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A eleição de 2018, que culminou com a escolha de um novo Presidente e novos 
membros do Congresso Nacional para o quadriênio compreendido de 2019 a 2023, 
reacendeu as expectativas sobre a aprovação de reformas julgadas indispensáveis 
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para a economia brasileira. Dentre elas, recebe destaque a Reforma da Previdência 
e a Reforma Tributária, atualmente estando a última travada no Congresso Nacional.
No que diz respeito à Reforma Tributária, ganham corpo as discussões relacionadas, 
sobretudo, aos tributos incidentes sobre a receita, havendo duas propostas que lideram 
os debates: a) PEC 45/2019, em trâmite perante a Câmara dos Deputados, propondo 
a criação de um tributo único não cumulativo sobre o consumo – Imposto sobre 
Operações com Bens e Serviços (IBS), em substituição ao IPI, PIS, Cofins, ICMS 
e ISS; e b) PEC 110/2019 em trâmite perante o Senado Federal, cujo objetivo é 
semelhante à proposta da Câmara, contudo mais abrangente: cria um tributo único não 
cumulativo sobre o consumo – Imposto sobre Operações com Bens e Serviços (IBS), 
de competência estadual, em substituição ao IPI, PIS, Cofins, ICMS, ISS, IOF, Pasep, 
Salário-Educação, Cide-Combustíveis, além de incorporar a CSLL ao Imposto de 
Renda e propor modificações na competência do ITCMD e na abrangência do IPVA. 
Ao seu turno, em relação aos tributos incidentes sobre a renda, as discussões ainda 
são incipientes, incluindo manifestações não formalizadas de membros do Poder 
Executivo indicando o anseio da atual equipe econômica em relação às mudanças 
pretendidas (FONTES, 2019). Nessa linha, fala-se, inclusive, da criação de um 
imposto sobre movimentações financeiras que poderia substituir parte da tributação 
sobre a folha de pagamentos (ESTADÃO, 2019).
Dentre essas manifestações, captou a atenção da opinião pública aquela exarada 
pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, no sentido de que o Poder Executivo almeja 
restringir as dedutibilidades de despesas da base de cálculo do imposto de renda, 
oferecendo, em contrapartida, redução de alíquotas, seguindo a linha de pensamento já 
apresentada anteriormente pelo Presidente Jair Messias Bolsonaro quanto ao reajuste 
da tabela progressiva do imposto de renda, em especial, estabelecendo o patamar de 
isenção em R$ 5.000,00 (cinco mil reais) (MAIA et al., 2019).
Em linha com essa proposta, ao menos parcialmente, o Senador Eduardo Braga 
do MDB do Amazonas apresentou o Projeto de Lei Nº 1952, de 2019, cujo ponto 
central é, justamente, a substituição da tabela progressiva do imposto de renda, 
prevendo apenas duas faixas: isenção até R$ 4.990,00 e 27,5% para renda superior 
a esse montante (SENADO FEDERAL, 2019).
Tais propostas envolvem, portanto, tema altamente controverso. De um lado, a 
limitação de deduções, especialmente no que se refere às despesas médicas, pode 
prejudicar parte da população e dar início a intenso contencioso tributário sob o 
argumento de que a iniciativa tem como consequência a tributação de fato que não 
se consubstancia em acréscimo patrimonial, ferindo a previsão do Artigo 43 do 
Código Tributário Nacional (BRASIL, 1966) e, consequentemente, o princípio 
constitucional da capacidade contributiva. Ao reverso, a atualização da tabela do 
imposto de renda é um reclamo antigo dos contribuintes, cujo argumento que sustenta 
os pedidos envolve, exatamente, discussões sobre acréscimo patrimonial e o princípio 
da capacidade contributiva.
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Com efeito, a falta de correção monetária da tabela do imposto de renda causa graves 
efeitos deletérios aos contribuintes. Afinal, a inflação observada no Brasil nos últimos 
anos, ainda que considerada controlada e estando próxima às metas estabelecidas pelo 
Governo Federal, tem corroído o poder de compra dos cidadãos, que, em conjunto 
com os tributos que incidem sobre consumo, torna o sistema tributário altamente 
regressivo, prejudicando as classes econômicas mais desfavorecidas.
Nesse sentido, é cediço que, durante décadas, o país sofreu com taxas inflacionárias 
elevadíssimas, somente obtendo êxito no controle da inflação desenfreada a partir de 
meados de 1994, por meio da implantação do “Plano Real”. Essa relativa estabilidade 
econômica gera a sensação de que a inexistência de correção monetária da tabela 
progressiva do imposto de renda não tem impacto significativo na vida dos contribuintes, 
o que por si só justifica a necessidade de uma análise mais acurada sobre os efeitos 
da imutabilidade da tabela.
Uma observação mais cuidadosa nos dados envolvendo a inflação desnudam seu 
efeito perverso: considerando que a tabela do imposto de renda não é atualizada desde 
abril de 2015 – além de as atualizações anteriores não refletirem o repasse integral da 
inflação –, alguns estudos indicam que a defasagem atinge patamares próximos de 
95%, quando recalculada com base no índice IPCA (SINDIFISCO NACIONAL, 2019).
Diante desse cenário, pretende-se oferecer aos leitores dados, análises descritivas 
e comparativas que lhes permitam refletir sobre o tema de forma mais acurada, em 
especial por meio de detalhamento sobre quais classes sociais da população brasileira 
vêm sendo mais afetadas pela atualização insuficiente da tabela do imposto de renda. 
Para tanto, propõe-se avaliar o período compreendido entre julho de 1994, que marca 
o início da vigência do “Plano Real”, e 2022.
Considerando que o assunto vem sendo discutido por toda a sociedade e o Poder 
Executivo manifesta a intenção de propor mudanças que incluem ajustes na tabela 
progressiva, o presente estudo tem elevada importância ao oferecer reflexões baseadas 
em dados e análises descritivas, permitindo que o tema seja discutido de forma 
abalizada, algo extremamente desejável, mormente em um momento de discussões 
acirradas em razão de intensas disputas políticas.
Não está incluído no escopo do estudo adentrar profundamente em discussões de 
natureza jurídica, inclusive aquelas que envolvem o fato jurídico tributário relacionado 
ao acréscimo patrimonial e o princípio da capacidade contributiva, ainda que mereçam 
menções oportunas. Certamente a doutrina tributária é profícua em estudos sobre 
esses temas, estando o mérito do presente trabalho na compilação de dados e análises 
descritivas que permitem uma reflexão mais informada envolvendo a discussão.
A origem do imposto de renda no Brasil, ainda que com outra denominação, remonta 
ao ano de 1843, durante o reinado de Dom Pedro II, sendo introduzido oficialmente 
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no sistema tributário sob a chancela da Lei Nº 4.625, de 31 de dezembro de 1922, 
seguido – a partir de 1924 – por cálculos sujeitos a tabela progressiva e, propriamente 
a partir de 1926, por taxas progressivas sobre a renda global, permanecendo em todas 
as Constituições Federais desde então (NÓBREGA, 2014, p. 24-54).
