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Interpretação de Texto
(questões de múltipla escolha)
Marcelo Whately Paiva
1. Analisando um texto.
Não é amontoando os ingredientes que se prepara uma receita;
Assim também não é superpondo frases que se constrói um texto.
Platão e Fiorin
Fazer uso competente da língua é, em termos genéricos, a capacidade de ler e produzir adequadamente textos diversos, produzidos em situações diferentes e sobre diferentes temas. 
Pensar em texto é pensar em nossa vida diária. Sempre estamos envolvidos em leituras, escritas, análise e, mesmo, análise de texto. Quantas vezes decisões importantes não dependem, única e exclusivamente, de uma boa leitura ou redação de texto? Ou, observando a questão de um outro ângulo, quantos problemas um texto mal escrito pode acarretar!
A palavra interpretar vem do latim interpretare e significa explicar, comentar ou aclarar o sentido dos signos ou símbolos. Tal vocábulo corresponde ao grego análysis, que tem o sentido de decompor um todo em suas partes, sem decompor o todo, para compreendê-lo melhor.
Interpretar um texto é penetrá-lo em sua essência, observar qual é a idéia principal, quais os argumentos que comprovam a idéia, como o texto está escrito e outras nuanças. Não é tarefa fácil, pois vivemos em um mundo que não privilegia a compreensão profunda de nossa própria existência. Em suma, procurar interpretar corretamente um texto é ampliar seus horizontes existenciais.
1.1 Saber ler corretamente
Quando se diz que um candidato deve saber ler, esta afirmação pode parecer banal, a não ser que esclareça melhor o sentido da expressão “saber” ler.
Ler adequadamente é mais do que ser capaz de decodificar as palavras ou combinações linearmente ordenadas em sentenças. O interessado deve aprender a “enxergar” todo o contexto denotativo e conotativo. É preciso compreender o assunto principal, suas causas e conseqüências, críticas, argumentações, polissemias, ambigüidades, ironias, etc.
Ler adequadamente é sempre resultado da consideração de dois tipos de fatores: os propriamente lingüísticos e os contextuais ou situacionais, que podem ser de natureza bastante variada. Bom leitor, portanto, é aquele capaz de integrar estes dois tipos de fatores.
1.2 A unidade
O principal atributo de um texto – para ele ser considerado como tal – é a UNIDADE. A unidade de um texto se define, em princípio, pela sua completitude – sem que o texto não poderá ser reconhecido em sua totalidade, nem por suas partes.
Observemos como isso se dá, por meio de um texto de Tom Jobim e Vinícius de Morais:
Garota de Ipanema
Olha que coisa mais linda
Mais cheia de graça
É ela menina
Que vem e que passa
Num doce balanço
A caminho do mar.
Moça do corpo dourado
Do sol de Ipanema
O seu balançar é mais que um poema
É a coisa mais linda que eu vi passar.
Ah! Como o amor é tão lindo
Ah!...
Será que esse texto tem unidade, ou seja, aborda um tema principal? Vejamos:
Quem é a coisa mais linda?
Quem é cheia de graça?
Quem é menina?
Quem vem e passa?
A resposta é uma só: a garota de Ipanema.
Sendo assim, podemos dizer que esse texto tem unidade. Além de uma unidade, o texto possui também uma contextualização. Ao ser escrito, geralmente o autor, para comprovar a sua idéia central, faz uso de recursos que contextualizam o tema abordado. São as referências, as argumentações, as descrições, as causas e as conseqüências. Essas abordagens que circundam a unidade são importantes e devem ser entendidas como suporte para a unidade.
1.3 Erros de Leitura
1.3.1 Extrapolar
Trata-se de um erro muito comum. Ocorre quando saímos do contexto, acrescentando-lhe idéias que não estão presentes no texto. A interpretação fica comprometida, pois passamos a criar sobre aquilo que foi lido. Freqüentemente, relacionamos fatos que conhecemos, mas que eram realidade em outros contextos e não naquele que está sendo analisado.
1.3.2 Reduzir
Trata-se de um erro oposto à extrapolação. Ocorre quando damos atenção apenas a uma parte ou aspecto do texto, esquecendo a totalidade do contexto. Privilegiamos, desse modo, apenas um fato ou uma relação que podem ser verdadeiros, porém insuficientes se levarmos em consideração o conjunto das idéias.
1.3.3 Contradizer
É o mais comum dos erros. Ocorre quando chegamos a uma conclusão que se opõe ao texto. Associamos idéias que, embora no texto, não se relacionam entre si.
1.4 Qualidades do Texto
1.4.1 Clareza
Escreve claro quem concebe ou imagina claro. 
Miguel de Unamuno
Ser compreendido sem dificuldade é o ideal máximo de quem escreve. É, portanto, útil que se realce a importância da clareza para o estilo. A primeira recomendação que se faz necessária, no estudo dessa qualidade do texto, é evitar-se o acúmulo de muitas idéias em um mesmo período. Os pensamentos, para serem bem expressos, precisam ser metodicamente distribuídos. A tendência moderna parece ser no sentido de encurtar os parágrafos e as orações que os formam.
Os dois maiores defeitos, na construção do parágrafo, em que pode incorrer um escritor, são: colocar em um só parágrafo orações que deveriam pertencer a parágrafos diferentes, ou, ao contrário, separar o que deveria estar no mesmo período.
Como exemplo de período longo, veja-se este:
“Investigar as causas principais que fizeram desabrochar no meu espírito durante os anos tão distantes da infância que não voltam mais e da qual poucos traços guardo na memória, já que tantos anos se escoaram, a vocação para a Engenharia é tarefa que pelas razões expostas, me é praticamente impossível e, ouso acrescentar que, mesmo para um psicólogo acostumado a investigar as profundezas da mente humana, essa pesquisa seria sobremodo árdua para não dizer impossível”.
A idéia principal do período acima se perdeu em pormenores impertinentes, expressos por meio de frases feitas, clichês.
Exemplo do defeito inverso:
A industrialização é um fenômeno característico das sociedades modernas. Industrialização é criação de indústrias. As indústrias produzem bens de consumo e bens de produção.
A Brasil está se industrializando. Existem países mais industrializados que o Brasil, como Estados Unidos, Japão, etc. Há outros mais atrasados, como o Paraguai e o Haiti, por exemplo. Algumas indústrias dão emprego a muita gente. As indústrias se concentram nas regiões industriais. Enfim, a industrialização é a alma do progresso.
O que se percebe aqui é que não existe propriamente um texto, mas um amontoado de frases curtas que não se articulam pra produzir uma mensagem clara e definida.
Para conseguir-se clareza num parágrafo, recomenda o professor Othon Garcia que o mesmo apresente:
unidade: só deve haver uma idéia predominante por parágrafo;
coerência: relação estreita entre a idéia predominante e as secundárias;
ênfase: a idéia predominante deve aparecer sob a forma de oração principal e colocar-se em posição de relevo.
1.4.2 Concisão:
Ser conciso significa ser enxuto, ter bom senso em relação à objetividade do texto. A concisão está no máximo de expressividade utilizando-se o mínimo de palavras. Deve-se expurgar o texto de circunlóquios, repetições prolixas e palavras desnecessárias.
Sobretudo o emprego do adjetivo deve ser cuidadoso. Tem-se geralmente certa propensão para exagerar no emprego desta categoria, o que lhe elimina toda a força expressiva.
A prolixidade, defeito que se opõe à concisão, se deve, com freqüência à desorganização mental: escrever sem ter elaborado previamente um plano, sem ter organizado as idéias. E deve-se, também, à falta de uma revisão criteriosa do que se escreveu. O resultado é um ruído na comunicação.
Observe o texto abaixo:
(...) Enfim, toda vez que você sentar-se à máquina, postar-se diante do terminal ou pegar a caneta com o propósito de escrever, lembre-se de que sentenças de breve extensão,amiúde logradas por intermédio da busca incessante da simplicidade no ato de redigir, da utilização freqüente do ponto, do corte de palavras inúteis que não servem mesmo para nada e da eliminação sem dó nem piedade dos clichês, dos jargões tão presentes nas laudas das matérias dos setoristas, da retórica discursiva e da redundância repetitiva – sem aquelas intermináveis orações intercaladas e sem o abuso das partículas de subordinação como, por exemplo, “que”, “embora”, “onde”, capazes de encompridá-las desnecessariamente, tirando em conseqüência o fôlego do pobre leitor.
1.4.3 Correção:
Neste item, é importante evidenciar que existem vários registros de linguagem, como já citamos acima. Cabe ao autor do texto escolher o nível adequado para a situação apresentada.
Em família, num bate-papo informal, o nível coloquial será utilizado: a preocupação com as regras gramaticais será afrouxada, gírias poderão aparecer.
Quando queremos imprimir verdade, verossimilhança à nossa personagem, usaremos um registro de linguagem que espelhe sua condição. Embora o nível do receptor deva ser levado em consideração, a correção gramatical deve se pautar pelo uso mais adequado possível.
1.4.4 Elegância:
Representa o resultado final obtido quando se procuram as qualidades do texto: clareza, concisão e correção. O texto elegante é claro, harmônico, fluente e usará uma linguagem adequada à situação que se quer exprimir.
2. Questões de coerência, coesão e paráfrase.
Assinale a opção que constitui uma continuação coesa e coerente para o texto abaixo.
Em nossos dias, a ética ressurge e se revigora em muitas áreas da sociedade industrial e pós-industrial. Ela procura novos caminhos para os cidadãos e as organizações, encarando construtivamente as inúmeras modificações que são verificadas no quadro referencial de valores. A dignidade do indivíduo passa a aferir-se pela relação deste com seus semelhantes, muito em especial com as organizações de que participa e com a própria sociedade em que está inserido.
(José de Ávila Aguiar Coimbra – Fronteiras da Ética, São Paulo, Editora SENAC, 2002).
a) A sociedade moderna, no entanto, proclamou sua independência em relação a esse pensamento religioso predominante.
b) Mesmo hoje, nem sempre são muito claros os limites entre essa moral e a ética, pois vários pensadores partem de conceitos diferentes.
c) Não é de estranhar, pois, que tanto a administração pública quanto a iniciativa privada estejam ocupando-se de problemas éticos e suas respectivas soluções.
d) A ciência também produz a ignorância na medida em que as especializações caminham para fora dos grandes contextos reais, das realidades e suas respectivas soluções.
e) Paradoxalmente, cada avanço dos conhecimentos científicos, unidirecionais produz mais desorientação e perplexidade na esfera das ações a implementar, para as quais se pressupõe acerto e segurança.
2. Assinale a opção que preenche as lacunas do texto tornando-o coeso e coerente.
Apesar de diferenças ideológicas ou acadêmicas a respeito da natureza das atividades que o Estado deve desempenhar, parece haver um consenso formado a respeito de como o Estado deve desempenhar essas atividades. _______1______ vigora o ideal de um governo representativo, em que os cidadãos elegem seus representantes, sob o regime de um mandato imperativo. ______2_______, há diversos exemplos de disfunções dos arranjos institucionais do Estado, que o tornam muito mais identificado com os interesses das elites. _____3_______, ao longo do século XX, o desenvolvimento de um Estado social democrático de direito resultou num processo de consolidação de estruturas voltadas também à prestação de serviços e implementação de políticas sociais.
(Luiz Alberto dos Santos – www.anesp.org/clad2001.htm)
a) Não mais		Mesmo assim		Portanto
b) Entretanto		Diante disso		Mesmo assim
c) Para sempre		Sendo assim		Nesse sentido
d) Ainda		Entretanto		Não obstante
e) Embora		Portanto		Entretanto
3. Depois de quase 1.400 turnos de votação ________ praticamente todas as palavras do documento, a Assembléia Geral da ONU aprovou, no dia 10 de dezembro de 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Passados 53 anos, o desrespeito e o desprezo ______ vida ainda continuam mundo _______, nos massacres de periferia, nas lutas do campo ou no trabalho infantil. Os abusos estão estampados ________ dias nos jornais. Esse fluxo de relatos é em si um tributo à Declaração, ______ possibilitou discussão séria sobre o tema e incentivou forte movimento internacional pelos direitos humanos.
Para completar corretamente o trecho acima é necessário inserir, pela ordem, os seguintes termos:
a) de, à, afora, todos, em que
b) sobre, por a, afora, todos os, com que
c) de, pela, a fora, todos, por que
d) sobre, pela, afora, todos, que
e) em, à, a fora, todos, com que
4. Marque o elemento coesivo que estabelece a relação lógica entre as idéias apresentadas neste texto adaptado de Darcy Ribeiro. Depois escolha a seqüência correta.
I. O Brasil foi regido primeiro como uma feitoria escravista, exoticamente tropical, habitada por índios nativos e negros importados. ________, como um consulado, em que um povo sublusitano, mestiçado de sangues afros e índios, vivia o destino de um proletariado externo dentro de uma possessão estrangeira.
X 	Paralelamente
Y 	Depois
II. Os interesses e as aspirações do seu povo jamais foram levados em conta, _______ só se tinha atenção e zelo no atendimento dos requisitos de prosperidade da feitoria exportadora.
X 	aonde
Y 	porque
III. Essa primazia do lucro sobre a necessidade gera um sistema econômico acionado por um ritmo acelerado de produção do que o mercado externo exigia, com base numa força de trabalho afundada no atraso, famélica, _______ nenhuma atenção se dava à produção e reprodução das suas condições de existência.
X 	pois
Y	cuja
IV. ________, coexistiram sempre uma prosperidade empresarial, que às vezes chegava a ser a maior do mundo, e uma penúria generalizada da população local.
X	Em conseqüência
Y	Senão
V. Alcançam-se, _______, paradoxalmente, condições ideais para a transfiguração étnica pela desindianização forçada dos índios e pela desafricanização do negro, que, despojados de sua identidade, se vêem condenados a inventar uma nova etnicidade englobadora de todos eles.
X	ao contrário
Y 	assim
a) X,X,Y,X,Y
b) Y,X,X,Y,X
c) X,Y,X,Y,Y
d) X,Y,Y,Y,X
e) Y,Y,X,X,Y
5. Leia o texto abaixo para responder à próxima questão.
O memorando técnico de entendimento que fixa as metas até setembro deste ano, resultado da terceira revisão do acordo do Fundo Monetário Internacional com o Brasil, parece cópia do que foi publicado em 26 de março, na segunda revisão. Uma leitura atenta permite verificar, no entanto, que o organismo internacional aceitou flexibilizar suas exigências, a pedido do Governo brasileiro.
Constatam-se três modificações importantes: exclusão dos investimentos da Petrobrás do cálculo do ajuste fiscal do setor público; redução do piso de reservas internacionais; maiores exigências sobre as informações relativas aos contratos futuros de câmbio, que passaram a ser mais amplamente aceitos do que no memorando anterior.
O FMI entendeu que, na situação atual, _____________________, o nível de reservas estabelecido anteriormente não poderia ser mantido. Por outro lado, o Fundo reconhece que o Banco Central tem de intervir no mercado de câmbio, em caráter excepcional, para conter a alta do dólar que afeta os preços internos.
(O Estado de S. Paulo, 22/6/2002)
Assinale a opção que não preenche, com coesão e correção gramatical, a lacuna do texto.
a) devido às dificuldades de captação de recursos no exterior e à opção de antecipação de reembolso presente em alguns contratos de crédito
b) com as dificuldades de captação de recursos no exterior e à opçãode antecipação de reembolso existente em alguns contratos de crédito
c) em que há dificuldades de captação de recursos no exterior e há opção de antecipação de reembolso em alguns contratos de crédito
d) com a evidência de dificuldade de captação de recursos no exterior e diante da opção de antecipar reembolso existente em alguns contratos de crédito
e) dadas as dificuldades de captação de recursos no exterior, e constando opção de antecipação de reembolso em alguns contratos de créditos
	6. Assinale a opção que não preenche a lacuna de forma coesa e coerente.
	A Secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento manteve a previsão do Governo de um superávit, no final do ano, de US$ 5 bilhões. Segundo ela, a perspectiva para o segundo semestre é boa, uma vez que os efeitos dos acordos comerciais do Brasil com Chile e México devem gerar resultados favoráveis nesse período. Voltou também a afirmar que o desempenho da balança só não foi melhor devido à queda dos preços internacionais e à retração da atividade econômica na Argentina. “_____________ as exportações brasileiras cresceram nos últimos dois anos mais de 20%, e a taxa de crescimento das vendas externas (6%) em 2001, em comparação com o ano anterior, foi o dobro do crescimento do comércio mundial”, afirmou a secretária.
a) Mesmo diante desses problemas,
b) Apesar dessas turbulências,
c) Conquanto tenham ocorrido tais adversidades,
d) A despeito do cenário internacional adverso,
	e) Porquanto a interferência desses problemas externos,		
	7. Embora, juridicamente, existam definições distintas, trataremos por contrabando todas as práticas que visem introduzir de forma clandestina e fraudulenta mercadorias estrangeiras no território nacional ou promover a saída de produtos nacionais em desacordo com a legislação.
