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<p>1.12 Produtos argilosos para a</p><p>construção</p><p>Condições de conclusão</p><p>Concluído</p><p>Materiais de argila</p><p>Os materiais de argila são basicamente os de cerâmica vermelha (tijolos,</p><p>telhas, lajotas, manilhas), com baixo valor aquisitivo e de grande produção</p><p>e circulação. As indústrias ficam próximas às jazidas e ao mercado</p><p>consumidor. A cor vermelha é resultado da oxidação dos compostos</p><p>ferrosos presentes na argila.</p><p>Esses materiais podem ser vidrados se houver o lançamento de cloreto de</p><p>sódio (NaCl) no interior do forno quando o produto estiver em adiantada</p><p>fase de queima. Sobre a superfície da peça, será produzida uma camada</p><p>mais avançada de material vitrificado, onde o sódio se deposita e o cloro</p><p>volatiliza, sendo lançado na atmosfera pela chaminé.</p><p>Tijolos cerâmicos</p><p>Também conhecidos como blocos, são muito utilizados nas edificações</p><p>para construção de alvenarias, apresentando dimensões bastante</p><p>variáveis.</p><p>Distinguimos os maciços e os furados. Os tijolos maciços são</p><p>tradicionalmente fabricados de forma artesanal, em pequenas olarias,</p><p>com pastas muito úmidas e queima em baixas temperaturas (800 a 900 °C).</p><p>Obtém-se um produto poroso, de baixa resistência mecânica e pesado,</p><p>por causa das suas dimensões: tudo isso devido a um baixo</p><p>beneficiamento da matéria-prima e a um processo de produção</p><p>ineficiente.</p><p>Não obstante, existem tijolos maciços de boa resistência mecânica que</p><p>trazem consigo outras vantagens, como: melhor isolamento térmico e</p><p>acústico, menor absorção de umidade e, até mesmo, possibilidade de</p><p>serem aplicados sem revestimento posterior, deixando uma das faces da</p><p>alvenaria à vista.</p><p>Os tijolos furados apresentam canais de seção redonda, quadriculada ou</p><p>hexagonal ao longo de qualquer um dos seus eixos. São moldados por</p><p>extrusão e queimados nos fornos onde a temperatura alcança de 900 a</p><p>1050 °C. Produzidos por processos mais elaborados, exigem matéria-prima</p><p>de melhor qualidade, os quais conduzem a um produto final mais</p><p>confiável. Uma primeira avaliação de sua qualidade pode ser feita pelo</p><p>estudo do som percutido pelo choque de um martelo. O tinido metálico</p><p>indica massa coesa e resistente ao passo que, o som chocho indica a</p><p>presença de vazios e descontinuidade de massa. Os tijolos de</p><p>assentamento com o furo vertical são considerados estruturais por</p><p>apresentarem melhor resistência mecânica à compressão.</p><p>Telhas cerâmicas</p><p>As telhas cerâmicas, assim como os tijolos vazados, são constituídas por</p><p>argilas ricas em ilita, de melhor seleção e preparo mais cuidadoso a fim de</p><p>destacar certas propriedades como resistência mecânica e baixa</p><p>permeabilidade.</p><p>As telhas do tipo francesa, também chamadas de Marselha, são obtidas</p><p>por prensagem de plaquetas extrudadas. Pesam em média 2 kgf por</p><p>unidade e são necessárias, em média, 15 unidades por m2 de telhado,</p><p>sendo muito usuais em construções. Devido ao próprio formato, elas se</p><p>prendem ao engradamento fixando-se umas às outras, necessitando</p><p>apenas de um arremate lateral em massa e na cumeeira, uma peça que</p><p>compõe o telhado.</p><p>As telhas do tipo colonial, cujo nome é uma referência à sua chegada no</p><p>Brasil, vindas como lastro no fundo dos navios, são telhas também de uso</p><p>bastante generalizado. Essas telhas são assentadas, umas com a</p><p>concavidade para cima (bica ou canal) enquanto outras, com a</p><p>concavidade para baixo (capa) sobre as primeiras. São amplamente</p><p>difundidas em regiões de conjuntos coloniais e fabricadas por processo</p><p>artesanal nas pequenas olarias, mas também produzidas pela extrusão da</p><p>massa plástica.</p><p>Variações no processo construtivo da telha colonial geraram telhas</p><p>diferenciadas, tanto na apresentação de duas peças distintas (capa e</p><p>canal), quanto na própria arquitetura, como é o caso da telha “colonial</p><p>plana”.</p><p>Muitas vezes, as telhas coloniais necessitam ser presas ao engradamento,</p><p>amarradas por um arame pela capa (nunca pela bica), em função da</p><p>inclinação do telhado. São sempre melhor fixadas recebendo argamassa</p><p>no sentido do caimento da água.</p><p>No Brasil, existe ainda um grande número de telhas semelhantes às</p><p>coloniais, com nomes diversificados. A paulistinha, a carioquinha e a</p><p>cantuária são exemplos disso.</p><p>O grupo de materiais de argila é constituído por uma única matéria-prima,</p><p>a argila vermelha, ou seja, a argila que queima na cor vermelha. São</p><p>argilas pertencentes ao grupo das ilitas, com mica extremamente</p><p>minúscula e saturada de óxido de ferro e potássio, comum no Brasil. Essas</p><p>argilas avermelhadas, já têm em si todos os componentes que determinam</p><p>a temperatura de queima entre 800 e 1100 °C. A variável qualidade dos</p><p>inúmeros produtos existentes no mercado é em função da dosagem da</p><p>matéria-prima, do processo de conformação, dos cuidados na secagem,</p><p>do cozimento em temperatura adequada e, é claro, da grande variedade</p><p>na composição da própria matéria-prima.