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CONTABILIDADE APLICADA 
AO SETOR PÚBLICO 
Me. Alexandro Farias de Carvalho 
GUIA DA 
DISCIPLINA 
 
 
 
1 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
1. INTRODUÇÃO A CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR 
PÚBLICO 
 
Objetivo: 
Compreender a evolução histórica, os conceitos iniciais, objetivos e os campos de 
aplicação da Contabilidade Aplicada ao Setor Público (CASP). 
 
Introdução: 
A Lei 4.320 de 17 de março de 1964, rege a Contabilidade aplicada ao Setor 
Público e, de acordo com os preceitos apresentados em seu art. 85, demonstra que os 
serviços de contabilidade são organizados de forma a permitir o acompanhamento da 
execução orçamentária, o conhecimento da composição patrimonial, a determinação dos 
custos, o levantamento dos balanços gerais, assim como a análise e a interpretação dos 
resultados econômicos financeiros. (BRASIL). Na atualidade, passou por reestruturação 
conceitual para atendimento a nova padronização contábil. 
 
1.1. CASP: Conceitos, Legislação e Evolução Estrutural 
A Contabilidade aplicada ao setor público, também tratada por alguns autores 
como contabilidade governamental ou pública, pode ser definida como o ramo da ciência 
contábil que aplica à administração pública as teorias e técnicas de registros dos atos e 
fatos administrativos, ou seja, ocorrências que modificam o patrimônio, apurando 
resultados e elaborando relatórios de acompanhamento periódicos, considerando as 
normas de direito financeiro preconizado pela Lei nº 4.320/64. 
 
O objeto da contabilidade é o patrimônio. Portanto, podemos afirmar que a CASP é 
um dos ramos da contabilidade que possui seu campo de atuação centrado no patrimônio 
das pessoas jurídicas de direito público, quais sejam suas esferas: União (Governo 
Federal), Distrito Federal, Estados e Municípios, além das suas respectivas autarquias, 
fundações públicas e empresas públicas. 
 
 
 
 
 
2 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pesquise na WEB: 
Objetivando expandir o conhecimento, consulte na Biblioteca Virtual 
Pearson, em sites acadêmicos de Contabilidade e de Gestão Pública, as 
definições de Autarquias, Fundações Públicas e Empresas Públicas, 
procurando identificar dissonâncias e aproximações entre os conceitos 
verificados. 
 
 
A função social da Contabilidade Aplicada ao Setor Público deve refletir, 
sistematicamente, o ciclo da administração pública para evidenciar informações 
necessárias à tomada de decisões, à prestação de contas e à instrumentalização do 
controle social. 
 
A CASP, por ser um instrumento de controle financeiro, econômico e patrimonial de 
bens públicos, pertencentes à toda sociedade, é alvo de Controles Interno e Externos que 
fiscalizam as contas públicas. Assim, o controle interno é a própria administração que 
acompanha as contas por sistemas próprios informatizados e o controle externo que, em 
ADMINISTRAÇÃO DIRETA 
(CENTRALIZADAS) 
 
PODER EXECUTIVO: 
 União: Ministérios e Secretarias 
Especiais. 
 Estados e Municípios: Administração 
Pública e Secretarias. 
 
PODER LEGISLATIVO: 
 União: Congresso Nacional. 
 Estados: Assembléia Legislativa. 
 Municípios: Câmara Municipal. 
 
PODER JUDICIÁRIO: Federal e Estadual. 
 
ÓRGÃOS AUTÔNOMOS: Ministério Público 
e Tribunais de Contas 
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA 
(DESCENTRALIZADAS) 
 
 
Entidades Autárquicas 
 
Entidades Fundacionais 
 
 
Entidades Empresariais 
 
Podem ter a qualificação de 
Agência Executiva ou Agência 
Reguladora 
ENTIDADES (COLABORADORAS): 
Órgãos de Classes Profissionais 
Serviços Sociais Autônomos 
Organizações Sociais 
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público 
Personalidade 
Jurídica de Direito 
Privado 
Personalidade 
Jurídica de Direito 
Público 
Campo de Aplicação da Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
 
 
3 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
resumo é o controle da própria sociedade e órgão próprios fiscalizadores do uso que é 
dado aos bens públicos. 
 
 
Assista ao Vídeo “Controle Interno como Ferramenta de Gestão”. 
Disponível no Link abaixo: 
https://www.youtube.com/watch?v=MJ0rVC0bZ-s 
Acesso em: 14 dez. 2021. 
 
 
Os recursos públicos são aplicados de acordo com a Lei Orçamentária Anual 
(LOA), elaborada pelo executivo e aprovada pelo legislativo, seguindo a metodologia 
jurídica. A LOA, apesar de ser um instrumento de planejamento elaborado em um ano 
para execução no ano seguinte, não é uma peça estática, podendo ser adequado no 
decorrer de sua execução. Para tais correções, utilizam-se mecanismos de correção 
orçamentária tais Créditos Adicionais. 
 
A CASP vincula-se a norma jurídica, haja vista que, a Constituição Federal (CF) 
1988, institui um capítulo exclusivo para finanças públicas, regulando-as por lei 
complementar e versando sobre finanças, dívida interna e externa, garantias e títulos da 
dívida, fiscalização financeira da administração direta e indireta, dentre outras. 
 
A Contabilidade é uma ciência social subdividida em áreas, assim como a 
Contabilidade Societária, Custos, Tributária, etc. Portanto, nessa subdivisão encontramos 
NBCT Estrutura 
Conceitual
Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Informação Contábil 
de Propósito Geral pelas Entidades do Setor Público do Setor Público
NBCT SP 01 Receitas de Transação sem Contraprestação
NBCT SP 02 Receitas de Transação com Contraprestação
NBCT SP 03 Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes
NBCT SP 04 Estoques
NBCT SP 05 Contratos de Concessão de Serviços Públicos: Concedente.
NBCT 16.6 Demonstrações Contábeis
NBCT 16.7 Consolidação das Demonstrações Contábeis
NBCT 16.8 Controle Interno
NBCT 16.9 Depreciação, Amortização e Exaustão
NBCT 16.10 Avaliação e mensuração de ativos e passivos em entidades do setor público
NBCT 16.11 Sistema de Informação de Custos no Setor Público
Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público
https://www.youtube.com/watch?v=MJ0rVC0bZ-s
 
 
4 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
a Contabilidade Aplicada ao Setor Público, que entre outras, tem a finalidades de fornecer 
informações para auxiliar na tomada de decisões por parte gestor público. Ao final do ano 
de 2016 a CASP passou por mudanças, com a instituição das Normas Brasileiras de 
Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (NBCT). 
 
Observação: Deixam de figurar nesta estrutura algumas normas que foram 
revogadas: 
 
 
A 
 
NBCT 16.1, que tratava de conceituação, objeto e campo de aplicação, mesmo 
tendo sido revogada, teve em sua essência pontos úteis, no que tange o auxílio 
conceitual, para que possamos compreender algumas características da CASP. Portanto, 
estes pontos servem de suporte teórico ao entendimento dos conteúdos introdutórios da 
disciplina, haja vista, apresentar o conceito de contabilidade aplicada ao setor público, o 
patrimônio público como objeto, os usuários deste ramo contábil, dentre outros aspectos 
introdutórios. 
 
A ciência contábil apresenta como uma de suas finalidades, o fornecimento de 
informações que auxiliem na tomada de decisões e, na administração pública, também. 
Para tal, a CASP, para que possa gerar informações úteis aos seus usuários, ela deve ter 
algumas bases, conforme apresentadas a seguir: 
 Lei nº 4.320/1964: Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para 
elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos 
Municípios e do Distrito Federal. É a lei fundamental para o estudo da 
Contabilidade Pública e, mesmo ela tendo sido publicada em 1964, possui 
diversos dispositivos importantíssimos, e outros que perderam sua 
aplicabilidade, em virtude da edição de outras leis, como porSubelementos de Despesa 
Desdobramento do elemento de despesa, utilizado apenas para a execução 
financeira da despesa, ou seja, para a realização do empenho. Representam o 7º e o 8º 
dígitos da classificação por natureza de despesa, que nos documentos orçamentários 
aparecem zerados, pois as classificações são relacionadas por cada ente federativo. 
 
 
37 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
5.2. Estágios ou fases da Despesa Pública 
A execução da despesa orçamentária pública transcorre em três estágios, que 
conforme previsto na Lei nº 4.320/1964 são: empenho, liquidação e pagamento. 
 
5.2.1. Empenho 
O empenho representa o primeiro estágio da despesa orçamentária. É registrado 
no momento da contratação do serviço, aquisição do material ou bem, obra e amortização 
da dívida. Segundo o art. 58 da Lei nº 4.320/1964, é o ato emanado de autoridade 
competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de 
implemento de condição. Consiste na reserva de dotação orçamentária para um fim 
específico. 
 
 
 De acordo com o Art. 60 da Lei 4.320/64, “É vedada a realização de despesa 
sem prévio empenho”. 
 
 
 
 
 
Os empenhos podem ser classificados em: 
 Ordinário: tipo de empenho utilizado para as despesas de valor fixo e 
previamente determinado, cujo pagamento deva ocorrer de uma só vez; 
 Estimativo: empenho utilizado para as despesas cujo montante não se pode 
determinar previamente, tais como serviços de fornecimento de água e energia 
elétrica, aquisição de combustíveis e outros; e 
 Global: empenho utilizado para despesas contratuais ou outras de valor 
determinado, sujeitas a parcelamento, como, por exemplo, os compromissos 
decorrentes de aluguéis. 
 
O Empenho poderá ser reforçado quando o valor empenhado for insuficiente para 
atender à despesa a ser realizada, e caso o valor do empenho exceda o montante da 
despesa realizada, o mesmo deverá ser anulado parcialmente (Estorno Parcial). Será 
anulado totalmente (Estorno Total) quando o objeto do contrato não tiver sido cumprido, 
 
 
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ou ainda, no caso de ter sido emitido incorretamente. O documento contábil envolvido 
nessa fase: NE (Nota de Empenho). 
 
 
Nota de Empenho (NE): o artigo 61 da Lei nº 4.320/64 nos diz que para cada 
empenho será extraído um documento denominado nota de empenho, que 
indicará o nome do credor, a especificação e a importância da despesa, bem 
como a dedução desta do saldo da dotação própria. A nota de empenho deve 
conter a assinatura do ordenador da despesa, primário ou secundário, 
datada e assinada pelo encarregado do serviço. 
 
 
 
5.2.2. Liquidação 
É o segundo estágio da despesa orçamentária. A liquidação da despesa é, 
normalmente, processada pelas Unidades Executoras ao receberem o objeto do empenho 
(o material, serviço, bem ou obra). Conforme previsto no art. 63 da Lei nº 4.320/1964, a 
liquidação consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os 
títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito e tem como objetivos: apurar a 
origem e o objeto do que se deve pagar; a importância exata a pagar; e a quem se deve 
pagar a importância, para extinguir a obrigação. 
 
A liquidação das despesas com fornecimento ou com serviços prestados terão por 
base: o contrato, ajuste ou acordo respectivo; a nota de empenho; e os comprovantes da 
entrega de material ou da prestação efetiva do serviço. 
 
5.2.3. Pagamento 
O pagamento da despesa refere-se ao terceiro estágio e será processada pela 
Unidade Gestora Executora no momento da emissão do documento Ordem Bancária (OB) 
e documentos relativos a retenções de tributos, quando for o caso. Consiste na entrega 
de numerário ao credor e só pode ser efetuado após a regular liquidação da despesa. 
 
A Lei nº 4.320/1964, em seu art. 64, define ordem de pagamento como sendo o 
despacho exarado por autoridade competente, determinando que a despesa liquidada 
seja paga. 
 
 
39 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
Depois de liquidados são tramitados para o ordenador de despesa autorizar a 
emissão dos pagamentos de acordo com o previsto no artigo 62 da Lei 4.320/64. Após a 
autorização, é efetuada a análise dos Documentos hábeis versus Notas geradas na 
liquidação, uma vez correto, a nota fiscal é paga. 
 
 
 
O pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após sua regular 
liquidação”. Lei 4.320/64 Art. 62. 
 
 
 
 
Esta é a fase em que se salda a dívida do poder público, para com seus credores, 
repassando os valores numerários. 
 
 
 
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Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
6. PLANO DE CONTAS APLICADO AO SETOR PÚBLICO (PCASP) 
 
Objetivo: 
Abordar o Plano de contas aplicado ao setor público que trata da consolidação das 
Contas Públicas visando a padronização e a transparência dos Relatórios Financeiros e 
das Demonstrações Contábeis. 
 
Introdução: 
Com o objetivo de uniformizar as práticas contábeis, a Secretaria do Tesouro 
Nacional (STN), em conjunto com o Grupo Técnico de Procedimentos Contábeis 
(GTCON), elaborou o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP), adequado 
aos dispositivos legais vigentes, às Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao 
Setor Público (NBC T SP), aos padrões internacionais de Contabilidade do Setor Público 
e às regras e procedimentos de Estatísticas de Finanças Públicas reconhecidas por 
organismos internacionais. Formado por uma relação padronizada de contas apresentada 
em conjunto com atributos conceituais, o PCASP permite a consolidação das Contas 
Públicas Nacionais, conforme determinação da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O 
PCASP é atualizado anualmente e publicado exclusivamente na Internet para uso 
obrigatório no exercício seguinte. Adicionalmente, a STN disponibiliza o "PCASP 
Estendido" (constante do Anexo III da IPC 00), de adoção facultativa, para os entes que 
precisem de uma referência para desenvolvimento de suas rotinas e sistemas. 
 
6.1. PCASP: conceitos básicos 
A Lei de Responsabilidade Fiscal (101/2000), legislação pertinente ao Plano de 
Contas aplicado ao Setor Público (PCASP) traz em seus artigos algumas considerações: 
 
LRF art. 51: O Poder Executivo da União promoverá até o dia trinta de junho a 
consolidação nacional e por esfera de governo, das contas dos entes da 
Federação relativas ao exercício anterior e a sua divulgação, inclusive por meio 
eletrônico de acesso público. 
 
LRF art. 46, III – adoção de sistema integrado de administração financeira e 
controle, que atenda a padrão mínimo de qualidade estabelecido pelo Poder 
Executivo da União e ao disposto no art. 48-A. (Incluindo pela Lei Complementar 
n° 131, de 2009). 
 
 
 
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Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
O Plano de contas se configura num instrumento de melhoria de comunicação dos 
registros facilitando assim a leitura por parte do contador. 
 
 
 
As versões do Plano de Contas Aplicado ao Setor Público estão disponíveis 
no Link abaixo: 
https://www.tesourotransparente.gov.br/publicacoes/plano-de-contas-
aplicado-ao-setor-publico-pcasp-federacao/2021/114 
Acesso em: 03 nov. 2022. 
 