	Assinale a opção que não dá seqüência ao texto com coesão, coerência e correção gramatical.
	a) Combater e prevenir essas práticas ilícitas é um dever do Estado, ao qual cabe, em última instância, a defesa da sociedade e da nação. É preciso dar ao problema a dimensão que ele merece.
	b) Não se pode cogitar projetos de soluções dos problemas sociais, de saúde, de segurança pública, de meio ambiente, de emprego e outros, sem antes promover ações efetivas de combate a essas práticas ilegais e de controle sobre os fluxos com o mundo exterior.
	c) Combater esse ilícito de forma eficaz é, sem dúvida, menos oneroso para o Poder Público do que reparar os danos que o contrabando provoca, seja na economia, na segurança, na saúde pública ou na agricultura.
	d) Promovendo a evasão de divisas, vez que o pagamento de mercadorias introduzidas clandestinamente no país, normalmente, é efetuado à margem do sistema oficial de controle cambial e, ainda, propiciando a lavagem de dinheiro ganho em atividades ilícitas.
	e) Entre outros problemas, o contrabando provoca a agressão aos direitos sobre o patrimônio natural, na medida em que promove a saída de espécies para o desenvolvimento de produtos da indústria farmacêutica (biopirataria) e expõe a agricultura e a pecuária ao risco de contaminações.
O texto abaixo serve de base para as duas próximas questões.
O processo de reestruturação da economia brasileira alterou radicalmente o cenário _____1_____ atuavam as instituições financeiras. A abertura da economia, _____2______ incremento das importações e exportações, além de exigir o desenvolvimento de produtos e serviços ágeis no mercado, revelou o grau de ineficiência de alguns setores industriais e comerciais domésticos, com baixa lucratividade e deseconomias, _____3_____ refletir-se na incapacidade de recuperação de empréstimos concedidos pelos bancos. ____4_____, atuou o corte de subsídios a alguns setores econômicos, aumentando o grau de inadimplência para com o sistema bancário. Além disso, as políticas monetária e fiscal restritivas adotadas a partir da implementação do Plano Real contribuíram adicionalmente para as dificuldades creditícias enfrentadas por alguns setores da economia, ____5____ forma passageira.
(www.bcb.gov.br)
8. Assinale a opção em que uma das sugestões não preenche a lacuna com coesão e coerência.
a) 1 em que / no qual
b) 5 mesmo que de / apesar de
c) 3 que passou a / o que veio a
d) 4 No mesmo sentido / Com a mesma orientação
e) 2 acompanhada do conseqüente / seguida naturalmente do
9. Assinale a opção que não dá continuidade ao texto, de forma coesa, coerente e gramaticalmente correta.
a) O que evidenciou uma relativa incapacidade de algumas instituições financeiras promoverem, espontânea e tempestivamente, os ajustes necessários para sua sobrevivência no novo ambiente econômico foi a conjugação desses fatos anteriormente enumerados ao desaparecimento do “imposto inflacionário”, após a estabilização da economia.
b) Conjugado ao desaparecimento do “imposto inflacionário”, após a estabilização da economia, esse conjunto de fatores evidenciou uma relativa incapacidade de algumas instituições financeiras promoverem, espontânea e tempestivamente, os ajustes necessários para sua sobrevivência no novo ambiente econômico.
c) Uma relativa incapacidade de algumas instituições financeiras promoverem, espontânea e tempestivamente, os ajustes necessários para sua sobrevivência no novo ambiente econômico foi evidenciada em razão da conjugação desses fatos ao desaparecimento do “imposto inflacionário” ocorrido após a estabilização da economia.
d) Associada ao desaparecimento do “imposto inflacionário”, após a estabilização da economia, essa conjuntura evidenciou uma relativa incapacidade de algumas instituições financeiras promoverem, espontânea e tempestivamente, os ajustes necessários para sua sobrevivência no novo ambiente econômico.
e) Todos esses fatos conjugados com desaparecimento do “imposto inflacionário”, após a estabilização da economia, evidenciou-se uma relativa incapacidade de algumas instituições financeiras promoverem, espontânea e tempestivamente, os ajustes necessários para sua sobrevivência no novo ambiente econômico.
10. Marque o item em que os dois períodos formam uma seqüência coerente e coesa.
a) Na virada do século XX ao XXI, um dos grandes modismos concentrou-se na chamada globalização, apesar de há muito os historiadores tratarem de outras muito anteriores.
Paradoxalmente, toda civilização, produto de uma ou mais culturas, tende a transbordar ao criar seu ecúmeno, seu universo de interior a exterior.
b) Cada globalização caracteriza-se pela tecnologia, meios de produção usados, não só da cultura material, também da intelectual, interagindo uma na outra.
Ainda que a lista seja grande, vem da China à Índia, às principais cidades gregas, à Roma, aos mongóis, aos muçulmanos, de início árabes.
c) Em suas campanhas hegemônicas, até certo ponto previsíveis, nem por isso aceitáveis por seus alvos, especialistas estadunidenses em países estrangeiros, esmeram-se em condenar, por exemplo, o patrimonialismo de outras sociedades, para assim ainda mais miná-las e enfraquece-las.
Enquanto os mesmos especialistas nada dizem, nem escrevem, contra o familismo econômico e político dentro dos Estados Unidos a ponto de dois presidentes fazerem presidentes seus filhos: John Adams a John Quincy Adams e George Bush a George W. Bush.
d) Quanto aos Estados, produtos e protetores das culturas e civilizações que os geraram, eles não têm amigos, nem inimigos, e sim aliados e adversários, em alianças, conflitos e alianças cambiantes.
Porquanto, as culturas, o que somos, e as civilizações, seus produtos, o que fazemos, convivem – coexistindo, lutando entre si ou convivendo – em ciclos menos ou mais longos conforme suas resistências e fecundidade.
e) A defesa da biosfera está no cerne da questão por motivos tão óbvios porém que tanto tardaram a ser entendidos e atendidos: o planeta Terra, no qual a maior parte é água e ar, o planeta Terra é a espaçonave na qual a humanidade viaja.A maior dessa participação política faz parte do referido e fundamental esforço humanista e estratégico, um em nada excluiu o outro, antes se completam indissoluvelmente.
(Baseado em Vamireh Chacon)
11. Os trechos abaixo constituem um texto, mas estão desordenados. Ordene-os nos parênteses de forma coesa e coerente e indique a opção correspondente.
( ) Elas surgem dentro de uma estratégia de desenvolvimento em que o acesso ao crédito é fundamental para o avanço da organização econômica e social dos agricultores.
( ) Este debate deve ser realizado constantemente com os agricultores, indicando possíveis caminhos a serem seguidos de acordo com cada realidade.
( ) As cooperativas de crédito não surgem para solucionar de forma definitiva o problema do crédito junto aos agricultores familiares.
( ) Os novos sistemas nascidos desse esclarecimento e desse debate não podem repetir erros históricos do governo e das cooperativas tradicionais em relação ao crédito rural.
( ) Entretanto, ao mesmo tempo em que se pensa nesse tipo de crédito, é preciso ter clareza sobre a realidade do meio rural brasileiro, em que a alternativa para muitos agricultores sem terra ou com pouca terra não passa necessariamente por ele, mas por políticas agrárias (reforma agrária, fundo de terras, crédito fundiário e lei de arrendamento) e de geração de empregos rurais e urbanos.
Adaptado de Gilson Alceu Bittencourt
a) 1,3,5,4,2
b) 2,4,1,5,3
c) 3,5,2,1,4
d) 4,2,3,1,5
e) 5,1,4,2,3
12. Os trechos abaixo constituem um texto, mas estão desordenados. Ordene-os e assinale a opção que apresenta a seqüência que organiza o texto de forma coesa e coerente.
( ) Por isso, foi apresentado à Mesa da Câmara o Projeto de Lei 6680/02, que obriga o chefe do Executivo a encaminhar anualmente ao Congresso Nacional, como parte integrante da Prestação de Contas de que trata a Constituição, o mapa da exclusão social brasileira.
( ) O projeto já está na comissão de Seguridade Social e Família, onde o relator apresentará seu parecer no retorno dos trabalhos parlamentares, após as eleições. Depois, será votado conclusivamente pela comissão de Desenvolvimento Urbano e Interior, pela comissão de Constituição, Justiça e Redação.
( ) Tal proposta é classificada pelo seu autor como Lei de Responsabilidade Social, em comparação com a Lei de Responsabilidade Fiscal – que impõe ao Governo determinadas medidas visando atingir metas financeiras.
( ) Para comprovar essa responsabilidade social, o mapa deverá fazer um diagnóstico da exclusão por região e estados, com base nos indicadores sociais, referentes à expectativa de vida, renda, desemprego, educação, saúde, saneamento básico, habitação, população em situação de risco nas ruas, reforma agrária e segurança.
( ) O principal problema que o País enfrenta na hora de definir um planejamento estratégico de combate à exclusão social é a falta de divulgação de informações e estatísticas oficiais sobre a nossa realidade social.
( ) Os dados de cada item serão comparados com os do ano anterior, a fim de avaliar a ação do governo em cada área.
a) 1,3,5,2,4,6
b) 2,1,4,5,6,3
c) 2,6,3,4,1,5
d) 3,4,1,6,2,5
e) 6,3,4,5,1,2
Leia o texto abaixo para responder às duas próximas questões.
 
13. As propostas abaixo dão seguimento coerente e lógico ao trecho citado, exceto uma delas. Aponte-a.
“Provavelmente devido à proximidade com os perigos e a morte, os marinheiros dos séculos XV e XVI eram muito religiosos. Praticavam um tipo de religião popular em que os conhecimentos teológicos eram mínimos e as superstições muitas.”
a) Entre essas, figuravam o medo de zarpar numa sexta-feira e o de olhar fixamente para o mar à meia-noite.
b) Cristóvão Colombo, talvez o mais religioso entre todos os navegantes, costumava antepor a cada coisa que faria os dizeres: “Em nome da Santíssima Trindade farei isto.”
c) Apesar disso, os instrumentos náuticos representavam progressos para a navegação oceânica, facilitando a tarefa de pilotos e aumentando a segurança e confiabilidade das rotas e viagens.
d) Nos navios, que não raro transportavam padres, promoviam-se rezas coletivas várias vezes ao dia e, nos fins de semana, serviços religiosos especiais.
e) Constituíam expressão da religiosidade dos marinheiros constantes promessas aos santos, individuais e coletivas.
14. Considere o seguinte período: “Na década de 40, éramos não só atrasados, como não achávamos nada de mais em sê-lo”. Assinale a alternativa cuja reescrita mantém o sentido do período.
a) Na década de 40, como éramos atrasados, não achávamos nada de mais em sê-lo.
b) Éramos atrasados na década de 40. Por isso não achávamos nada de mais em sê-lo.
c) Na década de 40, embora fôssemos atrasados, não achávamos nada de mais em sê-lo.
d) Éramos tão atrasados na década de 40 que não achávamos nada de mais em sê-lo.
e) Na década de 40, além de sermos atrasados, não achávamos nada de mais em sê-lo.
Leia o texto abaixo para responder à próxima questão.
 
O tribunal do mundo
(...)
A partir da instalação da Corte no próximo ano em Haia (Holanda), os delitos cometidos contra os direitos humanos em situações de conflito não serão mais protegidos pelas barreiras da impunidade. A jurisdição julgadora está garantida pelos 65 países que a ratificaram entre os 139 subscritores do pacto da capital italiana.
Um órgão acima das estruturas nacionais com competência penal não serve apenas para punir os crimes de guerra, de genocídio, de lesa-humanidade, de agressão. Sua presença no topo da ordem jurídica mundial, com autoridade avalizada pela maioria das nações, se presta, sobretudo, para inibir tais tipos de violação. Constitui, pois, instrumento preventivo para assegurar os direitos essenciais de grupos humanos em nome da paz.
Correio Braziliense, Visão do Correio, 12/4/2002.
15. Assinale a opção que, ao preencher o espaço (...) inicial do texto, constitui uma introdução coerente e gramaticalmente correta para o texto.
a) Com a assinatura do Estatuto do Tribunal Penal Internacional (TPI), aprovado em Haia em julho de 1998, e novas perspectivas para a paz mundial, embora o primeiro passo seja ainda convencer os italianos de sua necessidade.
b) Nova perspectiva para a paz mundial se abre com a entrada em vigor do Estatuto do Tribunal Penal Internacional (TPI), aprovado em Roma, em julho de 1998.
c) Finalmente aprovado em julho de 1998, entra em vigor com sede, em Roma, o Estatuto do Tribunal Penal Internacional (TPI), com o objetivo restritivamente preventivo para a paz mundial.
d) Parece que na China e na Rússia, as barreiras de impunidade para os dirigentes que usam de meios degenerados para eliminar adversários vão ao encontro do novo Estatuto do Tribunal Penal Internacional (TPI).
e) Assim, ao ser assinado, em Paris, o Estatuto do Tribunal Penal Internacional (TPI), em julho de 1998, crimes verificados em diversas partes do planeta, que constituem abusos aos direitos humanos.
16. Analise as paráfrases propostas para o período abaixo e assinale a opção em que se preservam as relações semânticas e a correção gramatical.
Não denunciamos com eficácia o desemprego e o desleixo com que tratamos metade da população urbana brasileira que vive em condições subumanas.
a) Não denunciamos com eficácia o desemprego e o desleixo que metade da população urbana é, por nós, tratada e que vive em condições subumanas.
b) Tratamos com o desemprego e o desleixo metade da população urbana brasileira vivendo em condições subumanas; não a denunciamos com eficácia.
c) Não somos eficazes ao denunciar nem o desemprego nem o desleixo com que tratamos metade da população urbana brasileira que vive em condições subumanas.
d) Metade da população urbana brasileira que vive em condições subumanas não é denunciada com eficácia quanto ao desemprego e o desleixo em que a tratamos.
e) Não denunciamos metade da população urbanabrasileira – que vive em condições subumanas – devido à nossa ineficácia e o desleixo que tratamos o desemprego.
Leia o texto abaixo para responder à próxima questão.
Conduzir negócios na Internet de forma adequada é um grande desafio: tarefas simples, tais como identificar um parceiro de negócios rapidamente e de maneira inequívoca, tornaram difíceis.
Entender onde exatamente o cliente está localizado no mundo para empregar regras aplicáveis e negócios é outro desafio.
Prover a proteção adequada para as informações recebidas de indivíduos e empresas é essencial para atender a requisitos legais e manter uma boa reputação.
As empresas de sucesso serão aquelas que estabelecerão uma infra-estrutura para garantir essa confiança: um conjunto de tecnologias e processos para gerenciar a autenticação e o controle de acesso tanto de seus empregados quanto de usuários externos.
A estratégia que pode produzir melhores resultados é aquela que combina tecnologia e processos para trabalhar em um nível aceitável de riscos.
Sérgio Lopzim. E-business. In Ícaro.
Gabarito
Coerência/Coesão
1. C
2. D
3. D
4. E
5. B
6. E
7. D
8. B
9. E
10. E
11. B
12. C
13. C
14. E
15. B
16. C
3. Textos com análise explícita.
Texto I
No mundo, tal como a Física o descreve, nada pode ocorrer que seja verdadeiramente e intrinsecamente novo. Inventar-se-á, talvez, um novo engenho, mas sempre será possível, através de análise, ver nele uma nova combinação de elementos que serão isto ou aquilo, mas não serão novos. Novidade, em Física, é simples novidade de arranjos e combinações. Em oposição a esse ponto, insiste o historicismo, a novidade social, assim real, irredutível ao novo dos arranjos. Na vida social, os mesmos fatores, postos em arranjo novo, nunca serão realmente os mesmos velhos fatores. Onde nada se pode repetir com exatidão, a novidade real estará sempre emergindo. E sustenta-se que esse é um significativo traço a ter em conta quando se focaliza o desenvolvimento de novos estágios ou períodos da História, cada um dos quais diferirá intrinsecamente de qualquer outro.
(Karl Popper. A Miséria do historicismo.)
1. O texto de Karl Popper nos permite afirmar:
a) No mundo, nada pode ocorrer que seja verdadeiramente e intrinsecamente novo.
b) Em Física, poucas coisas são novas.
c) No mundo, tal como a Física o descreve, é possível ver o novo como simples novidade de arranjos e combinações.
d) As novidades intrínsecas das leis da Física implicam novidades na vida social.
e) A Física e a História descrevem o novo da mesma forma.
2. Podemos também concluir, com base no texto, que:
a) O historicismo se apõe às novidades da Física.
b) De acordo com o historicismo, a novidade social é novidade real, irredutível ao novo dos arranjos.
c) As novidades da vida social obrigam os físicos a rever suas posições.
d) A vida dos físicos é complicada pelas novidades sociais, pois eles estão habituados ao rigor de imutáveis leis da Física.
e) O historicismo surgiu após a Física.
Texto II
O enriquecimento (ampliação) de uma língua consiste em “usar”, “praticar” a língua. As palavras são como peças de um complicado jogo. Jogando a gente aprende. Aprende as regras do jogo. As peças usadas são as mesmas, mas nunca são usadas da mesma maneira. No deixar-se carregar pelo jogo do uso somos levados às inúmeras possibilidades da língua. As possibilidades são sempre diferentes, nunca iguais. Mas todas as diferenças cabem na mesma identidade. Todas as palavras figuram nos vários discursos como diferentes: diferentes são as palavras no discurso científico, literário, filosófico, artístico, teológico. Mas cabem sempre na mesma identidade. São expressões possíveis da linguagem.
(Arcângelo R. Buzzi, Introdução ao Pensar.)
3. De acordo com o texto:
a) as palavras da língua correspondem às peças do jogo;
b) as palavras da língua correspondem às regras do jogo;
c) as peças do jogo correspondem às regras do jogo;
d) jogos diferentes exigem peças diferentes;
e) frases diferentes exigem palavras diferentes.
4. Segundo o texto:
a) quem joga combina palavras;
b) quem joga combina regras;
c) quem fala combina peças;
d) quem fala combina palavras;
e) tanto quem fala como quem joga combina regras.
