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INTRODUÇÃO À BIOMEDICINA 
E DEONTOLOGIA
PROF.A RAFAELE ANDRESSA DA SILVA BELEI
Reitor: 
Prof. Me. Ricardo Benedito de 
Oliveira
Pró-reitor: 
Prof. Me. Ney Stival
Gestão Educacional: 
Prof.a Ma. Daniela Ferreira Correa
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Diagramação:
Alan Michel Bariani
Thiago Bruno Peraro
Revisão Textual:
Gabriela de Castro Pereira
Letícia Toniete Izeppe Bisconcim 
Luana Ramos Rocha
Produção Audiovisual:
Heber Acuña Berger 
Leonardo Mateus Gusmão Lopes
Márcio Alexandre Júnior Lara
Gestão da Produção: 
Kamila Ayumi Costa Yoshimura
Fotos: 
Shutterstock
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo 
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
 Primeiramente, deixo uma frase de Só-
crates para reflexão: “a vida sem desafios não 
vale a pena ser vivida.”
 Cada um de nós tem uma grande res-
ponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, 
e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica 
e profissional, refletindo diretamente em nossa 
vida pessoal e em nossas relações com a socie-
dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente 
e busca por tecnologia, informação e conheci-
mento advindos de profissionais que possuam 
novas habilidades para liderança e sobrevivên-
cia no mercado de trabalho.
 De fato, a tecnologia e a comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, 
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e 
nos proporcionando momentos inesquecíveis. 
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino 
a Distância, a proporcionar um ensino de quali-
dade, capaz de formar cidadãos integrantes de 
uma sociedade justa, preparados para o mer-
cado de trabalho, como planejadores e líderes 
atuantes.
 Que esta nova caminhada lhes traga 
muita experiência, conhecimento e sucesso. 
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR
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01
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................. 4
1 - INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA BIOMEDICINA NO BRASIL E NO MUNDO ...................................................... 5
2 - O RECONHECIMENTO DO CURSO DE BIOMEDICINA ...................................................................................... 6
3 - CURSOS DE BIOMEDICINA NO BRASIL ............................................................................................................. 7
4 - CURRÍCULO MÍNIMO EM BIOMEDICINA ......................................................................................................... 7
5 - A PROFISSÃO BIOMÉDICO ................................................................................................................................. 9
6 - FORMAS DE ADQUIRIR OU INCLUIR UMA HABILITAÇÃO ............................................................................. 10
7 - O QUE O BIOMÉDICO PODE FAZER APÓS O TÉRMINO DA FACULDADE? .................................................... 10
8 - CONSELHOS DE BIOMEDICINA – REGIONAL, FEDERAL E A LEGISLAÇÃO BIOMÉDICA ........................... 13
9 - CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL ................................................................................................................... 14
9.1. CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL .................................................................................................................. 15
HISTÓRIA E REGULAMENTAÇÃO DA 
BIOMEDICINA
PROF.A RAFAELE ANDRESSA DA SILVA BELEI
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA: INTRODUÇÃO À BIOMEDICINA E 
DEONTOLOGIA
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INTRODUÇÃO
Neste ano de 2018, a biomedicina completa 52 anos de existência. De acordo com os 
dados da ABBM (Associação Brasileira de Biomedicina), tudo iniciou-se em 1966, com a criação 
do primeiro curso de biomedicina ofertado pela Escola Paulista de Medicina, cuja denominação 
do curso na época era de Ciências Biológicas modalidade Médica ou, Ciências Biomédicas como 
era popularmente mais conhecido.
O intuito da criação deste curso era a formação de profissionais que atuassem na área da 
docência para os cursos de graduação em odontologia e medicina; e na pesquisa para as áreas 
da biologia e medicina, áreas estas, aos quais estavam carentes de profissionais atualizados e 
que seriam de exclusividade para a dedicação em estudos aos novos avanços da saúde, informa 
Nauom (2005).
A procura pela nova formação foi extensa e de grande aceitação, favorecendo assim a 
sua implantação em outras universidades como na Universidade Estadual do Rio de Janeiro 
(UERJ,1967), a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP, 1967), a Faculdade de Ciências 
Médicas e Biológicas de Botucatu (UNESP, 1967) e a Universidade Federal de Pernambuco 
(UIFPE, 1968). A partir de então, o curso se expandiu, consolidando-se e sendo aceito (muito 
bem aceito, por sinal) pelo país todo, segundo Nauom (2005).
Foi graças à criação da regulamentação profissional (1979) e à implantação do Conselho 
Federal e os Conselhos Regionais de Biomedicina que a consolidação do nosso curso se tornou 
forte e obteve ao longo desses anos de existência grandes conquistas na área científica, legais e na 
sua aplicabilidade atuante dos profissionais, cita Nauom (2005).
Atualmente, os cursos de caráter Bacharelado em Biomedicina propõem a formação de 
profissionais de alta capacidade, para exercer atividades nas mais de 30 habilitações disponíveis 
aos profissionais, sejam elas na pesquisa científica, na docência em nível superior, realizar uma 
complementação profissional no exterior ou uma colocação funcional em alguma empresa 
da área, ou trabalhar nas áreas clínicas atuantes, como as análises clínicas, o diagnóstico por 
imagem, entre outros, já que as opções de trabalho para o profissional biomédico são grandes, 
mostra Nauom (2005). A unidade 1 desta apostila trará as informações claras e detalhadas de 
toda essa jornada traçada pelo curso de biomedicina, desde a sua implantação até os dias atuais, 
enfatizando onde os profissionais podem estar inseridos, quais são as perspectivas do curso, suas 
regulamentações, leis e o código de ética do profissional biomédico.
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1 - INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA BIOMEDICINA NO 
BRASIL E NO MUNDO
Mundialmente, a década de 50 foi um grande marco histórico, afinal, diversos estragos 
haviam sido realizados há pouco tempo durante a segunda guerra mundial. Os anos 50, portanto, 
foram de recomposição, reconstrução tanto material quanto pessoal, gerando, assim, esperança 
de um mundo melhor, cita Nauom (2005).
Na década de 60, houve muitas e grandes transformações, fazendo com que diversas 
atividades profissionais sofressem mudanças, principalmente a área médica. Foi nesta época que 
diversos avanços relacionados à saúde foram realizados, como o primeiro transplante de coração 
e a criação dos testes imunológicos aplicados às Análises Clínicas, cita Nauom (2005). 
Graças aos avanços e a esta reestruturação mundial a escolaridade ganhou acessibilidade, 
possibilitando que cada vez mais alunos iniciasse um ensino superior. A mídia passava aos 
telespectadores as grandes maravilhas tecno-cientifica alcançadas pelos países de primeiro mundo, 
e devido a isso o progresso educacional não tardou a acontecer. Para isso, fora necessário a abertura 
de mais cursos de Medicina, Odontologia, Biologia, Direito e Administração, principalmente. As 
faculdades de Medicina foram amplamente instituídas, mantidas principalmente pelo governo 
de São Paulo. Entre os anos 50 e 60, surgiram às faculdades de Medicina das cidades de Ribeirão 
Preto, Botucatu e Campinas. A grande procura por tal graduação estimulou a criação de faculdades 
particulares, mostra Nauom (2005).
As aulas destas instituições eram ministradas principalmente pormédicos, dentistas e 
farmacêuticos, desta forma, esses docentes possuíam muito fundamento técnico, no entanto, pouco 
fundamento pedagógico a acrescentar. Raríssimas eram as faculdades que possuíam biólogos 
em seus quadros funcionais, ministrando disciplinas como genética, histologia e citologia, por 
exemplo, no entanto, mesmo esses profissionais não possuíam ainda o conhecimento biológico 
e funcional da espécie humana. Foi com este pensamento, na busca por este profissional, que 
em 1966, um grupo de professores liderados pelo Professor Doutor Leal Prado, da então Escola 
Paulista de Medicina, propôs a criação de um curso, inicialmente denominado de “Biologia 
Médica” ou “Ciências Biológicas Modalidade Médica”, depois mudado para “Biomedicina” 
(NAUOM, 2005).
De acordo com o proposto, o objetivo do curso de Biomedicina era a formação de 
biomédicos especializados que lecionassem nas disciplinas bases dos cursos de graduação em 
Medicina e Odontologia, bem como pesquisadores científicos. Essa proposta foi implantada 
rápida e eficientemente já entre os anos de 1966 e 1968 sendo pioneira em faculdades dos estados 
do Rio de Janeiro e São Paulo, coloca Nauom (2005).
 Porém, o graduado em biomedicina nem sempre queria seguir a carreira acadêmica, 
mesmo sabendo que esse era o objetivo principal do curso e a partir dai motivou as coordenações 
a apresentar um campo de trabalho, as análises clínicas. A ampliação das atividades do profissional 
biomédico para o exercício em análises clínicas motivou, a partir de 1972, a abertura de vários 
novos cursos de Biomedicina em diferentes regiões do Brasil, garantindo total sucesso desse 
profissional que até nos dias atuais se mostra em evidência, já que as análises clínicas é a área de 
atuação de maior representatividade, comenta Nauom (2005). 
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Podemos afirmar, então, que a Biomedicina é um curso relativamente novo, que foi 
instituído em um envolvente momento em que incluíram a modernidade científica e tecnológica 
da área biológica e com grande reflexo na saúde, e as aspirações sociais, políticas e culturais que 
estavam em plena ebulição entre 1960 e 1970 criando um perfil profissional que atualmente está 
se diversificando para outras áreas de atuação além das Análises Clínicas, com destaque por 
exemplo para a Imagenologia, Análise Ambiental, Banco de Sangue, Biotecnologia, entre outros, 
buscando sempre obter um avanço no mercado profissional.
2 - O RECONHECIMENTO DO CURSO DE BIOMEDICINA
De acordo com Nauom (2005), os primeiros graduados no curso de Biomedicina (1968 – 
1970) obtiveram extrema facilidade para iniciar no mercado de trabalho, estes foram contratados 
para lecionar ou serem pesquisadores em várias instituições públicas de ensino superior ou de 
pesquisas científicas e nesse período pouquíssimos profissionais optaram em trabalhar com as 
análises clínicas. Contudo, com a expansão de abertura de cursos de Biomedicina em instituições 
de ensino particulares, a ênfase mudou, ou seja, estes novos cursos objetivavam como principal 
formação dos seus graduandos o exercício em análises clinicas, fazendo com que a partir deste 
momento inúmeros profissionais biomédicos aderisse a esse campo de trabalho.
Com esse direcionamento, e o sucesso de contratações dos profissionais graduados em 
biomedicina pelos Laboratórios de Análises Clínicas (LAC), muitos profissionais atuantes desta 
área, como bioquímicos e médicos patologistas sentiram-se ameaçados em seus empregos, 
ocorrendo, assim, entre os anos de 1972 a 1983 (e porque não até os tempos atuais), muitos 
desentendimentos entre estes profissionais, que infelizmente fizeram com que os biomédicos, 
muitas vezes, fossem impedidos de exercer suas atividades em análises clínicas em laboratórios 
públicos e privados, e quase sempre descartados nos editais de concursos públicos nessa área, 
segundo Nauom (2005).