É a estrutura básica da escrituração contábil, formada por um conjunto de contas 
previamente estabelecido, que permite obter as informações necessárias à elaboração de 
relatórios gerenciais e demonstrações contábeis conforme as características gerais da 
entidade, possibilitando a padronização de procedimentos contábeis. 
Representa uma das maiores conquistas da contabilidade aplicada ao setor 
público, pois, além de ser uma ferramenta para a consolidação das contas nacionais e 
instrumentopara a adoção das normas internacionais de contabilidade, ele permitiu 
diversas inovações, tais como: 
a. Segregação das informações orçamentárias e patrimoniais: as contas 
contábeis são classificadas segundo a natureza das informações que 
evidenciam, orçamentária, patrimonial e de controle, de modo que os registros 
orçamentários não influenciem ou alterem os registros patrimoniais, e vice-
versa. 
b. Registro dos fatos que afetam o patrimônio público segundo o regime de 
competência: as variações patrimoniais aumentativas (VPA) e as variações 
patrimoniais diminutivas (VPD) registram as transações que aumentam ou 
diminuem o patrimônio líquido, devendo ser reconhecidas nos períodos a que 
se referem. 
c. Registro de procedimentos contábeis gerais em observância às normas 
internacionais: são as provisões, os créditos tributários e não tributários, os 
estoques, os ativos imobilizados e intangíveis, dentre outros. Incluem-se 
também os procedimentos de mensuração após o reconhecimento, tais como a 
https://www.tesourotransparente.gov.br/publicacoes/plano-de-contas-aplicado-ao-setor-publico-pcasp-federacao/2021/114
https://www.tesourotransparente.gov.br/publicacoes/plano-de-contas-aplicado-ao-setor-publico-pcasp-federacao/2021/114
 
 
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reavaliação, a depreciação, a amortização, a exaustão e a redução ao valor 
recuperável (impairment), dentre outros. 
d. Elaboração de estatísticas fiscais: deverão ser realizadas nos padrões 
exigidos pelos organismos internacionais. 
 
6.2. Objetivo de um Plano de Contas 
O plano de contas de uma entidade tem como objetivo atender, de maneira 
uniforme e sistematizada, o registro contábil dos atos e fatos praticados pela entidade. 
Desta forma, proporciona maior flexibilidade no gerenciamento e consolidação dos dados 
e alcança as necessidades de informações dos usuários. 
 
A entrada de informações deve ser flexível de modo a atender os normativos, gerar 
informações necessárias à elaboração de relatórios e demonstrativos e facilitar a tomada 
de decisões e a prestação de contas. Portanto, visa estabelecer normas de 
procedimentos para o registro das operações do setor público e permitir a 
consolidação das contas públicas nacionais. 
 
Objetivos Específicos: 
a) Atender às necessidades de informação do setor público; 
b) Observar formato compatível com as legislações vigentes (Lei nº 4.320/1964, 
Lei 6.404/76, Lei Complementar nº 101/2000, etc.), os Princípios de 
Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor 
Público – NBCASP; 
c) Adaptar-se, tanto quanto possível, às exigências dos agentes externos, 
principalmente às Normas Internacionais de Contabilidade do Setor Público 
(NICSP); 
d) Adoção de estrutura padronizada nas três esferas de governo (União, Estados 
e Municípios); 
e) Permitir a visão: patrimonial, orçamentária e de controle; 
f) Contemple os aspectos inerentes às empresas estatais dependentes; 
g) A estrutura de classificação da informação patrimonial não necessariamente 
deve ser igual à classificação orçamentária; 
h) Flexibilidade para que os entes detalhem em níveis inferiores; 
 
 
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i) Geração de informações capazes de contemplar as necessidades dos usuários 
da informação contábil. 
 
Todo plano de contas é estruturado em contas contábeis, que é uma expressão 
qualitativa e quantitativa de fatos de mesma natureza, evidenciando a composição, 
variação e estado do patrimônio, bem como de bens, direitos, obrigações e situações nele 
não compreendidas, mas que, direta ou indiretamente, possam vir a afetá-lo. As contas 
contábeis são a base para a escrituração contábil; pois permitem identificar, classificar e 
efetuar a escrituração contábil por meio das partidas dobradas, de modo uniforme e 
sistematizada; 
 
O PCASP deve ser utilizado por todos os Poderes de cada ente da federação, seus 
fundos, órgãos, autarquias, inclusive especiais, e fundações instituídas e mantidas pelo 
Poder Público, bem como pelas empresas estatais dependentes. 
 
6.3. Aspectos Orçamentário, Patrimonial e Fiscal da Contabilidade Aplicada Ao 
Setor Público 
A metodologia utilizada para a estruturação do PCASP foi a segregação das contas 
contábeis em grandes grupos de acordo com as características dos atos e fatos nelas 
registrados, permitindo o registro dos dados de forma organizada facilitando a análise das 
informações de acordo com sua natureza. 
 
O PCASP está estruturado de acordo com as seguintes naturezas das informações 
contábeis: 
a. Natureza de Informação Orçamentária: registra, processa e evidencia os 
atos e os fatos relacionados ao planejamento e à execução orçamentária. 
b. Natureza de Informação Patrimonial: registra, processa e evidencia os fatos 
financeiros e não financeiros relacionados com as variações qualitativas e 
quantitativas do patrimônio público. 
c. Natureza de Informação de Controle: registra, processa e evidencia os atos 
de gestão cujos efeitos possam produzir modificações no patrimônio da 
 
 
44 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
entidade do setor público, bem como aqueles com funções específicas de 
controle. 
Nesse contexto, é importante compreender os diferentes aspectos da contabilidade 
aplicada ao setor público (CASP) que é classificada como orçamentária, patrimonial e 
fiscal, de modo a interpretar corretamente as informações contábeis. 
 
O PCASP é dividido em 8 classes, sendo as contas contábeis classificadas 
segundo a natureza das informações que evidenciam: 
 
PCASP 
Natureza de Informação Classes 
Patrimonial 1. Ativo 2. Passivo 
3. Variações 
Patrimoniais 
Diminutivas (VPD) 
4. Variações Patrimoniais 
Aumentativas (VPA) 
Orçamentária 5. Controles da 
Aprovação do 
Planejamento e 
Orçamento 
6. Controles da Execução do 
Planejamento e Orçamento 
Controle 7. Controles Devedores 8. Controles Credores 
 
Código da Conta Contábil 
Estrutura do Código da Conta Contábil 
As contas contábeis do PCASP são identificadas por códigos com 7 níveis de 
desdobramento, compostos por 9 dígitos, de acordo com a seguinte estrutura: 
 
 
 
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O PCASP possui a seguinte estrutura básica, em nível de classe (1º nível) e grupo 
(2º nível): 
PCASP 
1 – Ativo 
1.1 - Ativo Circulante 
1.2 - Ativo Não Circulante 
2 – Passivo e Patrimônio Líquido 
2.1 - Passivo Circulante 
2.2 - Passivo Não Circulante 
2.3 - Patrimônio Líquido 
3 – Variação Patrimonial Diminutiva 
3.1 - Pessoal e Encargos 
3.2 - Benefícios Previdenciários e Assistenciais 
3.3 - Uso De Bens, Serviços e Consumo de 
Capital Fixo 
3.4 - Variações Patrimoniais Diminutivas 
Financeiras 
3.5 - Transferências Concedidas 
3.6 - Desvalorização e Perda De Ativos 
3.7 - Tributárias 
3.9 - Outras Variações Patrimoniais Diminutivas 
4 – Variação Patrimonial Aumentativa 
4.1 - Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria 
4.2 - Contribuições 
4.3 - Exploração e venda de bens, serviços e direitos 
4.4 - Variações Patrimoniais Aumentativas 
Financeiras 
4.5 - Transferências Recebidas 
4.6 - Valorização e Ganhos Com Ativos 
4.9 - Outras Variações Patrimoniais Aumentativas 
5 – Controles da Aprovação do Planejamento e 
Orçamento 
5.1 - Planejamento Aprovado 
5.2 - Orçamento Aprovado 
5.3 - Inscrição de Restos a Pagar 
6 - – Controles da Execução do Planejamento e 
Orçamento 
6.1 - Execução do Planejamento 
6.2 - Execução do Orçamento 
6.3 - Execução de Restos a Pagar 
7 – Controles Devedores 
7.1 - Atos Potenciais 
7.2 - Administração Financeira 
7.3 - Dívida Ativa 
7.4 - Riscos Fiscais 
7.5 - Consórcios Públicos 
7.8 - Custos 
7.9 - Outros Controles8 – Controles Credores 
8.1 - Execução dos Atos Potenciais 
8.2 - Execução da Administração Financeira 
8.3 - Execução da Dívida Ativa 
8.4 - Execução dos Riscos Fiscais 
8.5 - Execução dos Consórcios Públicos 
8.8 - Apuração de Custos 
8.9 - Outros Controles 
 
 
 
 
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Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
7. PATRIMÔNIO E SISTEMAS CONTÁBEIS 
 
Objetivo: 
Estabelecer o conceito de patrimônio público, sua classificação sob o enfoque 
contábil, o conceito e a estrutura do sistema de informação contábil de acordo com o 
preconizado na NBC T16.2. 
 
Introdução: 
O Patrimônio Público representa a riqueza de uma nação. Na Contabilidade 
Aplicada ao Setor Público, além das contas usuais da Contabilidade Comercial, quais 
sejam, contas patrimoniais e contas de resultado, há ainda as contas de compensação, 
cuja função é o registro dos bens, valores e obrigações que envolvam situações que 
possam a vir afetar o patrimônio. Os atos e fatos praticados na Administração Pública 
constituem serviços da Contabilidade que os registrará, em rigorosa ordem cronológica e 
sistemática, de forma a permitir o acompanhamento da execução orçamentária, o 
conhecimento da composição patrimonial, a determinação dos custos dos serviços, o 
levantamento dos balanços, a análise e a interpretação dos resultados econômicos 
financeiros. Contudo, na Administração Pública, dispõe de subsistemas independentes 
para cada grupamento, e os lançamentos são efetuados em quatro subsistemas, 
independentes entre si, o que equivale afirmar que cada lançamento é efetuado em 
separado. 
 
7.1. Definições 
Para efeito desta Norma, entende-se por: 
 Circulante: o conjunto de bens e direitos realizáveis e obrigações exigíveis até 
o término do exercício seguinte. 
 Conversibilidade: a qualidade do que pode ser conversível, ou seja, 
característica de transformação de bens e direitos em moeda. 
 Exigibilidade: a qualidade do que é exigível, ou seja, característica inerente às 
obrigações pelo prazo de vencimento. 
 Não Circulante: o conjunto de bens e direitos realizáveis e obrigações 
exigíveis após o término do exercício seguinte. 
 
 
47 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 Unidade Contábil: a soma, a agregação ou a divisão de patrimônios 
autônomos de uma ou mais entidades do setor público. 
 
7.2. Patrimônio Público 
Patrimônio Público é o conjunto de direitos e bens, tangíveis ou intangíveis, 
onerados ou não, adquiridos, formados, produzidos, recebidos, mantidos ou utilizados 
pelas entidades do setor público, que seja portador ou represente um fluxo de benefícios, 
presente ou futuro, inerente à prestação de serviços públicos ou à exploração econômica 
por entidades do setor público e suas obrigações. 
 
7.3. Classificação do Patrimônio Público sob o Enfoque Contábil 
O patrimônio público é estruturado em três grupos: 
a) Ativo – compreende os direitos e os bens, tangíveis ou intangíveis adquiridos, 
formados, produzidos, recebidos, mantidos ou utilizados pelo setor público, que 
represente um fluxo de benefícios, presente ou futuro. 
b) Passivo – compreende as obrigações assumidas pelas entidades do setor 
público ou mantidas na condição de fiel depositário, bem como as 
contingências e as provisões. 
c) Patrimônio Líquido – representa a diferença entre o Ativo e o Passivo. 
 
A classificação dos elementos patrimoniais considera a segregação em “circulante” 
e “não circulante”, com base em seus atributos de conversibilidade e exigibilidade. Os 
ativos devem ser classificados como circulante quando satisfizerem a um dos seguintes 
critérios: 
a) Estarem disponíveis para realização imediata; 
b) Tiverem a expectativa de realização até o término do exercício seguinte. 
 
Os demais ativos devem ser classificados como não circulante. 
 
Os passivos devem ser classificados como circulante quando satisfizerem a um 
dos seguintes critérios: 
a) Corresponderem a valores exigíveis até o término do exercício seguinte; 
 
 
48 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
b) Corresponderem a valores de terceiros ou retenções em nome deles, quando a 
entidade do setor público for a fiel depositária, independentemente do prazo de 
exigibilidade. 
 
Os demais passivos devem ser classificados como não circulante. 
 
7.4. Sistema Contábil 
O sistema contábil representa a estrutura de informações sobre identificação, 
mensuração, avaliação, registro, controle e evidenciação dos atos e dos fatos da gestão 
do patrimônio público, com o objetivo de orientar e suprir o processo de decisão, a 
prestação de contas e a instrumentalização do controle social. 
 
7.5. Estrutura do Sistema Contábil 
A Contabilidade Aplicada ao Setor Público é organizada na forma de sistema de 
informações, cujos subsistemas, conquanto possam oferecer produtos diferentes em 
razão da respectiva especificidade, convergem para o produto final, que é a informação 
sobre o patrimônio público. 
 
O sistema contábil está estruturado nos seguintes subsistemas de informações: 
 Orçamentário – registra, processa e evidencia os atos e os fatos relacionados 
ao planejamento e à execução orçamentária; 
 Financeiro – registra, processa e evidencia os fatos relacionados aos ingressos 
e aos desembolsos financeiros, bem como as disponibilidades no início e final 
do período; 
 Patrimonial – registra, processa e evidencia os fatos não financeiros 
relacionados com as variações qualitativas e quantitativas do patrimônio 
público; 
 Custos – registra, processa e evidencia os custos dos bens e serviços, 
produzidos e ofertados à sociedade pela entidade pública; 
 Compensação – registra, processa e evidencia os atos de gestão cujos efeitos 
possam produzir modificações no patrimônio da entidade do setor público, bem 
como aqueles com funções específicas de controle. 
 
 
49 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Os subsistemas contábeis devem ser integrados entre si e a outros subsistemas de 
informações de modo a subsidiar a administração pública sobre: 
 Desempenho da unidade contábil no cumprimento da sua missão; 
 Avaliação dos resultados obtidos na execução dos programas de trabalho com 
relação à economicidade, à eficiência, à eficácia e à efetividade; 
 Avaliação das metas estabelecidas pelo planejamento; 
 Avaliação dos riscos e das contingências. 
 
7.5.1. Subsistema Orçamentário 
No sistema orçamentário, encontramos as contas que realizam o controle do 
orçamento aprovado (fixação da despesa e previsão da receita) e da sua execução 
(descentralização, empenho, liquidação e pagamento da despesa e arrecadação da 
receita etc.), tendo as mesmas características das contas do sistema de compensação, 
simplesmente por efetuarem controle também. Não produzem variação patrimonial e 
fazem contrapartida consigo mesmas. 
 
Suas principais contas são: dotação inicial, dotação adicional, crédito disponível, 
emissão de empenho, crédito empenhado a liquidar, crédito empenhado liquidado, receita 
a realizar, receita realizada, previsão inicial da receita, previsão adicional da receita etc. 
 
O sistema orçamentário registra a previsão orçamentária, suas alterações, 
execução orçamentária, créditos adicionais, empenhamento da despesa e outros atos e 
fatos administrativos ligados ao orçamento. 
 
