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Podcast 
Disciplina: Planejamento Tributário e infrações tributárias 
Título do tema: Aspectos societários do planejamento e 
operações preocupantes 
Autoria: Edmo Colnaghi Neves 
Leitura crítica: Ana Paula da Costa 
 
 
 
Abertura: 
Olá, ouvinte! No podcast de hoje vamos falar sobre aspectos societários do 
planejamento e operações preocupantes. 
 
Quanto tratamos de planejamento tributário naturalmente estamos tratando de 
uma série de iniciativas e procedimentos adotados por societárias para 
objetivos diversos, como reorganização dos negócios, atendimento aos 
interesses dos sócios, racionalização do processo sucessório dos proprietários 
da sociedade e também redução da carga tributária. 
 
Assim sendo, a maneira como a sociedade ou as sociedades estão 
organizadas precisam ser alteradas mediante operações de incorporação, 
fusão e cisão, dentre outras. 
 
Uma determinada empresa, dedicada à produção e comércio de cosméticos, 
tinha um faturamento anual de aproximadamente R$ 20.000.000,00 (vinte 
milhões de reais) e recolhia seus tributos com base no regime do lucro 
presumido. Neste regime, conforme o tipo de objeto social, os tributos IRPJ e 
CSLL são calculados sobre um lucro presumido por lei em percentuais ali 
definidos que são calculados sobre o faturamento e isto também condiciona o 
regime de recolhimento das contribuições ao PIS e à COFINS, seja pelo regime 
cumulativo, seja pelo regime não cumulativo. 
Os proprietários desta empresa avaliaram que estavam pagando uma alta 
carga tributária e se interessaram pelo recolhimento dos tributos pelo regime do 
Simples Nacional que, segundo entendiam, lhes proporcionaria uma carga 
tributária menor. 
No entanto foram informados que somente empresas com faturamento anual 
até o limite de R$ 4.800.000,00 poderiam adotar este regime, sendo portanto 
este um impeditivo legal para adoção do regime . 
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Assim sendo, para que não existisse mais este impedimento e pudessem 
adotar o regime do simples nacional, resolveram pôr em curso uma operação 
societária de cisão da empresa: a empresa original foi cindida, passando a 
existir várias empresas novas, tendo cada uma delas um faturamento anual 
abaixo do limite e assim cada uma adotou este regime e passou a pagar uma 
carga tributária menor. 
No entanto, em ermos operacionais, a organização continuou operando como 
se fosse uma única empresa, sendo que inclusive o objeto social de todas as 
empresas novas era o mesmo: produção e comércio de cosméticos. 
A fiscalização averiguou a situação e identificou a situação como ilegal, 
lavrando auto de infração e imposição de multa, determinando o recolhimento 
dos tributos como eram feitos originalmente. 
A empresa apresentou defesa e o tema foi levado mediante recurso 
administrativo ao julgamento do CARF – Conselho Administrativo de Recursos 
Fiscais que após apreciação dos argumentos e provas das partes, manteve a 
autuação, julgando que não havia “propósito negocial”, ou seja, que uma 
operação societária não pode ser realizada exclusivamente para reduzir a 
carga tributária, mas antes deve ter outros objetivos, como reorganização dos 
negócios (separação de empresas de produtos de empresas de serviços, por 
exemplo) ou adequação ao processo sucessório (nos casos em que o sócio 
majoritário e fundador cria várias empresas, atribuindo cada uma a um 
herdeiro, por exemplo). 
 
 
Fechamento: 
Este foi nosso podcast de hoje! Até a próxima!