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Cidália Alexandre
 
Didáctica Geral
 O Baixo Nível de Formação profissional do Professor e o Consequente Baixo Índice do
Aproveitamento nas Escolas Moçambicanas 
 
 
 
 
ISCED
Maxixe
 2019 
1
Cidália Alexandre
 
 
 O Baixo Nível de Formação profissional do Professor e o Consequente Baixo Índice do
Aproveitamento nas Escolas Moçambicanas 
 
 
 
 Tutor :Mcs. Lambane Lucas Lambane
 ISCED
 Maxixe
2019
 
Trabalho cientifico a ser apresentado na
cadeira de Didáctica Geral para efeitos
avaliativos.
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Índice
1.Justificativa..............................................................................................................................3
2.Delimitação..............................................................................................................................3
3.Problematização.......................................................................................................................3
4.Hipóteses..................................................................................................................................4
Objectivo geral............................................................................................................................4
Objectivos específicos................................................................................................................4
6.Fundamentação teórica............................................................................................................4
6.1.Conceitos Básicos.................................................................................................................4
6.1.1.Formação de Professores...................................................................................................5
6.1.2.Competência......................................................................................................................5
6.1.3.Estágio................................................................................................................................6
7.Metodologia.............................................................................................................................7
8.Desenvolvimento do trabalho..................................................................................................7
8.1.Modelos de formação............................................................................................................9
8.1.1.Modelo Racionalidade Técnica..........................................................................................9
8.1.2.Modelo racionalidade prática.............................................................................................9
9.Considerações finais..............................................................................................................10
10.Referências bibliográficas....................................................................................................11
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Titulo: O baixo nível de formação profissional do professor e o consequente baixo índice do
aproveitamento nas escolas moçambicanas.
1.Justificativa
O presente trabalho surge no âmbito da inquietação pessoal pelos problemas da
Educação, confrontando com desafios fortes na área da Educação em Moçambique.
Impossível falar em qualidade de ensino, sem falar da formação do professor, questões que
estão intimamente ligadas. A formação teórica e prática do professor, poderá contribuir para
melhorar a qualidade do ensino, visto que, são as transformações sociais é que irão gerar
transformações no ensino. Sendo assim, este trabalho se ocupará de explanar sobre a
qualidade de formação dos professores.
Penso que reflectir sobre este tema é uma forma de ajudar a encontrar caminhos
não só para a melhoria da qualidade de formação dos professores como também para a
melhoria da qualidade do próprio Processo de Ensino e Aprendizagem (PEA).
2.Delimitação
Na Década 80 no século XX, as discussões da formação intensificaram – se com o intuito de
mudanças no pensamento da educacional e formação de professores. Então na actualidade
desde da década 90 no (XX), a formação de professor e considerada continua de
profissionalizações. Sendo a formação inicial o primeiro momento.
3.Problematização
Há algumas décadas, acreditava-se que, quando terminada a graduação, o profissional estaria
apto para actuar na sua área o resto da vida. Hoje a realidade é diferente, principalmente para
o profissional docente. Este deve estar consciente de que sua formação é permanente, e é
integrada no seu dia-a-dia nas escolas. 
O professor não deve se abster de estudar, o prazer pelo estudo e a leitura deve ser evidente,
senão não irá conseguir passar esse gosto para seus alunos professor que não aprende com
prazer não ensinará com prazer (SNYDERS. 1988). São grandes os desafios que o
profissional docente enfrenta, mas manter-se actualizado e desenvolver práticas pedagógicas
eficientes, são os principais.
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4.Hipóteses 
O trabalho tem como hipóteses as seguintes:
Hipótese 1