Características: 
1. Registro das estimativas da receita ao início de cada exercício, com base na 
Lei do Orçamento; 
2. Registro da despesa autorizada, ao início de cada exercício, com base no 
orçamento ou nos créditos adicionais; 
3. Baixas da receita orçamentária arrecadada, controlando a posição da receita 
prevista; 
 
 
50 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
Universidade SantaCecília - Educação a Distância 
4. Controle da despesa empenhada, mediante dedução no valor dos créditos 
disponíveis e apuração, no final do exercício, dos Restos a Pagar a serem 
inscritos na Dívida Flutuante (Passivo Financeiro); 
5. Baixa da despesa paga, para acompanhar a execução da despesa e apontar, 
ao final, as eventuais economias orçamentárias; 
6. Apuração, ao término do exercício, da parte lançada da receita orçamentária, 
cuja não arrecadação ensejará o ajuizamento na Dívida Ativa e cujo valor será 
inscrito no sistema patrimonial; 
7. Sistema idêntico às contas de compensação, que são encerradas, entre si, ao 
fim de cada ano, pela reversão dos saldos apurados, demonstrando, quanto a 
receita, se houve excedente ou não sobre a previsão efetuada e, quanto à 
despesa, se esta foi totalmente absorvida ou se houve economias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Análise dos Resultados do Sistema Orçamentário: 
 
Resultado da Receita 
1. Receita Apurada > Previsão da Receita  Excesso de Arrecadação 
2. Receita Apurada = Previsão da Receita  Equilíbrio 
3. Receita Apurada Despesa Fixada  Ilegalidade 
2. Despesa Empenhada = Despesa Fixada  Equilíbrio 
3. Despesa Empenhada Despesa Fixada  Desequilíbrio Orçamentário 
 
Resultado Orçamentário 
1. Receita Orçamentária = Despesa OrçamentáriaResultado Nulo 
2. Receita Orçamentária > Despesa Orçamentária  Superávit 
 
 
Portanto, o melhor resultado no Sistema Operacional é o nulo, haja vista que 
todo o previsto foi efetivamente arrecadado e todo o definido, como projetos e atividades, 
foram totalmente executados dentro do exercício financeiro. 
 
O superávit orçamentário ou o déficit orçamentário podem estar apontando, para 
falhas no planejamento ou de execução de projetos, ou ainda, no excesso de exigência 
contributiva da sociedade local. 
 
7.5.2. Subsistema Financeiro 
Registra os recebimentos e pagamentos de receitas e despesas orçamentárias, 
extraorçamentárias, ativos e passivos financeiros. 
 
Para o registro desses fatos, se utiliza de contas chamadas financeiras, que 
registram a movimentação de numerário. Um exemplo é a conta bancos e a conta caixa, 
ou as que com elas se relacionam, tais como, despesa orçamentária, receita 
orçamentária, fornecedores, pessoal a pagar etc. 
 
Para facilitar a identificação de uma conta do sistema financeiro, se faz necessário 
entender as contas que se relacionam em contrapartida (lançamento a débito ou a crédito 
numa mesma partida dobrada) com as contas que representam disponibilidades (caixa, 
bancos, etc.) que tem que ser também financeiras para manter o equilíbrio em nível de 
 
 
52 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
débitos e créditos no sistema, bem como, os débitos assumidos e créditos adquiridos não 
vinculados diretamente à execução da despesa e da receita (que não tenham sido 
autorizados expressamente na LOA), conforme a Lei 4.320/64, artigo 105, parágrafos 
primeiro e terceiro. 
 
 
Características: 
1. Registro dos ingressos recebidos, tanto de natureza orçamentária como extra 
orçamentarias; 
2. Registro de todos os desembolsos, tanto orçamentários como 
extraorçamentários; 
3. Registro dos ingressos e desembolsos orçamentários permite que 
simultaneamente sejam efetuadas baixas no sistema orçamentário; 
4. Encerramento, ao fim de cada ano, das contas orçamentárias de receita e 
despesa, com transferência ao sistema patrimonial para apuração do resultado 
econômico do exercício; 
 
Sistema composto de contas de resultado (orçamentárias) e contas extras 
orçamentárias, que formarão o Ativo e o Passivo Financeiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUBSISTEMA FINANCEIRO 
INGRESSOS DESMBOLSOS 
RECEITA 
EFETIVA 
RECEITA POR 
MUTAÇÕES 
RESULTADO 
FINANCEIRO 
DESPESA 
EFETIVA 
DESPESA POR 
MUTAÇÕES 
 
 
53 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
No Sistema Financeiro são registrados todos os ingressos e dispêndios, a 
arrecadação da receita e o pagamento da despesa orçamentária e extra orçamentaria. As 
receitas orçamentárias são classificadas por categorias funcionais. 
 
As principais contas do sistema financeiro estão relacionadas com as 
contrapartidas do grupo Disponível, uma vez que este grupo representa as entradas e 
saídas de recursos. 
 
Portanto, conclui-se que todas as contas deste grupo Disponível pertencem ao 
Sistema Financeiro, quais sejam: Caixa, Bancos Conta movimento, Aplicações 
Financeiras, e outras relacionadas. Pertencem ainda, ao Sistema Financeiro, as contas 
Receita, Despesa, Fornecedores, Restos a Pagar, Pessoal a Pagar, Encargos Sociais a 
Recolher, Consignações, Depósitos de Terceiros, e outras. Este sistema apresenta o fluxo 
de caixa da entidade, no qual os recursos recebidos, pertencentes à entidade, são 
classificados como receita orçamentária. Os recursos de terceiros que transitarem pela 
entidade, são classificados como receitas extra orçamentárias. Para fins do balanço 
Financeiro, são considerados conjuntamente como receitas do período a serem somadas 
com o saldo existente nas contas de caixa e bancos, oriundo do exercício anterior. 
 
7.5.3. Subsistema Patrimonial 
No sistema Patrimonial registram os bens móveis, imóveis, créditos, obrigações, 
valores, movimento de almoxarifado, inscrição e baixa de ativos e passivos, 
incorporações e desincorporações de bens independentes da execução orçamentária, isto 
é, sem movimentação financeira, as superveniências e as insubsistências ativas e 
passivas. Para este sistema, temos as chamadas contas patrimoniais que registram o 
ativo e o passivo permanente (conforme definidos pela Lei 4.320/64, no art. 105, 
parágrafos segundo e quarto), os bens (menos numerário), valores (ações, títulos, joias, 
etc.), a dívida pública, a dívida ativa, as variações patrimoniais ativas e passivas 
decorrentes ou não da execução orçamentária e o saldo patrimonial. 
 
Há contas que pertencem ao sistema patrimonial que representam débitos 
assumidos e créditos adquiridos que devem ser destacados daquelas constantes do 
sistema financeiro. Em suma, podemos garantir que as obrigações a pagar oriundas do 
orçamento da receita são representadas por contas pertencentes ao sistema patrimonial, 
 
 
54 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
enquanto que as obrigações a pagar decorrentes da execução do orçamento da despesa 
são do sistema financeiro. Já as contas representativas de direito a receber oriundos do 
orçamento da despesa são do sistema patrimonial. Não há direitos a receber que se 
originem da execução do orçamento da receita, posto que se adota o regime de caixa na 
sua contabilização. 
 
A dívida ativa, que também representa um valor a receber, é uma conta 
pertencente ao sistema patrimonial, evidentemente porque seu registro não envolve 
movimento de recursos financeiros. Entretanto, o recebimento da dívida ativa gera a 
receita orçamentária (sistema financeiro), em virtude do ingresso de recursos financeiros, 
mas em compensação provoca a baixa do direito a receber no ativo (sistema patrimonial). 
As demais contas representativas de direitos e obrigações deverão ser do sistema 
financeiro sempre que estiverem envolvidas com recursos financeiros, ou do sistema 
patrimonial nos outros casos.Características: 
1. Registro do Ativo Permanente e Passivo Permanente do Estado; 
2. Controle dos Bens e Valores do Estado, inclusive bens de terceiros que 
estejam de posse do Estado (Títulos); 
3. Acompanhamento físico dos bens, direitos e obrigações por força de inventário 
que valide os registros efetuados; 
4. Identificações da movimentação do patrimônio e de suas origens sejam 
decorrentes ou não da execução orçamentária. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUBSISTEMA PATRIMONIAL 
Resultado 
Financeiro 
Variações 
Resultantes da 
Execução 
Passivas Ativas 
RESULTADO DO EXERCÍCIO 
Resultado 
Econômico 
Variações 
Independentes 
da Execução 
Orçamentá
ria 
 
 
55 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
 
 
 
 
 
Resultado Econômico: 
1. VariaçãoAtiva>VariaçãoPassiva Superávit 
2. VariaçãoAtiva = VariaçãoPassiva Nulo 
3. VariaçãoAtivadas Demonstrações Contábeis para acesso da socie- 
dade em local e prazos indicados; 
d) Disponibilização em meios de comunicação eletrônicos de acesso 
público. 
 
As demonstrações contábeis das entidades definidas no campo da Contabilidade 
Aplicada ao Setor Público são: 
a) Balanço Patrimonial; 
b) Balanço Orçamentário; 
c) Balanço Financeiro; 
d) Demonstração das Variações Patrimoniais; 
e) Demonstração dos Fluxos de Caixa; 
f) Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido; (Incluída pela Resolução 
CFC no 1.437/13) e 
g) Notas Explicativas. (Incluída pela Resolução CFC no 1.437/13) 
 
8.1.1. Balanço Patrimonial 
O Balanço Patrimonial, estruturado em Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido, 
evidencia qualitativa e quantitativamente a situação patrimonial da entidade pública: 
 
 
60 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
a) Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos 
passados e do qual se espera que fluam futuros benefícios econômicos para a 
entidade; 
b) Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos passados, 
cuja liquidação se espera que resulte na saída de recursos da entidade 
capazes de gerar benefícios econômicos; 
c) Patrimônio liquido é o interesse residual nos ativos da entidade depois de 
deduzidos todos os seus passivos. 
d) Contas de Compensação compreende os atos que possam vir a afetar o 
patrimônio. 
 
No PatrimônioLíquido, deve ser evidenciado o resultado do período segregado dos 
resultados acumulados de períodos anteriores. 
 
A classificação dos elementos patrimoniais considera a segregação em “circulante” 
e “não circulante”, com base em seus atributos de conversibilidade e exigibilidade. Os 
ativos devem ser classificados como “circulante” quando satisfizerem a um dos seguintes 
critérios: 
a) Estarem disponíveis para realização imediata; 
b) Tiverem a expectativa de realização até doze meses da data das 
demonstrações contábeis. 
 
Os demais ativos devem ser classificados como não circulante. 
Os passivos devem ser classificados como circulante quando satisfizerem um dos 
seguintes critérios: 
a) Corresponderem a valores exigíveis até doze meses da data das 
demonstrações contábeis; 
b) Corresponderem a valores de terceiros ou retenções em nome deles, quando a 
entidade do setor público for a fiel depositária, independentemente do prazo de 
exigibilidade. 
 
Os demais passivos devem ser classificados como não circulante. 
 
 
61 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
As contas do ativo devem ser dispostas em ordem decrescente de grau de 
conversibilidade; as contas do passivo, em ordem decrescente de grau de exigibilidade. 
 
8.1.2. BalançoOrçamentário 
O BalançoOrçamentário evidencia as receitas e as despesas orçamentárias, 
detalhadas em níveis relevantes de análise, confrontando o orçamento inicial e as suas 
alterações com a execução, demonstrando o resultado orçamentário. (Redação dada 
pela Resolução CFC no 1.268/09) O Balanço Orçamentário é estruturado de forma a 
evidenciar a integração entre o planejamento e a execução orçamentária. 
 
8.1.3. Balanço Financeiro 
O Balanço Financeiro evidencia as receitas e despesas orçamentárias, bem como 
os ingressos e dispêndios extraorçamentários, conjugados com os saldos de caixa do 
exercício anterior e os que se transferem para o início do exercício seguinte. (Redação 
dada pela Resolução CFC no 1.268/09) 
 
8.1.4. Demonstração das Variações Patrimoniais 
A Demonstração das Variações Patrimoniais evidencia as variações quantitativas, 
o resultado patrimonial e as variações qualitativas decorrentes da execução orçamentária. 
(Redação dada pela Resolução CFC no 1.268/09) As variações quantitativas são 
decorrentes de transações no setor público que aumentam ou diminuem o patrimônio 
liquido. São decorrentes de transações no setor público que alteram a composição dos 
elementos patrimoniais sem afetar o patrimônio liquido. Para fins de apresentação na 
Demonstração das Variações Patrimoniais, as variações devem ser segregadas em 
quantitativas e qualitativas. O resultado patrimonial do período é apurado pelo confronto 
entre as variações quantitativas aumentativas e diminutivas. 
 
8.1.5. Demonstração dos Fluxos de Caixa 
A Demonstração dos Fluxos de Caixa permite aos usuários projetar cenários de 
fluxos futuros de caixa e elaborar análise sobre eventuais mudanças em torno da 
capacidade de manutenção do regular financiamento dos serviços públicos. Deve ser 
 
 
62 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
elaborada pelo método direto ou indireto e evidenciar as movimentações havidas no caixa 
e seus equivalentes, nos seguintes fluxos: 
a) Das operações; 
b) Dos investimentos; 
c) Dos financiamentos. 
 
O fluxo de caixa das operações compreende os ingressos, inclusive decorrentes de 
receitas originárias e derivadas, e os desembolsos relacionados com a ação pública e os 
demais fluxos que não se qualificam como de investimento ou financiamento. 
 
O fluxo de caixa dos investimentos inclui os recursos relacionados à aquisição e à 
alienação de ativo não circulante, bem como recebimentos em dinheiro por liquidação de 
adiantamentos ou amortização de empréstimos concedidos e outras operações da 
mesma natureza. 
 
O fluxo de caixa dos financiamentos inclui os recursos relacionados à captação e à 
amortização de empréstimos e financiamentos. 
 
8.1.6. Demonstração das Mutações do PatrimônioLíquido (Incluído pela Resolução CFC 
no 1.437/13) 
A Demonstração das Mutações do PatrimônioLíquido (DMPL) evidencia a 
movimentação havida em cada componente do PatrimônioLíquido com a divulgação, em 
separado, dos efeitos das alterações nas políticas contábeis e da correção de erros. A 
DMPL deve ser elaborada apenas pelas empresas estatais dependentes e pelos entes 
que as incorporarem no processo de consolidação das contas. 
 
8.1.7. Notas Explicativas 
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis. As 
informações contidas nas notas explicativas devem ser relevantes, complementares ou 
suplementares àquelas não suficientemente evidenciadas ou não constantes nas 
demonstrações contábeis. Incluem os critérios utilizados na elaboração das 
 
 
63 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
demonstrações contábeis, as informações de naturezas patrimonial, orçamentária, 
econômica, financeira, legal, física, social e de desempenho e outros eventos não 
suficientemente evidenciados ou não constantes nas referidas demonstrações. 
 
8.2. Consolidação das Demonstrações Contábeis 
A NBC T 16.7 estabelece conceitos, abrangência e procedimentos para 
consolidação das demonstrações contábeis no setor público. A consolidação das 
demonstrações contábeis objetiva o conhecimento e a disponibilização de 
macroagregados do setor público, a visão global do resultado e a instrumentalização do 
controle social. 
 
