Kiev. Os manifestantes protestavam contra a decisão do governo de não assinar um acordo com a União Europeia (UE), que traria uma possível solução para os problemas econômicos da Ucrânia. Apoia- do pela Rússia, o presidente ucraniano Victor Yanukóvich fugiu de Kiev abandonando seu mandato. Essa ação abre espaço para uma maior atuação da Rússia no país. Entre algumas ações russas podemos citar a anexação da região da Crimeia e o armamento de rebeldes no leste da Ucrânia. Tal medida gera uma crise interna na Ucrânia e o desencadeamento de conflitos entre o leste e o oeste do país. Vale a pena ressaltar ainda que pela Ucrânia passam alguns dos principais gasodutos oriundos do Leste Europeu que abastecem o ocidente da Europa. Portanto, o que está em jogo não é somente a influência polí- tica ou econômica da Rússia e União Europeia, mas também a questão energética. Conectando saberes Nesta unidade, podemos perceber a importância do setor secundário (industrial) para a Europa. Fique atento ao conteúdo de História, pois, no Caderno 3, você poderá ampliar seus conhecimentos sobre a Revolução Industrial. Jap‹o Localização geográ�ca e aspectos naturais do Japão O Japão é constituído por um arquipélago vulcânico situado na porção leste do continente asiático, do qual está separado pelo estreito da Coreia (160 km de largura) e pelo mar do Japão. Possui cerca de 3 400 ilhas de diferentes tamanhos, perfazendo um total de 377 784 km2 (pouco maior que o Estado de São Paulo). Aproxi- madamente 97% do país restringe-se a quatro ilhas principais: Hokkaido (83 514 km2), Honshu (230 948 km2), Shikoku (18 798 km2) e Kyushu (44 358 km2). 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd 394 10/20/17 3:08 PM 395 G e o g ra fi a G e ra l Anotações Localizadas em uma série de arcos bem definidos, as ilhas do Japão situam-se no chamado Círculo de Fogo do Pacífico. Em termos geológi- cos, o relevo é quase todo montanhoso. O Japão se encontra numa das áreas mais sensíveis da crosta terrestre, onde acontecem movimentos orogenéticos desde a Era Mesozoica, quando surgiram grandes cadeias montanhosas por dobramentos de grandes porções da crosta. Por causa da formação do relevo relativamente recente e por estar ainda em movimento, a região é sujeita a terremotos e vul- canismo (Círculo de Fogo do Pacífico). As erupções vulcânicas e os terremotos continuam a modelar o terreno e abalar a infraestrutura desse país. A característica mais marcante do relevo japonês é o predomínio de montanhas, cerca de 5/6 da área total. O relevo é marcado predominantemente por planaltos e monta- nhas, que ocupam uma área de aproximadamente 71% da superfície do país. O pico culminante é o monte Fuji, com 3 776 m de altitude. As regiões de planície são de grande importância: portos, regiões industriais e grandes cidades. Nessa área, percebem-se instabilida- des geológicas e subsolo pobre em minérios e combustíveis fósseis. A hidrografia japonesa é pobre. Embora existam inúme- ros rios, são pouco extensos e estreitos, com baixo volume de água e fluxo muito rápido, e seu potencial hidroener- gético é baixo. Quase toda sua latitude está entre 30 °N e 45 °N, o que determina variações de umidade e tempera- tura no sentido norte-sul. Altitudes acima de 2 mil metros são frequentes, o que contribui para a diminuição da tem- peratura, assim como a maritimidade, que contribui para a umidade marinha, ameniza os extremos de temperatura e provoca chuvas intensas, principalmente no período do verão. As correntes marítimas são importantes para o país, pois criam condições para desova de peixes e crustáceos. A corrente de Oya Shivo (fria) chega a congelar o mar da região, já a corrente marítima Kuro Shivo (quente) acen- tua ainda mais a influência da maritimidade. As massas de ar influenciam o clima no verão, com a umidade oriunda do oceano Pacífico, que provoca maior quantidade de precipi- tações em todo o território japonês. Ásia Mar do Leste ou mar do Japão Japão Fossa do Japão Crosta terrestre oceânica Crosta terrestre continental Placa continental Asiática Placa oceânica do Pacífi co Zona de subducção MantoManto Vulcão Placas tectônicas e o Japão N 365 km 0 OCEANO PACÍFICO Mar do Japão Mar de Okhotsk Mar da China Oriental Es tre ito d a C o re ia RÚSSIA CHINA COREIA DO NORTE COREIA DO SUL JAPÃO Tóquio I. Hokkaido I. Kunashiri I. Honshu I. Shikoku I. Kyushu I. Okinawa Is . R y u k y u FERREIRA, Graça Maria Lemos; MARTINELLI, Marcello. Atlas Geográfi co: espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2013. (Adaptado.) Posicionamento geográ� co do Japão N 260 km 0 + 5 ºC 0 ºC – 5 ºC + 10 ºC Tóquio Kagoshima Wakkanai OCEANO PACÍFICO Ku ro Sh ivo (q ue nt e) Ku ro Sh ivo (qu ent e) O y a S h iv o (f ri a ) Temperado frio Temperado oceânico Temperado Subtropical Monções de verão Monções de inverno Isotermas de inverno Japão: climas FERREIRA, Graça Maria Lemos; MARTINELLI, Marcello. Atlas Geográfi co: espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2013. (Adaptado.) 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd 395 10/20/17 3:08 PM 396 G e o g ra fi a G e ra l Anotações Durante o inverno, as monções frias provenientes do interior do continenteAsiático trazem baixas precipi- tações. Devido aos fatores do clima, encontra-se no Japão grande variedade de vegetais, embora predominem nessa região as florestas. Elas podem dividir-se em regiões distintas: na porção norte, as florestas de conífe- ras; na porção central, as florestas de folhas caducas, e na porção sul, as florestas subtropicais. Aspectos humanos do Japão O Japão apresenta atualmente mais de 126 milhões de habitantes (é o décimo país mais populoso do mundo), com densidade demográfica de 334,2 hab./km2; entretanto, sua distribuição populacional é irregu- lar, sendo as regiões mais povoadas próximas ao litoral, como em Tóquio, Nagoya e Osaka, que apresentam densidades demográficas acima de 4 mil hab./km2, e as menos povoadas, no interior, principalmente nas áreas montanhosas. Outra característica importante desse país é o baixo crescimento vegetativo, cuja maior consequência é o envelhecimento de sua população. Alguns indicadores significativos no Japão são o alto padrão de vida da população, com expectativa de vida alcançando os 81,7 anos para homens e 88,5 anos para mulheres. O Japão apresenta indicadores sociais, como elevado número de anos de escolaridade e altos investi- mentos em saúde, que o situam entre os primeiros colocados mundiais no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) – 0,891 (2015). Hoje, quase 93,5% da população japonesa vive em cidades, mas a urbanização está chegando ao seu limi- te em razão da diminuição do êxodo rural e do crescimento populacional urbano, que apresenta crescimento vegetativo muito pequeno. A concentração de pessoas no sul e no sudeste do país é explicada pela ocupação antiga dessas áreas. Isso, por sua vez, determina problemas urbanos associados a lixo, moradia, poluição e trânsito intenso. As cidades do sul-sudeste se estendem por aproximadamente 1 200 km, desde Tóquio até Kita Kyushu. A causa mais importante do crescimento exagerado de algumas cidades está relacionada às migrações internas. Por outro lado, o governo tem incentivado polos econômicos e humanos fora da área das mega- lópoles. Associados a essa política, foram criados os tecnopolos, cidades que passaram a receber enormes investimentos para a criação de centros de pesquisa, ensino e produção ligados à alta tecnologia da Terceira Revolução Industrial. Aspectos econômicos do Japão Atrelada ao reflexo da crescente urbanização, a PEA (População Economicamente Ativa) alterou-se nas últimas décadas. Entre o final do século XIX e início do XXI, ocorreu forte redução da participação do setor primário. Em contrapartida, ampliaram-se os setores secundário e terciário, com destaque para esse último, responsável pela prestação de serviços. Professor, analise o qua- dro demográfico japo- nês com destaque para o crescimento vegetati- vo, a densidade demo- gráfica, a distribuição populacional segundo gênero e idades, além de comentar sua quali- dade de vida. +90 80 70 60 50 40 30 20 15 10 5 6 4 2 0 2 4 6 +90 80 70 60 50 40 30 20 15 10 5 6 4 2 0 2 4 6 +90 80 70 60 50 40 30 20 15 10 5 6 4 2 0 2 4 6 1950 2004 2050 Homens Mulheres Homens Mulheres Homens Mulheres Evolu•‹o da pir‰mide et‡ria do Jap‹o Disponível em: <www.populationpyramid.net/japan/2017/>. Acesso em: 8 ago. de 2017. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd 396 10/20/17 3:08 PM 397 G e o g ra fi a G e ra l Anotações A maior concentração de trabalhadores no Japão reside no setor terciário da economia. A indústria, ape- sar de intensamente automatizada, ainda emprega grande número de trabalhadores; já a agricultura, al- tamente mecanizada, é responsável pela redução da mão de obra no campo. A economia japonesa após a Segunda Guerra Mun- dial passou por intenso processo de modernização no campo, e as reconstruções industriais recolocaram o país entre as maiores potências econômicas. Sua po- lítica comercial e as inovações tecnológicas levaram o Japão à posição de segunda maior economia do mundo desde o final da década de 1980. O setor primário participa pouco da economia – cerca de 2% do PIB, o que ocorre pelas características naturais do Japão, como relevo montanhoso, preservação das flo- restas e crescimento urbano-industrial nas planícies. Por sua localização geológica, o Japão é um país pobre em recursos minerais e energéticos. Apesar dessas caracte- rísticas, o Japão destaca-se no setor industrial, que teve origem na era do imperador Meiji (1867-1912), sendo extremamente importante para o processo de desenvolvi- mento do Japão com base nas indústrias familiares, conhe- cidas como zaibatsu. Alguns fatores contribuíram para colocar esse país entre as maiores potências industriais: proximidade entre portos e áreas industriais, mão de obra disciplinada e abundante, automatização e inovações tecnológicas. Atividade discursiva (UFJF-MG) Com aproximadamente 60 milhões de pessoas forçadas a se deslocar no mundo e as travessias em embarcações precárias pelo Mediterrâneo nas manchetes dos jornais, está cada vez mais comum ver os termos “refugiado” e “migrante” confundidos, tanto nos discursos da mídia, quanto do público em geral. Mas existe alguma diferença entre eles? E essa diferença é importante? Sim, existe uma diferença e sim, é importante. Os dois termos têm significados diferentes e confundir os mesmos acarreta problemas para ambas as populações. Disponível em: <http://www.acnur.org/t3/portugues/noticias/noticia/refugiado-ou-migrante- oacnur-incentiva-a-usar-o-termo-correto/>. Acesso em: 23 out. 2015. a) Diferencie refugiado de migrante. Refugiados são indivíduos que se deslocam em razão da perseguição política, étnica ou religiosa e que não são protegi- dos pelo seu Estado, que em muitos casos é quem os ameaça. Migrantes são indivíduos que se deslocam por diversas razões, entre elas, a questão econômica. Disponível em: <www.mhlw.go.jp/english/policy/affairs/dl/01.pdf>. Acesso em: 10 jul. de 2017. 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 82 6 12 53 21 26 30 28 42 6 34 1880 1920 1960 2010 60 Setor terciárioSetor primário Setor secundário População economicamente ativa por setores de atividade no Japão (%) N 230 km 0 OCEANO PACÍFICO Mar do Japão Muroran- -Tomakomai Sendai Niigata Suwa-Matsumoto Hokuriku Kitakyushu 3% Okoyama Sanyo Miike Matsuyama Tokai Keihin 27% Chukyo 10%Hanshin 13% Hyuga-Nobeoka Cinturão do Pacífico Principais regiões industriais (% da produção nacional) Outras regiões industriais Área do país................................ Parte da população..................... Parte da indústria........................ Parte dos trabalhadores............. Valor produzido pela indústria.. Cinturão do Pacífico 23% do total 56% do total 61% do total 63% do total 70% do total Japão: áreas industriais FERREIRA, Graça Maria Lemos; MARTINELLI, Marcello. Atlas Geográfico: espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2013. (Adaptado.) 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd 397 10/20/17 3:08 PM 398 G e o g ra fi a G e ra l Disponível em: <http://revistacrescer.globo.com/Voce-precisa-saber/noticia/2015/09/artistas- transformam-em-ilustracoes-emocionantes-imagem-do-menino-sirio-que-morreu-na-turquia.html>. Acesso em: 25 out. 2015. b) Que aspecto do deslocamento mundial de refugiados e migrantes está representado nessa imagem? A imagem retrata: a resistência do mundo, em especial a Europa, em abrigar os refugiados; as precárias condições de deslocamento dos refugiados, com elevado número de mortes; a omissão dos países ricos com a condição social nas áreas de saída dos refugiados. Atividades Em sala 1. (UPE) Na Europa Central e Ocidental, nas porções oriental e ocidental do Canadá e dos Estados Unidos assim como no Extremo Oriente, ocorrem paisagens fitogeográficas, que se constituem, quase sempre,por árvores caducifólias e apre- sentam uma baixa densidade botânica e certa homogenei- dade de espécies. Estão em grande parte destruídas pelas ações antrópicas, uma vez que se encontram em áreas den- samente povoadas e onde houve um expressivo desenvol- vimento econômico. Grande parte da superfície ocupada por essas formações vegetais foi substituída pelas atividades agrícolas e pecuárias ou pelas cidades que, por elas próprias, se expandiram. A quais formações vegetais estamos nos referindo? a) Savanas e Taiga. b) Florestas Tropicais e Florestas Subtropicais. c) Florestas Boreais e Tundra. d) Florestas Temperadas e Florestas Subtropicais. e) Estepes e Florestas Temperadas. 2. (Uece) O Japão é um dos países mais povoados do mundo, com uma área de 372 812 km2 e uma população de 127,9 milhões de habitantes. Dados da ONU, 2012. A definição de país povoado nos remete a um conceito geo- demográfico de: a) população relativa. b) população absoluta. c) crescimento vegetativo. d) transição demográfica. Para casa 1. (Vunesp-SP) Leia os textos. Em países como Bélgica, França e Portugal a temperatura chegou à casa dos 40 °C e a população precisou buscar manei- ras de se refrescar. Parques, especialmente aqueles com fontes, têm sido o destino de muitos moradores. A idosos e crianças tem sido recomendado não sair às ruas nos horários de calor mais intenso para evitar problemas de saúde. (www.terra.com.br, julho de 2010. Adaptado.) A onda de frio na Europa já matou 28 pessoas. A nevasca que atinge do Reino Unido à Lituânia suspendeu milhares de voos e prejudicou as viagens de trens. Estradas estão bloquea- das. Na Polônia, os termômetros chegaram a registrar –33 ºC. (www.g1.com.br, dezembro de 2010.) O tipo climático onde tradicionalmente se verifica essa gran- de variação de temperatura entre as estações do ano é o: a) Equatorial. b) Tropical. c) Semiárido. d) Polar. e) Temperado. 2. (Fuvest-SP) Cada vez mais pessoas fogem da guerra, do terror e da miséria econômica que assolam algumas nações do Orien- te Médio e da África. Elas arriscam suas vidas para chegar à Europa. Segundo estimativas da Agência da ONU para Refugiados, até novembro de 2015, mais de 850 mil refugiados e imigrantes haviam chegado por mar à Europa naquele ano. GARTON ASH, Timothy. Europa e a volta dos muros. O Estado de S. Paulo, 29/11/2015. Adaptado. Sobre a questão dos refugiados, no final de 2015, considere as três afirmações seguintes: I. A criação de fronteiras políticas no continente africano, resultantes da partilha colonial, incrementou os conflitos étnicos, corroborando o elevado número de refugiados, como nos casos do Sudão e Sudão do Sul. II. Além das mortes em conflito armado, da intensificação da pobreza e da insegurança alimentar, a guerra civil na Síria levou um contingente expressivo de refugiados para a Europa. R e p ro d u ç ã o /V e s ti b u la r U FJ F Resposta: D. Resposta: A. Resposta: E. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd 398 10/20/17 3:08 PM 399 G e o g ra fi a G e ra l III. A política do apartheid teve grande influência na Nigé- ria, país de origem do maior número de refugiados do continente africano, em decorrência desse movimento separatista. Está correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) I e II, apenas. c) III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 3. (FGV-RJ) Um relatório divulgado pelo governo japonês mos- tra que o número de crianças e adolescentes com até 14 anos é estimado em 17,25 milhões o número mais baixo desde 1950. É o 28o ano de queda consecutiva. O grupo representa ape- nas 13,5% de toda população japonesa – calculada em cerca de 127 milhões de pessoas. Disponível em: <http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/ 2009/05/090504_japaocriancaset_fp.shtml>. a) Procure explicar os fatores responsáveis pela atual dinâmica demográfica japonesa, e quais as consequências futuras para a sociedade japonesa. O Japão apresenta elevada expectativa de vida e taxa de natalidade muito baixa. Como consequência dessa dinâmica demográfica pode- mos destacar o envelhecimento populacional, a redução da popula- ção absoluta e escassez de trabalhadores. O país precisa implantar políticas natalistas para equilibrar a demografia e evitar prejuízos econômicos, sociais e geopolíticos. b) Esses fatores também podem ser usados para explicar a dinâmica demográfica de outros países do mundo? Em caso positivo, o que existe em comum entre eles? As características demográficas do Japão são similares às de outros países desenvolvidos, como Canadá, Austrália, Alemanha, entre ou- tros. Esses países apresentam IDH muito elevado e bons padrões de educação e saúde. 4. (UTF-PR) Sobre o território japonês analise as afirmações abaixo. I. Sendo um país com poucas terras para o plantio, em virtu- de da predominância de relevo montanhoso, a agricultura apresenta algumas limitações principalmente para a pro- dução de grãos em grande escala. II. É no setor industrial e de serviços que está concentrada a maior parte da população japonesa economicamente ativa. III. As cidades principais e as aglomerações industriais ocu- pam amplas áreas portuárias, pois o país é dependente de matérias-primas importadas e exporta grande volume de produtos industriais. IV. Situado no círculo de fogo do Atlântico Norte, área da ex- tensa Cordilheira Dorsal, o país sofre com constantes tre- mores de terra. Estão corretas apenas: a) I e III. b) I, II e III. c) I e IV. d) I, III e IV. e) II, III e IV. Mais Enem (Enem) Um fenômeno importante que vem ocorrendo nas últimas quatro décadas é o baixo crescimento populacional na Europa, principalmente em alguns países como Alema- nha e Áustria, onde houve uma brusca queda na taxa de natalidade. Esse fenômeno é especialmente preocupante pelo fato de a maioria desses países já ter chegado a um índice inferior ao “nível de renovação da população”, estimado em 2,1 filhos por mulher. A diminuição da natalidade europeia tem várias causas, algumas de caráter demográfico, outras de caráter cultural e socioeconômico. OLIVEIRA, P. S. Introdu•‹o ˆ sociologia. São Paulo: Ática, 2004. Adaptado. As tendências populacionais nesses países estão relaciona- das a uma transformação: a) na estrutura familiar dessas sociedades, impactada por mudanças nos projetos de vida das novas gerações. b) no comportamento das mulheres mais jovens, que têm imposto seus planos de maternidade aos homens. c) no número de casamentos, que cresceu nos últimos anos, reforçando a estrutura familiar tradicional. d) no fornecimento de pensões de aposentadoria, em queda diante de uma população de maioria jovem. e) na taxa de mortalidade infantil europeia, em contínua ascensão, decorrente de pandemias na primeira infância. Resposta: B. Resposta: B. Resposta: A. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd 399 10/20/17 3:08 PM 400 G e o g ra fi a G e ra l Sintetizando a unidade Chegamos ao final da unidade e é hora de sintetizar os conteúdos trabalhados. Como você verá no esquema a seguir, os conteúdos que estudamos mantêm relações entre si e servem de fundamento para assuntos que ainda trabalharemos neste material. Observe com atenção o esquema a seguir e dê as informações sobre os tópicos apresentados. A centralização econômica mundial (II) Europa e Japão Europa Jap‹o Tensões e conflitos na Europa Aspectos humanos e econômicos da Europa Aspectos naturais e posicionamento geográfico da Europa Localização geográfica e aspectos naturais do Japão Aspectos humanos do Japão Aspectos econômicos do Japão 1. Europa. a) Localização: Continente limita-se ao norte com o oceano Glacial Ártico, a oeste com o oceano Atlântico, ao sul com o mar Mediterrâneo e a leste com a Ásia, na encosta dos montes Urais. b) População: A Europa apresentava população absoluta de aproximadamente740 milhões de habitantes em 2016. Sua população relativa é de aproximadamente 73 hab./km2. Contudo, se comparada com a dos outros continentes, a população da Europa se distribui de maneira mais regular. c) Economia: Destaca-se pela competitividade, pela produtividade e pelo avanço tecnológico. Nos países da Europa ocidental, grande parte da popu- lação economicamente ativa está ocupada com atividades do setor terciário, o que é reflexo de uma economia dinâmica que já mecani- zou sua agropecuária, descentralizou parte de seu parque industrial para países emergentes e administra as divisas do mercado interna- cional, além de oferecer imensa variedade de prestação de serviços. 2. Japão. a) Localização: O Japão é constituído por um arquipélago vulcânico situado na por- ção leste do continente asiático, do qual está separado pelo estreito da Coreia (160 km de largura) e pelo mar do Japão. b) População: O Japão apresenta atualmente mais de 126 milhões de habitantes (é o décimo país mais populoso do mundo), com densidade demográfi- ca de 334,2 hab./km2; entretanto, sua distribuição populacional é irregular, sendo as regiões mais povoadas próximas ao litoral, como em Tóquio, Nagoya e Osaka, que apresentam densidades demográ- ficas acima de 4 mil hab./km2, e as menos povoadas, no interior, principalmente nas áreas montanhosas. c) Economia pós-Segunda Guerra: A economia japonesa após a Segunda Guerra Mundial passou por intenso processo de modernização no campo, e as reconstruções industriais recolocaram o país entre as maiores potências econômi- cas. Sua política comercial e as inovações tecnológicas levaram o Japão à posição de segunda maior economia do mundo desde o final da década de 1980. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd 400 10/20/17 3:08 PM 401 G e o g ra fi a G e ra l Os países emergentes da economia mundial ( I ) – México e Américas Central e do Sul Unidade 4 México Com uma extensão territorial de 1 972 547 km2, o México, atravessado pelo trópico de Câncer em sua por- ção central, apresenta territórios na zona climática intertropical. Encontra-se na parte norte do continente ame- ricano, entre os meridianos 118° 27’ 24’’ O e 86° 42’ 36’’ O e entre os paralelos 32° 43’ 06’’ N e 14° 31’ 54’’ N. O México é um país da América do Norte, delimitado ao norte pelos Estados Unidos da América, a leste pelo golfo do México e pelo mar do Caribe (por meio dos quais se aproxima de Cuba), a sul pela Guatemala e por Belize e a oeste pelo oceano Pacífico. O relevo mexicano apresenta algumas características singulares, pois é totalmente influenciado pela sua posição entre placas tectônicas. Essa situação é responsável pela instabilidade geológica (sismos) e pela presença de vulcões. Nesse comple- xo geológico, observa-se a presença de extenso planalto, circundado por elevações com forte ocorrência vul- cânica: a sierra Madre Ocidental e a sierra Madre Oriental. A hidrografia do México é rela- tivamente pobre, tanto na quanti- dade quanto na extensão e no volu- me de água dos seus rios, resultado dos climas secos da região. O clima do México sofre intensa ação das massas de ar e da altitude. A maior parte do território é ocupada por climas áridos e semiáridos, provo- cados principalmente pela circula- ção atmosférica, que acarreta baixa umidade do ar. A vegetação, por- tanto, é relativamente pobre, devi- do às condições climáticas. Com a segunda maior popu- lação absoluta da América Lati- na – 127,5 milhões de habitantes (2016) –, o México apresenta den- sidade demográfica da ordem de 62,4 hab./km2. A taxa de crescimento demo- gráfico nos últimos anos foi de 1,15% anual, o que, com respeito a censos anteriores, confirma a tendência à diminuição no ritmo de crescimento. Placa de Cocos Placa do Caribe Golfo do México Popocatepetl 5420m S e rra M a d re O c id e n ta l Placa do Pací�co ESTADOS UNIDOS S e rra M a d re O rie n ta l Placa Americana Acima de 3 001 De 1 500 a 3 000 De 601 a 1 500 De 301 a 600 Até 300 metros N 365 km 0 Relevo do México FERREIRA, Graça Maria Lemos; MARTINELLI, Marcello. Atlas Geográfico: espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2013. (Adaptado.) Objetivo(s) • Perceber o desenvolvimento social e econômico da América Latina. Professor, inicie esse as- sunto com a posição geo- gráfica do México; em seguida, apresente rapi- damente seus aspectos naturais, com destaque para relevo, hidrografia, cli- ma e vegetação. Comente o quadro humano do Mé- xico, com destaque para crescimento vegetativo e a qualidade de vida da popu- lação. Aprofunde o assunto e comente a agricultura, a indústria e os serviços nes- se país. Finalize o assunto com comentários sobre o EZLN. Menos de 50 De 51 a 100 De 101 a 500 Mais de 501 Habitantes/km² 1. Cidade do México 2. Guadalajara 3. Monterrey 4. Puebla 5. Toluca 6. Tijuana 7. León 8. Cidade Juarez 9. Torreón Principais áreas metropolitanas (em milhões de hab.) 19,3 4,1 3,7 2,1 1,7 1,5 1,4 1,3 1,1 Golfo do México OCEANO PACÍFICO ESTADOS UNIDOS AMÉRICA CENTRAL 3 8 2 7 1 4 5 9 Trópico de Câncer N 310 km 0 FERREIRA, Graça Maria Lemos; MARTINELLI, Marcello. Atlas Geográfico: espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2013. (Adaptado.) Densidade demográ�ca do México 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd 401 10/20/17 3:08 PM 402 G e o g ra fi a G e ra l Anotações O idioma oficial é o espanhol. Ao mesmo tempo, são faladas diversas línguas indígenas. A Constituição garante a liberdade de culto, e a maior parte da população professa a religião católica. Da população, 79,2% (2015) é urbana. A região metropolitana da Cidade do México abriga, sozinha, cerca de 30% da população desse país, que se compõe, na maioria (70%), de mestiços de índios e espanhóis. Uma das questões marcantes da população mexicana é a constante saída (ou tentativa) de pessoas em direção aos Estados Unidos. São os conhecidos braceros, trabalhadores das fazendas da Califórnia que, em ge- ral, permanecem nos Estados Unidos. Essa constante fuga de mexicanos para os Estados Unidos, beneficiada pela posição geográfica, é uma preocupação constante do governo de ambos os países. Dados econômicos do México (2016) População absoluta 123 milhões de habitantes PIB (Produto Interno Bruto / Paridade de Poder de Compra – PPC) US$ 2,3 trilhões Crescimento populacional 1,15% Crescimento do PIB 2,1% (2016) Taxa de natalidade 18,5 por mil habitantes Renda per capita (PPC) 18 900,00 US$ Taxa de mortalidade 5,3 por mil habitantes Exportações US$ 359,3 bilhões Taxa de mortalidade infantil 11,9 por mil habitantes Importações US$ 372,8 bilhões Expectativa de vida 75,9 anos Destino das exportações EUA: 81,1% Alfabetismo 95,1% Principais parceiros nas importações EUA: 47%; China: 17%; Japão: 4% Disponível em: <www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/mx.html>. Acesso em: 6 fev. 2017. (Adaptado.) Depois da severa redução do produto interno bruto (PIB) no ano de 1995, a economia mexicana tem re- gistrado taxas de crescimento positivas e significativas. A indústria mexicana começou a sair da fase artesanal no fim do século XIX. O verdadeiro desenvolvi- mento do setor manufatureiro, no entanto, ocorreu na década de 1940, quando a Segunda Guerra Mundial impôs uma política de substituição das importações de bens de consumo. Às indústrias têxteis e alimentícias se seguiram, na segunda metade do século XX, grandes indústrias químicas, petroquímicas, siderúrgicas, me- cânicas e outras dedicadas à fabricação de bens de consumo duráveis, como automóveis e eletrodomésticos. A excessiva concentração industrial na cidade do México, em Monterrey e Guadalajara levou o governo a criar núcleos de desenvolvimentoem outras áreas. O capital proveniente das exportações de recursos na- turais permitiu o crescimento da indústria, pois na década de 1990 o maior impulso foi dado pela ampliação das indústrias conhecidas como maquiladoras, que na verdade não produzem mercadorias, apenas montam produtos com mão de obra barata e lucram com a diminuição ou ausência de impostos. Essa área no México apresenta cidades fronteiriças com os Estados Unidos, por isso as empresas ali ins- taladas são em sua grande maioria estadunidenses. Em 1993, foi criado o NAFTA (North American Free Trade Agreement, ou Associação de Livre Comércio da América do Norte), com a participação do Canadá, dos Estados Unidos e do México. Os maiores parceiros comerciais do México são os países do Nafta, com quem o México tem realizado, em média, cerca de 80% do valor total de suas exportações. O setor de serviços (2016) representa aproximadamente 61% do PIB, e como resultado da sua industriali- zação o México deixou de participar do comércio internacional apenas como exportador de matérias-primas e fontes de energia, para incluir em sua pauta de exportações produtos têxteis e químicos, aparelhos eletroele- trônicos e automóveis. O petróleo é explorado na região do golfo do México, exportando grande parte de sua produção para os Estados Unidos. Parte desse petróleo é utilizada internamente para abastecer usinas termelétricas, responsáveis por fornecer grande parte da energia elétrica para os mexicanos. Já os recursos minerais 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd 402 10/20/17 3:08 PM 403 G e o g ra fi a G e ra l Anotações metálicos são encontrados na região das sierras, onde se encontram prata (1o produtor mundial), chumbo, ouro, cobre e zinco. A agricultura sofre a ação da aridez, que torna improdutiva grande parte de seu território. Além disso, o restante possui relevo demasiadamente irregular para o bom aproveitamento agrícola. As zonas que permi- tem o cultivo não ultrapassam 15% do território, mas algumas são extraordinariamente férteis e produzem várias safras por ano. No final do século XX, a agricultura absorvia um terço da mão de obra, mas seu produto bruto era muito inferior ao da indústria e dos serviços. Existem no México dois setores agrícolas bem diferen- ciados: a agricultura tradicional e a agricultura moderna. Os produtos das plantations são o café, a cana- -de-açúcar e o algodão. A população mexicana, ape- sar da boa situação econômica, convive com graves problemas sociais. Na porção sul, por exemplo, onde se encontra a região de Chiapas, a população en- frenta precárias condições de vida. Em sua maioria camponeses e descendentes de índios, sentem-se marginalizados em relação ao restante da população. Em 1994, cansada de esperar providências governa- mentais para dinamizar a economia regional e outras medidas, a população dessa região se rebelou, reivin- dicando seus direitos por meio de luta armada, for- mando o EZLN (Exército Zapatista de Libertação Na- cional), em homenagem a Emiliano Zapata Salazar, líder rural do início do século XX. Entre outros fatores, os zapatistas rebelaram-se porque o governo central mexicano tinha tornado obrigatória a alfabetização da região de Chiapas pela língua espanhola, além de proibir as transmissões de rádio na língua indígena local. Na atualidade, tanto o governo mexicano quanto o EZLN buscam expandir suas ações, segundo seus interesses, nessa região. América Central A América Central constitui-se de uma área de 756 mil km2, situada em dois espaços distintos: um conti- nental (istmo que interliga a América do Norte à América do Sul e ocupa cerca de 70% da área regional) e outro insular, disposto em forma de arco no oceano Atlântico e que se divide em Grandes e Pequenas Ilhas. N 280 km 0 CUBA GUATEMALA BELIZE HONDURAS NICARÁGUA COSTA RICA PANAMÁ EL SALVADOR JAMAICA HAITI REP. DOMINICANA PORTO RICO ANTÍGUA E BARBUDA SÃO CRISTÓVÃO E NÉVIS DOMINICA SANTA LÚCIA BARBADOS SÃO VICENTE E GRANADINAS I. Martinica (FRA) I. Guadalupe (FRA) GRANADA ANTILHAS HOLANDESAS TRINIDAD E TOBAGO Trópico de Câncer OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO Golfo do México Golfo de Campeche Mar das Antilhas (Mar do Caribe) Estreito de Iucatã Estreito da Flórida B A H A M A S Cid. da Guatemala Belmopan Tegucigalpa Manágua San José Cid. do Panamá Havana Kingston Porto Príncipe Santo Domingo San Juan Nassau San Salvador FERREIRA, Graça Maria Lemos; MARTINELLI, Marcello. Atlas Geográfico: espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2013. (Adaptado.) América Central: divisão política (istmo e insular) Terciário 61,9% Secundário 24,1% Primário 13,4% PEA por setores de atividade no México (%) – 2016. Disponível em: <www.cia.gov/library/publications/the- world-factbook/geos/mx.html>. Acesso em: 6 fev. 2017. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd 403 10/20/17 3:08 PM 404 G e o g ra fi a G e ra l Anotações A América Central continental está situada entre o México e a América do Sul, limita-se a oeste com o oceano Pacífico e a leste com o mar do Caribe. Os países que a compõem são Panamá, Costa Rica, Nicarágua, Honduras, El Salvador, Guatemala e Belize. A América Central insular, situada no mar do Caribe ou das Anti- lhas, compreende 13 países independentes e diversos territórios dependentes dos Estados Unidos, França, Países Baixos e Reino Unido. Excluídas as Bahamas, divide-se em Grandes Antilhas (Cuba, Hispaniola – onde se situam República Dominicana e Haiti –, Jamaica e Porto Rico) e Pequenas Antilhas (ilhas de Barlavento e de Sotavento). Segundo dados do IBGE de 2016, a população absoluta da América Central era de 72 307 503 habitantes. A Guatemala destacava-se como o país mais populoso, com 16 342 897 habitantes, e o menos populoso era São Cristóvão e Névis, com apenas 55 572 habitantes. A exemplo do que ocorre em toda a América Latina, a grande maioria da população apresenta os mesmos problemas sociais (fome, miséria e exclusão social) que afligem o mundo subdesenvolvido. A densidade demográfica é elevada, com uma média de cerca de 95,6 hab./km2. A distribuição espacial da população, no entanto, é muito irregular. No istmo, as maiores concentrações estão nas áreas centrais ou nas proximidades da costa do Pacífico que apresentam áreas com melhor ferti- lidade. Já a costa do Atlântico, área inicial de colonização, é menos propícia ao desenvolvimento agrícola pela presença de pântanos e florestas. Na porção insular, o povoamento é quase sempre maior nas áreas litorâneas e nas proximidades das maiores cidades. O crescimento vegetativo regional tem caído rapidamente, sobretudo a partir do final do século XX, pela associação de diversos fatores, dentre os quais se destacam a urbanização, a ampliação e melhoria dos meios de informação, a generalização da educação escolar básica, o crescente turismo, as alte- rações dos modos de vida tradicionais e a integração das mulheres no mercado de trabalho. Na porção insular, em vários países o crescimento já está abaixo da taxa de reposição populacional. Na porção continental, o crescimento vegetativo é maior, quase sempre superior a 2% ao ano. Dados sociais de alguns países da América Central (2016) C. P. T. N. T. M. T. M. I. T. F. Exp. Vida Alfab. Urb. Granada 0,46 15,8 8,1 9,9 2,04 74,3 * 35,6 Guatemala 1,79 24,5 4,7 22 2,83 72,3 81,5 51,6 Cuba 20,3 10,8 8,6 4,5 1,71 78,7 99,9 77,1 Haiti 1,71 23,3 7,7 48,2 2,79 63,8 60,7 58,6 C.P. – Crescimento Populacional (%); T.N. – Taxa de Natalidade (por mil habitantes); T.M. – Taxa de Mortalidade (por mil habitantes); T.M.I. – Taxa de Mortalidade Infantil (por mil habitantes); T.F. – Taxa de Fecundidade (média de filhos por mulher);Exp. Vida – Expectativa de vida (média em anos); Alfab. – Alfabetização (% de pessoas alfabetizadas no país); Urb. – Urbanização (% de pessoas que vivem nas cidades). * Dado não informado. Organizado pelo autor. World Bank Development – 2016, Cia. World Fact Book – 2016, e SICA (Sistema de Integração Centro-Americana), 2016. Acesso em: 7 jan. 2017. Na América Central continental, a população urbana tem crescido rapidamente nas últimas décadas, po- rém na maior parte dos países ela é ainda pequena. Nas ilhas, o país mais urbanizado é Porto Rico, com 98% de sua população vivendo nas cidades, o que se explica pela quase inexistência de vida econômica rural nas ilhas desse arquipélago. No istmo, a urbanização é menor, e vários indicadores sociais comprovam os diferentes níveis de subdesenvolvimento e a gravidade dos problemas sociais que atingem os países da região. Quanto à composição étnica, os indígenas continuam sendo a base da população de vários países, como a Guatemala, mas a presença de brancos e mestiços, além de negros, também é significativa. Em algumas regiões de Hon- duras e Nicarágua há a presença dos zambos (cafuzos), mestiços de negros e índios. Na agricultura, a forma de produção mais comum é a plantation, com destaque para o café, o cacau e a banana para exportação. Destes, o produto mais importante é o café. Guatemala e El Salvador são grandes produtores mundiais. Na costa do Pacífico e na região central, os solos são muito férteis (terra roxa) e o clima tropical facilita a produção. As técnicas produtivas são tradicionais, com grande volume de mão de obra. A agricultura de subsistência, praticada nas terras de menor qualidade, obtém baixa produtividade e geralmente força esses países a importar alimentos. O processo de dependência internacional dos países da América 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd 404 10/20/17 3:08 PM 405 G e o g ra fi a G e ra l Anotações Central se manifesta na atualidade por meio do tipo de comércio externo que realizam e pelas formas como se relacionam com o sistema financeiro globalizado. As origens da dependência, no entanto, estão situadas no antigo processo agrícola colonial. As plantations foram introduzidas na América Central ainda no século XVI, época do capitalismo comercial e do início da colonização, pela associação dos interesses dos nobres euro- peus com os comerciantes e colonizadores no Novo Mundo. 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 TerciárioSecundárioPrimário Trinidad e Tobago HondurasHaitiCubaGuatemalaGranadaDominicaSanta Lúcia 2,9 14,1 83 14,715,5 69,8 9,6 13,8 76,6 13,2 23 63,8 21,520,3 58,2 13,8 26,6 59,6 0,5 13,9 85,6 3,9 23,8 72,3 PIB × setores de atividades em alguns países da América Central (%) – 2016 Organizado pelo autor. Baseado em World Bank Development – 2016, Cia. World Fact Book – 2016, e SICA (Sistema de Integração Centro-Americana), 2016. Acesso em: 7 jan. 2017. Os recursos minerais metálicos são restritos na América Central. A produção, quando existe, é pequena, com exceção da bauxita, produzida na Jamaica, que atinge a 3a posição mundial, com produção superior a 11 milhões de toneladas por ano. O níquel é o segundo recurso mais importante para a região, com produção na República Dominicana e em Cuba. Há ainda, mas sem destaque mundial, produção de ouro na Nicarágua e de zinco em Honduras. A energia na região apresenta diversos problemas, pois as fontes energéticas não são abundantes. O carvão praticamente não existe na região, e a produção de petróleo é pequena e restrita quase apenas a Trinidad e Tobago e Cuba, dois pequenos produtores. O Panamá não chega a ser diferente dos demais países da região, pois o fato de os produtos petroquími- cos constituírem seu primeiro produto de exportação se explica pela presença de transnacionais norte-ameri- canas que ali se instalaram em razão dos baixos impostos cobrados e pela proximidade da Venezuela, grande fornecedora de petróleo. O país é, portanto, um entreposto entre o produtor e o consumidor principal. Os rios, relativamente abun- dantes na porção continental, são de pequeno curso e baixo potencial hidroelétrico. A atividade industrial na América Central é pouco desenvolvida. Algumas indústrias, no entanto, surgem na região, aproveitando-se de um ou mais dos seguintes fatores: presença de matérias-primas agrícolas ou minerais, mão de obra barata e facilidades legais ou financeiras (paraísos fiscais ou impostos mais baixos). Os setores de destaque são cimento (Cuba, Panamá e Trinidad e Tobago), fertilizantes (Trinidad e Tobago), tabaco e açúcar (Cuba). Vale a pena ressaltar que, em todos os países da América Central, a atividade eco- nômica mais importante é a do setor terciário. Em muitos deles trata-se de um setor inchado (hipertrofia do setor terciário), composto de excessiva atividade burocrática, militarismo, comércio e prestação de serviços muito simples. Em outros, tem crescido o turismo e se formaram paraísos fiscais que atraem atividades e capitais ilícitos, inchando o setor terciário. Ainda dentro do setor de serviços, tem crescido bastante a recepção de pagamen- tos por uso de bandeira. Os navios são registrados sob a bandeira de determinados países que cobram taxas 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd 405 10/20/17 3:08 PM 406 G e o g ra fi a G e ra l Anotações mais baratas e realizam fiscalizações menos severas do que as existentes em nações desenvolvidas. Dessa forma, alguns países que não têm significativas indústrias de construção naval nem comércio externo de destaque mundial aparecem entre os que possuem maior tonelagem de navios de carga registrados sob sua bandeira. A partir das duas últimas décadas do século XX, o comércio externo da América Central, especial- mente da porção continental (Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras e Nicarágua), tem passado por lento processo de transformação: em primeiro lugar, pela sua crescente diversificação e, em segundo, pelas mudanças de posição dos produtos mais importantes. Geopolítica na América Central A importância geopolítica de Cuba no contexto da América Central está assentada na proximidade dessa ilha com o território americano e nas diferentes políticas implementadas na área, pois Cuba, colônia espanho- la, foi transferida ao domínio dos Estados Unidos em sucessivas ocupações. Veja a seguir a sequência dos fatos em relação a essa ilha. • 1952-1959: ditadura de Fulgêncio Ba- tista, que atraiu prosperidade à ilha sem beneficiar a população, provocando uma rebelião organizada pela guerrilha liderada por Fidel Castro. • 1959: Revolução Vitoriosa. Fulgêncio Batis- ta foge da ilha. • 1961: declarado o caráter socialista da re- volução e a expulsão da OEA (Organização dos Estados Americanos). • 1962: escalada da tensão no isolamento comercial de Cuba, com o boicote aos seus produtos de exportação. A União Soviética começa a instalar mísseis nucleares de médio alcance no país. Esse episódio ficou conhecido como Crise dos Mísseis. • 1972: adesão ao Comecon, exportando açúcar e importando petróleo a preços favorecidos. • 1991: fim da ajuda soviética – os Estados Unidos passam a intensificar o embargo comercial contra Cuba, o que leva Fidel Castro a iniciar severo racionamento. A crise levou o país às reformas econômicas, algumas testadas na China e no Vietnã, o que conteve a queda e, mais recentemente, fez a economia voltar a crescer. Dentre as reformas, ocorreu o crescimento das cooperativas de camponeses, que hoje controlam mais da metade das terras cultivadas do país, o que abriu a possibilidade de venda direta ao consumidor e permitiu o lucro. Raúl Castro assumiu interinamente as funções deseu irmão Fidel (secretá- rio-geral do Partido Comunista Cubano, comandante supremo das Forças Arma- das e presidente do Conselho de Estado). Em 2016, Raúl Castro retomou relações diplomáticas com o governo dos Estados Unidos (Barack Obama), e nesse mesmo ano morreu Fidel Castro. Barack Obama e Raúl Castro. Fidel Castro. D iv u lg a ç ã o N ic h o la s K a m m /A g ê n c ia F ra n c e -P re s s e 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd 406 10/20/17 3:08 PM 407 G e o g ra fi a G e ra l Anotações O outro ponto de importância geopolítica na Améri- ca Central é o canal do Panamá, aberto em 1914. A obra é um marco na história da navegação mundial, pois pro- porcionou economia financeira e de tempo nos trans- portes realizados entre o Atlântico e o Pacífico. A cons- trução do canal remonta ao final do século XIX, quando franceses e colombianos tentaram a proeza sem suces- so, repassando o empreendimento aos Estados Unidos. Na mesma época, a província do Panamá (território da ex-República da Grã-Colômbia, atual Colômbia) foi in- vadida pelos estadunidenses, que incentivaram a sua independência. O novo país (Panamá) repassou aos Es- tados Unidos o direito de concluir a construção do canal do Panamá, além de lhes garantir o direito perpétuo de controle dessa passagem estratégica. Antes de sua construção, qualquer navio que estivesse no mar do Ca- ribe, para chegar ao oceano Pacífico, necessariamente teria de contornar o sul da América Latina. Para eliminar esse problema, no início do século XX foi aberto o canal e nele instaladas várias comportas (eclusas) que compensam o desnível entre os oceanos Atlântico e Pacífico. Essa obra envolveu muitos interesses políticos e econômicos internacionais, como a determinação americana em controlar a América Central e o tráfego de navios na região. Assim, os Estados Unidos controlaram o canal até a década de 1970, quando então os militares e civis (zonians – civis americanos que viviam na zona do canal do Panamá) estadunidenses deixaram o canal, que passou a ser controlado pelo Panamá. O Panamá apresenta extensão de 75 517 km2 e população de aproximadamente 4 milhões de habitantes. Merecem destaque os nú- cleos urbanos da Cidade do Panamá e São Miguel. O canal, por onde passam cerca de 5% dos produtos comer- cializados no mundo, é responsável por 1/3 da renda gerada nesse país, principalmente pelo pedágio cobrado para a travessia. O canal mede aproximadamente 81 km de comprimento, com largura que varia entre 100 e 400 m e profundidade em torno de 12 a 30 m. América do Sul A América do Sul, cuja área é de 17 850 568 km2, limita-se com o mar do Caribe (ao norte), o oceano Atlântico (a leste), o oceano Pacífico (a oeste) e o es- treito de Drake (ao sul). A região é cortada pela linha do equador (ao norte) e pelo trópico de Capricórnio no paralelo 23°27’ Sul, o que determina territórios nas Zonas lntertropical e Temperada do sul. Antes do processo de colonização europeu, aqui viviam civilizações pré-colombianas. Para facilitar o estudo, divide-se a América do Sul, segundo a paisagem natural, em três grupos: o guiano (países com territórios no planalto das Guianas), o andi- no (países com territórios na cordilheira dos Andes) e o platino (países com territórios na bacia do Prata). América Platina A América Platina é formada por Argentina, Uruguai e Paraguai, e é caracterizada pelas áreas de planície, pela pequena influência da mineração e pela presença N 880 km 0 Bogotá Quito Caracas Brasília Georgetown Paramaribo Caiena La Paz Lima Buenos Aires Montevidéu Santiago Assunção Equador OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO Trópic o de Cap ricórnio BRASIL VENEZUELA COLÔMBIA PERU EQUADOR BOLÍVIA ARGENTINA CHILE PARAGUAI URUGUAI GUIANA SURINAME GUIANA FRANCESA Países guianos Países andinos Países platinos FERREIRA, Graça Maria Lemos; MARTINELLI, Marcello. Atlas Geográfi co: espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2013. (Adaptado.) Divisão da América do Sul Eclusas de Gatún Eclusa de Pedro Miguel Eclusas de Miraflores 26 m sobre o nível do mar Nível do oceano Lago de Gatún Lago de Miraflores OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO Eclusas de Gatún Eclusa de Pedro Miguel Puerto Pilón Colón Cristóbal Gatún Escobal ZONA DO CANAL Frijoles Gamboa Paraíso Balboa Cidade do Panamá Eclusas de Miraflores Lago Madden Mar das Antilhas Lago de Gatún OCEANO PACÍFICO Canal/eclusa Ferrovia Rodovia Limite da zona do canal N 10 km 0 Canal do Panamá FERREIRA, Graça Maria Lemos; MARTINELLI, Marcello. Atlas Geográfi co: espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2013. (Adaptado.) 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd 407 10/20/17 3:08 PM 408 G e o g ra fi a G e ra l Anotações da bacia Platina. A área desses países representa cerca de 3,36 milhões de km2, e sua população absoluta somava aproximadamente 54 milhões de habitantes em 2016 (IBGE). A densidade demográfica é baixa, com média de 16 hab./km2. As áreas com maiores densidades se encontram próximas ao litoral do oceano Atlântico, como Buenos Aires e Montevidéu. O Uruguai destaca-se pela pecuária, principalmente pelos rebanhos bovino e ovino, cria- dos de forma extensiva. O Paraguai apresenta duas porções geográficas separadas pelo rio Paraguai: a porção oriental é a mais importante, com solo fértil e clima chuvoso que favorecem as lavouras de soja e algodão e a pecuária extensiva de bovinos; já a porção ocidental (o Chaco) apresenta área constantemente inundada, com o predomínio do extrativismo vegetal. O destaque para esse grupo é a Argentina, com 2,7 milhões de km2 e população absoluta de 44 185 744 habitantes, de origem predominantemente europeia e com grande concentração populacional na foz do rio da Prata. A Argentina apresenta cinco regiões geoeconômicas. A primeira é o Chaco, formado pela pla- nície cortada pelo rio Paraguai e com baixa densidade demográfica, pecuária extensiva de bovinos e culturas de milho e algodão, en- quanto os Andes argentinos apresentam re- levo acidentado, com clima seco, produção de vinhas e extração de petróleo. Já na Patagô- nia, predominam clima seco e frio e vegetação de estepes, com população rarefeita, que se dedica à pecuária extensiva de ovinos, que proporciona alta produção de lã. Entre-Rios ou Mesopotâmia argentina fica no Nordeste e caracteriza-se por muitos lati- fúndios com predominância da agropecuária extensiva. É o Pampa (campanha gaúcha), po- rém, a mais importante região geoeconômica, com planícies, solos férteis, clima temperado úmido, vegetação herbácea, 70% da população, agricultura de trigo e soja, além de centro industrial do país, com destaque para Buenos Aires, Rosário e Córdoba. América Andina Todos os países andinos, que são independentes, têm como língua oficial o espanhol e mantêm sua unidade por causa disso e da população, em sua maioria de origem indígena e mestiça. Os países da América Andina são a Venezuela, a Colômbia, o Equador, o Peru, a Bolívia e o Chile. Estendem-se de norte a sul, com territórios na cordilheira dos Andes ou próximos a ela. Essa população somava, em termos absolutos, cer- ca de 155 milhões de habitantes em 2016 (IBGE). O país mais populoso desse grupo é a Colômbia, com 48,2 milhões; o menos po- puloso é a Bolívia, com apenas 10,7 milhões de habitantes. No entanto, algumas áreas destacam-se pelas altas densidades, todas próximas ao litoral do Pacífico. A população apresenta bai- xa qualidade de vida, resultado da economia de plantations e extração mineral, herdada do período colonial. Na realidade, a agricultura é a base da economia andina. De modo geral, permanece arcaica e predominam a agricul- tura de subsistência– milho e batata – e a plantation – café, cacau, algodão e banana. População economicamente ativa 3 setores de atividades nos países da América Platina (%) – 2016 Organizado pelo autor. Baseado em World Bank Development – 2016, Cia. World Fact Book – 2016. Acesso em: 7 jan. 2017. 0 20 40 60 80 ParaguaiArgentinaUruguai Primário Secundário Terciário 73 72 55 14 23 18,5 13 5 26,5 Renda per capita (paridade de poder de compra) em alguns países da América Andina (US$) – 2016 Organizado pelo autor. Baseado em World Bank Development – 2016, Cia. World Fact Book – 2016. Acesso em: 7 jan. 2017. 0 5 000 10 000 15 000 20 000 25 000 30 000 ChileBolíviaPeruEquadorColômbiaVenezuela 15 100 14 200 11 000 13 000 7 200 24 000 US$ Professor, comente que, além do espanhol, Bolívia e Peru têm como língua ofi- cial o quíchua e o aimará. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd 408 10/20/17 3:08 PM 409 G e o g ra fi a G e ra l Anotações Na pecuária, destacam-se a criação bovina na Venezuela e na Colômbia, a criação ovina no Peru e Chile e a de lhamas na Bolívia. Após os respectivos processos de independência, o crescimento industrial tornou-se sig- nificativo somente depois da Segunda Guerra Mundial, concentrando-se em algumas grandes cidades, como Santiago, Lima, Bogotá e Caracas. A atividade industrial caracteriza-se pelo mercado interno restrito, pela falta de capital e tecnologia, pela carência de mão de obra qualificada e pela deficiência na rede de transportes. Os países mais industrializados são Chile e Venezuela, com destaque para os setores siderúrgico, químico, petroquímico, têxtil e alimentício. Dos recursos minerais, destaca-se o petróleo na Venezuela e no Equador. Na Venezuela, as jazidas petrolífe- ras são exploradas no lago Maracaibo e a leste do rio Orinoco, representando 80% da receita das exportações do país. O estanho na Bolívia representa mais da metade das exportações nacionais, e o cobre é significante na economia do Chile. Na Colômbia, chama a atenção o conflito entre o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARCs), que controlam uma área desmili- tarizada de 42 000 km2. As FARCs são o maior e mais antigo grupo de rebeldes de esquerda da Colômbia – e um dos exér- citos de guerrilha mais ricos e poderosos do mundo. Fundada em 1964, a organização tem como pro- pósito anunciado usar a luta armada para derrubar o governo e instalar um regime marxista no país. Suas táticas mudaram, no entanto, em 1990, depois que forças paramilitares passaram a atacar os focos rebeldes. Pressionada, a guerrilha envolveu-se no tráfico de drogas colombiano a fim de levantar dinheiro para sua campanha. Alguns analistas afirmam que esse grupo trocou seus ideais políticos pela admi- nistração do lucrativo negócio. Na segunda metade da década de 1990, os guerrilheiros iniciaram uma campanha de sequestros que, para esses observa- dores, tornaram-se um fim em si mesmo. Recentemente (2016/2017) o governo colom- biano e as FARCs buscam a paz com acordos sob observação de países e organismos internacionais. Outro grupo de destaque na Colômbia é o Exér- cito de Libertação Nacional da Colômbia (ELN). Tra- ta-se de uma organização guerrilheira, de inspiração comunista e de caráter político-militar, criada em Simacota, em 7 de janeiro de 1965, por Fabio Vasquez Castano, inspirado na experiência cubana. O ELN teve seu apogeu durante a segunda metade da década de 1990. Hoje, tem nas suas fileiras perto de 20 mil homens, que dividem seu trabalho entre a atividade militar e ações de caráter social. O Exército de Liber- tação Nacional, hoje liderado por Nicolás Rodríguez Bautista (Gabino), tem sido afetado pela ação dos pa- ramilitares de extrema direita que surgiram nos anos 1980. Sua popularidade tem sido muito afetada pela crescente repulsa dos colombianos às FARCs e pela violência causada por essa guerra, assim como pelo apoio nacional aos paramilitares que os combatem. América Guiana A América Guiana compreende três países: República Cooperativa da Guiana (ex-colônia inglesa), Suriname (ex-colônia holandesa) e Guiana Francesa (departamento do Ultramar Francês), numa área de menos de 464 000 km2, e suas populações juntas somavam aproximadamente 1,5 milhão de habitantes em 2016 (IBGE). Con�itos na Colômbia Bogotá Cali Equador Peru Brasil Colômbia Venezuela Medellín Cartagena BarranquillaMar do Caribe Oceano Pací�co Farc Paramilitares ELN Panamá N 195 km 0 FERREIRA, Graça Maria Lemos; MARTINELLI, Marcello. Atlas Geográfico: espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2013. (Adaptado.) 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd 409 10/20/17 3:08 PM 410 G e o g ra fi a G e ra l Anotações A seguir, alguns dados sociais da América Guiana. Dados sociais da AmŽrica Guiana em (2016) C. P. T. N. T. M. T. M. I. T. F. Exp. Vida Alfab. Urb. Guiana 0,6 18,3 7,3 39 2,48 66 98,8 28 Suriname 1,1 16,8 5,5 18,8 1,9 73 89 75 Guiana Francesa N/D N/D N/D 13,4 N/D 75 83 81 C.P. – Crescimento Populacional (%); T.N. – Taxa de Natalidade (por mil habitantes); T.M. – Taxa de Mortalidade (por mil habitantes); T.M.I. – Taxa de Mortalidade Infantil (por mil habitantes); T.F. – Taxa de Fecundidade (média de filhos por mulher); Exp. Vida – Expectativa de vida (média em anos); Alfab. – Alfabetização (% de pessoas alfabetizadas no país); Urb. – Urbanização (% de pessoas que vivem nas cidades). N/D – Não divulgado. Organizado pelo autor. Baseado em World Bank Development – 2016, Cia. World Fact Book – 2016. Acesso em: 7 jan. 2017. A qualidade de vida nesses países é relativamente baixa, assim como a distribuição de renda. Predomi- nantemente, a economia dos países da América Guiana está baseada na mineração e na agricultura. O destaque nessa região é o Suriname, o menor país independente da América do Sul, que apresenta grande diversidade de fauna e flora. Essa beleza natural, porém, está ameaçada pelo avanço cada vez maior de projetos agrícolas e mineradores desse país. A economia do Suriname está atrelada à mineração, principalmente pela exportação de bauxita, ouro e petróleo. Com programa de ampliação dos impostos e controle das despesas, o governo também controlou a infla- ção e o crescimento econômico chegou, graças aos importantes investimentos estrangeiros (Holanda, Bélgica e do Fundo Europeu de Desenvolvimento) na mineração e na extração de petróleo. Atividade discursiva (Unicamp-SP) Fonte: https://1;wne.edu/news/index. cfm?selection=doc.2507&DClid=16215 Fonte: http//commons.wikimedia.org/wiki/Main_Page R ep ro du çã o/ Ve st ib ul ar U ni ca m p R ep ro du çã o/ Ve st ib ul ar U ni ca m p As figuras acima ilustram a importância do sistema internacional de circulação. As longas distâncias a se- rem vencidas representam altos custos, calculados em função do tempo de deslocamento. Por isso foram construídos dois importantes canais de comunicação interoceânicos, hoje já centenários. São eles o Canal de Suez e o Canal do Panamá, que completou cem anos em agosto. a) Associe corretamente cada figura ao respectivo Canal mencionado no texto, e apresente, com base nas figuras, características da paisagem que permitem identificar a localização correta de cada Canal. A figura 1 representa o Canal do Panamá, localizado no Panamá, América Central continental. O canal foi construído numa área com domínio de floresta equatorial latifoliada e perenifólia, como pode ser observado na fotografia. Parte do canal foi construído em área com topografia planáltica com maiores declividades. A figura 2 corresponde ao Canal de Suez, localizado no Egito, limítrofe entre a África e Ásia (Oriente Médio). O canal foi construídonuma região de clima árido com deserto arenoso, como pode ser observado na fotografia. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd 410 10/20/17 3:08 PM 411 G e o g ra fi a G e ra l b) Até 1999, quando a administração do Canal Panamá foi entregue ao Governo do Panamá, o Canal esteve sob controle de outro país. Qual é esse país e qual foi seu interesse no controle do Canal? O canal foi construído pelos Estados Unidos, que estimularam a independência do Panamá em relação à Colômbia em 1903. A construção foi comple- tada em 1913, e os Estados Unidos administraram a Zona do Canal do Panamá (canal e entorno) até 1999. O canal é estratégico para os Estados Unidos, uma vez que facilita o controle sobre o transporte de mercadorias entre as costas leste e oeste do país, além do intercâmbio comercial com a Ásia, Oceania e parte da América Latina, áreas banhadas pelo Oceano Pacífico. Atividades Em sala 1. (UEMG) EUA alegam combater terrorismo para justificar presença militar na América do Sul. Desde seus processos de independência, duas nações alternam momentos de conflito e de cooperação bilateral. A partir da década de 1980, com o aumento do tráfico de drogas e combustíveis, os problemas voltaram a ser frequentes. Atualmente, esses países estão em conflito territorial por domínio da região na fronteira. Disponível em: <http://www.jb.com.br/internacional/noticias/2015/09/02/venezuela-amplia-estado-de-excecao-na-fronteira-com-colombia/>. Com base nas informações obtidas acima, é CORRETO concluir que os países citados no conflito são: a) Venezuela e Colômbia – a atual crise culminou com o fechamento da fronteira entre esses países e o acesso terrestre ficou fechado por tempo indeterminado. b) Argentina e Uruguai – o elemento chave é a rejeição de um grupo vizinho argentino a uma fábrica de celulose no Uruguai, expressada pelo bloqueio de uma das pontes internacionais que une os dois países. c) Brasil e Paraguai – os embates contra os agricultores brasileiros residentes no Paraguai, que são denunciados pelos impactos nas comunidades locais ou pelo mau uso de agrotóxicos. d) Colômbia e Peru – a controvérsia originada no ataque colombiano a um acampamento das FARCs (Forças Armadas Revolucionárias Colombianas) em solo peruano. http://br.images.search.yahoo.com 23/10/2015. R ep ro du çã o/ Ve st ib ul ar U E M G Resposta: A. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd 411 10/20/17 3:08 PM 412 G e o g ra fi a G e ra l 2. (Uema) A complexa realidade contemporânea da América Latina impõe ao pensamento geográfico uma instigante encruzilhada. Vivemos em um continente no qual os processos de globalização alcançaram velocidades nunca vistas antes, graças à força dos agentes envolvidos e à criação de condições internas propícias a essa dinâmica. ARROUYO, Mônica et al. Quest›es territoriais na AmŽrica Latina. São Paulo: Edusp, 2006. Com base no recorte acima, as características da globalização na América Latina são: a) as mudanças das relações na sociedade, uma nova organização política de apropriação do lucro definidos por um complexo chamado tecnociência superior ao dos países centrais. b) a existência de um único sistema técnico graças à convergência da informática, da eletrônica e da cibernética existente em todos os países. c) as simultaneidades por meio das redes, a solidariedade entre as pessoas e o papel do consumo ancorado na publicidade e no crédito. d) as revoltas no campo e na cidade, a diversidade cultural, a ingovernabilidade dos territórios nacionais e o uso corporativo do território. e) a padronização das formas de produção, acomodação da divisão do trabalho e unificação territorial e política. 3. (IFCE) O México possui importantes reservas de petróleo e gás natural concentradas: a) na Serra Madre Ocidental. b) nas planícies litorâneas do Oceano Pacífico. c) nas planícies litorâneas do Golfo do México. d) no planalto Mexicano. e) na península da Califórnia. Para casa 1. (IFSP) Considere o texto e imagem a seguir: No dia 17 de dezembro de 2014, os presidentes Raúl Castro de Cuba e Barack Obama dos Estados Unidos discursaram em seus respectivos países e anunciaram novas medidas que seriam adotadas em sua política internacional. Sendo assim, é correto o que se afirma em: I. A retomada das relações diplomáticas de ambos os países com abertura de embaixadas em Havana e Washington. II. Mesmo com a retomada das relações entre ambos, o embargo econômico a Cuba continuará em vigor. III. Ambos anunciaram que estenderão suas rivalidades e travaram uma nova modalidade de Guerra Fria. IV. Ambos os países contaram com o apoio e esforços do papa Francisco e Nicolás Maduro, presidente da Venezuela. V. Cuba e Estados Unidos não mantinham relações diplomáticas desde 1961, trata-se de uma reaproximação histórica que foi elogiada pelos dois presidentes devido à habilidade do papa Francisco nas negociações. a) Somente II e III são corretas. b) Somente I e V são corretas. c) Somente I, II e V são corretas. d) Somente I e IV são corretas. e) Somente II, IV e V são corretas. Resposta: D. Resposta: C. M a n d e l N g a n /A g ê n c ia F ra n c e -P re s s e Resposta: C. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd 412 10/20/17 3:08 PM 413 G e o g ra fi a G e ra l 2. (Vunesp-SP) Ao promover a livre circulação de mercadorias e serviços entre Estados Unidos, Canadá e México, o Acordo de Livre Comércio da América do Norte ratificou as chamadas maquiladoras, caracterizadas como: a) indústrias estadunidenses em território mexicano, que realizam a montagem de produtos através da exploração de mão de obra. b) parques tecnológicos estadunidenses em regiões de fronteira mexicana, que priorizam o desenvolvimento industrial regional via compartilhamento dos meios de produção. c) indústrias mexicanas em território estadunidense, que produzem bens de consumo por meio de parcerias para o desenvolvimento produtivo. d) universidades técnicas mexicanas em território canadense, que investem na qualificação profissional via intercâmbio de trabalhadores. e) empresas canadenses em território estadunidense, que objetivam a prestação solidária de serviços essenciais às cidades mexicanas. 3. (UEPG-PR) Sobre problemas econômicos e sociais na América latina, assinale o que for correto. 01) O narcotráfico é um grave fator desestabilizador da estrutura econômica e social dos países latino-americanos, afetando a qualidade de vida das pessoas, aumentando a violência e a insegurança. 02) As dívidas externas e internas das economias latino-americanas têm um baixo custo, e o que seria gasto no pagamento das mesmas tem sido utilizado para melhorar o bem-estar das populações. 04) Apesar da redução da pobreza absoluta, Brasil, México e Equador não conseguiram avanços na distribuição de renda entre toda a população. 08) O desemprego é um item que não preocupa os governos dos países latino-americanos, pois os índices são os mais baixos do mundo. 16) A região concentra quase toda a produção mundial de coca, a base para obtenção da cocaína, e as áreas de maior produção estão na Colômbia, Peru e Bolívia. 4. (IFCE) Analise os itens a seguir sobre o desenvolvimento industrial e econômico da América Latina. I. As multinacionais ingressaram na América Latina a partir do século XX devido às condições favoráveis como mão de obra, ma- téria-prima, mercado consumidor e isenção de impostos. II. As multinacionais dominam vários ramos industriais como agropecuário, mineralógico, siderúrgico, metalúrgico e eletroeletrô- nico. Esse processo favoreceu o surgimento de empresas genuinamente nacionais. III. Os países latinos possuem, em sua maioria, dívidas contraídas no processo de descolonização. Os mesmos encontram dificul- dades em pagar tais dívidas, principalmente porque são produtores primários. IV. A maioria dos países latinos sempre conviveu com inflação,que corresponde a aumentos constantes nos produtos e taxas de juros bastante elevadas. Sobre os itens supracitados, é correto afirmar-se que: a) I, II e IV são verdadeiros. b) todos são verdadeiros. c) I, II e III são verdadeiros. d) apenas II e IV são verdadeiros. e) I, III e IV são verdadeiros. Mais Enem (Enem) Dados recentes mostram que muitos são os países periféricos que dependem dos recursos enviados pelos imigrantes que estão nos países centrais. Grande parte dos países da América Latina, por exemplo, depende hoje das remessas de seus imigrantes. Para se ter uma ideia mais concreta, recentes dados divulgados pela ONU revelaram que somente os indianos recebem 10 bilhões de dólares de seus compatriotas no exterior. No México, segundo maior volume de divisas, esse valor chega a 9,9 bilhões de dólares e nas Filipinas, o terceiro, a 8,4 bilhões. HAESBAERT, R.; PORTO-GONÇALVES, C. W. A nova des-ordem mundial. São Paulo: Edunesp, 2006. Um aspecto do mundo globalizado que facilitou a ocorrência do processo descrito, na transição do século XX para o século XXI, foi o(a): a) integração de culturas distintas. b) avanço técnico das comunicações. c) quebra de barreiras alfandegárias. d) flexibilização de regras trabalhistas. e) desconcentração espacial da produção. Resposta: A. Resposta: 01 + 04 + 16 = 21. Resposta: E. Resposta: B. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd 413 10/20/17 3:08 PM 414 G e o g ra fi a G e ra l Sintetizando a unidade Chegamos ao final da unidade e é hora de sintetizar os conteúdos trabalhados. Observe o esquema a seguir e complete as lacunas de acordo com os conteúdos apresentados. Os países emergentes da economia mundial (I) – México, América Central e América do Sul México América do Sul América Central América Guiana América Andina América Platina Geopolítica na América Central 1. O México é um país da América do Norte, delimitado ao norte pelos Estados Unidos, a leste pelo golfo do México e pelo mar das Caraíbas (por meio dos quais se aproxima de Cuba), a sul pela Guatemala e por Belize e a oeste pelo oceano Pacífico. 2. A América Central constitui-se de uma área de 756 mil km2, situada em dois espaços distintos: um continental (istmo que interliga a América do Norte à América do Sul e ocu- pa cerca de 70% da área regional) e outro insular, disposto em forma de arco no oceano Atlântico e que se divide em Grandes e Pequenas Ilhas. 3. A importância geopolítica de Cuba no contexto da América Central está assentada na proximidade dessa ilha com o território americano e nas diferentes políticas implementa- das na área. 4. Para facilitar o estudo, divide-se a América do Sul , segundo a paisagem natural, em três grupos: o guiano (países com territórios no planalto das Guianas), o andi- no (países com territórios na cordilheira dos Andes) e o platino (países com territórios na bacia do Prata). 5. A América Platina é formada por Argentina, Uru- guai e Paraguai, e é caracterizada pelas áreas de planície, pela pequena influência da mineração e pela presença da bacia Platina. 6. Os países da América Andina são a Venezuela, a Colômbia, o Equador, o Peru, a Bolívia e o Chile. 7. A América Guiana compreende três países: Re- pública Cooperativa da Guiana (ex-colônia inglesa), Suriname (ex-colônia holandesa) e Guiana Francesa (departamento do Ultramar Francês). 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd 414 10/20/17 3:08 PM 415 G e o g ra fi a G e ra l Estude1 Data: Nome do aluno: Ano: 1. (UTF-PR) A análise da pirâmide etária acima somente permite con- cluir que: a) reflete uma política rigorosa de controle de natalidade como podemos observar nos países ricos da Europa. b) pertence a um país que vem reduzindo suas elevadas taxas de natalidade, como observado na base da pirâmide. c) representa o comportamento demográfico de um país envelhecido como o Japão, por exemplo. d) é a pirâmide média dos dois países representantes da América anglo-saxônica. e) mostra a projeção futura da pirâmide da América Latina onde a natalidade tende sempre a crescer. 2. (Unicamp-SP) Considerando o território norte-americano após a 2a Guerra Mundial, o chamado Sunbelt, que abrange os Estados da Califórnia, Arizona, Texas, Novo México, Luisia- na e Flórida, se destacou pelo dinamismo de sua economia. a) Aponte as principais características econômicas do Sunbelt americano. O Sunbelt (cinturão do Sol) é a área mais dinâmica da economia americana, onde se encontram novas áreas industriais. Nessa área, encontramos o Vale do Silício, e ali se localizam empresas típicas da Terceira Revolução Industrial (setores de informática, microeletrôni- ca, robótica). Também encontramos no Sunbelt um moderno setor agropecuário (Louisiana, Texas e Arizona), setor petroquímico (Texas) e aeroespacial (Texas e Flórida). b) Indique duas características da agricultura norte-americana moderna. Dentre as características da agricultura norte-americana moderna podemos destacar a intensa mecanização e o uso de modernas técnicas de cultivo. 3. (Cefet-MG) Leia os fragmentos a seguir. O Brasil ganhou 200 novos “ultra ricos” no último ano. São agora 1 900 mil brasileiros com mais de US$ 50 milhões, segundo pesquisa divulgada nesta terça-feira (14) pelo ban- co Crédit Suisse. Em todo o mundo, o levantamento Global Wealth Report estima que haja 128,2 mil indivíduos consi- derados muito ricos. Destes, 4,3 mil têm mais de US$ 500 milhões, e outros 45,2 mil têm mais de US$ 100 milhões (...) Disponível em: <http://www.correiodoestado.com.br/economia/ brasil-ganhou-200-ultra-ricos-em-um-ano-mostra-levantamento/229714/>. Acesso em: 8 set. 2016. Cerca de 1,5 bilhão de pessoas sofre de “pobreza multidi- mensional” em 91 países em desenvolvimento, ou seja, passam por privações nas áreas de saúde, educação e “padrões básicos de vida”, segundo o documento (...) Entre as pessoas afetadas pela pobreza, 842 milhões têm crise de fome crônica, 12% da população mundial (...) Outros 800 milhões de pessoas – 15% da população mundial – estão “em risco de pobreza” (...) Disponível em: <http://exame.abril.com.br/mundo/noticias/pobreza- afeta-2-2-bilhoes-de-pessoasno-mundo-todo>. Acesso em: 8 set. 2016. No contexto da globalização, a emergência do cenário apre- sentado pelos textos NÃO está relacionado com o(a): a) participação dos setores empresariais na política. b) ampliação do papel do Estado nos setores sociais. c) tendência de flexibilização dos direitos trabalhistas. d) aumento da circulação global de capitais especulativos. 4. (Uerj) R e p ro d u ç ã o /V e s ti b u la r U T F- P R Resposta: B. Resposta: B. R e p ro d u ç ã o /V e s ti b u la r U E R J 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd 415 10/20/17 3:08 PM 416 G e o g ra fi a G e ra l Adaptado de TERRA, L. e outros. Conex›es: Estudos de Geografia Geral e do Brasil. São Paulo: Moderna, 2008. A partir da análise dos mapas, identifica-se que a diminuição da pobreza, entre 1990 e 1999, foi mais acentuada em de- terminada região do mundo. Um processo socioeconômico que explica o desempenho alcançado por essa região é: a) tecnificação agrícola b) redistribuição fundiária c) industrialização periférica d) reformulação previdenciária 5. (Fuvest-SP) As origens da oposição dos britânicos à União Europeia (UE), que estão na justificativa do Brexit, remon- tam ao fato de que, historicamente, eles nunca abraçaram uma identidade europeia. O Brexit representa um duro golpe ao projeto de integração europeu cujas origens datam do pós- -Segunda Guerra Mundial. BBC Brasil, junho de 2016. Adaptado. a) Aponte e explique o contexto geopolítico relacionado à origem do projeto de integração europeia. O contexto geopolítico em que se deu a origem do projetode inte- gração europeia remete ao pós-Segunda Guerra Mundial, momento em que a Europa, que desde o século XVI mantinha-se em franco projeto expansionista, encontra-se destruída e tem seu espaço he- gemônico ocupado pela ascensão da URSS e dos Estados Unidos. A tentativa de integração surge com os primeiros acordos na década de 1940 como uma forma de os países europeus superarem as difi- culdades do pós-guerra para a reconstrução econômica e manterem sua autonomia perante a expansão hegemônica bipolar. b) Aponte um motivo de ordem econômica e outro de ordem social relacionados ao interesse dos britânicos na saída da UE. Entre os motivos de ordem econômica para a saída dos britânicos da UE, podem-se citar: a perda de autonomia nas decisões do comércio externo e o elevado custo de manutenção ou ajuda aos países em crise e com economia periférica. Entre os motivos de ordem social para a saída dos britânicos da UE, podem-se destacar: a defesa da soberania nacional, o orgulho da identidade britânica e a perda do controle efetivo sobre suas próprias fronteiras frente à imigração. 6. (IFC-SC) Sobre a população do continente europeu, é correto afirmar que: a) os vazios demográficos ocorrem no sul da Europa, fator provocado pelo clima. b) está concentrada principalmente na parte setentrional do continente. c) as regiões mais povoadas do continente se encontram na Europa centro-oriental. d) apesar de a Rússia ser o país mais populoso, apresenta uma população relativa baixa, resultado do enorme território. e) o país que possui a mais alta população absoluta é a Holanda. 7. (UPE) Identifique, no mapa ilustrativo a seguir, o país a que se refere o texto e que se constitui em um dos problemas geográficos da atualidade. A escassez de produtos básicos é “a ponta do iceberg”, diz economista. A queda do preço do petróleo prejudicou o mo- delo econômico do governo. A imagem de uma longa fila de pessoas esperando para comprar pão e outros alimentos diante de uma padaria nas proximidades da capital, às escuras, por causa dos apagões de energia, é um dos retratos de uma grave crise política e econômica, que atinge aquele país e levou o presidente a decretar “Estado de Emergência Econômica”. Adaptado de: <http://g1.globo.com/>. Acesso em: 20 jun. 2016. O país está indicado na alternativa: a) 1. b) 2. c) 3. d) 4. e) 5. R e p ro d u ç ã o /V e s ti b u la r U E R J Resposta: C. Resposta: D. www.geografiaparatodos.com.br R e p ro d u ç ã o /V e s ti b u la r U E R J Resposta: E. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_A_365A416.indd 416 10/20/17 3:08 PM 417 417417417 Geografi a do Brasil Unidade 1 – Noções básicas de Climatologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 418 Unidade 2 – Noções básicas de Biogeografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 432 Unidade 3 – População brasileira (I) – Estrutura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 445 Unidade 4 – População brasileira (II) – Composição e migrações . . . . . . . . . . 457 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 417 10/20/17 3:09 PM 418 G e o g ra fi a d o B ra si l Unidade 1 Noções básicas de Climatologia A Climatologia e a atmosfera A Climatologia é a ciência voltada ao estudo dos elementos do clima. Em seu objeto de estudo estão os dados climáticos, a análise das causas das diferenças no clima e a aplicação desses dados para o entendimen- to da dinâmica e dos fenômenos atmosféricos. A atmosfera é a camada de gases que ficam retidos na Terra pela força da gravidade. Essa camada gasosa é indispensável à existência da vida, entre outras razões, pelos gases que contém e pelo equilíbrio térmico, absorção e conservação da energia solar, isto é, do calor existente no ar. Entretanto, é possível constatar que nela existem algumas camadas, que se diferenciam pela espessura e pela densidade, proporcionadas pela composição química e pelo comportamento físico. Veja o esquema. Altura da atmosfera e raio da Terra Nitrogênio Oxigênio Argônio Dióxido de carbono Vapor d’água 78,0084% 20,946% 0,934% 0,036% variável 6 378 km 800 km Composição do ar até cerca de 100 km de altitude Sonda espacial Ônibus espacial Nuvens nuctilucentes Auroras Temperatura 1 000 °C Reflexão das ondas de rádio Nuvens geradas por explosões atômicas Camada de ozônio 20 °C 60 °C Poluentes Balões tripulados Monte Everest 8 850 m Balões meteorológicos Nuvens nimbus Fenômeno de precipitação AltitudeCamadas Exosfera/ magnetosfera 800 km 500 km 80 km 50 km 12 km Termosfera Mesosfera Estratosfera Troposfera A camada gasosa que envolve a Terra é composta principalmente de nitrogênio (78%), oxigênio (21%) e argônio (0,9%). A temperatura sofre imensas variações conforme a altitude, indo de –95 °C a 1 000 °C. Aviões de passageiros Aviões supersônicos Camadas da atmosfera O tempo é o estado momentâneo da atmosfera em um dado instante e lugar, considerando a maneira como ele afeta a vida e as atividades do ser humano. Refere-se às variações de curto prazo da atmosfera, opostas às mudanças de longo prazo ou climáticas. O tempo está associado frequentemente à luminosidade ou à nebulosidade do dia, à umidade, à precipitação, à temperatura, à visibilidade e ao vento. Já o clima é o registro histórico e a descrição da média diária e sazonal dos fenômenos que ajudam a des- crever uma região. As estatísticas são extraídas de várias décadas de observação. Na realidade, são necessários ao menos 30 a 40 anos de observações e medições das características do tempo de um lugar para definir o seu clima. Para isso, usam-se as mesmas características consideradas para definir o tempo, com a diferença de que o clima não é determinado a cada momento. Objetivo(s) • Compreender os fenômenos climáticos e os problemas relacionados à atmosfera. Disponível em: <www.jovemexplorador.iag.usp.br/files/img/blog/meteo/9_estrutura_vertical_Nova16x9.gif>. Acesso em: 20 jul. 2017. (Adaptado.) 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 418 10/20/17 3:09 PM 419 Anotações G e o g ra fi a d o B ra si l 419 G e o g ra fi a Elementos e fatores climáticos Os principais elementos climáticos da atmosfera são a temperatura, precipitação e a pressão atmos- férica, que atuam e variam sob a ação dos fatores climáticos, como a latitude, a altitude, a maritimidade, a continentalidade e a vegetação. As temperaturas do planeta estão associadas à radiação solar e não são iguais em toda a superfície ter- restre. Em geral, variam em razão da latitude, da altitude, da maritimidade e da continentalidade. A radiação solar funciona como regulador térmico, por isso todos os estudos sobre o clima se baseiam no Sol, pois ele é o principal responsável pelo funcionamento de todo o sistema atmosférico. O Sol fornece a quase totalidade (99,9%) da energia utilizada pela Terra, e essa energia é refletida e absorvida na atmosfera. Se considerarmos a latitude, poderemos perceber que, em áreas próximas ao equador e às regiões tro- picais, a quantidade de radiação solar é maior. Por isso, as temperaturas são mais altas nessas áreas e mais baixas nas proximidades dos polos. Isso ocorre por causa da inclinação e da forma arredondada da Terra, que ocasionam uma desigual distribuição das radiações solares na superfície terrestre e criam as diferentes zonas térmicas do planeta. Equador Latitude 0° Atmosfera Diminuição da temperatura Diminuição da temperatura Sol 90° N 90° S Incidência dos raios solares sobre a Terra Ainda quanto à temperatura, percebe-se certa variação segundo a altitude, em que a temperatura dimi- nui, em média, 0,5 °C a cada 100 metros de altitude. Portanto, em termos gerais, quanto maior a altitude, menor será a temperatura, que também favorece a ocorrência dos fatores maritimidadee continentalidade. Podemos definir maritimidade como o fenômeno no qual a água do oceano retém a temperatura por um tempo maior, ou seja, demora para aquecer e resfriar. Portanto, próximo do litoral, a temperatura é fortemente influenciada pela maritimidade. Isso provoca médias térmicas mais constantes, índice pluviométrico maior e menor amplitude térmica (diferença entre a maior e a menor temperatura). Tal fato apresenta forte influência em climas de regiões litorâneas. Já a continentalidade é o fenômeno em que nas áreas continentais ocorrem o resfriamento e o aqueci- mento das rochas e dos solos. Com a radiação solar, as rochas aquecem muito rápido e, ao final do dia, perdem rapidamente a temperatura. Isso provoca um aumento da amplitude térmica (maior diferença entre as tem- peraturas), além de diminuir a pluviosidade. Desse modo, as temperaturas noturnas são mais baixas que as diurnas, aumentando assim a amplitude térmica. As precipitações atmosféricas (chuvas) variam principalmente em razão da latitude, da maritimidade e da continentalidade. As áreas próximas ao mar apresentam precipitações maiores que as do interior dos conti- nentes, o que se deve ao fato de que as águas oceânicas produzem mais evaporação que as continentais. As chuvas também podem variar de acordo com a latitude. Em geral, nas áreas próximas do equador a precipita- ção é maior que em outras regiões, como os polos e as regiões temperadas. Disponível em: <www.cdcc.usp.br/cda/aprendendo-basico/>. Acesso em: 20. jul. 2017. (Adaptado.) 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 419 10/20/17 3:09 PM 420 Anotações G e o g ra fi a d o B ra si l Condensação Evapotranspiração Chuva convectiva Vento Barlavento (com chuva) Mar Chuva orográfica Sotavento Chuva frontal (sem chuva) Ar frio Ar quente Tipos de chuva Existem vários tipos de chuvas, como as convectivas, as orográficas e as frontais. Outro elemento climá- tico importante é a pressão atmosférica (peso do ar sobre determinada superfície). Essa pressão, que não é igual em todo o planeta, difere porque a Terra recebe quantidades desiguais de radiação solar. A pressão atmosférica pode variar de acordo com a altitude, a latitude e a temperatura. Quanto à altitude, quanto mais próximo do nível do mar, maior será a pressão atmosférica. Isso ocorre porque a força da gravidade mantém a maior parte do ar próxima à superfície. Já com a altitude, o ar se torna cada vez mais rarefeito e escasso. Por isso, a pressão atmosférica é menor nas altas montanhas do que nas planícies. Assim, a pressão atmosférica sofre variações conforme as altitudes e as condições de temperatura do ar. Ainda quanto à pressão atmosférica, observa-se que os gases da atmosfera se expandem quando são aquecidos e se contraem quando são resfriados. Como o ar é uma mistura de gases, ele sofre a influência da temperatura. Portanto, quando faz calor em certa localidade da superfície terrestre, o ar se expande e, consequentemente, tem menor peso, ou seja, as altas temperaturas provocam a diminuição da pressão do ar. Por outro lado, quando faz frio em um lugar, o ar se comprime e torna-se mais denso, aumentando a pressão atmosférica. O ar se desloca das áreas de alta pressão para ocupar o espaço disponível nas áreas de baixa pressão. Essa circulação do ar proporciona a formação dos ventos. Um exemplo básico para entender esses ventos são as brisas nas regiões litorâneas, que se movimentam em diferentes direções durante o dia e a noite. As brisas terrestres sopram à noite, da terra para o mar; as brisas marítimas sopram durante o dia, do mar para a terra. Brisa marítima Dia Ar quente Baixa pressão Ar frio Alta pressão Brisa continental Noite Ar quente Baixa pressão Ar frio Alta pressão Outro exemplo de ventos formados pela pressão atmosférica são os ventos de monções, que ocorrem no sul e sudeste da Ásia e atingem principalmente a Índia, Bangladesh, Malásia, Tailândia, Laos, Camboja, Vietnã, Mianmar e o sudeste da China. Nessa região, o movimento dos ventos está associado às estações do ano. Disponível em: <www.if.ufrgs.br/mpef/mef008/mef008_02/ Beatriz/conveccao.htm>. Acesso em: 23. jul. 2017. (Adaptado.) Disponível em: <www.if.ufrgs.br/mpef/mef008/mef008_02/ Beatriz/conveccao.htm>. Acesso em: 23. jul. 2017. (Adaptado.) 