5. O texto afirma que:
a) seria útil aplicar, na aprendizagem das regras do jogo, o mesmo método que se emprega ao aprender uma língua;
b) aprender uma língua é tão complicado como aprender as regras de um jogo;
c) as línguas são complicadas porque a maioria de suas regras são comparáveis a jogos complexos;
d) o conhecimento das regras de jogos complicados facilita o entendimento das regras da língua;
e) se chega às possibilidades da língua da mesma forma que às regras do jogo, praticando.
Texto III
A televisão procura atender ao gosto da população a que se dirige. Assim, acomoda essa grande massa de consumidores a antigos hábitos e tradições, em vez de propor, aos que assistem a ela, inquietações novas e uma visão mais crítica do mundo em que vivem.
6. Segundo o texto.
a) Porque se dirige a um público desinteressado, a televisão não se preocupa com a qualidade de seus programas;
b) A televisão não se preocupa em elevar o nível de seus programas já que o público que a ele assiste não se interessa por problemas sérios;
c) Embora resulte do gosto de um público inquieto com seus valores, a televisão nega-se a mudar o aspecto formal dos programas;
d) O interesse de baixo nível cultural merece uma televisão que não questiona em profundidade os problemas do mundo;
e) O interesse do público determina os conteúdos veiculados pela televisão que, assim, se furta às propostas culturas novas.
7. Conclui-se do mesmo texto que:
a) A tendência dos espectadores é interessarem-se por programas de televisão que vêm ao encontro de seus hábitos e tradições;
b) Assistir à televisão implica a aceitação de hábitos e tradições que favorecem o surgimento das idéias que mudam a face do mundo;
c) O público normal da televisão prefere que os programas venham de encontro a seus hábitos e tradições;
d) O papel principal da televisão consiste em criar inquietações nos telespectadores;
e) A televisão em alguns lugares propicia uma visão crítica do mundo.
Texto IV
Os pais precisariam manter certos valores básicos, que servem como modelos para seus filhos. É preciso transmitir a estes maior noção de responsabilidade e também lhes mostrar que é possível eles próprios, com os mecanismos de que dispõem, mudarem algumas coisas.
8. De acordo com o texto:
filhos que não são responsáveis perturbam os valores básicos que os pais tentam transmitir-lhes.
pais que não servem como modelos para seus filhos não mudam nada em sua própria vida, nem na deles.
para que os filhos mudem, é preciso que primeiro mudem seus pais.
os filhos podem absorver certos valores, que lhes serão úteis para encontrar seu próprio caminho.
os filhos só podem mudar alguma coisa em sua vida se aprenderem com a experiência dos pais.
Texto V
Mas é isso mesmo que nos faz senhores da terra, e esse poder de restaurar o passado, para tocar a instabilidade das nossas impressões e a validade dos nossos afetos. Deixa lá dizer Pascal que o homem é um caniço pensante. Não; é uma errata pensante, isso sim. Cada estação da vida é uma edição que corrige a anterior, e que será corrigida também, até a edição definitiva, que o editor dá de graça aos vermes.
9. De acordo com o texto:
cabe aos escritores privilégio de registrar e analisar todas as emoções passadas.
o homem tem a capacidade de visitar novamente e reavaliar, por meio da memória, os tempos já vividos.
a vaidade e a insegurança emocional do homem fazem com que todas as suas recordações busquem melhorar as imagens anteriores.
a inteligência humana,em constante progresso no decorrer dos anos, permite a revisão de conceitos filosóficos ultrapassados.
os erros humanos não diminuem a eterna capacidade de regeneração do homem.
Texto VI
Desde o momento em que o homem, nos vôos de sua inteligência, se eleva acima das circunstâncias ordinárias da vida, desde que o seu pensamento se lança no espaço, possuído desse desejo ardente, dessa inspiração insaciável de atingir ao sublime, não é possível marcar-lhe um dique, ponto que lhe sirva de marco.
10. Conclui-se do texto que:
o homem, em vez de procurar conhecer os mistérios do Universo, devia preocupar-se com seus problemas terrenos.
as circunstâncias da vida impelem o homem a altos vôos de inteligência.
a tendência do homem ao sublime é a razão de ser de seu espírito religioso.
o homem se debate entre a mediocridade da vida cotidiana e a sublimidade do espírito.
o anseio de conhecimento e de perfeição do homem não admite que se tente impor-lhe limites.
Gabarito: 
C
B
A
D
E
E
A
D
E
E
4. Textos com análise explícita e implícita.
Texto I
As condições em que vivem os presos, em nossos cárceres superlotados, deveriam assustar todos os que planejam se tornar delinqüentes. Mas a criminalidade só vem aumentando, causando medo e perplexidade na população.
	Muitas vozes têm se levantado em favor do endurecimento das penas, da manutenção ou ampliação da Lei dos Crimes Hediondos, da defesa da sociedade contra o crime, enfim, do que se convencionou chamar “doutrina da lei e da ordem”, apostando em tais caminhos como forma de dissuadir novas praticas criminosas, geralmente valem-se de argumentos retóricos e emocionais, raramente escorados em dados de realidade ou em estudos que apontem ser esse o melhor caminho a seguir. Embora sedutora e aparentemente sintonizada com o sentimento geral de indignação, tal corrente aponta para o caminho errado, para o retorno ao direito penal vingativo e irracional, tão combatido pelo iluminismo jurídico.
	O coro dessas vozes aumenta exatamente quando o governo acaba de encaminhar ao congresso o anteprojeto do Código Penal, elaborado por renomados juristas, com participação da sociedade organizada, com o objetivo de racionalizar as penas reservado a privação da liberdade somente aos que cometerem crimes mais graves e, mesmo para esses, tendo sempre em vista mecanismos de reintegração social, destaca-se o emprego das penas alternativas, como a prestação de serviços à comunidade, a compensação por danos causados, a restrição de direitos etc.
	Contra a idéia de que o bandido é um facínora que optou por atacar a sociedade, prevalece a noção de que são as vergonhosas condições sociais e econômicas do Brasil que geram a criminalidade; enquanto essas não mudarem, não há mágica: os crimes vão continuar aumentando, a despeito do maior rigor nas penas ou da multiplicação de presídio.
(adaptado de Carlos Weis. “ Dos delitos e das penas”. Folha
de São Paulo, tendências e debates, 11/11/2000)
o autor do texto mostra-se 
Identificado com o coro das vozes que se levantam em favor da aplicação de penas mais rigorosas
Identificado com doutrina que se convencionou chamar “da lei e da ordem”
Contrário àqueles que encontram nas causas sociais e econômicas a razão maior das práticas criminosas
Contrário à corrente dos que defendem, entre outras medidas, a ampliação da Lei dos Crimes Hediondos
Contrário àqueles que defendem p emprego das penas alternativas em substituição à privação da liberdade
Considere as seguintes afirmações:
Não é mais do que uma simples coincidência o fato d e que a intensificação das vozes favoráveis ao endurecimento das penas ocorre simultaneamente ao envio ao Congresso do ante projeto do Código Penal.
A afirmação de que há vozes em favor da manutenção da Lei dos Crimes Hediondos deixa implícito que a vigência futura dessa lei está ameaçada.
Estabelece-se uma franca oposição entre os que defendem a “doutrina da lei e da ordem” e os que julgam ser o bandido um facínora que age por opção.
Em relação ao texto, está correto SOMENTE o que se afirma em
I.
II.
III.
I e II.
II e III.
Está corretamente traduzido o sentido de uma expressão do texto, considerando-se o contexto, em:
Embora sedutora e aparentemente sintonizada = Malgrado atrativa e parcialmente sincronizada
Forma de dissuadir = modo de ratificar
Tão combatido pelo iluminismo jurídico = de tal modo restringindo pelo irracionalismo jurídico
A despeito do maior rigor nas penas = em conformidade com o agravamento das punições
Mecanismos de reintegração social = meios para reinserção na sociedade
Por “iluminismo jurídico” deve-se entender a
Doutrina jurídica que defende o caráter vindicativo da legislação
Corrente dos juristas que representam a “doutrina da lei e da ordem”
Tradição jurídica assentada em fundamentos criteriosos e racionalistas
Doutrina jurídica que se vale de uma argumentação retórica
Corrente dos juristas que se identificam com o sentimento geral de indignação.
Texto II
Num de seus poemas, Carlos Drummond de Andrade refere-se à rotina dos “homens que voltam para casa”, que “levam o jornal embaixo do braço”, depois de mais de um dia de trabalho. Sugere o poeta que esses homens cansados, depois do jantar, vão ao jornal e “soletram o mundo, sabendo que o perdem”.
	“Soletram o mundo”: é um belo modo que Drummond encontrou para expressar seu ponto de vista. Num jornal, a vida não é a vida, é um conjunto de letras impressas, que nos cabe apenas soletrar. Quem passa os olhos pelas noticias não vive os fatos, apenas percorre as letras, as sílabas, as palavras em que os fatos se converteram. Daí se entende porque o poeta concluiu: “sabendo que o perdem”. Sim, parece que a simples leitura do jornal, longe de ser uma forma de participarmos do mundo, é um modo de perdê-lo. Por quê? Porque, diante das noticias de jornal, somos meros contempladores da vida, assistindo sentados a variedade do noticiário. Estar bem informado não é, ainda, viver:
	O poeta Carlos Drummond de Andrade, funcionário publico, homem tímido, de hábitos metódico e rotineiros, conhece de perto esse estado de pura observação das coisas, forma de perder o mundo, não deixa de dar um belo recado para quem julga que as informações sejam essenciais em si mesmas. De que valem elas, se não nos orientam para algum tipo de ação? Embora informadíssimos, perdemos o mundo quando apenas nos dispomos a soletrá-lo.
(Celso de Oliveira, inédito)
5. É correto afirmar que o autor do texto deu a seguinte interpretação ao verso “soletram o mundo, sabendo que o perdem”, de Carlos Drummond de Andrade
a) Quem se fixa nas notícias de jornal sabe que esse pode ser um modo de afastar do mundo, em vez de participar dele.
b) As notícias do mundo, para serem de fato compreendidas, não podem ser lidas apressadamente.
c) Os homens que lêem jornal metodicamente acreditam que esse é um modo ativo de participar do que ocorre no mundo.
d) Quando desabituados à leitura, os homens soletram o mundo, não podendo por isso compreender bem as noticias de um jornal.
e) Os fatos noticiados num jornal só se tornam relevantes se forem analisados em seus mínimos elementos.
6. Considere as seguinte afirmações.
I- As informações dadas sobre o poeta Carlos Drummond de Andrade, no terceiro parágrafo, aproximam-nos dos “homens que voltam para casa”, de que fala em um de seus poemas.
II- O autor do texto afirma que as informações sobre os fatos essenciais não costumam ser publicadas.
III- A expressão “meros contempladores de vida” caracteriza a quem apenas “percorre as letras, as sílabas, as palavras em que os fatos se converteram”.
Está correto somente o que vem afirmando em
a) I. c) I e II. e) II e III
b) IId) I e III. 
7. Indique a afirmação correta, considerando o sentido do conjunto do texto.
a) A expressão “hábitos metódicos” seria contraditória, se utilizada para caracterizar a rotina dos “homens que voltam para casa” e “vão ao jornal”.
b) A expressão “longe de ser”, utilizada no segundo parágrafo, poderia ser substituída por “não deixa de ser”, sem prejuízo para o que afirma o autor.
c) O sentido das expressão “longe de ser”, utilizada no segundo parágrafo, poderia ser substituída por “não deixa de ser”, sem prejuízo para o que afirma o autor.
d) A frase “Estar bem informado não é, ainda, viver” afirma o contrário do que diz o ultimo período do texto.
e) O “belo recado” a que se refere o autor, no ultimo parágrafo, tem como destinatário todo aquele que acha que o essencial é estar bem informado.
8. Quanto à função sintática, e dentro do terceiro parágrafo:
a) “funcionário público” e “homem tímido” tem classificações diferentes.
b) O termo “esse estado” é sujeito de “conhece”.
c) O termo ,“informadíssimos” refere-se ao sujeito de “perdemos”.
d) As formas verbais “deixa” e “julga” tem o mesmo sujeito.
e) As formas verbais “valem” e “orientam” têm distintos sujeitos.
9. A frase em que o termo destacado tem a função de complemento verbal é:
a) somos meros contempladores da vida.
b) Soletrar notícias não é o mesmo que participar dos fatos.
c) O poeta conhece de perto esse estado da pura observação das coisas.
d) As informações não são essenciais em si mesmas.
e) Assistimos sentados à variedade do noticiário.
10. No período “Embora informadíssimos, perdemos o mundo quando apenas nos dispomos a soletrá-lo”, a oração em destaque conservará o mesmo sentido e o mesmo valor sintático se substituirmos embora pela expressão:
a) desde que estejamos.
b) Porque estamos.
c) Uma vez que estejamos.
d) Mesmo estando.
e) Já que estamos.
Texto III
	“Desde os seus primeiros dias, o ano de 1919 trouxe uma inusitada excitação às ruas de São Paulo. Era alguma coisa além da turbulência instintiva, que o calor um tanto tardio do verão quase tropical da cidade naturalmente incitava nos seus habitantes. De tal modo esse novo estado de disposição coletiva era sensível, que os paulistanos em geral, surpresos consigo mesmos, e os seus porta-vozes informais em particular, os cronistas, se puseram a especular sobre ele”.
(Autor desconhecido)
11. Considere as seguintes afirmativas sobre o uso de artigos no texto.
I- Se suprimíssemos o primeiro artigo “os”do texto, isso não acarretaria qualquer erro, já que a ocorrência de artigo antes de possessivo não é obrigatória na língua portuguesa.
II- Se substituíssemos o artigo “uma”, no primeiro período, por “a”, isso não acarretaria qualquer alteração de significado, porque ambos desempenham a mesma função semântica e são do mesmo gênero gramatical.
III- Se suprimíssemos o artigo “um”, no segundo período, isso não acarretaria qualquer erro, porque no contexto pode-se usar igualmente “um tanto” e “tanto”.
Podemos afirmar que estão corretas:
a) apenas I.
b) apenas II.
c) apenas III.
d) apenas I e III.
e) todas estão corretas.
12.Assinale a opção que apresenta sinônimos convenientes para as palavras “inusitada”, “turbulência” e “sensível” sem alterar significativamente os respectivos sentidos.
a) Estranha, ventania, perceptível;
b) Exagerada, perturbação, suscetível;
c) Estranha, perturbação, suscetível;
d) Exagerada, ventania, perceptível.
e) Estranha, perturbação, perceptível.
13. O trecho “De tal modo... sensível”, no último período pode ser reescrito de várias maneiras. Assinale aquela em que há alteração do significado original.
a) Era de tal modo sensível esse novo estado de disposição coletiva.
b) De tal modo era sensível esse novo estado de disposição coletiva.
c) Esse novo estado de disposição coletiva era de tal modo sensível.
d) Esse novo estado de disposição coletiva de tal modo era sensível.
e) De tal modo sensível esse novo estado era de disposição coletiva.
14. Assinale a opção correta sobre a razão do uso das duas últimas vírgulas do texto acima.
a) Marcam a separação de adjunto adverbial deslocado.
b) Marcam a separação de itens de uma série.
c) Marcam um vocativo.
d) Marcam um aposto.
e) Marcam um sujeito deslocado.
Texto IV
Não se sabia bem onde nascera, mas não fora decerto em São Paulo, nem no Rio Grande do Sul, nem no Pará. Errava quem quisesse encontrar nele qualquer regionalismo: Quaresma era antes de tudo brasileiro. Não tinha predileção por esta ou aquela parte de seu país, tanto assim que aquilo que o fazia vibrar de paixão não eram os pampas do Sul com o seu gado, não era o café de São Paulo, não eram o ouro e os diamantes de Minas, não era a beleza da Guanabara, não era a altura da Paulo Afonso, não era o estro de Gonçalves Dias ou o ímpeto de Andrade Neves – era tudo isso junto, fundido, reunido, sob a bandeira estrelada do Cruzeiro.
Logo aos dezoito anos quis fazer-se militar; mas a junta de saúde julgou-o incapaz. Desgostou-se, sofreu, mas não maldisse a Pátria. O ministério era liberal, ele se fez conservador e continuou mais do que nunca a amar a “terra que o viu nascer”. Impossibilitado de evoluir-se sob os dourados do Exército, procurou a administração e dos seus ramos escolheu o militar.
Era onde estava bem. No meio de soldados, de canhões, de veteranos, de papelada inçada de quilos de pólvora, de nomes de fuzis e termos técnicos de artilharia, aspirava diariamente aquele hálito de guerra, de bravura, de vitória, de triunfo, que é bem o hálito da Pátria.
Durante os lazeres burocráticos, estudou, mas estudou a Pátria, nas suas riquezas naturais, na sua história, na sua geografia, na sua literatura e na sua política.Quaresma sabia as espécies de minerais, vegetais e animais, que o Brasil continha; sabia o valor do ouro, dos diamantes exportados por Minas, as guerras holandesas, as batalhas do Paraguai, as nascentes e o curso de todos os rios. Defendia com azedume e paixão a proeminência do Amazonas sobre todos os demais rios do mundo. Para isso ia até ao crime de amputar alguns quilômetros ao Nilo e era como este rival do “seu” rio que ele mais implicaria. Ai de quem o citasse na sua frente! Em geral, calmo e delicado, o major ficava agitado e malcriado, quando se discutia a extensão do Amazonas em face da do Nilo.