Para efeito desta Norma, entende-se por: 
 Consolidação das Demonstrações Contábeis: o processo que ocorre pela 
soma ou pela agregação de saldos ou grupos de contas, excluídas as 
transações entre entidades incluídas na consolidação, formando uma unidade 
contábil consolidada. 
 Dependência orçamentária: quando uma entidade do setor público necessita 
de recursos orçamentários de outra entidade para financiar a manutenção de 
suas atividades, desde que não represente aumento de participação acionária. 
 Dependência regimental: quando uma entidade do setor público nãodependente orçamentariamente esteja regimentalmente vinculada a outra 
entidade. 
 Relação de dependência: a que ocorre quando há dependência orçamentária 
ou regimental entre as entidades do setor público. 
 Unidade Contábil Consolidada: a soma ou a agregação de saldos ou grupos 
de contas de duas ou mais unidades contábeis originárias, excluídas as 
transações entre elas. 
 
8.2.1. Procedimentos para consolidação 
No processo de consolidação de demonstrações contábeis devem ser 
consideradas as relações de dependência entre as entidades do setor público. 
 
 
 
64 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
As demonstrações consolidadas devem abranger as transações contábeis de todas 
as unidades contábeis incluídas na consolidação. 
 
Os ajustes e as eliminações decorrentes do processo de consolidação devem ser 
realizados em documentos auxiliares, não originando nenhum tipo de lançamento na 
escrituração das entidades que formam a unidade contábil. 
 
As demonstrações contábeis das entidades do setor público, para fins de 
consolidação, devem ser levantadas na mesma data, admitindo-se a defasagem de até 
três meses, desde que os efeitos dos eventos relevantes entre as diferentes datas sejam 
divulgados em notas explicativas. 
 
As demonstrações contábeis consolidadas devem ser complementadas por notas 
explicativas que contenham, pelo menos, as seguintes informações: 
 Identificação e características das entidades do setor público incluídas na 
consolidação; 
 Procedimentos adotados na consolidação; 
 Razões pelas quais os componentes patrimoniais de uma ou mais entidades do 
setor público não foram avaliados pelos mesmos critérios, quando for o caso; 
 Natureza e montantes dos ajustes efetuados; 
 Eventos subseqüentes à data de encerramento do exercício que possam ter 
efeito relevante sobre as demonstrações contábeis consolidadas. 
 
 
 
65 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
9. RESTOS A PAGAR E DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES 
 
Objetivo: 
Entender o conceito sobre Restos a Pagar que nada mais é do que o saldo 
financeiro que devem fazer frente as despesas empenhadas mas não pagas até 31 de 
dezembro, cabendo ressaltar que Restos a Pagar inscritos com financeiro descoberto 
poderá incorrer em crime fiscal. Compreender, também o que são Despesas de 
Exercícios Anteriores cujo conceito aponta para as dívidas resultantes de compromissos 
gerados em exercícios financeiros anteriores àqueles em que ocorreram os pagamentos. 
 
Introdução: 
Restos a pagar são despesas empenhadas e não pagas em X1. São inscritas em 
31/12/X1 e seguem rito próprio, previsto no decreto nº 93.872/86. Já as 
Despesas de exercícios anteriores são despesas empenhadas, liquidadas e pagas em 
X2, mas que se referem a fatos que ocorreram em X1. Portanto, é uma despesa 
orçamentária normal, como outra qualquer, só que se refere a uma situação em que o fato 
gerador aconteceu no passado, em exercício anterior, daí a origem do nome. 
 
9.1. Restos a pagar (RP) 
Consideram se Restos a Pagar as despesas empenhadas, mas não pagas até o 
dia 31 de dezembro, distinguindo se as processadas das não processadas. 
(Art. 36, Lei 4.320/64) 
 
Os Restos a Pagar representam os valores pendentes de pagamento oriundos da 
emissão de empenhos, ou seja, tem origem no orçamento da despesa, devendo esse 
termo ser utilizado apenas para representar os valores da despesa empenhada não paga 
ao final do exercício financeiro de emissão do empenho. 
 
Portanto, para distinguirmos os tipos de Restos a Pagar, observaremos se houve 
transcurso ou não, no Estágio da Despesa denominado liquidação, assim teremos: 
 PROCESSADOS: quando JÁ transcorreu o estágio da liquidação. 
 NÃO PROCESSADOS: quando NÃO transcorreu o estágio da liquidação. 
 
 
66 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
A inscrição em Restos a Pagar decorre da observância do regime de competência 
para as despesas, e será realizada, automaticamente pelo sistema, na data de 
encerramento do exercício financeiro em que foi empenhada a despesa e não paga 
(Art. 68, Dec. 93872/86). 
 
Com a publicação da Lei de Responsabilidade Fiscal, Lei Complementar n° 101, de 
04 de Maio de 2000, a inscrição de despesas em RP ficou condicionada a seguinte regra: 
 
“Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos 
últimos dois quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de 
despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha 
parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente 
disponibilidade de caixa para este efeito. 
Parágrafo Único. “Na determinação da disponibilidade de caixa serão 
considerados os encargos e despesas compromissadas a paga até o final do 
exercício.” (BRASIL) 
 
 
Observem que a Lei não fez distinção entre os tipos de Restos a Pagar, 
processado e não processado, que devem cumprir a regra. Para esclarecer de vez o 
impasse a Secretaria do Tesouro Nacional, órgão central do sistema de contabilidade, 
editou a Nota Técnica nº 733/2005 – GENOC/CCONT/STN, de 20 de maio de 2005, 
orientando o seguinte: 
 
 EMPENHOS PROCESSADOS: devem ser inscritos em Restos a Pagar. 
 
 EMPENHOS NÃO PROCESSADOS: devem ser cancelados, caso não haja 
disponibilidade financeira. 
 
 
Com ralação ao Cancelamento de Restos a Pagar a sua inscrição em tem validade 
por um ano, devendo ser cancelado até 31 de dezembro do ano subsequente ao de sua 
inscrição (Art. 68, Decreto 93.872/86), conforme o entendimento da Secretaria do Tesouro 
Nacional. 
 
 
 
 
 
67 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
 
1) O não cancelamento de Restos a Pagar não processados no 
encerramento do exercício subsequente constitui desrespeito ao art. 68 
do Decreto nº 93.872/86, salvo quando: 
a) Vigente o prazo para o cumprimento da obrigação assumida pelo credor, 
nele estabelecida; 
b) Vencido o prazo de que trata o item anterior, mas esteja em curso a 
liquidação da despesa, ou seja, de interesse da administração exigir o 
cumprimento da obrigação assumida pelo credor; 
c) Corresponder a compromisso assumido no exterior. 
2) O pagamento que vier a ser reclamado em decorrência dos 
cancelamentos efetuados poderá ser atendido a conta de dotação de 
exercícios anteriores, no exercício que ocorrer o reconhecimento da 
dívida. 
 
 
A prescrição de Restos a Pagar se dá em cinco anos da dívida passiva relativa ao 
mesmo (Art.70, Dec. 93.872/86). 
 
9.2. Despesas de Exercícios Anteriores (DEA’s) 
As Despesas de Exercícios Anteriores estão disciplinadas pelo art. 37 da Lei nº 
4.320/64. Além desse dispositivo, cada ente da Federação poderá regulamentar a matéria 
visando atender às suas peculiaridades, desde que, é evidente, observe os limites 
traçados pelo Diploma Legal. 
 
As DEA’s correspondem a autorizações dadas na lei orçamentária, destinadas a 
atender a compromissos gerados, conforme o título aduz, em exercícios anteriores. 
Foram criadas a fim de se desestimular o administrador público a solicitar autorizações 
para a abertura de créditos especiais cujo objeto contemplasse despesas dessa natureza. 
Isto porque nem toda despesa empenhada em cada ano necessariamente foi nele gerada 
ou constituída. Assim, é possível que um dado empenho contemple despesas cuja 
entrega do bem, obra ou serviço tenha ocorrido em anos anteriores. 
 
O regime de competência exige que as despesas sejam contabilizadas conforme o 
exercício a que pertençam, ou seja, em que foram geradas. Se uma determinada despesa 
 
 
68 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
tiver origem, por exemplo, em 2016 e só foi reconhecida e pagaem 2017, a sua 
contabilização deverá ser feita em “Conta de Despesas de Exercícios Anteriores” para 
evidenciar o regime do exercício. 
 
Poderão ser pagas à conta de despesa de exercício anteriores, mediante 
autorização do ordenador de despesa, respeitada a categoria econômica própria: 
 As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo 
consignava crédito próprio com saldo suficiente para atendê-las, que não se 
tenham processado na época própria, assim entendidas aquelas cujo empenho 
tenha sido considerado insubsistente e anulado no encerramento do exercício 
correspondente, mas que, dentro do prazo estabelecido, o credor tenha 
cumprido sua obrigação; 
 Os restos a pagar com prescrição interrompida, assim considerada a despesa 
cuja inscrição como Restos a Pagar tenha sido cancelada, mas ainda vigente o 
direito do credor; e 
 Os compromissos decorrentes de obrigação de pagamento criada em virtude 
de lei e reconhecidos após o encerramento do exercício. 
 
 
Pode-se citar como exemplo dessa última situação: o caso de um servidor, cujo 
filho tenha nascido em setembro e somente requereu o benefício do salário-família em 
março do ano seguinte. As despesas referentes aos meses de setembro a dezembro irão 
à conta de despesas de exercícios anteriores, classificados, como de transferências 
correntes e os demais meses serão classificadas no elemento de despesa próprio. A 
promoção de um funcionário com data retroativa e que alcance anos anteriores ao 
exercício financeiro, também é caso de despesa de exercícios anteriores. 
 
As dívidas de exercícios anteriores, que dependam de requerimento do favorecido, 
prescrevem em 05 (cinco) anos, contados da data do ato ou fato que tiver dado origem ao 
respectivo direito. O início do período da dívida corresponde à data do fato gerador do 
direito, não devendo ser considerado, para fins de prescrição quinquenal, o tempo de 
tramitação burocrática e o de providências administrativas a que estiver sujeito o 
processo. 
 
 
 
69 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
BÁSICA: 
BRASIL. Portaria STN n° 840, de 21 de dezembro de 2016: MCASP Manual de 
Contabilidade Aplicada ao Setor Público. 7ª edição ed. Brasilia/DF: STN, 
2017. 418 p. 
Disponível em: 
https://siconfi.tesouro.gov.br/siconfi/pages/public/arquivo/conteudo/PORTA
RIA_STN_N_840_DE_21_DE_DEZEMBRO_DE_2016.pdf>. 
Acesso em: 03 nov. 2022. 
BRASIL. Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964. Estatui Normas Gerais de 
Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da 
União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. Brasília, DF, 
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/leis/L4320.htm 
Acesso em: 03 nov. 2022. 
CATAPAN, Anderson; BERNARDONI, Doralice Lopes; CRUZ, June Alisson 
Westarb. Planejamento e Orçamento na Administração Pública. 2. ed. – 
Curitiba: Intersaberes (Série Gestão Pública), 2013. 
Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/6097 
Acesso em: 03 nov. 2022. 
COMPLEMENTAR: 
ASSUNÇÃO, Marcio José. Contabilidade aplicada ao setor público. – 1. ed. – 
Curitiba: Intersaberes, 2012. 
Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/5989 
Acesso em: 03 nov. 2022. 
BRASIL. Lei nº 101, de 04 de maio de 2000. Estabelece normas de finanças 
públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras 
providências. 
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp101.htm 
Acesso em: 03 nov. 2022. 
______. Ministério da Fazenda. Secretaria do Tesouro Nacional. Portaria 
Conjunta STN/SOF n.º 2, de 6 de agosto de 2009. Aprova os Manuais de 
Receita Nacional e de Despesa Nacional e dá outras providências. 
Disponível em: https://www.normasbrasil.com.br/norma/portaria-conjunta-
2-2009_212158.html 
Acesso em: 03 nov. 2022. 
______. Ministério da Fazenda. Secretaria do Tesouro Nacional. Portaria 
Interministerial n.º 163, de 4 de Maio de 2000. Dispõe sobre normas gerais 
de consolidação das Contas Públicas no âmbito da União, Estados, Distrito 
https://siconfi.tesouro.gov.br/siconfi/pages/public/arquivo/conteudo/PORTARIA_STN_N_840_DE_21_DE_DEZEMBRO_DE_2016.pdf
https://siconfi.tesouro.gov.br/siconfi/pages/public/arquivo/conteudo/PORTARIA_STN_N_840_DE_21_DE_DEZEMBRO_DE_2016.pdf
http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/leis/L4320.htm
https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/6097
https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/5989
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp101.htm
https://www.normasbrasil.com.br/norma/portaria-conjunta-2-2009_212158.html
https://www.normasbrasil.com.br/norma/portaria-conjunta-2-2009_212158.html
 
