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O Comportamento verbal e não verbal Segundo Skinner (1957) o comportamento verbal é um tipo especial do comportamento operante. O autor define esse tipo especial de operante como um comportamento cujas consequências que o mantém são mediadas pelo outro. Nesse sentido, o conceito de comportamento verbal não se restringe à fala, mas a toda e qualquer forma de comportamento que envolva a mediação da consequência do comportamento do falante pelo ouvinte, como a escrita, os gestos, as figuras, etc. O comportamento verbal é, portanto, comportamento operante e é mantido por consequências mediadas por um ouvinte que foi especialmente treinado pela comunidade verbal para operar como tal. Posso obter o reforço “água”, por meu comportamento não-verbal, andando até a cozinha, abrindo a geladeira, pegando uma garrafa de água, despejando água em um copo. Enfim, as relações entre meus comportamentos e a parcela. do ambiente que preciso manipular para obter a água são descritas completamente por leis relativas às contingências de reforçamento mantidas pelo ambiente físico, como por exemplo, as leis da física. Com a análise do comportamento não verbal se passa algo semelhante. Não se trata de relacionar o movimento, ou as expressões faciais, ou a forma como as pessoas dispõem seus corpos ou os objetos no espaço com suas personalidades. As emoções manifestam-se no nosso corpo. A linguagem corporal ajuda-nos a perceber o que se passa com as pessoas num dado momento, desde emoções como a agonia à felicidade. Uma das explicações para as correspondências entre o comportamento verbal e não verbal é que elas acontecem devido às relações bidirecionais entre o nosso próprio comportamento e as palavras que tateiam aquele determinado comportamento (como na nomeação). A análise moderna do comportamento não verbal não permite e nem proclama 100% de certeza sobre como será o comportamento de uma pessoa, pois ela não desconsidera os três elementos básicos das funções mentais superiores e que nos caracterizam, univocamente, como seres humanos: (1) a ação conscientemente controlada; (2) a memória ativa e (3) o pensamento abstrato. Diante disso, concluímos que não basta, para analisar o comportamento, perceber a tendência de ação revelada por indicadores do Sistema Nervoso Autônomo. É necessário considerar o contexto que possa influir nas funções mentais superiores e nos seus desdobramentos comportamentais e também a subjetividade da pessoa que pode alterar o funcionamento das funções elementares ligadas ao sistema nervoso autônomo. Não é suficiente perceber que alguém sentiu raiva, o mais relevante é a verificação de que a essa pessoa fará a partir da raiva que sente. Alguém, diante da raiva, pode controla-la, ressignificá-la e agir de forma assertiva. Não é aquele primeiro indicador (uma micro expressão de raiva, por exemplo) que será o melhor preditor inequívoco de seu comportamento. Comportamentos, atitudes, gestos e seus significados: -Mãos na cintura = Agressividade, arrogância, sensualidade; -Chegar muito próximo a outra pessoa = Agressividade, invasão do “espaço pessoal”; -Pôr o dedo polegar na palma da mão = Medo, nervosismo, insegurança; -Abraçar o corpo (colocar as mãos sobre o ombro oposto) = Passividade, susto, ato de fechar-se dentro de si para sentir-se seguro; -Acariciar a barba, coçar a cabeça = Meditação, reflexão; -Colocar os braços sobre os ombros do receptor, apontar com dedo indicador = Pode parecer um gesto afetuoso, mas demonstra intenção de exercer controle; -Cobrir a boca ao falar = Passividade, insegurança sobre o que está dizendo; -Bater com os punhos de uma mão na palma da outra ou bater palmas = Enfatizando algo, pode indicar que está falando sobre uma situação tensa; -Mãos sobre o coração = Sinceridade; -Sentar-se em frente (ou em direção) de alguém = Mentalidade aberta; -Melhorar a postura/levantar os ombros, encolher a barriga e estufar o peito (este comportamento se manifesta principalmente em homens) = Tentativa de impressionar. Esse comportamento é típico durante paquera e o namoro; -Bom contato visual, direto e aberto sem fixar os olhos = Afirmativo.