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<p>PORNOGRAFIA E A CLÍNICA DA PERVERSÃO: UM BREVE ESTUDO</p><p>PSICANALÍTICO</p><p>Sérgio Luiz Meireles Júnior1</p><p>Glaudston Cordeiro de Lima2</p><p>RESUMO</p><p>O presente artigo aborda as articulações entre perversão e pornografia</p><p>sob a ótica dos fundamentos teóricos freudianos e outros do campo psicanalítico.</p><p>No texto “Três ensaios sobre a teoria da sexualidade”, de Freud, a questão da</p><p>perversão passa a ser inerente à sexualidade humana, a partir da obra em que</p><p>Freud fundamenta pela primeira vez o seu conceito de perversão, assim a</p><p>criança enquanto ser sexual aparece com a característica perverso-polimorfa.</p><p>Objetiva-se com este estudo, investigar o ponto de gozo que sustenta a pratica</p><p>da pornografia. Para isso foi adotada como metodologia a pesquisa bibliográfica</p><p>para um maior aprofundamento. Apesar da defasagem de matérias que</p><p>correlacionassem às temáticas, os estudos apontaram a pornografia como um</p><p>excelente recurso para a realização do gozo perverso.</p><p>Palavras-chave: Pornografia. Psicanálise. Perversão. Gozo.</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>O referido artigo partiu do interesse em investigar a relação entre</p><p>pornografia e a perversão, a partir dos fundamentos teóricos da psicanálise. O</p><p>conceito de perversão em seu desenvolvimento esteve rodeado de pré-</p><p>conceitos, estigmas e ideias moralistas ao longo do tempo. O autor Philippe</p><p>Julien (2003) ressalta que o sentido moral e religioso que cerca a perversão,</p><p>ocorre pela semântica com a palavra perversidade que, segundo dicionário,</p><p>significa maldade/crueldade. Roudinesco (2014) acrescenta que por estar</p><p>presente em todas as sociedades humanas a perversão se trata de um fenômeno</p><p>sexual, político, social, físico, trans-histórico, estrutural.</p><p>É nos Três ensaios sobre a teoria da sexualidade, que Freud</p><p>(1905/1996) desvela a sexualidade infantil como perversa polimorfa, isto é, que</p><p>desde os primeiros meses de vida, a partir da amamentação o seio tem um</p><p>caráter além do nutritivo para o bebê, um caráter erótico. No entanto é</p><p>necessário salientar que a sexualidade é perversa polimorfa, na medida em que</p><p>se organiza em torno de objetos parciais, e isto não deve ser confundido com a</p><p>perversão em sentido restrito, pois toda criança é perversa polimorfa, mas nem</p><p>todas se tornam perversas na maturidade.</p><p>É com esse discurso, que Freud (1905/1996) declara que sexualidade</p><p>perverso-polimorfa vai sofrer uma negação de suas satisfações parciais, tendo</p><p>como resultado os sintomas neuróticos, que aparecem como criações</p><p>fantasmáticas frente a defesa das pulsões parciais e ao polimorfismo da</p><p>sexualidade. Dessa maneira, compreende-se que frente à negação</p><p>da</p><p>1 Concluinte do curso de Bacharelado em Psicologia do Centro Universitário da Vitória de Santo Antão</p><p>(UNIVISA) E-mail: sergiomeirelesjunior04@gmail.com</p><p>2 Professor Orientador, Mestre em Antropologia Cultural pela Universidade Federal de Pernambuco</p><p>(UFPE); Docente do departamento de Psicologia do Centro Universitário da Vitória de Santo Antão</p><p>(UNIVISA) e da Faculdade de Ciências Humanas (ESUDA) E-mail:</p><p>glaudstoncordeiro@univisa.edu.br.</p><p>2</p><p>sexualidade que faz laço com o outro, ou seja, uma sexualidade patológica em</p><p>que os conteúdos pornográficos apresentam-se como um artifício para o gozo</p><p>perverso, visto que a pornografia surge como uma das formas de escapar</p><p>desse recalcamento, Ceccarelli (2011) descreve sobre a “solução pornográfica”</p><p>como uma saída para a realização de fantasias e desejos que, por terem sido</p><p>coibidos pela moral, tornaram-se ainda mais intensos.</p><p>O estudo tem como principal objetivo investigar qual seria o ponto de gozo</p><p>que sustenta a pratica da pornografia. Os objetivos específicos, necessários para</p><p>se alcançar o objetivo geral foram: Descrever as mudanças no consumo da</p><p>pornografia; discutir os fatores para uma compreensão do gozo na pornografia e</p><p>analisar através do aporte psicanalítico as causas do consumo da pornografia.</p><p>Ao final dessa investigação verificou-se que, por ser abrangente em suas</p><p>expressões, a pornografia é uma ferramenta magnifica para compreender o</p><p>imaginário erótico da massa, pois permiti não só observar a erotização dessa</p><p>massa, mas também seus mitos, preocupações e fantasias.