 O PEA como é orientado pelos formadores, nas instituições de formação, não ajuda a
desenvolver as componentes da competência por eles se preocuparem somente em
transmitir os conteúdos programáticos, “dosificados” nos planos analíticos;
Hipótese 2
 A falta de conhecimento das componentes da competência pelos metodólogos e
professores, nas escolas na qual são colocados os estagiários, dificulta o
acompanhamento adequado no desenvolvimento da competência desses estagiários;
Hipótese 3
 A falta de supervisão e acompanhamento pedagógico dos formadores aos estagiários e
de trabalho conjunto entre os formadores e os metodólogos, durante o estágio,
dificulta o desenvolvimento da competência do formando.
5.Objectivos
Objectivo geral
 Analisar a formação de professores em Moçambique;
Objectivos específicos
 Mencionar as possíveis causas da má formação dos professores em Moçambique;
 Reflectir sobre as causas da má formação dos professores em Moçambique;
 Identificar as estratégias para a formação dos professores em Moçambique.
6.Fundamentação teórica
6.1.Conceitos Básicos
Considero básicos os conceitos Formação de Professores, Competência e Estágio que a seguir
vou definir e discutir por traduzirem a essência do meu trabalho de pesquisa. É na interligação
desses conceitos que se encontra a prática da minha pesquisa.
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6.1.1.Formação de Professores
Formação, neste trabalho, é assim entendida como o processo de integração da pessoa num
mundo desconhecido, mas que ela reconhece para fazer parte dele. Formação é partilhar
experiências com outras pessoas num dinamismo de relações e aprendizagens. É, em resumo,
um processo de construção da personalidade do indivíduo desenvolvendo competência.
Não há formação sem aprendizagem. Segundo MEDEIROS (1975:43) só (…) aprendemos
verdadeiramente quando o novo conhecimento foi de tal maneira integrado por nós e incluído
na nossa experiência passada e presente que alterou o nosso comportamento e transformou a
nossa percepção do mundo e dos outros. Um professor verdadeiramente formado sofreu
mudança na sua maneira de pensar, tem um olhar crítico sobre a realidade que o circunda, é
motivado aajudar os seus alunos a terem também uma visão de conjunto das coisas. A escola,
para este professor, continua a ser um campo de aprendizagem de novas coisas com os seus
alunos e de crescimento profissional.
Segundo MIALARET (1977:9-22), a formação de professores ramifica-se em formação
académica e formação pedagógica. A formação académica é o processo e o resultado de
estudos gerais e específicos feitos num domínio particular por um indivíduo através de
desenvolvimento da competência numa ou mais disciplinas científicas; e a formação
pedagógica é o conjunto de processos que conduzem um indivíduo a exercer com
competência a actividade docente.
NIQUICE (2002:103-104), discutindo os factores que constrangem o processo de formação,
define formação como um treinamento, pois o formador faz o treinamento de professores e
desse treinamento resulta a formação como produto. O produto do treinamento1 é o saber, o
saber-fazer, o saber-ser e o saber-estar com os outros na escola e na comunidade.
6.1.2.Competência 
Segundo RIOS (1999:46), ser competente significa saber fazer bem. O saber fazer bem deve
aparecer em todos os aspectos da vida do professor: na preparação e leccionação das aulas;
nas actividades da escola e da comunidade; nos convívios com os colegas e nas capacitações;
nas reuniões, nos conselhos pedagógicos e de notas, etc. 
1 Não no sentido militar da palavra mas no sentido de um aprender a fazer criativo e dinâmico
6
NIQUICE (2002:102) diz que a competência resume-se numa série de capacidades que o
formador desenvolve, e que lhe permitem realizar não só o trabalho pedagógico, como
também o trabalho administrativo.
MASETTO (2003:14-15), ao falar da competência do professor universitário num contexto
em que a Universidade, como fonte da construção do saber, está cada vez mais a abrir-se ao
mundo em transformação, refere que há necessidade de profissionais intercambiáveis que
combinem imaginação e acção; com capacidade para buscar novas informações, saber
trabalhar com elas, intercomunicar-se nacional e internacionalmente por meio dos recursos
mais modernos da informática; com capacidade para produzir [construir] conhecimento e
tecnologia próprios que os coloquem (…), numa posição de não-dependência em relação a
outros.
PERRENOUD (1999:7) define competência como sendo “uma capacidade de agir
eficazmente em um determinado tipo de situação, apoiada em conhecimentos, mas sem
limitar-se a eles”.
6.1.3.Estágio
Segundo PIMENTA e LIMA (2004:24-25) o estágio é um campo de conhecimento que se
concretiza na interacção professor-aluno, e que tem por objectivo inserir os alunos no campo
de trabalho, configurando uma porta de entrada a este por meio da especialização e
treinamento nas rotinas quotidianas.
Segundo PIMENTA E LIMA (2004:103) “o estágio como reflexão da práxis possibilita aos
alunos que ainda não exercem o magistério aprender com aqueles que já possuem experiência
na actividade docente”.
Por isso, já antes do estágio, o formando durante a sua formação entra em contacto com a