Havia um ano a esta parte que se dedicava ao tupi-guarani. Todas as manhãs, antes que a “Aurora, com seus dedos rosados abrisse caminho ao louro Febo”, ele se atracava até ao almoço com o Montoya, Arte y diccionario de la lengua guarani ó más bien tupi, e estudava o jargão caboclo com afinco e paixão. Na repartição, os pequenos empregados, amanuenses e escreventes, tendo notícia desse estudo do idioma tupiniquim, deram não se sabe por que em chamá-lo Ubirajara. Certa vez, o escrevente Azevedo, ao assinar o ponto, distraído, sem reparar quem lhe estava às costas, disse em tom chocarreiro: “Você já viu que hoje o Ubirajara está tardando?”.
Quaresma era considerado no Arsenal: a sua idade, a sua ilustração, a modéstia e honestidade de seu viver impunham-no ao respeito de todos. Sentindo que a alcunha lhe era dirigida, não perdeu a dignidade, não prorrompeu em doestos e insultos. Endireitou-se, concentrou e pince-nez, levantou o dedo indicador no ar e respondeu:
- Senhor Azevedo, não seja leviano. Não queira levar ao ridículo aqueles que trabalham em silêncio, para a grandeza e a emancipação da Pátria.
Lima Barreto. Triste Fim de Policarpo Quaresma. Rio de Janeiro: Record, 1998.
15. Em Triste Fim de Policarpo Quaresma, romance publicado originalmente em 1915, Lima Barreto narra uma história ocorrida durante os primeiros anos da República brasileira. Com base no conteúdo do fragmento dessa obra apresentada acima, assinale a opção correta.
a) Quaresma era, na verdade, carioca, pois vivia na cidade do Rio deJaneiro.
b) Quaresma gostava de comer carne do Sul e de tomar café de São Paulo.
c) Quaresma era muito religioso, por isso imaginava o Brasil unificado.
d) Ao se ver recusado pela junta de saúde do Exército, Quaresma tornou-se conservador, em oposição ao governo que era então liberal.
e) Quaresma queria ser militar por causa dos excelentes salários pagos pelo Exército.
16. Tendo como referência as idéias contidas no texto, assinale a opção incorreta.
Não obstante o seu modo pacato de viver, Quaresma perdia a calma quando se discutiam certos assuntos de seu interesse.
Quaresma passou a estudar tupi-guarani para poder trabalhar juntos aos índios, incutindo-lhes o sentimento patriótico que o dominava.
Infere-se do texto que os estudos feitos por Quaresma sobre o Brasil poderiam tê-lo influenciado na assimilação de um sentimento ufanista.
No quarto parágrafo, o narrador usou aspas para enfatizar o sentimento de posse e de nacionalismo da personagem em relação ao rio Amazonas.
Quaresma antipatizava com o rio Nilo por ser este mais extenso que o rio Amazonas.
17. Ainda com base no texto, assinale a opção correta.
Todas as manhãs, Quaresma discutia com Montoya, um colega de trabalho que vivia zombando do interesse do herói pelo estudo do tupi-guarani.
Infere-se do texto que o antropônimo “Ubirajara” é de origem indígena.
Quaresma não gostava da língua espanhola, por isso a classificava de “jargão caboclo”.
Foi o escrevente Azevedo que deu a Quaresma a alcunha de “Ubirajara”.
Por causa de suas excentridades, Quaresma não gozava do respeito de seus colegas de trabalho.
18. No texto, não constitui qualidade característica de Quaresma a:
a) modéstia;
b) cultura;
c) honestidade;
d) jocosidade;
e) respeitabilidade.
19. No texto, por uma questão de elegância de estilo, alguns pronomes foram usados em substituição a seus referentes. Assinale a opção que apresenta associação incorreta entre o pronome sublinhado e o referente.
a) “terra que o viu nascer” (segundo parágrafo) / Quaresma;
b) “Ai de quem o citasse” (quarto parágrafo) / o rio Nilo;
c) “deram não se sabe por que em chamá-lo” (quinto parágrafo) / Quaresma;
d) “impunham-no ao respeito de todos” (sexto parágrafo) / Quaresma;
e) “Sentindo que a alcunha lhe era dirigida” (sexto parágrafo) / escrevente Azevedo.
20. No que se refere à colocação dos pronomes, seria gramaticalmente correto substituir:
“se sabia” (primeiro parágrafo) / por sabia-se;
“o fazia” (primeiro parágrafo) / por fazia-o;
“julgou-o” (segundo parágrafo) / por o julgou;
“lhe estava” (quinto parágrafo) / por estava-lhe;
“Endireitou-se” (sexto parágrafo) / por Se endireitou.
21. No que diz respeito à tipologia textual, assinale a opção incorreta.
Apesar de conter passagens narrativas, o texto é fundamentalmente uma dissertação de Policarpo Quaresma.
Há, no texto, ocorrências de discurso direto.
Em “do Amazonas em face da do Nilo” (quarto parágrafo), o trecho entre aspas não se identifica com o estilo predominante no texto.
A expressão “louro Febo” (quinto parágrafo) é uma alusão ao Sol.
STJ (CESPE)
Texto V
As marcas do bem
	Nos anos 30, Charles Chaplin empenhava toda a sua criatividade na produção de filmes como Tempos Modernos. Na obra, que se passa durante a Depressão Econômica, o genial Carlitos torna-se operário de uma grande indústria e vira líder grevista por acaso. O filme é uma crítica à industrialização desenfreada, às relações desumanas nas linhas da produção e ao descaso com os deserdados em geral, especialmente os operários.
	A engraçada – nem por isso pouco ácida – crítica de Carlitos já não cabe a um grupo de empresas que, nos anos mais recentes, introduziram nos seus planos estratégicos e a preocupação com a responsabilidade social. Essa nova postura pressupõe o resgate de valores, como o humanitarismo e a solidariedade, além de adoção de princípios éticos na sua relação com empregados, clientes, fornecedores, comunidade e meio ambiente. São empresas que abandonaram a posição acomodada de doar um chefe, periodicamente, a instituições em apuros. Essa postura foi substituída por outra, “na qual o aprendizado coletivo é um dos itens mais importantes”, na definição de Guilherme Leal, presidente do conselho consultivo do Instituto Ethos, entidade fundada recentemente para aglutinar empresários que compartilham idéias parecidas, quando o assunto é responsabilidade social.
	Nessa nova concepção de apoio, o dinheiro quase nunca chega sozinho às entidades sociais. Junto com ele, os empresários transferem o aprendizado que acumulam ao longo dos anos no próprio gerenciamento de seus negócios. “Queremos fortalecer as entidades que apoiamos”, diz Antônio Meireles, diretor-presidente de uma das empresas associadas ao Instituto Ethos. Há, pelo menos, duas conseqüências dessa postura, que está muito distante do “paternalismo” e da caridade descompromissada. Uma delas é o surgimento de instituições bem gerenciadas e que, por isso mesmo têm mais condições de captar recursos na sociedade. Par destacá-las já existe até um prêmio, o “Bem Eficiente”. 
	O apoio a projetos que nascem na própria comunidade é propriedade das empresas socialmente solidárias. Um dos exemplos é o programa Crer para Ver. Mantido pela Fundação Abrinq Pelos Direitos da Criança, financiou, em 1998, projetos em 1.103 escolas públicas, localizadas em 16 estados, atendendo a 154.000 crianças. Todas as idéias vieram da comunidade e foram submetidas a análise de um comitê técnico. O dinheiro para manter o programa foi captado com a venda de cartões de Natal.
	As experiências vividas no trabalho comunitário enriquecem também o dia-a-dia dentro das empresas. Essa troca é possível porque algumas corporações liberam empregados para ir a campo e fazer trabalho social.
	Os motivos que levam as empresas adotarem posturas solidárias não são necessariamente humanitários, mas é inegável que seus projetos aglutinam pessoas dispostas a doar parte de seu tempo e experiência a quem nasce com a sina de perdedor em uma cidade cada vez mais excludente. O consumidor está atento e prefere as marcas de quem faz o bem. No Brasil, ainda não existem dados sobre isso, mas, nos Estados Unidos, pesquisa mostram que mais de 60% das pessoas optam por artigos de fabricantes “politicamente corretos”. Os benefícios à imagem são inegáveis. O diferencial competitivo também. Do lado dos colaboradores, há mais envolvimento.
(Ícaro Brasil, nº 172, dezembro / 98 – com adaptações.)
22. Com referência à tipologia textual, o texto I:
a) é fundamentalmente argumentativo; o redator posiciona-se favoravelmente ao comprometimento de empresas com os problemas sociais, pelo resgate de valores humanitários e solidários; 
b) é essencialmente a descrição do programa Crê para Ver, pois quantifica as metas alcançadas ao longo de um ano de atividades; 
c) compara, narrando a história do tratamento dado à questão social nas últimas seis décadas, os resultados de pesquisas acerca do assunto no Brasil e nos Estados Unidos da América;
d) é principalmente dissertativo porque desenvolve o assunto das relações desumanas na sociedade industrial contemporânea, exemplificando com iniciativas no sentido da solução desse problema; 
e) é uma propaganda do Instituto Ethos, pois visa estimular os empresários a adquirirem seus produtos incentivando o consumo.
23. De acordo com as idéias do texto I, assinale a opção correta.
a) Charles Chaplin com “filmes como Tempos Modernos” criticava as causas da Depressão Econômica: a industrialização desenfreada, as relações de trabalho desumanas e o descaso com os empregados.
b) Atualmente, não há mais espaço para a crítica de Carlitos, pois as empresas “introduziram nos seus planos estratégicos a preocupação com a responsabilidade social”.
c) O “dinheiro quase nunca chega sozinho às entidades sociais”: em geral, os próprios empresários o levam.d) O programa Crer para Ver, por ter sido criado por empresas, não constitui um exemplo de “experiências vividas no trabalho comunitário”.
e) Embora as razões das empresas não tenham sempre caráter humanitário, a postura empresarial solidária por elas adotada leva o consumidor a optar por produtos ligados a esse tipo de ação.
24. Segundo o texto I, são politicamente corretas: 
a) todas as experiências vividas no trabalho comunitário, iniciando com Carlitos, na década de 30;
b) todas as razões que levam as empresas adotarem postura solidária; 
c) as ações de empresas preocupadas com a responsabilidade social que, fugindo da postura paternalista, propõem o humanitarismo e a solidariedade;
d) as trocas que algumas corporações fazem com os empregados, liberando-os da carga horária contratual para a prestação de serviços de assistência social;
e) somente as iniciativas que visam ao bem-estar da empresa e também dos empregados e de seus familiares.
25. No texto I, não se estabelece nenhuma relação entre:
a) trabalho e alienação;
b) capital e educação;
c) industrialização e desumanização;
d) economia e ética;
e) empresariado e responsabilidade social.
26. Não serão respeitadas as idéias do texto I caso se substitua:
a) “empenhava” por aplicava;
b) “desenfreada” por descomedida;
c) “descompromissada” por descomprometida;
d) “análise” por apreciação;
e) “liberam” por concedem.
27. Assinale a opção correta quanto à regência e ao emprego do sinal indicativo da crase:
a) O filme de Carlitos traça a crítica a um processo de industrialização desenfreado.
b) O texto manifesta-se contrário às relações desumanas nas linhas de produção e à indiferença para com as camadas deserdadas, na sociedade em geral.
c) A crítica de Carlitos não se sustenta frente a mais de uma dezena de empresa que, às vezes, introduzem para os seus planos estratégias visando a minimização dos problemas atinentes as conjunturas sociais.
d) A contribuição pecuniária quase nunca chega sozinha àquelas entidades sociais favorecidas; junto com ela, as empresas transferem na aprendizagem acumulada no longo dos anos.
e) O apoio à iniciativas pertinentes a própria comunidade é prioridade junto as entidades socialmente solidárias.
Leia o texto abaixo para responder às questões.
Texto VI
Encarando a fera
	A demissão é um dos momentos mais difíceis na carreira de um profissional. A perda de um emprego costuma gerar um série de conflitos internos: mágoa, revolta, incerteza em relação ao futuro e dúvidas sobre sua capacidade. Mesmo sendo uma possibilidade concreta na vida de qualquer profissional, somos quase sempre pegos de surpresa pela notícia. Apesar de se uma situação delicada, é possível, sim, transformar esse fantasma em algo bem menos assustador e, conseqüentemente, dar a volta por cima de forma mais rápida.
	Em primeiro lugar, é preciso ter consciência de que ninguém é intocável. Não no mercado competitivo de hoje. Esteja, portanto, preparado para essa possibilidade. Isso nada tem haver com o pessimismo. Trata-se de manter os pés no chão e saber que as empresas trabalham com equipes cada dia mais enxutas. As mudanças acontecem em um ritmo frenético e há sempre risco de alguém não se adaptar a uma determinada filosofia.
	Em segundo lugar, não espere ser demitido para começar a pensar nessa possibilidade. Mesmo estando bem empregado, continua sua network. Ou seja: mantenha contato permanente com pessoas que possam ajudá-lo futuramente a uma possível colocação. “Geralmente, a pessoa só se lembra de que precisa desenvolver sua network quando está desempregado”, afirma Carlos Monteiro, diretor de recursos humanos. “Essa, no entanto, é uma lição de casa que deve ser feita todos os dias”. Ele recomenda ainda manter o currículo, permanentemente atualizado, criar o hábito de retornar todos os recados e responder aos e-mails rapidamente. Em resumo, é fundamental ser acessível. Um exemplo disso foi a carta que Monteiro recebeu recentemente de um executivo que comunicava sua mudança de empresa. Ele falava do novo desafio em sua carreira e informava o número de seu novo telefone. “Ele tinha um novo emprego, mas nem por isso abandonou os contatos. O melhor momento para a network não é quando se precisa dela, mas quando se está bem colocado. Isso faz a demissão ser menos traumática”.
(VOCÊ S.A.. junho/99 – com adaptações.)
28. A respeito das idéias desenvolvidas no texto II, assinale a opção incorreta.
a) Embora seja uma possibilidade na vida de qualquer profissional, a demissão consiste em um dos momentos mais difíceis na carreira profissional de qualquer individuo.
b) No mercado competitivo de hoje, a possibilidade de demissão é iminente porque as empresas operam com equipes cada vez mais reduzidas.
c) Em virtude de as mudanças acontecerem em ritmo muito rápido, alguém, não se adaptando a essa veloz realidade, será inevitavelmente descartado do mercado de trabalho.
d) Entre as recomendações apresentadas para lidar melhor com a demissão, estão manter o currículo atualizado, responder a todos o recados e manter contatos com as pessoas convenientes.
e) É possível transformar o temor da demissão em algo racionalmente controlável e reverter a situação de maneira mais favorável.
29. A respeito das idéias do texto II, julgue os itens abaixo. 
I- O trecho “A demissão é um dos momentos mais difíceis na carreira de um profissional” mantém as mesmas relações de idéias de A perda do emprego é a situação mais temida na carreira de um profissional.
II- A seqüência de conflitos internos: “mágoa, revolta, incerteza em relação ao futuro e dúvidas sobre sua capacidade” corresponde, semanticamente, a revolta, incerteza com referência ao futuro,mágoas e dúvidas acerca de sua capacidade.
III- A afirmação “uma possibilidade concreta na vida de qualquer profissional” equivale, semanticamente, à assertiva a concreta possibilidade na vida de um profissional qualquer.
IV- Possuem as mesmas relações de sentidos as afirmativas: “somos quase sempre pegos de surpresa pela notícia” e somos sempre quase pegos de surpresa pela notícia.
V- O período situado nas linhas de apresenta as mesmas condições de idéias de Mesmo ao ser uma situação delicada, é possível, certamente, transformar esse fantasma em algo bom menos assustador e, por conseguinte, dar a volta por cima rapidamente.
A quantidade de itens certos é igual a: 
a) 1 b) 2 	 c) 3	 d) 4	 e) 5
30. Assinale a opção em que a reescrita do trecho do terceiro parágrafo do texto II, além de apresentar correção gramatical mantém as idéias da redação original do texto.
a) Em segundo lugar, não espere ser demitido para começar a pensar nessa possibilidade: mesmo estando bem empregado, construa a sua network; ou seja, mantenha contato permanente com pessoas, que possam ajuda-lo futuramente em uma possível recolocação.
b) “Geralmente, a pessoa só se lembra de que precisa desenvolver sua network quando está desempregada” afirma Carlos Monteiro – diretor de recursos humanos: “essa no entanto é uma lição de casa que deve ser feita dia-a-dia”.
c) Ele recomenda ainda manter o currículo permanentemente atualizado: criar o hábito retornar todos os recados; e responder aos e-mails rapidamente. Em resumo é fundamental ser acessível.
d) Foi um exemplo disso a carta que Monteiro recebeu, recentemente, de um executivo que comunicava sua mudança de empresa: ele falava de novo desafio em sua carreira informava o número de seu telefone.
e) “Ele tinha um novo emprego, mas nem por isso abandonou os contatos (...) O melhor momento para a network, não é quando se precisa dela, mas, quando se está bem colocado, isso faz a demissão ser menos traumática”.
31. O texto II apresenta, no último parágrafo, uma série de recomendações ao leitor. Assinale a opção que, alterando a pessoa gramatical relativa ao destinatário da mensagem, mantém unidade de tratamento e correção gramatical frenteà norma culta da língua portuguesa.
a) Não espera a sua demissão para começar a pensar na possibilidade de teu desemprego.
b) Crie o hábito de retornar todos os recados enviados a você e responda aos e-mails de seus correspondentes.
c) Mantenham contatos com pessoas que possam ajudar-lhe no futuro e seja acessível.
d) Faça a sua lição de casa diariamente e mantenham cópias de currículo atualizado.
e) Mesmo você está bem empregado, constrói a tua network rapidamente.