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 420 10/20/17 3:09 PM 421 Anotações G e o g ra fi a d o B ra si l No inverno, a terra esfria mais depressa do que a água. Com isso, os centros de alta pressão ficam sobre o continente e os de baixa pressão, sobre o oceano, pois a água demora mais para perder temperatura. Dessa forma, as monções serão continentais ou terrestres e se deslocarão do continente para o oceano. No verão, o oceano fica mais frio do que a terra e, portanto, apresenta pressão atmosférica mais alta. Os ventos de mon- ções então partem em direção à terra. Conhecidos como monções de verão ou marítimas, esses ventos são úmidos e trazem muitas chuvas para a região. Uma massa de ar é a porção do ar que apresenta características de temperatura, pressão e umidade rela- tivamente homogêneas e determinadas pela região onde ela se origina. Desloca-se para outra região sempre no sentido das altas pressões para as baixas pressões. O deslocamento da massa de ar é chamado de vento e, segundo a origem, uma massa de ar pode ser classificada em equatorial, tropical ou polar. • Massa equatorial: de temperatura elevada, forma-se em baixas latitudes e é úmida quando formada no oceano. Quando formada no continente é menos úmida. • Massa tropical: formada em latitudes subtropicais, entre 25º e 60º de latitude norte e sul, é quente e seca quando formada no continente. • Massa polar: com temperaturas menos elevadas e formada nas regiões próximas aos polos, é fria e seca. Se formada no oceano, é úmida. A movimentação do ar atmosférico depende muito das diferenças de temperatura entre as zonas climá- ticas, à medida que formam as áreas de alta e de baixa pressão, responsáveis pela dinâmica atmosférica. A circulação do ar na superfície terrestre ocorre em três níveis, com trocas de massas de ar entre as altas, as médias e as baixas latitudes. Ventos polares Círculo polar Ártico Trópico de Câncer Alísios de nordeste Ventos de oeste Equador Alísios de sudeste Trópico de Capricórnio Ventos de oeste Círculo polar Antártico Ventos polares Alta pressão 90º 60º 66º 23º 30º 0º 23º 30º 56º 60º 60º 30º 0º 30º 60º 90º Alta pressão Módulo Zona de baixa pressão Zona de altas pressões subtropicais Zona intertropical de convergência (baixas pressões) Zona de altas pressões subtropicais Zona de baixa pressão Ventos de oeste Alísios Alísios Ventos de oeste C o rr e n te d e s c e n d e n te o u s u b s id e n te C o rr e n te d e s c e n d e n te o u s u b s id e n te Chuvas 90º N Alta pressão 60º N Baixa pressão 30º N Trópico (alta pressão) 0º N Equador (baixa pressão ou ciclonal) 60º S Baixa pressão 30º S Trópico (alta pressão) 90º S Alta pressão C o rr e n te a s c e n d e n te N S O L Circulação geral da atmosfera Na região próxima à linha do equador existe a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), onde a circulação muda de posição durante o ano de acordo com o movimento de translação. As correntes marítimas são porções de água que se deslocam nos oceanos e também influenciam os climas. A temperatura da água, salinidade, pressão e velocidade das correntes marítimas são resultados de diversos fatores, como o movimento de rotação da Terra e a disposição das bacias oceânicas. Atlas geográfico mundial – Mundo. 3. ed. Barcelona: Editorial SOL90. v. 1. p. 26-27. (Adaptado.) 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd421 10/20/17 3:09 PM 422 Anotações G e o g ra fi a d o B ra si l As correntes marítimas quentes, formadas em áreas equatoriais, fornecem calor para o ar atmosférico em suas áreas de circulação. Já as correntes frias, que se formam nas áreas polares, favorecem a queda de temperatura. Correntes marinhas C. das G uianas C. Norte-Equatorial C. Sul-Equatorial C. doPacífico Sul C. do Atlântico do Sul C. Su l-E qu ato ria l C. d o Br asil C. Antártica C. Antártica C. d as F alkl and C . d e H u m b o ld t C . d e B e n g u e la C . d a s C a n á ri a s C . d a C a li fó rn ia C . d o L a b ra d o r C. da s Mo nç õe s C. de M ad ag asc ar C. Sul-Equatorial C . A us tr al ia na C. Norte-Equatorial C . d o Ja pã o (K ur o S hi vo ) C. d a Gr oe nl ân di a C. d o Go lfo C. do At lân tic o No rte N 3 350 km 0 Corrente quente Corrente fria Zonas pesqueiras FERREIRA, Graça Maria Lemos; MARTINELLI, Marcello. Atlas geográfico – espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2013. (Adaptado.) Entre as correntes marítimas estão a Gulf Stream (corrente do Golfo), que ameniza o clima do litoral euro- peu, e as correntes frias de Humboldt (Chile) e a da Califórnia (Estados Unidos), que esfriam o ar atmosférico em seu trajeto. Na América do Sul e na América do Norte, essas correntes marítimas provocam o surgimento de desertos, como o do Atacama e o do Colorado. Classificações climáticas Existem diversas classificações climáticas que definem zonas da superfície terrestre e seus respectivos climas. Entre algumas classificações climáticas, podemos citar a de Strahler, que usa critérios diferentes de classificação. Classificação de Strahler Pela análise dos diferentes elementos climáticos é possível desenvolver formas de classificação dos climas. Essa classificação relaciona as zonas de iluminação com a pluviosidade, a temperatura da região e as massas de ar. Veja a seguir o mapa e os climogramas dessa classificação. OCEANO GLACIAL ÁRTICO Groenlândia (DIN) Polo Norte Nova York Círculo Polar Ártico Trópico de Câncer Equador OCEANO PACÍFICO Trópico de Capricórnio Círculo Polar Antártico OCEANO ATLÂNTICO Buenos Aires OCEANO ÍNDICO Is. Cabo Verde Assuã Ancara Roma Sonnblick Arkhangelsk CINGAPURA Darwin OCEANO PACÍFICO N 3 700 km 0 Frio de alta montanha Equatorial Tropical Subtropical Desértico Semiárido Mediterrâneo Temperado Frio Polar Cingapura Darwin Buenos Aires Assuã Ancara Roma Nova York Arkhangelsk Sonnblick Groenlândia Precipitação mm 400 300 200 100 0 Temperatura ºC 40 30 20 10 0 –10 –20 J M M J S N J M M J S N J M M J S N J M M J S N J M M J S N J M M J S N J M M J S N J M M J S N J M M J S N J M M J S N Padrões climáticos e sua distribuição mundial: classificação de Strahler FERREIRA, Graça Maria Lemos; MARTINELLI, Marcello. Atlas geográfico – espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2013. (Adaptado.) Professor, com base em comentários sobre os elementos climáticos e com auxílio do mapa de classificação climática, demonstre aos alunos as variações dos tipos climáticos pelo mundo. Conclua o tema com- parando outras formas de classificação, como de Köppen e Strahler. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 422 10/20/17 3:09 PM 423 G e o g ra fi a d o B ra si l Ao observar o mapa, percebe-se que os principais climas são de latitudes baixas (influenciados por massa de ar quente), de latitudes médias (influenciados por massas de ar tropicais e polares) e de latitudes altas (influenciados por massa de ar polar). Climas no Brasil O Brasil possui dimensões continentais, por isso vários fatores são determinantes para seus climas. Entre eles podemos citar: I. Latitude: entre 5º de latitude N e 33º de latitude S, o Brasil é um país de latitudes baixas, predominando em seu território climas quentes, devido a seu posicionamento na zona intertropical. II. Altitude: predomínio de baixas e médias altitudes, que favorecem climas quentes, porém, em algumas áreas do Sul e do Sudeste, há áreas mais altas, onde as temperaturas oscilam mais. III. Massas de ar: devido a seu posicionamento geográfico, o Brasil recebe a influência de cinco massas de ar: • Massa Equatorial Continental (mEc): massa de ar quente e úmida. Forma-se sobre a Floresta Amazôni- ca. Atua sobre a Amazônia o ano inteiro e no verão estende-se para o centro-sul do país. • Massa Equatorial Atlântica (mEa): massa de ar quente e úmida. Forma-se sobre o oceano Atlântico, na linha equatorial, e penetra na porção setentrional do país, onde causa precipitações intensas. • Massa Tropical Continental (mTc): massa de ar quente e seca. Forma-se na porção centro-ocidental do continente sul-americano e penetra pelo oeste brasileiro. • Massa Tropical Atlântica (mTa): massa de ar quente e úmida. Forma-se no oceano Atlântico, na altura do trópico de Capricórnio, e atua no litoral oriental e meridional do país, ocasionando chuvas orográficas. • Massa Polar Atlântica (mPa): massa de ar fria. Forma-se no polo sul e penetra pelo litoral nas regiões Sul e Sudeste. Provoca chuvas frontais e geadas no sul do país, além do aumento das precipitações no Nordeste no inverno e o fenômeno da friagem na porção meridional da Amazônia. Veja as massas de ar que atuam no Brasil no mapa a seguir. mEc mTa mEa mTc Alísios de sudeste Alísios de nordeste mTc mEc mEa mPa mTa Equador OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO Trópico de Capr icórnio Equador OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO Trópico de Capr icórnio N 760 km 0 N 760 km 0 mEa – Massa Equatorial Atlântica mEc – Massa Equatorial Continental mTa – Massa Tropical Atlântica mTc – Massa Tropical Continental mPa – Massa Polar Atlântica Verão Inverno Ação da massa de ar no Brasil no verão e inverno Disponível em: <www.geografia.fflch.usp.br/graduacao/apoio/Apoio/Apoio_Emerson/Unidades_Climáticas_Brasileiras.pdf>. Acesso em: 20 jul. 2017. (Adaptado.) As classificações climáticas apresentam certas generalizações inevitáveis, principalmente no Brasil, país muito extenso e com pouquíssimas estações meteorológicas. Para o Brasil, podem-se utilizar duas classi- ficações. A mais comum é a de Arthur Strahler (1918-2002), que usa a circulação geral da atmosfera para classificar os climas, por isso é mais dinâmica. Outra forma de classificar os climas brasileiros é pela abordagem de Wladimir Köppen (1846-1940). Essa classificação adota a climatologia tradicional, chamada analítica porque, para classificar os diferentes tipos de climas, considera a temperatura e a pluviosidade relacionadas à vegetação. Professor, com o mapa sobre massas de ar, co- mente a ação delas no inverno e no verão. Hipertexto Existe uma relação muito próxima entre a Climatologia e a Fitogeografia (ciência que estuda a distribuição geográfica dos vegetais no mundo). Fique então atento à distribuição dos tipos climáticos, pois na próxima unidade associaremos esses climas à vegetação. Professor, utilize o mapa dos climas brasileiros e demonstre os principais cli- mas do Brasil. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 423 10/20/17 3:09 PM 424 Anotações G e o g ra fi a d o B ra si l • Clima equatorial úmido: influenciado pela mEc, ocorre na Amazônia. É extremamen- te úmido, com chuvas abundantes acima de 2 500 mm anuais, temperaturas entre 25 ºC e 28 ºC e amplitude térmica em torno de 4 ºC. 500 P (mm) 0 300 400 100 Pluviosidade média Temperatura média 200 40 T (°C) 15 30 35 20 25 10 0 5 J F M A M J J A S O N D • Clima tropical semiárido: sofre a influênciada mTa e da mEc. A Massa Tropical Atlântica, ao penetrar o continente na altura do Nor- deste brasileiro, provoca as chuvas orográ- ficas, mas, ao ultrapassar os planaltos cos- teiros, essa massa de ar perde sua umidade. O resultado é o menor índice pluviométrico dos climas brasileiros: aproximadamente 250 mm anuais. 500 P (mm) 0 300 400 100 Pluviosidade média Temperatura média 200 40 T (°C) 15 30 35 20 25 10 0 5 J F M A M J J A S O N D Climas no Brasil (Strahler) OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO Trópico de Capricórnio POLÍGONO DAS SECAS DECORRÊNCIA DE GEADA Climas controlados por massas de ar equatoriais e tropicais Equatorial úmido (Convergência dos alísios) Litorâneo úmido (Influenciado pela massa tropical marítima) Climas controlados por massas de ar tropicais e polares Tropical de altitude (Predomínio da massa tropical marítima e da frente polar atlântica) Subtropical úmido (Domínio da massa polar atlântica; nas costas orientais e subtropicais, predomínio da massa tropical marítima) Tropical (Inverno seco e verão úmido. Predomínio da massa equatorial continental e da massa marítima e continental) Tropical semiárido (Tendendo a seco pela irregularidade da ação das massas de ar) Equador ÁREAS COM RESTRIÇÕES CLIMÁTICAS N 635 km 0 Disponível em: <www.geografia.fflch.usp.br/graduacao/apoio/Apoio/Apoio_ Emerson/Unidades_Climaticas_Brasileiras.pdf>. Acesso em: 20 jul. 2017. (Adaptado.) Equador OCEANO ATLÂNTICO Trópico de Capricórnio N 635 km 0 Af Cwa Cwb Cfa Cfb Am Aw Bsh Sempre úmido MEGATÉRMICO ÚMIDO E SUBÚMIDO CLIMA MESOTÉRMICO ÚMIDO E SUBÚMIDO Curta estação seca Inverno seco Semiárido Sempre úmido, verão quente Sempre úmido, verão morno Quente, inverno seco, verão quente Quente, inverno seco, verão morno OCEANO PACÍFICO SECO Aw Am Am Am Am Af Af Af Aw Aw BSh Cwa Cwb Cfa Cfb Cfb Cfb Disponível em: <www.geografia.fflch.usp.br/graduacao/apoio/Apoio/ Apoio_Emerson/Unidades_Climaticas_Brasileiras.pdf>. Acesso em: 20 jul. 2017. (Adaptado.) Climas no Brasil (Köppen) Para compreender melhor os tipos de clima no Brasil, são utilizados os climogramas, gráficos que identi- ficam as médias anuais de precipitação e temperatura. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 424 10/20/17 3:09 PM 425 Anotações G e o g ra fi a d o B ra si l • Clima litorâneo úmido: influenciado pela mTa, ocorre na faixa costeira do Nordeste e do Sudeste brasileiro, onde as precipi- tações são concentradas no inverno, com 1 500 mm a 2 000 mm, pelo encontro da mPa com a mTa, que provoca chuvas fron- tais. No verão, o encontro da mTa com os relevos de altitude no litoral provoca as chuvas orográficas. 500 P (mm) 0 300 400 100 Pluviosidade média Temperatura média 200 40 T (°C) 15 30 35 20 25 10 0 5 J F M A M J J A S O N D • Clima tropical de altitude: influenciado pela mTa e pela mPa, encontra-se na porção de maior altitude do país, onde no inverno a mPa é responsável pela queda da tempe- ratura. Com verões menos quentes e inver- nos mais frios, apresenta índice pluviomé- trico anual em torno de 1 700 mm. P (mm) 0 300 400 100 Pluviosidade média Temperatura média 200 40 T (°C) 15 30 35 20 25 10 0 5 J F M A M J J A S O N D • Clima tropical: no verão ocorre a esta- ção chuvosa, influenciada pela mEc e pela mTa. No inverno, ocorre a estação seca, influenciada pela mPa e pela mTc, dimi- nuindo as temperaturas no sul da Ama- zônia. Devido ao fator da continentali- dade, observa-se nesse clima amplitude térmica anual elevada. • Clima subtropical úmido: é influenciado pela mTa e pela mPa. Seu índice pluvio- métrico anual gira em torno de 2500 mm. Apresenta estações bem definidas e chu- vas bem distribuídas durante o ano. No in- verno, devido à mPa, provoca geadas, que- da nas temperaturas e chuvas de granizo. 400 P (mm) 200 300 0 Pluviosidade média Temperatura média 100 30 T (°C) 5 20 25 10 15 0 J F M A M J J A S O N D P (mm) 0 300 400 100 Pluviosidade média Temperatura média 200 40 T (°C) 15 30 35 20 25 10 0 5 J F M A M J J A S O N D 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 425 10/20/17 3:09 PM 426 Anotações G e o g ra fi a d o B ra si l Anomalias climáticas Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o planeta poderá conhecer um aumento de 3,5 ºC ao longo do século XXI. Se tal previsão se concretizar, ocorrerá um aumento do nível dos oceanos, e centenas de milhares de pes- soas serão expulsas de cidades de zonas costeiras. Outro problema apontado por especialistas está relacionado aos fenômenos El Niño e La Niña, que res- pectivamente aquecem e resfriam as águas superficiais do oceano Pacífico meridional e provocam alterações no clima, especialmente na pluviosidade, em diferentes regiões do planeta. Quando ocorre o El Niño temos a diminuição dos ventos alísios de sudeste, e a umidade e a temperatura do oceano se concentram na porção centro-oriental do oceano Pacífico, o que provoca o fim da ressurgência (desaparecimento dos nutrientes oriundos do fundo do oceano que atraem peixes para a costa chilena), além de promover chuvas e secas, respectivamente, nas regiões Sul e Nordeste do Brasil. Em períodos de ocorrência do fenômeno La Niña, o aumento da velocidade dos ventos de sudeste desloca toda umidade e temperatura da água superficial do oceano Pacífico para a porção centro-ocidental, próximo à Austrália. Isso provoca o aumento do índice pluviométrico em território australiano, além de diminuir e au- mentar a pluviosidade, respectivamente, nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. El Niño: aquecimentos das águas superficiais do Pacífico, junto à região equatorial da costa oeste da América do Sul. La Niña: esfriamento das águas superficiais do Pacífico, junto à costa oeste da América do Sul. Temperatura das águas superficiais 27 ºC 23 ºC 19 ºC El Niño La Niña OCEANO PACÍFICO AUSTRÁLIA América do Sul América do Sul Equador Equador AUSTRÁLIA OCEANO PACÍFICO Inpe, CPTEC, 2011. El Niño e La Niña • El Niño: aquecimento das águas superficiais do Pacífico, junto à região equatorial da costa oeste da América do Sul. • La Niña: esfriamento das águas superficiais do Pacífico, junto à costa oeste da América do Sul. Desde o começo do século XX, quando começa a ser estudado, o El Niño tem se manifestado a cada dois ou sete anos. Nos anos 1990 registram-se El Niño prolongados de 1991 a 1995 e outro de grande intensida- de em 1997, o maior do século XX. No Brasil, em geral, o fenômeno provoca inverno mais ameno nas regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste. No verão, há fortes secas no Nordeste e enchentes no Sul e no Su- deste. O La Niña ocorre após o El Niño, com efeitos opostos: os ventos alísios aumentam e levam as águas quentes superficiais para a Ásia, onde provocam fortes chuvas. As águas frias fazem o caminho contrário e atingem a superfície nas proximidades do litoral do Peru. Professor, comente as alterações climáticas globais e aponte suas causas e consequên- cias. Amplie a discussão e explique detalhadamente os fenômenos El Niño e La Niña. Com o esquema, demonstre as alterações nos climas do mundo com base nos fenômenos. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 426 10/20/17 3:09 PM 427 G e o g ra fi a d o B ra si l Atividades Em sala 1. (Vunesp-SP) (www.cptec.inpe.br) O mapa apresenta os efeitos do fenômeno climático de inte- ração atmosfera-oceano denominado: a) El Niño, caracterizado pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico nas proximidades do equador. b) Alísios de Nordeste, caracterizado pela atuação em escala local e em curto períodode tempo sobre as águas do Oceano Pacífico. c) La Niña, caracterizado pelo resfriamento das águas superficiais do Oceano Pacífico na costa peruana. d) Zona de Convergência Intertropical, caracterizado pela formação de núcleos de aumento nas temperaturas superficiais do Oceano Pacífico. e) Zona de Convergência do Atlântico Sul, caracterizado pela diminuição da temperatura e da umidade no equador. R e p ro d u ç ã o /V e s ti b u la r V U N E S P Resposta: A. Atividade discursiva (Fuvest-SP) O estrato entre a crosta e a atmosfera, onde ocorre vida no planeta Terra, caracteriza-se por apresentar trocas de ma- téria e energia, o que influi na distribuição de biomassa e biodiversidade no planeta. Os fenômenos de radiação solar (R) e de pre- cipitação (P) estão diretamente correlacionados com a distribuição da biomassa e da biodiversidade e variam, em grande medida, latitudinalmente. De modo geral, quanto mais quente e mais úmida for uma região, maiores serão a biomassa e a biodiversidade das espécies; por outro lado, quanto mais fria e mais seca for a região, menores serão tanto a biomassa quanto a biodiversidade das espécies. a) Com base nas informações fornecidas e em seus conhecimentos, represente no gráfico abaixo a localização do extremo com maior biomassa e biodiversidade e os dois extremos com menor biomassa e biodiversidade. Para a representação, utilize a legenda indicada. P 300 R a d ia ç ã o s o la r a n u a l m é d ia e m W /m 2 P re c ip it a ç ã o a n u a l e m m m ( d a d o s s im u la d o s ) 150 0 2400 1200 LEGENDA Maior biomassa e biodiversidade Menor biomassa e biodiversidade 0 290º 260º 230º 0º 30º Latitude 60º 90º R D. L. Hartmann. Global Physical Climatology, 1994 e NOAA, 2011. Adaptado. b) Indique outro fator, além da radiação solar e da precipitação, que pode afetar a distribuição de biomassa e de biodiversidade no planeta. Explique, apontando dois exemplos. Entre os fatores que podem afetar a distribuição da biomassa e da biodiversidade, podemos destacar: a composição dos solos, que pode resultar em maior cobertura vegetal em razão da presença de material orgânico, e a disposição morfológica do terreno, cuja declividade resulta em menor forma- ção vegetal. Podemos observar o extre- mo com maior biodiversida- de representado no gráfico em regiões de baixas latitu- des, próximas ao equador. Já os extremos com menor biomassa e biodiversidade encontram-se em regiões próximas aos trópicos e nos polos do planeta. R e p ro d u ç ã o /V e s ti b u la r F U V E S T 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 427 10/20/17 3:09 PM 428 G e o g ra fi a d o B ra si l 2. (IFBA) Considerando a estrutura da atmosfera e sua dinâmica, é correto afirmar: Entrada de radiação solar Estrutura da atmosfera A lt it u d e ( k m ) Meteoro (estrela cadente) queima-se ao atravessar a atmosfera 14% da radiação solar é absorvida pela atmosfera 7% da radiação solar é refl etida pela atmosfera 24% da radiação solar é refl etida pelas nuvens A camada de ozônio absorve a radiação ultravioleta do Sol Parte do calor absorvido é reirradiado pela atmosfera Parte do calor absorvido é reirradiado pelas nuvens 51% da radiação solar é absorvida pela Terra 4% da radiação solar é refl etida por oceanos e terras Temperatura Termosfera Aurora Mesopausa Mesosfera Estratopausa Meteoro Ozônio máximo Monte Everest Temperatura Estratosfera Tropopausa Troposfera a) O conjunto de características do estado da atmosfera ao longo do tempo e em determinado momento é chamado de clima. b) É na exosfera que ocorre um dos principais fenômenos climáticos da atualidade: o buraco na camada de ozônio, caracterizado pelo aumento dos raios solares, cuja radiação aumenta a incidência de câncer de pele nos seres humanos. c) Embora o balanço energético da atmosfera da Terra seja positivo, percebe-se que não há muita variação de temperatura na troposfera, uma vez que nesta camada ocorrem 51% da radiação solar absorvida pela Terra. d) A atmosfera terrestre apresenta uma dinâmica relacionada à radiação solar infravermelha que por si só explica a existência de climas equatoriais e tropicais. e) Na atmosfera se estabelecem circulações de diversas escalas – desde imperceptíveis movimentações moleculares até grandes oscilações. Podem-se constituir desde suaves brisas até imensas colunas de vento. 3. (PUC-RJ) Em relação à maritimidade e à continentalidade, é correto afirmar que: a) as massas continentais são aquecidas e resfriadas mais lentamente do que as grandes massas que formam os oceanos. b) as massas oceânicas afetam mais as temperaturas dos continentes quando localizadas nos litorais orientais. c) as temperaturas diárias variam mais em cidades próximas aos litorais do que em outras, distantes deles. d) as temperaturas nas regiões centrais dos continentes variam mais do que em cidades litorâneas. e) as massas oceânicas e continentais não têm influência direta nas amplitudes térmicas no planeta. 4. (Mack-SP) Observe o mapa para responder à questão. R e p ro d u ç ã o /V e s ti b u la r IF B A Resposta: E. Resposta: D. R e p ro d u ç ã o /V e s ti b u la r M A C K E N Z IE 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 428 10/20/17 3:09 PM 429 G e o g ra fi a d o B ra si l As áreas destacadas no mapa correspondem a: a) regiões com maior incidência de chuva ácida no planeta, em razão de suas concentrações industriais, notadamente siderúrgicas. b) lugares com as maiores concentrações urbanas de seus respectivos países e ou regiões. c) espaços marcados pelo problema da lixiviação, relacionado aos índices pluviométricos muito elevados, com chuvas abundantes e bem distribuídas. d) ambientes onde a combinação de condições climáticas e de solos favoreceram a presença dos biomas com a maior biodiversidade do planeta. e) localidades com clima de tipo mediterrâneo, com destaque para a produção de bebidas em muitas delas. 5. (Uece) Sabendo que o clima tem uma inequívoca ação dinâmica, manifesta no sistema oceano-continente-atmosfera, pode-se afirmar corretamente que alguns dos seus principais elementos formadores são: a) relevo, vegetação e temperatura. b) umidade, solos e hidrografia. c) temperatura, umidade e pressão. d) pressão, geologia e massas de ar. Para casa 1. (UFPE) O Nordeste brasileiro está situado na região intertropical, em latitudes inferiores a 20º S, possuindo assim condições climá- ticas típicas de regiões tropicais e equatoriais. Manuel Correia de Andrade. Essa afirmação do conhecido geógrafo pernambucano nos permite concluir que: ( ) o clima semiárido, dominante em grande parte do sertão nordestino, reflete-se na paisagem interiorana, sobretudo sobre as caatingas pe- renifólias arbustivas. ( ) no sul da Bahia, as chuvas são bem distribuídas durante o ano, e os valores médios anuais são elevados; nessa parte do Nordeste, as condi- ções climáticas assemelham-se às da região Norte do país. ( ) a faixa norte da Região Nordeste tem um regime de chuvas de inverno, pois nessa estação a massa de ar Equatorial Continental (EC) sofre a sua dilatação máxima, determinando pesados aguaceiros convectivos. ( ) nos Estados do Maranhão e do Piauí, predomina um clima que, segundo a classificação climática de Köppen, é considerado do tipo Aw’; o regime de chuvas dessa área é determinado pela Zona de Convergência Intertropical. ( ) a Zona da Mata nordestina, sobretudo aquela entre Sergipe e Paraíba, não tem estação seca; os elevados índices pluviométricos anuais (800 mm/ano) contribuíram bastante para a instalação da cultura canavieira, responsável pelo início do povoamento regional. 2. (Uern) O Brasil sofre influência de cinco tipos de massas de ar e, conforme a época do ano, elas atuam com menor intensidade. (Paulo Roberto Moraes.Geografia Geral e do Brasil. 4. ed., São Paulo: Harbra, 2011, p. 211.) Sobre as massas de ar, assinale a alternativa correta. a) mTc: forma-se na região do Pantanal mato-grossense; é uma massa quente e seca. b) mPa: forma-se na Antártica a partir do acúmulo de ar polar sobre o oceano Pacífico. c) mEa: forma-se ao norte do Equador, na área do anticiclone dos Açores; é quente e úmida. d) mTc: forma-se no noroeste da Amazônia brasileira; é quente e seca, apresentando elevadas temperaturas. Resposta: E. Resposta: C. Resposta: F – V – F – V – F. R e p ro d u ç ã o /V e s ti b u la r U E R N Resposta: C. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 429 10/20/17 3:09 PM 430 G e o g ra fi a d o B ra si l 3. (UEFS-BA) Muito além de tropical. Geografia e Vestibular + ENEM. São Paulo: Abril, ed. 12, 2016, p. 80-81. Com base na análise dos climogramas e nos conhecimentos sobre os climas do Brasil, pode-se afirmar que a alternativa que as- socia corretamente o climograma ao seu respectivo tipo climático é a: a) I. tropical – II. subtropical – III. semiárido. b) I. tropical atlântico – II. tropical – III. semiárido. c) I. equatorial – II. semiárido – III. tropical atlântico. d) I. tropical de altitude – II. semiárido – III. tropical. e) I. equatorial – II. tropical de altitude – III. subtropical. Mais Enem (Enem) FONTES, M. P. F. Intemperismo de rochas e minerais. In: KER, J. C. et al. (Org.). Pedologia: fundamentos. Viçosa (MG): SBCS, 2012 (adaptado). De acordo com as figuras, a intensidade de intemperismo de grau muito fraco é característica de qual tipo climático? a) Tropical. b) Litorâneo. c) Equatorial. d) Semiárido. e) Subtropical. R e p ro d u ç ã o /V e s ti b u la r U E F S -B A Resposta: E. R e p ro d u ç ã o /E N E M Resposta: D. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 430 10/20/17 3:09 PM 431 G e o g ra fi a d o B ra si l Sintetizando a unidade Chegamos ao final da unidade e é hora de sintetizar os conteúdos trabalhados. Como você verá no esquema a seguir, os conteúdos que estudamos mantêm relações entre si e servem de fundamento para assuntos que ainda trabalharemos neste material. Observe com atenção o organograma e aponte informações nos tópicos sugeridos de acordo com os conteúdos selecionados. Climatologia Elementos climáticos Fatores climáticos Classificações climáticas Atmosfera Camadas da atmosfera: troposfera, estratosfera, mesosfera, termosfera e exosfera Altitude, latitude, maritimidade, continentalidade, massas de ar e correntes marítimas Köppen e Strahler Mundo e Brasil Brasil: equatorial, semiárido, litorâneo úmido, tropical de altitude, tropical e semiárido Mundo: polar, subpolar, temperado, mediterrâneo, subtropical, tropical, desértico e equatorial Temperatura (zonas térmicas), umidade (precipitações) e pressão atmosférica (brisas e pressões por latitude) Tempo × clima 1. Climatologia: ciência voltada ao estudo dos elementos do clima. 2. Atmosfera: camada de gases que fi cam retidos na Terra pela força da gravidade. 3. Tempo: estado momentâneo da atmosfera em um dado instante e lugar. 4. Clima: registro histórico e a descrição da média diária e sazonal dos fenôme- nos que ajudam a descrever uma região. 5. Elementos climáticos: temperatura, precipitação e a pressão atmosférica. 6. Fatores climáticos: latitude, altitude, maritimidade, continentalidade, vegetação e as ativi- dades humanas. 7. Zona de Convergência Intertropical (ZCIT): local onde a circulação muda de posição durante o ano, de acordo com o movimento de translação. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 431 10/20/17 3:09 PM 432 G e o g ra fi a d o B ra si l Unidade 2 Noções básicas de Biogeografia A vida no planeta Terra e a vegetação no mundo Diante da diversidade de elementos que formam um ecossistema, às vezes uma pequena alteração em um deles pode provocar alterações nos demais. Portanto, os elementos naturais da Terra (ar, água, rochas, vegetações e animais) estão em relativa harmonia e são interdependentes. Na Geografia, o ramo científico responsável pelo estudo da distribuição dos seres vivos no planeta é a Biogeografia. Esse ramo divide-se em Fitogeografia (trata da distribuição geográfica dos vegetais) e Zoogeo- grafia (trata da distribuição geográfica dos animais). Nesta unidade, abordaremos com maior profundidade a Fitogeografia. Em nosso planeta há vários tipos de vegetação, que se desenvolvem de acordo com os fatores cli- máticos – sobretudo umidade, temperatura e luz –, fundamentais para a realização de seus processos vitais. A maior diversidade de formações vegetais ocorre em regiões de baixa latitude (próximas à linha do equador), onde a chuva abundante, a alta temperatura e a luz intensa propiciam o aparecimento de milhares de espécies. À medida que se aproxima dos polos, onde há escassez de luz e baixa temperatura, a variedade diminui. Veja a seguir os principais grupos vegetais do mundo. Principais biomas Equador 0º Trópico de Câncer Círculo Polar Ártico Trópico de Capricórnio OCEANO PACÍFICO OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO OCEANO ÍNDICO vegetação mediterrânea floresta temperada deserto floresta tropical estepe/pradaria/pampas savana/cerrado tundra floresta de coníferas vegetação de montanha N 2670 km 0 FERREIRA, Graça Maria Lemos; MARTINELLI, Marcello. Atlas geográfico – espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2013. Objetivo(s) • Perceber a distribuição da fauna e flora pela superfície terrestre no mundo e no Brasil, além dos impactos ambientais da ação do homem na produção do espaço geográfico. Professor, aborde o conteúdo com comentários sobre as esferas do planeta Terra: litosfera, atmosfera, hidrosfera e biosfera. Professor, utilize o mapa das principais vegetações mundiais e comente suas características gerais. Explique os fatores climáticos responsáveis pelas vegetações dispersas pelo mundo. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 432 10/20/17 3:09 PM 433 Anotações G e o g ra fi a d o B ra si l • Tundra: vegetação formada por musgos, liquens, bétulas e espécies herbáceas, que aparecem nos solos das regiões frias nos poucos meses de degelo. Predomina no extremo norte do hemisfério norte e em partes do Canadá, do Alasca (Estados Unidos), da Rússia, da Groenlândia e da Noruega. • Vegetação de Montanha: ocorre nos planaltos mais elevados – como a cordilheira dos Andes, na América do Sul; as Montanhas Rochosas, na América do Norte; e a cordilheira do Himalaia, na Ásia Central. A vegetação é escassa e sobrevivem ervas e arbustos resistentes à hostilidade do clima. • Floresta de Coníferas: ocupa áreas de alta latitude, onde prevalece o clima continental frio e polar, com temperatura baixa, inverno longo e rigoroso e verão curto. Entre as poucas espécies adaptadas a essas condições estão o pinheiro e o abeto. As árvores apresentam folhas em forma de agulha (aciculifoliadas) para não acumular neve. As maiores florestas de coníferas estão no Canadá e na Rússia, mas também são encontradas na Suécia, na Noruega e na Finlândia. • Vegetação Mediterrânea: ocorre na costa do mar Mediterrâneo e em pequenas regiões no oeste da América do Norte e América do Sul. Sua vegetação típica é o maqui, formado por árvores pequenas (como oliveiras e sobreiros), moitas e arbustos (como murtas e urzes). • Floresta Temperada: encontra-se nas latitudes médias, sobretudo no hemisfério norte. As árvores dessa floresta são das espécies decíduas ou caducifólias, ou seja, perdem todas as folhas ou parte delas no outono/inverno. Floresta com árvores espaçadas e solo recoberto por gramíneas, conten- do menos espécies que as matas tropicais. As principais árvores são os carvalhos, os bordos e as faias. As florestas temperadas ocorrem no lestedos Estados Unidos, no centro da Europa, nas ilhas do Reino Unido, no nordeste da China, nas duas Coreias, no sul do Japão, no sudeste da África do Sul, no sul do Chile, na Nova Zelândia e no sudeste da Austrália. • Desertos: com índices pluviométricos baixíssimos (menos de 100 mm de chuva anuais nas porções hiperáridas, menos de 250 mm nas partes áridas e entre 250 mm e 500 mm nas regiões semiári- das), a maioria dos desertos é quente, mas existem também alguns frios. Podem ser de dunas de areia, como o Takli Makan, no norte da China; de montanhas rochosas, como o de Góbi, situado entre a Mongólia e o nordeste da China; ou mistos, formados por uma combinação de dunas e monta- nhas. São poucas as espécies animais e vegetais adaptadas à escassez de água. Entre os animais destacam-se alguns mamíferos – como o camelo –, répteis e aracnídeos. • Floresta Tropical: desenvolve-se nas baixas latitudes, em regiões quentes e úmidas. Possui folhas perenes, grandes e largas (latifoliadas), que absorvem mais energia solar. A cobertura vegetal é densa e contínua, com espécies que chegam a atingir até 60 m de altura. Com solos geralmente pobres, retiram seus nutrientes do húmus formado da decomposição de galhos, troncos e folhas. Esse tipo de vegetação existe na maior parte da América do Sul, na América Central, no centro e no sul da África, em Madagascar e no sul e sudeste da Ásia. A Floresta Amazônica e a Mata Atlântica, no Brasil, são exemplos de Floresta Tropical. • Estepe: vegetação típica de áreas de clima temperado continental, constituída, basicamente, de gramíneas. Recebe nomes diferentes nas regiões onde aparece: no sul da África, no leste da Europa, no centro da Ásia e no leste da Austrália chama-se Estepe; no centro dos Estados Unidos e do Ca- nadá, Pradaria; na Argentina, Pampa; e no Brasil, Campo. • Savana: distribui-se pela faixa intertropical do planeta, também em baixas latitudes. As áreas mais úmidas, como a Savana brasileira (chamada Cerrado), são formadas por plantas rasteiras e pequenas árvores, enquanto nas regiões mais secas predomina a vegetação espinhosa. A África tem mais de um terço do seu território coberto por Savanas, que ocorrem também no norte da América Central, no nordeste e no centro-oeste da América do Sul, no sul da Ásia e no norte da Austrália. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 433 10/20/17 3:09 PM 434 Anotações G e o g ra fi a d o B ra si l Fitogeografi a brasileira As paisagens vegetais do Brasil podem ser divididas em quatro formações: florestais, campestres, com- plexas e litorâneas. O mapa a seguir mostra como era a vegetação original do Brasil, hoje bastante modificada pela ação antrópica. Equador Trópico de Capricórnio OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO Formações florestais Mata Amazônica Mata Atlântica Mata dos Cocais Mata de Araucária Formações complexas Cerrado Caatinga Pantanal Campos Formações campestres Formações litorâneas Mangues e dunas N 695 km 0 FERREIRA, Graça Maria Lemos; MARTINELLI, Marcello. Atlas geográfi co – espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2013. (Adaptado.) Vegetação original Assim, para analisar a distribuição das principais vegetações do Brasil, é preciso considerar os diversos tipos de clima do país. Entre outras classificações de vegetação no Brasil, a apresentada acima é da geógrafa Dora Amarante Romariz, que classifica a vegetação brasileira em quatro formações vegetais, apresentadas no mapa. Formações � orestais O predomínio de climas quentes e úmidos condicionou a hegemonia de formações florestais em nosso território. Essas formações apresentam-se como: • Mata Amazônica: também conhecida como Flo- resta Amazônica ou Floresta Equatorial Latifolia- da, é uma formação densa, perene, higrófila e he- terogênea. Ocupando cerca de 40% do território nacional, estende-se pelo território da região Nor- te e porções do norte do Centro-Oeste. Com clima superúmido e quente, apresenta divisão em três extratos: igapó (áreas baixas do relevo, perma- nentemente inundadas), várzea (áreas de altitu- des modestas e alagadas em épocas de chuvas) e terra firme (áreas mais elevadas do relevo com matas permanentes; reflete 80% dessa floresta). • Floresta Latifoliada Tropical: vegetação exube- rante, densa, heterogênea, higrófila e perene, ori- ginariamente estendia-se da porção costeira do Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. No litoral recebe o nome de Mata Atlântica e, no in- terior da região Sudeste, é chamada de Mata da Bacia do Paraná. Devido à ação antrópica, essa floresta foi intensamente devastada, restando apenas 7% de sua mata original. Professor, apresente as características gerais da vegetação brasileira. Com o auxílio do mapa sobre vegetação original do Brasil, identifi que as principais formações de vegetação do país e estabeleça sua relação com os tipos climáticos. Faça um breve comentário sobre a devastação das vegetações originais do Brasil. Paisagem da Mata Atlântica, no Paraná J o s é A n g e lo P in to /s x c .h u Floresta Amazônica, no Brasil. C e s a r P a e s B a rr e to /s x c .h u 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 434 10/20/17 3:09 PM 435 Anotações G e o g ra fi a d o B ra si l • Mata dos Cocais: conhecida como vegetação de transição entre o clima equatorial úmido e o semiárido nordestino, encontra-se nos estados do Maranhão e Piauí (Meio-Norte), onde predominam dois tipos de palmeira muito importantes para a economia da região: babaçu, de cuja amêndoa se extrai óleo (encontrado na porção centro-oriental e mais úmida do Meio-Norte), e carnaúba, cujo produto mais conhecido é a cera (encontrado na porção centro-ocidental e menos úmida do Meio-Norte). • Floresta Subtropical: denominada Mata Acicufoliada ou Mata das Araucárias (pinheiros), é uma forma- ção típica de clima subtropical menos quente e úmido. Ocupava as áreas de maior altitude da região Sul. Relativamente homogênea, apresenta em suas árvores folhas finas e alongadas, que evitam a perda de umidade. Predomina nessa região o pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia). Estendia-se do sul de São Paulo ao norte do Rio Grande do Sul. Apenas 5% da área original ainda está preservada. Mata dos Cocais. M a rc e lo T e rr a za /s x c .h u Pinheiro-do-paraná. J o s é A s s e n c o /s x c .h u Formações complexas Na paisagem dessas formações vegetais convivem extratos de vegetais arbustivos e herbáceos. • Cerrado: segundo ecossistema mais extenso do Brasil, a vegetação de Cerrado está associada ao clima tropical, com pequenas árvores retorcidas, de casca grossa, raízes profundas e geralmente caducifólias (suas folhas caem no inverno), e arbustos misturados à vegetação rasteira, composta de gramíneas. Corresponde à vegetação de Savana e estende-se pelo Brasil Central. A ação do homem vem destruin- do o Cerrado e expandindo a fronteira agrícola. • Caatinga: ocupando cerca de 10% do território brasileiro, é composta de vegetações xerófilas (plantas adaptadas aos meios mais secos, como as cactáceas) e caducifólias e pela carnaubeira. Enquadra-se nas formações arbustivas, com clima predominantemente semiárido. A falta de precipitações, a pre- sença de rios temporários e o relevo formado por planaltos e depressões, associados à prática da agri- cultura e pecuária com baixos rendimentos, afetam negativamente o equilíbrio ecológico dessa região. Paisagem do Cerrado, em Mato Grosso do Sul. F e lip e H o rs t/ s x c .h u Caatinga no Nordeste. J u lio 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 435 10/20/17 3:09 PM 436 Anotações G e o g ra fi ad o B ra si l • Pantanal: localiza-se em uma depressão no interior dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, com altitudes médias de 100 m acima do nível do mar. Apresenta uma vege- tação complexa, com a presença de quase to- das as espécies de vegetais dos ecossistemas brasileiros. Pode-se destacar três regiões dis- tintas no Pantanal. A primeira encontra-se nas regiões mais baixas, onde predominam as gramíneas formadas por planícies alagadas. A segunda encontra-se nas áreas inundadas por ocasião das cheias, onde a vegetação rasteira mistura- -se aos arbustos. A terceira encontra-se nas partes mais altas do relevo, com a presença de espécies do Cerrado e, nos pontos mais úmidos, espécies arbóreas de Floresta Tropical. Nas últimas décadas, o turismo e a agropecuária vêm causando sérios desequilíbrios nesse ecossistema. Formações campestres • Campos: assim são denominadas as formações herbáceas compostas de vegetação rasteira com gramíneas e pequenos arbustos. Encon- trados em todo o Brasil, diferenciam-se pelo aspecto morfoclimático de sua região. São encontrados no sul do país (Campanha Gaú- cha – campos limpos), nas áreas inundáveis da Amazônia (ilha de Marajó e litoral do Amapá), nas porções altas do Sudeste e nos planaltos residuais norte-amazônicos, onde são chama- dos de Campos de Roraima. A pecuária é a atividade econômica mais comum nessas regiões. Formações litorâneas Essas formações estendem-se por toda a zona litorânea da costa brasileira. A umidade e o tipo de solo são determinantes para a variação dos tipos de vegetais dessas formações. • Mangues: estendem-se de Santa Catarina até o Amapá, com pouca variação, formados por ve- getações halófilas e higrófilas. Por encontra- rem-se em áreas com a presença de água doce e salgada, representam verdadeiros berçários naturais para animais, graças à presença de matéria orgânica. É nos mangues que se prati- ca a extração de caranguejos. Esse ecossiste- ma está ameaçado pela urbanização e a indus- trialização de áreas litorâneas. • Dunas e praias: nas dunas são comuns vege- tais rasteiros, de grande extensão horizontal, formando verdadeiros cordões vegetais. Nas praias são comuns espécies halófilas, que se desenvolvem em solo salgado e arenoso, como a salsa-de-praia, capim-de-praia e o capim- -de-areia. Campos, no Rio Grande do Sul. u fs m .b r R iq u e s /s x c .h u Mangue. Vegetação rasteira de praia. N a n d o s e rp a /s x c .h u Paisagem do Pantanal em Mato Grosso do Sul. W a n ly A ra n te s /s x c .h u 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 436 10/20/17 3:09 PM 437 Anotações G e o g ra fi a d o B ra si l Domínios morfoclimáticos do Brasil Segundo o geógrafo Aziz Ab’Sáber, os elementos naturais (clima, vegetação, relevo e estrutura geológica) apresentam caracte- rísticas próprias, porém, na natureza, nunca se apresentam em separado, pois a dinâmica de um depende dos outros; por isso, os domí- nios morfoclimáticos brasileiros apresentam paisagem com elementos da natureza inte- grados. Veja o mapa ao lado. O Brasil possui seis domínios morfocli- máticos, identificados a seguir. Amazônico Floresta heterogênea e latifoliada com 10% de terrenos inundáveis (várzeas e iga- pós) e 80% de terra firme. Apresenta desma- tamento acelerado após projetos de integra- ção nacional iniciados na década de 1970, além de hidrografia abundante e caudalosa. É uma região com umidade excessiva (clima equatorial) e solos ácidos, pouco espessos e muito frágeis, enriquecidos pela cobertura vegetal (atualmente ameaçada). Mares de morros Área intensamente devastada, sendo a região menos povoada e industrializada do país, com chuvas intensas durante o verão e clima tropical úmido. Nesta área o intem- perismo e a erosão modelaram um relevo de formas arredondadas (meias-laranjas). Destacam-se as escarpas planálticas, que separam os planaltos e serras (do Mar, da Mantiqueira e do Espinhaço) da planície li- torânea. Os rios são de pequeno e médio porte e desembocam no mar, com desta- que para os rios Paraíba e Doce. A vege- tação é de Floresta Tropical Úmida (Mata Atlântica) em pequenos espaços, densa e heterogênea. Mata das Araucárias Formada por florestas aciculifoliadas de- vastadas (pinheiros-do-paraná), com planal- tos, chapadas e formas de relevo escarpadas. Os solos são férteis (decomposição de basalto): terra roxa e chuvas bem distribuídas ao longo do ano. As altitudes variam entre 850 e 1 300 metros. Cerrado Abrange a porção central do país e apresenta clima tropical alternadamente úmido e seco. Sua vegetação é herbácea e arbustiva, com árvores de troncos retorcidos (locais secos), árvores de grande porte (locais úmi- dos) e matas de galeria (mananciais dos rios). Professor, relacione o relevo, o clima e a vegetação das unidades morfoclimáticas no Brasil. Com base nos dados da tabela e no mapa mundial do desmatamento, comente as causas e consequências do desmatamento. Amplie a discussão sobre a questão do desmatamento no Bra- sil e comente o que ocorre na Floresta Amazônica, na Mata Atlântica, na Caatinga, no Cerrado, na Mata das Araucárias e na vegetação litorânea. Brasil: domínios morfoclimáticos OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO Amazônico Cerrado Mares de morros Araucária CaatingaDomínios morfoclimáticos Pradarias Áreas de transição (não diferenciadas) N 530 km 0 Disponível em: <www.geografi a.ffl ch.usp.br/graduacao/apoio/Apoio/Apoio_ Attila/2s2015/excursoes/A_Obra_de_AzizAb’Saber.pdf>. Acesso em: 24 jul. 2017. (Adaptado.) Paisagem com mares de morros no sul de Minas Gerais. K lé b e r 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 437 10/20/17 3:09 PM 438 G e o g ra fi a d o B ra si l Caatinga O relevo predominante é formado pela depressão sertaneja e do São Francisco, além de planaltos (planal- to da Borborema e bacia do Parnaíba). Os solos são pouco espessos, com terrenos pedregosos e vegetação adaptada ao calor e à aridez. Os rios são intermitentes e sazonais. A área é suscetível ao processo de deserti- ficação, e a vegetação comum na região é de arbustos espinhentos e cactáceas. Pradarias Localizadas no extremo sul do país, são também conhecidas como Campanha Gaúcha. Apresentam clima subtropical, e suas colinas são arredondadas (coxilhas). Sua vegetação predominante é a herbácea, com pre- domínio de gramíneas, poucas árvores e matas de galeria às margens dos rios. Sofre com a desertificação, como o deserto de São João, em Alegrete, no estado do Rio Grande do Sul. A vegetação e o desmatamento Tanto o crescimento econômico como o populacional aumentam a demanda por madeira e carvão, transfor- mando regiões de floresta em áreas de cultivo agrícola. Esses fatores levam ao desmatamento, que já eliminou quase metade da cobertura vegetal de todo o planeta. Na Europa (excluindo a parte asiática da Rússia), quase 70% das florestas originais foram derrubadas durante o século XIX e início do século XX. Da década de 1960 aos dias atuais, um quinto das florestas tropicais foi destruído, principalmente na Ásia e na América Latina. Em geral, as florestas ainda remanescentes se localizam na zona boreal da Rússia, no Canadá, na Amazônia e no Congo. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentos (FAO), em seu relatório de Avaliação Global de Recursos Florestais (2015), o desmatamento continua. Enquanto em 1990 as florestas cobriam 31,6% da superfície emersa do globo, em 2015 esse número foi reduzido para 30,6%. Isso implica uma redução 1% entre 1990 e 2015. Há de se ressaltar que o setor florestal colabora anualmente com quase 600 bilhões de dólares para o produto interno bruto (PIB) global e contribui com mais de 50 milhões de empregos no mundo. Trópico de Câncer Equador Trópicode Capricórnio Círculo Polar Antártico Círculo Polar Ártico OCEANO PACÍFICO OCEANO GLACIAL ÁRTICO OCEANO ATLÂNTICO OCEANO ÍNDICO OCEANO PACÍFICO Ganho 50-250 250-500 > 500 Perda 1 000 ha > 500 500-250 250-50 Pouca mudan•a (ganho ou perda) < 50 Sem dados N 2 500 km 0 Global Forest Resources Assessment. FAO: Roma, 2015. Desmatamento e reflorestamento no mundo Conectando saberes No Caderno 1 de Geografia Geral são discutidas questões ambientais globais, entre elas o desmatamento. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 438 10/20/17 3:09 PM 439 Anotações G e o g ra fi a d o B ra si l A devastação causada pelas atividades econômicas e pela expansão populacional afeta profundamente as terras úmidas, sejam elas áreas de matas inundadas ou saturadas de água encontradas no interior dos continentes, como nas várzeas das zonas costeiras ou nos mangues e recifes de coral. O avanço da agricultura causou o desaparecimento de aproximadamente 60% desse ecossistema na Eu- ropa. Na Ásia, 85% das terras úmidas consideradas de importância internacional sofrem a ameaça de planta- ções de arroz e de outras culturas. A maior área contínua de terras úmidas do planeta, o Pantanal – localizado, em sua maior parte, em território brasileiro –, sofre os efeitos da ocupação humana, na forma de queimadas e do impacto provocado pelo transporte fluvial. Os 10 países que mais contribuíram para o desmatamento global (2010-2105) País Desmatamento anual Área (milhares de hectares) % Brasil 984 0,2 Indonésia 684 0,7 Mianmar 546 1,8 Nigéria 410 5,0 Tanzânia 372 0,8 Paraguai 325 2,0 Zimbábue 312 2,1 Congo 311 0,2 Argentina 297 1,1 Bolívia 289 0,5 Disponível em: <www.fao.org/forest-resources-assessment/current-assessment/maps-and-fi gures/en/>. Acesso em: 23 jan. 2017. A Floresta Amazônica continua a ser uma das maiores do planeta, pois somente a Rússia e o Canadá, no hemisfério norte, além do Congo, na África, possuem grandes extensões de ma- tas primárias semelhantes. Quanto à biodiversidade, não há floresta no mundo comparável à Amazônica. São 30 mil espécies de plantas e 2,5 mil espécies de árvo- res – um terço da madeira tropical do planeta. Esse patrimônio, entretanto, é ameaçado pelo desmatamento e pela exploração irregular. Municípios mais desmatados UF Feliz Natal Altamira Rondon do Pará Porto dos Gaúchos União do Sul Itanhangá Juara Itaúba Nova Ubiratã Ribeirão Cascalheira MT PA PA MT MT MT MT MT MT MT 0.0 5.0 10.0 15.0 20.0 19.3 16.8 15.8 15.3 13.5 13.2 12.8 12.3 11.3 8.4 Área (km2) Municípios mais desmatados na Amazônia Legal em janeiro de 2015 Disponível em: <www.imazon.org.br/PDFimazon/Portugues/transparencia_fl orestal/amazonia_legal/SAD- Janeiro2015.pdf>. Acesso em: 23 jan. 2017. Desmatamento da Floresta Amazônica no Brasil. M a rc e llo C a s a l J r/ A B r 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 439 10/20/17 3:09 PM 440 Anotações G e o g ra fi a d o B ra si l PERU BOLÍVIA COLÔMBIA VENEZUELA GUIANA SURINAME Guiana Francesa (FRA) MT GOIÁS DF BAHIA PIAUÍ PARÁ AMAPÁ RORAIMA AMAZONAS ACRE RONDÔNIA MATO GROSSO TOCANTINS MARANHÃO São Luís Palmas Belém Macapá Boa Vista Manaus Rio Branco Porto Velho Cuiabá OCEANO ATLÂNTICO Equador N 265 km 0 Limite Bioma Amazônia Desmatamento – SAD Janeiro 2015 Limite Amazônia Legal Degradação – SAD Janeiro 2015 Municípios mais desmatados Disponível em: <http://imazon.org.br/PDFimazon/Portugues/transparencia_fl orestal/amazonia_legal/SAD-Janeiro2015.pdf>. Acesso em: 23 jan. 2017. Municípios com maiores áreas desmatadas em janeiro de 2015 Segundo pesquisadores do Imazon (instituto de pesquisa cuja missão é promover o desenvolvimento sustentável na Amazônia), as florestas degradadas na Amazônia Legal somaram 297 quilômetros quadrados em outubro de 2016. Em relação a outubro de 2015 houve redução de 71%, quando a degradação florestal somou 1 009 quilômetros quadrados. A degradação ocorreu em Mato Grosso (91%), Acre (8%) e Rondônia (1%). Ago. 9 000 9 481 km2 k m 2 3 000 2 000 1 000 0 Set. Out. Nov.Dez. Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun.*Jul. Desmatamento – agosto 2015 a junho 2016 Desmatamento – agosto 2016 a outubro 2016 Degradação – agosto 2015 a junho 2016 Degradação – agosto 2016 a outubro 2016 * Em junho de 2016 o SAD detectou 9 481 km2 de degradação florestal. Evolução do desmatamento e degradação na Amazônia Disponível em: <www.imazongeo.org.br/doc/downloads.php>. Acesso em: 23 jan. 2017. Igualmente afetada, a Mata Atlântica cobria, no início da colonização, 15% do território brasileiro. Era uma área de floresta equivalente a 1 306 421 quilômetros quadrados, que se estendia do norte ao sul da costa litorânea, em 17 estados do território brasileiro. Outro bioma seriamente afetado no Brasil é a Mata de Araucárias, ou Mata dos Pinhais, que chegou a cobrir 100 mil quilômetros quadrados entre São Paulo e os estados da região Sul. A Mata de Araucárias está hoje reduzida a 2% de sua área original. Segundo especialistas, nos últimos setenta anos foram derrubadas cerca de 100 milhões de araucárias, cuja madeira é muito utilizada na fabricação de móveis. Na Caatinga, que cobre a região do Sertão nordestino e está reduzida à metade da cobertura inicial, apro- ximadamente 500 mil hectares – uma área correspondente a 500 mil campos de futebol – desaparecem a cada ano. O desmatamento é provocado pelo consumo de madeira por indústrias produtoras de cerâmica e cal e pelo uso da lenha pela população sertaneja. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 440 10/20/17 3:09 PM 441 G e o g ra fi a d o B ra si l Atividade discursiva (Uerj) SatŽlites italianos v‹o monitorar desmatamento na Amaz™nia Os quatro satélites do projeto italiano Cosmo-SkyMed monitorarão uma área de um milhão de quilômetros quadrados da Floresta Amazônica e, em particular, o desmatamento no Brasil. O contrato, válido para 2016 e renovável por mais um ano, permitirá fornecer um quadro completo da situação, considerando a dificuldade do monitoramento contínuo de uma área onde o céu é cons- tantemente coberto por nuvens. Graças aos radares que estão nos satélites, trabalhando dia e noite, será possível captar as imagens e os dados em qualquer condição meteorológica. Adaptado de: <ultimosegundo.ig.com.br>, 12/04/2016. Cite duas ações humanas que provocam o desmatamento e duas consequências socioambientais desse processo em áreas florestais. Entre as ações humanas que provocam desmatamento, podemos citar: avanço da fronteira agropecuária, expansão das cidades, atividades das madei- reiras e obras de infraestrutura, como estradas, portos e geração de energia. Entre as consequências socioambientais do desmatamento em áreas florestais, podemos ressaltar a redução da umidade, com alteração da pluviosidade e maior amplitude térmica, o aumento da erosibilidade, causando diminuição da fertilidade do solo e assoreamento dos cursos de água, e a redução da biodiversidade. Atividades Em sala 1. (UFRGS-RS) O mapa abaixo representa os principais biomas brasileiros. Disponível em: <http://www.guiadoestudante.abril.com.br>. Acesso em: 10 set. 2012. Assinale a alternativa correta com relação aos biomas representados. a) O 2 é pobre em recursos hídricos. b) O 3 caracteriza-se pela presença de vegetação caducifólia. c) O 4 caracteriza-se pela presença de vegetais com pneumatóforos. d) O 5 é o que perdeu a maior parte de sua área original. e) O 6 caracteriza-se pela inundação de grandes áreas, nos meses de cheia. R e p ro d u ç ã o /V e s ti b u la r U F R G S -R S Resposta: E. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 441 10/20/17 3:10 PM 442 G e o gra fi a d o B ra si l 2. (UPF-RS) Analise as informações sobre os tipos de vegeta- ção e sua ocorrência no espaço mundial. - Trata-se de uma vegetação rasteira, de ciclo vegetativo muito curto, limitando-se aos meses de primavera e verão. É típica de regiões de altas latitudes, aparecendo nos continentes americano, europeu e asiático. - Vegetação típica de clima frio é encontrada em altas latitudes do Hemisfério Norte, cobrindo grande parte do território russo. Pre- dominam as coníferas, utilizadas na produção de madeira, papel e celulose. - Trata-se de uma vegetação arbustiva. Embora encontrada em pe- quenas áreas da América e da Austrália, seu reduto característico é o Sul da Europa e Norte da África, região marcada por verões quentes e secos. Destaca-se o cultivo da oliveira. É correto afirmar que as descrições apresentadas, pela or- dem, de cima para baixo, identificam: a) pradaria, taiga, mediterrânea. b) estepe, floresta tropical, savana. c) manguezal, tundra, cerrado. d) tundra, taiga, floresta equatorial. e) tundra, taiga, mediterrânea. 3. (Vunesp-SP) Leia os excertos do geógrafo Aziz Nacib Ab’Sáber. Excerto 1 Domínio com fortíssima e generalizada decomposição de rochas, densas drenagens perenes, extensiva mamelonização, agrupamentos eventuais de “pães de açúcar”, planícies de inundação meândricas. Excerto 2 Domínio com planaltos de estrutura complexa, planaltos com vertentes em rampas suaves, ausência quase comple- ta de mamelonização, drenagens espaçadas pouco rami- ficadas. Domínios morfoclimáticos e províncias fitogeográficas do Brasil. In: A obra de Aziz Nacib Ab’Sáber, 2010. Adaptado. Os domínios morfoclimáticos caracterizados nos excertos 1 e 2 referem-se, respectivamente, a) ao cerrado e à caatinga. b) à caatinga e aos mares de morros. c) ao amazônico e às pradarias. d) aos mares de morros e ao cerrado. e) às araucárias e às pradarias. 