Na Carta Magna de 1988, o imposto de renda foi previsto no Artigo 153, inciso 
III (BRASIL, 1988), sendo que o parágrafo segundo traz características adicionais 
ao tributo, estabelecendo que será informado pelos critérios da generalidade, da 
universalidade e da progressividade, na forma da lei.
No plano infraconstitucional, o Artigo 43 do Código Tributário Nacional (BRASIL, 
1966), recepcionado pela CF na qualidade de lei complementar, estabelece que o 
imposto sobre a renda é de competência da União e tem como fato gerador a aquisição 
da disponibilidade econômica ou jurídica de renda, assim entendido o produto do 
capital, do trabalho ou da combinação de ambos e de proventos de qualquer natureza, 
assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior.
É majoritária a posição da doutrina nacional – face os Artigos 153 da CF e 43 do 
CTN – no sentido de que a incidência do imposto de renda exige acréscimo patrimonial. 
Nessa linha – e considerando os propósitos do presente trabalho – é suficiente mencionar 
o escólio de Oliveira (2008, p. 41), que é enfático ao afirmar que “[...] o fato gerador 
do imposto de renda se resume a aumento patrimonial”. Destoa desse entendimento,contudo, Schoueri (2010, p. 246-247), para quem o legislador infraconstitucional, por 
meio do Código Tributário Nacional, não fez opção pela teoria da renda-acréscimo 
ou teoria da renda-produto, permitindo que ambas sejam utilizadas para aferição da 
renda tributável. Em outras palavras, a tributação da renda não exigiria acréscimo 
patrimonial, podendo incidir o tributo em relação à renda-produto.
A despeito dessa dissonância, a doutrina não discrepa sobre a necessidade de a 
cobrança do imposto de renda levar em consideração a capacidade contributiva do 
sujeito passivo, haja vista a exigência contida no parágrafo primeiro do Artigo 145 
da CF (BRASIL, 1988). A esse respeito é importante notar que os impostos não 
exigem qualquer atuação estatal específica, de modo que sua cobrança somente 
encontra justificativa em razão da manifestação de riqueza por parte do contribuinte 
(AMARO, 2010, p. 53).
Nessa senda, se, de um lado, o Estado necessita de recursos para fazer frente aos 
seus gastos e investimentos, exigindo da população sacrifício financeiro por meio 
do pagamento de tributos, por outro lado, deve cobrá-los sem restringir a dignidade 
do contribuinte, que é afetada quando o imposto de renda é exigido em montante 
superior a sua capacidade de contribuição (ÁVILA, 2011, p. 16-19), pois, nesse caso, 
retira recursos necessários ao atendimento das necessidades vitais do povo, como 
educação, saúde, moradia etc. (UNAFISCO SINDICAL, 2005).
Na visão de Paulsen (2012, p. 97), a capacidade contributiva está relacionada ao 
mínimo vital necessário para que o contribuinte tenha uma existência digna, o que 
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exige que os tributos sejam graduados adequadamente, sob pena de incidirem em 
confisco.
Diante desse cenário, o Princípio da Capacidade Contributiva objetiva proporcionar 
que o financiamento da atividade estatal por meio da arrecadação tributária seja realizado 
por aqueles que detenham maior poder aquisitivo e na proporção das respectivas rendas 
(COSTA, 2014, p. 67). Segundo Ataliba, a capacidade contributiva é uma inexorável 
consequência do princípio da igualdade, havendo, portanto, indissociável ligação 
entre ambos (SECRETARIA DA FAZENDA..., 1975, p. 251).
Os Princípios da Capacidade Contributiva e da Igualdade – Art. 5º (BRASIL, 
1988), ao serem aplicados em conjunto, objetivam que todos sejam tratados 
igualmente, considerando suas desigualdades econômicas e, portanto, reduzindo as 
diferenças sociais ao considerar a capacidade que cada um possui em contribuir para 
o financiamento das atividades estatais, procurando honrar os aspectos da dignidade 
humana (COSTA, 2014, p. 67). Esse Princípio refere-se a uma igualdade relativa, e 
não uma igualdade absoluta, em que os iguais devem ser tratados igualmente e os 
desiguais desigualmente – Art. 150, II (BRASIL, 1988).
Dessa maneira, dois elementos fundamentais intrínsecos à Capacidade Contributiva 
se tornam relevantes e são a base de cálculo e alíquota, sendo o primeiro “[...] a 
grandeza econômica sobre a qual o valor devido a título de tributo, quando não é fixado 
diretamente pela lei, deverá ser, em cada caso, calculado” (MACHADO SEGUNDO, 
2018, p. 56) e o segundo que “[...] dá a compostura numérica da dívida, produzindo 
o valor que pode ser exigido pelo sujeito ativo [...]” (CARVALHO, 2012, p. 215).
Especificamente no que diz respeito ao imposto de renda, suas alíquotas devem 
ser progressivas, atendendo ao parágrafo segundo, do inciso III do Artigo 153 da 
Constituição Federal (BRASIL, 1988). Analisando a progressividade, Machado 
Segundo (2018, p. 112) explica que o tributo progressivo é aquele em que o ônus 
assumido pelo contribuinte aumenta conforme aumenta, em geral, sua base de cálculo. 
A seu ver, quando se fala em tributar progressivamente a renda, está-se buscando 
uma justiça tributária e redução das desigualdades sociais, aumentando a alíquota 
em razão proporcional à renda.
Paulsen (2012, p. 363) concorda com essa afirmação ao reforçar que esse princípio 
está diretamente ligado a uma variação positiva da alíquota de acordo com o aumento 
da base de cálculo do tributo, entendendo que a sistemática faz cumprir o Princípio 
da Capacidade Contributiva, visto que quanto maior for a capacidade de contribuir 
para o erário, maior será a base de cálculo.
Nesse entendimento, Coêlho (2012, p. 250) acredita que existe um acerto na 
tributação por taxas progressivas ao afirmar que “Profundamente infratora [...] seria a 
norma tributária que criasse um imposto fixo [...] cuja prestação fosse quantitativamente 
idêntica para todos os contribuintes, independentemente do valor desses rendimentos”.
36
No entanto, capacidade contributiva e progressividade não se confundem. Enquanto 
o primeiro refere-se às condições de riqueza do contribuinte, o segundo refere-se à 
aplicação de maiores alíquotas para as riquezas maiores (AMARO, 2010, p. 165).
Surge, então, uma controvérsia relacionada ao tema: seria a progressividade uma 
exigência do princípio da capacidade contributiva? A questão é pertinente, na medida 
em que a aplicação de alíquotas proporcionais tem como consequência um aumento 
do montante absoluto de imposto a ser recolhido pelo contribuinte, o que, em tese, 
atenderia ao princípio da capacidade contributiva.
