Text Material Preview
INTRODUÇÃO À BIOMEDICINA E DEONTOLOGIA PROF.A RAFAELE ANDRESSA DA SILVA BELEI Reitor: Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira Pró-reitor: Prof. Me. Ney Stival Gestão Educacional: Prof.a Ma. Daniela Ferreira Correa PRODUÇÃO DE MATERIAIS Diagramação: Alan Michel Bariani Thiago Bruno Peraro Revisão Textual: Gabriela de Castro Pereira Letícia Toniete Izeppe Bisconcim Luana Ramos Rocha Produção Audiovisual: Heber Acuña Berger Leonardo Mateus Gusmão Lopes Márcio Alexandre Júnior Lara Gestão da Produção: Kamila Ayumi Costa Yoshimura Fotos: Shutterstock © Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo (a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá. Primeiramente, deixo uma frase de Só- crates para reflexão: “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida.” Cada um de nós tem uma grande res- ponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica e profissional, refletindo diretamente em nossa vida pessoal e em nossas relações com a socie- dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente e busca por tecnologia, informação e conheci- mento advindos de profissionais que possuam novas habilidades para liderança e sobrevivên- cia no mercado de trabalho. De fato, a tecnologia e a comunicação têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e nos proporcionando momentos inesquecíveis. Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino a Distância, a proporcionar um ensino de quali- dade, capaz de formar cidadãos integrantes de uma sociedade justa, preparados para o mer- cado de trabalho, como planejadores e líderes atuantes. Que esta nova caminhada lhes traga muita experiência, conhecimento e sucesso. Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira REITOR 33WWW.UNINGA.BR U N I D A D E 01 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................. 4 1 - INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA BIOMEDICINA NO BRASIL E NO MUNDO ...................................................... 5 2 - O RECONHECIMENTO DO CURSO DE BIOMEDICINA ...................................................................................... 6 3 - CURSOS DE BIOMEDICINA NO BRASIL ............................................................................................................. 7 4 - CURRÍCULO MÍNIMO EM BIOMEDICINA ......................................................................................................... 7 5 - A PROFISSÃO BIOMÉDICO ................................................................................................................................. 9 6 - FORMAS DE ADQUIRIR OU INCLUIR UMA HABILITAÇÃO ............................................................................. 10 7 - O QUE O BIOMÉDICO PODE FAZER APÓS O TÉRMINO DA FACULDADE? .................................................... 10 8 - CONSELHOS DE BIOMEDICINA – REGIONAL, FEDERAL E A LEGISLAÇÃO BIOMÉDICA ........................... 13 9 - CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL ................................................................................................................... 14 9.1. CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL .................................................................................................................. 15 HISTÓRIA E REGULAMENTAÇÃO DA BIOMEDICINA PROF.A RAFAELE ANDRESSA DA SILVA BELEI ENSINO A DISTÂNCIA DISCIPLINA: INTRODUÇÃO À BIOMEDICINA E DEONTOLOGIA 4WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO Neste ano de 2018, a biomedicina completa 52 anos de existência. De acordo com os dados da ABBM (Associação Brasileira de Biomedicina), tudo iniciou-se em 1966, com a criação do primeiro curso de biomedicina ofertado pela Escola Paulista de Medicina, cuja denominação do curso na época era de Ciências Biológicas modalidade Médica ou, Ciências Biomédicas como era popularmente mais conhecido. O intuito da criação deste curso era a formação de profissionais que atuassem na área da docência para os cursos de graduação em odontologia e medicina; e na pesquisa para as áreas da biologia e medicina, áreas estas, aos quais estavam carentes de profissionais atualizados e que seriam de exclusividade para a dedicação em estudos aos novos avanços da saúde, informa Nauom (2005). A procura pela nova formação foi extensa e de grande aceitação, favorecendo assim a sua implantação em outras universidades como na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ,1967), a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP, 1967), a Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu (UNESP, 1967) e a Universidade Federal de Pernambuco (UIFPE, 1968). A partir de então, o curso se expandiu, consolidando-se e sendo aceito (muito bem aceito, por sinal) pelo país todo, segundo Nauom (2005). Foi graças à criação da regulamentação profissional (1979) e à implantação do Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Biomedicina que a consolidação do nosso curso se tornou forte e obteve ao longo desses anos de existência grandes conquistas na área científica, legais e na sua aplicabilidade atuante dos profissionais, cita Nauom (2005). Atualmente, os cursos de caráter Bacharelado em Biomedicina propõem a formação de profissionais de alta capacidade, para exercer atividades nas mais de 30 habilitações disponíveis aos profissionais, sejam elas na pesquisa científica, na docência em nível superior, realizar uma complementação profissional no exterior ou uma colocação funcional em alguma empresa da área, ou trabalhar nas áreas clínicas atuantes, como as análises clínicas, o diagnóstico por imagem, entre outros, já que as opções de trabalho para o profissional biomédico são grandes, mostra Nauom (2005). A unidade 1 desta apostila trará as informações claras e detalhadas de toda essa jornada traçada pelo curso de biomedicina, desde a sua implantação até os dias atuais, enfatizando onde os profissionais podem estar inseridos, quais são as perspectivas do curso, suas regulamentações, leis e o código de ética do profissional biomédico. 5WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA 1 - INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA BIOMEDICINA NO BRASIL E NO MUNDO Mundialmente, a década de 50 foi um grande marco histórico, afinal, diversos estragos haviam sido realizados há pouco tempo durante a segunda guerra mundial. Os anos 50, portanto, foram de recomposição, reconstrução tanto material quanto pessoal, gerando, assim, esperança de um mundo melhor, cita Nauom (2005). Na década de 60, houve muitas e grandes transformações, fazendo com que diversas atividades profissionais sofressem mudanças, principalmente a área médica. Foi nesta época que diversos avanços relacionados à saúde foram realizados, como o primeiro transplante de coração e a criação dos testes imunológicos aplicados às Análises Clínicas, cita Nauom (2005). Graças aos avanços e a esta reestruturação mundial a escolaridade ganhou acessibilidade, possibilitando que cada vez mais alunos iniciasse um ensino superior. A mídia passava aos telespectadores as grandes maravilhas tecno-cientifica alcançadas pelos países de primeiro mundo, e devido a isso o progresso educacional não tardou a acontecer. Para isso, fora necessário a abertura de mais cursos de Medicina, Odontologia, Biologia, Direito e Administração, principalmente. As faculdades de Medicina foram amplamente instituídas, mantidas principalmente pelo governo de São Paulo. Entre os anos 50 e 60, surgiram às faculdades de Medicina das cidades de Ribeirão Preto, Botucatu e Campinas. A grande procura por tal graduação estimulou a criação de faculdades particulares, mostra Nauom (2005). As aulas destas instituições eram ministradas principalmente pormédicos, dentistas e farmacêuticos, desta forma, esses docentes possuíam muito fundamento técnico, no entanto, pouco fundamento pedagógico a acrescentar. Raríssimas eram as faculdades que possuíam biólogos em seus quadros funcionais, ministrando disciplinas como genética, histologia e citologia, por exemplo, no entanto, mesmo esses profissionais não possuíam ainda o conhecimento biológico e funcional da espécie humana. Foi com este pensamento, na busca por este profissional, que em 1966, um grupo de professores liderados pelo Professor Doutor Leal Prado, da então Escola Paulista de Medicina, propôs a criação de um curso, inicialmente denominado de “Biologia Médica” ou “Ciências Biológicas Modalidade Médica”, depois mudado para “Biomedicina” (NAUOM, 2005). De acordo com o proposto, o objetivo do curso de Biomedicina era a formação de biomédicos especializados que lecionassem nas disciplinas bases dos cursos de graduação em Medicina e Odontologia, bem como pesquisadores científicos. Essa proposta foi implantada rápida e eficientemente já entre os anos de 1966 e 1968 sendo pioneira em faculdades dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, coloca Nauom (2005). Porém, o graduado em biomedicina nem sempre queria seguir a carreira acadêmica, mesmo sabendo que esse era o objetivo principal do curso e a partir dai motivou as coordenações a apresentar um campo de trabalho, as análises clínicas. A ampliação das atividades do profissional biomédico para o exercício em análises clínicas motivou, a partir de 1972, a abertura de vários novos cursos de Biomedicina em diferentes regiões do Brasil, garantindo total sucesso desse profissional que até nos dias atuais se mostra em evidência, já que as análises clínicas é a área de atuação de maior representatividade, comenta Nauom (2005). 6WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Podemos afirmar, então, que a Biomedicina é um curso relativamente novo, que foi instituído em um envolvente momento em que incluíram a modernidade científica e tecnológica da área biológica e com grande reflexo na saúde, e as aspirações sociais, políticas e culturais que estavam em plena ebulição entre 1960 e 1970 criando um perfil profissional que atualmente está se diversificando para outras áreas de atuação além das Análises Clínicas, com destaque por exemplo para a Imagenologia, Análise Ambiental, Banco de Sangue, Biotecnologia, entre outros, buscando sempre obter um avanço no mercado profissional. 2 - O RECONHECIMENTO DO CURSO DE BIOMEDICINA De acordo com Nauom (2005), os primeiros graduados no curso de Biomedicina (1968 – 1970) obtiveram extrema facilidade para iniciar no mercado de trabalho, estes foram contratados para lecionar ou serem pesquisadores em várias instituições públicas de ensino superior ou de pesquisas científicas e nesse período pouquíssimos profissionais optaram em trabalhar com as análises clínicas. Contudo, com a expansão de abertura de cursos de Biomedicina em instituições de ensino particulares, a ênfase mudou, ou seja, estes novos cursos objetivavam como principal formação dos seus graduandos o exercício em análises clinicas, fazendo com que a partir deste momento inúmeros profissionais biomédicos aderisse a esse campo de trabalho. Com esse direcionamento, e o sucesso de contratações dos profissionais graduados em biomedicina pelos Laboratórios de Análises Clínicas (LAC), muitos profissionais atuantes desta área, como bioquímicos e médicos patologistas sentiram-se ameaçados em seus empregos, ocorrendo, assim, entre os anos de 1972 a 1983 (e porque não até os tempos atuais), muitos desentendimentos entre estes profissionais, que infelizmente fizeram com que os biomédicos, muitas vezes, fossem impedidos de exercer suas atividades em análises clínicas em laboratórios públicos e privados, e quase sempre descartados nos editais de concursos públicos nessa área, segundo Nauom (2005). Obviamente, devido a toda essa “briga” os profissionais e graduandos de biomedicina ficaram revoltados e iniciaram inúmeras campanhas em defesa da atuação em análises clínicas que com anos de luta obteve-se em 1979, a primeira lei que regulamentava inicialmente as profissões de biólogo e biomédico, bem como da criação dos Conselhos Federal e Regionais de Biologia e Biomedicina, especificamente (Lei nº 6.684, de 3 de Setembro de 1979). Entretanto, essa regulamentação trazia interpretações passíveis de contestações judiciais feitas por outros profissionais não-biomédicos. Então, em 1983 uma nova lei foi emitida pela Presidência da República e pelo Congresso Nacional (lei nº 7.135 de 26 de outubro de 1983) que trazia, em seus artigos 1º e 2º, interpretações novamente possíveis de ser contestadas. Finalmente, em 24 de junho de 1986, o Senado Federal promulgou a Resolução nº 86, que em artigo único referendava o exercício das atividades do biomédico, incluindo o exercício pleno em análises clínicas. Atualmente todos esses profissionais atuam em análises clínicas, com troca de experiência e colaboração, cita Nauom (2005). 7WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA 3 - CURSOS DE BIOMEDICINA NO BRASIL A diretriz do curso de graduação em Biomedicina, criado pelos Ministros da Educação, Saúde e Trabalho tinha como principal objetivo a formação de docentes para lecionar as disciplinas de base dos cursos médicos. Com um amplo e formado currículo os egressos do curso estabeleceram-se profissionalmente em diversos campos de atuação na área médica, especialmente em análises clínicas e citologia oncótica. As Instituições de ensino, pioneiras na abertura do curso, foram a Universidade Federal de Pernambuco – UFPE; Universidade Federal do Pará – UFPA; Escola Paulista de Medicina – ESPM/ UNIFESP; Universidade de São Paulo – USP; campus Ribeirão Preto – UNESP; campus Botucatu Centro Universitário Barão de Mauá, em Ribeirão Preto/SP; Organização Santamarense de Educação e Cultura – OSEC, hoje Universidade de Santo Amaro – UNISA/SP; Universidade de Mogi das Cruzes/SP; Universidade Metodista de Piracicaba – UNIMEP/SP; Universidade Estadual do Rio de Janeiro – UERJ, cita Nauom (2005). A expansão da biomedicina fez com que com o passar dos anos todos os estados da federação, com exceção de Roraima, ofertassem o curso aos ingressantes. Atualmente são mais de 180 Instituições de ensino, entre público e privado que possuem o curso espalhados por todo o Brasil. O CRBM1 (2010) disponibiliza em sua página online um manual onde lista todas as IES e os estados. 4 - CURRÍCULO MÍNIMO EM BIOMEDICINA Os conteúdos essenciais para o curso de graduação em Biomedicina são estabelecidos pelo Ministério da Educação (MEC), por meio da Resolução nº 2, de 18/2/2003 da Câmara de Educação Superior (CES), do Conselho Nacional de Educação (CNE), do Ministério da Educação (MEC), que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Biomedicina. Essa elaboração leva em conta uma série de fatores de extrema importância ao futuro profissional, durante sua jornada de trabalho, portanto, a grade curricular deve apresentar e estar relacionada com o processo saúde/doença do cidadão, da família e da comunidade, integrada à realidade epidemiológica e profissional. Para mais informações sobre quais as Instituições de Ensino Superior, sejam elas Faculdade, Universidades ou Centros Universitários que ofertam o curso de Bio- medicina, o CRBM 1 disponibiliza em sua página online todos elas e suas informa- ções básicas, como endereço e telefone para contato. Para isso deve-se acessar o site do CRBM 1 no ícone Instituições de ensino. Disponível em: <https://crbm1.gov.br/category/universidades/>. Acesso em: 28 set. 2018. 8WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA As áreas do conhecimento propostasdevem levar em conta a formação global do profissional tanto técnico-científica quanto comportamental e deverão ser desenvolvidas dentro de um ciclo que estabeleça os padrões de organização do ser humano, seguida de uma visão articulada do estudo da saúde, da doença e da interação do homem com o meio ambiente. O conteúdo programático do curso de Biomedicina visa dotar o aluno de conhecimentos e habilidades que lhe possibilitam comunicação, liderança, atenção à saúde, à gestão administrativa, à tomada de decisões, educação permanente, etc., mostra CRBM1 (2010). Nauom (2005) apresenta em seu guia uma tabela que relaciona 44 disciplinas, das quais 30 delas são classificadas como básicas e 14 como opcionais, de acordo com o exigido pelo MEC. Para melhor entendimento, foi anexada neste manual a tabela realizada pelo autor, no entanto, vale ressaltar que as disciplinas podem sofrer modificações de instituição para instituição, mas, sempre seguindo o que está de acordo com o que é preconizado pelo Ministério da Educação. Área Morfo-fisiológica Biologia Bioquímica Química Física Genética Microbiologia Imunologia Disciplinas básicas Anatomia humana Embriologia humana Citologia Histologia Fisiologia humana Biologia celular Biologia molecular Biotecnologia Bioquímica geral Bioquímica clínica Química geral Química analítica Química orgânica Biofísica Genética humana Citogenética Bacteriologia Micologia Virologia Parasitologia Imunologia geral Imunologia aplicada a testes laboratoriais Disciplinas optativas Anatomia patológica Biodiversidade e meio ambiente Aconselhamento genético Engenharia genética Epidemiologia Saúde Pública Citometria de fluxo Imunocitoquímica 9WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 1 – Tabela de Disciplinas básicas e optativas por áreas destinadas aos cursos de Biomedicina. Fonte: Nauom (2005). 5 - A PROFISSÃO BIOMÉDICO Os profissionais biomédicos podem executar procedimentos técnico-operacionais em seus campos de atuação que podemos agrupa-los em três grandes áreas de atuação profissional, desde que obedecida a habilitação necessária: • Diagnóstico; • Coordenação, Direção, chefias, Perícia, Auditoria, Supervisão e Ensino; • Pesquisa e Investigação. Para entendermos melhor, esses grupos, devemos conhecer ao certo, pelo menos as principais habilitações que o profissional biomédico pode exercer. Para isso, nossas próximas unidades explicarão cada habilitação deste profissional em uma abordagem mais detalhada. Simplificando, dentro de um leque amplo de estudos, o profissional biomédico pode focar seu interesse um uma, ou mais especialidade e nela poder exercer com competência e maior entendimento. De acordo com o Conselho Federal de Biomedicina (CFBM) existe hoje 35 habilitações para o biomédico, estas, estão citadas no quadro abaixo, retirado do Manual do Profissional Biomédico do CRBM1 (2005). 35 HABILITAÇÕES Patologia Clínica (Análises Clínicas) Análises Bromatológicas Microbiologia de Alimentos Imaginologia (exceto Interpretação) Análise Ambiental Fisiologia Radiologia Auditoria Genética Toxicologia Bioquímica Virologia Anatomia Patológica Biofísica Banco de Sangue Histologia Humana Biologia Molecular Virologia Anatomia Patológica Biofísica Banco de Sangue Histologia Humana Biologia Molecular Fisiologia Geral Patologia Microbiolo- gia Reprodução Humana Informática da Saúde Biomedicina Estética Fisiologia Humana Hematologia Acupuntura Farmacolo- gia Perfusão Ex- tracorpórea Citologia Oncótica Saúde Pública Imunologia Psicobiologia Embriologia Parasitologia Sanitarista Quadro 1 - Habilitações do Biomédico segundo o Conselho Federal de Biomedicina. Fonte: CFBM (2018). Ciência Exata Aplicativas Matemática Bioestatística Informática Análises Clínicas Hematologia Banco de sangue Imagenologia Análises moleculares Modelos matemáticos aplicados à biologia (Biomatemática) Modelos de informática aplica- dos à biologia (Bioinformática) Mercado de trabalho Bioempresa Bioindústria Oncologia molecular 10WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA 6 - FORMAS DE ADQUIRIR OU INCLUIR UMA HABILITAÇÃO De acordo com as regulamentações, existem algumas formas de incluir e/ou adquirir uma habilitação, desde que esta, seja regulamentada pelo CFBM. Durante a graduação, é possível que ocorra essa inclusão desde que o graduando realize estágio supervisionado com duração igual ou superior a quinhentas horas, cursadas em instituições reconhecidas pelo órgão competente do Ministério da Educação ou em laboratório conveniado com Instituições de nível superior ou cursos de especialização ou pós-graduação, reconhecidos pelo MEC. Outra forma é um curso de especialização, mestrado, doutorado em uma das habilitações, respeitando as normas do MEC. Existe também a possibilidade de inclusão com a aprovação no exame de Título de Especialista da Associação Brasileira de Biomedicina – ABBM, ou que o profissional apresente certificado de Aprimoramento profissional em instituição de ensino superior reconhecida pelo MEC ou certificado de Residência Multiprofissional ofertado por Instituições reconhecidas pelo MEC (NAUOM, 2005). 7 - O QUE O BIOMÉDICO PODE FAZER APÓS O TÉRMINO DA FACULDADE? Nauom (2005) se preocupou muito em destacar em seu guia, o que os recém graduados em Biomedicina deveriam realizar logo após o término do curso e eis que chegou a uma conclusão de que a grande maioria desses indivíduos não fazem ideia de qual seria a melhor forma de conseguir se inserir no mercado de trabalho. De acordo com ele os profissionais ao receber o certificado de conclusão de curso, o profissional deve solicitar imediatamente seu registro no conselho regional ao qual pertence, pois, somente a partir deste é que ele poderá exercer em conformidade sua profissão. Em seguida, o profissional deve saber o que seguir e no que se especializar, buscando sempre um melhor mercado de trabalho. As opções de trabalho para o biomédico são grandes, este profissional pode dedicar- se em uma pós-graduação, seguir carreira acadêmica, dedicando-se a pesquisa científica, pode seguir a docência, uma complementação profissional no exterior ou uma colocação funcional em alguma empresa da área. De acordo com a figura 2, em todas essas atividades relatadas no parágrafo anterior o biomédico deve se identificar com áreas de competência profissional nas quais poderá atuar. Essas áreas foram compostas pelo rol ou lista de disciplinas durante o curso de graduação, e sua atuação pode ser a de docente, pesquisador, proprietário ou sócio de empresas (laboratório, empresas) e em colocação funcional por meio de emprego. 11WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA 12WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA 13WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 2 - Tabela de Atividades e área de atuação do profissional Biomédico. Fonte: NAUOM (2005). O profissional biomédico, por sua formação eclética, tem muitas possibilidades de se tornar empregável em diversos ramos laboratoriais (análises clínicas, hematologia, imunologia, reprodução humana, biologia molecular, pesquisas científicas), em bancos de sangue público e privado, em clínicas de diagnósticos de imagens, em indústrias e bioindústrias, em empresas de biotecnologia e bioempresas, entre outros. Sabemos que o campo para tais profissionais é amplo, no entanto, é necessário que o profissional esteja sempre atento às mudanças, atento a novas possibilidades e quem sabe a um novo campo de atuação. O mercado profissional é extremamente distribuído, fazendocom que as áreas buscadas por profissionais, seja ela, qual for sua afinidade seja conquistada e executada. Ressalto que mesmo, ainda sendo poucos os concursos, possuímos campos de atuação também no mercado público, sonho e anseio de muitos indivíduos que realizam um curso de nível superior. Os campos de atuação tanto de mercado público quanto privado serão abordados na Unidade 3, deste manual. Além das possibilidades relatadas anteriormente, ainda possuímos a possibilidade da complementação profissional no exterior, a partir de um estágio embasado numa pesquisa cientifica, existindo ainda a possibilidade de ganho de bolsa para tal exercício. 8 - CONSELHOS DE BIOMEDICINA – REGIONAL, FEDERAL E A LEGISLAÇÃO BIOMÉDICA O Conselho Federal possui inúmeras atribuições, entre as quais se destacam o estabelecimento de funções normativas em relação à regulamentação da profissão de Biomédico, bem como a supervisão e a fiscalização do exercício profissional em todo o território nacional, além de organizar e instalar os Conselhos Regionais de Biomedicina. Os conselhos Regionais possuem o papel de regular, orientar e fiscalizar a atividade do profissional Biomédico. Têm seu espaço de atuação delimitado por leis constitucionais. Estão impedidos legalmente de fazer mais pela profissão, senão estarão invadindo a área de outras instituições, como associações e sindicatos, mostra CRBM1 (2005). 14WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA As associações são sociedades de cunho científico que possuem como objetivo auxiliar os profissionais e estudantes com atividades que agreguem valor aos seus currículos, como cursos, palestras, congressos, jornadas, encontros, simpósios e demais eventos científicos. Também oferecem apoio ao profissional proprietário de um serviço. Os Sindicatos têm como missão principal a luta pela melhoria das condições de trabalho, da remuneração dos profissionais, das relações entre proprietários de empresas privadas, públicas e colaboradores, e à defesa da classe, mostra CRBM1 (2005). De acordo com o Manual do Profissional Biomédico após amplas discussões no Congresso Nacional, a profissão de Biomédico foi regulamentada pela Lei 6.684, de 03/9/79 e Decreto nº 88.439, de 28/6/83. A mesma lei criou o Conselho Federal de Biomedicina – CFBM – e os Conselhos Regionais de Biomedicina – CRBMs –, com o objetivo de orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão de Biomédico. As Jurisdições dos CRBM compreendem estados distintos, ou seja, cada Conselho regional realiza sua jurisdição em determinada região nacional, desta forma, podemos citar que CRBM1 compreende os estados de Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul; CRBM 2 os estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe; CRBM 3 os estado do Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais e Tocantins; CRBM 4 Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima; CRBM 5- Rio Grande do Sul e Santa Catarina e o mais novo conselho Regional o CRBM 6 apenas o estado do Paraná, segundo CFBM (2018). Hoje, a área de atuação do Biomédico é ampla e o profissional pode se formar em várias habilitações, todas regulamentadas pelo Conselho Federal de Biomedicina – CFBM. Pesquisadores brasileiros da área de Biomedicina têm se destacado em estudos de repercussão mundial, como o Projeto Genoma Humano. Existem em todo o país cerca de 5.000 laboratórios de análises clínicas e citologia, cuja responsabilidade técnica é exercida por biomédicos. Há no Brasil, hoje, mais de 30.000 biomédicos em atividade, menciona CRBM 1 (2010). 9 - CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL De acordo com a Resolução nº 198, de 21 de Fevereiro de 2011, foi regulamentado o novo Código de Ética do Profissional Biomédico, conferido pelas atribuições do CFBM pela Lei nº 6.684, de 03 Setembro 1979, modificada pela Lei nº 7.017 de 30 de Agosto de 1982, ambas Regulamentadas pelo Decreto nº 88.439, de 28 de Junho de 1983, em consonância com a Lei nº 6.838, de 29 de Outubro de 1980 e Lei nº 9.784, de 29 de Janeiro de 1999, e suas alterações. Esse código foi concretizado considerando aspectos pertinentes às normas constituídas pela organização dos Conselhos Federal e Regionais de Biomedicina, que são órgãos disciplinadores dos profissionais biomédicos, além de considerar as condições e as atividades que os profissionais desta categoria desempenham durante as suas funções, em observações éticas e disciplinares. Isso faz com que os Conselhos, órgãos estes que possuem como finalidade zelar e disciplinar seus profissionais, fiquem atentos a medidas éticas aos quais os profissionais biomédicos exercem posturalmente durante a execução de seu trabalho, desta forma, no dia 03 de Abril de 2009 o CFBM reunido em sessão plenária de nº 72 decidiram pela aprovação do Novo Código de Ética do Profissional Biomédico, na qual a partir da referida data já fora entrada em vigor. 15WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA De acordo com o Conselho Federal de Biomedicina o Código de Ética profissional foi realizado, tendo conhecimento de que o profissional Biomédico, pela sua natureza em cuidar do interesse da saúde humana e animal, buscando sempre a verdade e jamais deixando-se aniquilar por atos que não sejam fiéis ao seu juramento, seguirá a risca as normas éticas contidas neste, já que o objetivo do código é consolidar o interesse sobre a proteção daqueles que utilizam dos serviços prestados pelos profissionais Biomédicos e a consolidação das normas de prevenção e práticas de nossos profissionais, visando unicamente serem fiéis aos princípios éticos, e no domínio da ciência servindo com lealdade ao cliente e a sociedade, desta forma a figura 3 representa alguns deveres fundamentais apresentados aos profissionais biomédicos por meio do código de ética profissional. Veja o código de ética do profissional Biomédico. Figura 3 – Deveres fundamentais do código de ética Biomédico. Fonte: o autor. 9.1. Código de ética profissional CAPÍTULO I - Dos Princípios Gerais Art. 1º – A Biomedicina é uma profissão a serviço da saúde da pessoa humana, animal e da coletividade e deve ser exercida sem discriminação de qualquer natureza; PARAGRAFO ÚNICO – No exercício de suas atividades o biomédico submeter- se-á às normas do presente Código, cuja transgressão resultará em sanções disciplinares por parte do Conselho Regional de Biomedicina, após apuração executadas pelas Comissões de Ética. https://www.crbm1.gov.br/legislação 16WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Art. 2º – O Código de Ética do Biomédico regula os direitos e deveres dos profissionais e das empresas jurídicas com inscrição nos Conselhos Regionais de Biomedicina. Art. 3º – Os Biomédicos respondem pelos atos que praticarem ou pelos que autorizarem no exercício da profissão. CAPÍTULO II - Deveres Profissionais do Biomédico Art. 4º – Obriga-se o Biomédico a: • Zelar pela existência, fins e prestígio dos Conselhos de Biomedicina, dos mandatos e encargos que lhe forem confiados e cooperar com os que forem investidos de tais mandatos e encargos; • Respeitar as leis e normas estabelecidas para o exercício da profissão; • Guardar sigilo profissional; • Exercer a profissão com zelo e probidade; • Zelar pela própria reputação; • Pagar em dia as contribuições devidas ao Conselho; • Observar as boas práticas no exercício da profissão; • Respeitar a atividade de seus colegas e outros profissionais; • Zelar pelo perfeito desempenho ético da Biomedicina e pelo prestígio e bom conceito da profissão; • Comunicar às autoridades sanitárias e profissionais, com discrição e fundamento, fatos que caracterizem infração a este Código e às normas queregulam o exercício das atividades biomédicas; •Comunicar ao Conselho Regional de Biomedicina e às autoridades sanitárias a recusa ou a demissão de cargo, função ou emprego, motivada pela necessidade de preservar os legítimos interesses da profissão, da sociedade ou da saúde pública; • Denunciar às autoridades competentes quaisquer formas de poluição, deterioração do meio ambiente ou riscos inerentes ao trabalho, prejudiciais à saúde e à vida; • Prenunciar por escrito ao CRBM todos os vínculos profissionais, com dados completos da empresa (razão social, nome dos sócios, CNPJ, endereço, horário de funcionamento e, se possuir, informar a responsabilidade técnica), manter atualizado o endereço residencial, telefones e e-mail; • Anunciar por escrito, com antecedência mínima de 10 (dez) dias ao CRBM que estiver inscrito sobre o seu afastamento provisório e/ou definitivo dos locais onde exercer a Responsabilidade Técnica; • Confirmar por escrito ao CRBM que estiver inscrito sobre a sua inatividade ou transferência de Jurisdição, com antecedência mínima de 10 (dez) dias; • Confirmar por escrito ao CRBM sobre o aprimoramento profissional adquirido para que lhe seja conferida a respectiva habilitação. CAPÍTULO III - Do Exercício Profissional Art. 5º – No exercício de sua atividade, o Biomédico também deverá: • Empregar todo o seu zelo e diligência na execução de seus misteres; • Não divulgar resultados ou métodos de pesquisas que não estejam, científica e tecnicamente, comprovados; • Defender a profissão e prestigiar suas entidades; • Não criticar o exercício da atividade de outras profissões; • Ser leal e solidário com seus colegas, contribuindo para a harmonia da profissão; • Não ser conivente com erro e comunicar aos órgãos de fiscalização profissional as infrações legais e éticas que forem de seu conhecimento; • Exigir justa remuneração por seu trabalho; • Cooperar com a proteção do meio ambiente e da saúde pública, não participar de qualquer tipo de experiência em ser humano com fins bélicos, raciais, eugênicos, ou em que se constate desrespeito a algum direito inalienável do ser humano; 17WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA • Não praticar procedimentos que não sejam reconhecidos pelo Conselho Federal de Biomedicina; • Não praticar ato profissional que cause dano físico, moral ou psicológico ao usuário do serviço que possa ser caracterizado como imperícia, negligência ou imprudência; CAPÍTULO IV - Direitos do Biomédico Art. 6º – São direitos do Biomédico: • Exercer com liberdade e dignidade a Biomedicina em todo o território nacional sem ser discriminado por qualquer motivo; • Indicar falhas nos regulamentos e normas das instituições em que trabalhe, quando as julgar indignas do exercício da profissão ou prejudiciais à coletividade; • Recusar-se a exercer sua profissão em instituição pública ou privada onde as condições de trabalho sejam indignas ou possam prejudicar pessoas e mesmo a coletividade; • Resguardar o segredo profissional; • Ter respeitada, em nome da liberdade de profissão e do sigilo profissional, a inviolabilidade de seu laboratório, ou local de trabalho, de seus arquivos e dados, de sua correspondência e de suas comunicações, inclusive telefônicas ou afins, salvo caso de requisição judicial; • Dispor de boas condições de trabalho e receber justa remuneração por seu desempenho; CAPÍTULO V - Dos Limites para Divulgação e Propaganda da Atividade Biomédica. Art. 7º – O Biomédico pode utilizar-se dos meios de comunicação para conceder entrevistas ou palestras sobre assuntos da Biomedicina, com finalidade educativa científica e de interesse social. Parágrafo único – Os assuntos divulgados pelos Biomédicos, neste artigo, serão de sua inteira responsabilidade. Art. 8º – Os anúncios, individuais ou coletivos, deverão restringir-se: Ao nome do biomédico e respectivo número de inscrição no Conselho, às suas habilitações devidamente registradas, aos títulos da profissão e seus endereços e horários de trabalho. Art. 9º – O Biomédico somente poderá afixar placa externa em seu local de trabalho e em sua residência, obedecendo a legislação pertinente. Art. 10º – É vedado ao Biomédico: • Oferecer seus serviços profissionais através de qualquer mídia para promover- se profissionalmente; • Divulgar informações que identifique o paciente; • Publicar fotografia de pacientes, salvo em veículo de divulgação estritamente científica e com prévia e expressa autorização do paciente ou de seu representante legal; • Anunciar preços de serviços, modalidade de pagamento e outras formas de comercialização; • Promover publicidade enganosa ou abusiva da boa fé do usuário; • Anunciar títulos científicos que não possa comprovar ou habilitação e/ou especialidade para a qual não esteja qualificado; • Publicar em seu nome trabalho científico do qual não tenha participado; apresentar e divulgar como originais quaisquer idéias descobertas ou ilustrações que na realidade não o sejam. 18WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA CAPÍTULO VI - Das Relações com os Colegas Art. 11º – Nas relações com os colegas, o Biomédico deve manter sempre respeito, urbanidade e solidariedade, sendo vedado: • Criticá-los em público; • Aceitar remuneração inferior à reivindicada por colega sem o seu prévio consentimento ou autorização do órgão de fiscalização profissional; • Angariar clientela mediante propaganda não permitida pelo órgão de fiscalização profissional; oferecer denúncia sem provas. CAPÍTULO VII - Das Relações com a Coletividade Art. 12º – Nas relações com a coletividade, o Biomédico não poderá: • Praticar ou permitir a prática de atos que, por ação ou omissão, prejudiquem, direta ou indiretamente, a pessoa humana e a saúde pública; • Ser conivente de qualquer forma com o exercício ilegal da profissão ou acumpliciar-se, direta ou indiretamente, com quem o praticar; • Revelar fatos sigilosos de que tenham conhecimento, no exercício de sua atividade profissional, a não ser por imperativo de ordem judicial; • Unir-se a terceiros para obtenção de vantagens que acarretem prejuízos ou inadequada assistência à saúde pública; • Participar ou auxiliar, a qualquer modo, da prática de tortura em relação à pessoa ou formas de procedimento degradantes, desumanas e cruéis; • Utilizar dos seus conhecimentos, fornecer substância ou instrumentos, participar de qualquer modo, na execução de pena de morte; • Falsear dados estatísticos ou deturpar sua interpretação científica. CAPÍTULO VIII - Das Relações com o Conselho Federal e os Regionais de Biomedicina. Art. 13º – Nas relações com o Conselho Federal e os Regionais, o Biomédico deverá: • Cumprir, integral e fielmente, obrigações e compromissos assumidos mediante contratos e outros instrumentos, visados e aceitos, pelo CRBM, relativos ao exercício profissional; • Acatar, respeitar e cumprir resoluções, portarias e atos baixados pelo CFBM ou CRBM; • Propiciar, com fidelidade, informações a respeito do exercício profissional, que lhe forem solicitadas; • Atender sempre convocação feita pelo órgão profissional, a não ser por motivo de força maior, comprovadamente justificado; • Comunicar ao Conselho Regional de Biomedicina em que estiver inscrito, toda e qualquer conduta ilegal ou antiética que observar na prática profissional. Art. 14º- É vedado ao biomédico: • Divulgar/anunciar por qualquer meio de informação que trata de assuntos de interesse relativo ao Conselho Federal e Regional do qual faz parte em função expressamente do cargo que ocupa e/ou que ocupou sem autorização expressa do Presidente do Conselho Federal e/ou Regional respectivo. Parágrafo 1º – Em conexão com o cumprimento do art. 14, deve o profissional que ocupa e/ou ocupou cargo nos Conselhos Federal e Regionais: • Não se aproveitar do cargo que detém para divulgarassuntos inerentes ao Conselho; • Revelar informações obtidas em função do cargo que ocupar e/ou ocupou, sem autorização do Presidente do Conselho Federal e Regional; • Revelar fato de que tenha conhecimento em virtude do exercício de sua profissão, salvo por motivo justo. 19WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA CAPÍTULO IX - Das Infrações Disciplinares Art. 15º – Constituem infrações disciplinares: • Transgredir preceito do Código de Ética Profissional; • Exercer a profissão quando impedido de fazê-lo, ou facilitar, por qualquer meio, o seu exercício aos não inscritos ou impedidos; • Manter sociedade profissional fora das normas e preceitos estabelecidos na legislação em vigor; • Violar sem justa causa sigilo profissional; • Praticar, no exercício da atividade profissional, ato que a lei define como crime ou contravenção; • Faltar a qualquer dever profissional; • Obstar, ou dificultar a ação fiscalizadora das autoridades sanitárias ou profissionais; • Injuriar, difamar/caluniar qualquer profissional de maneira incivil, bem como, a atividade de classe a qual pertence; • Revelar informações obtidas em função do cargo que ocupa e/ou ocupou, sem autorização do Presidente do Conselho Federal e Regional de Biomedicina; • Exercer a profissão biomédica quando estiver sob sanção disciplinar de suspensão; • As faltas serão consideradas gravíssimas, graves, leves, ou escusáveis conforme a natureza do ato e as circunstâncias de cada caso. CAPÍTULO X - Competência do Presidente do Conselho Federal, Regionais e membros de Comissões. Art. 17º – Compete ao Presidente do Conselho Federal e Regionais de Biomedicina, bem como aos Conselheiros e membros de Comissões: • Instaurar, de ofício, o processo competente sobre ato ou matéria que considere passível de configurar, em tese, infração ao princípio ou norma de ética profissional ao qual o processo disciplinar instaura-se de ofício ou mediante representação dos interessados, que não pode ser anônima; • Organizar, promover e desenvolver cursos, palestras, seminários e discussões a respeito de ética profissional, em parceria com o Departamento Jurídico. CAPÍTULO XI - Sanções Éticas e Disciplinares. Art. 18º – As transgressões aos Acórdãos, Normativas e Resoluções do CFBM, as Deliberações dos CRBMs e as infrações à legislação biomédica são passíveis de recurso ao CFBM. Art. 19º – As infrações éticas e disciplinares serão apenadas, de forma alternada, sem prejuízo das sanções de natureza civil ou penal cabíveis, com as penas conforme o Art. 16º desse Código de Ética. Art. 20º – Considera-se infração, a desobediência ou a inobservância ao disposto nas normas legais e outras, que, por qualquer forma digam respeito às atividades de Biomédico. Art. 21º- As infrações, quanto ao exercício profissional, classificam-se em: I – LEVES: aquelas em que o infrator seja beneficiado por circunstância atenuante; II – GRAVES: aquelas em que for verificada uma circunstância agravante; III – GRAVÍSSIMAS: aquelas em que seja verificada a existência de duas ou mais circunstâncias agravantes. Art. 22º – São circunstâncias atenuantes: • A ação do infrator não ter sido fundamental para a consecução do evento; • O infrator, por espontânea vontade, imediatamente, procurar reparar ou minorar as conseqüências do ato que lhe foi imputado; • Ter o infrator sofrido coação a que não podia resistir para a prática do ato; • Ser o infrator primário, e a falta cometida, de natureza leve. Art. 23º- São circunstâncias agravantes: • Ter o infrator agido com dolo, ainda que eventual fraude ou má-fé; 20WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA • Cometido a infração para obter vantagem pecuniária decorrente de ação ou omissão contrária ao disposto na legislação em vigor; • Tendo conhecimento do ato ou fato irregular, o infrator deixar de tomar as providências de sua alçada, tendentes a evitá-lo ou saná-lo; • A acumulação de infrações, sempre que duas ou mais sejam cometidas no mesmo momento. Parágrafo único – Sem prejuízo no disposto neste artigo e no artigo 22º, na aplicação de penalidade infração ou as infrações serem cometidas durante o processo ético administrativo ou o cumprimento de pena disciplinar; Art. 24º – Para efeito, ficará caracterizada a reincidência especifica quando o infrator, após decisão definitiva na esfera administrativa do processo que lhe houver imposto penalidade, cometer nova infração ou permanecer em infração continuada. Parágrafo único – A reincidência específica torna o infrator passível de enquadramento na penalidade máxima e a caracterização da infração como gravíssima. Art. 25º – Para a imposição de penalidade e a sua graduação, levar-se-á em conta: as circunstâncias atenuantes e agravantes; a gravidade do fato. Art. 26º – Havendo concurso de circunstâncias atenuantes e agravantes, a aplicação da pena será considerada em razão das que sejam preponderantes. Art. 27º – Em conformidade com o disposto na Lei Federal 6.684/79, regulamentada pelo Decreto Federal 88.439/83, as infrações, sem prejuízo das sanções de natureza civil ou penal, cabíveis, serão punidas, alternativa ou cumulativamente, com penalidade de: advertência; repreensão; multa equivalente a até 10 (dez) vezes o valor da anuidade devida a este Conselho; suspensão do exercício profissional pelo prazo de até 3 (três) anos; cancelamento do registro profissional, e da inscrição na sociedade, se for o caso; § 1º – Salvo os casos de gravidade manifesta ou reincidência, a imposição das penalidades obedecerá a graduação deste artigo, observadas as normas estabelecidas por este Conselho para disciplina no processo de julgamento das infrações; § 2º – A pena de Advertência será aplicada, de forma escrita, por ofício do Presidente do CRBM, fazendo constar dos assentamentos do profissional; § 3º – A pena de repreensão será aplicada de forma escrita, com o emprego da palavra “censura” por ofício do Presidente do CRBM, fazendo constar dos assentamentos do profissional; § 4º – A pena de multa consiste no recolhimento de importância em espécie, equivalente a até 10 (dez) vezes o valor da anuidade segundo a gravidade da infração, aplicada com publicidade, fazendo constar dos assentamentos do profissional; § 5º – A pena de suspensão do exercício profissional pelo prazo de até 03 (três) anos consiste no impedimento de qualquer atividade profissional biomédica, sendo a pena variável segundo a gravidade da infração, aplicável pelo CRBM com publicidade, fazendo constar dos assentamentos do profissional. § – 6º – A pena de cancelamento do registro profissional será aplicada por falta gravíssima, com a devida publicidade, fazendo-se constar dos assentamentos do profissional. Dever-se-á comunicar o fato ao Serviço de Fiscalização do Exercício Profissional dos Estados Membros, ao órgão sanitário competente, ao empregador, publicado no D.O.U. Art. 28º – Se a irregularidade não se revestir de gravidade, será expedido termo de intimação ao infrator, para corrigi-lo no prazo de 30 (trinta) dias. § 1º – o prazo para cumprimento da intimação será contado a partir da data de cientificação do infrator; § 2º – o prazo para cumprimento da intimação poderá ser reduzido ou aumentado, em casos excepcionais, por motivos de interesse público, mediante despacho fundamentado. 21WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Art. 29º- O termo de intimação será lavrado em 4 (quatro) vias, destinando-se a primeira ao intimado e conterá: o nome da pessoa física, ou denominação da entidade intimada, especificação do seu ramo de atividade e endereço; número, série e data do auto de intimação respectivo; a disposição legal ou regulamentar infringida; a medida exigida; o prazo para sua execução; nome da pessoa que expediu a intimaçãoe assinatura. § 1º – Lavrado o Termo de Intimação, recolher-se-á a assinatura do intimado, ou na sua ausência, de seu representante legal ou preposto; em caso de recusa, a consignação dessa circunstância e a assinatura de suas testemunhas, quando possível. § 2º – Na impossibilidade de ser dado conhecimento diretamente ao interessado, da intimação ou do despacho que reduzir ou aumentar o prazo para sua execução, o infrator deverá ser cientificado por meio de carta registrada, ou publicação na imprensa oficial. Art. 30º – São infrações éticas e disciplinares: Penalidade: Advertência. I - Deixar de comunicar às autoridades biomédicas, fatos que contenham fundamentos e que caracterizem infração ao Código de Ética da Profissão Biomédica e às normas que regulam as atividades biomédicas; II - Exercer a profissão biomédica sem condições dignas de trabalho e remuneração; III - Deixar de informar, por escrito, ao CRBM sobre todos os vínculos profissionais, com dados completos da empresa (razão social, nome dos sócios, CNPJ, endereço, horário de funcionamento e, se possuir, informar a responsabilidade técnica), manter atualizado o endereço residencial, telefones e e-mail. Penalidade: Multa e/ou cancelamento. I – Participar de qualquer tipo de experiência em seres humanos com fins bélicos, raciais, eugênicos ou em que se observe desrespeito aos direitos humanos. Penalidade: Suspensão e/ou cancelamento. I – Praticar ato profissional que cause dano físico, moral ou material, comprovados mediante decisão judicial com trânsito em julgado, ao usuário do serviço, caracterizado como imperícia, negligência ou imprudência, Penalidade: multa e/ou suspensão I – Violar o sigilo profissional de fatos que tenha tomado conhecimento no exercício da profissão, com exceção daqueles presentes em lei que exigem comunicação, denúncia ou relato a quem de direito. II – Deixar de prestar assistência técnica ao estabelecimento com o qual mantenha vínculo profissional ou permitir a utilização de seu nome por qualquer estabelecimento ou instituição onde não exerça pessoal e efetivamente sua função. III – Efetivar ou participar de fraudes em relação à profissão biomédica em todos os campos de conhecimento e técnica biomédica. IV – Emitir laudos técnicos e realizar perícias técnico-legais sem observância ou obediência à legislação vigente. V – Omitir das autoridades competentes, ou participar com quaisquer formas de poluição, deterioração do meio ambiente ou riscos inerentes ao trabalho, prejudiciais à saúde e à vida. VI – Aceitar remuneração inferior ao piso salarial estabelecido por acordos ou dissídios da categoria, para exercício profissional, assunção de direção e responsabilidade técnica. VII – Delegar a outras pessoas atos ou atribuições da profissão biomédica. VIII – Exercer a atividade profissional incompatível com a habilitação conferida pelo CRBM. 22WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA IX – Declarar possuir títulos científicos que não possa comprovar. X – Omitir-se e/ou acumpliciar-se com os que exercem ilegalmente a profissão biomédica ou com os profissionais ou instituições que pratiquem atos ilícitos. XI – Deixar de pagar as contribuições devidas ao CRBM. XII – Pleitear, de forma desleal, para si ou para outrem, emprego, cargo ou função que esteja sendo exercido por outro biomédico, bem como praticar atos de concorrência desleal. XIII – Oferecer denúncia sem possuir elementos comprobatórios, capazes de justificá-la. XIV – Não acatar, respeitar e cumprir as resoluções, as portarias e os atos baixados pelo CFBM ou CRBM. XV – Não tratar, com urbanidade e respeito, os representantes do órgão profissional, quando no exercício de suas funções, favorecendo e facilitando o seu desempenho. XVI – Não propiciar com fidelidade informações a respeito do exercício profissional, da Legislação Biomédica e acerca das atividades e atuação dos CRBMs e CFBM. XVII – Não atender convocação, a não ser por motivo de força maior, comprovadamente justificado. Pena: Repreensão e/ou multa. I – Obstar ou dificultar a ação fiscalizadora dos fiscais do CRBM, quando no exercício de suas funções. II – Deixar-se explorar por terceiros, com finalidade política ou religiosa. III – Exercer a profissão em estabelecimento sem registro obrigatório no Conselho de Classe Profissional. IV – Publicar em seu nome, trabalho científico do qual não tenha participado ou atribuir-se autoria exclusiva, quando houver participação de subordinados ou outros profissionais biomédicos ou não. Pena: Cancelamento de Registro Profissional. I – Exercer a profissão quando estiver sob a sanção disciplinar de suspensão. PARAGRAFO ÚNICO: Os tipos descritos acima são apenas enumerativos não restringindo ao órgão de fiscalização ética a apuração, processamento e aplicação de penas aqui não discriminados, devendo para tanto, observar a legislação vigente bem como as normativas e resoluções do Conselho Federal. Art. 31º – As infrações éticas e disciplinares prescrevem em 5 (cinco) anos. Art. 32º – O infrator tomará ciência das decisões proferidas: pessoalmente, ou por procurador, à vista do processo; ou mediante notificação, que poderá ser feita por carta registrada ou através da Imprensa Oficial, considerando efetivada 5 (cinco) dias após a publicação. CAPÍTULO XII - Disposições Finais. Art. 33º – O Biomédico obedecerá aos princípios da legalidade, podendo exercer dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas, sendo vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto quando houve compatibilidade de horários. Art. 34º – O exercício da biomedicina exige conduta compatível com os preceitos deste Código, em obediência as Leis, do Estatuto, dos Provimentos, Normativas e com os demais princípios da legalidade, da moral individual, ética, social e profissional. Art. 35º – O profissional Biomédico, obrigatoriamente tem que contribuir pra o aprimoramento da Biomedicina e das instituições que a ela se encontram interligadas, Art. 36º – O profissional condenado por sentença criminal, definitivamente transitada em julgado, por crime praticado no uso do exercício da profissão, ficará suspenso da atividade enquanto durar a execução da pena. 23WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 1 ENSINO A DISTÂNCIA Art. 37º – O Biomédico portador de doença incapacitante para o exercício da biomedicina, apurada pelo Conselho Regional de Biomedicina em processo administrativo com perícia médica, terá o seu registro suspenso enquanto perdurar sua incapacidade. Art. 38º – Ao Biomédico que tiver sido condenado em processo administrativo ético com decisão transitada em julgado é impedido de candidatura para participar dos pleitos eleitorais de sua categoria pelo período de 08 (oito) anos, aplicando-se o mesmo impedimento àqueles que tiverem respondido a processo crime transitado em julgado ou de improbidade administrativa transitado em julgado. Art. 39º – O Conselho Federal de Biomedicina e os Conselhos Regionais deverão cumprir e fiscalizar as normas emanadas do Governo Federal pertinentes a sua área de atuação. Art. 40º – O Conselho Federal de Biomedicina, ouvidos os Conselhos Regionais de Biomedicina, promoverá a revisão e a atualização do presente Código quando necessárias. Art. 41º – As omissões deste Código serão sanadas pelo Conselho Federal de Biomedicina. Art. 42º – O presente Código Ética entra em vigor na data de sua publicação e revoga o anterior Código de Ética aprovado pela Resolução do C. F. B. M. – no 0002/84 de 16/08/84, e alterações contido na Resolução nº34, de 06/08/91 e Resolução nº 001 de 25/03/95. 2424WWW.UNINGA.BR U N I D A D E 02 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................26 1 - CAMPO DE ATUAÇÃO: ANÁLISES CLÍNICAS .................................................................................................... 27 2 - CONHECENDO UM LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS – NOÇÕES BÁSICAS DE ADMINISTRAÇÃO LABORATORIAL E ABERTURA DE UM LAC ........................................................................................................... 29 3 - ESTRUTURA LABORATORIAL ............................................................................................................................ 31 4 - SETORES E EXAMES REALIZADOS .................................................................................................................. 32 4.1. SETOR HEMATOLOGIA ..................................................................................................................................... 33 4.2. SETOR BIOQUÍMICA E IMUNOLOGIA ............................................................................................................ 33 4.3. SETOR MICROBIOLOGIA E MICOLOGIA ........................................................................................................ 33 4.4. SETOR URINÁLISE E PARASITOLOGIA .......................................................................................................... 34 CAMPO DE MAIOR ATUAÇÃO PROFISSIONAL PROF.A RAFAELE ANDRESSA DA SILVA BELEI ENSINO A DISTÂNCIA DISCIPLINA: INTRODUÇÃO À BIOMEDICINA E DEONTOLOGIA 25WWW.UNINGA.BR 5 - NOÇÕES DE BIOSSEGURANÇA ........................................................................................................................ 34 5.1. UTILIZAÇÃO DE EPIS E EPCS .......................................................................................................................... 35 5.2. HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS .............................................................................................................................. 37 5.3. DEFINIÇÃO DAS CLASSES DE RISCO E DOS NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA (NB) .................................... 38 5.4. BOAS PRÁTICAS LABORATORIAIS ................................................................................................................ 39 5.5. MÉTODOS DE DESINFECÇÕES E ESTERILIZAÇÃO ....................................................................................... 39 5.6. O QUE FAZER EM CASOS DE ACIDENTE E POSSÍVEL CONTAMINAÇÃO COM MATERIAL BIOLÓGICO? ..... .................................................................................................................................................................................... 40 6 - COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO ................................................................................................................. 40 6.1. INSTALAÇÃO E INFRAESTRUTURA FÍSICA DO LOCAL DE COLETA ............................................................. 40 6.2. COLETA E ARMAZENAGEM DE AMOSTRAS DE SANGUE ............................................................................. 41 6.3. PROCEDIMENTO DE COLETA DE AMOSTRAS SANGUÍNEAS ...................................................................... 41 6.4. COLETA DE SANGUE VENOSO: LOCAIS DE ESCOLHA PARA VENOPUNÇÃO ............................................. 42 26WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO A biomedicina é uma carreira ampla e com mercado de trabalho diversificado: possui mais de 30 áreas de atuação autorizadas pelo Conselho Federal de Biomedicina (CFBM), sendo que o campo de maior atuação profissional está voltado às análises clínicas – o qual concentra, de acordo com dados do CFBM, cerca de 70% dos profissionais formados. Historicamente, o campo das Análises Clínicas, em nosso país, nunca teve autonomia acadêmica, mas sempre foram ligadas às Escolas e Faculdades de Farmácia no início e, mais tarde, às Faculdades de Biomedicina, de modo que hoje há três Conselhos que regulamentam a habilitação: Conselho de Farmácia, Conselho de Biomedicina, e Conselho de Medicina. Devido a isso, podemos afirmar que a grande maioria dos recém formados em Biomedicina querem e tem interesse em trabalhar com as análises clínicas, porém, podemos afirmar que esse mercado, das habilitações que possuímos é o mercado mais saturado, pois, apesar de apresentarem grandes oportunidades de trabalho também apresentam uma grande quantidade de profissionais atuantes. Já que o profissional biomédico é um dos profissionais habilitados a realizar as análises clínicas, é bom lembrar que esta habilitação é compreendida pela Lei nº 7.135, de 26 Outubro de 1983 Lei nº 6.686, de 11 de Setembro de 1979 Lei nº 7.135, de 26 de Outubro de 1983, Representação nº 1.256-5/DF, Resolução nº 86/86 regulamentado e aprovada pelo Conselho Federal de Biomedicina, em que dispõe que o profissional habilitado pode realizar análises, ser responsável técnico, assinar e emitir laudos, assumir chefias técnicas, ser diretor ou proprietário de laboratório, processar sangue e derivados, realizar exames pré-transfusionais com algumas exceções, mostra CRBM 1 (2010). De acordo com o Manual do profissional Biomédico, disponível no endereço eletrônico do CRBM 1, este profissional tem como função realizar, com exceções, coleta de amostras biológicas para realização dos mais diversos exames, como também supervisionar os respectivos setores de coleta de material biológico de qualquer estabelecimento a que isso se destine. Para os profissionais que querem trabalhar com as análises clínicas devemos expor o que é e para que serve um laboratórios de análises clínicas (LAC), situando-os de que estes empreendimentos são fundamentados em um processo ao qual se inicia desde a coleta do espécime diagnóstico, ou seja, amostras biológicas obtidas adequadamente para fins de diagnóstico laboratorial e termina com a emissão de um laudo, laudo este emitido por um profissional graduado e habilitado para tal finalidade, sendo desta forma dividido em três fases de processos dos espécimes diferentes: fase pré-analítica, analítica e pós-analítica (CFF, 2018). Nesta unidade 2, além da caracterização do campo de maior atuação profissional, esta visa também abranger de forma simples e singela a administração laboratorial, mostrando alguns dos documentos necessários e normativas e RDCs que compreendem a abertura de um LAC. Além disso, vamos explorar a estrutura física que deve possuir um laboratório, seus setores, os exames realizados, as noções de biossegurança aplicadas e a coleta do material biológico. 27WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA 1 - CAMPO DE ATUAÇÃO: ANÁLISES CLÍNICAS Historicamente, o campo das Análises Clínicas em nosso país nunca teve autonomia acadêmica, mas sempre foram ligadas às Escolas e Faculdades de Farmácia no início e, mais tarde, as Faculdades de Biomedicina. Assim como não há Faculdade de Análises Clínicas, não há Conselhos que representem diretamente esta profissão, somente conselhos que regulamentam a habilitação em análises clínicas. No Brasil, existem hoje três Conselhos que regulamentam a habilitação, que são o Conselho de Farmácia, Biomedicina e Medicina (IOC, 2018). Há quase cem anos, a medicina laboratorial existe como parte da área da saúde, onde os médicos patologistas e também pesquisadores treinavam pessoas comuns para fazer os procedimentos sob sua supervisão. No entanto, aproximadamente em 1920 esses procedimentos adquiriram aplicações técnicas e foi a partir dai que houve a necessidade de incrementar treinamento a estes. Naquela época, existia um número muito limitado de técnicas laboratoriais e estas, quase que por sua totalidade, eram baseadas em técnicas manuais. Essas técnicas eram restritas ao exame físico e observação do paciente e os estudos laboratoriais eram extremamente restritos às substâncias que eram naturalmente eliminadas pelo corpo, cita Câmara (2013).De acordo com os achados literários, acredita-se que o exame de urina foi o primeiro exame de diagnóstico laboratorial realizado. A avaliação de urina pelos médicos sumérios e babilônios foi documentada em placas de argila que datam de 4000 a.C. Culturas hindus tinham o conhecimento de que a urina de alguns pacientes tinha sabor adocicado e atraía formigas, desta maneira, os médicos daquela época diante deste achado caracterizava-se um achado diabético. Com o passar do tempo, o diagnóstico realizado na urina sofreu diversas melhorias, como o uso do uroscópio, na Idade Média, em que era usado para realizar um exame visual de urina coletada e pelas tiras reagentes, as quais continham diferentes análitos que até os dias atuais são utilizados. Em meados do século XIX, essa técnica caiu em desuso devido ao mal caráter de alguns indivíduos que tentavam e vendiam poções milagrosas para doenças que podiam ser vistas pelo uroscópio. Apesar disso, passado um tempo, voltou a ter credibilidade. No entanto, ainda existiam muitas doenças aos quais um simples exame de urina não era capaz de detectar, tornando-se diagnósticos falhos e insuficientes para a conclusão da patologia do paciente. Infelizmente, ainda faltava procedimentos que trouxessem maiores resultados e foi a partir dessa necessidade que se deu início os estudos sobre novos tipos de exames e suas técnicas, buscando maior eficiência em diagnóstico, cita Câmara (2013). Em meados de 1900, começaram a ser implantados novas metodologias, como os métodos enzimáticos para glicose em papel filtro, estes por sua vez se tornaram amplamente utilizados para teste de urina e sangue. Já em 1941, foi lançado o primeiro teste de glicose na urina, de fabricação da companhia Miles® que testavam a presença de açúcar na urina a partir de tabletes efervescentes. E foi essa mesma empresa que desenvolveu as primeiras tiras reagentes de urina, semelhantes a que temos no mercado até hoje, coloca Câmara (2013). De acordo com Câmara (2013), muitos países desenvolvidos, no final dos anos 20, realizaram treinamentos e programas educacionais para técnicos e auxiliares de laboratório. Já no final dos anos 40, técnicas de análises laboratoriais e os resultados dos exames foram estabelecidos em hospitais como parte da prática da medicina e área da saúde. A partir de uma busca por aprimoramentos nos exames laboratoriais ofertados, uniu- se a necessidade com os avanços tecnológicos e em meados dos anos 50 e 60, a explosão de conhecimento nas áreas biológicas e ciências clínicas, o desenvolvimento da automação e técnicas laboratoriais mais sofisticadas, e a criação de equipamentos capazes de auxiliar no processo de análise dos materiais coletados, fazendo com que os resultados fossem mais confiáveis e eficientes. 28WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA O crescimento expressivo da gama de testes oferecidos e o aumento do número de laboratórios clínicos, mostraram a necessidade de criação de programas de análises clínicas bem definidos e mais academicamente organizados, explica Câmara (2013). Os treinamentos que antes eram proporcionados apenas para uma melhoria dos funcionários e eram realizadas na bancada dos laboratórios com palestras formais, rapidamente tornou-se um curso com currículo organizado nas instituições de ensino. O conteúdo aplicou princípios da biociência (biologia, química, física, matemática, estatística, anatomia e fisiologia) e técnicas manuais/automatizadas com controle de qualidade assegurados antes da liberação dos resultados dos testes. Todos esses avanços trouxeram e possibilitaram que o paciente obtivesse maior confiança nos resultados laboratoriais, já que estes exames proporcionavam resultados mais satisfatórios e concretos, coloca Câmara (2013). Desta forma, podemos concluir que as análises clínicas é o ramo da área da saúde que trabalha com o estudo de substancias, materiais biológicos principalmente, de forma a coletar e apontar diagnósticos a respeito da saúde do paciente. Essas análises são realizadas a partir de exames solicitados pelo médico do paciente, ajudando a diagnosticar algum dado ou característica que possa ajudar no diagnóstico de alguma anomalia ou problema de saúde. Os exames incluem principalmente a coleta de materiais biológicos como urina, sangue, fezes ou outros, para serem analisadas e servirem para construir dados. Como esse material pode variar de natureza e de utilidade, os profissionais que irão analisá-lo também são variados, como farmacêuticos, bioquímicos, médicos ou biomédicos, sendo que esses profissionais devem possuir conhecimentos necessários na área, conforme as regras da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e os órgãos fiscalizadores. Já que o profissional biomédico é um dos profissionais habilitados a realizar as análises clínicas, é bom lembrar que esta habilitação é compreendida pela Lei nº 7.135, de 26 de Outubro de 1983 Lei nº 6.686, de 11 de Setembro de 1979 Lei nº 7.135, de 26 de Outubro de 1983, Representação nº 1.256-5/DF, Resolução nº 86/86, regulamentado e aprovada pelo Conselho Federal de Biomedicina que dispõe que o profissional habilitado pode realizar análises, ser responsável técnico, assinar e emitir laudos, assumir chefias técnicas, ser diretor ou proprietário de laboratório, processar sangue e derivados, realizar exames pré-transfusionais com algumas exceções, segundo CRBM 1 (2010). De acordo com o Manual do profissional Biomédico, disponível no endereço eletrônico do CRBM 1, o biomédico tem como função realizar, com exceções, coleta de amostras biológicas para realização dos mais diversos exames, como também supervisionar os respectivos setores de coleta de material biológico de qualquer estabelecimento a que isso se destine. Embora seja ampla a área de atuação do Biomédico, a de Análises Clínicas ainda é a mais procurada pelos profissionais do setor. No Brasil, cerca de 80% dos Biomédicos trabalham no segmento e o mercado do diagnóstico laboratorial é gigantesco. Existem no Brasil, de acordo com o Cadastro Nacional de Estabelecimentos em Saúde do Ministério da Saúde, aproximadamente 12 mil laboratórios de Análises Clínicas, entre os de saúde pública e os prestadores de serviço. Boa parte deles tem Biomédicos como proprietários, gerentes, responsáveis técnicos e prestadores de serviços ou funcionários, informa CRBM 1 (2010). 29WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA 2 - CONHECENDO UM LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS – NOÇÕES BÁSICAS DE ADMINISTRAÇÃO LABORATORIAL E ABERTURA DE UM LAC De forma geral, os Laboratórios de Análises Clínicas (LAC) são fundamentados em um processo ao qual se inicia desde a coleta do espécime diagnóstico, ou seja, amostras biológicas obtidas adequadamente para fins de diagnóstico laboratorial e termina com a emissão de um laudo, laudo este emitido por um profissional graduado e habilitado para tal finalidade (CFF, 2018). Didaticamente, o processo todo realizado dentro de um LAC pode ser dividido em três fases: pré-analítica, analítica e pós-analítica. A fase pré-analítica consiste na preparação do paciente, coleta, manipulação e armazenamento do espécime diagnóstico, antes da determinação analítica. Ou seja, engloba todas as atividades que precedem o ensaio laboratorial, dentro ou fora do laboratório de analises clínicas. A fase seguinte é a analítica, em que se inicia com a validação do sistema analítico, através do controle da qualidade interno, e se encerra, quando a determinação analítica gera um resultado. E a última é a fase pós-analítica, que se inicia após a geração do resultado analítico, quantitativo e/ou qualitativo, sendo finalizada após a entrega do laudo conforme legislação vigente (CFF, 2018). O laboratório de análises clinica é um estabelecimento fundamental para o diagnóstico e prognostico de diversasdoenças, sendo dividido em laboratório de grande, médio e pequeno porte. O laboratório de grande porte possui algumas ramificações e sistemas (como setores, número de funcionários, tamanho, etc.), que o caracterizam e diferem do laboratório de pequeno e médio porte. De acordo com o SEBRAE, um LAC representa o sonho de independência financeira dos profissionais desta área, mas, que por sofrerem algumas divergências e dúvidas quanto a sua abertura ou não, já que gerenciar um estabelecimento assim não é tarefa fácil e existem alguns fatores conflitantes quanto ao segmento, pois, cada vez mais, os médicos solicitam exames cada vez mais sofisticados, o que exige um alto investimento em tecnologias de ponta e por outro lado também a concorrência, o que gera um predomínio de grandes laboratórios que compram os pequenos para ganhar cada vez mais escala. Independentemente do porte laboratorial ao qual o profissional empreendedor almeja realizar a abertura, estes devem analisar com critério diversos fatores, como a localização do ponto comercial, lembrando-se sempre que esta é uma das decisões mais relevantes, já que envolve importantes aspectos relacionados ao crescimento do empreendimento e futura estabilidade do mesmo, como a densidade populacional, o perfil dos consumidores locais, a concorrência, os fatores de acesso e locomoção, a visibilidade, a proximidade com consultórios e clínicas médicas, a segurança e a limpeza do local, segundo SEBRAE (2018). Em relação a localização, podemos ainda destacar que os melhores pontos para a instalação de um laboratório são centros médicos (localidades próximas a hospitais, clínicas e consultórios); ruas de grande circulação de pessoas, calçadões, terminais de ônibus, estações de trem e metrô, centros comerciais e shopping centers, segundo SEBRAE (2018). 30WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Além do registro comercial, o empreendedor precisa cumprir as exigências legais presentes nas resoluções da Agência de Vigilância Sanitária – ANVISA –, com destaque para: • RDC nº 050/02 – aprova o regulamento técnico destinado ao planejamento, programação, elaboração, avaliação e aprovação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. • RDC nº 302/05 – dispõe sobre o regulamento técnico para funcionamento de laboratórios clínicos. • RDC nº 306/04 – dispõe sobre o regulamento técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. • RDC nº 063/11 – dispõe sobre os requisitos de boas práticas de funcionamento para os serviços de saúde. A RDC nº 302/05 é o resultado das discussões que definiram os requisitos necessários ao funcionamento do Laboratório Clínico e Posto de Coleta Laboratorial. Com o objetivo de definir os requisitos para o funcionamento dos laboratórios clínicos e postos de coleta laboratorial públicos ou privados que realizam atividades na área de análises clínicas, patologia clínica e citologia. Esta Resolução de Diretoria Colegiada é aplicável a todos os serviços públicos ou privados, que realizam atividades laboratoriais na área de análises clínicas, patologia clínica e citologia. Esta é uma das principais RDCs aliadas ao profissional ao qual almeja a abertura de seu empreendimento, pois, ela mostra/indica quais são os passos a serem seguidos para concretizar tal abertura. Outra documentação exigida para a abertura é o Alvará sanitário/Licença de funcionamento/Licença sanitária ao qual é um documento expedido pelo órgão sanitário competente seja ele Estadual, Municipal ou do Distrito Federal, que libera o funcionamento dos estabelecimentos que exerçam atividades sob regime de vigilância sanitária. O fator humano é fundamental para o sucesso de um laboratório de análises clínicas. Contar com profissionais qualificados e comprometidos deve estar no topo da lista de prioridades do empreendedor. Para a implantação de um laboratório de análises clínicas deve-se ser observado antes da contratação do quadro de funcionários qual será a demanda estimada diária, pois o numero de profissionais de cada cargo irá variar muito dependendo da rotina do mesmo. No entanto, podemos citar alguns cargos que são necessários pelo menos um profissional de cada, como O Responsável Técnico (RT) que é um profissional legalmente habilitado, com formação superior inscrito no respectivo Conselho de Classe, com suas competências atribuídas por Lei; Técnico de Laboratório; auxiliar de laboratório; atendente/recepcionista; copeira/serviços gerais; auxiliar administrativo e psicólogo. É de extrema importância ressaltar que todo laboratório clínico e postos de coleta laboratorial, público e privado devem estar inscritos no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde – CNES. 31WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA 3 - ESTRUTURA LABORATORIAL O laboratório clínico deve possuir estrutura organizacional documentada e excesso de atenção a fatores estruturais como, pisos, paredes, portas, janelas, iluminação e ventilação apropriadas. Os pisos utilizados em LACs devem ser de materiais impermeáveis, antiderrapante, resistente mecânica e quimicamente e não devem apresentar saliência nem depressões que prejudiquem a circulação de pessoas ou a movimentação de materiais com a finalidade de evitar possíveis acidentes. Outro aspecto importante a considerar quanto ao piso, refere-se à sua constante manutenção e limpeza. Os reparos que se fizerem necessários devem ser feitos imediatamente, mantendo-se o bom estado do mesmo. As paredes devem ser de alvenaria revestida com reboco, massa corrida e pintura acrílica semi-fosca, em cores claras. Devem ser impermeáveis, revestidas com material que permita o desenvolvimento das atividades em condições seguras, sendo resistentes ao fogo e a substâncias químicas, além de oferecer facilidade de limpeza. De acordo com a NR-8, as partes externas, bem como todas que separem unidades autônomas de uma edificação, ainda que não acompanhem sua estrutura, devem obrigatoriamente observar as seis normas técnicas oficiais relativas a resistência ao fogo, isolamento térmico, isolamento e condicionamento acústico, resistência estrutural e impermeabilidade. O teto deve atender às necessidades do laboratório quanto à passagem de tubulações, luminárias, grelhas, isolamento térmico e acústico, estática. As janelas e portas devem ser amplas e distribuídas de tal forma que permitam uma boa iluminação e arejamento do laboratório. Recomendam-se janelas basculantes por apresentarem maior segurança e por serem facilmente abertas e fechadas com um só comando de mão. As janelas devem estar localizadas acima de bancadas e equipamentos, numa altura aproximada de 1,20m do nível do piso e que a área de ventilação/iluminação seja proporcional à área do recinto, deverá haver sistema de controle de raios solares e sempre o uso de telas de proteção contra insetos. As portas deverão ser amplas com largura mínima de 1,20m e com abertura para o lado de fora do laboratório. Recomenda-se o uso de visores em divisórias, paredes, portas e onde mais for possível. Os acabamentos das portas devem ser em material que retarde o fogo. As luminárias devem, sempre que possível, ser embutidas no forro, ter lâmpadas fluorescentes e proporcionarem nível de iluminamento de no mínimo 500 lux, sobre as áreas de trabalho. Considerando o disposto nas NRs de nº 8 e nº 17, do MTE, que estabelecem normas sobre Edificações e Ergonomia, respectivamente, bem como literaturas técnicas consultadas, recomenda-se que as bancadas, sejam constituídas de material rígido para suportar o peso de materiais e equipamentos, tenham a superfícies revestidas com materiais impermeáveis, lisos, sem emendas ou ranhuras e resistentes a substâncias químicas. As opções mais utilizadas no mercado são o granito, fórmica ou material similar, possua profundidadeaproximada de 0,60 ou 0,70 m, altura aproximada de 0,90m, rodapé recuado no mínimo 0,15 m para posição em pé e bancadas livres para posição sentada; possuam cubas com profundidades adequadas ao uso, com o mínimo de 0,25m. O laboratório deve possuir armários para guardar reagentes com paredes resistentes a explosão, sistema de exaustão e bandeja de retenção de líquidos, a fim de que se possa armazenar, principalmente os reagentes sensíveis a iluminação e inflamáveis. Deve conter armários para guardar somente vidrarias limpas e descontaminadas. As pias devem ser inox e estar acoplada nas extremidades das bancadas. 32WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA As capelas devem ser localizadas nas paredes laterais para que não sofram influência de corrente de ar proveniente de tráfego de pessoas, proximidade de grelha de ar condicionado e equipadas com exaustores para evitar explosão, liberação de gases e vapores tóxicos e na manipulação de quaisquer produtos químicos. Os laboratórios devem estar equipados com extintores de combate a incêndios devidamente sinalizados, bem como mantas anti-fogo e recipientes com areia. O extintor é um instrumento simples de manusear, portátil e eficiente. Devemos lembrar também que a ventilação do ambiente deve-se ser sempre controlada com a finalidade de assegurar máximo controle da mesma, dificultando a perda de calibrações de equipamentos e também a temperatura ideal para que não ocorra a degradação de reagentes ali utilizados. 4 - SETORES E EXAMES REALIZADOS Os setores laboratoriais nada mais é que a divisão física e estrutural do ambiente para a realização das diversas análises dos materiais biológicos, realizando procedimentos quantitativos e qualitativos nas mais diversas áreas de análise objetivando melhorar e esclarecer a conduta clínica a partir dos dados emitidos nos referidos laudos, segundo CFF (2018). Basicamente, qualquer que seja o porte do laboratório existe setores que são de suma importância e que estão presentes desde o pequeno porte até o grande porte. Estes setores são os responsáveis pela realização de aproximadamente 80% da rotina de um LAC de médio e grande porte e de até 95% de um LAC de pequeno porte. São eles: Recepção, Sala de Coleta; Triagem de Materiais; Hematologia; Bioquímica e Imunologia; Urinálise e Parasitologia; Microbiologia; Sala de lavagem, esterilização e acondicionamento de materiais. Na Figura 1 você pode ter uma ideia de como é a parte técnica estrutural de LAC. Figura 1 - Estrutura técnica de Setores de um Laboratório de Análises Clínicas Fonte: Google Images (2018). 33WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Agora, vamos apresentar cada setor e quais os exames que os mesmos realizam dentro de uma rotina laboratorial: 4.1. Setor Hematologia A Hematologia compreende basicamente toda a hematologia geral, estudo da coagulação e imunohematologia, ou seja, é o setor responsável pela analise da série vermelha do sangue. O hemograma completo é o exame mais solicitado na hematologia geral, possibilitando contribuir para o diagnóstico/classificação das anemias, é um exame de grande valia, pois, analisa quanti/qualitativamente os elementos do sangue – hemácias, leucócitos e plaquetas- através de equipamento automatizado, utilizando alta tecnologia e rigoroso controle de qualidade, acompanhados de fundamental análise microscópica ou também de forma manual nos pequenos laboratórios. Outros testes também de grande valia e altamente requisitados são os da imunohematologia para a classificação do tipo sanguíneo e incompatibilidade materno-fetal e os testes de coagulação, requisitados principalmente para procedimentos pré-operatórios. Podemos dizer então que o setor da hematologia realiza exames como: Hemograma – Série vermelha e branca (hematócrito, dosagem de hemoglobina, contagem de plaquetas, contagem de hemácias, índices hematimétricos, RDW e avaliação de leucometria; coagulograma, como, análise de tempos de sangramento e coagulação, TAP, KPTT, fragilidade capilar, retração do coágulo e classificação sanguínea. 4.2. Setor Bioquímica e Imunologia A bioquímica é o setor do laboratório que tem aproveitado o avanço tecnológico para medir e expressar quimicamente as variações normais e patológicas que ocorrem nos seres vivos. Na imunologia os testes sorológicos são realizados por métodos específicos utilizando técnicas de soroaglutinação, enzimaimunoensaio, fluorimetria, quimioluminescência e imunofluorescência. Realizamos toda a triagem de hepatites, HIV, toxoplasmose, citomegalovírus, rubéola e ainda testes de gravidez e marcadores tumorais. As principais dosagens são: glicose, colesterol total e frações, triglicérides, ácido úrico, uréia, creatinina, proteínas, enzimas, eletrólitos e função hepática entre outros. Analisadores multicanal com sistema de acesso randômico, tubo primário com identificação por código de barras, controle de qualidade incorporado com gráfico de Levey- Jennings e regras de Westgard para assegurar a integridade dos resultados. 4.3. Setor Microbiologia e Micologia Microbiologia, bactérias clinicamente importantes são isoladas e identificadas neste setor. O trabalho do laboratório inclui a coleta do material clínico, o isolamento do microorganismo, a identificação e os testes de sensibilidade aos antibióticos, abrangendo secreções, urina, fezes, sangue e líquidos corporais, dispondo de aparelhos automatizados que proporcionam resultados mais rápidos e precisos. Micologia, o diagnóstico laboratorial das micoses é realizado através de análise microscópica direta e cultura de diversos espécimes clínicos. 34WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA 4.4. Setor Urinálise e Parasitologia As análises de urina são realizadas em três etapas: exame físico, químico e microscópico. O setor realiza provas químicas confirmatórias para todas as amostras anormais e dispõe de equipamento semi-automatizado e microscopia de contraste de fase para a avaliação de dismorfismo eritrocitário, auxiliar no diagnóstico das nefropatias. Já na parasitologia, é realizado exames nas fezes, utilizando métodos específicos para pesquisar as diferentes formas parasitárias, sendo muito importante na avaliação das funções digestivas e pesquisa de sangue oculto, auxiliando na identificação de ulcerações/sangramentos intestinais. É de grande valia, lembrarmos que não é somente estes setores relatados acima que fazem parte de todos os LACs, no entanto, estes são os mais presentes e os que exercem a grande parte da rotina laboratorial diária em LACs de pequeno, médio e grande porte. 5 - NOÇÕES DE BIOSSEGURANÇA A Biossegurança é o conjunto de procedimentos, ações, técnicas, metodologias, equipamentos e dispositivos capazes de eliminar ou minimizar riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, que podem comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhadores desenvolvidos, mostra Teixeira & Valle (1996). As medidas de biossegurança devem ser adotadas por laboratórios e associada a um plano de educação, com base nas normas nacionais e internacionais de transporte, conservação e manipulação de micro-organismos patogênicos, garantindo assim a segurança e integridade vital dos funcionários, segundo Teixeira & Valle (1996). A biossegurança tem o papel fundamental na promoção à saúde, uma vez que aborda medidas de controle de infecção para proteção dos funcionários que atuam na rede laboratorial, além de colaborar para a preservação do meio ambiente, no que se refere ao descarte de resíduos proveniente desse ambiente, contribuindo para a redução de riscos à saúde, cita Teixeira & Valle (1996). Quando pensamos nos profissionaisde saúde, a biossegurança em si tem o papel de preocupar-se com as instalações laboratoriais, as boas práticas laboratoriais, a exposição dos profissionais aos agentes biológicos e até mesmo a qualificação da equipe de trabalho. Classificando-a, assim, de extrema importância nesses locais devido a frequente exposição a agentes patogênicos, aos riscos físicos e químicos. No entanto, inúmeros profissionais infelizmente veem a biossegurança de forma negativa, pois acreditam que as normas nela imposta dificultam o seu trabalho. Esquecem, porém, que o não cumprimento destas normas básicas de biossegurança podem acarretar problemas como transmissão de doenças e até mesmo epidemias, conforme Sardinha (2014). Frequentemente, pode-se afirmar que os profissionais de saúde estão expostos a materiais biológicos, por isso os riscos de contaminação podem ser relativamente altos dependendo da atividade realizada pelo mesmo. O índice de acidentes envolvendo-os é alto e geralmente envolvem ferimentos com agulhas ou outro material cortante e contato direto com sangue ou materiais contaminados devido a isso são de extrema importância a utilização correta dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), expõe Sardinha (2014). 35WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA 5.1. Utilização de EPIs e EPCs Todos os profissionais da área da saúde devem ficar atentos ao uso adequado de seus equipamentos de proteção que devem ser usados apenas no local de trabalho e nunca em áreas públicas ou mesmo refeitórios e copas no interior da própria unidade laboratorial. Embora seja uma recomendação conhecida por todos os profissionais, é comum observar estes indivíduos utilizando, principalmente seus jalecos em áreas públicas e transportando-os de maneira inadequada. Infelizmente isso pode ocasionar o transporte de agentes patogênicos para fora das unidades de saúde, causando doenças na população, coloca Sardinha (2014). De acordo com a NR 6 Portaria SIT nº194, de 07 de dezembro de 2010, os profissionais da área da saúde dentro de um laboratório devem conhecer os equipamentos de proteção individual (EPI) e saber utiliza-los e ter a disponibilidade dos mesmos para a sua utilização. Esses EPIs são barreiras primárias que protegem a integridade física e a saúde do profissional. A legislação trabalhista em vigor prevê que é obrigação do trabalhador usar e conservar os EPIs e que o não cumprimento desta obrigação acarreta em sua responsabilização podendo o empregador responder criminal ou civilmente, além de ser multado pelo Ministério do Trabalho, podendo até ser demitido por justa causa. Vale ressaltar que é obrigação do empregador oferecer os EPI’s gratuitamente aos seus colaboradores. De acordo com Molinaro (2009), os EPIs (Figura 2) utilizados pelos profissionais em laboratórios clínicos são: • Protetores faciais – Cujo objetivo é oferecer proteção à face do trabalhador contra risco de impactos, de substâncias nocivas (poeiras, líquidos e vapores), como também das radiações (raios infravermelho e ultravioleta, etc.). • Protetores oculares - Protegem os olhos contra impactos, respingos e aerossóis. Deve proporcionar ao usuário visão transparente, sem distorções e opacidade. • Protetores respiratórios - Protegem o aparelho respiratório. Existem vários tipos de respiradores, que devem ser selecionados conforme o risco inerente à atividade a ser desenvolvida. Os respiradores com filtros mecânicos, por exemplo, destinam-se à proteção contra partículas suspensas no ar, os com filtros químicos protegem contra gases e vapores orgânicos. • Protetores auditivos - Previne a perda auditiva provocada por ruídos. Devem ser utilizados em situações em que os níveis de ruído sejam considerados prejudiciais ou nocivos em longa exposição. • Luvas – Sua maior função é prevenir a contaminação das mãos do trabalhador ao manipular, por exemplo, material biológico potencialmente patogênico e produtos químicos. • Jalecos – Possui uso obrigatório para todos os trabalhadores dentro das dependências laboratoriais, desde que o mesmo manipule amostras biológicas, realize lavagem de material, esterilização ou manipulação de produtos químicos. Estes devem apresentar mangas longas que cubram os braços, o dorso, as costas e a parte superior das pernas. 36WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA • Calçados de segurança - São destinados à proteção dos pés contra umidade, respingos, derramamentos e impactos de objetos diversos, não sendo permitido o uso de qualquer sapato aberto. Figura 2 – Equipamentos de Proteção Individual – EPIs. Fonte: Google Images, 2018. Já os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPCs) têm a função de proteger o ambiente e a saúde dos laboratoristas, além da integridade dos mesmos. São eles as cabines de segurança biológicas, capelas de exaustão química, extintores de incêndio, chuveiro de emergência e lava- olhos, assim como ilustrado na figura. Figura 3 - Equipamentos de Proteção Coletiva - EPCs. Fonte: Google Images (2018). 37WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA 5.2. Higienização das Mãos Infelizmente, inicia-se com descuidos do próprio profissional a disseminação de patógenos. Considera-se hoje um dos grandes problemas inerentes aos riscos dentro de um laboratório a falta ou a forma incorreta de higienização das mãos para que ocorra a minimização e eliminação destes riscos. É impossível não relacionar os riscos ambientais com as boas práticas exercidas pelos mesmos, pois não adiante haver mecanismos super avançados para esterilização se o profissional não higieniza as mãos de forma adequada ou mesmo descarta o lixo no local correto. A figura 4 ilustra passo a passo a forma adequada de higienização das mãos, veja atentamente a imagem e se caso nunca se atentou aos passos comece imediatamente a realiza-lo de forma correta. Lembre-se somos nós os profissionais da saúde que devemos ser exemplos e ajudar na minimização e eliminação da propagação destes agentes. Figura 4 – Higienização das Mãos conforme recomendações ANVISA. Fonte: Google Images (2018). 38WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA 5.3. Definição das Classes de Risco e dos Níveis de Biosse- gurança (NB) Podem ser considerados critérios de avaliação dos riscos a disponibilidade de medidas profiláticas e de tratamento eficazes, caso aconteça a exposição dos indivíduos ao risco, além dos procedimentos técnicos realizados e dos fatores inerentes aos indivíduos que atuam nos laboratórios, mostra Brasil (2006). De acordo com o grau de patogenicidade é que classificamos os agentes biológicos, como: • Classe de risco 1: Compostos por agentes biológicos que apresentam baixíssimo risco para o indivíduo e para a coletividade, com baixa probabilidade de causar doença ao ser humano. • Classe de risco 2: Compostos por agentes biológicos que apresentam risco individual moderado para o indivíduo, possui baixa probabilidade de disseminação, podendo causar doenças ao ser humano, porém, existem meios eficazes de profilaxia e/ou tratamento. • Classe de risco 3: Composto por agentes biológicos que apresentam elevado risco de transmissão para o indivíduo, podendo causar doenças e infecções graves ao ser humano, entretanto nem sempre existem meios eficazes de profilaxia e/ou tratamento. • Classe de risco 4: Composto por agentes biológicos que apresentam risco elevado para o indivíduo e com probabilidade elevada de disseminação para a coletividade. Apresenta grande poder de transmissibilidade de um indivíduo a outro. Podem causar doenças graves ao ser humano, ainda não existem meios eficazes para a sua profilaxia ou seu tratamento. E existem também os Níveis de biossegurançaou de contenção dos laboratórios para manipulação dos micro-organismos pertencentes a cada uma das quatro classes de risco, que devem ser atendidos alguns requisitos de segurança, conforme o nível de contenção necessário. Esses níveis de contenção são denominados níveis de biossegurança sendo designados em ordem crescente (NB-1 a NB-4), pelo grau de proteção proporcionado ao pessoal do laboratório, meio ambiente e à comunidade, segundo Brasil (2010b). • NB – 1: Requer procedimentos para o trabalho com microorganismos (classe de risco 1) que normalmente não causam doença em seres humanos ou em animais de laboratório. Representa um nível básico de contenção, que se fundamenta na aplicação das boas práticas laboratoriais (BPLs), na utilização de EPIs e EPCs e na adequação das instalações. Em geral, as atividades são realizadas sobre as bancadas. • NB – 2: Requer procedimentos para o trabalho com microorganismos (classe de risco 2) capazes de causar doenças em seres humanos ou em animais de laboratório sem apresentar risco grave aos trabalhadores, comunidade ou ambiente, são compostos por agentes não transmissíveis pelo ar, em que há tratamento efetivo e medidas preventivas disponíveis e o risco de contaminação é pequeno. O acesso ao laboratório deve ser restrito aos profissionais da área. 39WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA • NB – 3: Requer procedimentos para o trabalho com microorganismos (classe de risco 3) que geralmente causam doenças em seres humanos ou em animais e podem representar um risco se disseminado na comunidade, mas usualmente existem medidas de tratamento e prevenção, porém necessitam de certa contenção para impedir a transmissão pelo ar. • NB – 4: Requer procedimentos para o trabalho com microorganismos (classe de risco 4) que causam doenças graves ou letais para seres humanos e animais, com fácil transmissão por contato individual casual e para estes não existem medidas preventivas e de tratamento. Nos laboratórios NB-3 e NB-4, o acesso dos indivíduos deve ser restrito e utiliza-se um sistema de segurança altamente rigoroso. São designados aos laboratórios que desenvolvam atividades de diagnóstico e pesquisa de maior complexidade e nível de biocontenção. 5.4. Boas Práticas Laboratoriais De acordo com a ANVISA, o objetivo das boas práticas em laboratórios (BPL) é avaliar o potencial de riscos e o nível de toxidade dos produtos, objetivando a melhoria na promoção a saúde humana, animal e meio ambiente; desta forma, podemos afirmar que a não utilização das BPL, podem provocar elevação dos riscos de exposição laboratorial, mostra Molinaro (2009). Para que ocorra de forma mais eficaz e garantir a real aplicação destes princípios, um dos meios mais utilizados pelos laboratórios são os Procedimentos Operacionais Padrão (POP), que nada mais é que um documento com descrições das atividades e técnicas realizadas e padronizadas com a finalidade de minimizar a ocorrência de desvios na execução das atividades e garantir a qualidade do serviço prestado, segundo Molinaro (2009). Buscando sempre a proteção do profissional que atua em laboratórios o Ministério da Saúde recomenda que o símbolo de risco biológico seja colocado na entrada do laboratório, assim como a sua classe de risco e a frase: “Proibida a entrada de pessoas não autorizadas”. É indispensável que todos os trabalhadores que atuam em LAC com agentes ou material biológicos deverão estar cientes dos riscos pertinentes as suas atividades e devem ser conhecedores dos procedimentos para minimização do risco de contaminação. 5.5. Métodos de Desinfecções e Esterilização Desinfecção é um processo de eliminação de microorganismos presentes em superfícies e produtos para saúde, que apresenta menor poder letal que a esterilização, pois não destrói todas as formas de vida microbiana. Já a esterilização destrói todos os microrganismos, principalmente os esporos, cita Hirata (2002). Já a esterilização é o método que destrói todos os organismos patogênicos (bactérias, fungos, esporos e vírus) mediante a aplicação de agentes físicos, químicos e físico-químicos. Para sabermos qual a escolha do método de esterilização deve ser levada em consideração o material e a resistência do mesmo a calor, vapor ou ambos. Como exemplos podemos citar as autoclaves como esterilizante físico, esterilizante químico pode relatar os aldeídos e quando falamos em esterilização física química podemos citar o óxido de etileno (HIRATA, 2002). 40WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA 5.6. O que Fazer em Casos de Acidente e Possível Contami- nação com Material Biológico? Todo profissional da área que executa tarefas aos quais a exposição à agentes biológicos podem ocasionar contaminações devem sempre ser cuidadosos, respeitar e utilizar os EPIs adequados a sua respectiva função. No entanto, estes profissionais estão sujeitos a sofrerem algum tipo de acidente biológico. Caso isso ocorra, é de fundamental importância seguir alguns passos para realizar a notificação de acidente de trabalho com risco biológico. Primeiramente, o indivíduo deve notificar alguém que esteja juntamente com ele e sinalizar a área, imediatamente lavar com sabonete neutro o local e preencher o relatório de acidente para serem tomadas as cabíveis providencias. Em hipótese alguma o profissional deve deixar de notificar o acidente, já que este pode prejudicar diretamente a saúde do mesmo. 6 - COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO 6.1. Instalação e Infraestrutura Física do Local de Coleta De acordo com a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica (SBPC), a coleta de sangue é o momento mais importante na relação do paciente com o laboratório, já que infelizmente, muitos destes pacientes possuem medo e/ou desconforto com o ato da coleta em si. Com a finalidade de garantir conforto tanto aos pacientes quanto aos profissionais é necessário definir bem os requisitos mínimos para o bom funcionamento para uma excelente coleta (SBPC, 2013). A RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002, que dispõe sobre o regulamento técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde, caracteriza bem os requisitos de infraestrutura de salas de coleta de sangue e de procedimentos para coleta de outros líquidos biológicos. A RDC nº 302, de 13 de outubro de 2005, que dispõe sobre o regulamento técnico para funcionamento de laboratórios clínicos, detalha padrões para o funcionamento de áreas de coleta de amostras biológicas (SBPC, 2013). Todos os acidentes em que os profissionais/graduandos de saúde se expõem a sangue e outros fluidos biológicos devem ser considerados de emergência médi- ca, havendo, portanto, necessidade de se priorizar o atendimento no mais curto espaço de tempo possível. Estas, devem ser condutas específicas com finalidade de evitar a disseminação de vírus como o HIV e as hepatites B e C. Sabe-se que os risco de infecção pelo HIV foi avaliado em situações de exposição ao sangue. Quanto aos outros fluidos biológicos, o risco existe, mas ainda não uma definição da quantidade patogênica. O risco estimado de infecção pelo HIV é de 0,3% para exposição percutânea e 0,09% para exposição mucocutânea e a probabilidade de infecção pós-exposição ao vírus da hepatite B pode atingir até 40%. Para o vírus da hepatite C o risco varia entre 1 e 10%. 41WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Essas resoluções definem que a sala de coleta deve conter espaço suficiente para a instalação de uma cadeira ou poltrona, com braçadeira apropriada para a coleta de sangue, um móvel ou bancada de apoio para armazenamento e uso de materiais de coleta, um dispositivo para a higienização das mãos (álcool em gel, lavatório ou similares)e um recipiente rígido adequado para o descarte de materiais perfurocortantes utilizados. A metragem mínima exigida é de pelo menos 3,6 m2. Já as salas de coleta infantil são cada vez mais comum, para facilitar a coleta dos pequeninos (SBPC, 2013). 6.2. Coleta e Armazenagem de Amostras de Sangue A grande maioria dos laboratórios levam em consideração a publicação realizada pela Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial em sua publicação Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial para coleta de sangue venoso para que ocorra de forma eficiente a coleta de materiais biológicos em seu empreendimento. Para que ocorra uma coleta eficiente e correta, é necessário que, para a coleta de sangue seja observado principalmente o tempo de jejum, o uso de medicamentos, drogas, álcool e toda substância que possa interferir nas análises. Já em relação a coleta de material fecal e urina é necessário orientar corretamente o paciente quanto como deve ocorrer a coleta e o tempo/ temperatura de armazenamento e transporte das mesmas. Já que principalmente a amostra de urina não preconiza o tempo máximo de entrega ao laboratório de mais de 2 horas após a sua coleta para a análise. As amostras de fezes podem ser refrigeradas por um período de 24 horas. Sabemos que a Fase pré-analítica é a fase que antecede a coleta do material biológico e ela é responsável por aproximadamente 70% dos erros. Esses erros se enquadram em: erro na leitura da solicitação, instruções de preparo do paciente, procedimentos de coleta, acondicionamento e transporte das amostras, informações cronobiológicas do paciente: gênero, idade, Atividade física, jejum, dieta e uso de drogas para fins terapêuticos ou não. A sequência dos tubos utilizados nas coletas sanguíneas é baseado na (CLSI H3-A6, Procedures for the Collection of Diagnostic Blood Specimens by Venipunctures; ApprovedStandart, 6th ed.) e deve ser respeitada, para que não ocorra contaminação por aditivos nos tubos subsequentes (contaminação cruzada dos aditivos), quando há necessidade da coleta para diversos analítos de um mesmo paciente. A sequência de coleta pela CLSI H3-A6, Procedures for the Collection of Diagnostic Blood Specimens by Venipuncture; Approved Standard, 6th ed. recomendação para tubos de plásticos é frasco para hemocultura; tubo de citrato de sódio; tubo com ativador de coágulo, com ou sem gel para obtenção de soro; tubo de heparina; tubo de EDTA e por último o tubo de fluoreto/EDTA. 6.3. Procedimento de Coleta de Amostras Sanguíneas De acordo as recomendações do CLSI, existem uma sequência de fatores que fazem com que a coleta de material sanguíneo seja eficiente. Primeiramente o profissional deve chamar o paciente sempre pelo nome completo ao qual está em seu documento pessoal e observar se o nome correspondente é o que está no código de barras que será utilizado para as eventuais coletas. Após isso realizar a higienização das mãos, preparar os matérias e acomodar o paciente de forma confortável ao procedimento, calçar as luvas, realizar a punção e distribuir as amostras nos tubos correspondentes com as análises de acordo com a necessidade, assim como ilustra a figura 5. 42WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 5 - Sequência de coleta de acordo com recomendações do CLSI. Fonte: O autor (2018). 6.4. Coleta de Sangue Venoso: Locais de Escolha para Ven- opunção Para uma coleta rápida, menos dolorosa e eficiente, existem alguns locais de preferência, são eles a fossa antecubital em que as veias mais frequentemente utilizadas são a cubital mediana e a cefálica e as veias do dorso da mão, em que o arco venoso dorsal é o mais recomendado por ser mais calibroso. Figura 6 - Locais de Escolha para venopunção. Fonte: Google Images (2018). 43WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 2 ENSINO A DISTÂNCIA E a última recomendação são os locais/áreas que devem ser evitados numa punção, que são aquelas onde estiverem instaladas terapias intravenosas, locais que contenham cicatrizes e queimaduras, áreas com hematomas e evitar puncionar veias trombosadas. Para saber mais informações sobre os matérias necessários, as fases, os méto- dos de coleta de material biológico acessar: Recomendações da Sociedade Bra- sileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial para coleta de sangue venoso, disponível em: http://www.sbpc.org.br/upload/conteudo/320090814145042.pdf 4444WWW.UNINGA.BR U N I D A D E 03 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 46 1 - ENTENDENDO AS HABILITAÇÕES ................................................................................................................... 48 1.1. PATOLOGIA CLÍNICA (ANÁLISES CLÍNICAS) ................................................................................................. 49 1.2. ANÁLISES BROMATOLÓGICAS E MICROBIOLOGIA DE ALIMENTOS ......................................................... 49 1.3. MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA (FUNGOS, BACTÉRIAS, VÍRUS E PARASITAS) ............................... 49 1.4. BANCO DE SANGUE .......................................................................................................................................... 50 1.5. IMUNOLOGIA E BIOQUÍMICA ......................................................................................................................... 50 1.6. GENÉTICA E BIOLOGIA MOLECULAR ............................................................................................................ 50 1.7. EMBRIOLOGIA E REPRODUÇÃO HUMANA ASSISTIDA ................................................................................ 50 1.8. ANÁLISE AMBIENTAL ....................................................................................................................................... 51 1.9. DIAGNÓSTICO POR IMAGEM E TERAPIA ...................................................................................................... 51 MERCADO DE TRABALHO PUBLICO E PRIVADO PROF.A RAFAELE ANDRESSA DA SILVA BELEI ENSINO A DISTÂNCIA DISCIPLINA: INTRODUÇÃO À BIOMEDICINA E DEONTOLOGIA 45WWW.UNINGA.BR 1.10. ADMINISTRAÇÃO E ENSINO ......................................................................................................................... 51 1.11. PERFUSÃO EXTRACORPÓREA ....................................................................................................................... 51 1.12. INFORMÁTICA DA SAÚDE ............................................................................................................................. 52 1.13. PSICOBIOLOGIA ............................................................................................................................................. 52 1.14. FISIOLOGIA, FISIOLOGIA GERAL E HUMANA .............................................................................................. 52 1.15. ACUPUNTURA ................................................................................................................................................ 