 
70 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Federal e Municípios, e dá outras providências. Disponível em: 
http://orcamentofederal.gov.br/clientes/portalsof/portalsof/orcamentos-
anuais/orcamento-2015-2/arquivos%20portarias-sof/portaria-interm-
163_2001_atualizada_2015_02set2015.pdf/ 
Acesso em: 03 nov. 2022. 
GUEDES, Álvaro Martim. Contabilidade pública: inovações, aplicações e 
reflexos. Curitiba: Intersaberes, 2016. (Série Gestão Pública. E-book). 
Disponível na Biblioteca Virtual Pearson – E-book. Disponível em: 
https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/37405 
 Acesso em: 03 nov. 2022. 
MULLER, Aderbal Nicolas. Contabilidade Básica. Fundamentos Essenciais. 
São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. Disponível na Biblioteca Virtual 
Pearson – E-book. Disponível em: 
https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/384 
Acesso em: 03 nov. 2022. 
http://orcamentofederal.gov.br/clientes/portalsof/portalsof/orcamentos-anuais/orcamento-2015-2/arquivos%20portarias-sof/portaria-interm-163_2001_atualizada_2015_02set2015.pdf/
http://orcamentofederal.gov.br/clientes/portalsof/portalsof/orcamentos-anuais/orcamento-2015-2/arquivos%20portarias-sof/portaria-interm-163_2001_atualizada_2015_02set2015.pdf/
http://orcamentofederal.gov.br/clientes/portalsof/portalsof/orcamentos-anuais/orcamento-2015-2/arquivos%20portarias-sof/portaria-interm-163_2001_atualizada_2015_02set2015.pdf/
https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/37405
https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/384
	1. INTRODUÇÃO A CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO
	1.1. CASP: Conceitos, Legislação e Evolução Estrutural
	2. OS PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE E OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
	2.1. Os princípios de contabilidade sob a perspectiva do setor público
	2.1.1. Princípio da ENTIDADE
	2.1.2. O Princípio da CONTINUIDADE
	2.1.3. O Princípio da OPORTUNIDADE
	2.1.4. O Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL
	2.1.5. O Princípio da COMPETÊNCIA
	2.1.6. O Princípio da PRUDÊNCIA
	2.2. Princípios da Administração Pública
	3. ORÇAMENTO PÚBLICO E CICLO ORÇAMENTÁRIO
	3.1. Orçamento Público: Conceitos e Princípios
	3.2. A Evolução do Orçamento Público
	3.2.1. Orçamento Clássico ou Tradicional
	3.2.2. Orçamento de Desempenho ou de Realizações
	3.2.3. Orçamento-Programa
	3.2.4. Orçamento Participativo
	3.3. Etapas de Elaboração do Orçamento
	3.3.1. Etapas do Orçamento Público
	3.4. Ciclo Orçamentário
	3.4.1. Execução do Orçamento ou Execução Orçamentária
	4. RECEITA PÚBLICA
	4.1. Receita Pública: conceitos básicos
	4.1.1. Classificação da Receita Pública:
	Quanto à afetação do Orçamento Público são divididas em:
	4.1.2. Estágio da Receita Pública
	4.1.3. Classificação por categoria econômica
	5. DESPESA PÚBLICA
	5.1. Despesa Pública: conceitos básicos
	5.1.1. Classificação Institucional ou Organizacional
	5.1.2. Classificação Funcional Programática
	5.1.3. Classificação Orçamentária da Despesa Pública
	5.2. Estágios ou fases da Despesa Pública
	5.2.1. Empenho
	5.2.2. Liquidação
	5.2.3. Pagamento
	6. PLANO DE CONTAS APLICADO AO SETOR PÚBLICO (PCASP)
	6.1. PCASP: conceitos básicos
	6.2. Objetivo de um Planode Contas
	6.3. Aspectos Orçamentário, Patrimonial e Fiscal da Contabilidade Aplicada Ao Setor Público
	7. PATRIMÔNIO E SISTEMAS CONTÁBEIS
	7.1. Definições
	7.2. Patrimônio Público
	7.3. Classificação do Patrimônio Público sob o Enfoque Contábil
	7.4. Sistema Contábil
	7.5. Estrutura do Sistema Contábil
	7.5.1. Subsistema Orçamentário
	7.5.2. Subsistema Financeiro
	7.5.3. Subsistema Patrimonial
	7.5.4. Subsistema de Custo
	7.5.5. Subsistema de Compensação
	DESPESA
	RECEITA
	DESPESA POR MUTAÇÕES
	RECEITA EFETIVA
	RECEITA POR MUTAÇÕES
	DESPESA EFETIVA
	RESULTADO DO EXERCÍCIO
	Patrimônio
	Permanente
	Patrimônio
	Financeiro
	Patrimônio
	Líquido Total
	Ativo
	Financeiro
	Passivo
	Financeiro
	Passivo
	Financeiro
	Ativo
	Permanente
	8. DEMONTRAÇÕES CONTÁBEIS
	8.1. Demonstrações Contábeis: conceitos
	8.1.1. Balanço Patrimonial
	8.1.2. BalançoOrçamentário
	8.1.3. Balanço Financeiro
	8.1.4. Demonstração das Variações Patrimoniais
	8.1.5. Demonstração dos Fluxos de Caixa
	8.1.6. Demonstração das Mutações do PatrimônioLíquido (Incluído pela Resolução CFC no 1.437/13)
	8.1.7. Notas Explicativas
	8.2. Consolidação das Demonstrações Contábeis
	8.2.1. Procedimentos para consolidação
	9. RESTOS A PAGAR E DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES
	9.1. Restos a pagar (RP)
	9.2. Despesas de Exercícios Anteriores (DEA’s)exemplo, a Lei de 
Responsabilidade Fiscal, que trouxeram novos entendimentos. 
 Lei 10.180/2001: Tem sua importância voltada para a esfera de Governo 
Federal, pois organiza e disciplina os Sistemas de Planejamento e de 
NBCT 16.1 Conceituação, Objeto e Campo de Aplicação.
NBCT 16.2 Patrimônio e Sistemas Contábeis
NBCT 16.3 Planejamento e seus instrumentos sob o enfoque contábil
NBCT 16.4 Transações no Setor Público
NBCT 16.5 Registro Contábil
 
 
5 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Orçamento, de Administração Financeira, de Contabilidade e de Controle 
Interno do Poder Executivo Federal, e dá outras providências. 
 Lei Complementar nº 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal): 
Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na 
gestão fiscal e dá outras providências. Tem grande importância por apresentar 
novos dispositivos de transparência e efetividade na gestão fiscal. 
 Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público 
(NBCASP/NBCT SP): são normas que “regem atualmente” a CASP, no 
contexto de convergência das Normas Brasileiras de Contabilidade aos 
padrões internacionais, editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade 
(CFC). 
 Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP): este manual 
não se configura como uma norma, mas preconiza uma série de procedimentos 
(orçamentários e patrimoniais) que orientam os técnicos na aplicação de todo o 
arcabouço legislativo e normativo relacionado à CASP. 
 
Na qualidade de órgão central de Contabilidade do governo federal, ficou instituída 
à Secretaria do Tesouro Nacional (STN) a incumbência de nortear os entes federativos no 
processo de convergência às normas internacionais. 
 
O MCASP (Portaria STN nº 840, de 21/12/16) se divide em 6 partes: 
1. Parte Geral - Contabilidade Aplicada ao Setor Público; 
2. Parte I - Procedimentos Contábeis Orçamentários; 
3. Parte II - Procedimentos Contábeis Patrimoniais; 
4. Parte III - Procedimentos Contábeis Específicos; 
5. Parte IV - Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP); 
6. Parte V - Demonstrações Contábeis Aplicadas ao Setor Público (DCASP). 
 
 
 
6 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
2. OS PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE E OS PRINCÍPIOS DA 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
Objetivo: 
Verificar os Princípios de Contabilidade, que representam a essência das doutrinas 
e teorias relativas à Ciência Contábil, consoante a perspectiva do entendimento 
predominante no universo científico e profissional da Contabilidade Aplicada ao Setor 
Público (CASP), frente aos Princípios da Administração Pública que regem o Setor 
Público. 
 
Introdução: 
A partir de 02.06.2010, os "Princípios Fundamentais de Contabilidade (PFC)", 
citados na Resolução CFC 750/1993, passam a denominar-se "Princípios de 
Contabilidade (PC)", por força da Resolução CFC 1.282/2010. Os princípios são 
aplicáveis à contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o 
Patrimônio das Entidades. São estes Princípios: da Entidade; da Continuidade; da 
Oportunidade; do Registro pelo Valor Original; da Atualização Monetária (Revogado 
pela Resolução CFC 1.282/2010); da Competência e da Prudência. Já os Princípios da 
Administração Pública estão presentes no artigo 37 da Constituição Federal de 1988 e, 
por meio deles, todas as pessoas que fazem parte dessa administração devem se pautar, 
em obediência. São conhecidos pela sigla LIMPE que é uma combinação interessante de 
letras, formada por alguns princípios encontrados na Constituição Federal da República 
Federativa do Brasil. São eles, respectivamente, os princípios: Legalidade; 
Impessoalidade; Moralidade; Publicidade e Eficiência. 
 
2.1. Os princípios de contabilidade sob a perspectiva do setor público 
Os Princípios de Contabilidade são normas gerais que delimitam a aplicação da 
Ciência Contábil nos âmbitos em que ela se aplica. Se estes princípios não existissem, 
cada entidade adotaria uma forma própria de registrar os fatos contábeis, tornando assim 
difícil uma leitura correta da mensuração da riqueza patrimonial e no caso da 
Administração Pública estes registros objetivam demonstrar as variações no patrimônio 
público. É com estes princípios que a contabilidade é regrada e devem possuir três 
características fundamentais: ser úteis (resultam em informações significativas e valiosas 
aos usuários das demonstrações contábeis), objetivos (as informações resultantes de 
 
 
7 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
suas aplicações não podem sofrer influências externas) e praticáveis (serem adotadas 
sem complexidade ou custos indevidos). 
 
2.1.1. Princípio da ENTIDADE 
O Princípio da Entidade reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e 
afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio 
particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma 
pessoa, a um conjunto de pessoas, a uma sociedade ou a uma instituição de qualquer 
natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por consequência, nesta acepção, o 
patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de 
sociedade. O patrimônio pertence à Entidade, mas o contrário não ocorre. No Setor 
Público, o Princípio da Entidade se afirma, para o ente público, pela autonomia e 
responsabilização do patrimônio a ele pertencente. A autonomia patrimonial tem origem 
na destinação social do patrimônio e a responsabilização do gestor público e a 
obrigatoriedade da prestação de contas pelos agentes públicos. 
 
2.1.2. O Princípio da CONTINUIDADE 
O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em operação no 
futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam 
em conta esta circunstância. Este segundo princípio rege que uma entidade existirá para 
sempre, a não ser que haja uma decisão de encerrá-la. No âmbito público, a continuidade 
se vincula ao estrito cumprimento da destinação social do seu patrimônio, que é atender a 
sociedade, ou seja, a continuidade da entidade se dá enquanto perdurar sua finalidade. 
 
2.1.3. O Princípio da OPORTUNIDADE 
O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apresentação 
dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas. A falta 
de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil pode 
ocasionar a perda de sua relevância, por isso será necessário ponderar a relação entre a 
oportunidade e a confiabilidade da informação. Nas perspectivas do Setor Público o 
Princípio da Oportunidade é base indispensável à integridade e à fidedignidade dos 
processos de reconhecimento, mensuração e evidenciação da informação contábil, dos 
 
 
8 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
atos e dos fatos que afetam ou possam afetar o patrimônio público, observadas as 
Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas ao Setor Público (NBCASP). 
 
2.1.4. O Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL 
O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do 
patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, 
expressos em moeda nacional. As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas 
em graus distintos e combinadas, ao longo do tempo, de diferentes formas: 
I – Custo histórico: os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem 
pagos em caixa ou equivalentes ou pelo valor justo dos recursos, entregues para 
adquiri-los na data da aquisição. Os passivos são registrados pelos valores que 
foram recebidos em troca daobrigação ou, em algumas circunstâncias, pelos 
valores em caixa ou equivalentes, os quais serão necessários para liquidar o 
passivo; 
II – Variação do custo histórico: uma vez integrado ao patrimônio, os 
componentes patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações decorrentes 
dos seguintes fatores: 
a) Custo corrente: os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou 
equivalentes, os quais teriam de ser pagos se esses ativos fossem adquiridos 
na data ou no período das demonstrações contábeis. Os passivos são 
reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes, não descontados, que 
seriam necessários para liquidar a obrigação na data ou no período das 
demonstrações contábeis; 
b) Valor realizável: os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou 
equivalentes, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma 
ordenada. Os passivos são mantidos pelos valores em caixa e equivalentes, 
não descontados, que se espera seriam pagos para liquidar as 
correspondentes obrigações no curso normal das operações da Entidade; 
c) Valor presente: os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do 
fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no 
curso normal das operações da Entidade. Os passivos são mantidos pelo valor 
presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera 
 
 
9 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
seja necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações da 
Entidade; 
d) Valor Justo: é o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo 
liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem 
favorecimentos; e 
e) Atualização monetária: os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda 
nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o 
ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais. 
 
São resultantes da adoção da atualização monetária: 
I – A moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa 
unidade constante em termos do poder aquisitivo; 
II – Para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações 
originais, é necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim 
de que permaneçam substantivamente corretos os valores dos componentes 
patrimoniais e, por consequência, o do Patrimônio Líquido; e 
III – A atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão somente o 
ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação 
de indexadores ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder 
aquisitivo da moeda nacional em um dado período. 
 
No Setor Público, o Registro pelo Valor Original dos atos e fatos contábeis, será ́
considerado o valor original dos componentes patrimoniais. Valor Original, que ao longo 
do tempo não se confunde com o custo histórico, corresponde ao valor resultante de 
consensos de mensuração com agentes internos ou externos, com base em valores de 
entrada. 
 
2.1.5. O Princípio da COMPETÊNCIA 
O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros 
eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do 
recebimento ou pagamento. 
 
 
10 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Nas perspectivas do Setor Público, o Princípio da Competência aplica-se 
integralmente ao Setor Público, no que tange a Despesa, pois a Receita ocorre pelo 
Regime de Caixa. 
 
 
 
A adoção do Princípio da Competência para a Despesa Pública e do Princípio 
de Caixa para a Receita Pública recebe o nome de Regime Misto de 
Contabilidade. 
 
 
 
 
2.1.6. O Princípio da PRUDÊNCIA 
O Princípio da Prudência determina a adoção do menor valor para os componentes 
do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas 
igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o 
patrimônio liquido. Pressupõe-se que o emprego de certo grau de precaução no exercício 
dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido 
de que ativos e receitas não sejam superestimados e, que passivos e despesas não 
sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensuração e 
apresentação dos componentes patrimoniais. 
 
No âmbito do Setor Público, considera-se a Prudência quando nas estimativas de 
valores que afetam o patrimônio, estas devem refletir a aplicação de procedimentos de 
mensuração que prefiram montantes menores para ativos, entre alternativas igualmente 
válidas, e valores maiores para passivos. A Prudência deve ser observada quando, 
existindo um ativo ou um passivo já ́ escriturado por determinados valores, segundo os 
Princípios do Valor Original, surgirem possibilidades de novas mensurações. 
 
A aplicação do Princípio da Prudência não deve levar a excessos ou a situações 
classificáveis como manipulação do resultado, ocultação de passivos, super ou 
subavaliação de ativos e, sim, pelo contrário, em consonância com os Princípios 
Constitucionais da Administração Pública que são Legalidade, Impessoalidade, 
 
 
11 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Moralidade, Publicidade e Eficiência, deve constituir garantia de inexistência de valores 
fictícios, de interesses de grupos ou pessoas, especialmente gestores, ordenadores e 
controladores. 
 
2.2. Princípios da Administração Pública 
O primeiro Princípio da Administração Pública é o da LEGALIDADE e está no 
alicerce do Estado de Direito, no princípio da autonomia da vontade. Baseia-se no 
pressuposto de que o administrador público deve fazer as coisas sob a regência da 
lei imposta, portanto, só pode fazer o que a lei lhe autoriza. 
 
O segundo princípio denomina-se IMPESSOALIDADE no qual a imagem de 
Administrador público não deve ser identificada quando a Administração Pública 
estiver atuando. Outro fato é que o administrador não pode fazer sua própria promoção, 
tendo em vista seu cargo, pois esse atua em nome do interesse público. 
 
O terceiro princípio é a MORALIDADE, no qual há a junção de Legalidade com 
Finalidade, ou seja, o administrador deve trabalhar com bases éticas na 
administração, lembrando que não pode ser limitada na distinção de bem ou mal. Não se 
devem visar apenas esses dois aspectos, adicionando a ideia de que o fim é sempre será 
o bem comum. A legalidade e finalidade devem andar juntas na conduta de qualquer 
servidor público, para o alcance da moralidade. 
 
O quarto princípio é o da PUBLICIDADE, visando que todo o ato da 
Administração Pública deve ser feito de forma legal, não oculta. A publicação dos 
assuntos é importante para a fiscalização, o que contribui para ambos os lados, tanto para 
o administrador quanto para o público, porém, a publicidade não pode ser usada de forma 
errada, para a propaganda pessoal, e, sim, para haver um verdadeiro controle social. 
 
A publicidade dos atos administrativos sofre as seguintes exceções: 
 Nos casos de segurança nacional: de origem militar, econômica, cultural, etc. 
 
 
12 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 Nos casos de investigação policial: onde o Inquérito Policial é extremamente 
sigiloso (só a ação penal que é pública); 
 Nos casos dos atos internos da Administração Pública: nestes, por não 
haver interesse da coletividade. 
 
