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9.5. Método prático para determinação da inversa 145
9.5 Método prático para determinação da inversa
Com base na parte 3 do Exemplo 9.6, onde se usa uma matriz de ordem 2, vimos
que uma forma de obter a inversa de uma matriz qualquer, M , de ordem n, é supor a
existência de uma matriz M−1 genérica, também de ordem n, e forçar para que ocorra
M M−1 = In . Com isso, chega-se a um sistema que de n equações e n incógnitas, que ao
ser resolvido permite obter os elementos de M−1. Caso esse sistema seja impossível,
significará que a matriz M não possui inversa.
Uma forma prática de se obter a inversa de uma matriz A é com a utilização dos
resultados garantidos pelo Teorema 9.6. Discussões desses resultados, e também suas
demonstrações, podem ser obtidos em livros de Geometria Analítica e também Álgebra
Linear [28, 30].
Teorema 9.6 Seja A uma matriz quadrada. Se apenas com operações elementares com
linhas for possível reduzir A até que se obtenha In , então A é inversível e A−1 é obtida
após se aplicar a mesma sequência de operações elementares em In .
Ora, o Teorema 9.6 garante duas coisas:
i. Se de A for possível obter In , apenas com operações elementares, então A é
inversível.
ii. Se existe A−1 ela é obtida aplicando-se em In as mesmas operações elementares
usadas no item i.
Isso permite concluir que é possível aplicar operações elementares simultanea-
mente nas matrizes A e In , posicionadas da forma
[A | In] .
Se com isso, for obtido
[In | B ] ,
significará que A é inversível e que A−1 = B .
Caso não seja possível obter In a partir de A, significará que A é singular. Vejamos
uma aplicação desse método.
Exemplo 9.8 Mostre que A =
 0 1 2
1 1 2
1 2 3
 é inversível e obtenha A−1.
Resolução: Primeiramente, vamos escrever a matriz A e I3 na forma [A | I3], ob-
tendo:  0 1 2 1 0 0
1 1 2 0 1 0
1 2 3 0 0 1
 .
Fazendo a troca L1 ←→ L2 vem que 1 1 2 0 1 0
0 1 2 1 0 0
1 2 3 0 0 1
 .
146 Capítulo 9. Determinante e a Matriz inversa
Operando da forma L3 −→−L1 +L3 chega-se a 1 1 2 0 1 0
0 1 2 1 0 0
0 1 1 0 −1 1
 .
Fazendo L1 −→−L2 +L1 e L3 −→−L2 +L3, tem-se que 1 0 0 −1 1 0
0 1 2 1 0 0
0 0 −1 −1 −1 1
 .
Agora, ao se fazer L3 −→−L3 1 0 0 −1 1 0
0 1 2 1 0 0
0 0 1 1 1 −1
 .
Para finalizar, basta fazer L2 −→−2L3 +L2, obtendo 1 0 0 −1 1 0
0 1 0 −1 −2 2
0 0 1 1 1 −1
 .
Observe que o lado esquerdo, que era onde estavam os elementos da matriz A, foi
reduzido à matriz I3. Isso implica, pelo Teorema 9.6, que A é inversível e que
A−1 =
 −1 1 0
−1 −2 2
1 1 −1
 .
Observe que quando se quer obter a inversa de uma matriz A, caso exista, será
geralmente mais prático usar esse método do que primeiro mostrar que det (A) 6= 0 para
garantir que a inversa exista e, só depois, obter A−1. Isso porque, ao se usar o método,
faz-se as duas ações simultaneamente, isto é, ao se mostrar que a inversa existe também
se obtém seus elementos.
9.6 Exercícios
1. Seja a matriz A =
 1 −2 0
7 8 0
2 −1 −3
. Obtenha |A|:
a) Pela regra de Sarrus.
b) Pelo Teorema Fundamental de Laplace, usando a terceira coluna.
2. Determine |B | e |B t | sendo B =
 −2 i 0
−1 0 −3i
1 −1 2
.
3. Considere as matrizes
A =
 1 2 −3
4 8 2
0 0 0
 , B =
 π 2 0
2 8 0
−3 0 0
 , C =
[
1 2
4 −3
]
, D =
[
4 −3
1 2
]
e E =
[
1 −4
1 −4
]
.
	Determinante e a Matriz inversa
	Método prático para determinação da inversa
	Exercícios