Obviamente, devido a toda essa “briga” os profissionais e graduandos de biomedicina 
ficaram revoltados e iniciaram inúmeras campanhas em defesa da atuação em análises clínicas 
que com anos de luta obteve-se em 1979, a primeira lei que regulamentava inicialmente as 
profissões de biólogo e biomédico, bem como da criação dos Conselhos Federal e Regionais de 
Biologia e Biomedicina, especificamente (Lei nº 6.684, de 3 de Setembro de 1979). Entretanto, 
essa regulamentação trazia interpretações passíveis de contestações judiciais feitas por outros 
profissionais não-biomédicos. Então, em 1983 uma nova lei foi emitida pela Presidência da 
República e pelo Congresso Nacional (lei nº 7.135 de 26 de outubro de 1983) que trazia, em seus 
artigos 1º e 2º, interpretações novamente possíveis de ser contestadas. Finalmente, em 24 de 
junho de 1986, o Senado Federal promulgou a Resolução nº 86, que em artigo único referendava 
o exercício das atividades do biomédico, incluindo o exercício pleno em análises clínicas. 
Atualmente todos esses profissionais atuam em análises clínicas, com troca de experiência e 
colaboração, cita Nauom (2005).
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3 - CURSOS DE BIOMEDICINA NO BRASIL
A diretriz do curso de graduação em Biomedicina, criado pelos Ministros da Educação, 
Saúde e Trabalho tinha como principal objetivo a formação de docentes para lecionar as 
disciplinas de base dos cursos médicos. Com um amplo e formado currículo os egressos do 
curso estabeleceram-se profissionalmente em diversos campos de atuação na área médica, 
especialmente em análises clínicas e citologia oncótica. As Instituições de ensino, pioneiras na 
abertura do curso, foram a Universidade Federal de Pernambuco – UFPE; Universidade Federal 
do Pará – UFPA; Escola Paulista de Medicina – ESPM/ UNIFESP; Universidade de São Paulo 
– USP; campus Ribeirão Preto – UNESP; campus Botucatu Centro Universitário Barão de 
Mauá, em Ribeirão Preto/SP; Organização Santamarense de Educação e Cultura – OSEC, hoje 
Universidade de Santo Amaro – UNISA/SP; Universidade de Mogi das Cruzes/SP; Universidade 
Metodista de Piracicaba – UNIMEP/SP; Universidade Estadual do Rio de Janeiro – UERJ, cita 
Nauom (2005).
 A expansão da biomedicina fez com que com o passar dos anos todos os estados da 
federação, com exceção de Roraima, ofertassem o curso aos ingressantes. Atualmente são mais 
de 180 Instituições de ensino, entre público e privado que possuem o curso espalhados por todo 
o Brasil. O CRBM1 (2010) disponibiliza em sua página online um manual onde lista todas as IES 
e os estados.
4 - CURRÍCULO MÍNIMO EM BIOMEDICINA 
Os conteúdos essenciais para o curso de graduação em Biomedicina são estabelecidos pelo 
Ministério da Educação (MEC), por meio da Resolução nº 2, de 18/2/2003 da Câmara de Educação 
Superior (CES), do Conselho Nacional de Educação (CNE), do Ministério da Educação (MEC), 
que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Biomedicina. Essa 
elaboração leva em conta uma série de fatores de extrema importância ao futuro profissional, 
durante sua jornada de trabalho, portanto, a grade curricular deve apresentar e estar relacionada 
com o processo saúde/doença do cidadão, da família e da comunidade, integrada à realidade 
epidemiológica e profissional. 
Para mais informações sobre quais as Instituições de Ensino Superior, sejam elas 
Faculdade, Universidades ou Centros Universitários que ofertam o curso de Bio-
medicina, o CRBM 1 disponibiliza em sua página online todos elas e suas informa-
ções básicas, como endereço e telefone para contato. Para isso deve-se acessar 
o site do CRBM 1 no ícone Instituições de ensino. 
Disponível em: <https://crbm1.gov.br/category/universidades/>. 
Acesso em: 28 set. 2018.
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As áreas do conhecimento propostasdevem levar em conta a formação global do 
profissional tanto técnico-científica quanto comportamental e deverão ser desenvolvidas dentro 
de um ciclo que estabeleça os padrões de organização do ser humano, seguida de uma visão 
articulada do estudo da saúde, da doença e da interação do homem com o meio ambiente. 
O conteúdo programático do curso de Biomedicina visa dotar o aluno de conhecimentos e 
habilidades que lhe possibilitam comunicação, liderança, atenção à saúde, à gestão administrativa, 
à tomada de decisões, educação permanente, etc., mostra CRBM1 (2010).
Nauom (2005) apresenta em seu guia uma tabela que relaciona 44 disciplinas, das quais 
30 delas são classificadas como básicas e 14 como opcionais, de acordo com o exigido pelo MEC. 
Para melhor entendimento, foi anexada neste manual a tabela realizada pelo autor, no entanto, 
vale ressaltar que as disciplinas podem sofrer modificações de instituição para instituição, mas, 
sempre seguindo o que está de acordo com o que é preconizado pelo Ministério da Educação. 
Área
Morfo-fisiológica
Biologia
Bioquímica
Química
Física
Genética
Microbiologia
Imunologia
Disciplinas básicas
Anatomia humana
Embriologia humana
Citologia
Histologia
Fisiologia humana
Biologia celular
Biologia molecular
Biotecnologia
Bioquímica geral
Bioquímica clínica
Química geral
Química analítica
Química orgânica
Biofísica
Genética humana
Citogenética
Bacteriologia
Micologia
Virologia
Parasitologia
Imunologia geral
Imunologia aplicada a
testes laboratoriais
Disciplinas optativas
Anatomia patológica
Biodiversidade e 
meio ambiente
Aconselhamento genético
Engenharia genética
Epidemiologia
Saúde Pública
Citometria de fluxo
Imunocitoquímica
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Figura 1 – Tabela de Disciplinas básicas e optativas por áreas destinadas aos cursos de Biomedicina. Fonte: Nauom 
(2005).
5 - A PROFISSÃO BIOMÉDICO
Os profissionais biomédicos podem executar procedimentos técnico-operacionais em 
seus campos de atuação que podemos agrupa-los em três grandes áreas de atuação profissional, 
desde que obedecida a habilitação necessária:
• Diagnóstico;
• Coordenação, Direção, chefias, Perícia, Auditoria, Supervisão e Ensino;
• Pesquisa e Investigação.
Para entendermos melhor, esses grupos, devemos conhecer ao certo, pelo menos as 
principais habilitações que o profissional biomédico pode exercer. Para isso, nossas próximas 
unidades explicarão cada habilitação deste profissional em uma abordagem mais detalhada. 
Simplificando, dentro de um leque amplo de estudos, o profissional biomédico pode focar 
seu interesse um uma, ou mais especialidade e nela poder exercer com competência e maior 
entendimento. De acordo com o Conselho Federal de Biomedicina (CFBM) existe hoje 35 
habilitações para o biomédico, estas, estão citadas no quadro abaixo, retirado do Manual do 
Profissional Biomédico do CRBM1 (2005).
35 HABILITAÇÕES
Patologia Clínica
(Análises Clínicas)
Análises 
Bromatológicas
Microbiologia de 
Alimentos
Imaginologia 
(exceto Interpretação)
Análise Ambiental
Fisiologia
Radiologia
Auditoria
Genética
Toxicologia
Bioquímica
Virologia
Anatomia 
Patológica
Biofísica
Banco de 
Sangue
Histologia 
Humana
Biologia 
Molecular
Virologia
Anatomia 
Patológica
Biofísica
Banco de 
Sangue
Histologia 
Humana
Biologia 
Molecular
Fisiologia 
Geral
Patologia
Microbiolo-
gia
Reprodução 
Humana
Informática 
da Saúde
Biomedicina 
Estética
Fisiologia 
Humana
Hematologia
Acupuntura
Farmacolo-
gia
Perfusão Ex-
tracorpórea
Citologia 
Oncótica
Saúde 
Pública
Imunologia
Psicobiologia
Embriologia
Parasitologia
Sanitarista
Quadro 1 - Habilitações do Biomédico segundo o Conselho Federal de Biomedicina. Fonte: CFBM (2018).
Ciência Exata
Aplicativas
Matemática
Bioestatística
Informática
Análises Clínicas
Hematologia
Banco de sangue
Imagenologia
Análises moleculares
Modelos matemáticos aplicados
à biologia (Biomatemática)
Modelos de informática aplica-
dos à biologia (Bioinformática)
Mercado de trabalho
Bioempresa
Bioindústria
Oncologia molecular
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6 - FORMAS DE ADQUIRIR OU INCLUIR UMA 
HABILITAÇÃO
De acordo com as regulamentações, existem algumas formas de incluir e/ou adquirir uma 
habilitação, desde que esta, seja regulamentada pelo CFBM. Durante a graduação, é possível que 
ocorra essa inclusão desde que o graduando realize estágio supervisionado com duração igual 
ou superior a quinhentas horas, cursadas em instituições reconhecidas pelo órgão competente 
do Ministério da Educação ou em laboratório conveniado com Instituições de nível superior ou 
cursos de especialização ou pós-graduação, reconhecidos pelo MEC. Outra forma é um curso de 
especialização, mestrado, doutorado em uma das habilitações, respeitando as normas do MEC. 
Existe também a possibilidade de inclusão com a aprovação no exame de Título de Especialista 
da Associação Brasileira de Biomedicina – ABBM, ou que o profissional apresente certificado 
de Aprimoramento profissional em instituição de ensino superior reconhecida pelo MEC ou 
certificado de Residência Multiprofissional ofertado por Instituições reconhecidas pelo MEC 
(NAUOM, 2005).
7 - O QUE O BIOMÉDICO PODE FAZER APÓS O 
TÉRMINO DA FACULDADE? 
Nauom (2005) se preocupou muito em destacar em seu guia, o que os recém graduados em 
Biomedicina deveriam realizar logo após o término do curso e eis que chegou a uma conclusão de 
que a grande maioria desses indivíduos não fazem ideia de qual seria a melhor forma de conseguir 
se inserir no mercado de trabalho. De acordo com ele os profissionais ao receber o certificado de 
conclusão de curso, o profissional deve solicitar imediatamente seu registro no conselho regional 
ao qual pertence, pois, somente a partir deste é que ele poderá exercer em conformidade sua 
profissão. Em seguida, o profissional deve saber o que seguir e no que se especializar, buscando 
sempre um melhor mercado de trabalho. 
As opções de trabalho para o biomédico são grandes, este profissional pode dedicar-
se em uma pós-graduação, seguir carreira acadêmica, dedicando-se a pesquisa científica, pode 
seguir a docência, uma complementação profissional no exterior ou uma colocação funcional em 
alguma empresa da área.
De acordo com a figura 2, em todas essas atividades relatadas no parágrafo anterior o 
biomédico deve se identificar com áreas de competência profissional nas quais poderá atuar. 