Os processos administrativos são públicos, contudo a publicidade se restringe aos 
atos intermediários, ou seja, a determinadas fases processuais. A publicidade é feita tanto 
na esfera Federal (Diário Oficial Federal) como na Estadual (Diário Oficial Estadual) ou 
Municipal (através do Diário Oficial doMunicípio). Se não houver o Diário Oficial 
Municipal, a publicidade poderá ser feita por meio dos jornais de grande circulação ou 
afixada em local conhecido e de grande movimento. A Publicidade deve ter objetivo 
educativo, informativo e de interesse social, não podendo ser utilizados símbolos, logos e 
imagens que caracterizem a promoção pessoal do agente público. 
 
O último princípio é o da EFICIÊNCIA, no qual o administrador tem o dever de 
fazer uma boa gestão, ou seja, o representante deve trazer as melhores saídas, sob a 
legalidade da lei, bem como mais efetiva. Não se deve confundir eficiência com 
burocracia. 
 
 
 
Assista ao Vídeo “BUROCRACIA”. Disponível no Link abaixo: 
https://www.youtube.com/watch?v=1ll_25FAzk4. Acesso em: 03 nov. 2022. 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=1ll_25FAzk4
 
 
13 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
3. ORÇAMENTO PÚBLICO E CICLO ORÇAMENTÁRIO 
 
Objetivo: 
Abordar os aspectos conceituais, históricos e evolutivos do Orçamento Público, que 
em sentido amplo, é um documento legal (aprovado por lei) que contém as receitas 
estimadas e as despesas fixadas a serem realizadas pelo Governo num determinado 
exercício (geralmente um ano), bem como, abordar o ciclo orçamentário, ou processo 
orçamentário, que pode ser definido como um processo contínuo, dinâmico e flexível, por 
meio da elaboração, aprovação, execução, controle e avaliação dos programas do setor 
público. 
 
Introdução: 
O Orçamento público é o instrumento de gestão de maior relevância e 
provavelmente o mais antigo da administração pública. É um instrumento que os 
governos usam para organizar os seus recursos financeiros, contudo, o orçamento 
público tem evoluído e vem incorporando novas instrumentalidades. No Brasil, este 
instrumento incorpora diversas formalidades legais e a sua existência está prevista 
constitucionalmente. A Lei de Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de 
forma a evidenciar a política econômica, financeira e programa de trabalho do governo, 
obedecidos os princípios de unidade, universalidade e anualidade. Já o ciclo orçamentário 
é considerado como o período de tempo em que se processam as atividades típicas do 
orçamento público. É um processo contínuo, dinâmico e flexível, por meio do qual se 
elabora/planeja, aprova, executa, controla/avalia a programação de dispêndios do setor 
público nos aspectos físico e financeiro. 
 
3.1. Orçamento Público: Conceitos e Princípios 
Antigamente, o processo de planejamento orçamentário do Brasil era centrado no 
poder executivo, mais especificamente na Presidência da República e constituía uma 
política de ação para o desenvolvimento do país. 
 
Os primeiros Orçamentos elaborados eram chamados de Orçamento Tradicional, 
que se importavam apenas com arrecadação de dinheiro e os gastos. O Orçamento 
tradicional tinha como principal objetivo a ponderação entre as receitas e despesas; 
receitas a arrecadar e as despesas de custeio, aquelas direcionadas à manutenção da 
 
 
14 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
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máquina pública em todos os seus aspectos. Era uma peça única, ou seja, um documento 
que continha expectativas sem devido planejamento e previsão de investimentos. 
 
As melhorias nos serviços públicos e o grau de prioridade nas ações 
governamentais estavam sujeitas às manobras políticas e interesses dos governantes. 
Portanto, eram meros documentos de previsão de receita e autorização de despesas sem 
nenhum vínculo com um sistema de planejamento governamental. Simplesmente se fazia 
uma estimativa de quanto se ia arrecadar e decidia-se o que comprar, sem definição de 
prioridades ou senso distributivo na alocação dos recursos públicos. 
 
Todavia, o Orçamento evoluiu ao longo da história para um conceito de 
Orçamento-Programa, segundo o qual o Orçamento não é apenas um mero 
documento de previsão da arrecadação e autorização do gasto, mas um documento 
legal que contém programas e ações vinculados a um processo de planejamento 
público, com objetivos e metas a alcançar no exercício. 
 
Esta nova modalidade de orçamento é elaborada seguindo as etapas de 
planejamento; programação; projeto e orçamentação, a saber: 
 Planejamento: Definir os principais objetivos a serem concretizados. 
 Programação: Definir prazos e as atividades necessárias à concretização dos 
objetivos. 
 Projeto: É a estimação e consignação de recursos humanos, materiais e 
financeiros necessários à realização das atividades programadas. 
 Orçamentação: É a estimação dos recursos financeiros para atender a 
realização do que foi planejado. É uma multiplicidade de significados, pois traz 
a aproximação dos objetivos variados das diversas políticas que devem ser 
implementadas. 
 
O Orçamento Público no Brasil (Orçamento Geral da União) inicia-se com um 
texto elaborado pelo Poder Executivo e entregue ao Poder Legislativo para 
discussão, aprovação e conversão em lei. O documento deve conter a estimativa de 
arrecadação das receitas federais para o ano seguinte e a autorização para a realização 
 
 
15 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
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de despesas do Governo. Porém, está atrelado a um forte sistema de planejamento 
público das ações a realizar-se no exercício. 
 
 
 
O Orçamento Geral da União (OGU) é constituído de três peças em sua 
composição: o Orçamento Fiscal, o Orçamento da Seguridade Social e o 
Orçamento de Investimento das Empresas Estatais Federais. 
 
 
 
 
 
 
Existem princípios básicos que devem ser seguidos para elaboração e controle dos 
Orçamentos Públicos, que estão definidos no caso do Brasil na Constituição de 1988, na 
Lei 4.320/64, no Plano Plurianual, na Lei de Diretrizes Orçamentárias e na Lei nº 
101/2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal. 
 
3.2. A Evolução do Orçamento Público 
O Orçamento público é o planejamento e a execução dos gastos públicos de cada 
exercício financeiro, que compreende sempre o ano civil, de modo a evidenciar o 
programa de trabalho do governo, calculando os gastos e investimentos em cima dos 
recursos ou receitas previstas. 
 
Este planejamento feito pela Administração Pública visa atender, durante um 
determinado período, aos planos e os programas de trabalho por ela desenvolvidos, por 
meio da planificação de receitas a serem obtidas e pelos dispêndios a serem efetuados, 
objetivando a continuidade e a melhoria quantitativa e qualitativa dos serviços prestados à 
sociedade. São elaborados pelo Poder Executivo (Presidente, Governador e Prefeito), e 
aprovados pelo Poder Legislativo (Congresso Nacional, a Assembleia Legislativa e a 
Câmara de Vereadores). 
 
3.2.1. Orçamento Clássico ou Tradicional 
O orçamento clássico se caracterizava por ser um documento de previsão de 
receita e de autorização de despesas, para o período de um ano. Em sua elaboração não 
se cogitava, primordialmente, em atender as reais necessidades da coletividade e da 
 
 
16 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
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administração, tampouco se consideravam os objetivos econômicos e sociais. Sua maior 
deficiência consistia no fato de que ele não privilegiava um programa de trabalho e um 
conjunto de objetivos a atingir. Assim, dotava um órgão qualquer com os recursos 
suficientes para pagar pessoal e comprar material de consumo e permanente para o 
exercício financeiro, ou seja, os órgãos eram contemplados no orçamento de acordo com 
o que gastavam no exercício anterior e não em função do que se pretendia realizar. 
 
3.2.2. Orçamento de Desempenho ou de Realizações 
O orçamento clássico evoluiu para o orçamento de desempenho ou de realizações, 
onde se buscava saber "as coisas que o governo faz e não as coisas que o governo 
compra". Assim,saber o que a administração pública compra tornou-se menos relevante 
do que saber para que se destine a referida aquisição. Embora já ligado aos objetivos, 
não poderia, ainda, ser considerado um orçamento-programa, visto que lhe faltava uma 
característica essencial, qual seja a vinculação ao Sistema de Planejamento. 
 
3.2.3. Orçamento-Programa 
A adoção do orçamento-programa na esfera federal foi efetivada em 1964, a partir 
da edição da Lei nº 4.320/64. É um plano de ação do Governo Federal, elaborado de 
modo a pormenorizar cada etapa do programa plurianual a ser realizado no exercício 
seguinte e que servirá de roteiro à execução coordenada do programa anual. Pode ser 
definido como sendo "um plano de trabalho expresso por um conjunto de ações a 
realizar e pela identificação dos recursos necessários à sua execução". Como se 
observa, o orçamento-programa não é apenas um documento financeiro, mas 
principalmente, um instrumento de operacionalização das ações do governo, viabilizando 
seus projetos/atividades em consonância com os planos e diretrizes estabelecidos, 
oferecendo as seguintes vantagens um melhor planejamento de trabalho; maior precisão 
na elaboração dos orçamentos; melhor determinação das responsabilidades; maior 
oportunidade para redução dos custos; maior compreensão do conteúdo orçamentário por 
parte do Executivo, do Legislativo e do Público; facilidade para identificação de duplicação 
de funções; melhor controle da execução do programa; identificação dos gastos e 
realizações por programa e sua comparação em termos absolutos e relativos; 
apresentação dos objetivos e dos recursos da instituição e do inter-relacionamento entre 
custos e programação; e ênfase no que a instituição realiza e não no que ela gasta. 
 
 
17 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
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3.2.4. Orçamento Participativo 
O Orçamento Participativo é um mecanismo de democracia representativa que 
permite ao cidadão influenciar ou decidir sobre os orçamentos públicos. É, geralmente, o 
orçamento de investimentos das Prefeituras Municipais, realizado por meio de processos 
de uma participação cidadã. Caracterizá-lo, é dar uma conotação de poder às 
associações comunitárias e os diferentes setores sociais que estão de uma forma ou de 
outra nas estruturas decisórias da cidade, envolvendo toda a sociedade. Esses processos 
costumam contar com assembleias abertas, periódicas e com etapas de negociações 
diretas com o governo. 
 
3.3. Etapas de Elaboração do Orçamento 
O orçamento público é uma lei que, entre outros aspectos, exprime em termos 
financeiros a alocação dos recursos públicos. Trata-se de um instrumento de 
planejamento que espelha as decisões políticas, estabelecendo as ações prioritárias para 
o atendimento das demandas da sociedade, em face da escassez de recursos. Apresenta 
múltiplas funções: de planejamento, contábil, financeira e de controle. As despesas, para 
serem realizadas, têm que estar autorizadas na lei orçamentária anual. 
 
No Brasil, como na maioria dos países de regime democrático, o processo 
orçamentário reflete a co-responsabilidade entre os poderes, caracterizando-se por 
configurar etapas distintas. 
 
3.3.1. Etapas do Orçamento Público 
1ª Etapa: entre os meses de janeiro e maio, é desenvolvida a análise da série 
histórica da execução dos últimos exercícios para definição dos limites de gastos. 
 
2ª Etapa: no mês de junho, os órgãos setoriais apresentam uma proposição 
detalhada relativa às suas programações em: 
 Atividades: envolvendo o montante de recursos necessários para assegurar a 
manutenção da execução das ações atualmente desenvolvidas para a 
prestação de serviços à comunidade. 
 
 
18 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
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 Despesas Obrigatórias: relativas às despesas com pessoal, serviços da 
dívida, benefícios previdenciários. 
 
3ª Etapa: com a estimativa da Receita a ser arrecadada e o montante de gastos 
projetados na 2ª Etapa, define um limite adicional e o remete aos órgãos para 
complementar a sua programação orçamentária, compreendendo: 
 Expansão de atividades: os valores necessários para expansão dos serviços. 
 Projetos: gastos requeridos para aumento da capacidade física de 
atendimento ou inserção de uma ação nova nas atribuições dos órgãos. 
 
4ª Etapa: formalizar o documento final elaborando todos os demonstrativos 
exigidos pela Lei Federal no 4.320/64 e pela Lei de Diretrizes Orçamentárias. 
 
No Congresso, deputados e senadores discutem a proposta que o Executivo 
preparou, fazem as mudanças que consideram necessárias e votam o projeto. Depois da 
aprovação pelo Legislativo, o projeto é enviado ao Executivo para ser sancionado e 
transformado em lei. 
 
3.4. Ciclo Orçamentário 
Preliminarmente, é conveniente ressaltar que o ciclo orçamentário não se confunde 
com o exercício financeiro. Este, na realidade, é o período durante o qual se executa o 
orçamento, o que corresponde, portanto, a uma das fases do ciclo orçamentário. 
 
No Brasil, o exercício financeiro coincide com o ano civil, ou seja, inicia em 01 de 
janeiro e encerra em 31 de dezembro de cada ano, conforme dispõe o art. 34 da Lei n° 
4.320/64. Por outro lado, o ciclo orçamentário é um período muito maior, iniciando com o 
processo de elaboração do orçamento, passando pela execução e encerramento com 
controle. Identificam-se, basicamente, quatro etapas no ciclo ou processo orçamentário: 
 
 Elaboração da proposta orçamentária. 
 Discussão e aprovação da Lei do Orçamento. 
 Execução orçamentária e financeira. 
 
 
19 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
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 Controle. 
 
O ciclo orçamentário se inicia com a elaboração da proposta orçamentária, que 
inicialmente, observa-se que o Orçamento-Programa Anual é um instrumento de nível 
operacional, ou seja, de curto prazo, do governo. Ressalte-se, no entanto, que ela se 
insere nas políticas de médio e longo prazo do país. As políticas de médio longos prazos, 
hoje denominadas pela atual Constituição de Plano Plurianual, dependem de Lei 
Complementar para sua estrutura e elaboração. 
 
Em princípio, o Plano Plurianual deverá perseguir esses mesmos objetivos (linha 
de ação), procurando uma melhor distribuição de renda para diminuir as desigualdades 
sociais e proporcionar um crescimento compatível com a nossa realidade. Ressalta-se 
aqui a importância desse plano, pois ele deverá divulgar as intenções e prioridades do 
governo para o período, o que torna transparente os propósitos nacionais e conduz as 
ações de suas instituições de forma harmônica para o alcance dos objetivos 
estabelecidos, sendo que seu alcance se estende ao primeiro ano do mandato 
presidencial subsequente. Tudo é uma sequência lógica, começa com a elaboração da 
proposta orçamentária está hoje definida na Lei de Diretrizes Orçamentárias, constando: 
 
 As metas e prioridades da Administração Pública Federal para o 
exercício. 
 As orientações para os orçamentos anuais. 
 Os limites para elaboração das propostas orçamentárias. 
 Política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. 
 
A Administração Pública deve orientar e consolidar a proposta orçamentária em 
conformidade com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e as instruções estabelecidas 
pelo planejamento respeitando os prazos para o seu recebimento e consolidação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
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Pesquise na WEB: 
Objetivando expandir o conhecimento, consulte na Biblioteca Virtual 
Pearson, em sites acadêmicos de Contabilidade e de Gestão Pública, as 
“Peças de Planejamento Orçamentário: Plano Plurianual (PPA); Lei de 
Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei Orçamentária Anual(LOA), procurando 
identificar dissonâncias e aproximações entre os conceitos verificados. 
 