Ocorre, contudo, que esse entendimento não é pacífico, conforme denota Machado 
Segundo (2018, p. 277) quando se propõe a esclarecer o assunto:
Uma das ideias subjacentes ao uso da progressividade, no caso do imposto sobre a 
renda, é a de que a renda tem utilidade cada vez menor ao seu titular, conforme cresce 
o seu montante. Em um exemplo banal, pode-se dizer que um hipotético imposto de 
renda por alíquota única de 10%, sem limite de isenção ou possibilidade de deduções, 
seria injusto, contrário à capacidade contributiva e promotor de tratamento desigual 
entre contribuintes, pois subtrair R$ 100,00 de um sujeito que ganha apenas R$ 
1.000,00 por mês representa para esse contribuinte muito maior sacrifício do que a 
subtração de R$ 10.000,00, relativamente a um contribuinte cujos rendimentos mensais 
sejam de R$ 100.000,00, embora nos dois casos o ônus seja rigorosamente de 10%.
A ideia de que a tributação proporcional representa sacrifício inferior para os 
mais ricos e, portanto, vai de encontro ao princípio da capacidade contributiva, está 
relacionada com a Teoria do Sacrifício, que associa o pagamento dos tributos à renda 
efetiva do cidadão. Nessa linha, na medida em que, após o pagamento dos tributos, 
o montante absoluto de renda do contribuinte mais rico é superior ao do contribuinte 
menos favorecido, seu sacrifício seria inferior, haja vista continuar dispondo de mais 
riqueza.
Dessa maneira, o atendimento à Teoria do Sacrifício exigiria sacrifício semelhante 
de todos contribuintes, conforme expõe Schoueri (2019, p. 407) ao dizer que, segundo 
a Teoria, “[...] deve o tributo implicar sacrifício equivalente de contribuintes de igual 
capacidade. Diferentes capacidades contributivas, por sua vez, implicam tratamento 
diverso. A medida da diversidade deveria ser tal que assegurasse a equivalência na 
quota de sacrifício”. 
Entretanto, é inexorável que existe uma grande dificuldade em conceituar 
com objetividade “sacrifício equivalente” para rendas completamente diferentes, 
ocasionando uma situação em que o Estado deveria cobrar quase sempre daquele 
com maiores condições financeiras, até que o saldo de sua renda se igualasse ao saldo 
da renda dos menos abastados. Portanto, “[...] a teoria do sacrifício não implicaria 
em progressividade, mas sim em isentar os mais pobres, tributando-se, sempre, os 
mais ricos até que esses se igualassem aos primeiros” (SCHOUERI, 2019, p. 408). 
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Aceitando essa linha de pensamento, a progressividade não seria decorrência 
necessária do princípio da capacidade contributiva, mas sim caminha no sentido de 
uma justiça distributiva e em nada se refere à ideia de sacrifício, pois, se assim o 
fosse, provavelmente ela conduziria a tributação paraa seara do confisco.
Independentemente das discussões nesse sentido, no Brasil a adoção da 
progressividade, conforme dito alhures, é exigência constitucional. Em termos 
práticos, a progressividade é externada por meio de uma tabela constando o valor 
de isenção e a alíquota a ser aplicada para cada base de cálculo, numa metodologia 
de degraus, ou seja, a cada novo patamar de rendas e proventos uma nova alíquota é 
aplicada, somando-se com o valor do tributo apurado no degrau anterior.
Para facilitar a apuração, a legislação aplicável divulga a “parcela a deduzir”, 
referindo-se – única e exclusivamente – ao valor que deve ser calculado para as 
alíquotas na faixa de cada degrau, conforme Quadro 1: Incidência anual do IRPF:
Quadro 1: Incidência anual do IRPF 
Fonte: Brasil (2019).
Importante notar que, ao observar a história do Brasil, a tabela progressiva 
enfrentou diversas alterações, como pode ser observado no Quadro 2: Demonstrativo 
da progressividade do IRPF ao longo dos anos:
Quadro 2: Demonstrativo da progressividade do IRPF ao longo dos anos
 
38
Fonte: Queiroz (2004, p. 41).
Além das variações apresentadas nas alíquotas, a manutenção da base de cálculo 
da tabela em valor fixo durante diversas sequências de anos certamente comprometeu 
a situação econômico-financeira do contribuinte, pois não acompanhou qualquer 
índice inflacionário, como pode ser observado no Quadro 3: Histórico de isenção da 
tabela progressiva de 1994 a 2022 (parcial julho/22):
Quadro 3: Histórico de isenção da tabela progressiva anual de 1994 a 2022
39
Fonte: adaptado de Brasil (2019).
Sobreleva destacar que no Brasil existem diversas classes sociais, que podem 
ser classificadas de “A” a “F” ou por meio de outras nomenclaturas. Entretanto, 
observa-se no Quadro 1: Incidência anual do IRPF, ainda que inclusa a faixa de 
isenção, atualmente há apenas 5 degraus na tabela, número menor que a classificação 
socioeconômica populacional. Isso é um indicativo de que a progressividade da atual 
tabela não captura a situação socioeconômica do brasileiro, o que pode conduzir a 
uma tributação menos concernente com os ditames constitucionais.
A classificação em classes socioeconômicas objetiva separar a população de acordo 
com sua renda e qualidade de vida, demonstrando eventuais desigualdades sociais, 
o que pode colaborar para a avaliação relacionada aos efeitos da falta da atualização 
da tabela progressiva do imposto de renda.
Existem diversas metodologias classificatórias, como as pesquisas realizadas desde 
1997 pela Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa (ABEP), que visam medir 
o poder aquisitivo dos cidadãos por meio dos bens e da escolaridade. Anteriormente, 
a classificação era efetuada somente com base em renda, mas observou-se que, 
avaliando patrimônio, obtêm-se dados mais precisos (SALLA, 2011).
Outras fontes ainda a classificam de acordo com a renda, como a Secretaria de 
Assuntos Estratégicos do Governo (SAE). De acordo com sua pesquisa em 2012, a 
nova classe média era composta por pessoas com a renda mensal per capita entre R$ 
291,00 e R$ 1.019,00, que, por sua vez, se dividem em baixa, média e alta (AGÊNCIA 
BRASIL, 2012). 
Na mesma linha, em pesquisa realizada pelo Datafolha em 2017, o critério para 
a divisão das classes permaneceu sendo a renda. Lamentavelmente, verificou-se que 
o Brasil se encontra entre as nações com maior desigualdade social, sendo apontado 
40
que os milionários representam somente 1% da população brasileira. A pesquisa ainda 
relatou que as maiores causas das desigualdades estão associadas à falta de emprego, 
de educação e à corrupção (OXFAM BRASIL, 2017).