Essas áreas foram compostas pelo rol ou lista de disciplinas durante o curso de graduação, e 
sua atuação pode ser a de docente, pesquisador, proprietário ou sócio de empresas (laboratório, 
empresas) e em colocação funcional por meio de emprego.
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Figura 2 - Tabela de Atividades e área de atuação do profissional Biomédico. Fonte: NAUOM (2005).
O profissional biomédico, por sua formação eclética, tem muitas possibilidades de se 
tornar empregável em diversos ramos laboratoriais (análises clínicas, hematologia, imunologia, 
reprodução humana, biologia molecular, pesquisas científicas), em bancos de sangue público e 
privado, em clínicas de diagnósticos de imagens, em indústrias e bioindústrias, em empresas de 
biotecnologia e bioempresas, entre outros. Sabemos que o campo para tais profissionais é amplo, 
no entanto, é necessário que o profissional esteja sempre atento às mudanças, atento a novas 
possibilidades e quem sabe a um novo campo de atuação. O mercado profissional é extremamente 
distribuído, fazendocom que as áreas buscadas por profissionais, seja ela, qual for sua afinidade 
seja conquistada e executada. Ressalto que mesmo, ainda sendo poucos os concursos, possuímos 
campos de atuação também no mercado público, sonho e anseio de muitos indivíduos que 
realizam um curso de nível superior. Os campos de atuação tanto de mercado público quanto 
privado serão abordados na Unidade 3, deste manual.
Além das possibilidades relatadas anteriormente, ainda possuímos a possibilidade 
da complementação profissional no exterior, a partir de um estágio embasado numa pesquisa 
cientifica, existindo ainda a possibilidade de ganho de bolsa para tal exercício.
8 - CONSELHOS DE BIOMEDICINA – REGIONAL, 
FEDERAL E A LEGISLAÇÃO BIOMÉDICA 
O Conselho Federal possui inúmeras atribuições, entre as quais se destacam o 
estabelecimento de funções normativas em relação à regulamentação da profissão de Biomédico, 
bem como a supervisão e a fiscalização do exercício profissional em todo o território nacional, 
além de organizar e instalar os Conselhos Regionais de Biomedicina.
Os conselhos Regionais possuem o papel de regular, orientar e fiscalizar a atividade do 
profissional Biomédico. Têm seu espaço de atuação delimitado por leis constitucionais. Estão 
impedidos legalmente de fazer mais pela profissão, senão estarão invadindo a área de outras 
instituições, como associações e sindicatos, mostra CRBM1 (2005).
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As associações são sociedades de cunho científico que possuem como objetivo auxiliar os 
profissionais e estudantes com atividades que agreguem valor aos seus currículos, como cursos, 
palestras, congressos, jornadas, encontros, simpósios e demais eventos científicos. Também 
oferecem apoio ao profissional proprietário de um serviço. Os Sindicatos têm como missão 
principal a luta pela melhoria das condições de trabalho, da remuneração dos profissionais, das 
relações entre proprietários de empresas privadas, públicas e colaboradores, e à defesa da classe, 
mostra CRBM1 (2005).
De acordo com o Manual do Profissional Biomédico após amplas discussões no 
Congresso Nacional, a profissão de Biomédico foi regulamentada pela Lei 6.684, de 03/9/79 e 
Decreto nº 88.439, de 28/6/83. A mesma lei criou o Conselho Federal de Biomedicina – CFBM 
– e os Conselhos Regionais de Biomedicina – CRBMs –, com o objetivo de orientar, disciplinar e 
fiscalizar o exercício da profissão de Biomédico. 
As Jurisdições dos CRBM compreendem estados distintos, ou seja, cada Conselho regional 
realiza sua jurisdição em determinada região nacional, desta forma, podemos citar que CRBM1 
compreende os estados de Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de 
Janeiro e Rio Grande do Sul; CRBM 2 os estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, 
Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe; CRBM 3 os estado do Distrito Federal, Goiás, 
Mato Grosso, Minas Gerais e Tocantins; CRBM 4 Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e 
Roraima; CRBM 5- Rio Grande do Sul e Santa Catarina e o mais novo conselho Regional o 
CRBM 6 apenas o estado do Paraná, segundo CFBM (2018).
Hoje, a área de atuação do Biomédico é ampla e o profissional pode se formar em várias 
habilitações, todas regulamentadas pelo Conselho Federal de Biomedicina – CFBM. Pesquisadores 
brasileiros da área de Biomedicina têm se destacado em estudos de repercussão mundial, como o 
Projeto Genoma Humano. Existem em todo o país cerca de 5.000 laboratórios de análises clínicas 
e citologia, cuja responsabilidade técnica é exercida por biomédicos. Há no Brasil, hoje, mais de 
30.000 biomédicos em atividade, menciona CRBM 1 (2010).
9 - CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL
De acordo com a Resolução nº 198, de 21 de Fevereiro de 2011, foi regulamentado o 
novo Código de Ética do Profissional Biomédico, conferido pelas atribuições do CFBM pela Lei 
nº 6.684, de 03 Setembro 1979, modificada pela Lei nº 7.017 de 30 de Agosto de 1982, ambas 
Regulamentadas pelo Decreto nº 88.439, de 28 de Junho de 1983, em consonância com a Lei nº 
6.838, de 29 de Outubro de 1980 e Lei nº 9.784, de 29 de Janeiro de 1999, e suas alterações.
Esse código foi concretizado considerando aspectos pertinentes às normas constituídas 
pela organização dos Conselhos Federal e Regionais de Biomedicina, que são órgãos disciplinadores 
dos profissionais biomédicos, além de considerar as condições e as atividades que os profissionais 
desta categoria desempenham durante as suas funções, em observações éticas e disciplinares. 
Isso faz com que os Conselhos, órgãos estes que possuem como finalidade zelar e disciplinar 
seus profissionais, fiquem atentos a medidas éticas aos quais os profissionais biomédicos exercem 
posturalmente durante a execução de seu trabalho, desta forma, no dia 03 de Abril de 2009 o 
CFBM reunido em sessão plenária de nº 72 decidiram pela aprovação do Novo Código de Ética 
do Profissional Biomédico, na qual a partir da referida data já fora entrada em vigor. 
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De acordo com o Conselho Federal de Biomedicina o Código de Ética profissional foi 
realizado, tendo conhecimento de que o profissional Biomédico, pela sua natureza em cuidar do 
interesse da saúde humana e animal, buscando sempre a verdade e jamais deixando-se aniquilar 
por atos que não sejam fiéis ao seu juramento, seguirá a risca as normas éticas contidas neste, já que 
o objetivo do código é consolidar o interesse sobre a proteção daqueles que utilizam dos serviços 
prestados pelos profissionais Biomédicos e a consolidação das normas de prevenção e práticas 
de nossos profissionais, visando unicamente serem fiéis aos princípios éticos, e no domínio da 
ciência servindo com lealdade ao cliente e a sociedade, desta forma a figura 3 representa alguns 
deveres fundamentais apresentados aos profissionais biomédicos por meio do código de ética 
profissional. Veja o código de ética do profissional Biomédico.
Figura 3 – Deveres fundamentais do código de ética Biomédico. Fonte: o autor.
9.1. Código de ética profissional
CAPÍTULO I - Dos Princípios Gerais
Art. 1º – A Biomedicina é uma profissão a serviço da saúde da pessoa humana, 
animal e da coletividade e deve ser exercida sem discriminação de qualquer 
natureza;
PARAGRAFO ÚNICO – No exercício de suas atividades o biomédico submeter-
se-á às normas do presente Código, cuja transgressão resultará em sanções 
disciplinares por parte do Conselho Regional de Biomedicina, após apuração 
executadas pelas Comissões de Ética.
https://www.crbm1.gov.br/legislação
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Art. 2º – O Código de Ética do Biomédico regula os direitos e deveres dos 
profissionais e das empresas jurídicas com inscrição nos Conselhos Regionais 
de Biomedicina.
Art. 3º – Os Biomédicos respondem pelos atos que praticarem ou pelos que 
autorizarem no exercício da profissão.
CAPÍTULO II - Deveres Profissionais do Biomédico
Art. 4º – Obriga-se o Biomédico a:
• Zelar pela existência, fins e prestígio dos Conselhos de Biomedicina, 
dos mandatos e encargos que lhe forem confiados e cooperar com os que forem 
investidos de tais mandatos e encargos; 
• Respeitar as leis e normas estabelecidas para o exercício da profissão; 
• Guardar sigilo profissional; 
• Exercer a profissão com zelo e probidade; 
• Zelar pela própria reputação; 
• Pagar em dia as contribuições devidas ao Conselho; 
• Observar as boas práticas no exercício da profissão; 
• Respeitar a atividade de seus colegas e outros profissionais;
• Zelar pelo perfeito desempenho ético da Biomedicina e pelo prestígio e bom 
conceito da profissão;
• Comunicar às autoridades sanitárias e profissionais, com discrição e 
fundamento, fatos que caracterizem infração a este Código e às normas queregulam o exercício das atividades biomédicas; 
•Comunicar ao Conselho Regional de Biomedicina e às autoridades sanitárias a 
recusa ou a demissão de cargo, função ou emprego, motivada pela necessidade de 
preservar os legítimos interesses da profissão, da sociedade ou da saúde pública; 
• Denunciar às autoridades competentes quaisquer formas de poluição, 
deterioração do meio ambiente ou riscos inerentes ao trabalho, prejudiciais à 
saúde e à vida; 
• Prenunciar por escrito ao CRBM todos os vínculos profissionais, com dados 
completos da empresa (razão social, nome dos sócios, CNPJ, endereço, horário 
de funcionamento e, se possuir, informar a responsabilidade técnica), manter 
atualizado o endereço residencial, telefones e e-mail; 
• Anunciar por escrito, com antecedência mínima de 10 (dez) dias ao CRBM 
que estiver inscrito sobre o seu afastamento provisório e/ou definitivo dos locais 
onde exercer a Responsabilidade Técnica; 
• Confirmar por escrito ao CRBM que estiver inscrito sobre a sua inatividade ou 
transferência de Jurisdição, com antecedência mínima de 10 (dez) dias; 
• Confirmar por escrito ao CRBM sobre o aprimoramento profissional adquirido 
para que lhe seja conferida a respectiva habilitação.