 
3.4.1. Execução do Orçamento ou Execução Orçamentária 
Publicada a LOA (Lei Orçamentária Anual), com o respectivo Quadro de 
Detalhamento da Despesa (QDD), é desencadeado o processo da execução 
orçamentária. O Quadro de Detalhamento da Despesa (QDD) é o instrumento que 
detalha, a nível operacional, os projetos e atividades constantes do orçamento de um 
determinado exercício, especificando os elementos de despesa e respectivos 
desdobramentos. 
 
Nesta fase ocorre a execução dos programas governamentais contemplados na 
LOA, mediante uma série de decisões e atividades financeiras que possibilitam atingir as 
metas e objetivos explicitados no Orçamento-Programa que deverá estar em harmonia 
com o Plano Plurianual. No decorrer do processo de execução orçamentária e financeira, 
a administração procura obter informações físico-financeiras que possibilitem controlar e 
avaliar os planos e programas a executar, em execução ou executados constantes do 
Orçamento-Programa Anual. 
 
O controle e a avaliação constituem a última fase do ciclo orçamentário, mas de 
forma alguma a menos importante. O controle constitui um princípio que norteia a 
Administração Pública, podendo distinguir dois tipos de controle: o interno e externo. 
Denomina-se interno quando exercido dentro da própria administração, ou seja, por 
agentes do mesmo poder, e externo se exercido por órgãos independentes desse poder. 
 
 
21 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
4. RECEITA PÚBLICA 
 
Objetivo: 
Compreender os conceitos básicos da Receita Pública e a sua classificação dentro 
da Contabilidade. As Classificações da Receita Públicas em especial as Receitas 
Correntes e as Receitas de Capital, bem como as suas peculiaridades. 
 
Introdução: 
A Receita pública é o montante total arrecadado (impostos, taxas, contribuições e 
outras fontes de recursos) em dinheiro recolhido por todos os entes federativos (União, 
Estados e Municípios), incorporado ao patrimônio público, que servirá para custear 
as despesas e as necessidades de investimentos públicos regulamentados pela Lei 
Orçamento Anual (LOA). É o conjunto de meios financeiros que o Estado e as outras 
pessoas de direito público auferem, livremente e sem reflexo no seu passivo e podem 
dispor para custear a produção de seus serviços e executar as tarefas políticas 
dominantes em cada comunidade. Em sentido restrito, receitas são as entradas que se 
incorporam ao patrimônio como elemento novo e positivo; em sentido lato, são todas 
quantias recebidas pelos cofres públicos, denominando-se entradas ou ingressos. Nem 
todo ingresso constitui receita pública; o produto de uma operação de crédito, por 
exemplo, é um ingresso, mas não é receita nessa concepção porque, em contraposição à 
entrada de recursos financeiros, cria uma obrigação no passivo da entidade pública. Pela 
ótica de caixa ou contabilístico, são receitas públicas todas e quaisquer entradas de 
fundos nos cofres do Estado, independentemente de sua origem ou fim. No sentido 
financeiro ou próprio, são receitas públicas apenas as entradas de fundos nos cofres do 
Estado que representem um aumento do seu patrimônio. Outra maneira de definir a 
receita pública é considerar que, para que exista uma receita pública, é necessário que a 
soma de dinheiro arrecadada seja efetivamente disponível, isto é, que possa, em qualquer 
momento, ser objeto dentro das regras políticas e jurídicas de gestão financeira, de uma 
alocação e cobertura de despesas públicas. De acordo com o Regulamento Geral de 
Contabilidade Pública, a receita pública engloba todos os créditos de qualquer natureza 
que o governo tem direito de arrecadar em virtude de leis gerais e especiais, de contratos 
e quaisquer títulos de que derivem direitos a favor do Estado. 
 
 
 
22 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
4.1. Receita Pública: conceitos básicos 
Um conceito básico para expressar Receita Pública é todo recurso obtido pela 
administração pública para atender às despesas públicas. Portanto, a Receita Pública 
é representada pelos ingressos ou embolsos (fontes/origens) de recursos financeiros que 
serão aplicados na aquisição de bens e serviços, visando à prestação de serviços 
públicos à coletividade. 
 
Na interpretação da Lei n° 4.320/64, a sua definição deixa de lado as operações de 
crédito, denominando a receita como um conjunto de ingressos financeiros com fontes e 
fatos geradores próprios e permanentes, oriundos da ação e de atributos inerentes à 
instituição, e que, integrando o patrimônio na qualidade de elemento novo, produz-lhe 
acréscimos, sem, contudo gerar obrigações ou reivindicações de terceiros. 
 
O Regulamento de Contabilidade Pública diz que todos os créditos de qualquer 
natureza que o governo tem direito de arrecadar em virtude de leis gerais e especiais, de 
contratos e quaisquer títulos de que derivem direitos a favor do Estado são receitas. 
Assim, a Receita Pública efetiva provém dos serviços gerais prestados pelo Estado à 
sociedade, em troca da cobrança de impostos, taxas e contribuições. 
 
4.1.1. Classificação da Receita Pública: 
Quanto à afetação do Orçamento Público são divididas em: 
a) Extraorçamentária: não integra o orçamento público, e sua realização não se 
vincula à execução, nem constitui renda. 
 
 
 
Segundo a Lei nº 4.320/64 em seu art. 35; pertencem ao exercício financeiro: I - 
as receitas nele arrecadadas; II - as despesas nele legalmente empenhadas. 
 
 
 
 
 
b) Orçamentárias: são aquelas receitas que foram previstas na Lei Orçamentária 
Anual (LOA). 
 
 
23 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
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O art. 35 da Lei n° 4.320/64, estabeleceu que a receita somente deve ser 
reconhecida adotando-se o Regime de Caixa. 
 
O Artigo 3° da Lei 4.320/64 estabelece que a Lei de Orçamento compreenderá 
todas as receitas, inclusive as de operação de crédito autorizadas em lei e em seu 
Parágrafo Único, nos alerta que foge a essa regra as entradas compensatórias no ativo e 
passivo financeiro do balanço patrimonial; as operações de crédito por antecipação da 
receita e as emissões de papel. 
 
 O Artigo 11, § 4° da Lei n° 4.320/64 classificou a receita orçamentária em duas 
categorias econômicas: Receitas Correntes e Receitas de Capital. 
 
a) Receitas Correntes: constitui-se das receitas provenientes de recursos 
financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando 
destinadas a manutenção da máquina pública. Compreende as seguintes 
Receitas: 
 Receita Tributária: é a receita decorrente da competência tributária 
instituída pela Constituição Federal, ou seja, entende-se por tributo toda 
prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa 
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada 
mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Os tributos 
compreendem os Impostos, as Taxas e as Contribuições de Melhoria; 
a) Impostos: são os tributos que compreendem a contribuição monetária, 
que os poderes públicos exigem da sociedade para atendimento de 
serviços prestados ao contribuinte. 
b) Taxas: é o tributo cobrado, tendo como fato gerador o exercício regular 
do poder de polícia ou a utilização efetiva ou potencial de serviço 
público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua 
disposição. 
c) Contribuição de Melhoria: é o tributo gerado pela valorização 
imobiliária decorrentes das obras públicas realizadas. 
 
 
24 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 Receita de Contribuições: decorrentes de contribuições, como por 
exemplo, a Contribuição de Empregadorese Trabalhadores para 
Seguridade Social. 
 Receita Patrimonial: decorrente da utilização de bens imóveis, de 
rendimentos de valores mobiliários, tais como títulos de rendas e receitas 
derivadas do patrimônio (juros bancários). 
 Receita Agropecuária: decorrentes de explorações agropecuárias. 
 Receita Industrial: são provenientes das atividades industriais. 
 Receita de Serviços: decorrentes daquelas atividades que se 
caracterizam pela prestação de serviços. 
 Transferências Correntes: recursos recebidos de outra pessoa de direito 
público ou privado, independente de contraprestações direta de bens ou 
serviços. Podem ocorrer a nível intragovernamental (dentro do âmbito de 
um mesmo governo) e intergovernamental (entre governos diferentes, da 
União para o Estado, do Estado para os Municípios). 
 Outras Receitas Correntes: integram essas receitas as Multas e Juros de 
Mora, Indenizações e Restituições, Receita da Dívida Ativa e Receitas 
Diversas. 
b) Receitas de Capital: são as provenientes da realização de recursos financeiros 
oriundos de constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; 
os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, destinado a 
atender despesas classificáveis em Investimento. Compreendem: 
 Operações de Crédito: recursos decorrentes da colocação de títulos 
públicos ou de empréstimos obtidos junto a entidades estatais ou 
particulares internos ou externos. No orçamento este título representa, 
como regra, o déficit orçamentário e no Balanço, os ingressos efetivos. 
 Alienação de Bens: proveniente da alienação de bens imóveis e móveis. 
 Amortização de empréstimos: provenientes da amortização de 
empréstimos concedidos, ou seja, a receita obtida com o retorno de 
recursos que haviam sido emprestados. 
 Outras Receitas de Capital: neste título serão classificadas as receitas de 
capital que não atendem às especificações anteriores. Deve ser 
 
 
25 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
empregado apenas no caso de impossibilidade de utilização dos demais 
títulos. 
 
 Com relação a sua classificação as Receitas Públicas são classificadas em quatros 
grandes grupos: 
 Receitas Administradas: decorrentes de atos administrativos ou de 
fiscalização. Exemplo: Imposto sobre a Renda; Contribuição Social sobre o 
Lucro Líquido, etc. 
 Receitas Não Administrada ou Vinculada: são as receitas advindas de 
outros entes. Exemplo: a União envia recursos aos Municípios para suprir suas 
necessidades de serviço à sociedade. 
 Receitas Diretamente Arrecadada ou Própria: estas receitas são 
provenientes de esforço próprio de arrecadação de Órgãos da Administração 
Direta ou de Órgãos da Administração Indireta. Têm como característica o fato 
de serem arrecadadas por meio de guias próprias de arrecadação e que os 
recursos delas advindos geralmente não transitam pela Conta Única do 
Tesouro Nacional. 
 Receitas de Operações de Crédito: são as receitas provenientes de 
operações financeiras do Tesouro e das decorrentes de obrigações contratuais. 
 
Quanto à coercitividade as despesas podem ser: 
a) Receitas efetivas: são aquelas em que podemos identificar um ingresso 
financeiro sem a correspondente desincorporação de direitos ou incorporação 
de obrigações. Provém dos serviços gerais prestados pelo Estado à sociedade, 
em troca da cobrança de impostos, taxas e contribuições. 
b) Receita não-efetiva: não alteram a situação líquida patrimonial, já que se 
originam de fatos permutativos, que por natureza não alteram o patrimônio 
líquido. 
 
 
 
 
 
 
 
26 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
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Quanto à afetação do Patrimônio as Receitas podem ser: 
c) Receitas originárias: decorrem da utilização ou exploração do patrimônio 
pertencente ao órgão público através da prestação de serviços a terceiros e 
outras rendas arrecadadas de modo espontâneo. 
d) Receitas derivadas: são recursos oriundos do poder que o Estado tem de 
exigir uma prestação pecuniária sobre bens, rendas e lucros dos particulares. 
 
4.1.2. Estágio da Receita Pública 
A receita orçamentária passa por quatro fases ou estágios, segundo a Lei nº 
4.320/64, denominadas de: 
 Previsão: expectativa de quanto e quando se espera arrecadar; 
 Lançamento: reconhecimento da dívida pelo contribuinte; 
 Arrecadação: pagamento da dívida pelo contribuinte; 
 Recolhimento: recolhimento do produto arrecadado. 
 
Segundo o Regulamento de Contabilidade Pública, a receita orçamentária passa 
por três estágios, que são: lançamento, arrecadação e recolhimento. Porém, alguns 
autores que discutem a Contabilidade Pública, acreditam que é necessário a estimação 
da receita e, dentro desse contexto, agrega-se o estágio da previsão. 
 
4.1.3. Classificação por categoria econômica 
A classificação por categoria econômica é importante para o conhecimento do 
impacto das ações de governo na conjuntura econômica do país. 
 
Ela possibilita que o orçamento constitua um instrumento de importância para a 
análise e ação de política econômica, de maneira a ser utilizado no fomento ao 
desenvolvimento nacional, no controle do déficit público, etc. 
 
Por esse critério, o orçamento se divide em dois grandes grupos: as Contas 
Correntes e Contas de Capital: 
 
 
27 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
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RECEITAS CORRENTES RECEITAS DE CAPITAL 
1.Receita Tributária 1.Operações de Crédito 
2.Receita de Contribuições 2.Alienação de Bens 
3.Receita Patrimonial 3.Amortização de Empréstimos 
4.Receita Agropecuária 4.Transferências de Capital 
5.Receita Industrial 5.Outras Receitas de Capital 
6.Receita de Serviços 
7.Transferências Correntes 
8.Outras Receitas Correntes 
 
Classificação por Natureza 
Segundo o art. 11 da Lei Federal nº 4.320/64, a receita orçamentária será 
classificada nas seguintes categorias econômicas, constituída de oito algarismos: 
 1º algarismo: identifica a categoria econômica; 
 2º algarismo: identifica as fontes de receita; 
 3º algarismo: identifica a subfonte de receita; 
 4º algarismo: identifica o desdobramento de subfonte; 
 5º e o 6º algarismos: identifica a rubrica, 
 7º e o 8º algarismos: identifica a subrubrica. (item e subitem – de criação 
local) 
 
EXEMPLO: 
11 1 2 04 01 
 Categoria Econômica: Receita Corrente 
 Fonte: Receita Tributária 
 Subfonte: Receita de Impostos 
 Rubrica: Imposto sobre o Patrimônio e a Renda 
 Alínea: IR e Provento de qualquer natureza 
 
 
28 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
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Em resumo teremos: 
 Ingressos Orçamentários: 
a) Receita Orçamentária Efetiva: (oriunda de fatos modificativos 
aumentativos), serviços, tributos etc. 
b) Receita Orçamentária Não-Efetiva: (oriunda de fatos permutativos) 
operações de crédito, amortização de empréstimos concedidos etc. 
 Ingressos Extra orçamentários: (oriunda de fatos permutativos): cauções em 
dinheiro, depósitos de terceiros etc. 
 
QUADRO RESUMO: 
RECEITA 
ORÇAMENTÁRIAS EXTRAORÇAMENTÁRIAS 
Rec. Tributária Recebimento de depósitos de terceiros 
Rec. de prestação de serviços Recebimento de cauções em dinheiro 
Rec. de contribuições sociais Retenções a pagar 
Receita de juros Consignações a pagar 
Rec. de operações de crédito Salários não reclamados 
Rec. de alienação de bens. Recebimento de depósitos não identificados. 
 
 
 
 
 
 
 
 Subalinea: IRPF 
RECEITA ORÇAMENTÁRIA 
RECEITA EFETIVA RECEITA NÃO-EFETIVA 
Altera o patrimônio líquido Não altera o patrimônio líquido 
Fatos modificativos aumentativos Oriunda de fatos permutativos 
É receita no conceito contábil Não é receita no conceito contábil 
Não produz mutação patrimonial Produz uma mutação patrimonial29 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
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5. DESPESA PÚBLICA 
 
Objetivo: 
Compreender a despesa pública que é o conjunto de dispêndios do Estado ou de 
outra pessoa de direito público, para o funcionamento dos serviços públicos. Nesse 
sentido a despesa é a parte do orçamento, ou seja, aquela em que se encontram 
classificadas todas as autorizações para gastos com as várias atribuições e funções 
governamentais. Em outras palavras as despesas públicas formam o complexo da 
distribuição e emprego das receitas para custeio de diferentes setores da administração. 
 