32. Com base na organização sintática do texto II, julgue os itens que se seguem.
I- “sua” (primeiro parágrafo) refere-se a “de um profissional”;
II. “possibilidade concreta” (primeiro parágrafo) é a “demissão” ou a “perda do emprego”;
III-	“nessa possibilidade” (terceiro parágrafo) refere-se a “ser demitido”;
IV- “Essa” (terceiro parágrafo) refere-se à necessidade de se desenvolver a própria network;
V- “Ele” (segunda ocorrência do terceiro parágrafo) refere-se a “Carlos Monteiro”.
A quantidade de itens certos é igual a: 
a) 1 b) 2 	 c) 3	 d) 4	 e) 5
Leia o texto abaixo para responder ás questões.
Texto VII
	O uso inadequado da linguagem oral, assim como o da escrita, pode ocasionar situações embaraçosas. Um humorista, aproveitando-se do grotesco de tais situações, costuma reproduzi-las para veicular ensinamentos. Dessa maneira, o humor, ao mesmo tempo que descontrai, educa. Ë o que se vê noi caso abaixo.
Amigo de Lampião
	
	O empresário João, dono de uma grande rede de supermercado, dizia que não tinha o menor constrangimento de lembrar de sua formação modesta. A sua bem-sucedida carreira empresarial começou com uma pequena padaria onde, certa ocasião, teve como fregueses os cangaceiros de Lampião. 
	- Os homens comeram quase todo o nosso estoque, mas, na hora de pagar, usei de prudência e não cobrei nada. Lampião ficou meu amigo até a morte.
	Seu João garante que foi um bom comerciante porque tinha uma solução pronta para tudo. Certa vez, ele encomendou algumas toneladas de sal, mas quando a mercadoria chegou era cal.
	Prontamente ele protestou. Mas o vendedor mostrou o pedido e lá estava escrito cal com sua própria letra.
	Aí ele balançou a cabeça e falou:
	- Pois é, era sal que eu queria. Só que eu esqueci a cedilha.
(O humor e o Trabalho. In: Lida – Revista do Ministério do Trabalho – com adaptações.)
 
33. Assinale a opção que, além de gramaticalmente correta, mantém as idéias originais do parágrafo introdutório do texto III.
a) Os usos inadequados da linguagem oral e escrita, podem ocasionar situações embaraçosas a um bom humorista. Este, aproveitando-se de tais situações, costuma reproduzir-lhes, para veicular ensinamentos. Desta maneira, o humor e ao mesmo tempo que descontrai educa; isto se vê no caso abaixo.
b) O uso inadequado da linguagem oral, também assim o da escrita, pode ocasionar situações embaraçosas. Aproveitando-se do grotesco de tais situações, um bom humorista costuma reproduzi-las para veicular ensinamentos. Dessa forma, ao mesmo tempo que descontrai, o humor educa. Isso é o que se vê no caso abaixo.
c) Usando inadequadamente as linguagens oral e escrita, pode-se ocasionar situações embaraçosas que um bom humorista aproveita, costumando reproduzi-las para veicular ensinamentos. É o que se vê no caso abaixo em que, o humor descontrai e educa.
d) Os usos inadequados da linguagem oral e também da escrita, podem ocasionar situações embaraçosas. Um humorista bom, aproveitando bem o grotesco de tais embaraços, costuma reproduzi-los para veicular ensinamentos. Dessa feita, o humor descontrai educando. Isto se vê no caso abaixo.
e) O uso inadequado não só da linguagem oral, mas o da escrita, pode provocar situações embaraçosas. Dessa maneira, o aproveitamento do humor por um bom humorista, ao mesmo tempo que descontrai, educa; é o que se vê no caso abaixo.
	
34. Evidenciando a compreensão do caso apresentado no texto III, assinale a opção correta.
a) O narrador do texto disse que os homens de Lampião tinham comido quase todo o estoque.
b) O empresário João contou que, na hora de ele pagar tinha usado de prudência.
c) João ficou amigo de Lampião porque não cobraria nada dos seus capangas, até na hora de sua morte.
d) Seu João, conforme diziam, fora bom comerciante porque possuía uma resposta pronta para tudo.
e) Ao mostrar que o pedido tinha sido de cal, e não de sal, o vendedor defendeu-se perante João, mostrando que o erro fora deste, e não daquele.
35. Assinale a opção que respeita a norma culta da língua portuguesa.
a) A opinião da gerência não satisfaz porque, veio ao encontro de nossos projetos. 
b) Haja visto os últimos acontecimentos, tomaremos as medidas que se impõe.
c) Foi-me feita uma solicitação: é para mim, cuidadosamente, avaliar os passos da obra.
d) Encaminho inclusa a mercadoria solicitada, mas os cheques seguem apensos ao recibo a ser assinado.
e) Participamos e apreciamos, muito, o conserto musical oferecido pela diretoria ontem.
36. Para a seleção de candidatos a gerente de marketing publicitário, uma empresa publicou um anúncio exigindo dos pretendentes o seguinte:
formação superior em publicidade ou marketing, preferencialmente com pós-graduação;
excelente redação, incluindo a capacidade de analisar e editar textos alheios;
talento para criar e analisar layouts e peças publicitárias;
capacidade para criar e implementar ações promocionais.
Com base nessas informações, assinale a opção que contempla de forma correta todas as exigências contidas nos tópicos listados acima.
a) Exige-se dos candidatos a formação superior em publicidade ou marketing – pós-graduação preferencialmente -, excelente capacidade de redação e de analisar ou editar textos alheios, talento para criar ou analisar layouts e peças publicitárias e capacidade para criação e implementação de ações promocionais.
b) Os candidatos devem ser formados em publicidade ou marketing, com pós-graduação, principalmente, ter excelente capacidade de redação, incluindo análise e edição de textos diversos, ter talento para a criação e análise de layouts e peças publicitárias e ter desenvolvido a capacidade da criação e implementação de ações promocionais.
c) Os candidatos devem possuir formação superior em publicidade ou marketing – com pós-graduação, preferencialmente; saber redigir primorosamente, demonstrando também capacidade de analisar e editar textos alheios; ter capacidade para criar e analisar, com talento, peças publicitárias e layouts e para criar e implementar ações promocionais.
d) Exige-se dos pretendentes: preferencialmente a pós-graduação em publicidade ou marketing; a redação exímia e a capacidade de analisar e editar textos diversos; o talento para criar e analisar layouts e pacas publicitárias; a capacidade de implementar as ações promocionais.
e) Para se candidatar, o profissional deve ser formado em marketing ou publicidade, principalmente com pós-graduação, e demonstrar capacidade de: excelente redação, análise e edição de textos alheios, criação e análise de layouts e peças publicitárias e criação e implementação de ações promocionais.
Oficial de justiça avaliador (NCE/UERJ)
A liberdade e o consumo
	Quantos morreram pela liberdade de sua pátria? Quantos foram presos ou espancados pela liberdade de dizer o que pensam? Quantos lutaram pela libertação dos escravos?
	No plano intelectual, o tema da liberdade ocupa as melhores cabeças, desde Platão e Sócrates, passando por Santo Agostinho, Spinoza, Locke, Hobbes, Hegel, Kant, Stuart Mill, Tolstoi e muitos outros. Como conciliar a liberdade com a inevitável ação restritiva do Estado? Como as liberdades essenciais se transformam em direitos do cidadão? Essas questões puseram em choque os melhores neurônios da filosofia, mas não foram as únicas a galvanizar controvérsias.
	Mas vivemos hoje em uma sociedade em que a maioria já não sofre agressões a essasliberdades tão vitais, cuja conquista ou reconquista desencadeou descomunais energias físicas e intelectuais. Nosso apetite pela liberdade se aburguesou. Foi atraído (corrompido?) pelas tentações da sociedade de consumo.
	O que é percebido como liberdade para um pacato cidadão contemporâneo que vota, fala o que quer, vive sob o manto da lei (ainda que capenga) e tem direito de mover-se livremente?
O primeiro templo da liberdade burguesa é o supermercado. Em que pesem as angustiantes restrições do contracheque, são as prateleiras abundantemente supridas que satisfazem a liberdade do consumo (não faz muitas décadas, nas prateleiras dos nossos armazéns ora faltava manteiga, ora leite, ora feijão). Não houve ideal comunista que resistisse às tentações do supermercado. Logo depois da queda do Muro de Berlim, comer uma banana virou ícone da liberdade no Leste Europeu.
	A segunda liberdade moderna é o transporte próprio. BMW ou bicicleta, o que conta é a sensação de poder sentar-se ao veículo e resolver em que direção partir. Podemos até não ir a lugar algum, mas é gostoso saber que há um veículo parado à porta, concedendo permanentemente a liberdade de ir, seja aonde for. Alguém já disse que a Vespa e a Lambretta tiraram o fervor revolucionário que poderia ter levado a Itália ao comunismo.
	A terceira liberdade é a televisão. É a janela para o mundo. É a liberdade de escolher os canais (restritos em países totalitários), de ver um programa imbecil ou um jogo, ou estar tão perto das notícias quanto um presidente da República - que nos momentos dramáticos pode assistir às mesmas cenas pela CNN. É estar próximo de reis, heróis, criminosos, superatletas ou cafajestes metamorfoseados em apresentadores de TV.
	Uma “liberdade” recente é o telefone celular. É o gostinho todo especial de ser capaz de falar com qualquer pessoa, em qualquer momento, onde quer que se esteja. Importante? Para algumas pessoas, é uma revolução no cotidiano e na profissão. Para outras, é apenas o prazer de saber que a distância não mais cerceia a comunicação, por boba que seja.
	Há ainda uma última liberdade, mais nova, ainda elitizada: a internet e o correio eletrônico. É um correio sem as peripécias e demoras do carteiro, instantâneo, sem remorsos pelo tamanho da mensagem (que se dane o destinatário do nosso attachment megabáitico) e que está a nosso dispor, onde quer que estejamos. E acoplado a ele vem a web, com sua cacofonia de informações, excessivas e desencontradas, onde se compra e vende, consomem-se filosofia e pornografia, arte e empulhação.
	Causa certo desconforto intelectual ver substituídas por objetos de consumo as discussões filosóficas sobre liberdade e o heroísmo dos atos que levaram à sua preservação em múltiplos domínios da existência humana. Mas assim é a nossa natureza, só nos preocupamos com o que não temos ou com o que está ameaçado. Se há um consolo nisso, ele está no saber que a preeminência de nossas liberdades consumistas marca a vitória de havermos conquistado as outras liberdades, mais vitais. Mas, infelizmente, deleitar-se com a alienação do consumismo está fora do horizonte de muitos. E, se o filósofo Joãosinho Trinta tem razão, não é por desdenhar os luxos, mas por não poder desfrutá-los.
Cláudio de Moura Castro
37. O primeiro parágrafo do texto apresenta:
uma série de perguntas que são respondidas no desenrolar do texto;
uma estrutura que procura destacar os itens básicos do tema discutido no texto;
um questionamento que pretende despertar o interesse do leitor pelas respostas;
um conjunto de perguntas retóricas, ou seja, que não necessitam de respostas;
umas questões que pretendem realçar o valor histórico de alguns heróis nacionais.
38. Nos itens abaixo, o emprego da conjunção OU (em maiúsculas) só tem nítido valor alternativo em:
“Quantos foram presos OU espancados pela liberdade de dizer o que pensam?”;
“A segunda liberdade moderna é o transporte próprio, BMW OU bicicleta...”;
“...de ver um programa imbecil ou um jogo, OU estar tão perto das notícias...”;
“...só nos preocupamos com o que não temos OU com o que está ameaçado.”;
“É estar próximo de reis, heróis, criminosos, superatletas OU cafajestes...”.
39. O item abaixo que indica corretamente o significado da palavra em maiúsculas no texto é:
a) “...mas não foram as únicas a GALVANIZAR controvérsias.” – discutir;
b) “...comer uma banana virou um ÍCONE da liberdade no Leste europeu.”- fantasia;
c) “...consomem-se filosofia e pornografia, arte e EMPULHAÇÃO.”; grosseria;
d) “...cafajestes METAMORFOSEADOS em apresentadores de TV.” – desfigurados;
e) “...que a distância não mais CERCEIA a comunicação...”- impede.
40. “Como conciliar a liberdade com a inevitável ação restritiva do Estado?”; nesse segmento do texto, o articulista afirma que:
a) o Estado age obrigatoriamente contra a liberdade;
b) é impossível haver liberdade e governo ditatorial;
c) ainda não se chegou a unir os cidadãos e o governo;
d) cidadãos e governo devem trabalhar juntos pela liberdade;
e) o Estado é o responsável pela liberdade da população.
41. “...concedendo permanentemente a liberdade de ir, seja AONDE for.”; “...em qualquer momento, ONDE quer que se esteja.” ; o emprego das palavras em maiúsculas mostra que:
ONDE e AONDE são palavras equivalentes;
AONDE é forma popular (e errada) correspondente a ONDE;
a diferença de formas depende da regência do verbo da frase;
só ONDE representa a idéia de lugar;
AONDE se refere a locais vagos enquanto ONDE se refere a lugares específicos.
42. “O primeiro templo da liberdade burguesa é o supermercado. Em que pesem as angustiantes restrições do contracheque, são as prateleiras abundantemente supridas que satisfazem a liberdade do consumo...”; o segmento sublinhado corresponde semanticamente a:
a) as despesas do supermercado são muito pesadas no orçamento doméstico;
b) os salários não permitem que se compre tudo o que se deseja;
c) as limitações de crédito impedem que se compre o necessário;
d) a inflação prejudica o acesso da população aos bens de consumo;
e) a satisfação de comprar só é permitida após o recebimento do salário.
43. “Não houve ideal comunista que resistisse às tentações do supermercado”.; com esse segmento do texto o autor quer dizer que:
a) todo ideal comunista se opõe aos ideais capitalistas;
b) a ideologia comunista sofre pressões por parte dos consumidores;
c) os supermercados socialistas são menos variados que os do mundo capitalista;
d) o ideal comunista ainda resiste à procura desenfreada por bens de consumo;
e) as tentações do supermercado abalaram as estruturas capitalistas.
44. “É a liberdade de escolher os canais (restritos em países totalitários),...”; o segmento sublinhado significa que:
a) nos países totalitários a censura impede o acesso à programação capitalista;
b) o número de canais disponíveis é bem menor do que nos países não-totalitários;
c) a televisão, nos países totalitários, é bem de que só poucos dispõem;
d) nos países totalitários todos os canais são do sistema de TV a cabo;
e) nos países totalitários, a TV não sofre censura governamental.
45. “Há ainda uma última liberdade, mais nova, ainda elitizada:...”; o item abaixo em que as vírgulas são empregadas pelo mesmo motivo das que aparecem nesse segmento destacado do texto é:
a) “O que é percebido como liberdade para um pacato cidadão contemporâneo que vota, fala o que quer, vive sob o manto da lei...”;
b) “Logo depois da queda do muro de Berlim, comer uma banana virou um ícone da liberdade no Leste Europeu.”;
c) “A segunda liberdade moderna é o transporte próprio, BMW ou bicicleta, o que conta é a sensação de poder sentar-se ao veículo...”;
d) “É estar próximo de reis, heróis, criminosos, superatletas ou cafajestes...”;
e) “Para outras, é apenas o prazer de saber que a distância não mais cerceia a comunicação,por boba que seja.”
46. A frase abaixo que se encontra na voz passiva é:
a) “Quantos morreram pela liberdade de sua pátria?”;
b) “Quantos foram presos ou espancados pela liberdade de dizer o que pensam?”;
c) “Quantos lutaram pela libertação dos escravos?”;
d) “O primeiro templo da sociedade burguesa é o supermercado.”;
e) “...a maioria já não sofre agressões a essas liberdades tão vitais,...”.
47. O item abaixo em que o vocábulo SE desempenha o mesmo papel sintático do que exerce no segmento “...onde quer que SE esteja.” é:
a) “Como as liberdades essenciais SE transformam em direitos do cidadão?”;
b) “Nosso apetite pela liberdade SE aburguesou.”;
c) “...e tem o direito de mover-SE livremente?”;
d) “...o que conta é a sensação de poder sentar-SE ao veículo...”;
e) “...onde SE compra e vende, consomem-se filosofia e pornografia...”.
48. “Para outras, é apenas o prazer de saber que a distância não mais cerceia a comunicação, por boba que seja.”; a frase abaixo em que há uma forma, ligada aos verbos terminados em –ear, grafada ERRADAMENTE é:
a) É perigoso que passeiemos à noite;
b) A civilização sofre freadas em seu progresso;
c) O homem receoso não luta pela liberdade;
d) Todos nós ceamos no Natal;
e) É injusto que os países totalitários cerceiem a comunicação.
49. “Causa certo desconforto intelectual ver substituídas por objetos de consumo as discussões filosóficas sobre liberdade e o heroísmo dos atos que levaram à sua preservação em múltiplos domínios da existência humana.”; o comentário correto a respeito desse segmento do texto é:
a) os sujeitos de “causa” e “levaram” estão pospostos;
b) “substituídas” é adjetivo que só se refere semanticamente ao substantivo “discussões”;
c) o pronome “sua” se refere semanticamente a “heroísmo”;
d) “substituídas” e “heroísmo” são vocábulos acentuados pela mesma razão;
e) o pronome relativo “que” tem por antecedente “heroísmo”.
