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Professor Wagner Damazio 1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo (Resolvidas e Comentadas) 1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 566 1436 Comentários A limitação administrativa é uma das formas de intervenção do Estado na propriedade privada dos indivíduos. Para Hely Lopes Meirelles (p.756, 2016), “a limitação administrativa é uma restrição pessoal, geral e gratuita, imposta genericamente pelo Poder Público ao exercício de direitos individuais, em benefício da coletividade”. Dessa forma, a generalidade e a gratuidade caracterizam o instituto, o diferenciando da desapropriação e da requisição administrativa. Ainda segundo o mesmo autor (p.763, 2016), Além disso, para que sejam admissíveis as limitações administrativas sem indenização, como é de sua índole, hão de ser gerais, isto é, dirigidas a propriedades indeterminadas, mas determináveis no momento de sua aplicação. Para situações particulares que conflitem com o interesse público a solução será encontrada na servidão administrativa ou na desapropriação, mediante justa indenização, nunca na limitação administrativa, cuja característica é a gratuidade e a generalidade da medida protetora dos interesses da comunidade. (grifos não constantes do original) Já a jurisprudência do STJ vem admitindo a possibilidade de indenização quando da aplicação da limitação administrativa, conforme os julgados a seguir: PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AÇÃO RESCISÓRIA. LEGITIMIDADE. MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA. INSTÂNCIA ESPECIAL ABERTA POR OUTRA QUESTÃO. CONHECIMENTO. DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA. IMÓVEL ADQUIRIDO APÓS LIMITAÇÃO ADMINISTRATIVA. INDENIZAÇÃO. DESCABIMENTO. AÇÃO RESCISÓRIA PROCEDENTE. 1. É admitido o conhecimento de matéria de ordem pública, mesmo na ausência de prequestionamento, desde que a instância especial tenha sido aberta por outra questão. 2. A jurisprudência do STJ pacificou-se no sentido da responsabilização do Estado na indenização decorrente de limitação administrativa, desde que preenchidos certos requisitos; dentre eles, que a aquisição do imóvel tenha se dado antes da ocorrência da restrição administrativa. 3. In casu, aplica-se o direito à espécie (Súmula 456/STF, por analogia), para reconhecer a falta de interesse de agir do desapropriado (ora ré) na ação indenizatória originária, tendo em conta que se trata de imóvel adquirido após a implementação da limitação administrativa. Ação rescisória procedente. (AR 2.075/PR, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, Rel. p/ Acórdão Ministro HUMBERTO MARTINS, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 27/05/2009, DJe 23/09/2009) (grifos não constantes do original) ADMINISTRATIVO. CEMIG DISTRIBUIÇÃO S/A. DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA. NÃO CONFIGURAÇÃO. NECESSIDADE DO EFETIVO DE APOSSAMENTO E DA IRREVERSIBILIDADE DA SITUAÇÃO. NORMAS AMBIENTAIS. LIMITAÇÃO ADMINISTRATIVA. ESVAZIAMENTO ECONÔMICO DA PROPRIEDADE. AÇÃO DE DIREITO PESSOAL. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. 1. Não há desapropriação indireta sem que haja o efetivo apossamento da propriedade pelo Poder Público. Desse modo, as restrições ao direito de propriedade, impostas por normas ambientais, ainda que esvaziem o conteúdo econômico, não se constituem desapropriação indireta. 2. O que ocorre com a edição de leis ambientais que restringem o uso da propriedade é a limitação administrativa, cujos prejuízos causados devem ser indenizados por meio de uma ação de direito pessoal, e não de direito real, como é o caso da ação em face de desapropriação indireta. 3. Assim, ainda que tenha havido danos aos agravantes, em face