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MUDE SUA VIDA! 
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B) A morte qualifica o crime de tortura e deve ser cometida mediante 
culpa. (Errada) 
 
A assertiva está equivocada. O crime de tortura qualificada pelo resultado morte 
é de natureza preterdolosa e tem balizamento penal de oito a dezesseis anos. 
Os crimes são classificados como tipos básicos, tipos 
qualificados/privilegiados e tipos independentes. 
Os tipos básicos são a forma elementar do injusto. Ex.: lesão corporal, 
homicídio simples etc. 
Os tipos qualificados indicam meio de execução, relação entre autor e vítima, 
circunstância de tempo etc. Esses tipos indicam novo balizamento penal e são 
entendidos como lei especial em relação ao tipo básico, entendido como norma geral. 
Os tipos independentes (ou delitos sui generis) têm seu próprio conteúdo típico. 
Ex.: o roubo em relação ao furto e ao constrangimento ilegal. Ele tem as 
características do furto e do constrangimento ilegal. Entretanto, subtrair para si ou 
para outrem coisa alheia móvel mediante violência ou grave ameaça não constitui 
furto em concurso com constrangimento ilegal, mas roubo. 
O crime preterdoloso (ou preterintencional) é o crime cujo resultado é mais 
grave do que o inicialmente pretendido. A conduta inicial é cometida com consciência 
e vontade de produzir o fato típico, antijurídico e culpável. O resultado é alcançado 
através de imperícia, imprudência ou negligência. 
O crime preterdoloso é espécie de crime qualificado pelo resultado. 
 
Lei de tortura 
 
Art. 1º [...] 
§3º se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é 
de reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis 
anos; 
 
 
C) O crime de tortura-castigo é de natureza material (Errada) 
 
Crime material ou tipos de resultado descrevem condutas cujo resultado 
integra o próprio tipo penal. É dizer que para que haja consumação é fundamental 
a ocorrência do resultado como elemento danoso ao bem jurídico tutelado. É 
necessário, portanto, a ação/omissão humana e a modificação no mundo a partir 
dessa conduta. Nesse tipo de crime a conduta e o resultado são separados por lapso 
temporal. 
Crime formal também descreve um resultado. Entretanto, esse resultado não 
precisa se verificar para que haja consumação do crime. Aqui é suficiente a conduta 
humana e a vontade de concretizá-la. Aqui o legislador antecipa a consumação, 
ficando satisfeito com a ação do agente. 
Crimes de mera conduta são aqueles que o legislador não prevê resultado, 
apenas descreve a conduta do agente. Cezar Roberto Bitencourt é expresso ao 
afirmar a dificuldade técnica de distinção entre crimes formais e de mera conduta. 
O crime de tortura do inciso II é considerado crime material. 
 
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