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9.4. Matriz inversa 143 3. Determine a inversa de M = [ 3 7 5 11 ] . Resolução: Como M tem ordem 2, segue que M−1 terá ordem 2. Então, a forma genérica dessa inversa é M−1 = [ a b c d ] . Deve-se ter que M M−1 = I2. Logo,[ 3 7 5 11 ] · [ a b c d ] = [ 1 0 0 1 ] ⇒ [ 3a +7c 3b +7d 5a +11c 5b +11d ] = [ 1 0 0 1 ] . Pela igualdade de matrizes segue que{ 3a +7c = 1 (1) 5a +11c = 0 (2) e { 3b +7d = 0 5b +11d = 1 Da Eq. (2) do primeiro sistema vem que a =−11 5 c (∗) Levando a Eq. (∗) na Eq. (1) desse sistema obtém-se 3 · ( −11 5 c ) +7c = 1 ⇒ −33c +35c 5 = 1 ⇒ 2c 5 = 1 ⇒ c = 5 2 . Substituindo o valor encontrado para c na Eq. (∗) chega-se à conclusão que a =−11 2 . Resolvendo-se o segundo sistema chega-se à conclusão de que b = 7 2 e d =−3 2 =⇒ M−1 = [ −11/2 7/2 5/2 −3/2 ] . O Teorema 9.3 garante que dada uma matriz quadrada A, se existir uma matriz B tal que AB = I , necessariamente acontecerá que B A = I , e portanto, basta que uma dessas condições seja verificada para garantir que B é a inversa de A. Teorema 9.3 Sejam A e B matrizes de ordem n. Então, AB = In se, e somente se, B A = In . A demonstração desse teorema será omitida nesse texto por estar além do seu escopo. Contudo, alunos interessados podem pesquisá-la nas referências [28, p. 74; 30, p. 75, 85]. Teorema 9.4 Sejam A e B matrizes inversíveis e de mesma ordem. Então, AB é inversível e (AB)−1 = B−1 A−1. Demonstração: Por hipótese A e B são inversíveis e de mesma ordem, digamos n. Logo, existem A−1 e B−1, ambas de ordem n. Então, multiplicando AB por B−1 A−1 obtém-se que: (AB) ( B−1 A−1)= A ( BB−1) A−1 = AIn A−1 = A A−1 = In = ( B−1 A−1) (AB). Portanto, a inversa de AB existe e é igual a B−1 A−1. 144 Capítulo 9. Determinante e a Matriz inversa Observação 9.3 Na Definição 9.4 ficou claro que nem toda matriz possui inversa. Um exemplo desse tipo de matriz é A = [ 3 0 2 0 ] . De fato, considere que exista B = [ a b c d ] tal que AB = I2, ou seja, [ 3 0 2 0 ] · [ a b c d ] = [ 1 0 0 1 ] . Isso implica que a = 1/3 e a = 0 simultaneamente, o que é um absurdo, e mostra que é impossível que exista a matriz B = A−1. Portanto, A é uma matriz singular. Então, será que existe uma condição que garanta quando uma matriz quadrada A irá possuir inversa? A resposta para essa pergunta é sim e é dada pelo Teorema 9.5, cuja demonstração completa pode ser obtida em nossas referências [28, p. 109; 31, p. 176]. Teorema 9.5 Uma matriz A de ordem n admite inversa se, e somente se, det (A) 6= 0. Demonstração: Aqui, vamos demonstrar apenas a “ida”, ou seja: Se A admite in- versa, então det (A) 6= 0. De fato, como existe A−1 tal que A A−1 = In , pela parte 6 das Propriedades 9.1 segue que: det (A A−1) = det (A) ·det ( A−1) . Além disso, como det (In) = 1 (Veja o Exercício 10), segue que det (A) ·det ( A−1)= 1. (9.1) Da Equação (9.1) segue diretamente que det (A) 6= 0. Observação 9.4 A Equação (9.1) permite obter outra conclusão muito útil, que é det ( A−1)= 1 det (A) , ou seja, o inverso do determinante de uma matriz é igual ao determinante da matriz inversa. Corolário 9.1 Considere A uma matriz quadrada. Então, A é singular se, e somente se, det (A) = 0. A demonstração da validade do Corolário 9.1 pode ser feita como consequência direta do Teorema 9.5. Exemplo 9.7 Para a matriz M parte 3 do Exemplo 9.6 tem-se que det (M) = ∣∣∣∣ 3 7 5 11 ∣∣∣∣= 3 ·11−7 ·5 = 33−35 =−2. Portanto, pela Observação 9.4 vem diretamente que det ( M−1)= 1 det (M) =−1 2 . De fato, observe que det ( M−1)= ( −11 2 ) · ( −3 2 ) − 7 2 · 5 2 = 33 4 − 35 4 =−1 2 .