A respeito do tema envolvendo a concentração de renda, quando colocado em 
perspectiva evolutiva, a situação brasileira tem piorado com o passar do tempo, visto 
que, em 2002, a totalidade da renda nacional era dividida da seguinte forma: 1% dos 
mais ricos concentravam 13,42% da renda nacional ao passo de 50% dos mais pobres 
detinham apenas 12,98% (CUNHA, 2005, p. 3).
Aproximadamente treze anos depois, Medeiros, Souza e Castro (2015, p. 974) 
afirmaram que 25% da renda nacional estava dividida entre os 1% da população 
considerada mais rica e que os 5% dos brasileiros mais ricos recebiam juntos exatamente 
a mesma quantia que os demais 95%, revelando o peso da desigualdade econômica da 
população brasileira, o que é confirmado por Georges (2017, p. 17) ao afirmar que “O 
Brasil é um dos países mais desiguais do mundo. Nossos indicadores de desigualdade 
são como diferentes lentes que fotografam o mesmo problema – o distanciamento 
hierarquizado de grupos sociais”.
Georges (2017, p. 19-22, 63-64) inclusive relata que 80% da população brasileira, 
equivalentes a 165 milhões de pessoas em 2015, recebeu renda per capita inferior 
a 2 salários mínimos e que os 1% mais ricos possuem uma renda mensal superior 
a R$ 40.000,00. Ele também informa que a renda individual dos 9 entre os 10 mais 
ricos se encontra na faixa entre 3 e 20 salários mínimos. 
Associado a essa situação, dados alarmantes de desigualdade atingem uma faixa 
denominada de “topo do topo”, onde existe renda, boa parte não tributada, que supera 
o valor de R$ 190.000,00 mensais (GEORGES, 2017, p. 24).
Sob o ponto de vista tributário, uma pesquisa do Datafolha descreve que 75% dos 
entrevistados indicam que o governo não deve aumentar os tributos da população 
em geral, mas 71% concordaram com a majoração da carga tributária para os mais 
ricos, de maneira a garantir melhores condições para educação, saúde e moradia dos 
desfavorecidos (OXFAM BRASIL, 2017).
Importante notar que os países desenvolvidos, que apresentam uma menor 
desigualdade social, têm foco na tributação sobre a renda e patrimônio em detrimento 
da tributação sobre o consumo, considerada como regressiva, afetando, portanto, os 
mais pobres (AMARO, 2010, p. 112-114, 164-168, 326-328).
Idealmente, portanto, os tributos sobre consumo deveriam ser menores, visto que 
impactam diretamente as classes sociais de menor poder aquisitivo e, se for o caso, 
para os produtos não essenciais, que é o foco de consumo dos mais ricos, aplicam-se 
tributos maiores. Numa avaliação estritamente financeira é fácil afirmar que quanto mais 
pobre for, mais imposto se paga proporcionalmente a sua renda, ainda que o imposto 
de renda isoladamente apresente características de progressividade (FOLHA, 2013).
41
Pensando nisso, Georges (2017, p. 41) afirma: 
Pessoas que ganham 320 salários mínimos mensais pagam uma alíquota 
efetiva de imposto (ou seja, aquela realmente paga após descontos, deduções 
e isenções) similar à de quem ganha cinco salários mínimos mensais, e quatro 
vezes menor em comparação com declarantes de rendimentos mensais de 15 
a 40 salários mínimos [...]. A progressividade das alíquotas efetivas cresce 
até a faixa dos 20 a 40 salários mínimos de rendimentos, passando a partir 
daí a cair vertiginosamente, justamente nos grupos mais ricos do País. 
Esse cenário é confirmado pela Unafisco Sindical (2005), ao demonstrar que 
as necessidades do Estado são providas pelos cidadãos de menor poder aquisitivo, 
chegando estes em 2005 a contribuir com 61% das receitas da União.
Corrigir a regressividade do sistema, portanto, é medida de justiça fiscal, haja 
vista não haver respaldo constitucional para que classes sociais mais abastadas sejam 
tributadas de forma mais branda do que aquelas consideradas mais necessitadas. Nessa 
linha, a progressividade do imposto de renda poderia ser medida que, se não resolve 
por completo o problema, ao menos o minimiza. Ocorre que a tabela progressiva não 
vem sendo atualizada adequadamente, sendo que em 2019 completou o quarto ano 
consecutivo sem majoração. Como consequência, a renda líquida do contribuinte é 
reduzida, o que afeta seu poder aquisitivo, tornando o sistema ainda mais regressivo.
Sobre o tema, Costa (2014, p. 259) afirma que a falta de atualização constante, 
ou simplesmente desatualização da tabela, provoca defato um aumento oculto do 
IRPF e, portanto, se está diante de uma situação em que o imposto foi majorado sem 
qualquer autorização legislativa.
Ainda que se chegue à conclusão de que a não atualização da tabela do imposto de 
renda não representa efetiva majoração do tributo, de fato existe um comprometimento 
da capacidade contributiva. Isso porque a majoração dos salários em percentuais 
correspondentes à inflação não representa qualquer ganho real, mas mera recomposição 
do poder de compra do contribuinte. Contudo, considerando que a tabela progressiva 
do imposto de renda não é atualizada de acordo com a inflação, a majoração do salário 
do contribuinte tem como consequência um aumento da carga tributária, reduzindo seu 
poder de compra, o que significa menor condição de sobrevivência com dignidade.
Ademais, é mister afirmar que a falta de atualização da tabela de IRPF – ou sua 
atualização deficiente – tem como efeito que a cada ano mais contribuintes deixam a 
faixa de isenção e passam a ser tributados, sem que tenham auferido qualquer melhora 
em suas condições econômicas, o que revela a ineficiência da tabela progressiva atual.
De acordo com Vasconcellos e Garcia (2008, p. 265), o maior impacto provocado 
pela inflação numa economia é a perda do poder aquisitivo das pessoas que possuem 
rendimento fixo e que dependem de prazos legais para reajuste salarial, como acontece 
com os trabalhadores assalariados e que, em grande parte, constituem a classe mais 
42
pobre da população. Em suas palavras, “[...] costuma-se dizer que ‘a inflação é um 
imposto sobre os pobres’”. 
Nessa vereda, é relevante enfatizar o sucesso do Plano Real no controle inflacionário 
do país, que manteve a inflação dentro de limites considerados satisfatórios, visto 
que, no início da década de 90, ela chegou a ultrapassar 2000% ao ano. No entanto, 
inobstante nas últimas duas décadas a inflação se manter relativamente controlada, 
permanece existindo uma corrosão do poder de compra dos brasileiros, prejudicando 
a satisfação de suas necessidades mínimas de sobrevivência. 
Na visão de Martins e Rodrigues (2014, p. 169), a não correção da tabela na 
mesma proporção da inflação do período gera uma tributação sobre uma “não renda”, 
seja na definição jurídica ou econômica, subvertendo o seu conceito constitucional, 
provocando a diminuição do patrimônio do contribuinte e, por consequência, ofendendo 
o Princípio da Capacidade Contributiva. 