</p><p>2. PERVERSÃO EM FREUD</p><p>Ao afirmar no primeiro dos Três ensaios sobre a teoria da sexualidade,</p><p>que o indivíduo desde o nascimento é dotado de afeto, desejo, conflitos e que a</p><p>mesma acompanha o ser humano até a morte, Freud (1905/1996) horrorizou a</p><p>sociedade de sua época. Que não acreditava na existência de sexualidade nesta</p><p>faixa etária.</p><p>No campo psicanalítico, os estudos sobre perversão na obra freudiana foi</p><p>construído de forma gradativa, no primeiro momento de seus Três ensaios sobre</p><p>a teoria da sexualidade, Freud (1905/1996), expõe sobre as aberrações sexuais,</p><p>a perversão corresponde num desvio do objeto e do alvo sexual normal, isto é:</p><p>um desvio da “união dos genitais no ato designado como coito, que leva à</p><p>descarga da tensão sexual e à extinção temporária da pulsão sexual. Desse</p><p>modo, tudo o que fugisse desse padrão cultural seria nomeado como perverso.</p><p>Examinando elementos que apoiam tais noções de Freud acerca da</p><p>perversão, acharemos um trajeto de descrições do que poderiam ser tomadas</p><p>como manifestações da perversão, tais como: “a supervalorização do objeto</p><p>sexual” (FREUD, 1996, p. 142); o “uso sexual da boca” (FREUD, 1996, p. 143);</p><p>“uso sexual do orifício anal” (FREUD, 1996, p. 144); o “fetichismo” (FREUD,</p><p>1996, p. 145); em certa medida “o tocar e o olhar” (FREUD, 1996, p. 148); e</p><p>“sadismo e masoquismo” (FREUD, 1996, p. 149).</p><p>Laplanche e Pontalis (1985) descrevem sobre a concepção inicial da</p><p>perversão em Freud, que se trata de um:</p><p>Desvio em relação ao ato sexual “normal”, definido este como coito</p><p>que visa a obtenção do orgasmo por penetração genital, com uma</p><p>pessoa do sexo oposto. Diz-se que existe perversão quando o</p><p>orgasmo é obtido por outros objetos sexuais (homossexualidade,</p><p>pedofilia, bestialidade, etc.), ou outras zonas corporais (coito anal, por</p><p>exemplo) e quando o orgasmo é subordinado de forma imperiosa a</p><p>certa condições extrínsecas (fetichismo, transvestismo, escoptofilia e</p><p>exibicionismo, sadomasoquismo); estas podem proporcionar, por si</p><p>sós, o prazer sexual. De forma mais englobante, designa-se por</p><p>perversão o conjunto do comportamento psicossexual que acompanha</p><p>tais atipias na obtenção do prazer sexual (p.432).</p><p>3</p><p>Sendo esse primeiro momento da publicação de Freud (1901/1996)</p><p>demarcado pelo axioma: a neurose é o negativo da perversão, visto que nas</p><p>neuroses os impulsos pervertidos, depois de serem reprimidos, iram se</p><p>manifestar diante da parte inconsciente da mente e a presença de tendências</p><p>perversas em indivíduos neuróticos nominada perversão negativa, em oposição</p><p>às perversões especialmente ditas como positivas.</p><p>Freud (1901/1996) expõe que todos os neuróticos são pessoas de</p><p>inclinações perversas fortemente acentuadas, mas recalcadas e tomadas</p><p>inconscientes no curso de seu desenvolvimento. O teórico afirma que no</p><p>momento que se constitui de exacerbado recalcamento do conteúdo sexual, a</p><p>neurose seria o negativo da perversão, ao passo que, na última tal conteúdo</p><p>aparece de forma clara:</p><p>As psiconeuroses são, por assim dizer, o negativo das perversões. Nos</p><p>neuróticos, a constituição sexual, na qual está contida a expressão da</p><p>hereditariedade, atua em combinação com as influências acidentais de</p><p>sua vida que possam perturbar o desenvolvimento da sexualidade</p><p>normal. O curso d’água que encontra um obstáculo em seu leito reflui</p><p>para leitos antigos que antes pareciam destinados a permanecer</p><p>secos. As forças impulsoras da formação dos sintomas histéricos não</p><p>provêm apenas da sexualidade normal recalcada, mas também das</p><p>moções perversas inconscientes (FREUD, 1901/1996, p. 56).</p><p>Enquanto na neurose os conteúdos perversos estão recalcados, na</p><p>perversão o gozo vem com conhecimento de causa, o perverso sabe o que lhe</p><p>dá prazer, é destemido, como é apresentado no texto</p><p>sobre Fetichismo</p><p>(FREUD,1927/1996). Ferraz (2015) expõe sobre a importância do axioma citado</p><p>por Freud, pois elevou para uma maior compreensão da sexualidade em geral,</p><p>visto que demonstrou que o perverso não porta uma aberração ausente nos</p><p>outros seres humanos, mas que ele simplesmente atua aquilo que se encontra,</p><p>de forma latente e potencial, em todas as pessoas.