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“livro” — 2007/8/1 — 15:06 — page 274 — #284 274 Fı́sica Matemática Arfken •Weber incluindo efeitos relativistas. Ache o deslocamento x como uma série de potências em tempo t. Compare com o resultado clássico, x = 1 2gt 2. 5.6.16 Usando a teoria relativista de Dirac, a fórmula de estrutura fina de espectroscopia atômica é dada por E = mc2 [ 1 + γ2 (s+ n− |k|)2 ]−1/2 , em que s = ( |k|2 − γ2 )1/2 , k = ±1,±2,±3, . . . . Expanda em potências de γ2 pela ordem γ4 (γ2 = Ze2/4πε0~c, sendo Z o número atômico). Essa expansão é útil em comparações das previsões da teoria de elétrons de Dirac com as de uma teoria relativista de elétrons de Schrödinger. Resultados experimentais apóiam a teoria de Dirac. 5.6.17 Em uma colisão frontal próton-próton, a razão entre a energia cinética no centro do sistema de massa e a energia cinética incidente é R = [√ 2mc2 ( Ek + 2mc2 ) − 2mc2 ] /Ek. Ache o valor dessa razão de energias cinéticas para (a) Ek � mc2 (não-relativista) (b) Ek � mc2 (relativista extrema). Resposta: (a) 1 2 , (b) 0. A última resposta é um tipo de lei de retornos decrescentes para aceleradores de partı́culas de altas energias (com alvos estacionários). 5.6.18 Com expansões binomiais x 1− x = ∞∑ n=1 xn, x x− 1 = 1 1− x−1 = ∞∑ n=0 x−n. A soma dessas duas séries resulta em ∑∞ n=−∞ xn = 0. Tenho certeza de que todos concordamos que isso é um absurdo, mas o que deu errado? 5.6.19 (a) A teoria de Planck de osciladores quantizados leva a uma energia média 〈ε〉 = ∑∞ n=1 nε0 exp(−nε0/kT )∑∞ n=0 exp(−nε0/kT ) , em que ε0 é uma energia fixa. Identifique o numerador e o denominador como expansões binomiais e mostre que a razão entre eles é 〈ε〉 = ε0 exp(ε0/kT )− 1 . (b) Mostre que o 〈ε〉 da parte (a) se reduz a kT , o resultado clássico, para kT � ε0. 5.6.20 (a) Expanda pelo teorema binomial e integre termo a termo para obter a série de Gregory para y = tg−1x (note que tgy = x): tg−1x = ∫ x 0 dt 1 + t2 = ∫ x 0 { 1− t2 + t4 − t6 + · · · } dt = ∞∑ n=0 (−1)n x2n+1 2n+ 1 , −1 ≤ x ≤ 1. (b) Comparando expansões de séries, mostre que tg−1x = i 2 ln ( 1− ix 1 + ix ) . Sugestão: Compare com o Exercı́cio 5.4.1. “livro” — 2007/8/1 — 15:06 — page 275 — #285 5. SÉRIES INFINITAS 275 5.6.21 Em análise numérica, muitas vezes é conveniente aproximar d2 dx2 ψ(x) ≈ 1 h2 [ ψ(x+ h)− 2ψ(x) + ψ(x− h) ] . Ache o erro dessa aproximação. Resposta: Erro = h2 12 ψ(4)(x). 5.6.22 Você tem uma função y(x) tabulada em valores igualmente espaçados do argumento{ yn = y(xn) xn = x+ nh. Mostre que a combinação linear 1 12h {−y2 + 8y1 − 8y−1 + y−2} resulta em y′0 − h4 30 y (5) 0 + · · · . Por conseguinte, essa combinação linear resulta em y′0 se (h4/30)y(5) 0 e potências mais altas de h e derivadas de ordens mais altas de y(x) são desprezı́veis. 5.6.23 Em uma integração numérica de uma equação diferencial parcial, o laplaciano tridimensional é substituı́do por ∇2ψ(x, y, z)→ h−2 [ ψ(x+ h, y, z) + ψ(x− h, y, z) + ψ(x, y + h, z) + ψ(x, y − h, z) + ψ(x, y, z + h) + ψ(x, y, z − h)− 6ψ(x, y, z) ] . Determine o erro dessa aproximação. Aqui, h é o tamanho do espaçamento, a distância entre pontos adjacentes na direção x, y ou z. 5.6.24 Usando precisão dupla, calcule e por sua série de Maclaurin. Nota: Essa abordagem simples, direta, é o melhor modo de calcular e com alta precisão. Dezesseis termos dão e até 16 algarismos significativos. Os fatoriais recı́procos dão convergência muito rápida. 