escola através de práticas pedagógicas que são a outra importante fase da consolidação e
experimentação da teoria do PEA. Por meio das práticas pedagógicas o formando pode passar
a gostar ou rejeitar definitivamente a função docente porquanto que, ao observar e vivenciar a
realidade educativa no seu dia-a-dia, experimenta quão exigente é ser professor. O conceito
estágio é básico para esta pesquisa porque é difícil conceber-se uma formação de professores
sem esta componente.
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7.Metodologia
Segundo LAKATOS (2001, p. 83) este item é considerado como o conjunto das actividades
sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objectivo
conhecimentos válidos e verdadeiros, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e
auxiliando as decisões do cientista.
Neste trabalho utilizou-se o método de pesquisa básica, pois, o objectivo era de gerar
conhecimentos úteis que envolvam verdades e interesses universais, que fossem pertinentes à
nossa sociedade, trazendo assim, conhecimentos sobre o baixo nível de formação profissional
do professor e o consequente baixo índice do aproveitamento nas escolas moçambicanas.
Os métodos técnicos utilizados foram as pesquisas bibliográfica, onde para a realização deste
trabalho, recorreu-se a livros e também materiais disponibilizados na internet foram utilizados
para o sustento do tema.
8.Desenvolvimento do trabalho
Por causa da importância da educação no desenvolvimento social, a formação de professores
deve ser um trabalho de todos2 a partir da construção do próprio currículo, Numa altura em
que a escola primária moçambicana está a implementar o Novo Currículo do Ensino Básico, a
formação de boa qualidade do professor do ensino primário é uma exigência para responder a
este desafio.
Segundo GOLIAS (1993:66), as reformas curriculares introduzidas sucessivamente em 1975,
1977 e 1983 pouco impacto produziram na elevação qualitativa do ensino primário, pois os
índices de aproveitamento continuaram a decrescer. No fundo o que foi mais sério nesse
momento foi a falta de professores em quantidade e qualidade.
GOLIAS (1993:70) constatou que o baixo nível de formação profissional do professor
primário que até hoje se verifica e as deficientes condições do seu emprego e inexistência
dum sistema de formação permanente tornam todo o sistema de ensino memorizante e pouco
ajustado aos objectivos.
2 Professores, alunos, pais/encarregados de educação e a sociedade em geral
8
Hoje, ao investigar a formação de professores, olhando para o aluno que sai da escola, posso
afirmar que embora respeitando os esforços que se estão a empreender a nível nacional, não
só pelo MINEDH mas também por várias instituições e individualidades ligadas à Educação,
ela ainda é deficiente. É deficiente partindo da própria UP que forma pessoal docente para as
instituições de formação de professores.
Apesar dos esforços dispendidos pelo Governo, como a expansão da rede escolar e o aumento
da capacidade do sistema de formação de professores, através da abertura dos IMAP´s, nota-
se a necessidade de definição de outras estratégias interventivas em diversas áreas.
Os futuros professores devem aprender a trabalhar em equipa durante a sua formação e nas
instituições escolares pois é lá que começam a desenvolver as bases da sua personalidade de
educadores. Assim, a demanda da Educação não pode traduzir-se só no aumento de acesso à
educação mas também deve exprimir-se na elevação da qualidade dos professores e do
próprio PEA. 
A tal elevação da qualidade leva a formar professores que saibam, saibam fazer, e saibam ser
e estar, capazes de se comprometer com a causa da educação. Mas formar professores implica
meios materiais, financeiros e humanos, para que se formem não só em quantidade mas em
qualidade, para dar qualidade ao próprio PEA nas escolas. Urge, em Moçambique, a qualidade
da formação de professores para a qualidade do PEA posteriormente poder dar resposta ao
desenvolvimento tecnológico bem como ao desenvolvimento sócioeconómico e cultural dos
alunos pelos quais afinal a escola existe.
A formação do professor abrange, pois, duas dimensões que são: 
 A Formação teorico–cientifica - é aquela que inclui a formação académica especifica
nas disciplinas em que o docente vai especializar – se e a formação pedagógica, que
envolve os conhecimentos da filosofia, sociologia, história da educação e da própria
pedagogia que contribuem para o esclarecimento histórico social. 
 A formação técnica-prática - visando à preparação profissional específica para a
docência, incluindo a didáctica, as metodologias específicas das matérias, a psicologia
da educação, a pesquisa educacional e outras. 
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A formação de professores que estamos buscando se fundamentaem uma perspectiva que
amplia e ressignifica os modelos de formação profissionais iniciais3, para aderir a uma
formação profissional contemporânea, que visa à formação de um profissional cidadão “nas
diversas instâncias em que a se cidadania se materializa: democrática, social, solidária,
igualitária, intercultural e ambiental” (MIZUKAMI, 2002, p 12).
8.1.Modelos de formação
8.1.1.Modelo Racionalidade Técnica
Neste modelo, a teoria é colocado em primeiro plano, ou seja, primeiro os professores