</p><p>Freud (1905/1996) ainda desenvolve ideia de que os desejos sexuais</p><p>perversos fariam parte da constituição humana derivados da infância. Dessa</p><p>forma, toda criança possui uma disposição perversa polimorfa, isto é, a obtenção</p><p>de prazer através das denominadas pulsões parciais, que se apoiam nas</p><p>principais zonas erógenas durante o desenvolvimento humano, por tanto, Freud</p><p>entende a perversão como "a manutenção da sexualidade perverso-polimorfa na</p><p>vida adulta" (FERRAZ, 2002, p.27).</p><p>O que diferencia a sexualidade infantil daquela do perverso é o fato</p><p>deque, na criança, tudo ainda é apenas potencialidade. Nenhum eixo</p><p>organizador, tirânico, dominou a cena sexual. No adulto perverso, ao</p><p>contrário, a sexualidade está definida e cristalizada: um eixo pré-</p><p>genital preside a vida sexual, tão despoticamente quanto a</p><p>genitalidade o faz na vida sexual "normal". (FERRAZ, 2002, p. 25).</p><p>No segundo momento dos Três ensaios sobre a teoria da sexualidade, é</p><p>marcado pela à teoria do Complexo de Édipo, que se trata da caracterização do</p><p>núcleo das neuroses e das perversões; e no terceiro momento quando Freud</p><p>(1905/1996) define a recusa da castração como mecanismo essencial da</p><p>perversão.</p><p>4</p><p>Sobre neurose, Freud (1924/2007) estabelece uma diferenciação</p><p>referente a psicose e perversão. O neurótico utiliza a fuga para evitar uma parte</p><p>da realidade, ele não à recusa, para o neurótico o desejo se expressará pela</p><p>formação de sintoma, já na psicose a perda da realidade é severa pois a uma</p><p>reconstrução, uma substituição dessa realidade. Ambas lidam com a recusa</p><p>(verleugnung), mecanismo em geral associado à perversão, contudo na</p><p>perversão o desejo aparece pelo dito de outro modo, o perverso age, encena,</p><p>vive o desejo. Não há um recalcamento dos desejos como ocorre na neurose,</p><p>nem rejeição à realidade como ocorre na psicose, o perverso sabe o quer.</p><p>(CHAVES, 2004).</p><p>Lacan esclarece que a “verdadeira perversão” foge ao neurótico:</p><p>O que concerne à perversão, a verdadeira perversão, isso lhes escapa.</p><p>Não é por sonharem com a perversão que vocês são perversos.</p><p>Sonhar com a perversão pode servir de algo totalmente diferente, e,</p><p>em especial, quando se é neurótico, para sustentar o desejo, o que,</p><p>quando se é neurótico, é muito necessário. Mas isso não autoriza</p><p>ninguém a crer que compreende os perversos (LACAN, 1968-1969,</p><p>p.247).</p><p>Lacan (1960/1988) pontua que todo neurótico mantém traços perversos</p><p>na sua vida sexual, contudo isso não quer dizer que seja perverso de estrutura,</p><p>pois o perverso imagina ser o Outro para garantir seu gozo, e é isso que o</p><p>neurótico revela, ao se imaginar perverso.</p><p>Freud (1925/1996), discorre que a negação é um mecanismo de defesa</p><p>no qual o indivíduo se depara com uma realidade difícil de aceitar, logo acaba a</p><p>rejeitando. A negação é aquela que envolve um desejo recalcado que é</p><p>identificado, mas não admitido.</p><p>Ao que se refere, ao mecanismo de defesa na perversão, Freud (1924-</p><p>1996) formulou o mecanismo da recusa (Verleugnung, renegação, destemido) a</p><p>atuação deste mecanismo está na defesa e na substituição da realidade, ou seja,</p><p>ele nega, entretanto, toma conhecimento dela. Assim Ferraz (2015) discorre que</p><p>a fuga encontrada pela perversão, para contornar a realidade da castração é</p><p>definida por consequência do estabelecimento do mecanismo de recusa, em que</p><p>o indivíduo não se enxergar como vulnerável ou falante, carregando um fantasma</p><p>de indestrutibilidade e onipotência.</p><p>O perverso ao experimentar uma decepção dolorosa, como refere Freud</p><p>(1924/2007), irá fazer uso da recusa, colocando-se como alguém que não aceita</p><p>a existência de limites. Outra resposta ao horror da castração e da angustia, é a</p><p>falta, o perverso ao se depara com ela, percebe o que de fato lhe está faltando,</p><p>o fetiche (FREUD, 1927/1996).</p><p>3. A PORNOGRAFIA E O CONSUMO DE CORPOS</p><p>Conforme o dicionário Michaelis (2020), pornografia é tudo que diz</p><p>respeito ao sexo obsceno e vulgar, atos de imoralidade, devassidão. Segundo</p><p>Moraes e Lapeiz (1984), a palavra “pornografia” se origina do termo grego</p><p>pornographos, ou seja, escrita sobre prostitutas. Referindo-se à descrição dos</p><p>costumes das prostitutas e de seus clientes. Antes mesmo do surgimento da</p><p>escrita haviam desenhos nas cavernas e esculturas primitivas de atos sexuais</p><p>ou partes do corpo (LO DUCA, 1966).