CAPÍTULO III - Do Exercício Profissional
Art. 5º – No exercício de sua atividade, o Biomédico também deverá:
• Empregar todo o seu zelo e diligência na execução de seus misteres; 
• Não divulgar resultados ou métodos de pesquisas que não estejam, científica e 
tecnicamente, comprovados; 
• Defender a profissão e prestigiar suas entidades; 
• Não criticar o exercício da atividade de outras profissões; 
• Ser leal e solidário com seus colegas, contribuindo para a harmonia da profissão;
• Não ser conivente com erro e comunicar aos órgãos de fiscalização profissional 
as infrações legais e éticas que forem de seu conhecimento; 
• Exigir justa remuneração por seu trabalho;
• Cooperar com a proteção do meio ambiente e da saúde pública, não participar 
de qualquer tipo de experiência em ser humano com fins bélicos, raciais, 
eugênicos, ou em que se constate desrespeito a algum direito inalienável do ser 
humano; 
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• Não praticar procedimentos que não sejam reconhecidos pelo Conselho 
Federal de Biomedicina; 
• Não praticar ato profissional que cause dano físico, moral ou psicológico ao 
usuário do serviço que possa ser caracterizado como imperícia, negligência ou 
imprudência; 
CAPÍTULO IV - Direitos do Biomédico 
Art. 6º – São direitos do Biomédico:
• Exercer com liberdade e dignidade a Biomedicina em todo o território nacional 
sem ser discriminado por qualquer motivo;
• Indicar falhas nos regulamentos e normas das instituições em que trabalhe, 
quando as julgar indignas do exercício da profissão ou prejudiciais à coletividade; 
• Recusar-se a exercer sua profissão em instituição pública ou privada onde as 
condições de trabalho sejam indignas ou possam prejudicar pessoas e mesmo a 
coletividade; 
• Resguardar o segredo profissional; 
• Ter respeitada, em nome da liberdade de profissão e do sigilo profissional, a 
inviolabilidade de seu laboratório, ou local de trabalho, de seus arquivos e dados, 
de sua correspondência e de suas comunicações, inclusive telefônicas ou afins, 
salvo caso de requisição judicial; 
• Dispor de boas condições de trabalho e receber justa remuneração por seu 
desempenho; 
CAPÍTULO V - Dos Limites para Divulgação e Propaganda da Atividade 
Biomédica.
Art. 7º – O Biomédico pode utilizar-se dos meios de comunicação para conceder 
entrevistas ou palestras sobre assuntos da Biomedicina, com finalidade educativa 
científica e de interesse social.
Parágrafo único – Os assuntos divulgados pelos Biomédicos, neste artigo, serão 
de sua inteira responsabilidade.
Art. 8º – Os anúncios, individuais ou coletivos, deverão restringir-se: Ao nome 
do biomédico e respectivo número de inscrição no Conselho, às suas habilitações 
devidamente registradas, aos títulos da profissão e seus endereços e horários de 
trabalho.
Art. 9º – O Biomédico somente poderá afixar placa externa em seu local de 
trabalho e em sua residência, obedecendo a legislação pertinente.
Art. 10º – É vedado ao Biomédico:
• Oferecer seus serviços profissionais através de qualquer mídia para promover-
se profissionalmente; 
• Divulgar informações que identifique o paciente; 
• Publicar fotografia de pacientes, salvo em veículo de divulgação estritamente 
científica e com prévia e expressa autorização do paciente ou de seu representante 
legal; 
• Anunciar preços de serviços, modalidade de pagamento e outras formas de 
comercialização; 
• Promover publicidade enganosa ou abusiva da boa fé do usuário; 
• Anunciar títulos científicos que não possa comprovar ou habilitação e/ou 
especialidade para a qual não esteja qualificado; 
• Publicar em seu nome trabalho científico do qual não tenha participado; 
apresentar e divulgar como originais quaisquer idéias descobertas ou ilustrações 
que na realidade não o sejam.
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CAPÍTULO VI - Das Relações com os Colegas
Art. 11º – Nas relações com os colegas, o Biomédico deve manter sempre 
respeito, urbanidade e solidariedade, sendo vedado:
• Criticá-los em público; 
• Aceitar remuneração inferior à reivindicada por colega sem o seu prévio 
consentimento ou autorização do órgão de fiscalização profissional; 
• Angariar clientela mediante propaganda não permitida pelo órgão de 
fiscalização profissional; oferecer denúncia sem provas.
CAPÍTULO VII - Das Relações com a Coletividade
Art. 12º – Nas relações com a coletividade, o Biomédico não poderá:
• Praticar ou permitir a prática de atos que, por ação ou omissão, prejudiquem, 
direta ou indiretamente, a pessoa humana e a saúde pública; 
• Ser conivente de qualquer forma com o exercício ilegal da profissão ou 
acumpliciar-se, direta ou indiretamente, com quem o praticar;
• Revelar fatos sigilosos de que tenham conhecimento, no exercício de sua 
atividade profissional, a não ser por imperativo de ordem judicial; 
• Unir-se a terceiros para obtenção de vantagens que acarretem prejuízos ou 
inadequada assistência à saúde pública;
• Participar ou auxiliar, a qualquer modo, da prática de tortura em relação à 
pessoa ou formas de procedimento degradantes, desumanas e cruéis;
• Utilizar dos seus conhecimentos, fornecer substância ou instrumentos, 
participar de qualquer modo, na execução de pena de morte;
• Falsear dados estatísticos ou deturpar sua interpretação científica.
CAPÍTULO VIII - Das Relações com o Conselho Federal e os Regionais de 
Biomedicina.
Art. 13º – Nas relações com o Conselho Federal e os Regionais, o Biomédico 
deverá:
• Cumprir, integral e fielmente, obrigações e compromissos assumidos mediante 
contratos e outros instrumentos, visados e aceitos, pelo CRBM, relativos ao 
exercício profissional; 
• Acatar, respeitar e cumprir resoluções, portarias e atos baixados pelo CFBM 
ou CRBM; 
• Propiciar, com fidelidade, informações a respeito do exercício profissional, que 
lhe forem solicitadas; 
• Atender sempre convocação feita pelo órgão profissional, a não ser por motivo 
de força maior, comprovadamente justificado; 
• Comunicar ao Conselho Regional de Biomedicina em que estiver inscrito, toda 
e qualquer conduta ilegal ou antiética que observar na prática profissional.
Art. 14º- É vedado ao biomédico:
• Divulgar/anunciar por qualquer meio de informação que trata de assuntos de 
interesse relativo ao Conselho Federal e Regional do qual faz parte em função 
expressamente do cargo que ocupa e/ou que ocupou sem autorização expressa 
do Presidente do Conselho Federal e/ou Regional respectivo.
Parágrafo 1º – Em conexão com o cumprimento do art. 14, deve o profissional 
que ocupa e/ou ocupou cargo nos Conselhos Federal e Regionais: 
• Não se aproveitar do cargo que detém para divulgarassuntos inerentes ao 
Conselho; 
• Revelar informações obtidas em função do cargo que ocupar e/ou ocupou, sem 
autorização do Presidente do Conselho Federal e Regional; 
• Revelar fato de que tenha conhecimento em virtude do exercício de sua 
profissão, salvo por motivo justo.
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CAPÍTULO IX - Das Infrações Disciplinares
Art. 15º – Constituem infrações disciplinares:
• Transgredir preceito do Código de Ética Profissional; 
• Exercer a profissão quando impedido de fazê-lo, ou facilitar, por qualquer 
meio, o seu exercício aos não inscritos ou impedidos;
• Manter sociedade profissional fora das normas e preceitos estabelecidos na 
legislação em vigor;
• Violar sem justa causa sigilo profissional; 
• Praticar, no exercício da atividade profissional, ato que a lei define como crime 
ou contravenção; 
• Faltar a qualquer dever profissional; 
• Obstar, ou dificultar a ação fiscalizadora das autoridades sanitárias ou 
profissionais; 
• Injuriar, difamar/caluniar qualquer profissional de maneira incivil, bem como, 
a atividade de classe a qual pertence; 
• Revelar informações obtidas em função do cargo que ocupa e/ou ocupou, sem 
autorização do Presidente do Conselho Federal e Regional de Biomedicina; 
• Exercer a profissão biomédica quando estiver sob sanção disciplinar de 
suspensão; 
• As faltas serão consideradas gravíssimas, graves, leves, ou escusáveis conforme 
a natureza do ato e as circunstâncias de cada caso.
CAPÍTULO X - Competência do Presidente do Conselho Federal, Regionais e 
membros de Comissões.
Art. 17º – Compete ao Presidente do Conselho Federal e Regionais de 
Biomedicina, bem como aos Conselheiros e membros de Comissões: 
• Instaurar, de ofício, o processo competente sobre ato ou matéria que considere 
passível de configurar, em tese, infração ao princípio ou norma de ética 
profissional ao qual o processo disciplinar instaura-se de ofício ou mediante 
representação dos interessados, que não pode ser anônima; 
• Organizar, promover e desenvolver cursos, palestras, seminários e discussões a 
respeito de ética profissional, em parceria com o Departamento Jurídico.
CAPÍTULO XI - Sanções Éticas e Disciplinares.
Art. 18º – As transgressões aos Acórdãos, Normativas e Resoluções do CFBM, 
as Deliberações dos CRBMs e as infrações à legislação biomédica são passíveis 
de recurso ao CFBM.
Art. 19º – As infrações éticas e disciplinares serão apenadas, de forma alternada, 
sem prejuízo das sanções de natureza civil ou penal cabíveis, com as penas 
conforme o Art. 16º desse Código de Ética.
Art. 20º – Considera-se infração, a desobediência ou a inobservância ao disposto 
nas normas legais e outras, que, por qualquer forma digam respeito às atividades 
de Biomédico.
Art. 21º- As infrações, quanto ao exercício profissional, classificam-se em:
I – LEVES: aquelas em que o infrator seja beneficiado por circunstância 
atenuante;
II – GRAVES: aquelas em que for verificada uma circunstância agravante;
III – GRAVÍSSIMAS: aquelas em que seja verificada a existência de duas ou mais 
circunstâncias agravantes.
Art. 22º – São circunstâncias atenuantes: 
• A ação do infrator não ter sido fundamental para a consecução do evento; 
• O infrator, por espontânea vontade, imediatamente, procurar reparar ou 
minorar as conseqüências do ato que lhe foi imputado; 
• Ter o infrator sofrido coação a que não podia resistir para a prática do ato; 
• Ser o infrator primário, e a falta cometida, de natureza leve.
Art. 23º- São circunstâncias agravantes:
• Ter o infrator agido com dolo, ainda que eventual fraude ou má-fé; 
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• Cometido a infração para obter vantagem pecuniária decorrente de ação ou 
omissão contrária ao disposto na legislação em vigor; 
• Tendo conhecimento do ato ou fato irregular, o infrator deixar de tomar as 
providências de sua alçada, tendentes a evitá-lo ou saná-lo; 
• A acumulação de infrações, sempre que duas ou mais sejam cometidas no 
mesmo momento.
Parágrafo único – Sem prejuízo no disposto neste artigo e no artigo 22º, na 
aplicação de penalidade infração ou as infrações serem cometidas durante o 
processo ético administrativo ou o cumprimento de pena disciplinar;
Art. 24º – Para efeito, ficará caracterizada a reincidência especifica quando o 
infrator, após decisão definitiva na esfera administrativa do processo que lhe 
houver imposto penalidade, cometer nova infração ou permanecer em infração 
continuada.
Parágrafo único – A reincidência específica torna o infrator passível de 
enquadramento na penalidade máxima e a caracterização da infração como 
gravíssima.
Art. 25º – Para a imposição de penalidade e a sua graduação, levar-se-á em conta: 
as circunstâncias atenuantes e agravantes; a gravidade do fato.