adquirem os conhecimentos dos princípios, das leis e das teorias que esclarecem o processo de
ensino-aprendizagem. Apenas em um segundo momento4, esses princípios, essas leis e essas
teorias são empregadas na prática escolar.
8.1.2.Modelo racionalidade prática
Nesse segundo modelo, SCHÖ (1995), destaca que a formação básica (ou inicial), e diz que a
formação docente não deve ocorrer apenas por acumulação de cursos e técnicas, mas também
por meio da interligação de um trabalho permanente de reflexão crítica e de construção de
uma identidade profissional docente.
Concepção do desenvolvimento de uma prática reflexiva é explicada por SCHÖ (1995) a
partir de três diferentes aspectos que integram o pensamento prático:
 Reflexão na acção - evidencia-se no saber fazer. Permeia os conhecimentos que um
professor possui e/ou alcança ao longo de sua experiência ou reflexões profissionais
vivenciadas ao longo da realização de seu trabalho. 
 Reflexão sobre a acção - é pensar sobre o que faz ao mesmo tempo em que actua. 
 A reflexão sobre a acção e sobre a reflexão na acção - é uma análise realizada pelo
professor, a posteriori, sobre sua acção. A partir dessa análise, o professor pode
analisar sua prática e reconstruí-la a partir da compreensão de tal análise.
3 Aqueles que visavam ao domínio dos conteúdos, das disciplinas e as técnicas para transmiti-los
4 No futuro, ou seja, após esse período de formação profissional
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Os professores exercem um processo de reflexão sobre acções pedagógicas que desenvolve na
sala de aula para melhorar a sua eficácia, onde lhe possibilitará a compreender as suas
interpretações a realidades da sala de aula e na escola. O conceito de formação docente é
relacionado ao de aprendizagem permanente, que considera os saberes e as competências
docentes como resultados da transformação profissional e do exercício da docência, mas
também da aprendizagem realizada ao longo da vida, dentro e fora da escolar.
9.Considerações finais
Formação, neste trabalho, é assim entendida como o processo de integração da pessoa num
mundo desconhecido, mas que ela reconhece para fazer parte dele. Formação é partilhar
experiências com outras pessoas num dinamismo de relações e aprendizagens. É, em resumo,
um processo de construção da personalidade do indivíduo desenvolvendo competência. Por
causa da importância da educação no desenvolvimento social, a formação de professores deve
ser um trabalho de todos a partir da construção do próprio currículo, Numa altura em que a
escola primária moçambicana está a implementar o Novo Currículo do Ensino Básico, a
formação de boa qualidade do professor do ensino primário é uma exigência para responder a
este desafio.
As reformas curriculares introduzidas sucessivamente em 1975, 1977 e 1983 pouco impacto
produziram na elevação qualitativa do ensino primário, pois os índices de aproveitamento
continuaram a decrescer. No fundo o que foi mais sério nesse momento foi a falta de
professores em quantidade e qualidade. Constatou-se que o baixo nível de formação
profissional do professor primário que até hoje se verifica e as deficientes condições do seu
emprego e inexistência dum sistema de formação permanente tornam todo o sistema de ensino
memorizante e pouco ajustado aos objectivos.
Os futuros professores devem aprender a trabalhar em equipa durante a sua formação e nas
instituições escolares pois é lá que começam a desenvolver as bases da sua personalidade de
educadores. Assim, a demanda da Educação não pode traduzir-se só no aumento de acesso à
educação mas também deve exprimir-se na elevação da qualidade dos professores e do
próprio PEA. A tal elevação da qualidade leva a formar professores que saibam, saibam fazer,
e saibam ser e estar, capazes de se comprometer com a causa da educação. Mas formar
professores implica meios materiais, financeiros e humanos, para que se formem não só em
quantidade mas em qualidade, para dar qualidade ao próprio PEA nas escolas.
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10.Referências bibliográficas
GOLIAS, Manuel. Educação Básica: Temáticas e conceitos, Maputo, 1999.
MASETTO, M. T. Competência Pedagógica do Professor Universitário. São Paulo: Summus
Editorial, 2003.
MIALARET, Gaston (1977). "Extensión actual de la noción de educación", en Ciencias de la
educación. Vilassar de Mar, Barcelona: Oikos-Tau, S.A., pp. 1-32
NÓVOA, António (1992); Vidas de Professores; Porto: Porto Editora. 
PERRENOUD, Philippe. Construir as competências desde a escola. Porto Alegre: Artmed,
1999.
PILETTI, C. Didáctica; Cortez editora; SP, 1990.
PIMENTA, S. G., & LIMA, M. S. L. (2004). Estágio e docência. São Paulo: Cortez
PIMENTA, Selma G. (Org.). Saberes pedagógicos e actividade docente. São Paulo: Cortez,
2000.
SCHMITZ, Egídio Francisco. Fundamentos da Didáctica, São Leopold, RS: Ed.UNISINOS,
1993.
SCHÖ, D (1987). Educating the Reflective Practioner, São Francisco: Jossey-Bass Inc,
Publishers. 
SNYDERS, G. A Alegria na Escola. São Paulo, Editora Manole, 1988.
TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Vozes, 2002.
ZEICHNER, K (1993). A formação Reflexiva de Professores: Ideias e Práticas. Lisboa:
Educa.