Disto infere-se que, ao aumentar a arrecadação do Estado sem gerar uma mais-
valia real ao contribuinte, está o legislador infraconstitucional criando uma riqueza 
fictícia para justificar seus atos inconstitucionais, tal como demonstram os fatos 
históricos, inclusive justificados como uma necessidade crescente de receitas por 
parte do Poder Público.
Há, inclusive, aqueles que entendem que a falta de correção da tabela do imposto 
de renda pode ser considerada como confisco, como é o caso de Martins e Rodrigues 
(2014, p. 170) e Cunha (2005, p. 6), que defendem a atualização urgente da base de 
cálculo para manter a equidade na tributação.
Importa notar, adicionalmente, que um dos objetivos fundamentais da República 
Federativa do Brasil, CF/88, Art. 3º, III, é “erradicar a pobreza e a marginalização 
e reduzir as desigualdades sociais e regionais” (BRASIL, 1988), contudo a falta de 
atualização da tabela do imposto de renda pouco colabora para atingir esse desiderato. 
Aparentemente, apesar de todos esses argumentos favoráveis ao reajuste da tabela 
progressiva, o principal motivo utilizado para justificar a falta do referido ajuste é o 
efeito que acarretará à arrecadação tributária da União. Corroborando essa conclusão, 
recentemente, o atual secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, concordou que a 
tabela progressiva deve ser reajustada, porém afirmou há necessidade de ser garantida 
a neutralidade da arrecadação para o Estado, evitando perdas financeiras, já que muitos 
contribuintes entrarão na faixa de isenção (ROCHA; BRONZATI; ASSIS, 2019). 
Isso indica que existe uma inversão de valores ao priorizar a arrecadação tributária, 
mesmo em detrimento aos princípios constitucionais.
43
Para fins de análise acerca dos efeitos deletérios da falta de atualização da tabela do 
imposto de renda, serão utilizados dados que refletem a perda da capacidade econômica 
dos contribuintes em razão da redução do poder de consumo generalizado da renda. 
Parte-se, assim, dos índices IPCA e INPC, que medem a inflação de um período 
mensal e consideram um conjunto de produtos e serviços de consumo pessoal 
necessários para as famílias de determinadas regiões (IBGE, 2019a).
As regiões abrangidas pelos índices são: regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, 
Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto 
Alegre, além do Distrito Federal e dos municípios de Goiânia e Campo Grande 
(IBGE, 2019a).
Ao seu turno, a composição dos índices considera os seguintes itens: alimentação 
e bebida, habitação, artigos de residência, vestuário, transportes, saúde e cuidados 
pessoais, despesas pessoais, educação e comunicação, cada qual com o seu detalhamento 
e respectivo peso (IBGE, 2019a).
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) refere-se às famílias 
com rendimentos entre 1 e 40 salários mínimos e tem por objetivo específico medir 
a inflação de um conjunto de produtos e serviços comercializados no varejo (IBGE, 
2019b).
Por sua vez, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) refere-se às 
famílias com rendimentos assalariados entre 1 e 5 salários mínimos e tem por objetivo 
específico demonstrar as variações no poder de compra dos salários em relação às 
variações de preços da cesta de consumo. Por se tratar de 1 a 5 salários, obviamente 
trata-se da população de menor poder aquisitivo (IBGE, 2019c).
Diante disso, para esta pesquisa, levou-se em consideração a variação desses 
índices, desde julho de 1994, quando do início do Plano Real, até junho de 2022, no 
qual observa-se que ambos possuem uma dispersão semelhante ao longo do tempo, 
conforme demonstra o Gráfico 1: Comparação IPCA e INPC, clarificando que, para 
fins de avaliação da defasagem da tabela progressiva de IRPF ao longo de vários 
anos, os dois índices podem ser utilizados igualmente como parâmetro. 
Observa-se que nesse período de 28 anos, a inflação medida pelo IPCA foi de 
653,1% e a inflação medida pelo INPC foi de 678,2%, representando uma divergência 
absoluta entre os dois índices de aproximadamente 4%.
44
Gráfico 1: Comparação IPCA e INPC
Fonte: dados extraídos de IBGE (2022).
Outro dado indispensável para a análise acerca do reajuste da tabela do imposto 
de renda refere-se ao salário mínimo. Trata-se de direito garantido pela Constituição 
Federal no art. 7º, IV (BRASIL, 1988), que foi criado no final da década de 1930 
com o objetivo de proporcionar ao trabalhador o atendimento das “[...] necessidades 
vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, 
vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que 
lhe preservem o poder aquisitivo [...]”. Além disso, ele constitui o mínimo que um 
trabalhador deve receber pelos seus serviços prestados a uma entidade (BERRIOS; 
SANTOS, 2016, p. 7).
Estudos demonstram que, desde a sua criação, ocorreu um efeito de perda em seu 
valor real, como em 1969, por exemplo, quando o poder aquisitivo reduziu 22,2% 
em relação a 1964, ou em 1974, quando acumulou perdas de 42% em relação a 
esse mesmo ano, principalmente por conta da inflação. Sua importância histórica 
é reconhecida ao fato que, em 1972, 50% dos assalariados recebiam até um salário 
mínimo e 22,8% recebiam entre um e dois salários (LACERDA et al., 2013).
O Gráfico 2: Evolução do Salário Mínimo demonstra a curva de crescimento 
nominal entre julho de 1994, logo após a implantação do Plano Real, até junho de 
2022, saindo de R$ 64,79 e chegando a R$ 1.212,00 mensais, que representaum 
incremento de 1771%.
45
Gráfico 2: Evolução do Salário Mínimo
Fonte: elaborado pelo autor a partir de Portal Brasil (2022).
Estudos da Dieese (2022a) indicam que o salário mínimo oficial é, historicamente, 
inferior ao que o Instituto considera necessário para atendimento às necessidades 
básicas dos cidadãos. Segundo esses estudos, em julho de 1994 o salário mínimo 
necessário era de R$ 590,33 e, em junho de 2022, o montante atingiu R$ 6.527,67. 
Esse aumento do mínimo necessário de R$ 590,33 para R$ 6.527,67 representaria 
um incremento de 1006%.
Para essa análise, a Dieese (2016) partiu do pressuposto constitucional de que o 
salário deve proporcionar ao trabalhador uma série de garantias que gere um mínimo 
de dignidade humana e, portanto, o suficiente para manter uma família de acordo 
com diversos itens considerados essenciais à sobrevivência.
Dessa forma, a Tabela 1: Salário mínimo oficial x necessário demonstra uma 
redução percentual da disparidade entre o salário mínimo oficial e o salário mínimo 
necessário, indicando que nos últimos 28 anos o salário mínimo oficial foi reajustado 
em percentuais superiores à inflação, mas ainda insuficiente para atender ao mínimo 
necessário indicado pelo Dieese.
Tabela 1: Salário Mínimo Oficial vs. Necessário
Fonte: elaborado pelo autor a partir de Dieese (2022a).