Art. 26º – Havendo concurso de circunstâncias atenuantes e agravantes, a 
aplicação da pena será considerada em razão das que sejam preponderantes.
Art. 27º – Em conformidade com o disposto na Lei Federal 6.684/79, 
regulamentada pelo Decreto Federal 88.439/83, as infrações, sem prejuízo 
das sanções de natureza civil ou penal, cabíveis, serão punidas, alternativa 
ou cumulativamente, com penalidade de: advertência; repreensão; multa 
equivalente a até 10 (dez) vezes o valor da anuidade devida a este Conselho; 
suspensão do exercício profissional pelo prazo de até 3 (três) anos; cancelamento 
do registro profissional, e da inscrição na sociedade, se for o caso; 
§ 1º – Salvo os casos de gravidade manifesta ou reincidência, a imposição 
das penalidades obedecerá a graduação deste artigo, observadas as normas 
estabelecidas por este Conselho para disciplina no processo de julgamento das 
infrações;
§ 2º – A pena de Advertência será aplicada, de forma escrita, por ofício do 
Presidente do CRBM, fazendo constar dos assentamentos do profissional;
§ 3º – A pena de repreensão será aplicada de forma escrita, com o emprego 
da palavra “censura” por ofício do Presidente do CRBM, fazendo constar dos 
assentamentos do profissional;
§ 4º – A pena de multa consiste no recolhimento de importância em espécie, 
equivalente a até 10 (dez) vezes o valor da anuidade segundo a gravidade da 
infração, aplicada com publicidade, fazendo constar dos assentamentos do 
profissional;
§ 5º – A pena de suspensão do exercício profissional pelo prazo de até 03 (três) 
anos consiste no impedimento de qualquer atividade profissional biomédica, 
sendo a pena variável segundo a gravidade da infração, aplicável pelo CRBM 
com publicidade, fazendo constar dos assentamentos do profissional.
§ – 6º – A pena de cancelamento do registro profissional será aplicada por falta 
gravíssima, com a devida publicidade, fazendo-se constar dos assentamentos 
do profissional. Dever-se-á comunicar o fato ao Serviço de Fiscalização do 
Exercício Profissional dos Estados Membros, ao órgão sanitário competente, ao 
empregador, publicado no D.O.U.
Art. 28º – Se a irregularidade não se revestir de gravidade, será expedido termo 
de intimação ao infrator, para corrigi-lo no prazo de 30 (trinta) dias.
§ 1º – o prazo para cumprimento da intimação será contado a partir da data de 
cientificação do infrator;
§ 2º – o prazo para cumprimento da intimação poderá ser reduzido ou 
aumentado, em casos excepcionais, por motivos de interesse público, mediante 
despacho fundamentado.
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Art. 29º- O termo de intimação será lavrado em 4 (quatro) vias, destinando-se 
a primeira ao intimado e conterá: o nome da pessoa física, ou denominação da 
entidade intimada, especificação do seu ramo de atividade e endereço; número, 
série e data do auto de intimação respectivo; a disposição legal ou regulamentar 
infringida; a medida exigida; o prazo para sua execução; nome da pessoa que 
expediu a intimaçãoe assinatura.
§ 1º – Lavrado o Termo de Intimação, recolher-se-á a assinatura do intimado, 
ou na sua ausência, de seu representante legal ou preposto; em caso de recusa, 
a consignação dessa circunstância e a assinatura de suas testemunhas, quando 
possível.
§ 2º – Na impossibilidade de ser dado conhecimento diretamente ao interessado, 
da intimação ou do despacho que reduzir ou aumentar o prazo para sua execução, 
o infrator deverá ser cientificado por meio de carta registrada, ou publicação na 
imprensa oficial.
Art. 30º – São infrações éticas e disciplinares: 
Penalidade: Advertência.
I - Deixar de comunicar às autoridades biomédicas, fatos que contenham 
fundamentos e que caracterizem infração ao Código de Ética da Profissão 
Biomédica e às normas que regulam as atividades biomédicas;
II - Exercer a profissão biomédica sem condições dignas de trabalho e 
remuneração;
III - Deixar de informar, por escrito, ao CRBM sobre todos os vínculos 
profissionais, com dados completos da empresa (razão social, nome dos 
sócios, CNPJ, endereço, horário de funcionamento e, se possuir, informar a 
responsabilidade técnica), manter atualizado o endereço residencial, telefones 
e e-mail.
Penalidade: Multa e/ou cancelamento.
I – Participar de qualquer tipo de experiência em seres humanos com fins bélicos, 
raciais, eugênicos ou em que se observe desrespeito aos direitos humanos.
Penalidade: Suspensão e/ou cancelamento.
I – Praticar ato profissional que cause dano físico, moral ou material, 
comprovados mediante decisão judicial com trânsito em julgado, ao usuário do 
serviço, caracterizado como imperícia, negligência ou imprudência,
Penalidade: multa e/ou suspensão 
I – Violar o sigilo profissional de fatos que tenha tomado conhecimento no 
exercício da profissão, com exceção daqueles presentes em lei que exigem 
comunicação, denúncia ou relato a quem de direito.
II – Deixar de prestar assistência técnica ao estabelecimento com o qual 
mantenha vínculo profissional ou permitir a utilização de seu nome por 
qualquer estabelecimento ou instituição onde não exerça pessoal e efetivamente 
sua função.
III – Efetivar ou participar de fraudes em relação à profissão biomédica em todos 
os campos de conhecimento e técnica biomédica.
IV – Emitir laudos técnicos e realizar perícias técnico-legais sem observância ou 
obediência à legislação vigente.
V – Omitir das autoridades competentes, ou participar com quaisquer formas 
de poluição, deterioração do meio ambiente ou riscos inerentes ao trabalho, 
prejudiciais à saúde e à vida.
VI – Aceitar remuneração inferior ao piso salarial estabelecido por acordos 
ou dissídios da categoria, para exercício profissional, assunção de direção e 
responsabilidade técnica.
VII – Delegar a outras pessoas atos ou atribuições da profissão biomédica.
VIII – Exercer a atividade profissional incompatível com a habilitação conferida 
pelo CRBM.
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IX – Declarar possuir títulos científicos que não possa comprovar.
X – Omitir-se e/ou acumpliciar-se com os que exercem ilegalmente a profissão 
biomédica ou com os profissionais ou instituições que pratiquem atos ilícitos.
XI – Deixar de pagar as contribuições devidas ao CRBM.
XII – Pleitear, de forma desleal, para si ou para outrem, emprego, cargo ou 
função que esteja sendo exercido por outro biomédico, bem como praticar atos 
de concorrência desleal.
XIII – Oferecer denúncia sem possuir elementos comprobatórios, capazes de 
justificá-la.
XIV – Não acatar, respeitar e cumprir as resoluções, as portarias e os atos 
baixados pelo CFBM ou CRBM.
XV – Não tratar, com urbanidade e respeito, os representantes do órgão 
profissional, quando no exercício de suas funções, favorecendo e facilitando o 
seu desempenho.
XVI – Não propiciar com fidelidade informações a respeito do exercício 
profissional, da Legislação Biomédica e acerca das atividades e atuação dos 
CRBMs e CFBM.
XVII – Não atender convocação, a não ser por motivo de força maior, 
comprovadamente justificado.
Pena: Repreensão e/ou multa.
I – Obstar ou dificultar a ação fiscalizadora dos fiscais do CRBM, quando no 
exercício de suas funções.
II – Deixar-se explorar por terceiros, com finalidade política ou religiosa.
III – Exercer a profissão em estabelecimento sem registro obrigatório no 
Conselho de Classe Profissional.
IV – Publicar em seu nome, trabalho científico do qual não tenha participado ou 
atribuir-se autoria exclusiva, quando houver participação de subordinados ou 
outros profissionais biomédicos ou não.
Pena: Cancelamento de Registro Profissional.
I – Exercer a profissão quando estiver sob a sanção disciplinar de suspensão.
PARAGRAFO ÚNICO: Os tipos descritos acima são apenas enumerativos não 
restringindo ao órgão de fiscalização ética a apuração, processamento e aplicação 
de penas aqui não discriminados, devendo para tanto, observar a legislação 
vigente bem como as normativas e resoluções do Conselho Federal.
Art. 31º – As infrações éticas e disciplinares prescrevem em 5 (cinco) anos.
Art. 32º – O infrator tomará ciência das decisões proferidas: pessoalmente, ou 
por procurador, à vista do processo; ou mediante notificação, que poderá ser 
feita por carta registrada ou através da Imprensa Oficial, considerando efetivada 
5 (cinco) dias após a publicação.
CAPÍTULO XII - Disposições Finais.
Art. 33º – O Biomédico obedecerá aos princípios da legalidade, podendo exercer 
dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões 
regulamentadas, sendo vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, 
exceto quando houve compatibilidade de horários.
Art. 34º – O exercício da biomedicina exige conduta compatível com os preceitos 
deste Código, em obediência as Leis, do Estatuto, dos Provimentos, Normativas 
e com os demais princípios da legalidade, da moral individual, ética, social e 
profissional.
Art. 35º – O profissional Biomédico, obrigatoriamente tem que contribuir pra 
o aprimoramento da Biomedicina e das instituições que a ela se encontram 
interligadas,
Art. 36º – O profissional condenado por sentença criminal, definitivamente 
transitada em julgado, por crime praticado no uso do exercício da profissão, 
ficará suspenso da atividade enquanto durar a execução da pena.
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Art. 37º – O Biomédico portador de doença incapacitante para o exercício da 
biomedicina, apurada pelo Conselho Regional de Biomedicina em processo 
administrativo com perícia médica, terá o seu registro suspenso enquanto 
perdurar sua incapacidade.
Art. 38º – Ao Biomédico que tiver sido condenado em processo administrativo 
ético com decisão transitada em julgado é impedido de candidatura para 
participar dos pleitos eleitorais de sua categoria pelo período de 08 (oito) anos, 
aplicando-se o mesmo impedimento àqueles que tiverem respondido a processo 
crime transitado em julgado ou de improbidade administrativa transitado em 
julgado.
Art. 39º – O Conselho Federal de Biomedicina e os Conselhos Regionais deverão 
cumprir e fiscalizar as normas emanadas do Governo Federal pertinentes a sua 
área de atuação.
Art. 40º – O Conselho Federal de Biomedicina, ouvidos os Conselhos Regionais 
de Biomedicina, promoverá a revisão e a atualização do presente Código quando 
necessárias.
Art. 41º – As omissões deste Código serão sanadas pelo Conselho Federal de 
Biomedicina.
Art. 42º – O presente Código Ética entra em vigor na data de sua publicação 
e revoga o anterior Código de Ética aprovado pela Resolução do C. F. B. M. – 
no 0002/84 de 16/08/84, e alterações contido na Resolução nº34, de 06/08/91 e 
Resolução nº 001 de 25/03/95.