</p><p>5</p><p>Conforme elucida Hunt (1999), a pornografia não surgiu de forma</p><p>espontânea, ela foi inventada e tem história, apesar de imagens representativas</p><p>do corpo humano, de órgãos sexuais ou cenas de sexo estarem presentes em</p><p>diversos momentos e locais na história das civilizações, o termo pornografia só</p><p>passou a ser definido da forma como hoje o entendemos, a partir do século XIX.</p><p>A pornografia em seu processo de adaptação evolutiva, possibilitou ao</p><p>usuário, através das altas taxas de transmissão, receber em privacidade</p><p>qualquer quantidade de imagens pornográficas através da internet (DINES,</p><p>2010). Dau (2011) ressalta que isso ocorre sem qualquer mediação humana</p><p>entre a obra e o espectador, obviamente teve diversas implicações na</p><p>quantidade e na qualidade do consumo da pornografia no mundo. Dines (2010)</p><p>elucida sobre o tema:</p><p>Enquanto vídeos e DVD’s levaram ao rápido crescimento do mercado</p><p>pornográfico nas últimas duas décadas, da metade dos anos 1970 à</p><p>metade dos anos 1990, é o rápido crescimento da internet,</p><p>especialmente do acesso de banda larga, que garantiu a expansão</p><p>continua do Mercado nos anos recentes (p. 47).</p><p>Dines ainda contempla a discussão no que se refere a principal crítica a</p><p>pornografia, que a mesma induziria ao aumento de comportamentos agressivos:</p><p>De fato, as imagens hoje se tornaram tão extremas que o que</p><p>costumava ser considerado como hardcore é, hoje, a pornografia</p><p>mainstream. Atos que hoje são lugar comum em grande parte da</p><p>pornografia online praticamente não existiam duas décadas atrás. A</p><p>medida em que o mercado se satura e os consumidores se tornam</p><p>cada vez mais entediados e dessensibilizados, os pornógrafos estão</p><p>procurando avidamente por diferenciar seus produtos dos outros</p><p>(DINES, 2010: p. 17).</p><p>O mercado pornô ascende e com isso, a indústria pornográfica vem</p><p>faturando cada vez mais por conta da tecnologia legitimando a domesticação de</p><p>corpos (LEITE JUNIOR, 2006). Dau (2011) relata que a produção da pornografia</p><p>também sofreu um enorme crescimento, impulsionado pelo desenvolvimento das</p><p>tecnologias de vídeo:</p><p>Se antes a produção estava concentrada nas mãos de grandes</p><p>produtoras, com enormes preços e demandas técnicas, agora é</p><p>possível a qualquer pessoa que possua uma câmera, de preço</p><p>relativamente baixo, e um computador com acesso à internet, produzir</p><p>e distribuir vídeos pornográficos (DAU, 2011: p. 22).</p><p>Kleinsorgen (2014) discorre sobre essas novas produções:</p><p>A performance amadora on-line vale-se da encenação compactuada</p><p>do próprio corpo e da nudez para brincar incessantemente com as</p><p>fronteiras da intimidade; com as fronteiras entre a persona pública e</p><p>privada; entre o exibidor e a audiência; entre a fantasia da</p><p>6</p><p>representação ‘anônima’ e fisicamente distante e a factualidade da</p><p>imagem simultânea de corpos expostos de variadas formas(p. 17).</p><p>É importante ressaltar que a forma que o conteúdo pornográfico e erótico</p><p>é mostrado, delimita sua principal diferença, o âmbito erótico é demarcado pela</p><p>expressão da sensualidade, enquanto o pornográfico vai de encontro a tudo</p><p>aquilo que é explicito e obsceno (PICAZIO, 1998). A pornografia estaria no</p><p>âmbito um tanto mais cru, onde a emoção estaria mais despida e com um</p><p>discurso voltado</p><p>para o obsceno, por trazer luz àquilo que se “deveria” deixar no</p><p>escuro, “obsceno então é aquilo que mostra o que deveria esconder, explicita o</p><p>implícito, apresenta o oculto, revela segredos proibidos” (LEITE JUNIOR., 2008,</p><p>p. 51).</p><p>4. O GOZO PERVERSO NA PORNOGRAFIA</p><p>Conforme Roudinesco & Plon (1998), o gozo em Lacan pode ser</p><p>entendido como algo:</p><p>Inicialmente ligado ao prazer sexual, o conceito de gozo implica a ideia</p><p>de uma transgressão da lei: desafio, submissão ou escárnio. O gozo,</p><p>portanto, participa da perversão, teorizada por Lacan como um dos</p><p>componentes estruturais do funcionamento psíquico, distinto das</p><p>perversões sexuais. Posteriormente, o gozo foi repensado por Lacan</p><p>no âmbito de uma teoria da identidade sexual expressa em fórmulas</p><p>da sexuação que levaram a distinguir o gozo fálico do gozo feminino</p><p>(ou gozo dito suplementar) (p. 299).