–
 
46
Diferentemente, as profissões, e principalmente as regulamentadas, possuem 
alteração de seu salário-base por convenção coletiva ou o mínimo definido por 
associações de classe, sempre respeitando o mínimo legal a ser pago, como garantia 
constitucional.
Ao avaliar os salários de julho de 1994 e de junho de 2022 de 25 profissões, 
observa-se um crescimento salarial médio infinitamente inferior aos reajustes do 
salário mínimo, do IPCA ou INPC do período, totalizando 206% de crescimento 
médio, conforme a Tabela 2: Crescimento dos Salários.
Para os dados de 1994 foi utilizado um relatório trabalhista da Consultoria de 
Pessoal Sato (SATO, 1994) e do Plano de Carreiras, Cargos e Salários da Empresa 
Brasileira de Correios e Telégrafos (SINTECT-MG, 1995), disponível na rede de 
computadores. Por sua vez, os salários para o ano de 2022 foram obtidos do Cadastro 
Geral de Empregados e Desempregados (Novo CAGED), eSocial e Empregador 
Web (SALÁRIO, 2022). 
Muito embora as bases sejam diversas, permitem visualizar uma tendência, 
principalmente quando já existem as evidências de que o salário mínimo proporcionou 
ganhos reais, enquanto as diversas crises financeiras enfrentadas pelo país nesses 
últimos anos fizeram com que as companhias reduzissem seus gastos, sendo os 
salários afetados. 
Por si só, a Tabela 2: Crescimento dos Salários indica que a capacidade econômica 
da população foi completamente afetada, já que os salários cresceram somente cerca 
de 1/3 da inflação do mesmo período, ainda que diante de ganhos reais no reajuste 
do salário mínimo em alguns anos.
Tabela 2: Crescimento dos Salários
 
 
47
Fonte: elaborado pelo autor a partir de Salário (2022).
Seguindo o mesmo raciocínio, quanto ao mínimo necessário a uma vida digna, 
o Dieese (2019a) realiza periodicamente “A Pesquisa Nacional da Cesta Básica de 
Alimentos (PNCBA) [que] é um levantamento contínuo dos preços de um conjunto 
de produtos alimentícios considerados essenciais”, cuja metodologia consiste em 
compor a cesta por 13 alimentos em quantidade suficientes para a subsistência de 
um adulto durante um mês.
Assim, utilizando o Estado de São Paulo como base, entre julho de 1994 e junho 
de 2022, totalizando exatos 28 anos, houve um incremento dos custos dessa cesta 
básica em 1053%, ao sair de R$ 67,40 para R$ 777,01 (DIEESE, 2022). As variações 
desse aumento podem ser observadas no Gráfico 3: Aumento da Cesta Básica.
Gráfico 3: Aumento da Cesta Básica
Fonte: elaborado pelo autor a partir de Dieese (2022).
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
48
Considerando esse cenário, é nítido que alguns indicadores sofreram variações 
desproporcionais a outros, como a poupança, salário mínimo oficial e salário médio, 
conforme pode ser observado no Gráfico 4: Comparação de indicadores 1994-2022; 
portanto, devem ser desconsiderados da análise da defasagem da tabela progressiva 
do IRPF.
Gráfico 4: Comparação de indicadores 1994-2022
Fonte: elaborado pelo autor (2022).
Historicamente, desde sua implantação, nunca houve uma política estável quanto 
aos cálculos, tabelas e critérios para a tributação da renda das pessoas físicas, ainda 
que constitucionalmente tenham sido introduzidos instrumentos regulatórios para 
garantir uma tributação equitativa, de acordo com a capacidade de contribuir, inclusive 
objetivando evitar o confisco.
Entretanto, sem adentrar, neste momento, em uma seara mais arenosa desta 
discussão, quando o período compreendido nos últimos 28 anos é observado, ainda 
que diante do emprego de políticas públicas cujo desiderato buscava uma melhor 
distribuição da renda da população (sendo pertinente exaltar o crescimento real do 
salário mínimo), o poder aquisitivo, principalmente daqueles que se encontram as 
classes menos abastadas, tem sido reduzido paulatinamente
Agrava esse cenário o fato de a tabela progressiva do IRPF sofrer reajustes – 
considerando o período compreendido entre 1994 e 2022 – significativamente inferiores 
à inflação. Toma-se como exemplo a inflação medida no período pelo IPCA (653,1%) 
e a inflação medida pelo INPC (678,2%), em comparação com o reajuste da faixa 
de isenção da tabela do imposto de renda, cujo percentual atingiu 139%, saindo de 
R$ 9.543,00 para R$ 22.847,76 em 2022. Admitindo, por hipótese, que os salários 
tenham sido reajustados em patamares semelhantes aos índices inflacionários, em 
termos práticos, a consequência é que diversos contribuintes passaram a recolher 
49
imposto de renda inobstante a inexistência de qualquer melhora em suas respectivas 
situações econômicas.
Esse entendimento é endossado pela pesquisa do Sindifisco Nacional (2019, 
p. 7), que concluiu que a correção da tabela do imposto de renda está aquém da 
inflação oficial, cuja consequência é que diversos contribuintes são alçados para 
outra faixa de tributação sem que tenham efetivamente obtido reajuste salarial, mas 
mera recomposição do poder de compra em razão da inflação. Ainda, segundo essa 
pesquisa, o resultado dessa política de reajuste da tabela do imposto de renda foi, 
justamente, reduzir a renda disponível aos contribuintes.
O Gráfico 5: Isenção e alíquota máxima demonstra a variação da primeira e última 
faixa de tributação da tabela progressiva desde o início do Plano Real. É importante 
destacar que nos anos de 1995 e 1996 foi criado um degrau de tributação, com alíquota 
de 35% para rendas anuais acima de R$ 171.771,00 e 158.457,40 respectivamente, 
e que não consta no gráfico para evitar distorção da análise, visto que essa faixa 
durou apenas 2 anos, sendo extinta em 1997. Além disso, para os anos entre 1994 
e 2008, a tabela continha somente 3 degraus, passando a 5 faixas a partir de 2009 e 
permanecendo dessa maneira até o momento.
Gráfico 5: Isenção e alíquota máxima
Fonte: elaborado pelo autor (2022).
Nota-se que em 1994 o limite anual da faixa de isenção da tabela progressiva 
era de R$ 9.543,00, correspondente ao limite mensal de R$ 795,25 que, por sua vez, 
correspondia a 12,3 salários mínimos, passando no ano de 2000 para 6,0 salários 
e chegando em 2022 a apenas 1,6 salários, conforme consta no Gráfico 6: Salário 
mínimo mensal X isenção IRPF mensal. Confira-se:
50
Gráfico 6: Salário mínimo mensal vs. isenção IRPF mensal
Fonte: elaborado pelo autor (2022).