4. (Fuvest-SP) O desmatamento atual na Amazônia cresceu em relação a 2015. Metade da área devastada fica no estado do Pará, atingindo áreas privadas ou de posse, sendo ainda registrados focos em unidades de conservação, assentamentos de reforma agrária e terras indígenas. Imazon. Boletim do desmatamento da Amazônia Legal, 2016. Adaptado. Tal situação coloca em risco o compromisso firmado pelo Brasil na 21a Conferência das Nações Unidas sobre Mudan- ça Climática (COP 21), ocorrida em 2015. O desmatamento na Amazônia tem raízes históricas ligadas a processos que ocorrem desde 1970. Com base nos dados e em seus conhecimentos, aponte a afirmação correta. a) O desmatamento, apesar de atingir áreas de unidades de conservação, que incluem florestas, parques nacionais e terras indígenas, viabiliza a ampliação do número de assentamentos da reforma agrária. b) As grandes obras privadas implantadas na Amazônia valorizam as terras, atraindo enorme contingente populacional, que por sua vez origina regiões metropolitanas que degradam a floresta. c) A grilagem de terras em regiões de grandes projetos de infraestrutura, a extração ilegal de madeira e a construção de rodovias estão entre as causas do desmatamento na Amazônia. d) A extração ilegal de madeira na Amazônia vem sendo monitorada por países estrangeiros devido às exigências na COP 21, pois eles são os maiores beneficiários dos acordos da Conferência. e) Os grandes projetos de infraestrutura causam degradação da floresta amazônica, com intensidade moderada e temporária, auxiliando a regularização fundiária. Para casa 1. (Vunesp-SP) Uma das consequências da retirada de cobertu- ras vegetais florestadas é: a) a redução das temperaturas médias locais. b) o empobrecimento do solo. c) o aumento da evapotranspiração. d) a elevação do lençol freático. e) a eliminação de pragas. 2. (IFCE) O Sahel (que significa ‘costa’ ou ‘fronteira’) é uma re- gião da África que separa o deserto do Saara das áreas tropi- cais do sul. Compreende parte do Senegal, Mauritânia, Mali, Chade, Nigéria, Níger, Sudão e Etiópia. Nessa região predomi- na o tipo de vegetação: a) mediterrânea. b) estepes. c) floresta equatorial. d) floresta tropical. e) savanas. Resposta: E. Resposta: D. Resposta: C. Resposta: B. Resposta: B. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 442 10/20/17 3:10 PM 443 G e o g ra fi a d o B ra si l 3. (PUCC-SP) Um grande poeta brasileiro foi João Cabral de Melo Neto, conhecido por poemas marcantes e muito bem trabalhados. Em Morte e vida Severina, o trecho abaixo refere- -se à chegada do protagonista em uma nova fitofisionomia, depois de atravessar a Caatinga: Bem me diziam que a terra se faz mais branda e macia quando mais do litoral a viagem se aproxima. Agora afinal cheguei nesta terra que diziam. Como ela é uma terra doce para os pés e para a vista. Os rios que correm aqui têm água vitalícia. Esta descrição corresponde: a) ao Agreste, região de matas de galeria entre a Caatinga e o Cerrado. b) ao Sertão, região de Cerrado com matas perenes ou semidecíduas. c) ao Cerradão, uma região de florestas resistentes à seca. d) à Mata Ripária, uma faixa contínua ao longo do litoral leste do Brasil. e) à Zona da Mata, originalmente coberta por Mata Atlântica. 4. (Fuvest-SP) O mapa representa um dos possíveis trajetos da chamada Ferrovia Transoceânica, planejada para atender, entre outros interesses, ao transporte de produtos agrícolas e de minérios, tornando as exportações possíveis tanto pelo Oceano Atlântico quanto pelo Oceano Pacífico. Revista Agro DBO. São Paulo, junho de 2015. Considerando-se o trajeto indicado no mapa e levando em conta uma sobreposição aos principais Domínios Morfocli- máticos da América do Sul e as faixas de transição entre eles, definidos pelo geógrafo Aziz Ab’Sáber, pode-se identificar a seguinte sequência de Domínios, do Brasil ao Peru: a) Chapadões Florestados, Cerrados, Caatingas, Pantanal, Andes Equatoriais. b) Mares de Morros, Pantanal, Chaco Central, Andes Equatoriais. c) Chapadões Florestados, Chaco Central, Cerrados, Punas. d) Mares de Morros, Cerrados, Amazônico, Andes Equatoriais. e) Mares de Morros, Cerrados, Caatingas, Amazônico, Punas. Mais Enem (Enem) O bioma Cerrado foi considerado recentemente um dos 25 hotspots de biodiversidade do mundo, segundo uma análise em escala mundial das regiões biogeográficas sobre áreas globais prioritárias para conservação. O conceito de hotspot foi criado tendo em vista a escassez de recursos direcionados para conservação, com o objetivo de apresentar os chamados “pontos quentes”, ou seja, locais para os quais existe maior necessidade de direcionamento de esforços, buscando evitar a extinção de muitas espécies que estão altamente ameaçadas por ações antrópicas. PINTO, P. P.; DINIZ-FILHO, J. A. F. In: ALMEIDA, M. G. (Org.). Tantos cerrados: múltiplas abordagens sobre a biogeodiversidade e singularidade cultural. Goiânia: Vieira, 2005. Adaptado. A necessidade desse tipo de ação na área mencionada tem como causa a: a) intensificação da atividade turística. b) implantação de parques ecológicos. c) exploração dos recursos minerais. d) elevação do extrativismo vegetal. e) expansão da fronteira agrícola. Resposta: E. R e p ro d u ç ã o /V e s ti b u la r F U V E S T Resposta: D. Resposta: E. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 443 10/20/17 3:10 PM 444 G e o g ra fi a d o B ra si l Sintetizando a unidade Chegamos ao final da unidade e é hora de sintetizar os conteúdos trabalhados. Como você verá no esquema a seguir, os conteúdos que estudamos mantêm relações entre si e servem de fundamento para assuntos que ainda trabalharemos neste material. Observe com atenção o mapa esquemático, que apresenta os domínios morfoclimáticos identificados por Aziz Ab’Sáber, e complete as linhas com informações gerais a respeitodos tipos de vegetação encontrados no Brasil. Domínios morfoclimáticos Amazônico Mares de morros Cerrado Aziz Ab’Sáber Caatinga Araucárias Pradarias Domínios morfoclimáticos: Análise do quadro natural considerando a morfologia rochosa, hidrográ- fica, climatológica e vegetativa do Brasil, além de seus respectivos impactos ambientais (Amazônico, Mares de morros, Cerrado, Caatinga, Araucárias e Pradarias). Cerrado: vegetação de Savana; estende-se pelo Brasil central. Pradarias: formações herbáceas compostas de vegetação rasteira com gramíneas e pequenos arbustos. Amazônico: ocupa cerca de 40% do território nacional; estende-se pela região Norte e porções do norte do Centro-Oeste. Mares de morros: vegetação de Floresta Tropical Úmida (Mata Atlântica) em pequenos espaços, densa e heterogênea. Caatinga: ocupa cerca de 10% do território brasileiro e é composta de vegetações xerófilas (como as cactáceas) e caducifólias. Araucárias: vegetação aciculifoliada nos planaltos do sul do Brasil. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 444 10/20/17 3:10 PM 445 G e o g ra fi a d o B ra si l População brasileira (I) – Estrutura Unidade 3 Crescimento populacional e indicadores socioeconômicos O crescimento populacional de um país é obtido com base no crescimento natural, também chamado crescimento vegetativo (relação entre natalidade e mortalidade), e na migração líquida (relação entre migração e emigração). Ao longo da história do Brasil, a imigração teve peso considerável no crescimento populacional por quatro séculos; contudo, foi no século XX, com o crescimento vegetativo, que a população teve impulso e chegou aos números atuais. Veja o gráfico de crescimento populacional no Brasil. 1872 1890 1900 1920 1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2010 2017 P o p u la ç ã o 200 000 000 180 000 000 160 000 000 140 000 000 120 000 000 100 000 000 80 000 000 60 000 000 40 000 000 20 000 000 0 19 0 7 3 2 6 9 4 207 000 000 9 9 3 0 17 8 14 3 3 3 9 15 17 4 3 8 4 3 4 7 0 0 7 0 4 5 7 9 3 1 3 9 0 3 7 11 9 0 0 2 7 0 6 14 6 8 2 5 4 7 5 16 9 7 9 9 1 7 0 3 0 6 3 5 6 0 5 4 1 16 5 2 8 9 5 1 9 4 1 76 7 População total recenseada no Brasil – 1872-2010 IBGE, 2017. Segundo projeções do IBGE, em 2017 o total da população brasileira chegaria a 207 milhões de habitantes. Como vimos anteriormente, esse número está associado ao crescimento vegetativo (natural), e podemos entender o processo por meio da análise das taxas de natalidade e mortalidade. Veja a tabela a seguir. 1872 1890 1900 1920 1940 1950 1960 1970 1980 1991/2000 2000/2010 3 2,5 2 1,5 1, 0,5 0 2,01 1,98 2,91 1,49 2,39 2,99 2,89 2,48 1,93 1,63 1,02 Taxa média geométrica de crescimento anual – 1872-2010 IBGE, 2011. Objetivo(s) • Compreender a dinâmica demográfica do Brasil, assim como sua evolução e implicações sociais e econômicas. Professor, com base na avaliação dos gráfi cos de crescimento popu- lacional e de taxas de natalidade e mortalidade, apresente a evolução demográfi ca do Brasil. Com base na taxa de natalidade e mortalidade, comente as melhorias sociais e econômicas do Brasil e explique o IDH brasileiro. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 445 10/20/17 3:10 PM 446 Anotações G e o g ra fi a d o B ra si l Variação das taxas de mortalidade no Brasil Ano Mortalidade (%) Ano Mortalidade (%) 1872 30,2 1960 15,0 1890 30,2 1970 9,4 1900 27,8 1980 9,0 1920 26,4 1991 7,1 1940 25,3 2000 6,6 1950 19,7 2010 6,2 Variação das taxas de natalidade no Brasil Ano Natalidade (%) Ano Natalidade (%) 1872 47,0 1960 44,0 1890 46,5 1970 37,8 1900 46,0 1980 31,2 1920 45,0 1991 22,8 1940 44,0 2000 18,2 1950 43,5 2010 18,6 IBGE, 2011. Geografia do Brasil Ao analisar a tabela podemos perceber: • 1900-1930: altas taxas de natalidade e mortalidade e crescimento vegetativo baixo. Nesse momento o Brasil observava uma grande quantidade de pessoas vivendo no campo, pois a economia, em sua maio- ria, era agroexportadora, mais precisamente de café. Há de se ressaltar que nesse momento a maior parte da população brasileira era formada por jovens. • 1940-1960: ocorre o início da queda das taxas de mortalidade, com manutenção de altas taxas de na- talidade. Nesse momento a população brasileira começava a apresentar um aumento de crescimento populacional considerável em decorrência da melhoria nas condições médico-hospitalares e higiênico- -sanitárias, principalmente pela migração da população rural para áreas urbanas. • 1970-2000: redução das taxas de mortalidade em relação às taxas de natalidade e desaceleração do crescimento vegetativo. Contudo a população continuava a crescer, ainda que em ritmo reduzido. A queda na natalidade é justificada pelo novo modelo de vida do brasileiro em centros urbanos e prin- cipalmente pela disseminação de métodos contraceptivos, além de outras questões sociais. Há de se ressaltar que nesse momento os brasileiros, em sua maioria, eram adultos. • Século XXI: a tendência é a continuação da queda da natalidade com baixas taxas de mortalidade e cres- cimento vegetativo baixo, o que ocasionará no futuro um aumento considerável do número de idosos. Veja o gráfico a seguir. IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Projeção da População do Brasil por Sexo e Idade para o Período 1980-2050 - Revisão 2008. 4500000 4000000 3500000 3000000 Nascimentos Óbitos Crescimento vegetativo 2500000 2000000 1500000 1000000 500000 19 80 19 82 19 84 19 86 19 88 19 90 19 92 19 94 19 96 19 98 20 0 0 20 02 20 04 20 06 20 08 20 10 20 12 20 14 20 16 20 18 20 20 20 22 20 24 20 26 20 28 20 30 20 32 20 34 20 36 20 38 0 Nascimentos, óbitos e crescimento vegetativo absoluto implícitos na projeção – Brasil – 1980-2038 Essa redução de jovens, bem como o aumento considerável de adultos e idosos, propõe ao Brasil desafios relacionados à força de trabalho e à reorganização do sistema previdenciário. IBGE, 2011. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 446 10/20/17 3:10 PM 447 Anotações G e o g ra fi a d o B ra si l Podemos ainda analisar o Brasil segundo a população relativa (densidade demográfica), ou seja, a quanti- dade de habitantes por quilômetro quadrado. Se dividirmos a população total (absoluta) do país, ou seja, 207 milhões de habitantes, pela área do território brasileiro, ou seja, 8,5 milhões de qui- lômetros quadrados, teremos uma densidade de- mográfica de aproximadamente 24 habitantes por quilômetro quadrado. Portanto o Brasil é um país populoso (quinta maior população do mundo), no entanto não é povoado (baixa densidade demo- gráfica). Se analisarmos ainda a distribuição dessa população total, veremos disparidades regionais. Observe o mapa ao lado. As disparidades regionais também estão presentes nas condições sociais e na qualidade de vida. Podemos perceber isso ao analisarmos o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) no Brasil. A cada ano, os países-membros da ONU são classificados com base em alguns indicadores: saúde (taxa de mortalidade e expectativa de vida), educação (taxa de matriculados) e renda (PIB per capita/PPC – Paridade de Poder de Compra). Com base nesses dados temos um número de 0,001 a 1,0 que demonstra o estágio de desenvolvimento do país. Quanto mais próximo de 1, maior é a qualidade de vida da população. Segundo a ONU, em seu relatório divulgado em 2015 com dados de 2014, o Brasil estava na 75a posição entre 188 países analisados pelo órgão. Entre os países da América Latina e o Caribe, o Brasil está acima da média, mas, em relação ao Brics (Brasil,Rússia, China, Índia e África do Sul), o Brasil foi o único que não avan- çou. Observe o mapa a seguir. Trópico de Câncer Equador Trópico de Capricórnio OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO OCEANO ÍNDICO OCEANO PACÍFICO Nível de desenvolvimento humano Muito alto Alto Médio Baixo N 2 065 km 0 BRASIL IDH 2014: 0,755 (alto) Geografia do IDH OCEANO ATLÂNTICO Equador Trópico de Capricórnio N 550 km 0 De 51 a 100 De 11 a 50 De 1 a 10 Inferior a 1 Superior a 100 Habitantes por km2 FERREIRA, Graça Maria Lemos; MARTINELLI, Marcello. Atlas geográfico – espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2013. (Adaptado.) Brasil: distribuição da população ONU, 2016. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 447 10/20/17 3:10 PM 448 Anotações G e o g ra fi a d o B ra si l Os números do relatório ainda não fo- ram computados com os dados referen- tes à queda do crescimento econômico de 2015/2016, mas mesmo assim se ob- servou que a renda per capita do brasileiro (US$ 15 000) teve uma queda de 0,73%. Com relação à expectativa de vida, o Brasil melhorou o indicador de 74,2 anos para 74,5 anos, e a média de anos de estu- do cresceu de 7,4 para 7,7 anos. Essa posição (75a) significa um IDH de 0,755, ou seja, um indicador que coloca o Brasil entre países com alto desenvolvi- mento humano. No entanto, as disparida- des regionais ainda são muito acentuadas, como no Nordeste e no Norte do país, o que demonstra a necessidade de mudanças e investimentos em determinadas regiões do Brasil. Gênero e trabalho Ao analisarmos a evolução do crescimento populacional de um país ou de uma região, podemos também analisar a evolução e disparidade dos gêneros (sexo feminino e masculino) dessa sociedade. No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em seu último censo (2010), existem 95,9 homens para cada 100 mulheres. No total essa diferença é de aproximadamente 3,9 milhões a mais de mulheres em relação aos homens. Total da população (pessoas) Divisões territoriais 2010 Homens, 2010 Mulheres, 2010 Brasil 190 755 799 93 406 990 97 348 809 IBGE, Censo Demográfi co, 2010. Em projeção (2016), o IBGE, na divulgação da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (PNAD), afirma que existem 6,353 milhões de mulheres a mais que homens no país. Entre muitos fatores que explicam essa diferença, analistas afirmam que a taxa de mortalidade entre homens na faixa etária entre 15 e 35 anos é maior que entre mulheres. Isso decorre de um maior número de mortes entre os homens por acidentes, envolvimento com o tráfico de drogas ilícitas e doenças. 1980 1985 1990 1995 2000 2008 2010 2015 2020 2025 2030 2035 2040 2045 2050 M ilh a re s 753 1 096 1 543 2 062 2 578 3 444 3 667 4 222 4 756 5 257 5 717 6 122 6 448 6 673 6 823 Excedente feminino na população total – 1980-2050 IBGE, 2011. IDHM dos estados Equador OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO RR AP AM PA CEMA RN PI PB AC RO TO PE AL SE BA MT MS GO DF MG ES SP RJ PR SC RS N 565 km 0 Alto (0,700 a 0,799) Médio (0,600 a 0699) Baixo (0,500 a 0,599) Muito baixo (0 a 0,499) Muito alto (0,800 a 1) IDHM Trópico de Capricórnio Disponível em: <www.atlasbrasil.org.br/>. Acesso em: 27 jan. 2017. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 448 10/20/17 3:10 PM 449 Anotações G e o g ra fi a d o B ra si l Como vimos no início desta unidade, a população brasileira em 2017 chegava à marca de 207 milhões de habitantes, sendo 48,4% de homens e 51,6% de mulheres. Ainda sobre os gêneros, é importante avaliar a discriminação e o preconceito com relação ao sexo femi- nino. As mulheres recebem salários, em média, 70% menores que os dos homens, mesmo com escolaridade maior. As mulheres ocupam apenas 18% dos cargos de chefia e condução de empresas, como os de diretores, gerentes e presidentes. Dados recentes do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) afirmam que essa proporção é bem maior que no passado, mas é preciso uma maior igualdade profissional entre os sexos. Observe o gráfico a seguir. Total Homens Mulheres 2004 16,2 16,2 15,2 2005 15,9 15,9 14,8 2006 15,3 15,2 14,5 2007 14,2 14,4 13,1 2008 13,7 13,7 12,9 2009 13,3 13,5 12,4 2011 12,2 12,3 11,5 2012 12,1 12,3 11,2 2013 11,9 12,3 10,9 2014 11,6 11,8 10,9 Nota: Não houve pesquisa em 2010. 17 16 15 14 13 12 11 10 9 8 Razão entre o rendimento médio de todos os trabalhos dos 10% com maiores rendimentos e os 40% com menores rendimentos, por sexo – Brasil – 2004-2014 IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2004/2014. Entre as causas dessa disparidade estão as raízes culturais (patriarcal e machista) da sociedade brasileira, que impõe e vulgariza o papel da mulher, além, é claro, da necessidade cada vez maior de a mulher comple- mentar a renda familiar ou, em muitos casos, custear a família devido ao desemprego ou à ausência do ho- mem, o que expõe as mulheres cada vez mais ao preconceito e à desigualdade. Outro problema relacionado ao trabalho no Brasil é o trabalho escravo. Recentemente o governo brasileiro assumiu perante a Organização Internacional do Trabalho (OIT) que essa ainda é uma realidade no país. Entre 1995 e 2016 foram retiradas de situações análogas à de escravidão cerca de 50 mil pessoas em atividades econômicas nas zonas rural e urbana. O trabalho escravo moderno é aquele que agride a liberdade e a dignidade do trabalhador e o coloca em situação de exploração. Esses trabalhadores são em sua maioria migrantes que, em busca de trabalho, acabam aliciados pelo cri- me, com falsas promessas. Muitos desses trabalhadores migram das regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste do país e até de outros países, como Haiti, Bolívia, Paraguai, África e Oriente Médio. Aproximadamente 90% dessas pessoas são homens jovens, pois a maioria das atividades dessa mão de obra é braçal. Pirâmides etárias do Brasil As pirâmides etárias são gráficos que identificam a quantidade de pessoas, segundo o gênero (sexo) e a faixa etária (jovens, adultos e idosos). 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 449 10/20/17 3:10 PM 450 Anotações G e o g ra fi a d o B ra si l Com relação às faixas etárias no Brasil, segundo dados do IBGE, os idosos representam 7,5% do total da população, enquanto os adultos representam 67,5% e os jovens, 25%. Nos últimos anos, devido ao aumento da expectativa de vida e à diminuição das taxas de mortalidade e de natalidade, a quantidade de idosos e adultos aumentou, ao passo que a de jovens diminuiu. Dessa forma, pode-se dizer que o país está no final da transição demográfica. Observe os gráficos a seguir. 0-4 5-9 10-14 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79 80 + 20101980 2050 HomensHomens HomensMulheresMulheres Mulheres 0-4 5-9 10-14 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79 80 + 0-4 5-9 10-14 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79 80 + População brasileira em 1980, 2010 e 2050 A pirâmide de 1980 é característica de um país jovem, a segunda mostra uma transição (2010), e a tercei- ra, que demonstra uma projeção para 2050, indica uma estrutura etária típica de país maduro. Uma pirâmide de idades fornece informações não apenas das faixas etárias, mas também da proporção dos gêneros por faixa etária. De um lado do gráfico temos o sexo masculino e, do outro, o sexo feminino. Em países com população jovem, a base dessa pirâmide é mais larga, sendo o corpo e o topo estreitos. Isso indicauma grande quanti- dade de pessoas jovens, além de reduzido número de idosos. Esse tipo de pirâmide é característico de países subdesenvolvidos, pois apresenta elevadas taxas de natalidade e mortalidade, com baixa expectativa de vida. Como os índices de mortalidade e de natalidade tendem a diminuir e, em consequência, a proporção de adultos e idosos tende a aumentar em relação à de jovens, podemos ter aumento do corpo e do topo da pirâ- mide em relação à sua base. População economicamente ativa e os setores de atividade no Brasil Como aprendemos no início de nossos estudos, a população de um país está inserida em um contexto econômico global. E podemos avaliar a ocupação dessa população por setores de atividade. No Brasil, podemos classificar essa população entre: • População economicamente ativa (PEA): população que trabalha ou está procurando serviço (força de trabalho disponível, empregada ou não); • População economicamente inativa (PEI): população que não trabalha ou depende dos que trabalham, como as crianças, os aposentados, os estudantes (desde que não trabalhem) e as mulheres que exer- cem funções domésticas não remuneradas. A população economicamente ativa está dividida entre três setores de atividades econômicas. Veja a seguir. • Setor primário: nesse setor encontramos as pessoas que trabalham nas atividades primárias, como agricultura, pecuária, caça, pesca e extrativismo mineral ou vegetal. • Setor secundário: esse setor reúne as pessoas que trabalham em indústrias. • Setor terciário: nesse setor estão as pessoas que prestam serviço no setor público, no comércio, insti- tuições financeiras, saúde, educação, comunicações, entre outros. Disponível em: <www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/projecao_da_populacao/2008/piramide/piramide.shtm>. Acesso em: 20 jul. 2017. Professor, explique a diferença entre PEA e PEI. Comente os setores de atividade e, com a utilização dos gráficos da unidade, demonstre a distribuição da PEA por setores de atividade em diferentes países do globo. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 450 10/20/17 3:10 PM 451 Anotações G e o g ra fi a d o B ra si l Como se observa nessa divisão, o setor primário é basicamente rural e os setores secundário e terciário são comuns de ambientes urbanos. O setor primário apresenta grande porcentagem da população ativa nos países pouco industrializados; conforme os países se industrializam, porém, essa porcentagem diminui e aumenta a população ativa do setor secundário e do setor terciário. No Brasil, no início do século XX, grande parte da população vivia no campo, e a PEA estava predominan- temente no setor primário, pois o país se apresentava como um grande produtor de café. Ao passar pelo processo de urbanização e industrialização ao longo da segunda metade do século XX, a PEA foi se transferindo gradativamente para o setor secundário e terciário. O setor terciário é o que mais aglomera pessoas no Brasil na atualidade, gerando um fenômeno chamado de hipertrofia do setor terciário, ou seja, uma saturação de pessoas nesse setor. Brasil – Distribuição da população por segmentos de atividade (%) Ano Agrícola Indústria e construção Comércio e serviços 1940 70,2 10,0 19,8 1950 60,7 13,1 26,2 1960 54,2 12,7 33,1 1970 44,2 17,8 38,0 1980 29,9 24,4 45,7 1990 22,9 22,7 54,4 2000 24,1 19,3 56,6 2010 21,1 21,0 57,9 IBGE, 2011. Vale a pena ressaltar ainda que grande parte das pessoas no setor terciário trabalha na informalidade (não recolhe impostos e não tem garantia de benefícios trabalhistas). Isso acarreta o aumento da informalidade, do subemprego. O desemprego é um fenômeno mundial e atinge indiscriminadamente vários países, tanto em regiões centrais como em regiões periféricas da economia global. Contudo, os fatores que geram esse problema são diferentes nesses países. Nos países centrais ocorre- ram intensa automatização, avanços tecnológicos e transferência de indústrias para países periféricos. Isso acabou por eliminar os empregos do setor secundário e provocou aumento das atividades terciárias, porém esses países enfrentaram uma nova realidade até então inexistente: o desemprego. Variação mensal da taxa de desemprego no Brasil (%) (2012-2016) Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. 2012 – – 7,90 7,80 7,50 7,50 7,40 7,30 7,10 6,90 6,80 6,90 2013 7,20 7,70 8,00 7,80 7,60 7,40 7,30 7,10 6,90 6,70 6,50 6,20 2014 6,40 6,80 7,20 7,10 7,00 6,80 6,90 6,90 6,80 6,60 6,50 6,50 2015 6,80 7,40 7,90 8,00 8,10 8,30 8,60 8,70 8,90 9,00 9,00 9,00 2016 9,50 10,20 10,90 11,20 11,20 11,30 11,60 11,80 11,80 11,80 11,90 – IBGE, 2016. O processo em que o emprego desaparece pela automação do setor industrial é conhecido como desem- prego estrutural. Isso fez surgir uma grande massa de subempregados, que realizam atividades que não geram direta- mente divisas para o Estado, como guardadores de vagas de veículos, vendedores ambulantes, limpadores de para-brisas e camelôs. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 451 10/20/17 3:10 PM 452 Anotações G e o g ra fi a d o B ra si l Atividade discursiva (Fuvest-SP) Observe o mapa a seguir. Thery et al., Atlas do Trabalho Escravo no Brasil, 2009. Adaptado. Considere o “trabalho análogo à escravidão” no meio rural brasileiro. a) Indique dois elementos que caracterizam essa condição de trabalho. Explique. Entre os elementos que caracterizam a condição de trabalho análogo à escravidão, podemos citar: condições precárias de trabalho, ausência da aplicação das leis trabalhistas, ausência ou irrisória remuneração do trabalho, submissão ao trabalho por dívida e permanência forçada no trabalho. b) Identifique as três Regiões Administrativas do país em que há maior área de concentração desse fenômeno e indique duas atividades significativas nas quais os trabalhadores, submetidos a essa condição, estão inseridos. As regiões de maior concentração de trabalho análogo à escravidão são Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Entre as ativi- dades econômicas, destacam-se o extrativismo mineral e a agropecuária. c) Descreva uma das formas de arregimentação de pessoas para essa condição de trabalho. Entre as formas de arregimentação de pessoas para essa condição de trabalho destaca-se a atuação de um intermediário (“gato”), que age em áreas de precárias condições sociais propondo contratos informais de trabalho. R e p ro d u ç ã o /V e s ti b u la r F U V E S T BRASIL – TRABALHO ANÁLOGO À ESCRAVIDÃO 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 452 10/20/17 3:10 PM 453 G e o g ra fi a d o B ra si l Atividades Em sala 1. (UFPR) O Brasil tem 206,08 milhões de habitantes, segundo dados divulgados nesta terça-feira (30) [agosto, 2016] pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Estima- tivas publicadas no Diário Oficial da União indicam que o país tinha, em 1o de julho deste ano, 206.081.432 habitantes. No ano passado, a população era de 204.450.649, ou seja, o crescimento da população foi de 0,8%. Disponível em: <http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia- brasil/2016/08/30/ibge-brasil-ja-tem-206-milhoes-de-habitantes.htm>. Acesso em: 31 ago. 2016. Com base nas informações do texto e nos conhecimentos em geografia da população, assinale a alternativa correta. a) O percentual de crescimento populacional indicado mostra que a teoria malthusiana tinha razão, isto é, que a população está crescendo em progressão geométrica e a de alimentos, em ritmo aritmético. b) A taxa de natalidade caiu de forma significativa nas últimas duas décadas e a percentagem de crescimento atual é explicada pela vinda de migrantes e refugiados de outros países. c) Em termos absolutos, aexpressiva diferença no montante da população entre um ano e outro indica que as políticas públicas de controle de natalidade da última década não conseguiram diminuir o crescimento populacional. d) O aumento da densidade demográfica nas regiões Norte e Centro-Oeste, que equilibrou a distribuição da população nacional, tem sido um fator relevante no crescimento populacional. e) Embora apresente essa taxa de crescimento, há uma tendência de diminuição da representatividade da população jovem no Brasil em relação à população em processo de envelhecimento, confirmando a mudança da estrutura etária brasileira. 2. (UFG-GO) Leia as informações a seguir. De acordo com dados do IBGE, a distribuição da população brasileira por gênero se enquadra nos padrões mundiais; nascem mais homens que mulheres. Entretanto, as pirâmides etárias, na fase adulta, mostram uma parcela ligeiramente maior de população feminina. Segundo esse órgão, em 2010, a população brasileira compreendia 49,2% de homens e 50,8% de mulheres. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br>. Acesso em: 26 nov. 2012. O texto menciona a existência de uma diferença entre o nú- mero de homens e mulheres na população brasileira. Al- gumas medidas diretamente voltadas para redução dessa diferença, na fase adulta, incluem: a) a geração de emprego na construção civil e a vacinação contra a gripe. b) a implementação de programa de saúde direcionado à população feminina e a vacinação contra a hepatite. c) o controle da natalidade e o uso de equipamento de proteção individual no trabalho. d) a geração de emprego direcionada à população masculina e a redução da mortalidade infantil. e) a redução da criminalidade e a implementação de programa de saúde direcionado à população masculina. 