</p><p>No seminário, livro VII, a ética da psicanálise (1959/1960), Lacan</p><p>determina de forma mais objetiva a questão do gozo, articulando com o conceito</p><p>freudiano de pulsão de morte e transgressão da lei paterna</p><p>O problema do gozo, visto que ele se encontra soterrado num campo</p><p>central, com aspecto de inacessibilidade, de obscuridade e de</p><p>opacidade, num campo cingido por uma barreira que torna seu acesso</p><p>mais do que difícil para o sujeito, inacessível, talvez, uma vez que o</p><p>gozo se apresenta não pura e simplesmente como a satisfação de uma</p><p>necessidade (besoin), mas como a satisfação de uma pulsão, no</p><p>sentido em que esse termo precisa de uma elaboração complexa (p.</p><p>251).</p><p>Ao explanar sobre os modos de gozo, Lacan (1974/1975) evidência a</p><p>importância dos três registros: real (R), simbólico (S) e imaginário (I), tendo no</p><p>centro o objeto “a”, que ao se relacionar, cada um deles conectam-se com os</p><p>outros dois em um modo de alteridade em que nenhum deles se liga</p><p>exclusivamente ao outro, fazendo com que sempre haja um terceiro para fazer</p><p>uma mediação. Com isso o psicanalista dá uma primeira escritura do nó</p><p>borromeano, especificando os diferentes tipos de gozo.</p><p>Ao citar o encontro do real com o simbólico, Lacan (1974/1975) põe o</p><p>gozo fálico como aquele que está fora do imaginário do corpo, contudo não</p><p>afastado do simbólico. É o gozo em sincronia com o significante. Já no</p><p>cruzamento do real com o imaginário, o psicanalista situa o gozo do Outro, sendo</p><p>esse gozo do Outro o que se situa fora do simbólico, entretanto não fora</p><p>7</p><p>do corpo. O teórico ainda adverte que quanto mais gozo fálico está fora do corpo,</p><p>mas o gozo do corpo está fora do simbólico.</p><p>Para Lacan (1974-1975), o gozo fálico está associado à angústia de</p><p>castração, causada pelo não saber diante do desejo do Outro, e o sintoma é a</p><p>manifestação clínica desse embaraço do sujeito:</p><p>Esse gozo do Outro, é aí que se produz o que mostra quanto mais o</p><p>gozo fálico está fora do corpo, mais o gozo do Outro está fora da</p><p>linguagem, fora do simbólico, pois é a partir dali, a saber, a partir do</p><p>momento em que se agarra o que há – como dize – de mais vivo ou de</p><p>mais morto na linguagem (p.4).</p><p>Sobre o gozo perverso, Chaves (2004) versa sobre o ensaio Kant com</p><p>Sade elaborado por Lacan em 1963. Onde relata que:</p><p>O gozo do perverso não está no sofrimento da culpa, da dúvida, da</p><p>ambivalência do “fazer/desfazer” dos obsessivos, das somatizações ou</p><p>conversões somáticas dos histéricos. Isso é coisa de neurótico!...</p><p>o gozo perverso está no desejo ao pai e na transgressão de suas leis,</p><p>na compulsão à repetição e na satisfação pulsional sádica e</p><p>masoquista.</p><p>A principal característica do discurso pornográfico é a sexualidade, onde</p><p>se considera que ele tenha capacidade de provocar e excitar as demandas de</p><p>seus usuários, permitindo-lhes a curiosidade e a vontade de conhecer a sua</p><p>sexualidade (HUNT, 1999).</p><p>Do ponto de vista da psicanálise, podemos pensar que a pornografia,</p><p>provocaria um grande estimulo sexual ao mostrar as mais variadas formas pelas</p><p>quais a sexualidade se expressa, incluindo as perversas. Freud nos Três ensaios</p><p>(1905/1996) aponta que todos nós temos potencialidades para perpetrarmos</p><p>atos pornográficos, quanto para sermos seduzidos por eles, visto que a</p><p>sexualidade humana seja composta de pulsões parciais e perversas orais, anais,</p><p>voyeuristas, exibicionistas, sádicas, masoquistas e tantas outras que são</p><p>constantemente solicitadas a fim de diminuírem a tensão interna, ou seja, para</p><p>que a satisfação seja alcançada.</p><p>O perverso a todo o momento irá manifestar que a única lei é a sua e que</p><p>não existe a lei do outro, tendo a necessidade de transgredi-las, recusando a</p><p>“lei” da castração procurando substituí-la pela lei de seu desejo, estabelecendo</p><p>desta forma suas características estruturais que são o desafio e a transgressão,</p><p>elucidando que o perverso tende a manter suas relações na condição que o outro</p><p>compactue com suas fantasias, mantendo-as em segredo (DÖR, 1991). Como</p><p>ressalta Lacan (1953/1954, p.252) trata-se de “um desejo que não ousa dizer o</p><p>seu nome”.