Mister se faz ressaltar que o salário mínimo oficial sequer é considerado suficiente 
para atendimento das necessidades básicas dos cidadãos, ao menos de acordo com o 
Dieese (2022a), que estima que o montante adequado seria de 6.527,67. Mesmo diante 
de discordâncias acerca da metodologia do Dieese, é seguro concluir que, diante de 
taxas inflacionáriasde aproximadamente 660%, o reajuste da faixa de isenção em 
apenas 139% revela que a tributação da renda não vem levando em consideração 
a situação econômica dos contribuintes, o que parece contradizer o princípio da 
capacidade contributiva.
Fugindo da aridez da leitura, basta tomar como exemplo um contribuinte que 
em 1994 recebia salário mensal correspondente ao limite de isenção do imposto de 
renda, ou seja, R$ 795,25. Significa dizer que, naquele ano, não estava obrigado ao 
recolhimento do tributo. Aceitando que seu salário foi reajustado em termos nominais 
em 653,1% – que corresponde à taxa de inflação do período medida pelo IPCA, em 
junho de 2022 o valor seria de R$ 5.988,76. Nesse caso, em 2022 esse contribuinte 
deveria recolher, a título de imposto de renda, a quantia de R$ 546,98, já considerado 
o desconto relativo ao INSS. Em outras palavras, a mera recomposição do poder de 
compra do seu salário ocasionou um ônus adicional de R$ 546,98, o que, contrario 
sensu, acarretou a redução do seu poder aquisitivo.
É bem verdade que nem todos os contribuintes obtiveram reajuste salarial 
correspondente às taxas inflacionárias. A Tabela 2: Crescimento dos Salários 
demonstra que grande parte das profissões obteve reajustes salários inferiores à 
inflação. Entretanto, esse cenário considerado, o reajuste médio foi de 206%, superior 
ao reajuste da tabela do imposto de renda no mesmo período. Ainda mais grave é o 
fato de que a falta de reajuste da tabela afeta, principalmente, os mais pobres, o que 
51
é referendado pela constatação de que o salário mínimo foi reajustado em 1771%, 
muito superior ao reajuste da tabela do imposto de renda no mesmo período.
Aprofundando a análise, quando se observa exclusivamente a tabela progressiva do 
imposto de renda desde 1994 e se propõe a realizar uma hipotética atualização, está-se 
diante da questão de qual indexador deveria ser utilizado para obter conclusões. Como 
já elencado, os indexadores IPCA, INPC, cesta básica e salário mínimo necessário 
conseguem traduzir de forma mais acurada os efeitos da inflação. Portanto, sugere-
se um índice de atualização por meio do cálculo ponderado desses quatro fatores.
Tabela 3: Ponderação de indicadores
Fonte: elaborado pelo autor (2022).
A Tabela 3: Ponderação de indicadores demonstra esse cálculo, obtendo-se uma 
média ponderada de 846,0% a ser aplicada sobre a tabela do IR. 
Por sua vez, no período de julho de 1994 a junho de 2022, a tabela progressiva 
do IRPF foi incrementada na primeira faixa em 139% (saindo de R$ 9.543,00 para 
R$ 22.847,76 por ano); no entanto, a inflação acumulada do mesmo período pela 
ponderação dos quatro indicadores foi de 846,0%, ocasionando uma defasagem efetiva 
da tabela em 295,1%, ou seja, o limite de isenção deveria ser quase 4x (quatro vezes) 
maior que o valor atual, conforme demonstrado na Tabela 4: Resíduos da Tabela do 
IRPF. Com isso, o limite de isenção anual ao final de 2022 deveria ser de R$ 90.272,94, 
e o limite mensal de R$ 7.522,75, para acompanhar a inflação real desde 1994.
52
Tabela 4: Resíduos da tabela do IRPF1
1 Onde:
 TOTAL 550,3% = (MULTIPLICAÇÃO DE ‘(A)’) - 1
 TOTAL 139,4% = (MULTIPLICAÇÃO DE ‘(B) + 1’) - 1
 TOTAL 171,6% = (MULTIPLICAÇÃO DE ‘(C) + 1’) - 1
 (C) RESÍDUO = (‘(A)’ / ‘(B) + 1’) - 1
 
 
 
53
Fonte: Elaborado pelo autor, com base em Sindifisco Nacional (2022).
Nessa mesma metodologia de cálculo, mas com base exclusivamente no índice 
IPCA, o Sindifisco Nacional (2019, p. 4) informou que a defasagem média acumulada 
da tabela progressiva de 1996 a 2018 é de 95,4%, sendo 93,8%, especificamente, 
para a faixa de isenção.
Destaca-se que, se a base dessa pesquisa fosse de 1996 a 2018, ainda que utilizando 
a ponderação de indicadores para determinar a defasagem média acumulada, obter-
se-ia o percentual de 94,8%, muito próximo à pesquisa do Sindifisco Nacional, 
demonstrando claramente que os anos de 1994 e 1995, mesmo com o início do Plano 
Real, geraram impactos significativos na perda do poder aquisitivo da população e 
que não estão refletidos nas atualizações do imposto de renda a ser pago.
De igual maneira, um levantamento realizado pelos auditores da Receita afirma 
que a defasagem da tabela progressiva chegou a 147,4% no período de 1996 a 2021 
(SPEDNWEWS, 2022), sendo que pela ponderação proposta dos índices se obteria 
nesse intervalo 159,9%, uma variação muito próxima, confirmando o levantamento 
realizado.
Assim, ajustando tabela oficial atual, demonstrada no Quadro 1: Incidência 
anual do IRPF, em 295,1%, são obtidos novos degraus para as alíquotas de IRPF, 
aproximando a tributação aos propósitos da capacidade contributiva, conforme pode 
ser observado no Quadro 4: Tabela progressiva anual ajustada.
Quadro 4: Tabela progressiva anual ajustada
Fonte: Elaborado pelo autor (2022).
 
54
Os dados acabam por demonstrar que o imposto de renda da pessoa física vem 
sendo majorado indiretamente, visto que a atualização da tabela progressiva no período 
compreendido entre julho/1994 e junho/2022 não foi suficiente para equipará-la com 
a inflação do período, independentemente do índice considerado, o que inclui o IPCA 
ou INPC, proporção do salário mínimo necessário ou cesta básica. 
A Tabela 5: Simulação do imposto de renda pessoa física demonstra o valor a ser 
pago de IRPF de acordo com os cálculos da tabela vigente oficial e de acordo com a 
tabela corrigida proposta, demonstrada no Quadro 4: Tabela progressiva anual ajustada.
Tabela 5: Simulação de imposto de renda pessoa física2
2 O cálculo da Tabela 5: Simulação do imposto de renda pessoa física parte do cálculo da renda tributável, ou seja, para 
essa simulação todas as despesas dedutíveis já foram abatidas.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
55
Fonte: Elaborado pelo autor (2022).