3. (UFRGS-RS) Observe o gráfico abaixo. Fonte: IBGE – Censo demográfico 2010 Sobre a distribuição da população mostrada pelo gráfico, é correto afirmar que: a) a base estreita é o resultado da baixa fecundidade atual no Brasil, ao mesmo tempo em que se percebe a expectativa de vida maior das mulheres. b) a base estreita é o resultado da alta taxa de natalidade, ao mesmo tempo em que se percebe a baixa expectativa de vida da população. c) a base estreita é o resultado da alta taxa de mortalidade, ao mesmo tempo em que se percebe a igualdade entre os sexos. d) a base estreita é o resultado da alta taxa de mortalidade infantil, ao mesmo tempo em que se percebe a maior quantidade de população masculina. e) as causas da base estreita da pirâmide, com os dados disponíveis atualmente no país, não podem ser determinadas. 4. (Uerj) A taxa de dependência total corresponde ao percentual do conjunto da população jovem (menores de 15 anos) e ido- sa (com 60 anos ou mais) em relação à população total. Ela expressa a proporção da população sustentada pela popula- ção economicamente ativa. Resposta: E. Resposta: E. R e p ro d u ç ã o /V e s ti b u la r U F R G S -R S Resposta: A. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 453 10/20/17 3:10 PM 454 G e o g ra fi a d o B ra si l Adaptado de veja.abril.com.br, 28/11/2012. A manutenção da tendência apresentada no gráfico pode favorecer o seguinte impacto sobre as despesas governa- mentais nas próximas duas décadas: a) redução do déficit da previdência social b) diminuição das verbas para a rede de saúde c) elevação dos investimentos na educação infantil d) ampliação dos recursos com seguro-desemprego Para casa 1. (Uerj) O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) é composto por três indicadores: longevidade, educação e renda. No Brasil, o IDH-M cresceu 47,5% entre 1991 e 2010, conforme os mapas. Adaptado de O Globo, 15/3/2015. Geograficamente, o desenvolvimento humano no Bra- sil apresenta mudanças decorrentes dos seguintes fatores principais: a) erradicação do analfabetismo – elevação do PIB b) desaceleração do desemprego – incremento da industrialização c) decréscimo da natalidade – crescimento da qualificação profissional d) diminuição da mortalidade infantil – aumento da expectativa de vida 2. (USF-SP) A “geração canguru”, aquela formada por jovens entre 25 e 34 anos que ainda moram com os pais, e que no Brasil cresceu nos últimos dez anos, é fenômeno mundial. O conforto e o comodismo ou a falta de condições financeiras não são os principais fatores que mantêm esses jovens na casa dos pais, mas a possibilidade de investir na formação para ter mais chances no mercado de trabalho. Desses jovens, 60% são homens e 40% mulheres, em faixas de renda mais altas. Diferente da “geração canguru”, os “nem nem”, aqueles jovens de 15 a 29 anos que nem estudam nem trabalham, são compostos em sua maioria por mulheres entre 25 a 29 anos. Ao contrário da geração canguru, o predomínio é de mulhe- res que têm filhos e tomam conta deles. Isso remete a uma questão antiga, que é a diferença nas condições do mercado de trabalho entre homens e mulheres. Disponível em: <http://g1.globo.com/brasil/noticia/2013/11/ geracao-canguru-e-fenomeno-mundial-diz-presidente-do-ibge.html>. Acesso em: 11 set. 2015. Adaptado. a) Aponte uma consequência demográfica decorrente do aumento do número de indivíduos da geração “canguru”. O aumento do número de indivíduos da geração “canguru”, adultos que permanecem morando com os país, poderá ter várias conse- quências demográficas e econômicas. Entre as quais, o aumento do número de solteiros e a queda da taxa de natalidade. Também pode- rá repercutir nos padrões de consumo de mercadorias e serviços, a exemplo da compra e venda de imóveis. b) Aponte uma consequência econômica ou social decorrente do aumento do número de indivíduos da geração “nem nem”. O número significativo de indivíduos “nem nem”, que não estudam e não trabalham, traz várias consequências, entre as quais, o compro- metimento da escolaridade das mães jovens, baixa produtividade no trabalho, permanência de altos índices de trabalho informal e precá- rio em decorrência de problemas educacionais, além da perda de renda dos adultos e idosos que sustentam esses jovens. 3. (UPF-RS) Observe as imagens das pirâmides etárias do Rio Grande do Sul e leia as afirmações que seguem. (Disponível em: http://www.scp.rs.gov.br/atlas/conteudo.asp? cod_menu_filho=809&cod_menu=805&tipo_menu_ POPULA&cod_conteudo=1406. Adaptado. Acesso em: 2 out. 2014). R e p ro d u ç ã o /V e s ti b u la r F U V E S T Resposta: A. R e p ro d u ç ã o /V e s ti b u la r U E R J Resposta: D. R e p ro d u ç ã o /V e s ti b u la r U P F- R S 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 454 10/20/17 3:10 PM 455 G e o g ra fi a d o B ra si l I. O declínio da fecundidade e o aumento da expectativa de vida no estado marcam o início do processo de envelheci- mento da população gaúcha. II. Na pirâmide etária de 2010, observa-se uma elevação dos índices de população em idade ativa no estado, em relação às pirâmides anteriores. III. Comparando-se as pirâmides, verifica-se que a expecta- tiva de vida vem aumentando progressivamente, sendo a população feminina idosa maior do que a população masculina idosa. Está correto o que se afirma em: a) I e II apenas. b) I e III apenas. c) II e III apenas. d) I, II e III. e) I apenas. 4. (Fatec-SP) A distribuição da População Economicamente Ativa (PEA) por setores de atividades econômicas (primário, secundário e terciário) pode fornecer dados interessantes sobre o desenvolvimento de um país. A distribuição não é uniforme e imutável, ela se altera, em função das especifici- dades econômicas e sociais de cada país. No Brasil, a distribuição da PEA por setores de atividades mostra que: a) a maior parte da PEA encontra-se no setor primário, evidenciando o caráter agroexportador da economia brasileira. b) a PEA alocada no setor secundário ultrapassaos 50% do seu total, indicando que o Brasil é, efetivamente, um país industrializado. c) o setor terciário, por concentrar atividades extrativistas e de mineração, vem se destacando como principal setor empregador do Brasil. d) o setor terciário é onde se encontra a maior parte da PEA, revelando a crescente importância desse setor na economia brasileira. e) o rápido processo de urbanização ocorrido a partir da segunda metade do século XX tornou o setor secundário o maior empregador brasileiro. Mais Enem (Enem) O número de filhos por casal diminui rapidamente. Para a maioria dos economistas, isso representa um alerta para o futuro. Fontes: IBGE e OCDE Disponível em: http://epoca.globo. com. Acesso em: 20 out. 2015 (adaptado) Uma consequência socioeconômica para os países que vivenciam o fenômeno demográfico ilustrado é a diminuição da: a) oferta de mão de obra nacional. b) média de expectativa de vida. c) disponibilidade de serviços de saúde. d) despesa de natureza previdenciária. e) imigração de trabalhadores qualificados. Resposta: D. Resposta: D. R e p ro d u ç ã o /E N E M Resposta: A. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 455 10/20/17 3:10 PM 456 G e o g ra fi a d o B ra si l Sintetizando a unidade Chegamos ao final da unidade e é hora de sintetizar os conteúdos trabalhados. Como você verá no esquema a seguir, os conteúdos que estudamos nos capítulos mantêm relações entre si e servem de fundamento para assuntos que ainda trabalharemos neste mate- rial. Observe com atenção o organograma e aponte informações de acordo com os conteúdos selecionados. População brasileira (I) – estrutura PEA × setores de atividade Gênero e trabalho Crescimento populacional e indicadores socioeconômicos Pirâmides etárias IDH brasileiro Crescimento populacional A mulher no mercado de trabalho Proporção entre homens e mulheres Trabalho escravo no Brasil PIB per capita × setores de atividade PEA × PEI Desemprego e subemprego no Brasil Densidade demográfica Transição demográfica no Brasil Tipos de pirâmide Desafios para a sociedade brasileira Identifique as características das etapas de crescimento vegetativo do Brasil nos espaços a seguir: 1900-1930: Altas taxas de natalidade e mortalidade e crescimento vegetativo baixo. Nesse momento o Brasil observava uma grande quantidade de pessoas vivendo no campo, pois a economia, em sua maioria, era agroexporta- dora, mais precisamente de café. Há de se ressaltar que nesse momen- to a maior parte da população brasileira era formada por jovens. 1940-1960: Ocorre o início da queda das taxas de mortalidade, com manutenção de altas taxas de natalidade. Nesse momento a população brasileira come- ça a apresentar um aumento de crescimento populacional considerável. Isso decorre da melhoria nas condições médico-hospitalares e higiêni- co-sanitárias, principalmente pela migração da população rural para áreas urbanas. 1970-2000: Redução das taxas de mortalidade em relação às taxas de natalidade e desaceleração do crescimento vegetativo. Contudo a população conti- nua a crescer, ainda que em ritmo reduzido. A queda na natalidade é justifi cada pelo novo modelo de vida do brasileiro em centros urbanos e principalmente pela disseminação de métodos contraceptivos, além de outras questões sociais. Há de se ressaltar que nesse momento os brasileiros, em sua maioria, eram adultos. Século XXI: A tendência é a continuação da queda da natalidade, com baixas taxas de mortalidade e crescimento vegetativo baixo, o que ocasionará futu- ramente um aumento considerável do número de idosos. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 456 10/20/17 3:10 PM 457 G e o g ra fi a d o B ra si l População brasileira (II) – Composição e migrações Unidade 4 Composição étnica do Brasil Um dos aspectos únicos da composição étnica da população brasileira é sua grande variedade de etnias, consequência da miscigenação ocorrida ao longo da história, desde o momento em que os colonizadores por- tugueses (brancos) chegaram e se aproximaram dos nativos (indígenas) e consigo trouxeram os escravizados africanos (negros). A combinação desses grupos étnicos aconteceu de forma relativamente rápida, resultando no surgimento de mestiços, como o caboclo e o mameluco (filho de pais das etnias branca e indígena), o cafuzo (filho de pais das etnias negra e indígena) e o mulato (filho de pais das etnias branca e negra). Com a continuidade da miscigenação, surgiram numerosos outros tipos de mestiços que compõem a população brasileira. O indígena Com a chegada do colonizador europeu, estima-se que havia, no século XVI, algo em torno de 5 milhões de indígenas. Durante 400 anos de aproximação e exploração europeia, muitos povos foram extintos e hoje, segundo dados preliminares do Censo Demográfico realizado pelo IBGE em 2010, a população indígena bra- sileira é de aproximadamente 817 mil. No processo de alienação, além de contato com doença, fome e lutas, a maioria dos indígenas brasileiros teve suas bases culturais desrespeitadas. A Fundação Nacional do Índio (Funai) é a instituição no Brasil que tem por função regulamentar, fiscalizar e aplicar a legislação incluída no Estatuto do Índio. Essa legislação visa assegurar os costumes dos indígenas e permitir sua segurança, educação e integração. Objetivo(s) • Perceber a composição étnica brasileira associada aos fluxos migratórios internos e externos, além dos problemas que envolvem as migrações. Professor, explique a composição étnica brasileira. Destaque a participação do indígena, do negro e do branco na forma- ção populacional do Brasil. Associe a composição aos fl uxos migratórios externos e argumente sobre os movimentos migratórios internos no Brasil. Soldados índios da província de Curitiba escoltando selvagens, de Jean-Baptiste Debret, 1834, 21 cm × 32,5 cm, litografia aquarelada. Coleção Brasiliana, Pinacoteca do Estado de São Paulo. P in a c o te c a d o E s ta d o d e S ã o P a u lo 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 457 10/20/17 3:10 PM 458 Anotações G e o g ra fi a d o B ra si l O negro No Brasil, os negros encontram-se mais aglomerados nas regiões Sudeste e Nordeste do país. Nessas áreas, no período colonial, a mão de obra escrava foi utilizada principalmente na economia ca- navieira, aurífera e na cafeicultura. Os negros trazidos da África e escravizados são divididos em dois grupos: • bantos (de Angola, Congo e Moçambique); • sudaneses (da África Ocidental, principalmente do golfo da Guiné). Com o fim da escravidão (1888), a aristocracia agrícola cafeeira passou a utilizar a mão de obra imigrante, predominantemente branca e de origem europeia. Cruz e Sousa e Abdias do Nascimento, dois negros ilustres: o primeiro, considerado o maior poeta negro latino-americano; o segundo, líder político e social na segunda metade do século XX. R ic a rd o S tu ck e rt /A g ê n c ia B ra s il R e p ro d u ç ã o /C o le ç ã o P a rt ic u la r Tal fato dificultou o ingresso do negro no mercado de trabalho, e assim, apesar de ter sido escravizada e explorada por longos anos, a maior parte foi esquecida e relegada a uma posição social e econômica inferior. O resultado é o que observamos hoje no país, personificado no drama desse grupo étnico e em estatísticas alarmantes: por exemplo, segundo o IBGE, a renda dos negros é 52% menor que a do trabalhador branco. Al- guns analistas afirmam que essas desigualdades são oriundas da falta de escolaridade e demonstram que a mobilidade social desse grupo étnico passa necessariamente pela educação. O branco Os representantes desse grupo étnico, no Brasil, chegaram durante o período colonial. Primeiro vieram os portugueses e, então, os espanhóis,franceses e holandeses. O grupo étnico branco atinge 52% da população brasileira e encontra-se predominantemente nas regiões Sudeste e Sul (62% e 80%, respectivamente). Entre os anos 1850 e 1934 (período imigratório imperial e republicano), muitos brancos europeus, em sua maioria espanhóis, italianos e portugueses, incrementaram a composição étnica brasileira, além de contribuir para transformações econômicas, sociais e políticas do país. Do total de imigrantes recebidos pelo Brasil (6 milhões), aproximadamente 70% eram portugueses, espanhóis e italianos. A escravidão dos negros no Brasil Quando os primeiros navios com escravizados africanos chegaram ao Brasil, em 1549, os negros foram forçados a trabalhar nos engenhos de açúcar. Além de serem trazidos à força de sua terra natal, não tinham nenhum direito e conviviam com a violência e a humilhação em seu dia a dia. A economia canavieira se abasteceu com a mão de obra africana, e, em 1559, o rei dom Sebastião, de Portugal, legalizou o comércio humano por decreto. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 458 10/20/17 3:10 PM 459 Anotações G e o g ra fi a d o B ra si l M u s e u N a c io n a l d e B e la s A rt e s , R io d e J a n e ir o . Moenda de cana, por Jean-Baptiste Debret, in’cio do sŽculo XIX. Acredita-se que 4 milhões de negros africanos foram trazidos para o Brasil durante séculos de escravidão. Obviamente não enumerando os milhares de mortos nos navios negreiros. Estima-se que o número de mor- tos chegue a 40% do total de capturados. A ideia abolicionista, na Europa, remonta a meados do século XVIII, porém sua importância ganha espaço somente no século XIX, quando a Inglaterra (1845) impõe leis que autorizavam a sua Marinha a aprisionar navios negreiros. 5 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 3 6 0 0 0 0 7 9 0 2 0 0 8 8 9 9 0 0 1 7 1 3 2 0 0 1 800 000 N ú m e ro d e i n d iv íd u o s 15 3 1-16 0 0 16 01-16 5 0 16 5 1-17 0 0 17 01-17 5 0 17 5 1-18 0 0 18 01-18 5 0 18 5 1-18 5 6 1 000 000 1 400 000 600 000 200 000 1 600 000 800 000 1 200 000 400 000 0 6 1 0 0 Períodos Brasil: entrada de escravizados Rotas de migrações forçadas de africanos para o Brasil Equador OCEANO ATLÂNTICO N o rt e da Á fri ca 1% Áfri ca O ci de nt al 3 2, 1% África Centro-O ciden tal 5 8,5 % Sul da Á frica 1,1 % Sudeste da África 5,7% Á frica O riental 1,6% BRASIL ÁFRICA N 1 410 km 0 Bantos Fronteiras atuais do Brasil Sudaneses United Nations, United Nations Statistics Division, National Accounts Main Aggregates Database, Basic Data Selection, Nova York, 2008. No Brasil, esse movimento ganhou força na segunda metade do século XIX (1850), com a Lei Eusébio de Queirós, que proibia o tráfico de escravizados. Em 1871, com a Lei do Ventre Livre, os filhos dos escravizados ganharam a liberdade, e, em 1885, foi promulgada a Lei dos Sexagenários, que garantiu liberdade aos negros maiores de 60 anos. Foi somente em 13 de maio de 1888, por meio da Lei Áurea, assinada pela princesa Isabel (filha de dom Pedro II), que a liberdade total e definitiva foi conquistada pelos negros brasileiros, com a triste marca de ser o último país da América a abolir a escravidão. Nessa época os negros africanos somavam aproximadamente 180 mil africanos, viviam no país divididos entre escravizados (138.358) e alforriados (37.699), de acordo com o censo de 1872, e a sociedade debatia intensamente sobre o fim da escravidão. Enquanto os senhores de engenho alegavam que a possível escassez de mão de obra comprometeria a economia do país, muitos políticos e intelectuais, associados ao liberalismo inglês, denunciavam as crueldades do sistema. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 459 10/20/17 3:10 PM 460 G e o g ra fi a d o B ra si l OCEANO ATLÂNTICO Equador Trópico de Capric órnio N 635 km 0 Municípios com quilombolas Brasil: terras de negros Após um ano da publicação da Lei Áurea, chegava ao fim a época do Brasil Império e iniciava a era da Re- pública, e, ao contrário do que muitos acreditavam, a economia brasileira não afundou em ruínas com o fim do regime escravista. Em São Paulo, no final do século XIX, a economia cafeeira era o esteio da economia nacional, agora com a utilização da mão de obra europeia, formada em sua maioria por italianos. Movimentos migratórios O termo migrações refere-se ao deslocamento de povos (populações) entre países ou dentro de um mesmo país. Esse fenômeno é na verdade um grande componente da demografia, e, com a tendência mundial ao equilíbrio do crescimento natural (vegetativo) das populações, os movimentos migratórios se tornarão um aspecto importante de análise em muitos países do globo. Segundo a ONU, para um indivíduo ser considerado migrante ele precisa fixar residência em determinada área por no mínimo um ano e participar efetivamente dessa sociedade. Há de ressaltar que o processo de deixar um lugar é denominado emigração. Já aquelas áreas que recebem pessoas são consideradas locais de imigração. No estudo das migrações podemos destacar basicamente dois tipos de movimento: internacionais (entre países) e internos (urbano-urbano e rural-rural). As causas e consequências das migrações são imensas e podemos classificá-las em espontâneas ou forçadas. As espontâneas estão ligadas a questões que envolvem, por exemplo, estudos e transferência de trabalho e partem de um interesse individual que não envolve pressão social. Já as migrações forçadas são ca- racterizadas por perseguições políticas, religiosas, guerras e aspectos econômicos – quando pessoas buscam melhores condições de vida em outras áreas. Os fluxos migratórios, mais intensos ao longo das idades Moderna e Contemporânea, podem ser avaliados historicamente. Em um primeiro momento, durante as Grandes Navegações, a área de repulsão (emigração) era a Europa, cujos destinos (áreas de atração – imigração) eram América, Ásia, Oceania e Áfri- ca. Mais tarde, no século XIX e no início do século XX, por pressões políticas e religiosas, guerras e pressão demográfica, além da Europa, o Oriente Médio e o Japão passam por processos emigratórios importantes para diferentes regiões do globo, como Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos, Canadá, Brasil, Chile, Uruguai e Argentina. Após o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), houve mudança nos fluxos migratórios. Com a recuperação econômica dos países envolvidos com a guerra, entre eles os europeus e o Japão, as áreas que FERREIRA, Graça Maria Lemos; MARTINELLI, Marcello. Atlas geográfico – espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2013. (Adaptado.) Professor, com o auxílio do mapa de movimentos migratórios, expli- que o processo de migração a partir do século XVI até os dias atuais. Comente as terminologias emigração e imigração. Explique as cau- sas e consequências dos movimentos migratórios. Utilize os mapas e tabelas da unidade para identificar os diferentes movimentos. Conectando saberes O Caderno 1 de Geografia Geral também trata de demografia. O assunto em comum entre essas duas unidades será o crescimento populacional. A grande diferença entre elas será a abordagem mundial e a do Brasil. Fique atento, pois esses temas podem ser analisados em conjunto nos vestibulares. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 460 10/20/17 3:10 PM 461 Anotações G e o g ra fi a d o B ra si l eram de emigração (repulsão – saída de pessoas) transformam-se em áreas de imigração (atração – en- trada de pessoas). Principalmente por questões econômicas, muitas pessoas de países subdesenvolvidos da América Latina, África e Ásia buscam melhores condições de vida na Europa ocidental, AméricaAnglo-Saxônica, Japão, Aus- trália e Nova Zelândia. Século XIX e início do século XX Europa Américas América Latina Europa Os lugares caracterizados pela emigração são denominados áreas de refluxo, enquanto os lugares caracterizados pela imigração são denominados áreas de afluxo. Como se observa no esquema, em momentos históricos diversos, áreas de afluxo se transformam em áreas de refluxo, e vice-versa. África Brasil JapãoAmérica Anglo-Saxônica Japão Brasil A partir da segunda metade do século XX Esquemas das áreas de emigração/imigração nos séculos XIX e XX Entre os países do antigo bloco soviético houve muitos movimentos migratórios. Na República Democrá- tica da Alemanha (ex-Alemanha Oriental), era comum a imigração de pessoas oriundas de países socialistas da Ásia e da África, como vietnamitas, angolanos e moçambicanos. Entre os países da Europa oriental também eram muito comuns as migrações entre países, fruto da par- ceria socialista em acordos como o Pacto de Varsóvia. Com o fim do socialismo real na Europa oriental, muitas pessoas buscaram oportunidades nos países da Europa ocidental. Há de se ressaltar ainda que, após a Segunda Guerra Mundial, países de recente industrialização, como o Brasil e a Argentina, se tornaram áreas de imigração, atraindo pessoas de países mais pobres. Com relação aos fluxos migratórios no Brasil, podemos considerar dois grandes momentos distintos. O primeiro ocorre entre o século XV e o início da segunda metade do século XX e é marcado por intensa imi- gração de europeus, africanos e asiáticos, que, como vimos anteriormente, contribuíram para a composição étnica brasileira. Nesse contexto, merecem destaque os portugueses e africanos, que nos deixaram grande herança cultural. FERREIRA, Graça Maria Lemos; MARTINELLI, Marcello. Atlas geográfi co – espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2013. (Adaptado.) 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 461 10/20/17 3:10 PM 462 Anotações G e o g ra fi a d o B ra si l Na segunda metade do século XIX, outros grupos vieram para o Brasil e contribuíram para a composição étnica do país. São eles os eslavos (russos, poloneses e ucranianos), os germânicos (alemães) e os asiáticos (sírio-libaneses e japoneses). Veja a seguir um breve resumo dos fluxos migra- tórios desses imigrantes. • Alemães: atraídos pela política imigratória do governo brasileiro, ocuparam pequenos lotes em Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Inicia- ram sua participação no contexto nacional com a atividade agropecuária e depois industrial, nos arredores de Joinville, Blumenau, Brusque e Itajaí, em Santa Catarina. • Eslavos: se concentraram no Paraná, em torno de Curitiba, e dedicaram-se à pecuária e à agricultura. • Italianos: dedicaram-se primeiro à agricultura e depois à indústria. Ocuparam terras em Santa Catarina (Criciúma) e Rio Grande do Sul (Caxias do Sul, Garibaldi e Bento Gonçalves). Na segunda metade do sé- culo XIX, vieram em grande quantidade para trabalhar nas lavouras de café em São Paulo. • Sírio-libaneses: chegaram no fim do século XIX a São Paulo e à Amazônia e dedicaram-se ao comércio. • Japoneses: os primeiros imigrantes chegaram em 1908, dirigindo-se para São Paulo e para a Amazônia (Belém do Pará). Ocuparam-se com a agricultura e introduziram na Amazônia a cultura da pimenta-do- -reino e em São Paulo a cultura do chá. Após a segunda metade do século XX, o Brasil segue uma tendência mundial de emigração em direção aos países centrais do capitalismo mundial. O destino de muitos brasileiros são os Estados Unidos, o Canadá, a Europa ocidental (Portugal e Inglaterra) e Japão. Como vimos anteriormente, com o aquecimento da economia mundial no início do século XX e o cresci- mento econômico brasileiro, o país passa a ser um atrativo para pessoas de muitos países da América Latina, como bolivianos e haitianos, e da África, como angolanos. Problemas nos movimentos migratórios Em sua maioria, os imigrantes que entram em países desenvolvidos enfrentam muitos problemas. Por se encontrarem em condições ilegais, realizam atividades que a população local não deseja realizar. Essa imigração ilegal favorece o tráfico de imigrantes, que se tornou um mercado lucrativo. Essa prática é comum em muitos países, porém é mais ativa no norte da África e na Europa oriental, onde muitas pessoas buscam oportunidades na União Europeia. É comum acontecer nessas áreas de imigração a xenofobia (aversão a estrangeiros), que tem na concor- rência do mercado de trabalho sua principal causa de manifestação. Em alguns casos impera o extremismo, quando grupos intolerantes perseguem minorias (imigrantes, negros e homossexuais), frequentemente com muita violência. Na Alemanha, num quadro como esse surgiu o neonazismo. Outro problema é a questão da saída de profissionais, cientistas e pesquisadores de alta tecnologia de países periféricos em direção a países centrais, o que ocasiona um déficit de mão de obra especializada nos países periféricos, além de uma eterna dependência tecnológica em relação aos países centrais. A maioria desses profissionais são cobiçados por países centrais, e os altos salários e condições de pes- quisa favorecem a emigração. A tendência demográfica atual no mundo, principalmente na Europa, demonstra que, pela queda da taxa de fecundidade e o aumento da quantidade de idosos, por exemplo, muitos países europeus terão que importar “cérebros”, ou seja, atrair imigrantes dessa natureza. Alguns países europeus estão adaptando sua política imigratória para receber esses profissionais de países periféricos, oriundos principalmente do Brasil, da Argentina, da Colômbia e da Índia. 35% 17% 4% 5% 13% 30% 31%Portugueses Italianos Espanhóis Japoneses Alemães Outros 15 255 3010 200 A nacionalidade dos imigrantes no Brasil (1872-2000) IBGE, 2011. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 462 10/20/17 3:10 PM 463 Anotações G e o g ra fi a d o B ra si l Após os anos 1990, e com a dissolução do socialismo e o surgimento de uma Nova Ordem Mundial, ob- serva-se uma nova dinâmica nos movimentos migratórios no mundo. Tal fato ganha notoriedade no início do século XXI. O surgimento do terrorismo e de disputas internas em vários países da África e do Oriente Médio favo- rece um verdadeiro êxodo em direção à Europa ocidental. Hipertexto Fique atento às questões que envolvem as tensões e conflitos no Oriente Médio. As discussões sobre esses conflitos serão ampliadas no Caderno 4 de Geografia Geral. No momento oportuno, não deixe de relatar os assuntos desta unidade, principalmente com relação aos refugiados (emigrantes). No Oriente Médio, o destaque é para a guerra na Síria, em que divergências internas entre o governo de Bashar al-Assad e revoltosos (Al-Nusra, ELS e Estado Islâmico) provocaram um deslocamento que não se via desde a Segunda Guerra Mundial em direção a países vizinhos e especialmente à Europa. A ida desses imigrantes para a Europa ocidental passa necessariamente por rotas no mar Mediterrâneo e agita todo um comércio de transporte em péssimas condições, provocando centenas de mortes em acidentes e naufrágios. Vale ressaltar que a entrada desses imigrantes gera uma crise de opiniões e divergências internas na União Europeia. Síria Afeganistão Somália Sudão do Sul Sudão Congo República Centro-Africana Mianmar Eritreia Colômbia 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 fim de 2015 fim de 2014 Número de refugiados (milhões) Principais origens de refugiados (2014-2015) Global Trends, UNHCR, 2015, p. 16. Disponível em: <https://s3.amazonaws.com/unhcrsharedmedia/2016/ 2016-06-20-global-trends/2016-06-14-Global-Trends-2015.pdf>. Acesso em: 29 jan. 2017. A y h a n M e h m e t/ A n a d o luA g e n c y / A g ê n c ia F ra n c e -P re s s e Barco de refugiados naufragando próximo à Grécia, 2015. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 463 10/20/17 3:10 PM 464 Anotações G e o g ra fi a d o B ra si l No relatório Tend•ncias globais, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) registrou o deslocamento forçado de 65,3 milhões de pessoas em todo o mundo em decorrência de guerras e conflitos. O relatório também analisou que alguns países se destacam pelo grande número de refugiados; é o caso da Síria (4,9 milhões de refugiados), do Afeganistão (2,7 milhões de refugiados) e da Somália (1,1 milhão de pessoas). Outro dado alarmante é que 51% dos refugiados são crianças. Migrações internas no Brasil Com relação aos fluxos migratórios internos no Brasil, pode-se destacar sua íntima relação com os ciclos econômicos. A economia canavieira atraiu principalmente imigrantes europeus e africanos, o que não podemos consi- derar uma migração interna; porém, com a descoberta de jazidas de ouro em Minas Gerais, tivemos um fluxo importante de pessoas, principalmente da região Nordeste em direção à região Sudeste. O mesmo acontece com a economia cafeeira, com a qual São Paulo passa a ser uma área de atração (imi- gração) e Minas Gerais e Nordeste passam a ser áreas de repulsão (emigração). Na segunda metade do século XIX, com o advento da industrialização mundial e a necessidade de borra- cha no setor, muitos nordestinos migram em direção à Amazônia. A partir de 1930, o fluxo migratório se intensifica em direção à região Sudeste pela recente industrializa- ção, que atrai muita mão de obra barata dos nordestinos. Paralelamente aconteciam fluxos importantes em direção ao oeste dos estados do Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) em busca de novas terras para a prática da agricultura. Esse fenômeno gerou a entrada de vários brasileiros em terras paraguaias, que passaram a ser chamados de brasiguaios. Principais migrações inter-regionais Fase Período predominante Fenômeno Região de repulsão Região de atração 1a 1690-1760 Período áureo da mineração Planalto Paulista e Nordeste Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás 2a 1810-1860 Expansão da cultura de café Áreas de mineração Vale do Paraíba, São Paulo e Rio de Janeiro 3a 1860-1930 Período áureo da cafeicultura paulista Nordeste e Sul Oeste de São Paulo 4a 1869-1930 Extração de borracha Nordeste (em especial Ceará) Amazônia 5a 1934-1940 Surto algodoeiro paulista Minas Gerais e Bahia São Paulo 6a 1942-1945 Batalha da borracha Nordeste Amazônia 7a Pós-guerra Industrialização Nordeste São Paulo e Rio de Janeiro A política de Juscelino Kubitschek fez com que, nos anos 1950, tivéssemos a ocupação do Centro-Oeste brasileiro, principalmente após a construção de Brasília. Os principais fluxos migratórios para a região tiveram origem entre mineiros, paulistas, sulistas e nordestinos. A partir dos anos 1970 e 1980, começa a ocupação do sul da Amazônia Legal (Mato Grosso, Rondônia, Acre, Pará e Amazonas). Atraídos por terras devolutas, agricultura, pecuária e recursos minerais, centenas de milhares de brasileiros de diferentes regiões avançam em direção ao norte do Brasil em busca de oportunidades. Podemos ainda caracterizar como migrações internas as chamadas migrações pendulares, quando as pessoas deixam sua área de origem para trabalhar ou estudar diariamente em outra cidade. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 464 10/20/17 3:10 PM 465 Anotações G e o g ra fi a d o B ra si l Congestionamento no sentido litoral paulista pela rodovia dos Imigrantes, 2015. Ainda nesse contexto cabe ressaltar as cidades-dormitórios, que abrigam pessoas em núcleos residen- ciais periféricos em cidades vizinhas a grandes centros industriais, como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Ho- rizonte. E também o deslocamento de pessoas nos fins de semana prolongados e férias em direção a cidades litorâneas ou turísticas. Outra formação de migração é a transumância (sazonal e periódica), na qual uma ou mais pessoas de uma região deslocam-se por um período para trabalhar em outra área. Esse é o caso de trabalhadores do Agreste e do Sertão nordestino, conhecidos como corumbás, que se deslocam para trabalhar na colheita de cana-de- -açúcar na Zona da Mata nordestina, e dos boias-frias no Sudeste, que migram da cidade para o campo para realizar trabalhos agrícolas em determinados períodos. Atividade discursiva (Unicamp-SP) A questão da inserção do negro na sociedade nacional e sua mobilidade social é recorrente no debate da sociologia brasileira. Embora as desigualdades raciais ainda permaneçam, nas últimas três décadas importantes políticas foram adotadas pelo Estado brasileiro, reconhecendo o valor histórico dos negros para a formação da sociedade nacional. Nesse contexto, vêm se construindo políticas compensa- tórias, a partir de ações afirmativas, voltadas para essa população. a) Indique ao menos uma mudança importante introduzida na Constituição Federal de 1988 que se tornou garantia de reconhecimento dos direitos dos negros pelo Estado Brasileiro. Explique o que são políticas públicas compensatórias. A importante mudança na Constituição que se tornou garantia de reconhecimento dos direitos dos negros pelo Estado foi a criminalização da prática de racismo (art. 5o). Políticas públicas compensatórias são medidas que estabelecem trata- mento diferenciado buscando compensar determinadas parcelas da população, devido a perdas sociais históricas acu- muladas ao longo do tempo. E d u a rd o A n iz e lli /F o lh a p re s s 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 465 10/20/17 3:10 PM 466 Anotações G e o g ra fi a d o B ra si l b) Em julho de 2010, foi aprovada a Lei Federal 12.288, que instituiu o Estatuto da Igualdade Racial destinado à população negra do país. Essa lei tornou-se um importante instrumento de promoção de ações afirmativas e de combate ao racismo. Aponte duas ações para a promoção dos direitos fundamentais da população afrodescendente, uma referente à educação e outra referente à cultura, decorrentes do referido Estatuto. Dentre as ações para promoção dos direitos fundamentais da população afrodescendente referente à educação e à cul- tura, podem-se citar, respectivamente: a reserva de cotas nos concursos públicos das universidades e a criação do dia nacional da consciência negra. CIDADES E COMUNIDADES ASUSTENTÁVEIS CONSUMO E PRODUÇÃO RESPONSÁVEIS AÇÃO CONTRA MUDANÇA GLOBAL DO CLIMA VIDA NA ÁGUA VIDA TERRESTRE PAZ, JUSTIÇA E INSTITUIÇÕES EFICAZES PARCERIAS E MEIOS DE IMPLEMENTAÇÃO REDUÇÃO DAS DESIGUALDADES ERRADICAÇÃO DA POBREZA FOME ZERO E AGRICULTURA SUSTENTÁVEL SAÚDE E BEM-ESTAR EDUCAÇÃO DE QUALIDADE IGUALDADE DE GÊNERO ÁGUA POTÁVEL E SANEAMENTO ENERGIA LIMPA E ACESSÍVEL TRABALHO DECENTE E CRESCIMENTO ECONÔMICO INDÚSTRIA, INOVAÇÃO E INFRAESTRUTURA Voc• no mundo C5: H25 Por que temos essa cara Que o brasileiro é miscigenado, é algo que se vê. Mas quanto? Em que proporção? Ainda no império, a mistura de etnias costumava horrorizar os europeus que desembar- cavam aqui. Na época, influenciados pelas teorias raciais, eles viam na miscigenação uma ameaça de degeneração de todas as raças que viviam no país. Hoje, os biólogos já descartaram o próprio conceito de raça. Os pesquisadores sabem que há tantas variações genéticas em um grupo com traços físicos em comum que a noção de raça perdeu seu sentido – o rastreamento da herança genética é feito por meio de análise do DNA. No Brasil, o principal mapeamento de nossos mais de 500anos de miscigenação é co- mandado pelo geneticista Sérgio Danilo Pena, da Universidade Federal de Minas Gerais. Após pesquisar mais de 300 amostras genéticas de brasileiros de diversas regiões do país, isolando os traços praticamente inalteráveis transmitidos de pai e mãe para filho e filha durante séculos, os pesquisadores mineiros tiveram algumas surpresas. A primeira foi a diferença entre a carga genética dos antepassados paternos e maternos. Enquanto a maioria das linhagens paternas dos brasileiros brancos é de origem europeia (cerca de 90%), grande parte das linhagens maternas é de origem ameríndia e africana (cerca de 60%). Ou seja: a maioria tem traços europeus herdados dos antepassados masculinos e traços indígenas e africanos herdados da mãe. A ciência comprova que o colonizador europeu não se fez de rogado em ter uma prole numerosa com escravas e nativas. A segunda surpresa está relacionada à falta de relação entre a cor da pele e a origem genética dos brasileiros. “A cor, no país, diz pouco sobre a origem de uma pessoa”, diz Sérgio Pena. “Cerca de dois terços das amostras genéticas de pessoas de cor branca não eram de origem europeia.” Esses dados revelam que, no Brasil, a classificação de pessoas pelo aspecto físico é inútil, já que, geneticamente, muitos brancos podem ser considerados negros e muitos negros podem ser considerados brancos. A reportagem completa com o título “A cara do brasileiro” está disponível em: <http://super.abril.com.br/cultura/a-cara-do-brasileiro/>. Acesso em: 15 mar. 2017. Professor, confira as orientações no Manual do Professor. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 466 10/20/17 3:10 PM 467 G e o g ra fi a d o B ra si l Atividades Em sala 1. (UEPG-PR) Sobre a população brasileira, racismo e outros problemas relacionados, assinale o que for correto. 01) O Brasil é o país que abriga a maior população negra fora da África, mas não é o melhor exemplo de democracia racial e de harmonia entre suas etnias. 02) Os indicadores sociais comprovam que a grande maioria dos negros e pardos no Brasil ganha menos que os brancos e tem menor escolaridade. 04) As sociedades democráticas têm como princípio básico a igual- dade de oportunidades, o que é negado aos negros e pardos. 08) A origem étnica dificulta a colocação do indivíduo no mercado de trabalho e isso faz com que negros e pardos sejam os mais atingidos pelo desemprego. 16) A maioria dos negros e pardos quando consegue emprego geral- mente exerce atividades de baixa qualificação e prestígio social, tendo como consequência moradias em lugares mais pobres e mais distantes dos locais de trabalho. 2. (UPE) Leia atentamente o texto a seguir: Os desafios da imigra•‹o na Europa O aumento da pressão migratória sobre a Europa, ano após ano, teve um pico no primeiro semestre de 2015. Isso, associa- do ao expressivo aumento de mortos nas rotas do Mediterrâ- neo, colocou em evidência o problema das migrações. Revista Carta Capital, junho de 2015. Sobre a conjuntura geopolítica das condições imigratórias no mundo, é CORRETO afirmar que: a) A Organização Internacional para as Migrações (OIM), órgão intergovernamental, define a imigração como uma das questões globais determinantes do início do século XXI. b) os fluxos migratórios resultam da proximidade entre a riqueza dos países desenvolvidos e as condições de pobreza das populações indo-asiáticas que enfrentam diariamente guerras civis e períodos prolongados de seca. c) a ausência da incorporação de políticas neoliberais fragilizou as economias de países subdesenvolvidos, enfraquecendo as relações trabalhistas e expulsando grandes contingentes populacionais de seus países de origem. d) a evolução tecnológica globalizada diminuiu a informatização do sistema financeiro, absorvendo, cada vez menos, trabalhadores de alta qualificação e desalojando territorialmente uma grande parcela populacional do norte da África. e) os fluxos imigratórios dos países que fazem fronteira com o Mediterrâneo se dirigem numerosamente aos países europeus e são atraídos pelas políticas de acolhimento internacional aos migrantes irregulares. 3. (Uern) Desde o surgimento do homem, a busca por sobre- vivência foi um dos principais objetivos das pessoas que migravam. Hoje, as migrações se dão por conta de fatores econômicos, conflitos regionais, falta de recursos naturais essenciais à vida, entre outros. Considerando o espaço de deslocamento populacional no mapa a seguir, é correto afir- mar que ele retrata: Fonte: Organizado pelo autor. a) o movimento migratório de retorno, verificado após a década de 1990, devido aos investimentos e à atração econômica exercida por outras regiões. b) as migrações inter-regionais, de 1960 até 1970, devido à construção da Zona Franca de Manaus, o café, no Paraná, e as terras para a agropecuária, no Mato Grosso. c) as migrações internas no Brasil, de 1940 a 1950, graças à expansão da fronteira agrícola para a região Sul, especialmente no Paraná, e a criação de colônias agrícolas no Centro-Oeste. d) as migrações intrarregionais ocorridas entre as décadas de 70 e 80, graças ao processo de industrialização, que atraiu migrantes para São Paulo e Rio de Janeiro, e a construção de Brasília, que intensificou a migração para Goiás. Resposta: 01 + 02 + 04 + 08 + 16 = 31. R e p ro d u ç ã o /V e s ti b u la r U P E Resposta: A. R e p ro d u ç ã o /V e s ti b u la r U E R N Resposta: C. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 467 10/20/17 3:10 PM 468 G e o g ra fi a d o B ra si l Para casa 1. (PUC-PR) Leia os excertos a seguir: [...] 111 presos indefesos, mas presos são quase todos pretos Ou quase pretos, ou quase brancos quase pretos de tão pobres E pobres são como podres e todos sabem como se tratam os pretos [...] (“Haiti”, CD Tropicália 2, 1993. Música de Caetano Veloso e Gilberto Gil, letra de Caetano Veloso.) Ali Kamel: “A face mais feia da sociedade brasileira, mas que frequentemente se manifesta de maneira inconsciente, é o que cha- mo de ‘classismo’: o preconceito contra os pobres. Estou cada vez mais seguro de que o racismo decorre essencialmente do ‘classismo’. O negro que dirige um carro de luxo e é confundido com um motorista, e, por isso, maltratado, é mais vítima de ‘classismo’ do que de racismo. [...] Isso não torna o ‘classismo’ menos odioso que o racismo”. Adaptado de KAMEL, Ali. Não somos racistas: uma reação aos que querem nos transformar numa nação bicolor. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2006, p. 101. Alberto Carlos Almeida: “Os resultados reafirmam que há o preconceito racial, favorecendo os brancos em detrimento de pardos e pretos. E ele não é suave (se é que se pode dizer que há preconceito suave) como o estatístico, trata-se sim de um preconceito nor- mativo. Tem interação com a posição social mensurada com a ajuda de uma proxy: a profissão. Os pardos e pretos que alcançam uma posição social melhor [...] são vistos com menos preconceito do que os que ficam na base da pirâmide social [...].” ALMEIDA, A. Carlos. A cabeça do brasileiro. Rio de Janeiro: Record, 2007. p. 253. Adaptado. O trecho da letra composta por Caetano Veloso e os dois excertos permitem concluir, em comum, que o preconceito no Brasil: a) atinge todas as classes sociais independente da etnia. b) ainda está latente, tanto sob o ponto de vista econômico como étnico. c) já foi superado em espaços onde a cultura se dissipa, como nas universidades e órgãos públicos. d) é fruto da mídia e de grandes grupos econômicos, que estimulam a cisão entre grupos étnicos, buscando lucro com produtos diferenciados. e) está restrito às questões econômicas, visto que o acesso aos espaços públicos é livre independente da etnia ou credo. 2. (UFPR) No total, 442.440 homens, mulheres e crianças chegaram ao continente [Europeu] através do Mediterrâneo e 2.921 morreram durantea travessia. Outros 4 mil chegam diariamente às ilhas gregas, agravando essa situação. Com o fechamen- to de vários pontos fronteiriços entre a Croácia e a Sérvia, além das violações ocorridas na Hungria durante essa semana, as Nações Unidas cobraram uma resposta única e coerente da União Europeia para a crise. [...] Enquanto isso, o Fundo da ONU para a Infância (UNICEF) divulgou um comunicado pedindo que as crianças refugiadas e migrantes na Hungria sejam “tratadas com dignidade”. Disponível em: <http://nacoesunidas.org/onu-mais-de-442-mil-pessoas-chegaram-a-europa-pelo-mediterraneo-2015/>. Publicado em 18 set. 2015. Acesso em: 21 set. 2015. O fenômeno expresso na notícia acima tem chamado a atenção da sociedade, haja vista a escala em que tem se manifestado, desafiando estados nacionais e organismos internacionais. Sobre os conceitos que envolvem essa problemática, assinale a alter- nativa INCORRETA. a) Migração diz respeito a um fenômeno de deslocamento populacional, não importando a escala em que ocorre: desde o campo para cidade, dentro de um mesmo município, à escala internacional. b) Os variados tipos de deslocamento populacional podem ser classificados segundo suas motivações, que podem ser de ordem política, econômica, cultural e até mesmo ambiental. c) A comunidade internacional, representada pela ONU, e os países diretamente envolvidos com as migrações noticiadas no texto têm buscado uma política internacional de segurança baseada no fechamento das fronteiras, como forma de diminuir esse problema. d) O reconhecimento do status de refugiado concede, ao indivíduo, um conjunto de direitos assegurados por Convenção Internacional, desde que o país de destino seja signatário desse documento. e) Ainda não há um consenso, entre todos os países, sobre como definir o que são migrações voluntárias, forçadas ou obrigatórias, o que dificulta a prática de políticas internacionais para o estabelecimento de padrões humanitários mínimos aos migrantes. Resposta: B. Resposta: C. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 468 10/20/17 3:10 PM 469 G e o g ra fi a d o B ra si l 3. (Ifsul-RS) Analise o fragmento de canção abaixo. O meu pai era paulista Meu avô, pernambucano O meu bisavô, mineiro Meu tataravô, baiano Vou na estrada há muitos anos Sou um artista brasileiro. Fragmentos da canção “Para todos” de Chico Buarque. Disponível em: <http://www.vagalume.com.br>MPB>ChicoBuarque>. Acesso em: 6 abr. 2015. A respeito das migrações internas atuais, argumenta-se que a região: a) Centro-Oeste, grande atrativo de migrantes durante anos, já constata declínio migratório em razão das perdas com as lavouras de soja. b) Nordeste, a qual tradicionalmente deslocava elevado número de migrantes, sobretudo para o Sudeste, agora apresenta o fenômeno inverso. c) Sul apresenta saldo migratório positivo, em grande parte resultante da atração exercida pelas metrópoles nacionais que polarizam a região. d) Norte, nas últimas décadas, tem recebido grandes correntes migratórias internas, em consequência da expansão das fronteiras agrícolas. Mais Enem (Enem) Texto I Mais de 50 mil refugiados entraram no território húngaro apenas no primeiro semestre de 2015. Budapeste lançou os “traba- lhos preparatórios” para a construção de um muro de quatro metros de altura e 175 km ao longo de sua fronteira com a Sérvia, informou o ministro húngaro das Relações Exteriores. “Uma resposta comum da União Europeia a este desafio da imigração é muito demorada, e a Hungria não pode esperar. Temos que agir”, justificou o ministro. Disponível em: <www.portugues.rfi.fr>. Acesso em: 19 jun. 2015. Adaptado. Texto II O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) critica as manifestações de xenofobia adotadas pelo governo da Hungria. O país foi invadido por cartazes nos quais o chefe do executivo insta os imigrantes a respeitarem as leis e a não “roubarem” os empregos dos húngaros. Para o ACNUR, a medida é surpreendente, pois a xenofobia costuma ser instigada por pequenos grupos radicais e não pelo próprio governo do país. Disponível em: <http://pt.euronews.com>. Acesso em: 19 jun. 2015. Adaptado. O posicionamento governamental citado nos textos é criticado pelo ACNUR por ser considerado um caminho para o(a): a) alteração do regime político. b) fragilização da supremacia nacional. c) expansão dos domínios geográficos. d) cerceamento da liberdade de expressão. e) fortalecimento das práticas de discriminação. Resposta: B. Resposta: E. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 469 10/20/17 3:10 PM 470 G e o g ra fi a d o B ra si l Sintetizando a unidade Chegamos ao final da unidade e é hora de sintetizar os conteúdos trabalhados. Como você verá no esquema a seguir, os conteúdos que estudamos mantêm relações entre si e servem de fundamento para assuntos que ainda trabalharemos neste material. Observe com atenção o organograma e aponte informações nos tópicos de acordo com os conteúdos selecionados. População brasileira (II) – Composição e migrações Composição étnica do Brasil Problemas nos movimentos migratórios Migrações internas no Brasil Movimentos migratórios Branco Indígena Negro 1. Indígenas: estima-se que havia, no século XVI, algo em torno de 5 milhões de indígenas. Durante 400 anos de aproximação e exploração europeia, muitos povos foram extintos e hoje, segundo dados preliminares do Censo Demográfi co realizado pelo IBGE em 2010, a população indígena brasileira é de aproxima- damente 817 mil índios. 2. Negros: encontram-se mais aglomerados nas regiões Sudeste e Nordeste do país. Nessas áreas, durante o período colonial, a mão de obra escrava foi utilizada principalmente na economia canavieira, aurífera e na cafeicultura. Os negros trazidos e escravizados da África, aproximadamente (4 milhões de africanos), são divididos em dois grupos – bantos (de Angola, Congo e Moçambique) e sudaneses (da África Ocidental, principalmente do golfo da Guiné). 3. Brancos: chegaram durante o período colonial e são, em sua maioria, portugueses, espanhóis, franceses e holandeses. O grupo étnico branco compõe 52% da população brasileira e encontra-se predominantemente nas regiões Sudeste e Sul (62% e 80%, respectivamente). 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 470 10/20/17 3:10 PM 471 G e o g ra fi a d o B ra si l Estude1 Data: Nome do aluno: Ano: 1. (UPE) Observe atentamente a figura a seguir. Essa situação atmosférica é típica em anos nos quais: Fonte: Modificado de MARTIN e SUGUIO, 1992. a) só sopram, sobre o Nordeste brasileiro, os ventos planetários alísios de nordeste. b) se instalam, sobre a região Sul do Brasil, fluxos de ar polar setentrional. c) se configura o fenômeno “El Niño”. d) se espalham anomalias térmicas negativas na superfície das águas do Pacífico Equatorial. e) só agem, sobre a região Sudeste do Brasil, os fluxos de ar advectivo polar. 2. (IFSP) O historiador Warren Dean (2004, p. 23), em seu livro A Ferro e Fogo, fez um importante estudo histórico sobre um bioma que tem sofrido intervenções antrópicas ao longo da história do Brasil. Para este autor, a história desse bioma é uma história de devastação porque, de um modo geral, a história das florestas sempre teria sido “a história de explo- ração e destruição”. O texto acima e os mapas abaixo fazem referência a um bioma brasileiro. Sobre este, assinale a alter- nativa correta. www.educartis.com.br a) O bioma em questão é a Floresta Amazônica. Compreende uma área que abrange os estados brasileiros do Amazonas, Roraima, Pará, Amapá, Rondônia, Tocantins, Mato Grosso e Maranhão, além de recobrir países como a Bolívia, a Venezuela, a Colômbia, o Peru, o Equador, a Guiana, o Suriname e a Guiana Francesa. b) Refere-se à Caatinga, que corresponde a 10% do território brasileiro e possui uma extensão de 734.478km2. Compreende os estados do Ceará, do Rio Grande do Norte, de Pernambuco, da Paraíba, de Sergipe, de Alagoas, da Bahia, do Piauí e o norte de Minas Gerais. c) A Mata Atlântica é o bioma referido pelo historiador Warren Dean. Este bioma recobre uma área de 1.110.182 km2 correspondendo, hoje, a 13,04% do território nacional e se estende pelos estados de São Paulo, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Santa Catarina e, ainda, encobre parte do estado de Alagoas, Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Sergipe e Rio Grande do Sul. d) A Mata Atlântica é o bioma referido pelo historiador Warren Dean. Este bioma recobre uma área de 110.182 km2 correspondendo, hoje, a 13,04% do território nacional e se estende pelos estados de São Paulo, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Santa Catarina e ainda está presente no estado de Alagoas, Bahia, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Sergipe, Rio Grande do Sul e norte de Roraima. e) O bioma em questão é o Cerrado, cuja extensão abrange a região do Brasil Central, sobretudo os estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins, além de recobrir o oeste mineiro e sul do Maranhão e Piauí. R e p ro d u ç ã o /V e s ti b u la r U P E Resposta: C. o d u ç ã o /V e s ti b u la r IF S P Resposta: C. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 471 10/20/17 3:10 PM 472 G e o g ra fi a d o B ra si l 3. (UEL-PR) Leia o texto e analise os gráficos, a seguir, que representam as pirâmides etárias da população (em %) de países subdesenvolvidos e desenvolvidos, em 2000. A estrutura etária da população tem reflexos importantes na economia de um país. A população economicamente ativa (PEA), ou seja, aquela que trabalha e produz riquezas, é com- posta, em sua maioria, de adultos (de 20 a 59 anos de idade). É essa população que, por meio do recolhimento de impos- tos, ajuda o Estado a sustentar a economia nacional. Uma defasagem muito grande no número de ativos em relação aos inativos desequilibra essa equação. (Adaptado de: MOREIRA, J. C.; SENE, E. Geografia. São Paulo: Scipione, 2005. p. 440.) Com base no texto, nos gráficos e nos conhecimentos sobre estrutura etária da população, atribua V (verdadeiro) ou F (falso) às afirmativas a seguir. ( ) A pirâmide etária dos países subdesenvolvidos apresenta uma base larga e um topo estreito, em virtude da baixa expectativa de vida da população. ( ) O estudo sobre pirâmides etárias possibilita compreender, entre outros fatores, a dinâmica populacional e econômica de um país e sua história recente. ( ) O aumento da expectativa de vida da população, acompanhado da queda das taxas de natalidade e mortalidade, provoca mu- danças na pirâmide etária. ( ) O aumento da população economicamente ativa em relação aos inativos desequilibra a produção de riquezas e diminui o recolhi- mento de impostos. ( ) Nos países subdesenvolvidos, a combinação entre baixa na- talidade e alta expectativa de vida tem levado ao progressivo envelhecimento da população e à recessão econômica. Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a se- quência correta. a) V, V, V, F, F. b) V, F, V, F, V. c) V, F, F, V, V. d) F, V, V, F, F. e) F, F, F, V, V. 4. (Enem) O Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia ensina indígenas, quilombolas e outros grupos tradicionais a empregar o GPS e técnicas modernas de georreferenciamento para produzir mapas artesanais, mas bastante precisos, de suas próprias terras. LOPES, R. J. O novo mapa da floresta. Folha de S.Paulo, 7 maio 2011. Adaptado. A existência de um projeto como o apresentado no texto indi- ca a importância da cartografia como elemento promotor da: a) expansão da fronteira agrícola. b) remoção de populações nativas. c) superação da condição de pobreza. d) valorização de identidades coletivas. e) implantação de modernos projetos agroindustriais. 5. (UFJF-MG) O mapa representa a distribuição de trabalhado- res encontrados sob condições análogas à escravidão entre 1995 e 2015 no Brasil. Observa-se que as maiores concen- trações deste tipo de superexploração da força de trabalho estão localizadas em tradicionais áreas agrícolas do país. Disponível em: <http://reporterbrasil.org.br/2013/03/ revista-organiza-mapa-do-trabalho-escravo no-brasil-2/>. Acesso em: 20 de agosto de 2016. (Adaptado) De acordo com o mapa, qual região do país concentra o maior número de libertações de trabalhadores submetidos a condi- ções análogas à escravidão? a) Porção oeste do Triângulo Mineiro. b) Leste da Zona da Mata Nordestina. c) Borda oriental da Amazônia Legal. d) Porção meridional Centro-Oeste. e) Porção setentrional do Norte Fluminense. R e p ro d u ç ã o /V e s ti b u la r U E L- P R Resposta: A. Resposta: D. R e p ro d u ç ã o /V e s ti b u la r U FJ F- M G Resposta: C. 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 472 10/20/17 3:10 PM 473 G e o g ra fi a d o B ra si l Anotações 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 473 10/20/17 7:46 PM 474 G e o g ra fi a d o B ra si l Anotações 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 474 10/20/17 7:46 PM 475 G e o g ra fi a d o B ra si l Anotações 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 475 10/20/17 7:46 PM 476 G e o g ra fi a d o B ra si l Anotações 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 476 10/20/17 7:46 PM 477 G e o g ra fi a d o B ra si l Anotações 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 477 10/20/17 7:46 PM 478 G e o g ra fi a d o B ra si l Anotações 9_MAXI_LA_EM3_2_CAD10_GEO_B_417A472.indd 478 10/20/17 7:46 PM MANUAL DO PROFESSOR GEOGRAFIA 2 CADERNO CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS MAXIMIZE ENSINO MÉDIO ENSINO MÉDIO MAXIMIZE O material do Sistema Maxi de Ensino foi elaborado por professores que vivenciam, na prática, a dinâmica da sala de aula. 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