</p><p>Segundo Dör (1991) o perverso rege seus desejos e apetites em prol de</p><p>sua realização, sem nenhuma consideração pelo sentimento de dignidade</p><p>individual e de respeito a outrem. O perverso vive para o gozo, alcançar o gozo</p><p>é seu imperativo, Chaves (2004) no diz que o perverso inverte a fórmula da</p><p>fantasia, utilizando-se da posição de objeto ‘a’, com o intuito de insistir em fazer</p><p>o Outro gozar, em outras palavras, em buscar realizar o gozo absoluto</p><p>impossível.</p><p>8</p><p>Mediante a exposição de Ceccarelli (2011) o conteúdo pornográfico tem</p><p>sua durabilidade encurtada, pois tudo aquilo cuja única função é promover a</p><p>excitação torna-se facilmente maçante, o que leva à procura de novas</p><p>“pornografias” para apoiar a “nova” excitação que surgirá (a pulsão é uma força</p><p>constante).Para conseguir atingir o gozo completo, o sujeito precisa de um</p><p>fetiche para auxiliá-lo neste processo. Mello (2007) corrobora que, o fetiche, é o</p><p>deslocamento de um poder mágico para um objeto, possuidor de algo erótico,</p><p>quando o objeto sexual é trocado por outro objeto qualquer, com a finalidade de</p><p>atingir o gozo.</p><p>Para Freud (1905/1996) o fetichismo apresenta-se como substituto</p><p>improprio do objeto sexual, que irá servir como alvo sexual normal. Desse modo,</p><p>o indivíduo visa partes do corpo ou mesmo objetos inanimados que possam</p><p>substituir o objeto sexual normal, ocasionando em uma supervalorização desse</p><p>objeto ou dessa parte do corpo. Freud (1927/1996) vai dizer que o fetichista faz</p><p>uso de uma negação nomeada de destemida, em que o indivíduo sabe que a</p><p>mulher não tem pênis, entretanto vai agir como se ela tivesse, negando a não</p><p>existência desse pênis, isso significa que o fetichista irá rejeitar a castração por</p><p>conta da substituição que fez do pênis, mas ainda sim afirmará o que nega.</p><p>Dessa maneira o fetiche está para a perversão assim como o sintoma está para</p><p>a neurose.</p><p>Segundo Freud (1905/1996) os casos de fetichismo só adentram no</p><p>âmbito patológico quando, a gana pelo fetiche está fixada, fazendo que o prazer</p><p>seja único e exclusivo por meio do fetiche, se colocando no lugar do alvo sexual</p><p>normal, e quando o fetiche se desprende de determinada pessoa e se torna o</p><p>único objeto sexual para sua satisfação, fazendo que uma variação normal das</p><p>pulsões sexuais se direcione para o psicopatológico e se apresentando como</p><p>sintoma, reconhecendo assim, esse fetiche como uma parafilia.</p><p>A palavra “parafilia” designa não apenas todas as práticas sexuais</p><p>antigamente qualificadas de perversas — exibicionismo, fetichismo,</p><p>bolinação, pedofilia, masoquismo sexual, sadismo sexual, voyeurismo,</p><p>travestismo —, mas também todas as fantasias perversas que não são</p><p>em absoluto assimilavam a práticas perversas. A que se acrescenta a</p><p>categoria dita das “parafilias não especificadas”: escatologia telefônica,</p><p>necrofilia, parcialismo (focalização exclusiva numa parte do corpo),</p><p>zoofilia, coprofilia, clisterofilia, urofilia. (ROUDINESCO, 2014, p.134).</p><p>O perverso</p><p>goza de renegar e afirma, ele está no lugar da vontade de</p><p>gozo, Mello (2011) afirma que o perverso está a serviço do desejo como se fosse</p><p>um escravo podendo ir até as últimas consequências de forma que o neurótico</p><p>apenas fantasia, o perverso coloca em prática.</p><p>PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS</p><p>O método utilizado para a realização desta pesquisa foi puramente</p><p>bibliográfica de modalidade qualitativa. Segundo Proetti (2005) na pesquisa</p><p>bibliografia faz-se uso dos materiais já publicados, escritos ou gravados</p><p>mecânica ou eletronicamente, que contenham informações de diversas áreas.</p><p>Para Knechtel (2014) pesquisa qualitativa se preocupa com o significado dos</p><p>9</p><p>fenômenos e processos socias e leva-se em consideração as motivações,</p><p>crenças, valores e representações encontradas nas relações socias.