</p><p>Materiais de louça e revestimento</p><p>Este é o grupo das cerâmicas brancas que apresentam corpo branco após</p><p>a queima. Compreendem as louças sanitárias, louças de faiança, objetos</p><p>de decoração, cadinho de laboratório, azulejos e pisos, entre outros.</p><p>Para a confecção destes materiais são utilizadas diversas matérias-primas</p><p>além das argilas cauliníticas, como o quartzo, os feldspatos, o talco, a</p><p>cromita, a grafita e, na medida do possível, utilizadas na forma pura. Os</p><p>produtos são revestidos por uma película vítrea e seus custos são bem mais</p><p>elevados que o material de argila. Geralmente têm os corpos porosos, com</p><p>exceção dessa película externa vitrificada, praticamente impermeável. A</p><p>cerâmica branca é classificada quanto à sua capacidade de absorção</p><p>de umidade em:</p><p>• Vítreo: produtos que apresentam baixíssimos valores de absorção (h</p><p>< 0,5%). São as porcelanas, que chegam à translucidez devido a</p><p>uma fusão mais perfeita.</p><p>• Semi-vítreo: são produtos que apresentam absorção de água na</p><p>faixa compreendida entre 0,5 e 4,0%. Neste grupo, temos as</p><p>cerâmicas sanitárias de corpo branco ou colorido artificialmente</p><p>(bacias, lavatórios, mictórios e demais peças como papeleira,</p><p>saboneteira e cabideiro). As partes que entram em contato com a</p><p>água, recebem o revestimento vidrado, enquanto as partes que</p><p>farão junção com outras partes (e as invisíveis), não.</p><p>• Poroso: são produtos cerâmicos com absorção de água acima de</p><p>4%. São identificados como louças de faiança e, por serem porosos,</p><p>devem receber uma camada de vidrado ou de esmalte para serem</p><p>utilizados higienicamente. Como exemplo, podemos citar a parte</p><p>posterior dos pisos e dos azulejos (partes que entrarão em contato</p><p>com a argamassa).</p><p>Quanto mais vitrificado o material, melhor sua resistência à abrasão e</p><p>maior a sua impermeabilidade. Algumas cerâmicas vermelhas, devido ao</p><p>processo de requeima no forno, adquirem certo grau de vitrificação e</p><p>dureza, que podem até serem usadas como pisos.</p><p>O porcelanato é uma peça para piso submetida a pressões de</p><p>compactação acima das utilizadas pelas cerâmicas convencionais e,</p><p>submetida também, à queima acima de 1250 ºC. A alta temperatura de</p><p>queima lhe confere grande retração (± 10%), alta sinterização e</p><p>densificação, baixíssima absorção (± 0,1%) e excelentes características de</p><p>homogeneidade de massa. Sua versão tradicional é sem esmaltação.</p><p>Normalmente, ao sair do forno, passa por retificadores para melhor</p><p>definição das medidas, de modo a se obter todas as peças com a mesma</p><p>dimensão para assentamento sem juntas.</p><p>Existem duas versões do porcelanato tradicional: fosco e polido. O primeiro</p><p>é mais adequado para áreas que exigem um revestimento antiderrapante,</p><p>como áreas externas ou rampas. O polido difere por sua textura superficial,</p><p>e por seu brilho. O porcelanato possui uma absorção de água próxima de</p><p>zero e requer a utilização de uma argamassa colante de assentamento</p><p>específica aditivada com polímeros.</p><p>Materiais refratários</p><p>São materiais argilosos importantíssimos na economia</p><p>de um país. Seu</p><p>emprego não é propriamente na construção (excetuando-se algumas</p><p>chaminés), mas no revestimento de fornos industriais.</p><p>Não seria possível obter materiais como aço, cimento, vidros e vários</p><p>outros, se as cerâmicas refratárias não fossem capazes de suportar</p><p>altíssimas temperaturas, sem sofrer transformações. A cerâmica refratária</p><p>deve apresentar estabilidade volumétrica e elevada resistência química e</p><p>mecânica.</p><p>O material refratário é pobre em cal e óxido de ferro e divide-se em ácido,</p><p>básico e neutro em função de seus principais elementos constituintes. A</p><p>escolha adequada do refratário se dá pela necessidade de impedir a</p><p>formação de sais entre o refratário e as substâncias com as quais entrará</p><p>em contato.</p><p>• Ácidos: são os sílicos-aluminosos, ou silicosos, utilizados na</p><p>fabricação de vidros.</p><p>• Básicos: são os aluminosos e os magnesíticos empregados na</p><p>fabricação de cimentos.</p><p>• Neutros: são refratários cromíticos de aplicação mais abrangente,</p><p>porém de maior custo.</p><p>As peças refratárias são utilizadas em diversas formas, sendo os tijolos</p><p>maciços as peças mais comuns, embora tijolos especiais para chaminés</p><p>também sejam produzidos.</p><p>Este material foi baseado em:</p><p>LARA, Luiz. Materiais de Construção. Instituto Federal do Norte de Minas</p><p>Gerais/Rede e-Tec Brasil, Ouro Preto: 2013.</p>