5.7 Série de Potências A série de potências é um tipo extremamente útil de série infinita da forma f(x) = a0 + a1x+ a2x 2 + a3x 3 + · · · = ∞∑ n=0 anx n, (5.110) em que os coeficientes ai são constantes, independentes de x.13 Convergência A Equação (5.110) pode ser testada de imediato para convergência pelo teste da raiz de Cauchy ou pelo teste da razão de d’Alembert (Seção 5.2). Se lim n→∞ ∣∣∣∣an+1 an ∣∣∣∣ = R−1, (5.111) a série converge para −R < x < R. Esse é o intervalo ou raio de convergência. Uma vez que os testes da raiz e da razão falham quando o limite é a unidade, as extremidades do intervalo requerem especial atenção. Por exemplo, se an = n−1, então R = 1, pelas Seções 5.1, 5.2 e 5.3, a série converge para x = −1 mas diverge para x = +1. Se an = n!, então R = 0 e a série diverge para todo x 6= 0. 13A Equação (5.110) pode ser generalizada para z = x+ iy, substituindo x. Então, os dois capı́tulos seguintes darão convergência uniforme, integrabilidade e diferenciabilidade em uma região de um plano complexo em lugar de um intervalo no eixo x. “livro” — 2007/8/1 — 15:06 — page 276 — #286 276 Fı́sica Matemática Arfken •Weber Convergência Uniforme e Absoluta Suponha que constatemos que nossa série de potências (Equação (5.110)) é convergente para −R < x < R; então ela será uniforme e absolutamente convergente em qualquer intervalo interior −S ≤ x ≤ S, em que 0 < S < R. Isso pode ser provado diretamente pelo teste M de Weierstrass (Seção 5.5). Continuidade Visto que cada um dos termos un(x) = anx n é uma função contı́nua de x e f(x) = ∑ anx n converge uniformemente para −S ≤ x ≤ S, f(x) deve ser uma função contı́nua no intervalo de convergência uniforme. Esse comportamento deve ser comparado com o comportamento surpreendentemente diferente da série de Fourier (Capı́tulo 14), no qual essa série é freqüentemente usada para representar funções descontı́nuas, tais como ondas em dente de serra e ondas quadradas. Diferenciação e Integração Sendo un(x) contı́nua e ∑ anx n uniformemente convergente, constatamos que a série diferenciada é uma série de potências com funções contı́nuas e o mesmo raio de convergência da série original. Os novos fatores introduzidos por diferenciação (ou integração) não afetam nem o teste da raiz nem o teste da razão. Portanto, nossa série de potências pode ser diferenciada ou integrada com a freqüência que se desejar dentro do intervalo de convergência uniforme (Exercı́cio 5.7.13). Em vista das restrições bastante sérias aplicadas à diferenciação (Seção 5.5), esse é um resultado notável e valioso. Teorema da Unicidade Na seção precedente, usando a série de Maclaurin, expandimos ex e ln(1 + x) em séries infinitas. Nos capı́tulos subseqüentes, funções são freqüentemente representadas ou talvez definidas por séries infinitas. Agora, determinamos que a representação da série de potências é única. Se f(x) = ∞∑ n=0 anx n, −Ra < x < Ra = ∞∑ n=0 bnx n, −Rb < x < Rb, (5.112) com intervalos de convergência sobrepostos, incluindo a origem, então an = bn (5.113) para todo n; isto é, admitimos duas representações (diferentes) de séries de potências e passamos a mostrar que, na verdade, as duas são idênticas. Pela Equação (5.112), ∞∑ n=0 anx n = ∞∑ n=0 bnx n, −R < x < R, (5.114) em queR é o menor deRa, Rb. Estabelecendo x = 0 para eliminar todos os termos, exceto os constantes, obtemos a0 = b0. (5.115) Agora, explorando a diferenciabilidade de nossa série de potências, diferenciamos a Equação (5.114), obtendo ∞∑ n=1 nanx n−1 = ∞∑ n=1 nbnx n−1. (5.116) Mais uma vez estabelecemos x = 0, para isolar os novos tempos constantes e achamos a1 = b1. (5.117) Repetindo esse processo n vezes, temos an = bn, (5.118) “livro” — 2007/8/1 — 15:06 — page 277 — #287 5. SÉRIES INFINITAS 277 o que mostra que as duas séries coincidem. Portanto, nossa representação de séries de potências é única. Isso será um ponto crucial na Seção 9.5, na qual usamos uma série de potências para desenvolver soluções de equações diferenciais. Essa unicidade da