</p><p>A busca foi direcionada por publicações que contemplassem a temática,</p><p>pornografia e clínica da perversão com a perspectiva da Psicanalise. O início do</p><p>estudo foi a partir de obras primarias de Sigmund Freud, como Três ensaios</p><p>sobre a sexualidade (1905) e Fetichismo (1927). Para Lage (2011) a fonte</p><p>primária é aquela que fornece diretamente, o essencial de uma matéria, fatos,</p><p>versões e números, por estar próxima ou na origem da informação. Como fontes</p><p>secundarias foram utilizadas as obras, Ferraz (2015) Perversão e Melo (2011) O</p><p>discurso perverso na literatura. Lage (2011) contempla que a fonte secundária</p><p>contextualiza, interpreta, analisa a matéria de fonte primaria e que o</p><p>envolvimento da fonte secundaria com os fatos e eventos é indireto.</p><p>No contempla os dados eletrônicos para pesquisa, foram utilizadas</p><p>plataformas de pesquisas acadêmicas como o Google Acadêmico, Scientific</p><p>Electronic Library Online – Scielo e livros disponibilizados on-line. A partir da</p><p>combinação de palavras-chave: pornografia; psicanálise; foram encontrados</p><p>15.400 resultados, com base dessas combinações utilizou-se como critério uma</p><p>filtragem mais especifica, fazendo o uso em conjunto com as palavras-chave,</p><p>perversão e gozo. Resultando no total de cinquenta e cinco trabalhos em</p><p>português, dois quais quinze se adaptaram melhor na elaboração desta</p><p>pesquisa, pois excluíam o conteúdo moral, religioso ou ético, no tocante as</p><p>temáticas pornografia e a perversão.</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>A pornografia convoca os seus consumidores através de um discurso</p><p>controverso e refinado sobre a liberdade sexual. Essa utopia acaba se tornando</p><p>um atrativo para esse público que almeja realizar o gozo de suas fantasias</p><p>sexuais sem restrições. Ainda que Freud não tenha uma pesquisa exclusiva</p><p>sobre a temática da pornografia, seu conjunto teórico sobre sexualidade</p><p>proporcionou a esse estudo uma melhor compreensão sobre o tipo de gozo que</p><p>está localizado na pornografia.</p><p>Nos três ensaios sobre a teoria da sexualidade, Freud (1905/1996) já</p><p>apontava a ideia que os desejos sexuais perversos fazem parte da constituição</p><p>dos homens, derivados da infância em uma disposição perversa-polimorfa.</p><p>Mesmo sendo um desejo que tende a clandestinidade e ao anonimato, o</p><p>perverso tem conhecimento de causa do que lhe faz gozar, e para alcançar o</p><p>gozo absoluto é preciso um passar além, pois essa satisfação tem uma</p><p>necessidade de transgressão.</p><p>Dessa maneira, conclui-se que a pornografia pode ser vista como uma</p><p>oportunidade para o gozo perverso, visto que o sentido ameaçador ou proibido</p><p>da experiência, tende a ter um potencial que vai além de aliviar uma tensão</p><p>interna, mas também a vantagem de viabilizar a experiência da sexualidade sem</p><p>culpa e com “privacidade”. O perverso não está a serviço da reprodução da</p><p>espécie, mas sim do gozo, e a pornografia tem a vantagem de ser um devaneio</p><p>confiável, e sendo hoje consumida principalmente na internet a privacidade do</p><p>perverso, está “resguardada”, deixando-o livre das exposições para satisfazer</p><p>suas fantasias e alcançar o almejado gozo absoluto.</p><p>10</p><p>PORNOGRAPHY AND THE CLINIC OF PERVERSION: A BRIEF</p><p>PSYCHOANALYTICAL STUDY</p><p>ABSTRACT</p><p>This article addresses the themes of perversion and pornography from the</p><p>perspective of Freudian theoretical foundations and psychoanalytic authors.</p><p>Perversion is only seen as inherent to human sexuality, from the work "Three</p><p>essays on the theory of sexuality" in which Freud bases his concept of perversion</p><p>for the first time, in which he presents the child as a sexual being, being his</p><p>perverse-polymorphic feature. The objective of this study is to investigate what</p><p>would be the point of enjoyment that sustains the practice of pornography. For</p><p>this, bibliographical research was adopted as a methodology for further</p><p>investigation. Despite the lack of material that correlated the themes, studies</p><p>pointed to pornography as an excellent resource for the realization of perverse</p><p>jouissance.</p><p>Keywords: Pornography. Psychoanalysis. Perversion. Enjoyment.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BATAILLE, G. A História do Olho. São Paulo: Editora Cosac Naify, 2003.</p><p>BIRMAN, J. Inocência roubada. Revista Superinteressante, n.176, p. 39-46,</p><p>maio 2002.</p><p>CECCARELLI, P. A pornografia e o ocidente. Portugal: Revista (In)visível, vol.</p><p>1, p. 25-34, 2011.