50. “E acoplado a ele vem a web, com sua cacofonia de informações, excessivas e desencontradas...”; cacofonia (neste segmento usado figuradamente) é “qualquer efeito desagradável ao ouvido em uma seqüência de palavras” (Michaelis – Moderno dicionário da língua portuguesa, SP, Melhoramentos, 1998). O item abaixo que pode ser exemplo de cacofonia é:
A liberdade, como a concebo, não se confunde com o consumismo.
Uma das liberdades modernas é a de ir e vir.
A natureza humana se preocupa quando aparece algum perigo.
Quando não se pode desfrutar o luxo, começa-se a desdenhar dele.
A liberdade foi corrompida pela sociedade de consumo.
51. “...consomem-se filosofia e pornografia, arte e empulhação.”; a forma abaixo que modifica o sentido desse segmento do texto é:
filosofia e pornografia, arte e empulhação são consumidas;
consomem-se não só filosofia e pornografia, como também arte e empulhação;
consome-se filosofia e pornografia, arte e empulhação;
consomem-se filosofia, pornografia, arte e empulhação;
filosofia e pornografia são consumidas como arte e empulhação.
52. “Essas questões puseram em choque os melhores neurônios da filosofia...”; esse segmento significa que:
os maiores filósofos se opuseram nas discussões sobre liberdade;
a liberdade e o consumo sempre foi motivo de discussão entre filósofos;
as questões citadas foram motivo de muitas preocupações filosóficas;
os filósofos brigaram entre si por causa da liberdade de consumo;
as perguntas sobre liberdade foram respondidas pelos melhores filósofos.
53. O item em que NÃO está presente uma crítica do jornalista é:
“Foi atraído (corrompido?) pelas tentações da sociedade de consumo.”;
“...vive sob o manto da lei (ainda que capenga)...”;
“...de ver um programa imbecil ou um jogo,...”;
“...consomem-se filosofia e pornografia, arte e empulhação.”;
“O primeiro templo da sociedade burguesa é o supermercado,...”.
54. “O que é percebido como liberdade para um pacato cidadão contemporâneo que vota, fala o que quer, vive sob o manto da lei (ainda que capenga) e tem o direito de mover-se livremente?”; segundo o texto, a resposta abaixo que é INADEQUADA é:
a liberdade de consumo;
a liberdade de movimento;
a liberdade de comunicação;
a liberdade política;
a liberdade religiosa.
55. O item em que o autor do texto NÃO faz crítica direta ou indireta aos regimes não-democráticos é:
“Não houve ideal comunista que resistisse às tentações do supermercado.”;
“Logo depois da queda do Muro de Berlim, comer uma banana virou um ícone da liberdade no Leste Europeu.”;
“Alguém já disse que a Vespa e a Lambretta tiraram o fervor revolucionário que poderia ter levado a Itália ao comunismo.”;
“Como conciliar a liberdade com a inevitável ação restritiva do Estado? Como as liberdades essenciais se transformam em direitos do cidadão?”;
“É a liberdade de escolher os canais (restritos em países totalitários), ...”.
56. “Mas, infelizmente, deleitar-se com a alienação do consumismo está fora do horizonte de muitos.”; o comentário adequado a esse segmento do texto é:
“infelizmente” revela uma opinião do jornalista sobre o enunciado no segmento do texto;
o consumismo é visto como fonte de alienação;
muitos desejam ser consumistas, mas não podem sê-lo;
o consumismo é também produtor de prazer para muitos;
os “muitos” a que se refere o texto são os que vivem em regimes não-capitalistas.
Oficial de Promotoria (CESPE)
Marque, em cada uma, a única opção correta, de acordo com o comando. A marcação da letra F, na Folha de Respostas, não contará para efeito de correção; servirá somente para caracterizar que o candidato desconhece a resposta correta.
�
LUA ADVERSA
�
1 Tenho fases como a lua.
Fases de andar escondida,
Fases de vir para a rua...
4 Perdição da minha vida!
Perdição da minha!
Tenho fases de ser tua,
7 Tenho outras de ser sozinha.
Fases que vão e que vêm
No secreto calendário
10 Que um astrólogo arbitrário
Inventou para meu uso.
E roda a melancolia
13 Seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases como a lua...)
16 No dia de alguém ser meu
Não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
19 O outro desapareceu
Cecília Meireles�
01. De acordo com o texto, é correto afirmar que
as mudanças trazem felicidade.
a autora mostra somente os aspectos positivos das mudanças.
o título “LUA ADVERSA” sugere os desencontros comentados pela autora.
é muito positivo que as pessoas mudem com freqüência.
todas as pessoas, de modo geral, têm fases, como a lua.
02. Na metáfora usada pela autora para expressar seus momentos, a expressão que se opõe a “Fases de andar escondida” (v.2) é
lua nova.
lua minguante.
lua cheia
“melancolia” (v.12).
“secreto calendário” (v.9).
03. No verso 12, “a melancolia” desempenha a função sintática de
sujeito simples
objeto direto
predicativo do sujeito
objeto indireto
adjunto adnominal
04. O pronome “outro” (v.19) refere-se
à pessoa a quem a autora se dirige no texto
ao pronome “alguém” (v.16)
a ninguém
a outra pessoa qualquer
ao “dia de alguém ser meu” (v.16)
05. A palavra “lua” (v.1)
é dissílaba, podendo, quando necessário, ser assim separada: lu-a
é monossílaba, não devendo ser separada
não apresenta divisão silábica definida
não apresenta divisão silábica obrigatória
é uma exceção à regra de divisão silábica do português
06. Assinale a opção em que os vocábulos não têm o mesmo sentido, de acordo com o poema.
“ADVERSA” / antagônica.
“Perdição” (v.4) / ruína
“secreto” (v.9) / desconhecido
“astrólogo” (v.10) / astrônomo
“roda” (v.12) / gira 
07. O(s) vocábulo(s)
sozinha não é acentuado por ser oxítono terminado em a.
interminável é acentuado porque é paroxítono terminado em l.
melancolia não é acentuadoporque termina em a.
astrólogo é acentuado porque é paroxítono terminado em o. 
astrólogo e arbitrário são acentuados obedecendo à mesma regra de acentuação.
A PESCA DO DOURADO
1 Quando chegamos na barranca do Mogi, andadas oito léguas de cabriolante forde, era madrugada franca. O rio fumava no inverninho delicioso. Vento, nada. E a névoa do rio meio que arroxeava, guardando na brancura as cores do sol futuro.
4 Estivemos por ali, esquentando no foguinho caipira que é o cobertor da nossa gente. Estivemos por ali esfregando as mãos, tomando café, preparando as varas. Eu, como não tinha esperança mesmo de pescar nenhum dourado, fui pescar iscas no ceveiro. Isso, era atirar o anzolzinho desprezível n’água, vinha cada lambari enganado, cada tambiú e mesmo uma piabinha comovente. Nove bastavam, me falaram.
Mário de andrade
08. Com a frase “O rio fumava no inverninho delicioso” ( l.2 ), o autor quis indicar que
a transpiração da floresta ribeirinha produzia uma névoa que invadia o rio.
havia muitas fogueiras acesas, à margem do rio, produzindo muita fumaça.
uma fogueira bem à margem do rio dava a impressão de que o rio fumava.
havia uma névoa que emanava do rio durante a madrugada.
havia muita fumaça porque não ventava.
09. Na expressão “madrugada franca” ( l.2 ), o adjetivo é usado para indicar que
era o início da madrugada.
era plena madrugada.
a madrugada estava quase acabando.
a madrugada era diferente das outras.
a madrugada era muito especial, fria.
10. Os vocábulos “delicioso” ( l.2 ) e “arroxeava” ( l.3 ) e a expressão “na brancura” ( l.3 ) são, respectivamente,
predicativo do sujeito, predicado verbal e adjunto adverbial.
predicativo do objeto, predicado nominal e adjunto adnominal.
adjunto adnominal, predicado nominal e adjunto adverbial.
adjunto adverbial, predicado verbal e adjunto adnominal.
adjunto adnominal, predicado verbal e a adjunto adverbial.
11. A oração “Quando chegamos na barranca do Mogi” ( l.1 ) é uma oração
�
coordenada assindética.
coordenada sindética aditiva.
subordinada substantiva subjetiva.
subordinada adverbial temporal.
subordinada adjetiva explicativa.
�
12. No período “Estivemos por ali esfregando as mãos, tomando café, preparando as varas.” ( l.5 ), as orações são
�
coordenadas assindéticas.
coordenadas e subordinadas.
coordenadas alternativas.
subordinadas adverbiais.
subordinadas substantivas.
13. Em relação às concordâncias nominal e/ou verbal, assinale a opção incorreta.
O Nordeste conhece muito bem um provérbio que dizem: “A astúcia é a coragem do pobre”.
Na juventude, nem tudo são festas. É preciso muita força de vontade para que se enfrentem as dificuldades.
Ariano Suassuna, paraibano, é uma alta expressão da cultura e da literatura brasileiras.
Os candidatos ao concurso, de nacionalidade brasileira, fazem as provas com muita calma e silêncio.
No Natal, há que se ter presentes para os amigos e amigas mais próximos.
14. Assinale a opção em que todas as palavras estão corretamente grafadas.
gente - geito - gesto
gente - gengibre - genipapo
gesto - jeito - gerente
jesto - genipapo - jenjibre
gesto - jeito - jenjibre
15. Assinale a opção em que o texto está pontuado corretamente.
Às vezes me dava, uma raiva, individualista, e só por independência ou morte batia com a isca, onde bem queria longe dos lugares de água tumultuosa.
Às vezes me dava uma raiva, individualista e, só por independência ou morte, batia com a isca onde bem queria, longe dos lugares de água tumultuosa.
Às vezes me dava uma raiva, individualista, e só por independência ou morte, batia com a isca, onde bem queria longe dos lugares de água tumultuosa.
Às vezes me dava uma raiva individualista, e só por independência, ou morte, batia com a isca, onde bem queria, longe dos lugares de água tumultuosa.
Às vezes me dava uma raiva individualista e só por independência ou morte batia com a isca onde bem queria longe dos lugares de água tumultuosa.
Gabarito:
D
B
E
C
A
D
E
C
B
D
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E
E
D
D
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Oficial de Promotoria
C
C
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B
E
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A
A
C
B
Interpretação de texto - Cespe
Texto I
	Minha opinião é que este século vai ser marcado por duas forças em aparente contradição: o avanço da globalização e o fortalecimento das diferentes culturas. O processo de globalização vai continuar forte. Mas as paredes entre paises. Culturas e economias não vão desaparecer. As novas gerações já vivem nesse novo mundo. Meus filhos surfam na Internet, sabem muito de diferentes paises, querem saber de tudo, falar muitas línguas. Eles se sentem em casa no mundo e, para eles, certas barreiras entre os povos são coisas do passado, e há, de outro lado, uma tendência muito forte de manter sua identidade, de não perder seu rosto no movimento da globalização. Todos querem contribuir na globalização, desde que ela não seja uma ameaça à sua identidade cultural, econômica, humana.
Carlos Ghosn em entrevista a revista ícaro. Jun. 2003. nº226 p. 22 (com adaptações)
Com respeito às idéias e estruturas do texto acima e a aspectos diversos associados ao assunto nele tratado, julgue os itens a seguir.
Por causa da função informativa – como exposição de ocorrências – e devido às características factuais e formais da linguagem, o texto poderia integrar o corpo de um relatório.
Por constituírem metáforas para a mesma idéia, “paredes” (l.5) e “barreiras” (l.9) ocorrem em orações que contradizem.
Apesar de primeiramente ser empregada, particularizada, em seu sentido denotativo, a argumentação do texto mostra que a expressão “Meus filhos” (l.7) funciona também, genericamente, como conotação para a idéia de novas gerações.
Na linha 11, mantêm-se a correção gramatical e a coerência textual, e evita-se redundância, ao se substituir a primeira das ocorrências da preposição “de” por para.
Na linha 13, o emprego do modo subjuntivo em “seja”, além de exigido pelas regras gramaticais, reforça a idéia de eventualidade, hipótese, expressa pela locução conjuntiva “desde que”.
A denominada globalização corresponde a mais uma etapa de um processo histórico que, iniciado com a Revolução industrial, promoveu a consolidação do capitalismo e de sua expansão em escala planetária, de modo a que se possa falar, nos dias de hoje, me mercado crescentemente mundial.
A marcha da globalização, especialmente a partir das ultimas décadas do século XX, tem-se mostrado cada vez mais simétrica, ou seja, seus efeitos positivos e negativos espalharam-se com relativa homogeneidade pelos quatro cantos do mundo.
A subversão dos tradicionais conceitos de Estado e de fronteiras nacionais, visível na atualidade, permite afirmar – tal como faz o texto – que a trajetória inexorável da globalização tende a fazer sucumbir as identidades histórico-culturais das nacionalidades, tragadas pela força da moderna economia mundializada.
A formação de blocos regionais é característica marcante do atual estágio da economia mundial, exemplo significativo desse processo é a União Européia, que, bem mais que uma área de livre comércio, esforça-se também para aproximar seus integrantes nos aspectos políticos, sociais e culturais.
A Internet, citada no texto, é um dos símbolos mais fortes do atual estágio econômico mundial: as incessantes inovações tecnológicas, entre outros resultados, imprimem extraordinário dinamismo ao processo produtivo, favorecem a rápida circulação de bens e de capitais e ampliam consideravelmente as possibilidades de comunicação.
Na perspectivaadotada pelo texto, vê-se que os jovens tendem a reagir – na maioria das vezes de forma violenta e radical, como aconteceu nas ultimas reuniões internacionais realizadas em Seattle, em Veneza e em Porto Alegre – a um movimento de globalização que não dá margem às manifestações individuais e à preservação das culturas locais.
Texto II
�
Argumentação contra�
�
A biotecnologia ainda é muito recente e ainda não foi possível fazer estudos que mostrem, com rigor, que esses produtos não causam problemas à saúde e(ou) ao meio ambiente no longo prazo.
Pode haver cruzamento entre a cultura convencional e a geneticamente modificada, principalmente dentro de uma mesma propriedade, podendo acarretar o fim da espécie pura.
Argumentação a favor
Não há casos comprovados da associação entre consumo de transgênicos e danos à saúde.
As plantas tolerantes a herbicidas geram uma redução de custos de produção, com diminuição do uso de herbicidas e controle de ervas daninhas.
A possibilidade de cruzamento entre a variedade convencional e a geneticamente modificada pelo transporte do pólen no vento é reduzida.
Folha de S. Paulo. 3.7.2003 (com adaptações)
Considerando os textos acima, relativos ao debate sobre transgênicos, julgue os itens que se seguem.
A leitura comparativa entre as argumentações favorável e contraria aos transgênicos mostra que a ausência de comprovação de danos à saúde é tomada tanto como argumentação positiva quanto como negativa.
Para que se mantenha coerente à argumentação contrária aos transgênicos. O verbo poder, em “Pode haver cruzamento”, deve ser interpretado na sua acepção de possibilidade, nunca de permissão.
O terceiro tópico da argumentação a favor dos transgênicos contraria o que afirma o segundo tópico da argumentação contrária. Pois não admite o cruzamento neste previsto.
O emprego repetido do advérbio “ainda”, no primeiro tópico da argumentação contrária, causa redundância e, por isso, não se alteram as relações semânticas do texto ao ser retirar um deles.
A substituição de “problemas” (primeiro tópico da argumentação contra) por prejuízos preserva a coerência textual, mas para que as regras gramaticais também sejam respeitadas é obrigatória a mudança da preposição que segue essa palavra: de “a” para em, obtendo-se na.
Devido ao valor semântico que se desempenha no texto, o gerúndio em “podendo” (segundo tópico da argumentação contra) admite substituição tanto por e pode como por o que pode. Sem que a coerência textual fique prejudicada.
Na expressão “tolerantes a herbicidas” (segundo tópico da argumentação a favor.), a palavra sublinhada expressa uma noção generalizada, na plena extensão de seu significado.
No segundo tópico da argumentação a favor, a preposição “com” introduz duas razoes para a “redução de custos de produção”.
A recente medida provisória editada pelo governo federal,. Liberando o plantio de sementes transgênicas, foi fruto de amplo consenso que uniu ambientalistas, setores da administração publica e parlamentares do Partido dos Trabalhadores.
Na discussão acerca dos transgênicos, evidenciou-se a existência de um aspecto essencial na questão, que ultrapassa os campos citados no texto: trata-se de seu significado econômico, em especial por envolver domínio de tecnologia das sementes por parte de uma grande corporação transnacional.
Texto III
O século 20 foi aquele em que o Brasil aumentou sua riqueza, mas não a dividiu. Em cem anos. A riqueza total cresceu quase 12 vezes em relação à população; no entanto, a distribuição de renda piorou na segunda metade do século. A concentração de renda é tão grande que, na virada do século 20 para o 21. o 1% mais rico do brasileiros ganha praticamente o mesmo que os 50% mais pobres. O Brasil que encerrou o século 20 era um país mais velho, mais urbano, mais feminino, mais alfabetizado, mais industrializado. A desigualdade é a marca nacional, seja de renda. Racial, de gênero ou regional. É o que mostram as Estatísticas do Século XX, publicação lançada pelo 
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) com um resumo do Brasil no século que passou.
O Brasil do século 20 In Folha de S. Paulo 30.9.2003 p. 1 (com adaptações).
