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Podcast Disciplina: Direito Tributário: Temas Avançados Título do tema: Ágio e Reorganização Societária Autoria: Rodrigo Alexandre Lazaro Pinto Leitura crítica: Daniela dos Santos Pereira Abertura: Olá, ouvinte! No podcast de hoje vamos falar sobre um tema muito interessante: Ágio e Reorganização Societária. Diversas empresas e indivíduos realizam a aquisição de negócios no Brasil na perspectiva de investirem em uma nova atividade comercial. Assim, ao adquirir um negócio “pronto”, possui a vantagem de já contar com uma estrutura empresarial madura e atividade negocial ativa, sem depender de um período de longo de amadurecimento do negócio, ou seja, há certas vantagens de se comprar uma empresa já estruturada do que iniciar um negócio do zero. No entanto, comprar uma empresa já estruturada é sabidamente mais caro do que comprar ativos e iniciar a empresa do “zero”, mas sabemos que ao se combinar negócios entre empresas, seja pela tecnologia das empresas ou mesmo a combinação de produtos e serviços ofertados entre elas, é possível que a sinergia de atividades gere um incremento no lucro entre o negócio presente e o negócio adquirido, potencializando seus lucros ao longo dos anos. Este “plus”, o incremento no lucro da adquirente, ao longo dos anos, gerado pela combinação de negócios, é considerado um ágil pago por expectativa de rentabilidade futura, sinônimo de goodwill, sendo representado pela diferença entre o excedente dos ativos avaliados a mercado até o valor do preço do negócio adquirido. O efeito do ágil para fins fiscais é a sua amortização ao longo do tempo, sendo condicionadas à elaboração e tempestivo protocolo do laudo de avaliação dos ativos e limitadas à sua fundamentação econômica. Considerando que a legislação fiscal não esclarece todos os pontos sobre a liberdade de auto-organização societária e os limites para planejamento tributário, muitos contribuintes foram alvo de autos de infração por conta da amortização do ágio ao longo dos anos. Em relação às operações societárias e a tributação direta, vamos dar destaque às incorporações de Ações, Permuta de Participações Societárias e Redução de capital. De uma forma simplificada, a incorporação de ações se funda na troca de ações de uma com outra empresa para o fim de uma assumir o controle das ações da outra. No caso da permuta de ações, duas ou mais partes trocam ações entre si para combinação de negócios. No caso da redução de capital, o ativo de titularidade de uma empresa é devolvido ao seu sócio para que este disponha em seu nome. W B A 1 1 9 4 _ v1 .0 Tais operações são importantes instrumentos de planejamento societário e tributário. No entanto, é importante entender se estas operações de alteração patrimonial entre sociedades e sócios ou acionistas podem ser considerados eventos decisivos para a realização da renda como gatilho para a tributação do imposto sobre a renda. Se a renda, para ser fiscalmente relevante, deve ser identificada em momento correlato à realização, vamos ver a renda alinhada com eventos escolhidos pela legislação tributária, como a produção, valorização, fechamento de contrato de venda, tradição, conclusão de atividade, efetivo pagamento, consumo etc.. Assim, meros eventos de valorização de ativos impedem que sejam tomados como evento de realização e há clara intributabilidade das transferências patrimoniais puras, consideradas apenas como trocas com terceiros, pois não há certeza sobre a efetiva valoração do ativo e sua liquidez. No entanto, é certo que esse ganho “virtual” pode ser alvo de autuação fiscal, mesmo que não seja claro o evento “realização” nas três hipóteses estudadas por nós. Assim, convido vocês para analisarem os precedentes citados por nós e tirarem suas próprias conclusões. Fechamento: Este foi nosso podcast de hoje! Até a próxima!