</p><p>CHAVES, M. E. Père-version. Reverso. Belo Horizonte. Ano 26. n.51. p. 91-96.</p><p>Ago. 2004.</p><p>DAU, E. Mídia Pornográfica e Submissão da Mulher: a reprodução do</p><p>machismo através do sexo midiatizado. Rio de Janeiro: Trabalho de Conclusão</p><p>de Graduação, ECO UFRJ, 2011.</p><p>DINES, G. Pornland: how porn has hijacked our sexuality. Boston: Beacon</p><p>Press, 2010.</p><p>DÖR, J. Estruturas e clínica psicanalítica. Rio de Janeiro: Taurus-Timbre.</p><p>1991.</p><p>FERRAZ, F. C. Normopatia. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2002.</p><p>______. Perversão: 6. ed. São Paulo: Casapsi Livraria e Editora Ltda, 2015.</p><p>FREUD, S. (1901-1905) Um caso de histeria, Três ensaios sobre</p><p>sexualidade e outros trabalhos. vol. VII. Rio de Janeiro Imago. Imago, 1996.</p><p>______ (1924). Neurose e Psicose.In: Edição Standard Brasileira das Obras</p><p>Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 2007.v.</p><p>III.</p><p>11</p><p>______ (1925) A negativa. Edição Standard Brasileira das Obras Completas</p><p>de Sigmund Freud. vol. XIX. Rio de Janeiro: Imago, 1996.</p><p>______ (1927) Fetichismo. In:S. Freud. Edição standard brasileira das obras</p><p>psicológicas completas de Sigmund Freud (J. Strachey, Trad., Vol. 21, pp.</p><p>153-164). Imago, 1996.</p><p>HUNT, L. A invenção da pornografia: Obscenidades e as Origens da</p><p>Modernidade. São Paulo: Hedra, 1999.</p><p>JULIEN, P. Psicose, perversão, neurose: a leitura de Jacques Lacan. Rio de</p><p>Janeiro: Companhia de Freud, 2003.</p><p>KLEINSORGEN, H. P. “Intimidade, Interatividade e Prazer no CAM4:</p><p>Performances do sujeito na Telepresença”. (Apresentação de</p><p>Trabalho/Seminário) 2014.</p><p>KNECHTEL, M. R. Metodologia da pesquisa em educação: uma abordagem</p><p>teórico-prática dialogada. Curitiba: Intersaberes, 2014.</p><p>LACAN, J. O seminário, livro 1: os escritos técnicos de Freud (1953-1954).</p><p>Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1979.</p><p>______. (1959/1960). O Seminário, livro 7: a ética da psicanálise. Rio de</p><p>Janeiro: Jorge Zahar, 2008.</p><p>______ (1968-1969) O Seminário. Livro 15: o ato psicanalítico, inédito.</p><p>______. (1974-1975) Seminaire 22: RSI Disponível em <22-Jacques-Lacan-O-</p><p>seminário-Livro-22-RSI.pdf (clinicand.com)> acesso em 17 de novembro de</p><p>2021.</p><p>______. (1960) “Subversão do sujeito e dialética do desejo no inconsciente</p><p>freudiano” In: Escritos. Rio de Janeiro: J. Zahar, 1988.</p><p>LAGE, N. (2001) A reportagem: teoria e técnica de entrevista e pesquisa</p><p>jornalística. Rio de Janeiro: Record.</p><p>LAPLANCHE, J.; PONTALIS, J.B. Vocabulário da psicanálise. São Paulo:</p><p>Martins Fontes, 1985.</p><p>LEITE JÚNIOR, J. Das maravilhas e prodígios sexuais: a pornografia”</p><p>bizarra” como entretenimento. Saõ Paulo, FAPESP: Annablume, p. 12-292,</p><p>2006.</p><p>______. “A folia do sexo”. In: PINTO, G. C. (org.). Sexos, a trama da vida:</p><p>fronteiras da transgressão– volume 4. Revista Mente e Cérebro.</p><p>São Paulo,</p><p>Duetto Editorial, 2008.</p><p>LO DUCA. Erotique de L'art. Paris: La Jeune Parque. 1966.</p><p>12</p><p>MELO, M. M. E. O discurso perverso na literatura: uma visão psicanalítica</p><p>campina Grande, 2011. Disponível em <UNIVERSIDADE ESTADUAL DA</p><p>PARAÍBA (uepb.edu.br)>Acesso em:13setembro de 2021.</p><p>MELLO, C. A. A. Um olhar sobre o fetichismo. Reverso, 29(54), 71-76. 2007.</p><p>Disponível em<https://dialnet.unirioja.es/descarga/articulo/544260.pdf> acesso</p><p>em: 14 de setembro de 2021.</p><p>MICHAELIS. Dicionário Brasileiro de Língua Portuguesa. São Paulo: Editora</p><p>Melhoramentos.2020. Disponível em<michaelis.uol.com.br/moderno-</p><p>portugues/busca/portugues-brasileiro/pornografia>acesso em: 10 julho. 2021.</p><p>MORAES, E. LAPEIZ, S. O que é pornografia. São Paulo: Editora Brasiliense,</p><p>1984.</p><p>PICAZIO, C. “Pornografia, erotismo e mídia”.In: Sexo Secreto: Temas</p><p>Polêmicos da Sexualidade. São Paulo: Editora Summus, 1998.</p><p>PROETTI, Sidney. Metodologia do trabalho científico: abordagens para a</p><p>construção de trabalhos acadêmicos. 4. ed. São Paulo: Edicon, 2005.</p><p>ROUDINESCO, E. A parte obscura de nós mesmos: uma história dos</p><p>perversos. Zahar. Edição digital: janeiro 2014.</p><p>ROUDINESCO, E., &PLON, M. Dicionário de psicanálise. Zahar. Rio de</p><p>Janeiro, 1988.</p><p>STOLLER, R. Observando a imaginação erótica. Rio de Janeiro: Imago,</p><p>1998.</p>