Acerca do texto acima e de aspectos diversos associados ao tema nele enfocado, julgue os itens subseqüentes.
Preserva-se a coerência textual e a correção gramatical ao se transformar o trecho inicial do texto, “O século 20 foi aquele em que o Brasil aumentou sua riqueza”, de período composto em período simples. Com a seguinte reescrita: No século 20 o Brasil aumentou sua riqueza.
A substituição de “no entanto” (l. 3) pela conjunção contudo mantém a correção gramatical. Mas altera a relação de contraste entres as orações que liga. Para a idéia de explicação.
Obtém-se maior clareza, respeitam-se os sentidos do texto e mantém-se a correção gramatical ao se inserir ganha imediatamente após “que” (l.7)
As expressões “de renda” (l. 10) e “de gênero” (l.11) têm, na oração em que aparecem, valor de adjetivo.
Seria preservada a correção gramatical ao se empregar a forma verbal “mostram” (l.11) no seu correspondente singular, para concordar com “publicação” (l. 12)
A desigualdade brasileira, apontada no trabalho do IBGE, é recente, fruto de um processo radical e célebre de expulsão do homem do campo para as cidades, iniciado em meados do século passado e ainda em curso.
No Brasil de hoje, ainda persistem situações típicas de exclusão social que atingem sobremaneira os afrodescendentes e refletem o peso de séculos de escravidão e de uma incompleta abolição do trabalho compulsório.
Embora lenta, a experiência de urbanização protagonizada pelo Brasil, sobretudo a partir dos anos que se seguiram ao fim da Segunda Guerra Mundial, foi constante e relativamente planejada pelo poder publico.
Um retrato do Brasil contemporâneo mostra um país que se modernizou mas que, quanto à concentração da riqueza produzida e da desigualdade dela decorrente, ainda não foi capaz de superar a pesada herança colonial assentada na exclusão.
Texto IV
Ética e moral
	Que é ética? Que é moral? São a mesma coisa ou há distinções a serem feitas? Há muita confusão acerca disso.
	Tentemos um esclarecimento. Na linguagem comum e mesmo culta, ética e moral são sinônimos. Assim, dizemos “aqui há um problema ético” ou “um problema moral”. Com isso emitimos um juízo de valor sobre alguma prática pessoal ou social, se boa, se má, se duvidosa.
	Mas, aprofundando a questão, percebemos que ética e moral não são sinônimos. A “ética” é parte da filosofia. Considera concepções de fundo, princípios e valores que orientam pessoas e sociedades. Uma pessoa é ética quando se orienta por princípios e convicções. Dizemos, então, que tem caráter e boa índole. A “moral” é parte da vida concreta. Trata da pratica real das pessoas que se expressam por costumes, hábitos e valores aceitos. Uma pessoa é moral quando age em conformidade com valores e costumes que podem ser eventualmente, questionados pela ética. Uma pessoa pode ser moral (segue costumes) mas não necessariamente ética 9obedece a princípios).
	Embora úteis, essas definições são abstratas, porque não mostram o processo como a ética e a moral, efetivamente, surgem.
Leonardo Boff. In: O.popular, 4/7/2003, p.8 (com adaptações).
A respeito das idéias e da estrutura do texto I, julgue os itens a seguir.
Ao compreender o título e constatar, no inicio da exposição, uma série de interrogações, de cunho filosófico, o leitor depreende que está perante uma estrutura textual expositiva, ou dissertativa.
A substituição de “acerca disso” (l. 2) pela expressão sobre disso não altera o sentido nem a sintaxe do texto.
A partir do segundo parágrafo, o autor passa a responder às questões apresentadas no parágrafo inicial.
Segundo o texto, as duas palavras que compõem o titulo são sinônimos perfeitos, tanto na línguaculta quanto na coloquial.
Ao empregar a forma verbal “dizemos” (l.4), o autor está se referindo à população em geral, indiscriminadamente, e não apenas às pessoas cultas.
Infere-se do texto que o leitor deve desconfiar de quem se utiliza da linguagem comum para expressar um juízo de valor, tanto bom, quanto mau.
Ao iniciar o terceiro parágrafo com a conjunção “Mas” (l. 8), o autor passa a explorar o assunto sob outro enfoque, oposto ao que estava sendo apresentado antes.
Todas as pessoas que tem “caráter e boa índole” (l. 12 ) norteiam suas condutas por princípios sólidos e convicções inabaláveis.
A distinção sutil entre ética e moral interessa apenas àqueles que tem por função social orientar a “prática real das pessoas” (l. 13).
Na linha 19, pelo emprego do pronome demonstrativo “essas”, depreende-se que o substantivo “definições” refere-se às palavras que, ao longo do texto, são postadas em confronto: ética e moral.
Texto V
	Para entender as distinções entre ética e moral, os gregos partiam da experiência, sempre válida, do sentido de “morada”: a morada entendida, essencialmente, como o conjunto de relações entre o meio físico e as pessoas. Chamam a morada de ethos (em grego, com o e longo). Para que a morada seja morada, precisa-se organizar espaço físico – quartos, sala, cozinha – e o espaço humano – relações dos moradores entre si e com seus vizinhos – segundo critérios, valores e princípios para que tudo flua e esteja a contento. Isso confere caráter à casa e às pessoas. Ao que os gregos chamam de ethos, nós diríamos ética e caráter ético das pessoas.
	Na morada, os moradores têm costumes, maneiras de organizar as refeições, os encontros, estilos de relacionamento, tensos e competitivos ou harmoniosos e cooperativos. A isso os gregos chamavam também de ethos (com o e curto); nos diríamos moral e postura moral e de uma pessoa.
	Ocorre que esses costumes (moral) formam o caráter (ética) das pessoas. Winnicot, prolongando os trabalho de Freud, estudou a importância das relações familiares para estabelecer o caráter das pessoas. Elas serão éticas (terão princípios e valores) se tiverem tido uma boa moral (relações harmoniosas e inclusivas) em casa.
	Os medievais não tinham as sutilezas dos gregos. Usavam a palavra “moral” tanto para os costumes quanto para o caráter. Distinguiam a moral teórica que estuda os princípios e as atitudes que iluminam as práticas, e a moral pratica que analisa os atos à luz das atitudes e estuda a aplicação dos princípios à vida.
Idem, ibidem (com adaptações)
Considerando a construção morfossintática, semântica e discursiva do texto II, julgue os itens a seguir.
O trecho “Para entender as distinções entre ética e moral” (l. 1) equivale, semanticamente, a Para se entenderem as distinções entre ética e moral.
Está sintaticamente correta e reescritura de “Isso confere caráter à casa e às pessoas” (l. 11) como Isso confere caráter para a casa e para os seus ocupantes.
 A substituição da parte sublinhada em “têm costumes” (l. 4) pelo pronome obliquo correspondente está correta em tê-los.
As observações “com o e longo” (l. 6) e “com o e curto” (l.18) revelam que, em grego, as alterações de pronuncia produziam mudanças de sentido nas palavras.
As palavras “caráter” e “éticas” recebem acento agudo porque são proparoxítonas.
Depreende-se do texto que Freud foi contemporâneo a Winnicot nos estudos sobre a importância da família e seu sucessor na configuração do caráter das pessoas.
Depreende-se das relações sintáticas e semânticas do período “Elas serão (...) em casa” (l. 23-26) que as pessoas com princípios e valores só serão éticas caso tenham vivido relações harmoniosas e inclusivas,e m família.
Ao registrar que “Os medievais não tinham as sutilezas dos gregos” (l. 27-28), o texto informa que os povos românicos, no período medieval, não eram sutis.
A pontuação da seguinte reescritura do ultimo período do texto (l. 29-32) está correta, pois não altera o sentido original:
Os medievais faziam distinção entre a moral teórica (que estuda os princípios e as atitudes que iluminam as práticas) e a moral prática que analisa os atos à luz das atitudes e estuda a aplicação dos princípios à vida.
Texto VI
	Quais a ética e a moral vigentes hoje? A capitalista. Sua ética diz: bom é o que permite acumular mais com menos investimento e em menos tempo possível, pagar menos salários e impostos e explorar mais natureza. Imaginemos como seria uma casa e uma sociedade que tivessem tais costumes (moral) e produzissem caracteres (éticos) assim conflitivos. Seriam ainda humanas e benfazejas à vida? Eis a razão da grave crise atual.
Idem, ibidem(com adaptações).
Considerando os textos I, II e III, julgue as idéias e a correção gramatical dos itens que se seguem.
A autoria, a fonte e o tema dos textos I e II são os mesmos do texto III; isso, no entanto, não é suficiente para assegurar que são fragmentos de um mesmo todo textual.
O texto III, perante os textos I e II, circunscreve espacialmente o tema tratado; o contexto brasileiro, desde a Revolução Industrial.
Nas linhas 2 e 3 do texto III, “Sua” refere-se, respectivamente, à ética capitalista e à moral capitalista hodiernas.
No texto III, após as formas verbais “diz” (l. 2) e “reza” (l. 4) os dois-pontos estão empregados porque houve a supressão do pronome relativo que.
No texto III, o emprego do adjetivo “confilitivos” (l. 7) e a pergunta retórica “seriam ainda humanas e benfazejas à vida?” (l. 8), que enseja a resposta Não, evidenciam a postura antiética e amoral que perpassa o texto.
Segundo o autor ,tanto a ética quanto a moral capitalistas são causas negativas do contexto da modernidade: a “grave crise atual” (l. 9, texto III). 
Texto VII
A casa queimada na ilha
	Um certo homem saiu em uma viagem de avião. Era um homem temente a Deus e sabia que Deus o protegeria. Durante a viagem, quando sobrevoava o mar, um dos motores falhou, e o piloto teve de fazer um pouso forçado no oceano. Quase todos morreram, mas o homem conseguiu agarra-se a alguma coisa que o manteve em cima da água. Ficou boiando à deriva durante muito tempo até que chegou a uma ilha desabitada.
	Ao chegar à praia, cansado, porem vivo, agradeceu a Deus por tê-lo livrado da morte.
	Ele conseguiu se alimentar de peixes e ervas. Derrubou algumas árvores e, com muito esforço, conseguiu construir uma casinha. Não era bem uma casa, mas um abrigo tosco, com paus e folhas; significava, porém, proteção.
	Ele ficou todo satisfeito e mais uma vez agradeceu a Deus, porque agora podia dormir sem medo dos animais selvagens talvez que existissem na ilha.
	Um dia, ele foi pescar e apanhou muitos peixes. Assim com comida abundante, resultado da pesca, estava satisfeito. De novo, deu graças a Deus. Porém, ao voltar-se na direção de sua casa, teve uma enorme decepção ao vê-la toda queimada. Ele se sentou em uma pedra em prantos, dizendo:
	– Deus! Como é que o Senhor deixou isso acontecer comigo? O Senhor sabe que eu preciso muito desta casa para poder me abrigar, e o Senhor deixou minha casa se incendiar todinha. Deus, o Senhor não tem compaixão de mim?!
	Nesse mesmo momento, a mão de alguém pousou no seu ombro, e ele ouviu uma voz dizendo:
	– Vamos, rapaz?
	Ele se virou para ver quem estava falando e – qual não foi sua surpresa – viu a seu lado um marinheiro todo fardado dizendo:
	– Vamos, rapaz, nos vimos buscar.
	– Mas como é possível? Como vocês souberam que eu estava aqui?
	– Ora, amigo! Vimos os sinais de fumaça e deduzimos que havia alguém pedindo socorro. O capitão ordenou que o navio parasse e me mandou vir buscá-lo com aquele barco, ali adiante:
	Os dois entraram no barco, e assim o homem foi para o navio que o levaria, em segurança, de volta para os seus queridos.
	Quantas vezes nossa casa se queima e nos gritamos, como aquele homem gritou. Às vezes é muito difícilaceitar, mas é assim mesmo: é preciso crer e confiar.	
Autor ignorado
De acordo com a organização das idéias e suas relações no texto acima, julgue os itens subseqüentes.
56. O texto é uma narração de acontecimentos reais, muito comuns no século XV, época das grandes navegações.
57. O local onde ocorrem os fatos tanto pode ser o Brasil quanto qualquer outro espaço de costa oceânica, porque o protagonista do texto não foi o único sobrevivente do naufrágio em alto-mar.
58. A personagem, um homem muito simples que, alem de não ter nome próprio, se satisfazia com pouco conforto, construiu a choupana porque sabia que só assim poderia se defender dos animais selvagens que havia na região.
59. A primeira atitude do protagonista, ao se encontrar em uma situação difícil, foi pedir a Deus que o ajudasse e protegesse.
60. Extração vegetal e pesca foram as formas encontradas pela personagem para garantir sua sobrevivência na ilha.
61. As passagens dialogadas reproduzem, em discurso direto indicado pelos travessões, a invocação da personagem a Deus e a sua conversa com o marinheiro.
62. Não se conhece a causa do incêndio que destruiu a casa da ilha, mas a conseqüência foi benéfica, porque, devido à fumaça, houve o salvamento.
63. As formas verbais “vimos” (l. 33) e “Vimos” (l. 36) referem-se, respectivamente, aos verbos vir e ver.
64. Ao empregar o pronome “aquele” (l. 38), referindo-se ao barco, o marinheiro revela que a embarcação estava distante dos dois homens.
65. A narrativa termina no penúltimo parágrafo do texto, porque o ultimo não conta novos fatos, mas apresenta a lição de vida que deve ser extraída da leitura.
Texto VIII
A árvore em fogo
Na tênue névoa vermelha da noite
Víamos as chamas, rubras, obliquas
Batendo em ondas contra o céu escuro.
No campo em morna quietude
Crepitando
Queimava uma árvore.
Para cima estendiam-se os ramos, de medo estarrecidos
Negros, rodeados de centelhas
De chuva vermelha.
Através da névoa rebentava o fogo.
Apavorantes dançavam as folhas secas
Selvagens, jubilantes, para cair como cinzas
Zombando, em volta do velho tronco.
Mas tranqüila, iluminando forte a noite
Como um gigante cansado à beira da morte
Nobre, porém, em sua miséria.
Erguia-se contra o céu escuro
E então, rodeada de centelhas
Desaba.
Berloit Brechit. Internet http://www.google.com.br
Acesso em 9/6/2003 (com adaptações)
Com referência ao vocabulário e às estruturas do texto acima, julgue os itens seguintes.
66. As palavras “tênue”, “névoa” e “obliquas” estão acentuadas por que são paroxítonas terminadas em ditongo crescente.
67. Subentende-se que o sujeito da oração situada no terceiro verso é “as chamas” (v. 2)
68. Na primeira estrofe do texto, a palavra “árvore” (v.6) está empregada em sentido conotativo.
69. A informação dos versos 8 e 9 relaciona-se, semanticamente, a “ramos” (v. 7)
70. Os adjetivos “Apavorantes” e “secas”, ambos no verso 11, assim como “Selvagens” e “jubilantes”, ambos no verso 12, qualificam o estado das “folhas” (v. 11).
71. Colocando a passagem situada na terceira estrofe em ordem direta, tem-se: Mas a árvore em fogo erguia-se tranqüila, iluminando a noite, forte como um gigante cansado à beira da morte; porém nobre em sua miséria.
72. A conjunção subordinativa “Como” (v. 15) é responsável pela circunstância de causa, estabelecida entre a árvore e um gigante.
73. Na ultima estrofe, há três advérbios, indicando as seguintes circunstâncias: 
	Advérbio 
	Circunstância
	“Por um instante”
	Tempo
	“contra o céu escuro”
	Lugar
	“rodeada de centelhas”
	modo
Texto IX
	O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) realizou, entre os dias 21 e 25 de outubro, em Caracarí, Roraima, um treinamento com cerca de 40 pessoas. O objetivo foi formar duas novas brigadas de combate a incêndios florestais.
	O curso durou 40 horas e foi composto por aulas teóricas e práticas sobre temas diversos, envolvendo o comportamento do fogo, a formação de brigadas, as ferramentas utilizadas, o combate aéreo e terrestre, as noções de organização para o combate ao fogo e a queimada controlada.
	As aulas teóricas não ofereceram maiores dificuldades para o grupo de voluntários, composto por estudantes de turismo e biologia, funcionários de empresas de ecoturismo e esportes radicais, além de monitores ambientais e guarda-parques voluntários, formados pelo SENAC.
	Os alunos foram a campo aplicar na prática os conhecimentos de primeiros socorros, simulando acidentes em que as vítimas são imobilizadas e transportadas de forma segura. O mais difícil foi quando, divididos em cinco equipes, partiram por uma trilha até o local onde foi realizado o treinamento prático de combate ao fogo.
	Sentindo calor, que pode provocar graves queimaduras e até mesmo acidentes fatais, puderam entender a importância do uso adequado de equipamentos de proteção individual, que os técnicos chamam simplesmente de EPI. São capacetes, máscaras, lenços e óculos de proteção e gôndolas (uma espécie de casaco) de material antichama, além de luvas perneiras e outros equipamentos.
	Para apagar o fogo, foram utilizados facões, foices, enxadas rastelos, bombas d’água costais (com capacidade para 20 L) e um equipamento feito com tiras de lona de mangueira de hidrante, que por causa do seu formato, é chamado de “vassoura de bruxa”.
	No final do treinamento, os alunos, que no inicio estavam extremamente animados, fazendo muitas brincadeiras, estavam sujos e exaustos, todos em silencio, mas mais seguros e conscientes do que representa a luta pela preservação das áreas verdes no Estado.