Observa-se que uma pessoa com renda anual tributável de R$ 90.272,94 pagará 
em imposto de renda, se calculado pela tabela vigente, um total de R$ 14.392,74, o 
que representa uma alíquota efetiva de 15,9%. No entanto, esse valor de R$ 90.272,94 
seria considerado isento se calculado pela tabela corrigida. Cumpre, inclusive, destacar 
que esses 15,9% representam uma corrosão do patrimônio do contribuinte, que deixa 
de utilizar os recursos na satisfação de suas necessidades vitais. 
Ademais, o último degrau de tributação na tabela possui uma alíquota nominal 
de 27,5% que, por sua vez, tende a se aproximar da alíquota efetiva na medida em 
que a renda se torna maior. Observa-se que quanto maior é a renda tributável do 
contribuinte, menor é a diferença existente entre a tabela vigente e a tabela corrigida, 
proporcionando uma diferença ínfima nas classes sociais de maior poder aquisitivo. 
Nesse sentido, a alíquota efetiva de um contribuinte que ganha R$ 3.000.000,00 ao 
ano é de 27,2%, ao passo que um contribuinte com praticamente o triplo de renda, ou 
seja R$ 9.600.000,00 sofre a incidência efetiva de 27,4%, o que revela uma diferença 
percentual insignificante.
Por sua vez, quando são analisadas as classes mais baixas, conclui-se que essa 
diferença percentual é mais significativa. Para quem ganha R$ 24.000,00 a alíquota 
efetiva é de 0,4%, ao passo que quem ganha o dobro arca com alíquota efetiva 
de 6,6%. Isso revela que a progressividade do imposto de renda, especialmente 
considerando a inexistência de atualização da tabela, não atinge o desiderato de 
reduzir a regressividade do sistema tributário, causado, especialmente, por conta da 
tributação sobre o consumo.
Ademais, é preciso insistir no fato de que a atualização inadequada da tabela do 
imposto de renda, conforme demonstrado pelos dados anteriormente mencionados, tem 
como consequência a tributação de contribuintes que, no passado, eram considerados 
isentos e, em razão da reposição salarial decorrente da inflação, passam a sacrificar 
parte da renda, sem que tenham tido verdadeira melhora em sua situação econômica, 
o que parece contrariar o princípio da capacidadecontributiva.
O parágrafo primeiro do Artigo 145 da Constituição Federal exige que os impostos 
deverão, sempre que possível, ser graduados segundo a capacidade econômica dos 
contribuintes. Por sua vez, o inciso I do parágrafo segundo do Artigo 153 expressamente 
 
 
56
exige que o imposto de renda seja informado pelos critérios da generalidade, da 
universalidade e da progressividade, na forma da lei.
A Doutrina jurídico-tributária diverge sobre ser a progressividade corolário do 
princípio da capacidade contributiva. Parte dela entende que a proporcionalidade 
das alíquotas exigiria sacrifício inferior dos contribuintes com maior capacidade 
econômica, o que seria contrário ao disposto no parágrafo primeiro do Artigo 145 
da Constituição Federal. Outra linha doutrinária defende que a aplicação da Teoria 
do Sacrifício levaria à tributação apenas dos contribuintes mais ricos da população, 
até que eles atingissem a pobreza. Em assonância com essa tese, concluem que a 
progressividade decorre do desejo do Estado em combater a concentração de renda, 
não sendo decorrência do princípio da capacidade contributiva.
A despeito dessa divergência doutrinária, em razão de exigências constitucionais, 
o imposto de renda deve observar a progressividade e a capacidade contributiva, o 
que é operacionalizado por meio de tabela progressiva do imposto de renda. 
Nessa linha, o propósito do presente trabalho foi avaliar a deficiência da atualização 
dos valores da tabela do imposto de renda no período compreendido entre julho de 
1994 e junho de 2022 – 28 anos. Isso porque a defasagem em relação aos índices 
inflacionários do período pode significar que, atualmente, a cobrança do imposto de 
renda não atende aos princípios constitucionais mencionados.
Dessa análise foi possível extrair que, entre julho de 1994 e junho de 2022, a 
tabela progressiva atual encontra-se defasada em 295,1%, considerando a metodologia 
proposta. A Tabela 5: Simulação de imposto de renda pessoa física demonstra 
claramente os efeitos perversos da inexistência de correção monetária adequada 
da tabela, revelando que os contribuintes de menor renda são os mais prejudicados 
por esse cenário, gerando, ao final, um aumento de carga tributária dissociada da 
capacidade econômica dos contribuintes. 
Em resumo, foi possível concluir que:
1) A defasagem na atualização da tabela em 295,1% desde julho/1994 afeta as 
classes de menor renda na população, classes baixa e média, porquanto o trabalhador 
que recebe atualmente a partir de 1,57 salários mínimos mensais ultrapassa a faixa de 
isenção, mesmo que esse salário seja considerado insuficiente para sua sobrevivência 
com dignidade.
2) Com a correção da tabela, a faixa de isenção mensal passaria para até R$ 6.770,47 
mensais, montante que, por sua vez, supera o salário mínimo necessário mensal de 
R$ 6.527,67 segundo o Dieese e que representa 5,6 salários do salário mínimo oficial, 
proporcionando ao trabalhador as condições para uma vida adequada, evitando a 
tributação de renda considerada necessária para sobrevivência digna do cidadão.
3) Quando comparada a tributação considerando a tabela em vigência e a tabela 
corrigida, verifica-se que ambas as tabelas tendem a aproximar a tributação nas rendas 
57
mais altas, ao passo que, para as rendas inferiores, a diferença é relevante. Contudo, 
conforme se observa na Tabela 5: Simulação de imposto de renda pessoa física, a 
correção da tabela minimizaria tais efeitos deletérios, reduzindo a regressividade do 
sistema tributário brasileiro.
Ressalta-se que essa pesquisa se propôs a verificar a questão da defasagem da 
tabela progressiva do IRPF por meio da compilação de dados e análises descritivas 
que permitem uma reflexão mais informada sobre o tema, atingindo seu objetivo. No 
entanto, sugere-se, para pesquisas futuras, análises sobre como a tabela progressiva 
poderia ser reestruturada, com criação de novas faixas e alíquotas para que todos os 
desejos originais da Constituinte sejam alcançados, bem como pesquisas que incluam 
avaliações de natureza estatística. 
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da Lei Complementar Nº 123, de 14 de dezembro de 2006, da Lei Nº 9.249, de 1995, 
e da Lei Nº 11.033, de 21 de dezembro de 2004, para alterar a tabela progressiva do 
Imposto sobre a Renda da Pessoa Física; estabelecer a incidência do Imposto sobre a 
Renda sobre lucros e dividendos pagos ou creditados pelas pessoas jurídicas, incluídas 
as microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional; 
extinguir a dedutibilidade dos juros sobre o capital próprio; reduzir a alíquota do 
Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica; e afastar a isenção do Imposto sobre a 
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