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59 2. (Enem) Nesse texto, busca-se convencer o leitor a mudar seu comportamento por meio da as- sociação de verbos no modo imperativo à a) indicação de diversos canais de atendimento. b) divulgação do Centro de Defesa da Mulher. c) informação sobre a duração da campanha. d) apresentação dos diversos apoiadores. e) utilização da imagem das três mulheres. 3. (Enem) Entrei numa lida muito dificultosa. Martírio sem fim o de não entender nadinha do que vinha nos livros e do que o mestre Frederico falava. Estranheza colosso me ce- gava e me punha tonto. Acho bem que foi desse tempo o mal que me acompanha até hoje de ser recanteado e meio mocorongo. Com os meus, em casa, conversava por trin- ta, tinha ladineza e entendimento. Na rua e na escola – nada; era completamente afrá- sico. As pessoas eram bichos do outro mun- do que temperavam um palavreado grego de tudo. Já sabia juntar as sílabas e ler por cima toda coisa, mas descrencei e perdi a influência de ir à escola, porque diante dos escritos que o mestre me passava e das lições marcadas nos livros, fiquei sendo um quarta-feira de marca maior. Alívio bom era quando chegava em casa. BERNARDES, C. Rememórias dois. Goiânia: Leal, 1969. O narrador relata suas experiências na pri- meira escola que frequentou e utiliza cons- truções linguísticas próprias de determinada região, constatadas pelo a) registro de palavras como “estranheza” e “cegava”. b) emprego de regência não padrão em “chegar em casa”. c) uso de dupla negação em “não entender na- dinha”. d) emprego de palavras como “descrencei” e “ladineza”. e) uso de substantivo “bichos” para retomar “pessoas”. 4. (Enem) – Não, mãe. Perde a graça. Este ano, a senhora vai ver. Compro um barato. – Barato? Admito que você compre uma lem- brancinha barata, mas não diga isso a sua mãe. É fazer pouco-caso de mim. – Ih, mãe, a senhora está por fora mil anos. Não sabe que barato é o melhor que tem, é um barato! – Deixe eu escolher, deixe... – Mãe é ruim de escolha. Olha aquele blazer furado que a senhora me deu no Natal! – Seu porcaria, tem coragem de dizer que sua mãe lhe deu um blazer furado? – Viu? Não sabe nem o que é furado? Aquela cor já era, mãe, já era! ANDRADE, C. D. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1998. O modo como o filho qualifica os presentes é incompreendido pela mãe, e essas escolhas lexicais revelam diferenças entre os interlo- cutores, que estão relacionadas a) à linguagem infantilizada. b) ao grau de escolaridade. c) à dicotomia de gêneros. d) às especificidades de cada faixa etária. e) à quebra de regras da hierarquia familiar. 5. (Enem) No ano de 1985 aconteceu um aci- dente muito grave em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, perto da aldeia guarani de Sapukai. Choveu muito e as águas pluviais provocaram deslizamentos de terras das en- costas da Serra do Mar, destruindo o Labora- tório de Radioecologia da Central Nuclear Al- mirante Álvaro Alberto, construída em 1970 num lugar que os índios tupinambás, há mais de 500 anos, chamavam de Itaorna. O prejuízo foi calculado na época em 8 bilhões de cruzeiros. Os engenheiros responsáveis pela construção da usina nuclear não sabiam que o nome dado pelos índios continha in- formação sobre a estrutura do solo, minado pelas águas da chuva. Só descobriram que Itaorna, em língua tupinambá, quer dizer ‘pedra podre’, depois do acidente. FREIRE, J. R. B. Disponível em: www.taquiprati. com.br. Acesso em: 1 ago. 2012 (adaptado).