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02
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................26
1 - CAMPO DE ATUAÇÃO: ANÁLISES CLÍNICAS .................................................................................................... 27
2 - CONHECENDO UM LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS – NOÇÕES BÁSICAS DE ADMINISTRAÇÃO 
LABORATORIAL E ABERTURA DE UM LAC ........................................................................................................... 29
3 - ESTRUTURA LABORATORIAL ............................................................................................................................ 31
4 - SETORES E EXAMES REALIZADOS .................................................................................................................. 32
4.1. SETOR HEMATOLOGIA ..................................................................................................................................... 33
4.2. SETOR BIOQUÍMICA E IMUNOLOGIA ............................................................................................................ 33
4.3. SETOR MICROBIOLOGIA E MICOLOGIA ........................................................................................................ 33
4.4. SETOR URINÁLISE E PARASITOLOGIA .......................................................................................................... 34
CAMPO DE MAIOR ATUAÇÃO 
PROFISSIONAL
PROF.A RAFAELE ANDRESSA DA SILVA BELEI
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA: INTRODUÇÃO À BIOMEDICINA E 
DEONTOLOGIA
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5 - NOÇÕES DE BIOSSEGURANÇA ........................................................................................................................ 34
5.1. UTILIZAÇÃO DE EPIS E EPCS .......................................................................................................................... 35
5.2. HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS .............................................................................................................................. 37
5.3. DEFINIÇÃO DAS CLASSES DE RISCO E DOS NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA (NB) .................................... 38
5.4. BOAS PRÁTICAS LABORATORIAIS ................................................................................................................ 39
5.5. MÉTODOS DE DESINFECÇÕES E ESTERILIZAÇÃO ....................................................................................... 39
5.6. O QUE FAZER EM CASOS DE ACIDENTE E POSSÍVEL CONTAMINAÇÃO COM MATERIAL BIOLÓGICO? .....
.................................................................................................................................................................................... 40
6 - COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO ................................................................................................................. 40
6.1. INSTALAÇÃO E INFRAESTRUTURA FÍSICA DO LOCAL DE COLETA ............................................................. 40
6.2. COLETA E ARMAZENAGEM DE AMOSTRAS DE SANGUE ............................................................................. 41
6.3. PROCEDIMENTO DE COLETA DE AMOSTRAS SANGUÍNEAS ...................................................................... 41
6.4. COLETA DE SANGUE VENOSO: LOCAIS DE ESCOLHA PARA VENOPUNÇÃO ............................................. 42
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INTRODUÇÃO
A biomedicina é uma carreira ampla e com mercado de trabalho diversificado: possui 
mais de 30 áreas de atuação autorizadas pelo Conselho Federal de Biomedicina (CFBM), sendo 
que o campo de maior atuação profissional está voltado às análises clínicas – o qual concentra, de 
acordo com dados do CFBM, cerca de 70% dos profissionais formados.
Historicamente, o campo das Análises Clínicas, em nosso país, nunca teve autonomia 
acadêmica, mas sempre foram ligadas às Escolas e Faculdades de Farmácia no início e, mais 
tarde, às Faculdades de Biomedicina, de modo que hoje há três Conselhos que regulamentam a 
habilitação: Conselho de Farmácia, Conselho de Biomedicina, e Conselho de Medicina. Devido 
a isso, podemos afirmar que a grande maioria dos recém formados em Biomedicina querem e 
tem interesse em trabalhar com as análises clínicas, porém, podemos afirmar que esse mercado, 
das habilitações que possuímos é o mercado mais saturado, pois, apesar de apresentarem grandes 
oportunidades de trabalho também apresentam uma grande quantidade de profissionais atuantes.
Já que o profissional biomédico é um dos profissionais habilitados a realizar as análises 
clínicas, é bom lembrar que esta habilitação é compreendida pela Lei nº 7.135, de 26 Outubro 
de 1983 Lei nº 6.686, de 11 de Setembro de 1979 Lei nº 7.135, de 26 de Outubro de 1983, 
Representação nº 1.256-5/DF, Resolução nº 86/86 regulamentado e aprovada pelo Conselho 
Federal de Biomedicina, em que dispõe que o profissional habilitado pode realizar análises, ser 
responsável técnico, assinar e emitir laudos, assumir chefias técnicas, ser diretor ou proprietário 
de laboratório, processar sangue e derivados, realizar exames pré-transfusionais com algumas 
exceções, mostra CRBM 1 (2010).
De acordo com o Manual do profissional Biomédico, disponível no endereço eletrônico do 
CRBM 1, este profissional tem como função realizar, com exceções, coleta de amostras biológicas 
para realização dos mais diversos exames, como também supervisionar os respectivos setores de 
coleta de material biológico de qualquer estabelecimento a que isso se destine.
Para os profissionais que querem trabalhar com as análises clínicas devemos expor 
o que é e para que serve um laboratórios de análises clínicas (LAC), situando-os de que 
estes empreendimentos são fundamentados em um processo ao qual se inicia desde a coleta 
do espécime diagnóstico, ou seja, amostras biológicas obtidas adequadamente para fins de 
diagnóstico laboratorial e termina com a emissão de um laudo, laudo este emitido por um 
profissional graduado e habilitado para tal finalidade, sendo desta forma dividido em três fases 
de processos dos espécimes diferentes: fase pré-analítica, analítica e pós-analítica (CFF, 2018).
Nesta unidade 2, além da caracterização do campo de maior atuação profissional, esta 
visa também abranger de forma simples e singela a administração laboratorial, mostrando alguns 
dos documentos necessários e normativas e RDCs que compreendem a abertura de um LAC. 
Além disso, vamos explorar a estrutura física que deve possuir um laboratório, seus setores, os 
exames realizados, as noções de biossegurança aplicadas e a coleta do material biológico.
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1 - CAMPO DE ATUAÇÃO: ANÁLISES CLÍNICAS
Historicamente, o campo das Análises Clínicas em nosso país nunca teve autonomia 
acadêmica, mas sempre foram ligadas às Escolas e Faculdades de Farmácia no início e, mais 
tarde, as Faculdades de Biomedicina. Assim como não há Faculdade de Análises Clínicas, não 
há Conselhos que representem diretamente esta profissão, somente conselhos que regulamentam 
a habilitação em análises clínicas. No Brasil, existem hoje três Conselhos que regulamentam a 
habilitação, que são o Conselho de Farmácia, Biomedicina e Medicina (IOC, 2018).
Há quase cem anos, a medicina laboratorial existe como parte da área da saúde, onde 
os médicos patologistas e também pesquisadores treinavam pessoas comuns para fazer os 
procedimentos sob sua supervisão. No entanto, aproximadamente em 1920 esses procedimentos 
adquiriram aplicações técnicas e foi a partir dai que houve a necessidade de incrementar 
treinamento a estes. Naquela época, existia um número muito limitado de técnicas laboratoriais 
e estas, quase que por sua totalidade, eram baseadas em técnicas manuais. Essas técnicas eram 
restritas ao exame físico e observação do paciente e os estudos laboratoriais eram extremamente 
restritos às substâncias que eram naturalmente eliminadas pelo corpo, cita Câmara (2013).De acordo com os achados literários, acredita-se que o exame de urina foi o primeiro 
exame de diagnóstico laboratorial realizado. A avaliação de urina pelos médicos sumérios e 
babilônios foi documentada em placas de argila que datam de 4000 a.C. Culturas hindus tinham 
o conhecimento de que a urina de alguns pacientes tinha sabor adocicado e atraía formigas, desta 
maneira, os médicos daquela época diante deste achado caracterizava-se um achado diabético. 
Com o passar do tempo, o diagnóstico realizado na urina sofreu diversas melhorias, como o 
uso do uroscópio, na Idade Média, em que era usado para realizar um exame visual de urina 
coletada e pelas tiras reagentes, as quais continham diferentes análitos que até os dias atuais 
são utilizados. Em meados do século XIX, essa técnica caiu em desuso devido ao mal caráter 
de alguns indivíduos que tentavam e vendiam poções milagrosas para doenças que podiam ser 
vistas pelo uroscópio. Apesar disso, passado um tempo, voltou a ter credibilidade. No entanto, 
ainda existiam muitas doenças aos quais um simples exame de urina não era capaz de detectar, 
tornando-se diagnósticos falhos e insuficientes para a conclusão da patologia do paciente. 
Infelizmente, ainda faltava procedimentos que trouxessem maiores resultados e foi a partir dessa 
necessidade que se deu início os estudos sobre novos tipos de exames e suas técnicas, buscando 
maior eficiência em diagnóstico, cita Câmara (2013).
Em meados de 1900, começaram a ser implantados novas metodologias, como os métodos 
enzimáticos para glicose em papel filtro, estes por sua vez se tornaram amplamente utilizados 
para teste de urina e sangue. Já em 1941, foi lançado o primeiro teste de glicose na urina, de 
fabricação da companhia Miles® que testavam a presença de açúcar na urina a partir de tabletes 
efervescentes. E foi essa mesma empresa que desenvolveu as primeiras tiras reagentes de urina, 
semelhantes a que temos no mercado até hoje, coloca Câmara (2013).
De acordo com Câmara (2013), muitos países desenvolvidos, no final dos anos 20, 
realizaram treinamentos e programas educacionais para técnicos e auxiliares de laboratório. Já no 
final dos anos 40, técnicas de análises laboratoriais e os resultados dos exames foram estabelecidos 
em hospitais como parte da prática da medicina e área da saúde. 
A partir de uma busca por aprimoramentos nos exames laboratoriais ofertados, uniu-
se a necessidade com os avanços tecnológicos e em meados dos anos 50 e 60, a explosão de 
conhecimento nas áreas biológicas e ciências clínicas, o desenvolvimento da automação e técnicas 
laboratoriais mais sofisticadas, e a criação de equipamentos capazes de auxiliar no processo de 
análise dos materiais coletados, fazendo com que os resultados fossem mais confiáveis e eficientes. 
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O crescimento expressivo da gama de testes oferecidos e o aumento do número de 
laboratórios clínicos, mostraram a necessidade de criação de programas de análises clínicas bem 
definidos e mais academicamente organizados, explica Câmara (2013).
Os treinamentos que antes eram proporcionados apenas para uma melhoria dos 
funcionários e eram realizadas na bancada dos laboratórios com palestras formais, rapidamente 
tornou-se um curso com currículo organizado nas instituições de ensino. O conteúdo aplicou 
princípios da biociência (biologia, química, física, matemática, estatística, anatomia e fisiologia) 
e técnicas manuais/automatizadas com controle de qualidade assegurados antes da liberação dos 
resultados dos testes. Todos esses avanços trouxeram e possibilitaram que o paciente obtivesse 
maior confiança nos resultados laboratoriais, já que estes exames proporcionavam resultados 
mais satisfatórios e concretos, coloca Câmara (2013).