52 1.16. HISTOLOGIA HUMANA E CITOPATOLOGIA ................................................................................................. 52 1.17. BIOMEDICINA ESTÉTICA ............................................................................................................................... 53 1.18. AUDITORIA ...................................................................................................................................................... 54 1.19. SAÚDE PÚBLICA ............................................................................................................................................. 541.20. BIOMÉDICO SANITARISTA ........................................................................................................................... 54 1.21. DOCÊNCIA ....................................................................................................................................................... 55 1.22. ANÁLISES MICROBIOLÓGICAS DE ÁGUA ................................................................................................... 55 1.23. ANÁLISES CLÍNICAS VETERINÁRIAS .......................................................................................................... 55 1.24. PERICIA CRIMINAL ........................................................................................................................................ 55 1.25. MEIO AMBIENTE, SEGURANÇA NO TRABALHO, SAÚDE OCUPACIONAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL .................................................................................................................................................................................... 56 1.26. SERVIÇOS DE DIÁLISE (SOB A SUPERVISÃO DE MÉDICO NEFROLOGISTA) ......................................... 56 1.27. VETORES E PRAGAS URBANAS ..................................................................................................................... 57 1.28. TOXICOLOGIA ................................................................................................................................................. 57 46WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 3 ENSINO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO Como sabemos, a Biomedicina é uma área das Ciências Biológicas que estuda as doenças humanas, suas causas e meios de tratá-las. O biomédico deve possuir ampla e sólida formação generalista com conhecimento amplo na fisiologia humana, como um todo, sua organização e funcionamento nos diversos níveis e as interações com os demais seres vivos e com o meio ambiente e social. Este profissional é apto a áreas celular e molecular, mas possui especialidades aos quais podem responder. Os biomédicos generalistas atuam nas análises clínicas, este profissional está apto a diagnosticar doenças e mediar interações do ser humano com o seu ambiente e o ambiente social. Deve manter a ética profissional e manter em sigilo e extrema responsabilidade os laudos referentes a seus pacientes. Já os Biomédicos especialistas podem atuar em vários campos, dependendo da sua especialidade. Muito se engana quem pensa que os biomédicos trabalham apenas em laboratórios de análises clínicas. Esta por sua vez é sim um dos campos de trabalho mais procurado pelos profissionais formados em biomedicina. No entanto, o mercado de trabalho biomédico é amplo e atualmente os profissionais buscam cada vez mais expandir seus conhecimentos e se especializar nas áreas. O mercado de trabalho para os profissionais formados em Biomedicina está em total expansão. Hoje encontramos mais oportunidades, sejam em hospitais, em clínicas e em laboratórios dos mais diversos âmbitos. De acordo com o Conselho Federal de Biomedicina (CFBM), existem mais de 30 habilitações ao qual o profissional Biomédico pode se especializar e atuar. A figura 1 foi retirada do próprio site do CRBM1 e mostras as diversas habilitações: Figura 1 - As 35 Habilitações do Profissional Biomédico. Fonte: CRBM 1 (2018). 47WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 3 ENSINO A DISTÂNCIA Estes campos de atuações possuem amplo mercado de trabalho. Alguns ainda são áreas em desenvolvimento e que o Biomédico está a pouco tempo inserido como a estética e a psicobiologia, por exemplo. O importante a ser dito é que o mercado de trabalho para o profissional biomédico está cada vez mais amplo tanto em setores privados quanto em setores públicos, segundo CRBM 1 (2018). O setor público abrange diversas áreas das habilitações biomédicas, no entanto as que possuem maior número de concursos em aberto em todas as regiões do Brasil são para cargos em análises clínicas, analises Forense, em análises ambientais, as análises forenses estão cada vez mais ascendente, os Bancos de Sangue públicos, Vigilância Sanitária e a Docência, já que o profissional Biomédico pode lecionar todas as disciplinas que cursou ao longo de sua graduação, coloca CRBM 1 (2018). Atualmente, o mercado privado está em ascensão principalmente na área da Estética. Inúmeros profissionais estão procurando se especializar como Biomédico Esteta, já que este profissional pode realizar procedimentos Invasivos não cirúrgicos, como o caso do Botox, que antes apenas era realizado pelo médico Dermatologista. Outra área de atuação em desenvolvimento é a Reprodução Humana, é uma habilitação em que o profissional possui ascendente remuneração financeira, devidos aos ensaios serem de custos relativamente altos, mas que, no entanto está em aumento gradativo, pois a procura pela Reprodução assistida entre casais que não conseguem a concepção de forma natural atualmente está mais fácil de se realizar do que a anos atrás, além dos resultados hoje, serem muito mais expressivos em positividade. Veja a seguir as habilitações e o que pode ou não o profissional realizar, mostra CRBM 1 (2018). Figura 2 – Vagas por área ofertadas em concursos (2014 – 2016). Fonte: Biomedicina Padrão, (2018). 48WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 3 ENSINO A DISTÂNCIA 1 - ENTENDENDO AS HABILITAÇÕES Para o reconhecimento das habilitações, além da comprovação em currículo, deverá o profissional comprovar a realização de estágio mínimo, com duração igual ou superior a 500 (quinhentas) horas, em instituições oficiais, ou particulares, reconhecidas pelo Órgão competente do Ministério da Educação ou em Laboratórios conveniados com Instituições de nível superior, ou especialização ou curso de Pós-Graduação, reconhecido pelo MEC. A figura 3 demonstra as principais áreas de atuação do profissional. As atividades do profissional Biomédico estão devidamente regulamentadas pelas Resoluções nº 78 e 83, de 29/4/02, nº 135, de 3/4/07, nº 140, de 4/4/ 07 e nº 145, de 30/8/07, do Conselho Federal de Biomedicina, que dispõem sobre o Ato Profissional Biomédico. Portanto, no exercício de suas atividades, legalmente habilitados na forma da legislação específica, o Biomédico poderá atuar: Figura 3 - Especialidade do Biomédico – Perfil do profissional. Fonte: Biomedicina Brasil (2018). 49WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 3 ENSINO A DISTÂNCIA 1.1. Patologia Clínica (Análises Clínicas) Legalizada pela Lei nº 7.135, de 26/10/83 da Lei nº 6.686, de 11/9/79 Representação nº 1.256-5/DF Resolução nº 86/86, o profissional biomédico com habilitação em Análises Clínicas e Banco de Sangue tem competência legal para assumir e executar o processamento de sangue, suas sorologias e exames pré-tranfussionais e é capacitado legalmente para assumir chefias técnicas, assessorias e direção destas atividades. Suas maiores funções é realizar análises, ser responsável técnico, assinar e emitir laudos, assumir chefias técnicas, ser diretor ou proprietário de laboratório, processar sangue e derivados, realizar exames pré-transfusionais (com algumas exceções). E pode elaborar exames laboratoriais e diagnósticos realizados em animais de pequeno e grande porte, assinando os respectivos laudos. 1.2. Análises Bromatológicas e Microbiologia de Alimentos De acordo com a resolução nº 78, de 29 de abril de 2002, o profissional biomédico habilitado em bromatologia pode realizar todos os procedimentos microbiológicos, físico- químicos, microscópicos e toxicológicos que envolvam as análises dos alimentos e água. Isso envolve o controle de qualidade, detecção de contaminações e fraudes de acordo com as normas da legislação. Além das análises laboratoriais o profissionalhabilitado nessa área pode ser responsável técnico de serviços de alimentação, auditor em cozinhas e fábricas, pode elaborar manuais de boas práticas, procedimentos operacionais padrão (POPs) e sistemas APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle). Quem atua nesse campo pode se vincular a uma empresa, prestar serviços de forma autônoma ou até mesmo ser proprietário da empresa. 1.3. Microbiologia e Parasitologia (Fungos, Bactérias, Vírus e Parasitas) Tem como objetivo identificar microrganismos para o diagnóstico clínico e desenvolvimento de pesquisas e auxiliar programas governamentais de saneamento para erradicação de doenças e educação sanitária. Maiores informações sobre o campo de atuação em análises clínicas, os pisos salariais e outras áreas de atuação, acessar: MORENO, A. C. Guia de carreiras: Biomedicina. Disponível em: http://g1.globo.com/educacao/guia-de-carreiras/noticia/2012/07/ guia-de-carreiras-biomedicina.html 50WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 3 ENSINO A DISTÂNCIA 1.4. Banco de Sangue De acordo com a Lei nº 10.205, de 21 de março de 2001, Resolução CFBM nº 78, de 29 de abril de 2002, e a Resolução CFBM nº 227, de 7 de maio de 2013 RDC Anvisa nº 57, de 16 de dezembro de 2010 o profissional biomédico é apto, desde que possua especialidade ao cargo à trabalhar em Bancos de Sangue de caráter público (por meio de concurso público) ou privado. Este profissional pode assessorar e executar trabalhos específicos e relacionados ao processamento semi-industrial e industrial do sangue; executar procedimentos técnicos de banco de sangue, transfusão, infusão de sangue, hemocomponentes e hemoderivados, bem como assumir a chefia técnica e a assessoria dessas atividades, lembrando sempre que a responsabilidade técnica é exclusiva de médico especialista em hemoterapia ou hematologia e é vedada a este profissional realizar o procedimento de transfusão. 1.5. Imunologia e Bioquímica Nesta habilitação o profissional realiza as análises do sistema de defesa do organismo humano (leucócitos), visando a identificação e a classificação dos agentes patológicos para estudo, desenvolvimento e aperfeiçoamento de vacinas, realizando testes sorológicos por meio de técnicas de soroaglutinação, fluorimetria, quimioluminescencia e imunocromatografia. Pode realizar análises biológicas e químicas de organismos vivos, principalmente para subsidiar pesquisas em biotecnologia, para produção de enzimas e desenvolvimento de biocombustíveis, atuar em bioindústrias e bioempresas em análises químicas e biológicas, produção de soros, vacinas, kits de reagentes para análises, assumir chefias técnicas e ser diretor ou proprietário da unidade. 1.6. Genética e Biologia Molecular Executar técnicas laboratoriais emprestadas da Microbiologia, Genética e Bioquímica para aprimoramento do diagnóstico clínico. Assim como, coletar, analisar, interpretar, emitir e assinar laudos e pareceres técnicos, prestar consultoria, ser aconselhador genético. Pode realizar exames que utilizem como técnica a reação em cadeia da polimerase (PCR), podendo para tanto assumir a responsabilidade técnica e firmar os respectivos laudos, inclusive a investigação de paternidade por DNA, atuar na reprodução humana assistida e identificação de perfil molecular na perícia criminal. 1.7. Embriologia e Reprodução Humana Assistida Uma das áreas de atuação de maior procura no mercado biomédico, a Reprodução Humana Assistida vem a cada ano se mostrando mais presente e eficiente no mercado de fertilização. As técnicas de fertilização são de responsabilidade única e exclusiva do médico, no entanto o biomédico tem o primordial papel de realizar todas as manipulações laboratoriais dos gametas, como a manipulação de oócitos e espermatozoides, a identificação e classificação oocitária, o processamento seminal, a técnica de espermograma, criopreservação seminal, classificação embrionária, criopreservação embrionária, biópsia embrionária e hatching, Vale lembrar que este profissional habilitado em Reprodução Humana pode atuar em Embriologia, assinar laudos e assumir a responsabilidade técnica do laboratório. 51WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 3 ENSINO A DISTÂNCIA 1.8. Análise Ambiental Neste campo o profissional pode realizar análises físico-químicas e microbiológicas para o saneamento do meio-ambiente, incluídas as análises de água, ar e esgoto, podendo ser profissional autônomo ou consultor. 1.9. Diagnóstico por Imagem e Terapia De acordo com a Resolução nº 234, de 5 de dezembro de 2013 a habilitação em Biofísica, Radiologia ou em Imagenologia permite ao profissional biomédico exercer e realizar atividades em serviços de radiodiagnóstico, como operações com equipamentos e sistemas de diagnóstico por imagem, tais como, tomografias computadorizadas, ressonância magnética, ultrassonografia, radiologia vascular e intervencionista, radiologia pediátrica, mamografia, densitometria óssea, neuroradiologia e medicina nuclear e radioterapia (operações com equipamentos de diferentes fontes de energia, para tratamento, que utilizam radiações ionizantes); Gerenciar os serviços de radiodiagnóstico, sistema PACS/RIS, radiografia convencional e contrastada, atuar em sistemas de informação em saúde, prontuário eletrônico do paciente, telemedicina, sistemas de apoio à decisão, processamento de sinais biológicos, internet em saúde, padronização da informação em saúde, processamento de imagens médicas, bioinformática, tomografia computadorizada (TC), ressonância magnética (RM), medicina nuclear (MN), radioterapia (RT) e radiologia médica; pode executar procedimentos de radio farmácia e administrar doses de radiofármacos para diagnóstico e terapia (sob a supervisão de médico nuclear), responsabilizar-se pela elaboração do programa de educação continuada e melhoria da qualidade, atuar no treinamento de equipamentos e softwares radioterápicos em empresas especializadas e atuar como vendedor de equipamentos e acessórios radioterápicos e ser atuante em pesquisa clínica 1.10. Administração e Ensino Nesta habilitação, o profissional tem suas funções focadas no gerenciamento e/ou coordenação de equipes, gestão da qualidade dos serviços, fiscalização de outros profissionais e serviços, auditorias e inspeções de qualidade, ser avaliador das conformidades com as normas vigentes, pode trabalhar na área de ensino para a especialização dos profissionais oferecendo treinamentos teóricos e práticos, assim como consultoria nas diversas áreas. 1.11. Perfusão Extracorpórea De acordo com a Resolução CFBM nº 135, de 3 de abril de 2007 o profissional biomédico possui capacidade técnica e conhecimento para operar equipamentos de circulação extracorpórea em cirurgias aos quais realizam uma circulação sanguínea do paciente, em um meio artificial, com a finalidade de realizar uma barreira para que o cirurgião trabalhe em um espaço sem muito sangue. Esta máquina realiza de forma contínua e extracorpórea toda a função do organismo humana e é esta ao qual o profissional biomédico opera. 52WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 3 ENSINO A DISTÂNCIA 1.12. Informática da Saúde Profissionais habilitados nesta área trabalham no armazenamento, recuperação e uso da informação, dados e conhecimento biomédicos para a resolução de problemas e tomada de decisão, são capazes de criar softwares de informações utilizados em centros médicos e clínicos para armazenamento de informações dos pacientes, assim, como também agilizar tais processos. É um campo de atuação novo, com mercado crescente e remuneração salarial muito boa. 1.13. Psicobiologia Realizar pesquisa experimental da base biológica dos processos mentais sobre os processos e estruturas fisiológicos. 1.14. Fisiologia, Fisiologia Geral e Humana Estudar ofuncionamento e o mecanismo do corpo humano. 1.15. Acupuntura A Resolução CFBM nº 2, de março de 1995 e a Resolução CFBM nº 185, de 26 de agosto de 2010 Normativa CFBM nº 1, de 10 de abril de 2012 expõem que profissionais habilitados aqui podem otimizar tratamentos convencionais de saúde por meio da promoção do equilíbrio energético e do reestabelecimento da integração funcional dos sistemas orgânicos. A acupuntura é uma terapia milenar chinesa que consiste na aplicação de agulhas em pontos específicos do corpo. Estas são aplicadas no local correspondente à situação a ser tratada, e/ou no meridiano correspondente à doença a ser tratada. A acupuntura serve como uma terapia complementar para tratamentos como distúrbios hormonais e menstruais, insônia, problemas respiratórios, doenças auto-imunes, crônicas, doenças de pele, doenças ortopédicas e pode ser realizada como forma complementar de tratamento para todas as doenças e distúrbios emocionais. Neste campo, o profissional biomédico pode realizar atendimento em consultório voltado à atividade e procedimentos de Acupuntura, aplicar o diagnóstico energético (complementar ao diagnóstico clínico nosológico), aplicar procedimentos técnicos para promoção do equilíbrio energético – orgânico e exercer atividades ligadas à docência e pesquisa. 1.16. Histologia Humana e Citopatologia Neste campo, o profissional pode realizar estudos de tecidos do corpo humano para desenvolvimento de pesquisas, avaliação citológica do material esfoliativo. A habilitação em citologia oncótica vem cada vez mais abrindo possibilidades para o aprimoramento e crescimento profissional do biomédico. A atuação nessa área exige desse profissional um conhecimento amplo, não só no contexto diagnóstico, mas também no gerenciamento de serviços públicos e privados. Essa habilitação promove um aperfeiçoamento contínuo do profissional em virtude do dinamismo com que se desenvolvem as metodologias diagnósticas. 53WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 3 ENSINO A DISTÂNCIA A especialidade não limita o profissional apenas à análise citológica de amostras celulares, mas permite atuação no desenvolvimento de novas metodologias e diagnósticos em materiais processados por citologia em meio líquido, imunocitoquímica e diagnóstico molecular a partir do material celular obtido, aumentando assim a sensibilidade e as especificidades da identificação de doenças malignas. Áreas de atuação como programas de prevenção do câncer ginecológico, mamas e demais sítios corporais são de extrema importância no combate às doenças malignas e os profissionais biomédicos têm conhecimento específico em citologia e anatomia patológica, não limitado apenas ao diagnóstico, mas, principalmente, na criação e gerenciamento de políticas de saúde. O profissional participa de todas as etapas, desde a coleta até a liberação do laudo já que é possível fazer citologia oncótica de qualquer local do corpo. E geralmente são utilizados um dos três métodos a seguir para obtenção do material: Raspado: raspa-se o local desejado e transfere- se o material para uma lâmina de vidro. Depois cora-se a lâmina de acordo com o tipo de amostra como por exemplo pele, vulva, colo; Líquidos corporais: depois de colhido o líquido, centrifuga- se e cora-se a lâmina de modo semelhante ao método anterior. Exemplo: urina, líquido ascítico, líquido pleural, líquor, etc.; Punção (PAAF - Punção Biópsia Aspirativa por Agulha Fina): Este método é novo, mas merece destaque, pois vem evoluindo e ganhando destaque rapidamente. Citopunção realizada em estruturas ou órgãos. Exemplo: nódulos de tireóide, cistos de mama, lesões de glândulas salivares, etc. O PAAF é o método que só o profissional médico pode realizar. 1.17. Biomedicina Estética A Resolução nº 197, de 21 de fevereiro de 2011, a Resolução nº 200, de 1º de julho de 2011, e a Resolução nº 214, de 10 de abril de 2012 Normativa nº 01, de 10 de abril de 2012 fazem com que o profissional habilitado neste campo tenha conhecimento necessário e suficiente para orientar a população com disfunção dermato-fisiológica, mostrando/identificando as formas de correção, prevenindo o envelhecimento cutâneo natural e elevando a auto estima do indivíduo, pode realizar procedimentos invasivos não cirúrgicos: aplicação de toxina botulínica tipo A; mesoterapia/intradermoterapia; preenchimentos semi-permanentes; peelings químicos; carboxiterapia; laser fracionado; luz intensa pulsada, dentre outras inúmeras técnicas invasivas não cirúrgicas utilizadas no tratamento do rejuvenescimento cutâneo e de alterações nas conformações corporais (celulite, estrias, flacidez, gordura localizada, etc.), radiofrequência, dentre outros recursos. 54WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 3 ENSINO A DISTÂNCIA 1.18. Auditoria Na Resolução CFBM nº 184, de 26 de agosto de 2010 pode-se participar, individualmente e/ou em equipes, da auditoria dos serviços de toda área da saúde, nos níveis federal, estadual ou municipal, na esfera pública ou privada, realizar procedimentos técnicos, científicos, contábeis, financeiros e patrimoniais praticados por pessoas físicas e jurídicas no âmbito do SUS, por meio da realização de auditorias analíticas, operativas, de gestão e especiais, auditar os serviços de estatística aplicada à saúde e o de informações aplicado na organização, gestão de convênios, gerenciamento de custos, auditar contas hospitalares de hospitais particulares, municipais, estaduais e federais, participar de medidas de cooperação técnica entre os órgãos que compõem o sistema nacional de auditoria, acompanhar a qualidade dos procedimentos e serviços de saúde disponibilizados à população, inclusive com acesso aos prontuários, pareceres médicos, boletim de produção ambulatorial e relatório da situação de produção, fornecer relatórios e pareceres para a vigilância sanitária municipal, estadual e federal, realizar auditorias e vistorias em conjunto com a vigilância sanitária municipal, estadual e federal (ANVISA) com vistas a credenciamentos e acompanhamento em hospitais, clínicas públicas e particulares, dos planos de saúde em geral, disponibilizar relatórios da gerência de auditoria, mensais e extraordinariamente quando se fizer necessário e/ou mesmo pactuado através de contrato, instruir processos e articular com as equipes de controle, avaliação e auditoria a nível federal/estadual/municipal, a realização das atividades de auditoria, elaborar normas e rotinas necessárias à realização das atividades pertinentes aos serviços apresentando os devidos relatórios, ministrar cursos para formação de auditor e auditar a implantação do PSF em clínicas, hospitais públicos e particulares. 1.19. Saúde Pública Desenvolver e implementar projetos governamentais em DSTs, doenças crônicas, doenças infectocontagiosas, zoonoses, atendimento domiciliar (cuidadores), saúde do trabalhador, atendimento à população indígena e carcerária, analisar, acompanhar e fiscalizar processos de terceirização de serviços médicos e diagnósticos, assessorar e prestar consultoria em levantamentos estatísticos da população, podendo, ainda, participar dos conselhos municipais e estaduais de saúde, colaborando nas políticas públicas de saúde. 1.20. Biomédico Sanitarista A Resolução nº 140, de 4 de abril de 2007 pode aplicar conhecimentos (médicos ou não) com o objetivo de organizar sistemas e serviços de saúde, atuar em fatores condicionantes e determinantes do processo saúde-doença controlando a incidência de doenças nas populações através de ações de vigilância e intervenções governamentais. Não deve ser confundida com o conceito mais amplo de saúde coletiva. O Conselho Federal de Biomedicina (CFBM), sempre atento às oportunidades de nichos de trabalho para os Biomédicos, editou normativas para regularizar o exercício profissional do Biomédico, tomandocomo base as diretrizes curriculares do curso de Biomedicina fixadas pelo Ministério da Educação, instância que dita as bases de formação acadêmica do Biomédico. Contudo, não se tratam de habilitações. 55WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 3 ENSINO A DISTÂNCIA 1.21. Docência A opção por docência no ensino universitário requer qualidades pessoal e profissional. Entre as qualidades pessoais se destacam o nível cultural do docente, sua facilidade de comunicação, o carisma de sua personalidade, a organização na disposição de assuntos e muita vontade de seguir aprendendo e pesquisando novos conhecimentos. Por outro lado, sob o ponto de vista profissional, é necessário ter o conhecimento das bases pedagógicas direcionadas ao ensino superior e ter boa experiência teórica e prática da disciplina sob sua tutela. Atualmente, a maioria das instituições de ensino universitário está exigindo que o docente tenha pelo menos o título de mestre. Há outras, inclusive, que estão contratando preferencialmente profissionais com o título de doutor. O biomédico que pretende ser pesquisador científico deve ter a noção biológica de transformação e de mudança, e isso requer excepcionais qualidades de organização, dedicação e muito talento. Deve estar constantemente atualizado cientificamente, tecnologicamente e, principalmente, culturalmente. É importante lembrar que, para ter sucesso na pesquisa científica, é necessário juntar três qualidades: criatividade, capacidade de organização e muito trabalho. 1.22. Análises Microbiológicas de Água A Resolução CFBM nº 175, de 14 de junho de 2009 expõe que o profissional pode realizar análises físico-químicas e microbiológicas da água de interesse para o saneamento do meio ambiente, visando aferir sua qualidade e contaminação, seja na captação, tratamento e na distribuição para o consumo humano ou agropecuário (indústrias, domiciliares, hotéis, clubes, balneários, etc.), pode emitir os respectivos laudos, ficando sob sua responsabilidade técnica o controle de qualidade e tratamento. 1.23. Análises Clínicas Veterinárias De acordo com a Resolução CFBM nº 154, de 4 de abril de 2008, o profissional habilitado pode realizar análises de material biológico de animais de pequeno e grande porte, no entanto o Biomédico não pode realizar coleta, transporte e armazenamento de amostras biológicas de animais. 1.24. Pericia Criminal Realizar procedimentos para produção de provas materiais para instruir processos no âmbito do direito penal. A perícia criminal é uma atividade técnico-científica, elaborada para a elucidação de crimes quando há vestígios. É baseada na Ciência forense que auxiliam na produção do exame pericial e na interpretação correta de vestígios. O perito criminal é o responsável por encontrar/reunir provas técnicas de vestígios encontradas em locais de crime, a serem analisadas cientificamente, buscando respostas ao delito cometido. Podendo atuar nos locais de crime e laboratório (Institutos de Criminalística), deve possuir formação específica em nível superior, como Biomedicina, Biologia, Farmácia, Química, Engenharias, Física, Matemática, Fotografia, dentre outras. 56WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 3 ENSINO A DISTÂNCIA Atualmente é uma das áreas mais concorridas do mercado público devido a altas remunerações, em que a seleção se dá através de concurso público (federal ou estadual). O profissional biomédico pode realizar análises de identificação genética em humanos, animais e vegetais, auxiliando a desvendar os casos, identificar a origem do material biológico (sangue, sêmen, saliva, tecido epitelial, etc.) deixado no local de crime. É responsável por identificar restos mortais (ossadas ou corpos carbonizados) e elaborar relatórios para apreciação dos tribunais. 1.25. Meio Ambiente, Segurança no Trabalho, Saúde Ocupa- cional e Responsabilidade Social A Resolução CFBM nº 188, de 10 de dezembro de 2010 expõe que o profissional pode atuar nas políticas de meio ambiente, segurança no trabalho, saúde ocupacional e responsabilidade social, realizar levantamentos e identificar processos de impactos às atividades de meio ambiente, segurança no trabalho, saúde ocupacional e responsabilidade social, realizar procedimentos que viabilizem operações que estejam associadas com o meio ambiente, segurança do trabalho, saúde ocupacional e responsabilidade social, gerenciar projetos, coordenar equipes e participar de auditorias, inclusive exercendo funções de auditor líder, assegurar contínua pertinência, adequação e eficácia das ações de meio ambiente, segurança do trabalho, saúde ocupacional e responsabilidade social, capacitar comunidades e trabalhadores, visando à melhoria do meio ambiente, segurança do trabalho, saúde ocupacional e responsabilidade social, por meio de programas destinados a essa finalidade. 1.26. Serviços de Diálise (Sob a Supervisão de Médico Nefrologista) A Resolução CFBM nº 190, de 10 de dezembro de 2010 tem como função monitorar e prevenir riscos de natureza química, física e biológica inerentes aos procedimentos correspondentes a cada tipo de tratamento realizado nos serviços de diálise, assim como controlar, monitorar e garantir a qualidade do tratamento de água e do dialisato, por meio de: coleta, transporte e armazenamento das amostras; análises físico-químicas e microbiológicas; interpretação dos resultados das análises; acompanhamento e execução das medidas de ações corretivas. Atuar, juntamente com a equipe multiprofissional, na elaboração de rotinas padronizadas, orientando e capacitando o pessoal para utilização segura dos saneantes e realização de limpeza e desinfecção das áreas e utensílios, participar ativamente do programa de controle e prevenção de infecção e de eventos adversos e do programa de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde, elaborar manuais técnicos com fluxogramas e procedimentos operacionais pertinentes, bem como formulários próprios, executar procedimentos de análises clínicas, observando os cuidados pré-analíticos, analíticos e pós-analíticos, treinar e supervisionar equipe de coleta de material biológico com relação à padronização de materiais, procedimentos e cuidados na coleta, armazenamento e transporte das amostras biológicas, implementar sistemática de análise, registro e informação dos resultados críticos obtidos nos exames laboratoriais e atuar juntamente com o médico nefrologista, na análise e avaliação de resultados laboratoriais discrepantes, quanto à possibilidade de interferências pré-analíticas, analíticas ou relacionadas ao quadro clínico do paciente. 57WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 3 ENSINO A DISTÂNCIA 1.27. Vetores e Pragas Urbanas A Resolução CFBM nº 189, 10 de dezembro de 2010 tem a função de exercer a responsabilidade técnica por empresas especializadas na prestação de serviço de controle de vetores e pragas urbanas, desde que tenha conhecimento didático, prático e treinamento específico na área RESÍDUOS GERADOS PELOS SERVIÇOS DA SAÚDE. A Resolução CFBM nº 124, de 16 de junho de 2006 RDC Anvisa nº 306, de 7 de dezembro de 2004 e a Resolução Conama nº 358, de 29 de abril de 2005 podem elaborar o plano e o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde relacionados com o atendimento à saúde humana ou animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar, de trabalhos de campo, de laboratórios analíticos de produtos para a saúde, necrotérios, funerárias, serviços onde realizem atividades de embalsamamento (tanatopraxia e somatoconservação), serviços de medicina legal, estabelecimentos de ensino e pesquisa na área de saúde, centros de controle de zoonose, distribuidores e produtores de materiais e controles para diagnósticos in vitro, serviços de tatuagem, serviços de acupuntura, unidades móveis deatendimento à saúde, dentre outros similares. 1.28. Toxicologia A habilitação em toxicologia estuda a natureza e o mecanismo das lesões tóxicas nos organismos vivos expostos aos venenos que em grandes quantidades podem ser letais com a vida, já que o envenenamento é o resultado da contaminação de um ser vivo por um produto químico. Os agentes causadores de intoxicação mais comum são os medicamentos, aos quais são caracterizados como o tipo mais frequente de intoxicação em todo o mundo; os inseticidas de uso domésticos que são pouco tóxicos quando usados de forma adequada, mas que podem causar alergias e envenenamento, principalmente em pessoas sensíveis. Os pesticidas agrícolas que são as principais causas de registro de óbitos no Brasil. Os raticidas que no Brasil, só estão autorizados os raticidas à base de anticoagulantes cumarínicos. A utilização de produtos altamente tóxicos, proibidos para o uso doméstico tem provocado envenenamentos graves e óbitos. E os animais peçonhentos que constitui o grupo de maior número de casos registrados em locais ou estados com extensa área rural, onde a ocorrência de acidentes por animais é grande. O papel do profissional biomédico nessa habilitação é analisar efeitos adversos de substâncias que possam ser tóxicas, como cosméticos, medicamentos, veneno de insetos etc.; realizar diagnóstico laboratorial de intoxicações humanas e animais; atuar na dosagem de metais pesados e drogas de abuso; elaborar plano e gerenciar atividades relativas à área de Toxicologia. A Residência Multiprofissional em Saúde é uma Pós-Graduação lato sensu (Es- pecialização), voltada para a educação em serviço e destinada às categorias que integram a área de saúde (Biomedicina, Ciências Biológicas, Educação Física, En- fermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Nutrição, entre outros que está em constante crescimento. 58WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 3 ENSINO A DISTÂNCIA De acordo com Câmara (2016), um levantamento realizado por meio das vagas ofertadas a profissionais biomédicos a nível público em todo território nacional, a média salarial foi de R$ 3.863,62, a menor remuneração, foi de R$ 1.459,49 e a maior remuneração foi de R$ 8.600,00 desconsiderando a carga horária de trabalho semanal. A Figura 4 é referente a um gráfico da média salarial de acordo com a região nacional. Em que apesar da região Sul ofertar menos vagas, foi a região com a maior média de remuneração, já as regiões Norte e Nordeste ficaram com as menores médias salariais para o biomédico. Já a Figura 5 é referente a um gráfico da carga horária semanal mais frequente das jornadas de trabalho, que caracteriza as 40 horas semanais, correspondendo a 65% de todos os editais no período de 2014 a 2016. A Figura 6 e a Figura 7 representam quais foram os estados que mais ofertou vagas em seus editais para os profissionais biomédicos e em que nível de concurso fora realizado, se de caráter municipal, estadual ou esfera federal. Figura 4 – Média Salarial por região. Fonte: Biomedicina Padrão (2018). 59WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 3 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 5 –Carga horária mais frequente de editais para cargos biomédicos. Fonte: Biomedicina Padrão (2018). Figura 6 – Região que mais apresentou vagas para profissionais biomédicos (2014-2016) a nível Nacional. Fonte: Biomedicina Padrão (2018). 60WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 3 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 7 – Órgãos que mais publicaram editais com vagas para biomédicos (2014-2016). Fonte: Biomedicina Padrão (2018). Podemos, assim, concluir que o Biomédico possui múltiplos campos de atuação, seja no setor público quanto privado e que as regiões que mais se empregam e a base salarial de cada lugar foi explicita figuras acima. Agora basta decidir-se qual seguir, dedicar-se e tornar-se um Biomédico de Sucesso! 6161WWW.UNINGA.BR U N I D A D E 04 SUMÁRIO DA UNIDADE INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 63 1 - DEONTOLOGIA: HISTÓRICO, CONCEITO E UTILIZAÇÃO ................................................................................ 64 2 - PRINCÍPIOS ÉTICOS E MORAL NA PROFISSÃO BIOMÉDICA ....................................................................... 65 2.1. BENEFICÊNCIA ................................................................................................................................................. 68 2.2. AUTONOMIA ..................................................................................................................................................... 68 2.3. HONESTIDADE .................................................................................................................................................. 68 2.4. CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO .................................................................................................. 68 2.5. SIGILO PROFISSIONAL .................................................................................................................................... 68 2.6. FIELDADE .......................................................................................................................................................... 69 INTRODUÇÃO A DEONTOLOGIA PROF.A RAFAELE ANDRESSA DA SILVA BELEI ENSINO A DISTÂNCIA DISCIPLINA: INTRODUÇÃO À BIOMEDICINA E DEONTOLOGIA 62WWW.UNINGA.BR 3 - BIOÉTICA: UM POUCO DE HISTÓRIA E CONCEITOS ..................................................................................... 69 3.1. PRINCÍPIOS BÁSICOS DA BIOÉTICA .............................................................................................................. 70 3.1.1. PRINCÍPIO DA LIBERDADE OU AUTONOMIA .............................................................................................. 70 3.1.2. BENEFICÊNCIA ............................................................................................................................................. 70 3.1.3. JUSTIÇA DISTRIBUTIVA ................................................................................................................................. 71 4 - CONSIDERAÇÕES ÉTICAS A RESPEITO DOS TRABALHOS CIENTÍFICOS .................................................... 71 4.1. TRABALHOS CIENTÍFICOS: RESPEITO E ÉTICA. ........................................................................................... 71 63WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 4 ENSINO A DISTÂNCIA INTRODUÇÃO A Deontologia é caracterizada pela ciência do dever e da obrigação, já que é uma filosofia que faz parte da filosofia moral contemporânea, sendo assim um tratado dos deveres e da moral. Ou seja, nada mais é que uma teoria sobre as escolhas dos indivíduos/profissionais criando um preceito do que é moralmente necessário e serve para nortear o que realmente deve ser feito. O termo deontologia foi criado no ano de 1834, pelo filósofo inglês Jeremy Bentham, para falar sobre o ramo da ética em que o objeto de estudo é o fundamento do dever e das normas. Immanuel Kant também deu sua contribuição para a deontologia, uma vez que a dividiu em dois conceitos: razão prática e liberdade, em que para ele, agir por dever é a maneira de dar à ação o seu valor moral; e por sua vez, a perfeição moral só pode ser atingida por uma livre vontade. A deontologia também pode ser o conjunto de princípios e regras de conduta ou deveres de uma determinada profissão, ou seja, cada profissional deve ter a sua deontologia própria para regular o exercício da profissão, e de acordo com o Código de Ética de sua categoria, sendo desta forma normas estabelecidas não pela moral e sim paraa correção de suas intenções, ações, direitos, deveres e princípios. A primeira profissão que elaborou um código de Ética profissional foi a medicina, e a partir daí várias outras profissões começaram a montar o seu código de ética, em que os deveres de cada profissional são apresentados neste e os indivíduos podem ter acesso e esclarecer suas dúvidas quanto a sua conduta. Este código de Ética profissional estabelece normas e obrigações para o exercício da atividade do profissional e tem como objetivo mostrar um conjunto de princípios e orientações nos quais todo profissional de cada área deve inspirar-se e também as regras aos quais deve observar no exercício de suas atividades. Uma filosofia de prática profissional proposta pelo Organização Mundial de Saúde (OMS), estabelece que o principal beneficiário das ações dos profissionais da saúde (Biomédicos, Farmacêuticos, Médicos, Enfermeiros, etc.) sejam os pacientes. Cujo o único propósito é a qualidade de vida dos mesmos. Desta forma, todos os profissionais possuem obrigações éticas, em casos de profissionais Biomédicos, estes possuem obrigações éticas com o paciente e a sociedade, na qual no decorrer desta unidade veremos de forma explicita e clara quais são, o que realmente a deontologia prega, a sua aplicabilidade durante a graduação e a sua importância na construção de profissionais de índoles incontestáveis. 64WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 4 ENSINO A DISTÂNCIA 1 - DEONTOLOGIA: HISTÓRICO, CONCEITO E UTILIZAÇÃO O termo Deontologia foi usado pela primeira vez em 1834 pelo filósofo inglês Jeremy Bentham, cujo principal interesse deste era uma reforma social. Bentham queria propor o principio utilitarista como origem e fim do Direito. A partir disso escreveu, Deontology, or the sciense of morality, que foi editada em 1834 cujo foco era traçar os contornos da ética como ciência do que é “conveniente”. De acordo com Spinsanti, essa discussão pode ser distinguida em três aspectos: deontologia, ética e moral. A origem da palavra deontologia provém do grego deon, e lembra necessidade de algo. Como o termo deontologia vem sempre acompanhado do adjetivo que designa a profissão, tem como significado a necessidade que cada profissão apresenta suas características, aos quais constituem sua formação. Desta forma, a ética e a moral não devem ser confundidas com a deontologia, pois esta não é um conjunto de preceitos elaborados por dedução, com base em princípios de uma ética geral ou de um determinado sistema moral e aplicados a profissão específica. Diferentes de problemas morais, a deontologia não se ocupa de fatores sobre o comportamento do profissional, mas sim de várias regras tradicionais que indicam o comportamento de alguém na qualidade de um membro ao qual a regra deve garantir a conveniência total de um grupo. De maneira geral, o termo Deontologia significa a ciência dos deveres, assim, pode afirmar que compreende um conjunto de deveres aos quais os profissionais são obrigados a seguir, diferente dos deveres impostos por leis ou por procedência ética ao qual o indivíduo se sente pessoalmente ligado. Significa os comportamentos oportunos no âmbito da profissão, ou que devem ser evitados para que a imagem social da profissão não seja manchada, seria então a boa função profissional. Ainda mencionando Spinsanti, ele afirma que a deontologia não tende a proceder por conceitos abstratos, mas a se concretizar tendo em mira as situações especificas que apresentam ao profissional na prática cotidiana. As prescrições deontológicas apresentam soluções praticas e precisas de modo imperativo, “deve”, “não deve”, “é obrigado”, que a linguagem do “dever” não engane, ela é igual á da ética, mas não é autoridade moral que prescreve os comportamentos. As normas deontológicas são estabelecidas pelos próprios profissionais, depois de atenta reflexão sobre a prática cotidiana, à base do que favorece e do que prejudica a profissão. A deontologia pode possuir seus princípios escritos ou não, em que são aceitos em todas as profissões como base de uma boa conduta profissional, elas são obrigações morais advindas do profissional. É em busca de cada vez mais um profissional de boa conduta que as Faculdades dispõem aos acadêmicos de vários cursos de graduação a matéria de Deontologia, que tem como principal fundamento a reflexão de cada graduando sobre seus valores, propósitos de vida, preceitos éticos e legais e a profissão que vão exercer, atentando-se aos seus direitos e deveres. Acatando-se a compreender o ser humano, seu modo de ser, e desta forma este passe a observar a real consciência crítica de sua participação, com a comunidade, na qual ele deve dispor o seu conhecimento e o seu fazer social. 65WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 4 ENSINO A DISTÂNCIA A Deontologia nunca caminha sozinha, ela esta diretamente ligada á outras disciplinas, como filosofia, história, sociologia, psicologia, Direito e economia política, que juntos vão avaliar e analisar a conduta humana. A relação da deontologia com a filosofia parte do conceito que se tem a compreensão da realidade a fim de transforma-la. Assim, observa-se a atitude do ser humano, seu conhecimento e a intervenção na realidade, como vai se modificando. Já a relação com a história, é considerada um aspecto da realidade humana mudável com o tempo, pode- se dizer que os pensamentos deontológicos são históricos porque refletem o comportamento do individuo. Em que este se autoproduz constantemente. Relaciona-se a sociologia, pois estuda as relações estabelecidas, consciente ou inconscientemente, entre indivíduos que vivem em sociedade. Também apresenta nexo com a psicologia em que a partir do comportamento humano permite a compreensão das condições subjetivas dos atos das pessoas, contribuindo para suas responsabilidades deontológicas. A que mais se assemelha a deontologia como um todo é o direito, pois, regulam as relações das pessoas garantindo coesão social. A relação com a economia política apresenta um resultado relacionado com o principio processual constitucional da Economia. Todas essas informações passadas são aspectos importantes para que façamos uma analise a respeito do caráter interdisciplinar da deontologia, as ideias de que os direitos e deveres dos profissionais não sejam analisados separadamente, mas sim num contexto amplo em conjunto com estas disciplinas mencionadas, visando a compreensão da realidade profissional, mostrando questões relacionadas com a proteção, recuperação e o favorecimento da melhor qualidade de vida. Desta forma a Deontologia deve constar na lista das importantes exigências públicas, para que os profissionais tenham mais responsabilidades em seus deveres. Todos nós possuímos valores próprios, que nos acompanham anos e também alguns que com a experiência vivida foram se modificando e aprimorando ainda mais , são valores oriundos do caráter de cada individuo e que ao longo da nossa vida e também a partir da graduação aumentam, renascem ou até mesmo passam a existir de forma mais intensa. É a partir destes valores que compreendemos a deontologia, pois, estes sentimentos fazem com que o propósito de nossas vidas se torne a base de nossas boas condutas e nossos compromissos. 2 - PRINCÍPIOS ÉTICOS E MORAL NA PROFISSÃO BIOMÉDICA A ética vem do grego ethos que significa “modo de ser / caráter”, é caracterizada por um conjunto de conhecimentos do comportamento humano ao tentar explicar as regrais morais de forma racional, fundamentada, cientifica e teórica. Já a palavra moral vem do grego Morales, que significa “relativo aos costumes”. Para aprimorar ainda mais seus conhecimentos quanto a filosofia da ética e da moral, leia ZUBIOLI, A. Ética farmacêutica. São Paulo: Sociedade Brasileira de Vi- gilância de Medicamentos, 2004. 66WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO ÀB IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 4 ENSINO A DISTÂNCIA É caracterizado por um conjunto de regras aplicadas no cotidiano e usadas por cada individuo. Estas têm como objetivo orientar os profissionais, norteando as suas ações e os seus julgamentos sobre o que é moral ou imoral, certo ou errado. Se formos equiparar as duas palavras, podemos afirmar que estas “caminham” juntas, pois possuem finalidades muito semelhantes, pois ambas são responsáveis por construir as bases que vão guiar a conduta do individuo, determinando o seu caráter, suas virtudes e vão ensinar a melhor forma de agir e de se comportar em sociedade. A Figura 1 norteia exatamente o que é moral e o que é ético: Figura 1 – Diferenciação entre Ética e Moral. Fonte: Constancio (2016). Já a Figura 2 representa a descentralização dos reais valores e a valorização do bem material como a princípio de tudo. Figura 2 – Ética x Moral – Os reais valores. Fonte: Pedagogia universo BH (2012). A primeira profissão que elaborou um código de Ética profissional foi a medicina, e a partir daí várias outras profissões começaram a montar o seu código de ética, em que os deveres de cada profissional são apresentados neste e os indivíduos podem ter acesso e esclarecer suas dúvidas quanto a sua conduta. 67WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 4 ENSINO A DISTÂNCIA Este código de Ética profissional estabelece normas e obrigações para o exercício da atividade do profissional e tem como objetivo mostrar um conjunto de princípios e orientações nos quais todo profissional de cada área deve inspirar-se e também as regras aos quais deve observar no exercício de suas atividades. Uma filosofia de prática profissional proposta pelo Organização Mundial de Saúde (OMS), estabelece que o principal beneficiário das ações dos profissionais da saúde (Biomédicos, Farmacêuticos, Médicos, Enfermeiros, etc.) sejam os pacientes. Cujo único propósito é a qualidade de vida dos mesmos. Nos códigos de Éticas assim, como mencionado acima existem princípios e orientações que fundamentam o exercício da profissão e apresentam normas para o enfrentamento dos dilemas éticos que possam amparar o profissional em sua rotina. Menciona sobre o segredo profissional, ao qual envolve aspectos jurídicos e deontológicos. Pois, sua revelação indevida fere leis e princípios éticos. Além disso, o profissional tem como dever manter a sua dignidade e honrar a profissão, e deve denunciar toda conduta ilegal ou antiética que presenciar com outro profissional da mesma área. A Figura 3 representa a junção da ética, moral e do caráter do indivíduo, formando um profissional capacitado para atuar em sua área. Figura 3 – A fusão de ética, moral e caráter. Fonte: Chaui (2000). Todo código de ética tem também como objetivo coibir profissionais que respondem como Responsáveis Técnicos, sem ao menos trabalharem naquele ambiente, ou em vários locais. Por exemplo, um Biomédico responder por um laboratório, por um salário um pouco abaixo a do mercado, sem ao menos trabalhar neste local e sim em outro laboratório, ao qual ele cumpra sua devida jornada de trabalho, este ato é chamado de “aluguel de nome”, e é de caráter ilícito, tendo que o profissional não atua naquele estabelecimento. Casos assim devem ser denunciados ao Conselho em questão para que sejam tomadas as cabíveis providencias. Todo profissional possui obrigações éticas, em casos de profissionais Biomédicos, estes possuem obrigações com éticas com o paciente e a sociedade. Estas éticas básicas são: 68WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 4 ENSINO A DISTÂNCIA 2.1. Beneficência O profissional deve atuar sempre com o maior respeito a vida humana e liberdade de consciência, e este princípio vem de anos atrás, no juramento de Hipócrates, em que este diz que a saúde do meu paciente será a minha primeira preocupação, de modo que não permitirá que fatores de ordem religiosa, nacional, racial, política ou de caráter social se interponham entre os meus deveres e o meu paciente; mostrará o máximo respeito pela vida humana, desde o momento da sua concepção, nem mesmo coagido farei uso dos meus conhecimentos médicos para fins que sejam contrários as leis humanas. E este juramento serve de exemplo a todos os profissionais da saúde. A beneficência, então, é um conceito de prática profissional em que o paciente é o principal beneficiário das suas ações. 2.2. Autonomia Este principio estabelece que o paciente possui autodeterminação, ou seja, ele pode escolher o que será feito com ele. Este direito está acima do julgamento do profissional da saúde, mesmo que a decisão dada por ele seja prejudicial a ele mesmo. 2.3. Honestidade Este princípio afirma que o profissional da saúde deve ser honesto com o paciente quanto a sua condição clínica, o desenvolvimento de sua doença e os tratamentos adequados. Ou seja, o profissional deve revelar ao individuo a sua situação clínica, pois caso contrario, ele estará descumprindo uma regra ética. 2.4. Consentimento Livre e Esclarecido O Consentimento Livre e Esclarecido é o principio que consiste em cinco componentes: revelação, compreensão, voluntariedade, competência e consentimento. A revelação ao paciente sobre seu quadro clínico, a compreensão do paciente sobre o caso, a voluntariedade do mesmo de se conscientizar a realizar o procedimento ao qual deve, a competência do profissional de saúde em asseguram a compreensão do paciente, tudo o que ele necessita conhecer para tomar uma decisão sobre os planos terapêuticos adequados e o consentimento do paciente em realizar. 2.5. Sigilo Profissional Sigilo é definido como aquilo que não se deve dizer a ninguém. Este comportamento assegura ao paciente que todas as informações sobre seu estado de saúde, seus resultados laboratoriais, assim como suas condições não serão ditas a terceiros sem a sua permissão. O segredo profissional é a coisa mais importante para a preservação da dignidade humana dos pacientes. Ele fundamenta-se na confiança, na confidencia e na justiça. Ao revelar um segredo o profissional deve estar preparado para arcar com as consequências, pois foi desrespeitado a justiça, pois o segredo pertence somente ao dono. 69WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 4 ENSINO A DISTÂNCIA 2.6. Fieldade É o direito que o paciente possui de ter profissionais de saúde interessados na promoção, proteção e recuperação de sua saúde. Foram apresentados acima alguns princípios éticos básicos expostos aos profissionais de saúde para o cumprimento de seus direitos e deveres. É de extrema importância que os profissionais estejam sempre atentos a estas normas e as sigam de forma correta, pois o bom profissional possui ética e moral. 3 - BIOÉTICA: UM POUCO DE HISTÓRIA E CONCEITOS Fritz Jahr, um alemão utilizou pela primeira vez a palavra bioética em 1927, quando publicou um artigo no periódico alemão Kosmos. Este caracterizou a Bioética como sendo o reconhecimento de obrigações éticas, não apenas com relação ao ser humano, mas para com todos os seres vivos. Na década de 1970, o termo é relacionado com o objetivo de deslocar a discussão acerca dos novos problemas impostos pelo desenvolvimento tecnológico, de um viés mais tecnicista para um caminho mais pautado pelo humanismo, superando a dicotomia entre os fatos explicáveis pela ciência e os valores estudáveis pela ética. No mesmo ano de 1970, André Hellegers utilizou termo Bioética para mostrar estudos que estavam sendo propostos na área de reprodução humana, ao criar o Instituto Kennedy de Ética, então denominado de Joseph P. and Rose F. Kennedy Institute of Ethics. O conceito mais utilizado é que a bioética é a ética aplicada a vida, que abrange temas que vão desde uma simples relação interpessoal até fatores que interferem na sobrevivênciado próprio planeta. Ela surgiu por razões como os abusos na utilização dos animais e dos próprios seres humanos em experimentos científicos, técnicas desumanizantes, como o aborto, a eutanásia, os transgênicos, a fertilização in vitro, a clonagem e os testes com animais, e também pala insuficiência dos referenciais éticos tradicionais, pois o rápido processo cientifico não acompanhou os códigos de éticas ligados as muitas profissões envolvidas. Os avanços da tecnologia têm propiciado o desenvolvimento de equipamentos progressivamente mais desenvolvidos que tem trazido, na sua maioria, inequívocos benefícios para os pacientes. Por outro lado, frequentemente, o avanço tecnológico traz consigo problemas éticos. Assim como pode ser observado na Figura 4, isto é facilmente detectado em vários campos da medicina e cito as técnicas de fertilização in-vitro, as alternativas de manipulação genética e os avanços na área dos transplantes como exemplos de áreas que estão provocando grandes discussões éticas nos dias atuais. O avanço da tecnologia não traz somente problemas éticos em nível individual. Como na maioria das vezes estamos tratando de procedimentos complexos, é inevitável que eles se tornem caros. Neste sentido estes avanços nos remetem para uma discussão também relevante do ponto de vista coletivo: princípio da justiça e sua aplicação na alocação de recursos escassos na área da saúde. 70WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 4 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 4 - Bioética – Ações que envolvem a vida e o viver. Fonte: Freitas (2015). 3.1. Princípios Básicos da Bioética: 3.1.1. Princípio da liberdade ou autonomia Vem do código de Ética, em que o paciente possui o direito de ser informado sobre seu estado de saúde, detalhes do tratamento a ser prescrito e tem toda a liberdade de decidir se irá ou não se submeter ao tratamento determinado para o caso em questão. Em casos de experimentos (testes conduzidos com seres humanos), as pessoas envolvidas aos testes devem receber detalhes dos procedimentos a serem adotados e autorizar através de uma autorização por escrito de que está ciente de todo os detalhes envolvidos e que deseja participar da pesquisa. 3.1.2. Beneficência Vem do código de Ética e informa que toda e qualquer tecnologia deve trazer benefícios para a sociedade e jamais causar-lhe malefícios. Atualmente, é comprovado que a Bioética está mais relacionada com seres humanos do que com animais, pois a maior parte dos ensaios experimentais visa beneficiar este. 71WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 4 ENSINO A DISTÂNCIA 3.1.3. Justiça distributiva Inclui que todos os avanços técnico-científicos devem beneficiar de maneira igual a sociedade e não apenas alguns grupos. De maneira geral, a palavra Bioética é pluridisciplinar, pois participa de pesquisar, discursos e práticas que possui como objetivo esclarecer e resolver questões éticas apresentadas pelos avanços e a aplicação das tecnociências biomédicas, ou seja, ela não é uma ciência e nem mesmo uma nova ética, é uma intersecção entre várias tecnociências, como medicina, biologia, psicologia, etc. É de extrema importância que a bioética seja discutida, pois desta forma faz-se que a ciência não utilize indiscriminadamente novas tecnologias logo que se tornem viáveis, mas sim somente após possuir o conhecimento e a sabedoria suficientes para utilizá-las em benefício da humanidade e não em seu detrimento. Desse modo, a bioética permitirá que a sociedade tenha o poder de decisão sobre as tecnologias que lhe convêm. 4 - CONSIDERAÇÕES ÉTICAS A RESPEITO DOS TRABALHOS CIENTÍFICOS 4.1. Trabalhos Científicos: Respeito e Ética. De acordo com os conceitos aqui trabalhados, julga-se como falta de ética o momento em que o individuo utiliza-se de meios para obter beneficio a si mesmo não se importando a quem prejudique. É de extrema necessidade que os princípios éticos sejam difundidos e interiorizados pelos indivíduos conforme a moral inserida pela sociedade e seus valores. Em trabalhos Científicos Fundamentado em pesquisa, pode-se afirmar que o processo se inicia no pensamento de pesquisadores ou até mesmo de um grupo que decidem realizar um trabalho cientifico para viabilizar a sua ideia. Este deve seguir normas cientificas rígidas denominadas de Boas Práticas Clinicas consideradas como padrão de qualidade científica e ética para os estudos que envolvam a participação de seres humanos. Estes padrões devem garantir e assegurar a garantia pública que os direitos, a segurança e o bem-estar dos pacientes participantes deste estudo estejam protegidos, bem como também a credibilidade dos dados. Este deve se manter desde o inicio da pesquisa até a publicação. As normas apresentadas em trabalhos científicos de pesquisa, surgiram a partir dos abusos cometidos em pesquisas com seres humanos, em que não se importavam as medidas aos quais estes indivíduos eram submetidos. Atualmente, a execução de qualquer pesquisa que envolva seres humanos deve apresentar-se aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos. Deve ter autorização dos indivíduos envolvidos em um termo de Consentimento Livre e Esclarecido, que tem como objetivo explicar e esclarecer cada passo do que será proposto na pesquisa para os indivíduos em questão, sanando dúvidas e deixando bem claro as reais intenções da pesquisa. 72WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 4 ENSINO A DISTÂNCIA Já os Trabalhos Científicos de caráter Bibliográfico, buscam interpretar uma ideologia em várias metodologias, ou conceitos expostos por diferentes autores, com o intuito de se chegar a uma finalidade que expõe a ideia principalmente defendida com a definição de outros autores. É de extrema importância que o individuo que se decidirem por este tipo de trabalho, tenha escrúpulos e ética para não plagiarem nenhum dado, pois o que se pode realizar é um levantamento de informações, não uma cópia ao qual ele expõe todo um texto de autoria de um terceiro e ganha mérito por isto. Desta forma, a ética na pesquisa deve permanecer em todo o trabalho do pesquisador. A tecnologia é uma das mais eficientes formas de se obter informações em um rápido acesso, no entanto, juntamente com a chegada da internet, proliferaram-se os plágios e as cópias de textos, que nem ao menos se preocupam em citar ou referenciar as fontes verídicas, causando desrespeito aos autores e também falta de ética. Sempre que redigir um texto ao qual você não é o autor, cite o nome do individuo e também se conscientize de anexar a referência ao qual utilizou- se para determinado contexto. Desta forma o trabalho cientifico possuirá informações verídicas, de fontes seguras e que valorizaram o seu conteúdo, sem prejudicar a ética envolvida. Depois da pesquisa, da coleta dos dados e da analise, vem a publicação do trabalho. Nesta etapa, o autor deve apresentar apenas dados verídicos sobre ele mesmo. É completa falta de ética apresentar dados de outros como se fossem seus, falsificar total ou parcialmente. E deve encaminhar apenas a uma revista em questão para publicação, pois, enviar o mesmo relato ou trabalho cientifico a mais de um periódico caracteriza-se como falta de ética. A Figura 5 representa um quadro com os problemas éticos mais comuns e maneiras de como evita-las, que auxiliam os pesquisadores durante a elaboração de seu trabalho/pesquisa. 73WWW.UNINGA.BR IN TR OD UÇ ÃO À B IO M ED IC IN A E DE ON TO LO GI A | U NI DA DE 4 ENSINO A DISTÂNCIA Figura 5 - Problemas éticos mais comuns e maneiras de como evita-las. Fonte: ENAGO (2014). De maneira geral, cabe aos indivíduos pesquisadores a postura consciente de observarem as legislações e regulamentações vigentes quanto ao seu estudo, e a consciência ética de cada individuo sobre as definições do quese publica, observando o impacto que estas informações podem causar nesta transmissão de conhecimento. 74WWW.UNINGA.BR ENSINO A DISTÂNCIA REFERÊNCIAS BAINS W. Biotecnology. From A to Z, Oxford University Press, Oxford, 2nd ed., 2000. CARVALHO. N. S. Ética no Trabalho Científico. Curitiba: Departamento de Tocoginecologia da Universidade Federal do Paraná, CRBM. Manual do Biomédico, história, atuação, importância para a saúde, para a educação e para a sociedade brasileira. 1ª Região. Regulamentação e Código de Ética da Profissão de Biomédicos., São Paulo, 2004. FERREIRA. C. G. & ROCHA. J. C. Oncologia Molecular. Atheneu, São Paulo, 2004. GOLDIM. J. R. Bioética: Origens e Complexidade. Rev. HCPA, 2006. GUIA DO ESTUDANTE. Vestibular 2005. Editora Abril, São Paulo, 2004. GUIA DO ESTUDANTE. Pós-Graduação MBA. Editora Abril, São Paulo, 2005. HIRATA. M. H.; MANCINI FILHO, J. Manual de Biossegurança. São Paulo: Manole, 2002 HORTA. W. Guia das Profissões. Agência Educação, São Paulo, 2005. NAOUM. P. C. Avanços tecnológicos em hematologia laboratorial. Rev. bras. hematol. hemot., 23:15 – 23, 2001. RAVEL. R. Laboratório Clínico: aplicações clínicas dos dados laboratoriais. 6ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,1997. SMITH. J. E. Biotechnology. Edward Arnold Ed., London, 1988. STEPHEN. P. R, Mudanças e perspectivas. São Paulo: Saraiva, 2005. WATSON. J.D. The human genome. Nature Publishing Group, London, 2001. ZUBIOLI. A. Ética farmacêutica. São Paulo: Sociedade Brasileira de Vigilância de Medicamentos, 2004.