Internet: http://www.ambiente.sp.gov.br A
cesso em 9/6/2003 (com adaptações)
Julgue os fragmentos de texto nos itens a seguir quanto à manutenção do sentido do parágrafo indicado do texto anterior, à concordância, à pontuação e à grafia.
74. Primeiro parágrafo: o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) realizou, no período de 21 a 25 de outubro, em Caracaraí, RR, um treinamento com cerca de quarenta pessoas, cuja finalidade foi formar duas novas brigadas de combate a incêndios florestais.
75. Segundo parágrafo: O curso, que durou quarenta horas, foi composto por aulas de dois tipos: teóricas, e prática que abrangeram sobre temas diversos, envolvendo desde o surgimento do fogo até a queima controlada.
76. Terceiro parágrafo: As aulas teóricas, não ofereceram grandes dificuldades para o gripo de voluntários, composto: por estudantes de turismo, biologia, funcionários de empresas, de ecoturismo, de esportes radicais, além de monitores ambientais, de guarda-parques, voluntários, todos formados pelo SENAC.
77. Quarto parágrafo: Os alunos foram a campo, aplicar, na prática, os conhecimentos de primeiros socorros; simulando acidentes, em que as vitimas são imobilizadas, transportadas, e de forma mais segura. O mais difícil, foi seguir pôr uma trilha até o local onde foi realizado o treinamento prático de combate ao fogo.
78. Quinto parágrafo: Como estavam sentindo muito calor, provocado por graves queimaduras, embora não tivessem tido acidentes fatais, puderam entender a importância do uso adequado de equipamentos de proteção individual, os técnicos chamados de EPI: capacetes, máscaras, lenços e óculos de proteção e gôndolas – uma espécie de casaco – de material antichama, além de luvas, perneiras entre outros equipamentos.
79. Sexto parágrafo: Para apagar o fogo, utilizou-se facões, foices, enxadas, rastelos, bombas d’água costais, e um equipamento de mangueira de hidratante esfiapada por cujo formato é denominado de vassoura-de-bruxa.
80. Sétimo parágrafo: Depois do treinamento, os alunos que, de início, estavam animadíssimos, fazendo muitas brincadeiras, encontravam-se sujos, exaustos, em silêncio; porém, mais seguros e conscientes doque representa a guerra pela proteção das áreas verdes estaduais.
Texto X
	Contou-me um amigo uma história exemplar, ocorrida na cidade mineira de Nova Lima, por volta dos anos 30. Em Nova Lima, existe uma importante mina de ouro – a mina de Morro Velho – que, àquela época, vivia o seu apogeu, e era propriedade de uma companhia inglesa. Os operários, nas entranhas da terra, perfuravam a rocha com suas brocas e picaretas e, dessa forma, respiravam durante anos, nas galerias fundas, a poeira de pedra que o trabalho levantava.
	Sem nenhuma proteção, ao fim de algum tempo, os mineiros, na sua quase totalidade, contraiam a silicose, causada pelo deposito do pó de pedra em seus pulmões. A silicose, além de encurtar a vida e a capacidade de trabalho, provoca também uma tosse crônica, oca e ressoante, capaz de denunciar – a distância – a moléstia que lhe dá origem.
Hélio Pellegrino, Psicanálise da criminalidade brasileira:
Ricos e pobres in: Folha de S. Paulo, “folhetim”, 7/10/1984. Apud:
Internet: http://cefetsp.br/edu/eso;pellegrinocriminadadesc.html
Acesso em 10/10/2003 (com adaptações)
Com respeito às idéias do texto acima e às palavras e expressões nele utilizadas, julgue os itens a seguir.
81. O primeiro parágrafo é caracterizado pela impessoalidade e pela ausência de expressão associada ao autor do texto.
82. Na linha 3, para se evitar repetição, seria correto eliminar a vírgula e substituir o segmento “Em Nova Lima” pela expressão Cidade em cuja.
83. A expressão “àquela época” (l. 4) retoma a idéia de tempo da expressão “por volta dos anos 30” (l. 2-3).
84. A pontuação do texto permanecerá correta caso se substituam os travessões por virgulas em ambos os parágrafos.
85. As palavras “cidade”, “totalidade” e “capacidade” são todas formadas por processo de prefixação.
86. De acordo com o texto, os mineiros “perfuravam a rocha” (l. 6) de duas formas: uma, eletrônica, com brocas; outra, manual, com picaretas.
87. A palavra “nenhuma” (l. 10), que reforça a idéia de ausência de proteção, pode ser eliminada sem prejuízo para a compreensão do texto.
88. O trecho “os mineiros, na sua quase totalidade” (l. 11) pode, sem alteração do sentido, ser reescrito como quase todos os mineiros.
89. O segmento “A silicose, além de encurtar a vida e a capacidade de trabalho, provoca também uma tosse crônica” (l. 13-14) pode ser corretamente reescrito da seguinte forma:
A silicose encurta a vida e a capacidade de trabalho e provoca tosse crônica.
90. O texto permanecerá gramaticalmente correto caso se elimine o vocábulo “também” (l. 14).
91. A substituição da frase “a moléstia que lhe dá origem” (l. 15-16) pela expressão a sua causa não acarreta erro gramatical nem altera o sentido do texto.
Texto XI
Nas noite de Nova lima, quando buscava repouso, a cidade era sacudida e inquietada por uma trovoada surda e cava que, nascendo dos casebres operários, chegava até às fraldas das montanhas em torno. Era a grande tosse dos pobres, sintoma e denúncia eloqüente da silicose que os roia. Os ingleses, perturbados em seu sono e em sua boa consciência, em vez de adotarem medidas hábeis para que a silicose cessasse, resolveram enfrentar o problema pelo exclusivo ataque ao sintoma. Montaram em Nova Lima, com banda de música e foguetes, uma fábrica de xarope contra a tosse que, ao mesmo tempo, produzia para consumo dos colonizadores matéria-prima para refrigerantes que não eram encontrados em nosso país.
	A fábrica andou de vento em popa, produzindo tonéis e tonéis de xarope, vendido a preço módico, mas não tão modesto que impedisse uma pequena margem de lucro por unidade vendida. Os ingleses, dessa forma, uniram o útil ao agradável. O abrandamento da grande trovoada brônquica foi transformado em fonte de renda, ao mesmo tempo que devolvia, aos súditos de sua Majestade Britânica, a boa consciência e a possibilidade de um sono reparador, a silicose, intocada, trabalhava em silêncio.						
Idem, ibidem
Acerca das idéias e expressões do texto acima, julgue os itens que se seguem.
92. As orações “quando buscava repouso” (l. 1) e “A silicose, intocada, trabalhava em silencio” (l. 22) são ambas exemplos de orações subordinadas.
93. Contextualmente, as expressões “trovoada surda e cava” (l. 2-3), “grande tosse dos pobres” (l. 4-5) e “grande trovoada brônquica” (l. 19-19) referem-se à mesma coisa.
94. Os mineiros utilizaram “banda de musica e foguetes” (l. 10) para festejar o fim da “grande tosse” (l. 4)
95. No trecho “produzia para consumo dos colonizadores matéria-prima para refrigerantes que não eram encontrados em nosso pais” (l. 11-13), os temos sublinhados são todos substantivos; um deles é composto e o ultimo é próprio.
96. A expressão “de vento em popa” (l. 14) significa que a fábrica teve prosperidade, o que é confirmado em seguida, quando o texto se refere à produção do xarope e à sua venda com algum lucro.
97. Haverá alteração do sentido do texto e erro de concordância caso o trecho “vendido a preço módico, mas não tão modesto que impedisse uma pequena margem de lucro por unidade vendida” (l. 15-17) seja reescrito do seguinte modo: vendidos a preços módicos, mas não tão modesto que impedisse uma pequena margem de lucros por unidades vendidas.
98. Os termos “ingleses” (l .17) e “súditos de sua Majestade Britânica” (l. 20) correspondem à mesma idéia e podem ser trocados de posição entre si sem que haja alteração do sentido do texto.
99. Apresentados na linha 18, os termos “útil” e “agradável” referem-se, respectivamente, à “boa consciência” (l. 21) e à “possibilidade de um sono reparador” (l. 21).
100. A fim de se respeitar as normas de concordância, o termo “transformado” (l. 290 deve ser reescrito no feminino, transformada, para concordar com a expressão “grande trovoada brônquica” (l. 18-19)
Texto XII
O modelo adotado pelos ingleses em Nova Lima pode ser aplicado, com estrita literalidade , a qualquer pretensão de combater a criminalidade sem levar em conta a sua condição de sintonia e, portanto, desenraizada das causas sociais que a produzem e a alimentam. Criminalidade é efeito, é forma perversa de protesto, gerada por uma patologia social que a antecede e que é, também ela, perversa. A criminalidade está para a patologia social assim como a tosse convulsiva está para a silicose.
	É claro que a criminalidade, como sintoma, tem de ser adequadamente atendida por medidas policiais cabíveis, tanto quanto é imperativo minorar, com remédio apropriado, a tosse sofrida do silicótico. Mas que não se fique nisso, já que o combate ao efeito não remove – nem resolve – a causa que o produz. Ao contrário, a luta pura e simples contra o efeito corre o risco de tornar-se danosa e perversa, uma vez que, destruindo a sua função alertadora e denunciadora, pode provocar uma cegueira perigosa, que aprofunda a raiz do mal.
Idem, ibidem.
Com relação às idéias e expressões do texto acima, bem como acerca da atuação da PMDF, julgue os seguintes itens.
101. A expressão “com estrita literalidade” (l. 22) pode ser corretamente resumida da seguinte forma: literalmente.
102. De acordo com o primeiro parágrafo, a criminalidade é um efeito da doença social assim como a tosse incessante é um efeito da silicose.
103. De acordo com o trecho “desenraizada das causa sociais” (l. 4-5), é correto afirmar que a criminalidade é “a raiz do mal” (l. 19)
104. Não haveria alteração do sentido do trecho “a tosse sofrida do silicótico” (l .13), caso ele fosse substituído por a tosse sofrida pelo portador de silicose.
105. No trecho “a luta pura e simples contra o efeito” (l. 15-16), todos os vocábulos sublinhados são substantivos simples, paroxítonos e dissílabos.
106. Subentende-se do texto que “uma cegueira perigosa” (l. 18) pode ser conseqüência da “luta pura e simples contra o efeito” (l. 15-16).
107. Em linhas gerais, o autor do texto argumenta que, sempreque se combate o efeito em vez da causa, produz-se “uma cegueira perigosa” (l. 18)
108. No segmento “aprofunda a raiz do mal” (l. 19), as relações entre os termos serão mantidas, caso se substitua “do” (l. 19) por e o.
Texto XIII
Qual o prejuízo do Brasil ao adotar um modelo de exclusão social de sua população afro-brasileira?
Levando em conta que essa política perdura por 469 anos, quase meio milênio, formados por 354 anos de escravidão e por mais 115 anos de discriminação que duram até hoje, os prejuízos social e econômico são incalculáveis. Nos dois campos em que os negros são menos discriminados, no futebol e na música, o Brasil é reconhecido mundialmente. Ora, só quem não sabe o que é inteligência pensa que o futebol e a musica são praticados sem ela. Isso me força a pensar que quando os afro-brasileiros tiverem as mesmas oportunidades na arquitetura, economia, medicina, ciências, direito, política etc. este país será o maior do mundo.
Entrevista concedida por Hélio Santos à família Cristã 
ano 69, nº815, no./2003, p.5
A partir do texto acima e considerando aspectos marcantes do tema por ele abordado e sua inserção na sociedade brasileira, julgue os itens seguintes.
109. Quando se fala em afrodescendentes ou afro-brasileiros, está-se referindo a brasileiros descendentes de africanos, cuja imensa maioria chegou ao Brasil na condição de escravos.
110. A escravidão africana desempenhou importante papel para a economia brasileira no período colonial, sendo mantida após a independência , ainda por muito tempo.
111. Infere-se do texto que a abolição (Lei Áurea) resolveu o problema da parcela negra da população brasileira por libertá-lo do trabalho escravo.
112. Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, seguramente é o maior exemplo de negro brasileiro que, por meio do futebol, no qual mostrou sua invulgar genialidade, tornou-se figura mundialmente conhecida.
113. Nomes como os de Milton Nascimento e Djavan são exemplos da projeção que negros brasileiros alcançaram, pelos caminhos da música popular, em sua carreira profissional.
114. O que o texto afirma, sem entrar em detalhes, é que a música e o futebol, justamente por não exigirem demonstração mais apurada de inteligência de quem os pratica, facilitam a projeção dos afrodescendentes brasileiros.
115. Prova de que a discriminação contra os negros na atual sociedade brasileira é muito menor do que a existente no passado é que eles, hoje, em comparação com os brancos, desfrutam de iguais oportunidades de acesso à educação e ao mercado de trabalho.
116. A lei brasileira condena o racismo e a discriminação, mas , além de o crime prescrever rapidamente, as penas estabelecidas para quem for condenado por essas praticas criminosas são muito brandas.
117. Ao contrário do passado, quando se apresentava de forma cordial e camuflada, a discriminação pela cor no Brasil de hoje se mostra ostensiva e violenta.
118. Um retrato do quadro de exclusão social que o Brasil ainda não conseguiu superar é dramaticamente mostrado pelas penitenciárias do país, com grande parte de seus condenados formada por afrodescendentes.
Texto XIV
A disputa pelo controle de pontos de venda de drogas em favelas na Ilha do Governador – que provocou a morte de 12 traficantes há 11 dias – imos nova noite de terror no bairro carioca. O tiroteio entre bandos rivais, em três diferentes localidades, matou uma mulher que saía de uma padaria e feriu três pessoas, entre elas uma menina de seis anos. A guerra entre integrantes de uma mesma facção criminosa fez que moradores do bairro se mantivessem no chão de suas casas, atrás de móveis, enquanto durou a fuzilaria. Balas atravessaram a lataria de carros estacionados próximos às entradas das favelas.
		Jornal do Brasil “Capa”, 11/11/2003 (com adaptações)
Tendo o texto acima por referencia inicial e considerando os múltiplos aspectos que envolvem o tema que ele focaliza, julgue os itens subseqüentes.
119. No atual cenário de crescente violência que caracteriza sobretudo as grandes cidades brasileiras, não tem sido poucas as vítimas das chamadas balas perdidas, como foi o caso da mulher citada no texto.
120. As cenas de violência retratadas no texto, cujo cenário foi um bairro do Rio de Janeiro, aparecem com preocupante freqüência em outras cidades e regiões do país, o que dá ao problema da insegurança uma dimensão nacional.
121. Na maior metrópole brasileira, São Paulo, a prisão de muitos dos principais líderes de facções criminosas, somada a sua transferência para presídios de segurança máxima no interior do estado, praticamente eliminou a ação desses bandos nas vias públicas.
122. Sabe-se que a ação dos narcotraficantes constitui, na atualidade, um dos mais graves problemas de segurança pública no país, inclusive pela multiplicação de embates entre eles, normalmente em função de disputas pelo domínio de áreas de venda das drogas ilícitas.
123. A redução do consumo de drogas ilícitas no Brasil, detectada pelas últimas estatísticas, permite supor que será decrescente o papel últimas estatísticas, permite supor que será decrescente o papel dos traficantes na composição do quadro de violência hoje existente.
124. Há relação direta entre pobreza e criminalidade, é o que comprovam todos os estudos técnicos mais recentes sobre o tema da violência.
125. Bem servido de equipamentos urbanos (como saúde, educação, transporte, moradia e emprego), talvez pela acentuada proximidade com o poder federal, o Entorno de Brasília apresenta baixos níveis de criminalidade.
126. O acesso generalizado a uma educação pública de qualidade é condição essencial, embora não única, para a melhoria das condições de vida da população, o que, em ultima análise, pode contribuir para a redução dos índices de violência.
127. Inquéritos policiais mal conduzidos, lentidão da justiça e excesso de leis que retardam ou dificultam o andamento dos processos são alguns dos fatores normalmente apontados como responsáveis pela impunidade dos criminosos.
128. O agravamento do atual quadro de violência levou o governo federal a assumir toda a coordenação de segurança pública do país, inclusive passando a administração dos presídios estaduais para o Ministério da Justiça.
Texto XV
Leia atentamente o texto a seguir para responder às duas primeiras questões!
	“Os principais da agricultura brasileira referem-se muito mais à diversidade dos impactos causados pelo caráter truncado da modernização, do que à persistência de segmentos que dela teriam ficado imunes. Se hoje existem milhões de estabelecimentos agrícolas marginalizados, isso se deve muito mais à natureza do próprio processo de modernização, do que à sua falta de abrangência”.
(Folha de S. Paulo, Editoral, fevereiro/2001)
128. Podemos afirmar, de acordo com o texto acima, que:
O processo de modernização deve tornar-se mais abrangente para implementar a agricultura.
Os problemas da agricultura resultam do impacto causado pela modernização progressiva do setor.
Os problemas da agricultura resultam da inadequação do processo de modernização do setor.
Segmentos do setor agrícola recusam-se a adotar processos de modernização.
Os problemas da agricultura decorrem da não-modernização de estabelecimentos agrícolas marginalizados.
129.No trecho “à persistência de segmentos que dela teriam ficado imunes”, a expressão teriam ficado exprime:
 desejo de que esse fato não tenha ocorrido.
A certeza de que a imunidade à modernização é própria de estabelecimentos agrícolas marginalizados.
A certeza de que esse fato realmente não ocorreu.
A hipótese de que esse fato tenha ocorrido.
A possibilidade de a imunidade à modernização ser decorrente de certos segmentos.
Gabarito
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