série de potências aparece com muita freqüência na fı́sica teórica. O estabelecimento da teoria da perturbação em mecânica quântica é um exemplo. A representação de funções por séries de potências costuma ser útil para avaliar formas indeterminadas, em particular quando aregra de l’Hôpital pode ser incômoda de aplicar (Exercı́cio 5.7.9). Exemplo 5.7.1 REGRA DE L’HÔPITAL Avalie lim x→0 1− cosx x2 . (5.119) Substituindo cosx por sua expansão de série de Maclaurin, obtemos 1− cosx x2 = 1− (1− 1 2!x 2 + 1 4!x 4 − · · · ) x2 = 1 2! − x2 4! + · · · . Deixando que x→ 0, temos lim x→0 1− cosx x2 = 1 2 . (5.120) A unicidade de séries de potências significa que os coeficientes an podem ser identificados com as derivadas em uma série de Maclaurin. Por f(x) = ∞∑ n=0 anx n = ∞∑ n=0 1 n! f (n)(0)xn temos an = 1 n! f (n)(0). � Inversão de Séries de Potências Suponha que temos uma série y − y0 = a1(x− x0) + a2(x− x0)2 + · · · = ∞∑ n=1 an(x− x0)n. (5.121) Isso dá (y− y0) em termos de (x−x0). Contudo, pode ser desejável ter uma expressão explı́cita para (x−x0) em termos de (y − y0). Podemos resolver a Equação (5.121) para x− x0 por inversão de nossa série. Admita que x− x0 = ∞∑ n=1 bn(y − y0)n, (5.122) com bn determinado em termos de an. Uma abordagem de força bruta, que é perfeitamente adequada para alguns poucos primeiros coeficientes, é simplesmente substituir a Equação (5.121) na Equação (5.122). Igualando coeficientes de (x−x0)n em ambos os lados da Equação (5.122), uma vez que a série de potências é única, obtemos b1 = 1 a1 , b2 = −a2 a3 1 , b3 = 1 a5 1 ( 2a2 2 − a1a3 ) , (5.123) b4 = 1 a7 1 ( 5a1a2a3 − a2 1a4 − 5a3 2 ) , e assim por diante. Alguns dos coeficientes mais altos são listados por Dwight.14 14H. B. Dwight, Tables of Integrals and Other Mathematical Data, 44 ed. Nova York: Macmillan (1961). (Compare com a Fórmula n0 50.) “livro” — 2007/8/1 — 15:06 — page 278 — #288 278 Fı́sica Matemática Arfken •Weber Exercı́cios 5.7.1 A clássica teoria do magnetismo de Langevin leva a uma expressão para a polarização magnética, P (x) = c ( coshx sen hx − 1 x ) . Expanda P (x) como uma série de potências para pequenos x (campos baixos, alta temperatura). 5.7.2 O fator de despolarização L para um elipsóide oblato em um campo elétrico uniforme paralelo ao eixo de rotação é L = 1 ε0 ( 1 + ζ2 0 )( 1− ζ0 cot−1 ζ0 ) , em que ζ0 define um elipsóide oblato em coordenadas esféricas oblatas (ξ, ζ, ϕ). Mostre que lim ζ0→∞ L = 1 3ε0 (esfera), lim ζ0→0 L = 1 ε0 (lâmina fina). 5.7.3 O fator de despolarização (Exercı́cio 5.7.2) para um elipsóide prolato (oblongo) é L = 1 ε0 ( η2 0 − 1 )(1 2 η0 ln η0 + 1 η0 − 1 − 1 ) . Mostre que lim η0→∞ L = 1 3ε0 (esfera), lim η0→0 L = 0 (agulha longa). 5.7.4 A análise do padrão de difração de uma abertura circular envolve∫ 2π 0 cos(c cosϕ) dϕ. Expanda o integrando em uma série e integre usando∫ 2π 0 cos2n ϕdϕ = (2n)! 22n(n!)2 · 2π, ∫ 2π 0 cos2n+1 ϕdϕ = 0. O resultado é 2π vezes a função de Bessel J0(c). 5.7.5 Nêutrons são criados (por uma reação nuclear) dentro de uma esfera oca de raio R. Os nêutrons recém-criados são distribuı́dos uniformemente pelo volume esférico. Admitindo que todas as direções são igualmente prováveis (isotropia), que distância média um nêutron percorrerá antes de se chocar com a superfı́cie da esfera? Admita movimento em linha reta sem colisões. (a) Mostre que r̄ = 3 2R ∫ 1 0 ∫ π 0 √ 1− k2sen2θk2 dksenθ dθ. (b) Expanda o integrando como uma série e integre para obter r̄ = R [ 1− 3 ∞∑ n=1 1 (2n− 1)(2n+ 1)(2n+ 3) ] . (c) Mostre que a soma dessa série infinita é 1/12, dando r̄ = 3 4R. Sugestão: Mostre que sn = 1/12 − [4(2n + 1)(2n + 3)]−1 por indução matemática. Então deixe n→∞. 5.7.6 Dado que ∫ 1 0 dx 1 + x2 = tg−1x ∣∣∣1 0 = π 4 ,