Desta forma, podemos concluir que as análises clínicas é o ramo da área da saúde que 
trabalha com o estudo de substancias, materiais biológicos principalmente, de forma a coletar 
e apontar diagnósticos a respeito da saúde do paciente. Essas análises são realizadas a partir de 
exames solicitados pelo médico do paciente, ajudando a diagnosticar algum dado ou característica 
que possa ajudar no diagnóstico de alguma anomalia ou problema de saúde. Os exames incluem 
principalmente a coleta de materiais biológicos como urina, sangue, fezes ou outros, para 
serem analisadas e servirem para construir dados. Como esse material pode variar de natureza 
e de utilidade, os profissionais que irão analisá-lo também são variados, como farmacêuticos, 
bioquímicos, médicos ou biomédicos, sendo que esses profissionais devem possuir conhecimentos 
necessários na área, conforme as regras da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e os órgãos 
fiscalizadores.
Já que o profissional biomédico é um dos profissionais habilitados a realizar as análises 
clínicas, é bom lembrar que esta habilitação é compreendida pela Lei nº 7.135, de 26 de Outubro 
de 1983 Lei nº 6.686, de 11 de Setembro de 1979 Lei nº 7.135, de 26 de Outubro de 1983, 
Representação nº 1.256-5/DF, Resolução nº 86/86, regulamentado e aprovada pelo Conselho 
Federal de Biomedicina que dispõe que o profissional habilitado pode realizar análises, ser 
responsável técnico, assinar e emitir laudos, assumir chefias técnicas, ser diretor ou proprietário 
de laboratório, processar sangue e derivados, realizar exames pré-transfusionais com algumas 
exceções, segundo CRBM 1 (2010).
De acordo com o Manual do profissional Biomédico, disponível no endereço eletrônico 
do CRBM 1, o biomédico tem como função realizar, com exceções, coleta de amostras biológicas 
para realização dos mais diversos exames, como também supervisionar os respectivos setores 
de coleta de material biológico de qualquer estabelecimento a que isso se destine. Embora seja 
ampla a área de atuação do Biomédico, a de Análises Clínicas ainda é a mais procurada pelos 
profissionais do setor. No Brasil, cerca de 80% dos Biomédicos trabalham no segmento e o 
mercado do diagnóstico laboratorial é gigantesco. Existem no Brasil, de acordo com o Cadastro 
Nacional de Estabelecimentos em Saúde do Ministério da Saúde, aproximadamente 12 mil 
laboratórios de Análises Clínicas, entre os de saúde pública e os prestadores de serviço. Boa 
parte deles tem Biomédicos como proprietários, gerentes, responsáveis técnicos e prestadores de 
serviços ou funcionários, informa CRBM 1 (2010).
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2 - CONHECENDO UM LABORATÓRIO DE ANÁLISES 
CLÍNICAS – NOÇÕES BÁSICAS DE ADMINISTRAÇÃO 
LABORATORIAL E ABERTURA DE UM LAC
De forma geral, os Laboratórios de Análises Clínicas (LAC) são fundamentados em um 
processo ao qual se inicia desde a coleta do espécime diagnóstico, ou seja, amostras biológicas 
obtidas adequadamente para fins de diagnóstico laboratorial e termina com a emissão de um 
laudo, laudo este emitido por um profissional graduado e habilitado para tal finalidade (CFF, 
2018).
Didaticamente, o processo todo realizado dentro de um LAC pode ser dividido em 
três fases: pré-analítica, analítica e pós-analítica. A fase pré-analítica consiste na preparação do 
paciente, coleta, manipulação e armazenamento do espécime diagnóstico, antes da determinação 
analítica. Ou seja, engloba todas as atividades que precedem o ensaio laboratorial, dentro ou 
fora do laboratório de analises clínicas. A fase seguinte é a analítica, em que se inicia com a 
validação do sistema analítico, através do controle da qualidade interno, e se encerra, quando a 
determinação analítica gera um resultado. E a última é a fase pós-analítica, que se inicia após a 
geração do resultado analítico, quantitativo e/ou qualitativo, sendo finalizada após a entrega do 
laudo conforme legislação vigente (CFF, 2018).
O laboratório de análises clinica é um estabelecimento fundamental para o diagnóstico 
e prognostico de diversasdoenças, sendo dividido em laboratório de grande, médio e pequeno 
porte. O laboratório de grande porte possui algumas ramificações e sistemas (como setores, 
número de funcionários, tamanho, etc.), que o caracterizam e diferem do laboratório de pequeno 
e médio porte. 
De acordo com o SEBRAE, um LAC representa o sonho de independência financeira 
dos profissionais desta área, mas, que por sofrerem algumas divergências e dúvidas quanto a sua 
abertura ou não, já que gerenciar um estabelecimento assim não é tarefa fácil e existem alguns 
fatores conflitantes quanto ao segmento, pois, cada vez mais, os médicos solicitam exames cada 
vez mais sofisticados, o que exige um alto investimento em tecnologias de ponta e por outro lado 
também a concorrência, o que gera um predomínio de grandes laboratórios que compram os 
pequenos para ganhar cada vez mais escala.
Independentemente do porte laboratorial ao qual o profissional empreendedor almeja 
realizar a abertura, estes devem analisar com critério diversos fatores, como a localização do 
ponto comercial, lembrando-se sempre que esta é uma das decisões mais relevantes, já que envolve 
importantes aspectos relacionados ao crescimento do empreendimento e futura estabilidade do 
mesmo, como a densidade populacional, o perfil dos consumidores locais, a concorrência, os 
fatores de acesso e locomoção, a visibilidade, a proximidade com consultórios e clínicas médicas, 
a segurança e a limpeza do local, segundo SEBRAE (2018).
Em relação a localização, podemos ainda destacar que os melhores pontos para a 
instalação de um laboratório são centros médicos (localidades próximas a hospitais, clínicas e 
consultórios); ruas de grande circulação de pessoas, calçadões, terminais de ônibus, estações de 
trem e metrô, centros comerciais e shopping centers, segundo SEBRAE (2018).
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Além do registro comercial, o empreendedor precisa cumprir as exigências legais 
presentes nas resoluções da Agência de Vigilância Sanitária – ANVISA –, com destaque para:
• RDC nº 050/02 – aprova o regulamento técnico destinado ao planejamento, programação, 
elaboração, avaliação e aprovação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de 
saúde.
• RDC nº 302/05 – dispõe sobre o regulamento técnico para funcionamento de laboratórios 
clínicos.
• RDC nº 306/04 – dispõe sobre o regulamento técnico para o gerenciamento de resíduos 
de serviços de saúde.
• RDC nº 063/11 – dispõe sobre os requisitos de boas práticas de funcionamento para os 
serviços de saúde.
A RDC nº 302/05 é o resultado das discussões que definiram os requisitos necessários ao 
funcionamento do Laboratório Clínico e Posto de Coleta Laboratorial. Com o objetivo de definir 
os requisitos para o funcionamento dos laboratórios clínicos e postos de coleta laboratorial 
públicos ou privados que realizam atividades na área de análises clínicas, patologia clínica 
e citologia. Esta Resolução de Diretoria Colegiada é aplicável a todos os serviços públicos ou 
privados, que realizam atividades laboratoriais na área de análises clínicas, patologia clínica e 
citologia. Esta é uma das principais RDCs aliadas ao profissional ao qual almeja a abertura de seu 
empreendimento, pois, ela mostra/indica quais são os passos a serem seguidos para concretizar 
tal abertura.
Outra documentação exigida para a abertura é o Alvará sanitário/Licença de 
funcionamento/Licença sanitária ao qual é um documento expedido pelo órgão sanitário 
competente seja ele Estadual, Municipal ou do Distrito Federal, que libera o funcionamento dos 
estabelecimentos que exerçam atividades sob regime de vigilância sanitária.
O fator humano é fundamental para o sucesso de um laboratório de análises clínicas. 
Contar com profissionais qualificados e comprometidos deve estar no topo da lista de prioridades 
do empreendedor. Para a implantação de um laboratório de análises clínicas deve-se ser observado 
antes da contratação do quadro de funcionários qual será a demanda estimada diária, pois o 
numero de profissionais de cada cargo irá variar muito dependendo da rotina do mesmo. No 
entanto, podemos citar alguns cargos que são necessários pelo menos um profissional de cada, 
como O Responsável Técnico (RT) que é um profissional legalmente habilitado, com formação 
superior inscrito no respectivo Conselho de Classe, com suas competências atribuídas por Lei; 
Técnico de Laboratório; auxiliar de laboratório; atendente/recepcionista; copeira/serviços gerais; 
auxiliar administrativo e psicólogo. É de extrema importância ressaltar que todo laboratório 
clínico e postos de coleta laboratorial, público e privado devem estar inscritos no Cadastro 
Nacional de Estabelecimentos de Saúde – CNES.
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3 - ESTRUTURA LABORATORIAL
O laboratório clínico deve possuir estrutura organizacional documentada e excesso 
de atenção a fatores estruturais como, pisos, paredes, portas, janelas, iluminação e ventilação 
apropriadas. Os pisos utilizados em LACs devem ser de materiais impermeáveis, antiderrapante, 
resistente mecânica e quimicamente e não devem apresentar saliência nem depressões que 
prejudiquem a circulação de pessoas ou a movimentação de materiais com a finalidade de 
evitar possíveis acidentes. Outro aspecto importante a considerar quanto ao piso, refere-se à 
sua constante manutenção e limpeza. Os reparos que se fizerem necessários devem ser feitos 
imediatamente, mantendo-se o bom estado do mesmo. 
As paredes devem ser de alvenaria revestida com reboco, massa corrida e pintura acrílica 
semi-fosca, em cores claras. Devem ser impermeáveis, revestidas com material que permita o 
desenvolvimento das atividades em condições seguras, sendo resistentes ao fogo e a substâncias 
químicas, além de oferecer facilidade de limpeza. De acordo com a NR-8, as partes externas, bem 
como todas que separem unidades autônomas de uma edificação, ainda que não acompanhem sua 
estrutura, devem obrigatoriamente observar as seis normas técnicas oficiais relativas a resistência 
ao fogo, isolamento térmico, isolamento e condicionamento acústico, resistência estrutural e 
impermeabilidade. O teto deve atender às necessidades do laboratório quanto à passagem de 
tubulações, luminárias, grelhas, isolamento térmico e acústico, estática.
As janelas e portas devem ser amplas e distribuídas de tal forma que permitam uma boa 
iluminação e arejamento do laboratório. Recomendam-se janelas basculantes por apresentarem 
maior segurança e por serem facilmente abertas e fechadas com um só comando de mão. As 
janelas devem estar localizadas acima de bancadas e equipamentos, numa altura aproximada de 
1,20m do nível do piso e que a área de ventilação/iluminação seja proporcional à área do recinto, 
deverá haver sistema de controle de raios solares e sempre o uso de telas de proteção contra 
insetos.
As portas deverão ser amplas com largura mínima de 1,20m e com abertura para o lado 
de fora do laboratório. Recomenda-se o uso de visores em divisórias, paredes, portas e onde mais 
for possível. Os acabamentos das portas devem ser em material que retarde o fogo.
As luminárias devem, sempre que possível, ser embutidas no forro, ter lâmpadas 
fluorescentes e proporcionarem nível de iluminamento de no mínimo 500 lux, sobre as áreas de 
trabalho.