Introdução: 
A despesa pública é parte do orçamento, ou seja, aquela em que se encontram 
classificadas todas as autorizações para gastos com as várias atribuições e funções 
governamentais. Em outras palavras as despesas públicas formam o complexo da 
distribuição e emprego das receitas para custeio de diferentes setores da administração. 
Em sentido genérico, define-se despesa pública como o conjunto de dispêndios do 
Estado, e em sentido restrito, como a aplicação de certa quantia, em dinheiro, por parte 
da autoridade ou agente público competente, dentro de uma autorização legislativa, para 
execução de fim a cargo do governo. 
 
5.1. Despesa Pública: conceitos básicos 
Despesa pública é o conjunto de dispêndios realizados pelos entes públicos para 
custear os serviços públicos (despesas correntes) prestados à sociedade ou para a 
realização de investimentos (despesas de capital). 
 
5.1.1. Classificação Institucional ou Organizacional 
Classificação da despesa que evidencia o programa de trabalho segundo os 
Órgãos e Unidades Orçamentárias responsáveis pela sua execução. 
 
Esta classificação é expressa nos documentos orçamentários por 6 dígitos, sendo 
os dois primeiros referentes ao órgão orçamentário, os dois seguintes referentes à 
unidade orçamentária e os dois últimos referentes à unidade administrativa. 
 
 
 
30 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
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Órgão Orçamentário Unidade Orçamentária Unidade Administrativa 
9 9 9 9 9 9 
 
5.1.2. Classificação Funcional Programática 
A classificação funcional, por funções e subfunções, busca responder basicamente 
à indagação: “em que” área de ação governamental a despesa será realizada? 
 
Cada atividade, projeto e operação especial identificará a função e subfunção as 
quais se vinculam. A atual classificação funcional foi instituída pela Portaria nº 42, de 14 
de abril de 1999, do então Ministério do Orçamento e Gestão, e é composta de um rol de 
funções e subfunções prefixadas, que servem como agregador dos gastos públicos por 
área de ação nas três esferas de Governo. 
 
Trata-se de uma classificação independente dos programas e de aplicação comum 
e obrigatória, no âmbito dos entes federados, o que permite a consolidação nacional dos 
gastos de setor público. 
 
Fazem parte, também, desta classificação; os Programas definidos a nível estadual 
que representam às propostas mencionadas no Plano de Governo e os Projetos, 
Atividades e Operações Especiais. 
 
Assim, esta classificação é expressa nos documentos orçamentários por 9 dígitos + 
4 dígitos da Ação (Projetos / Atividades / Operações Especiais). 
 
Função Subfunção Programa Ação 
9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 
Nível Nacional Nível Estadual / Municipal 
 
 Função: representada por 2 dígitos, pode ser traduzida como o maior nível de 
agregação das diversas áreas de atuação do serviço público e está relacionada 
com a missão institucional, por exemplo: cultura, educação, saúde. 
 
 
31 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
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 Subfunção: indicada por 3 dígitos, representa um nível de agregação 
imediatamente inferior à função e deve evidenciar a área de atuação 
governamental, por intermédio da agregação de um subconjunto de despesas 
e identificação da natureza básica das ações que se aglutinam em torno das 
funções. Podem ser combinadas com funções diferentes daquelas as quais 
estão relacionadas na Portaria nº 42, de 1999. 
 Programas: são instrumentos de organização da ação governamental, que 
visam proporcionar maior racionalidade e eficiência na administração pública, 
ampliar a transparência na aplicação dos recursos e produzir uma melhor visão 
dos resultados e benefícios gerados para a sociedade. Deve estar em 
consonância com Plano Plurianual, sendo elos entre o plano e o orçamento. 
 Ação: compreende algumas particularidades uma vez que engloba em si: 
 Projetos: são instrumentos de programação para alcançar os objetivos de um 
programa, envolvendo um conjunto de operações, limitadas no tempo, e que 
resultam na expansão ou aperfeiçoamento da ação governamental, possuem 
começo, meio e fim. 
 Atividades: são instrumentos de programação para alcançar os objetivos de 
um programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo 
contínuo e permanente, e concorrem para a manutenção da ação 
governamental. 
 Operações Especiais: Conjunto de despesas que não contribuem para a 
manutenção das ações de Governo, das quais não resulta um produto e não 
geram contraprestação direta sob as formas de bens ou serviços, 
representando, basicamente o detalhamento da função “Encargos Especiais”. 
 
5.1.3. Classificação Orçamentária da Despesa Pública 
A classificação Orçamentária da Despesa é representada por 4 níveis, compostos 
por 6 dígitos representados da seguinte forma: 
 
1º Digito 2º Digito 3º e 4º Dígitos 5º e 6º Dígitos 
Categoria 
Econômica da 
Despesa 
Grupo de Natureza 
de Despesa 
Modalidade de 
Aplicação 
Elemento da 
Despesa 
 
 
32 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
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Categoria Econômica da Despesa 
Composição econômica da despesa segundo a qual as despesas são divididas em 
duas categorias, ou seja: 
 Despesas Correntes: são todas as despesas que não contribuem, 
diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital. Na 
classificação econômica da despesa é indicada, no primeiro dígito, pelo 
algarismo (3). 
 Despesas de Capital: são as despesas que contribuem, diretamente para a 
formação, aquisição e readequação de um bem de capital, que enriqueça o 
patrimônio ou que seja capaz de gerar novos bens e serviços e cujos 
benefícios se estendam por períodos futuros. Na classificação econômica da 
despesa é indicada, no primeiro dígito, pelo algarismo (4). 
 
Grupo de Natureza de Despesa 
O Grupo de natureza da despesa é um agregador de elementos de despesa com 
as mesmas características quanto ao objeto de gasto, conforme discriminado a seguir: 
 
1 – Pessoal e Encargos Sociais; 2 – Juros e Encargos da Dívida; 
3 – Outras Despesas Correntes; 4 – Investimentos; 
5 – Inversões Financeiras; 6 – Amortização da Dívida. 
 
Modalidade de Aplicação 
A modalidade de aplicação indica se os recursos serão aplicados mediante 
transferência financeira, inclusive a decorrente de descentralização orçamentária para 
outras esferas de Governo, seus órgãos ou entidades, ou diretamente para entidades 
privadas sem fins lucrativos e outras instituições; ou, então, diretamente pela unidade 
detentora do crédito, por outro órgão ou entidade no âmbito do mesmo nível de Governo. 
Objetiva, principalmente, eliminar a dupla contagem dos recursos transferidos ou 
descentralizados. Representa o 3º e 4º dígitos da classificação orçamentária da despesa, 
significando: 
 
 
33 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
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20 – Transferências à União: despesas orçamentárias dos Estados, Municípios 
ou pelo Distrito Federal, por transferência de recursos financeiros à União, inclusive 
para suas entidades da administração indireta. 
22 – Execução Orçamentária Delegada à União: despesas orçamentáriasrealizadas por transferência de recursos financeiros decorrentes de delegação ou 
descentralização à União para execução de ações de responsabilidade do 
delegante. 
30 – Transferência aos Estados e ao Distrito Federal: despesas orçamentárias 
realizadas mediante transferência de recursos financeiros da União ou dos 
Municípios aos Estados e ao Distrito Federal, inclusive para suas entidades da 
administração indireta. 
31 – Transferências aos Estados e ao Distrito Federal – Fundo a Fundo: 
despesas orçamentárias realizadas mediante transferência de recursos financeiros 
da União ou dos Municípios aos Estados e ao Distrito Federal por intermédio da 
modalidade fundo a fundo. 
32 – Execução Orçamentária Delegada aos Estados e ao Distrito Federal: 
despesas orçamentárias realizadas mediante transferência de recursos financeiros, 
decorrentes de delegação ou descentralização aos Estados e ao Distrito Federal 
para execução de ações de responsabilidade exclusiva do delegante. 
40 – Transferências a Municípios: despesas orçamentárias realizadas mediante 
transferência de recursos financeiros da União ou dos Estados aos Municípios, 
inclusive para suas entidades da administração indireta. 
41 – Transferências a Municípios – Fundo a Fundo: despesas orçamentárias 
realizadas mediante transferência de recursos financeiros da União, dos Estados 
ou do Distrito Federal aos Municípios por intermédio da modalidade fundo a fundo. 
42 – Execução Orçamentária Delegada a Municípios: despesas orçamentárias 
realizadas mediante transferência de recursos financeiros, decorrentes de 
delegação ou descentralização a Municípios para execução de ações de 
responsabilidade exclusiva do delegante. 
50 – Transferências a Instituições Privadas sem Fins Lucrativos: despesas 
orçamentárias realizadas mediante transferência de recursos financeiros a 
 
 
34 Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
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entidades sem fins lucrativos que não tenham vínculo com a Administração 
Pública. 
60 – Transferências a Instituições Privadas com Fins Lucrativos: despesas 
orçamentárias realizadas mediante transferência de recursos financeiros a 
entidades com fins lucrativos que não tenham vínculo com a Administração 
Pública. 
70 – Transferências a Instituições Multigovernamentais: despesas 
orçamentárias realizadas mediante transferência de recursos financeiros a 
entidades criadas e mantidas por dois ou mais entes da Federação ou por dois ou 
mais países, inclusive o Brasil. 
71 – Transferências a Consórcios Públicos: despesas orçamentárias realizadas 
mediante transferência de recursos financeiros a entidades criadas sob a forma de 
consórcios públicos nos termos da Lei nº 11.107, de 6 de abril de 2005, objetivando 
a execução dos programas e ações dos respectivos entes consorciados. 
72 – Execução Orçamentária Delegada a Consórcios Públicos: despesas 
orçamentárias realizadas mediante transferência de recursos financeiros, 
decorrentes de delegação ou descentralização a consórcios públicos para 
execução de ações de responsabilidade exclusiva do delegante. 
80 – Transferências ao Exterior: despesas orçamentárias realizadas mediante 
transferência de recursos financeiros a órgãos e entidades governamentais 
pertencentes a outros países, a organismos internacionais e a fundos instituídos 
por diversos países, inclusive aqueles que tenham sede ou recebam os recursos 
no Brasil. 
90 – Aplicações Diretas: Aplicação direta, pela unidade orçamentária, dos 
créditos a ela alocados ou oriundos de descentralização de outras entidades 
integrantes ou não dos Orçamentos Fiscal ou da Seguridade Social, no âmbito da 
mesma esfera de governo. 
91 – Aplicação Direta Decorrente de Operação entre Órgãos, Fundos e 
Entidades Integrantes dos Orçamentos: Fiscal e da Seguridade Social: 
despesas orçamentárias de órgãos, fundos, autarquias, fundações, empresas 
estatais dependentes e outras entidades integrantes dos orçamentos: fiscal e da 
seguridade social decorrentes da aquisição de materiais, bens e serviços, 
pagamento de impostos, taxas e contribuições, além de outras operações, quando 
 
 
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o recebedor dos recursos também for órgão, fundo, autarquia, fundação, empresa 
estatal dependente ou outra entidade constante desses orçamentos, no âmbito da 
mesma esfera de Governo. 
99 – A Definir: modalidade de utilização exclusiva do Poder Legislativo ou para 
classificação orçamentária da Reserva de Contingência e da Reserva do RPPS, 
vedada à execução orçamentária enquanto não houver sua definição. 
 
Elementos de Despesa 
Denominação atribuída ao quarto nível da classificação por natureza da despesa, 
composta do 5º e 6º dígitos, e que representa o desdobramento da despesa pública nos 
gastos específicos que o setor público realiza para a consecução dos seus fins. São 
elementos de despesa: 
 
01. Aposentadorias, Res.Remunerada e Reformas; 03. Pensões; 
04. Contratação por Tempo Determinado; 05. Outros Benefícios Previdenciários; 
06. Benefício Mensal ao Deficiente e ao Idoso; 07. Contrib. a Entidades Fechadas de Previdência; 
08. Outros Benefícios Assistenciais; 09. Salário-Família; 
10. Outros Benefícios de Natureza Social; 11. Venctos e Vantagens Fixas - Pessoal Civil; 
12. Venctos e Vantagens Fixas - Pessoal Militar; 13. Obrigações Patronais; 
14. Diárias - Pessoal Civil; 15. Diárias - Pessoal Militar; 
16. Outras Despesas Variáveis - Pessoal Civil; 17. Outras Despesas Variáveis - Pessoal Militar; 
18. Auxílio Financeiro a Estudantes; 19. Auxílio-Fardamento; 
20. Auxílio Financeiro a Pesquisadores; 21. Juros sobre a Dívida por Contrato; 
22. Outros Encargos sobre a Dívida por Contrato; 23. Juros, Deságios e Desc. da Dívida Mobiliária; 
24. Outros Encargos sobre a Dívida Mobiliária; 25. Enc. s/Oper. Crédito por Antecip. da Receita; 
26. Obrigações Decorrentes de Política Monetária; 27. Enc. Honra Avais, Garantias, Seg. e Similares; 
28. Remuner.de Cotas de Fundos Autárquicos; 29. Distrib.Result.de Emp. Estatais Dependentes; 
30. Material de Consumo; 31. Premiações Cult., Artíst. Científ., Desportivas; 
 
 
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32. Material, Bem ou Serviço p/Distrib. Gratuita; 33. Passagens e Despesas com Locomoção; 
34. Outras Despesas de Pessoal de Terceirização; 35. Serviços de Consultoria; 
36. Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física; 37. Locação de Mão - de - Obra; 
38. Arrendamento Mercantil; 39. Outros Serviços de Terceiros – P. Jurídica; 
41. Contribuições; 42. Auxílios; 
43. Subvenções Sociais; 45. Subvenções Econômicas; 
46. Auxílio-Alimentação; 47. Obrigações Tributárias e Contributivas; 
48. Outros Auxílios Financeiros a Pessoas Físicas; 49. Auxílio-Transporte; 
51. Obras e Instalações; 52. Equipamentos e Material Permanente; 
61. Aquisição de Imóveis; 62. Aquisição de Produtos Para Revenda; 
63. Aquisição de Títulos de Crédito; 64. Aquis.Tít.Repres.de Capital já Integralizado; 
65. Constit. Aumento de Capital de Empresas; 66. Concessão de Empréstimos e Financiamentos; 
67. Depósitos Compulsórios; 71. Principal da Dívida Contratual Resgatado; 
72. Principal da Dívida Mobiliária Resgatado; 73. Correção da Dívida Contratual Resgatada; 
74. Correção da Dívida Mobiliária Resgatada; 75. Correção da Dívida de Oper. de Crédito; 
76. Principal Corrig.daDív.Mobiliária Refinanciado; 77. Principal Corrig.daDív.Contrat. Refinanciado; 
81. Distrib. Constitucional ou Legal de Receitas; 91. Sentenças Judiciais; 
92. Despesas de Exercícios Anteriores; 93. Indenizações e Restituições; 
94. Indenizações e Restituições Trabalhistas; 95. Indeniz. pelaExec. de Trabalhos de Campo; 
96. Ressarc. de Despesas de Pessoal Requisitado; 97. Aporte p/ Cobert.de Déficit Atuarial do RPPS; 
99. A Classificar.