Considerando o disposto nas NRs de nº 8 e nº 17, do MTE, que estabelecem normas 
sobre Edificações e Ergonomia, respectivamente, bem como literaturas técnicas consultadas, 
recomenda-se que as bancadas, sejam constituídas de material rígido para suportar o peso de 
materiais e equipamentos, tenham a superfícies revestidas com materiais impermeáveis, lisos, 
sem emendas ou ranhuras e resistentes a substâncias químicas. As opções mais utilizadas no 
mercado são o granito, fórmica ou material similar, possua profundidadeaproximada de 0,60 ou 
0,70 m, altura aproximada de 0,90m, rodapé recuado no mínimo 0,15 m para posição em pé e 
bancadas livres para posição sentada; possuam cubas com profundidades adequadas ao uso, com 
o mínimo de 0,25m.
O laboratório deve possuir armários para guardar reagentes com paredes resistentes a 
explosão, sistema de exaustão e bandeja de retenção de líquidos, a fim de que se possa armazenar, 
principalmente os reagentes sensíveis a iluminação e inflamáveis. Deve conter armários para 
guardar somente vidrarias limpas e descontaminadas. As pias devem ser inox e estar acoplada 
nas extremidades das bancadas.
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As capelas devem ser localizadas nas paredes laterais para que não sofram influência 
de corrente de ar proveniente de tráfego de pessoas, proximidade de grelha de ar condicionado 
e equipadas com exaustores para evitar explosão, liberação de gases e vapores tóxicos e na 
manipulação de quaisquer produtos químicos.
Os laboratórios devem estar equipados com extintores de combate a incêndios 
devidamente sinalizados, bem como mantas anti-fogo e recipientes com areia. O extintor é um 
instrumento simples de manusear, portátil e eficiente. Devemos lembrar também que a ventilação 
do ambiente deve-se ser sempre controlada com a finalidade de assegurar máximo controle da 
mesma, dificultando a perda de calibrações de equipamentos e também a temperatura ideal para 
que não ocorra a degradação de reagentes ali utilizados.
4 - SETORES E EXAMES REALIZADOS
Os setores laboratoriais nada mais é que a divisão física e estrutural do ambiente para a 
realização das diversas análises dos materiais biológicos, realizando procedimentos quantitativos 
e qualitativos nas mais diversas áreas de análise objetivando melhorar e esclarecer a conduta 
clínica a partir dos dados emitidos nos referidos laudos, segundo CFF (2018).
Basicamente, qualquer que seja o porte do laboratório existe setores que são de suma 
importância e que estão presentes desde o pequeno porte até o grande porte. Estes setores são os 
responsáveis pela realização de aproximadamente 80% da rotina de um LAC de médio e grande 
porte e de até 95% de um LAC de pequeno porte. São eles: Recepção, Sala de Coleta; Triagem de 
Materiais; Hematologia; Bioquímica e Imunologia; Urinálise e Parasitologia; Microbiologia; Sala 
de lavagem, esterilização e acondicionamento de materiais. Na Figura 1 você pode ter uma ideia 
de como é a parte técnica estrutural de LAC.
Figura 1 - Estrutura técnica de Setores de um Laboratório de Análises Clínicas Fonte: Google Images (2018).
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Agora, vamos apresentar cada setor e quais os exames que os mesmos realizam dentro de 
uma rotina laboratorial:
4.1. Setor Hematologia
A Hematologia compreende basicamente toda a hematologia geral, estudo da coagulação 
e imunohematologia, ou seja, é o setor responsável pela analise da série vermelha do sangue. O 
hemograma completo é o exame mais solicitado na hematologia geral, possibilitando contribuir 
para o diagnóstico/classificação das anemias, é um exame de grande valia, pois, analisa 
quanti/qualitativamente os elementos do sangue – hemácias, leucócitos e plaquetas- através 
de equipamento automatizado, utilizando alta tecnologia e rigoroso controle de qualidade, 
acompanhados de fundamental análise microscópica ou também de forma manual nos 
pequenos laboratórios. Outros testes também de grande valia e altamente requisitados são os da 
imunohematologia para a classificação do tipo sanguíneo e incompatibilidade materno-fetal e os 
testes de coagulação, requisitados principalmente para procedimentos pré-operatórios.
Podemos dizer então que o setor da hematologia realiza exames como: Hemograma 
– Série vermelha e branca (hematócrito, dosagem de hemoglobina, contagem de plaquetas, 
contagem de hemácias, índices hematimétricos, RDW e avaliação de leucometria; coagulograma, 
como, análise de tempos de sangramento e coagulação, TAP, KPTT, fragilidade capilar, retração 
do coágulo e classificação sanguínea.
4.2. Setor Bioquímica e Imunologia
A bioquímica é o setor do laboratório que tem aproveitado o avanço tecnológico para 
medir e expressar quimicamente as variações normais e patológicas que ocorrem nos seres vivos. 
Na imunologia os testes sorológicos são realizados por métodos específicos utilizando técnicas de 
soroaglutinação, enzimaimunoensaio, fluorimetria, quimioluminescência e imunofluorescência. 
Realizamos toda a triagem de hepatites, HIV, toxoplasmose, citomegalovírus, rubéola e ainda 
testes de gravidez e marcadores tumorais. As principais dosagens são: glicose, colesterol total 
e frações, triglicérides, ácido úrico, uréia, creatinina, proteínas, enzimas, eletrólitos e função 
hepática entre outros. Analisadores multicanal com sistema de acesso randômico, tubo primário 
com identificação por código de barras, controle de qualidade incorporado com gráfico de Levey-
Jennings e regras de Westgard para assegurar a integridade dos resultados.
4.3. Setor Microbiologia e Micologia
Microbiologia, bactérias clinicamente importantes são isoladas e identificadas neste setor. 
O trabalho do laboratório inclui a coleta do material clínico, o isolamento do microorganismo, 
a identificação e os testes de sensibilidade aos antibióticos, abrangendo secreções, urina, fezes, 
sangue e líquidos corporais, dispondo de aparelhos automatizados que proporcionam resultados 
mais rápidos e precisos. Micologia, o diagnóstico laboratorial das micoses é realizado através de 
análise microscópica direta e cultura de diversos espécimes clínicos.
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4.4. Setor Urinálise e Parasitologia
As análises de urina são realizadas em três etapas: exame físico, químico e microscópico. 
O setor realiza provas químicas confirmatórias para todas as amostras anormais e dispõe de 
equipamento semi-automatizado e microscopia de contraste de fase para a avaliação de 
dismorfismo eritrocitário, auxiliar no diagnóstico das nefropatias. Já na parasitologia, é realizado 
exames nas fezes, utilizando métodos específicos para pesquisar as diferentes formas parasitárias, 
sendo muito importante na avaliação das funções digestivas e pesquisa de sangue oculto, 
auxiliando na identificação de ulcerações/sangramentos intestinais.
É de grande valia, lembrarmos que não é somente estes setores relatados acima que fazem 
parte de todos os LACs, no entanto, estes são os mais presentes e os que exercem a grande parte 
da rotina laboratorial diária em LACs de pequeno, médio e grande porte.
5 - NOÇÕES DE BIOSSEGURANÇA
A Biossegurança é o conjunto de procedimentos, ações, técnicas, metodologias, 
equipamentos e dispositivos capazes de eliminar ou minimizar riscos inerentes às atividades de 
pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, que podem 
comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhadores 
desenvolvidos, mostra Teixeira & Valle (1996). 
As medidas de biossegurança devem ser adotadas por laboratórios e associada a um 
plano de educação, com base nas normas nacionais e internacionais de transporte, conservação e 
manipulação de micro-organismos patogênicos, garantindo assim a segurança e integridade vital 
dos funcionários, segundo Teixeira & Valle (1996).
A biossegurança tem o papel fundamental na promoção à saúde, uma vez que aborda 
medidas de controle de infecção para proteção dos funcionários que atuam na rede laboratorial, 
além de colaborar para a preservação do meio ambiente, no que se refere ao descarte de resíduos 
proveniente desse ambiente, contribuindo para a redução de riscos à saúde, cita Teixeira & Valle 
(1996).
Quando pensamos nos profissionaisde saúde, a biossegurança em si tem o papel 
de preocupar-se com as instalações laboratoriais, as boas práticas laboratoriais, a exposição 
dos profissionais aos agentes biológicos e até mesmo a qualificação da equipe de trabalho. 
Classificando-a, assim, de extrema importância nesses locais devido a frequente exposição a 
agentes patogênicos, aos riscos físicos e químicos. No entanto, inúmeros profissionais infelizmente 
veem a biossegurança de forma negativa, pois acreditam que as normas nela imposta dificultam o 
seu trabalho. Esquecem, porém, que o não cumprimento destas normas básicas de biossegurança 
podem acarretar problemas como transmissão de doenças e até mesmo epidemias, conforme 
Sardinha (2014).
Frequentemente, pode-se afirmar que os profissionais de saúde estão expostos a materiais 
biológicos, por isso os riscos de contaminação podem ser relativamente altos dependendo da 
atividade realizada pelo mesmo. O índice de acidentes envolvendo-os é alto e geralmente envolvem 
ferimentos com agulhas ou outro material cortante e contato direto com sangue ou materiais 
contaminados devido a isso são de extrema importância a utilização correta dos Equipamentos 
de Proteção Individual (EPIs), expõe Sardinha (2014).
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5.1. Utilização de EPIs e EPCs
Todos os profissionais da área da saúde devem ficar atentos ao uso adequado de seus 
equipamentos de proteção que devem ser usados apenas no local de trabalho e nunca em áreas 
públicas ou mesmo refeitórios e copas no interior da própria unidade laboratorial. Embora seja 
uma recomendação conhecida por todos os profissionais, é comum observar estes indivíduos 
utilizando, principalmente seus jalecos em áreas públicas e transportando-os de maneira 
inadequada. Infelizmente isso pode ocasionar o transporte de agentes patogênicos para fora das 
unidades de saúde, causando doenças na população, coloca Sardinha (2014).
De acordo com a NR 6 Portaria SIT nº194, de 07 de dezembro de 2010, os profissionais da 
área da saúde dentro de um laboratório devem conhecer os equipamentos de proteção individual 
(EPI) e saber utiliza-los e ter a disponibilidade dos mesmos para a sua utilização. 
Esses EPIs são barreiras primárias que protegem a integridade física e a saúde do 
profissional. A legislação trabalhista em vigor prevê que é obrigação do trabalhador usar e 
conservar os EPIs e que o não cumprimento desta obrigação acarreta em sua responsabilização 
podendo o empregador responder criminal ou civilmente, além de ser multado pelo Ministério do 
Trabalho, podendo até ser demitido por justa causa. Vale ressaltar que é obrigação do empregador 
oferecer os EPI’s gratuitamente aos seus colaboradores.
De acordo com Molinaro (2009), os EPIs (Figura 2) utilizados pelos profissionais em 
laboratórios clínicos são:
• Protetores faciais – Cujo objetivo é oferecer proteção à face do trabalhador contra 
risco de impactos, de substâncias nocivas (poeiras, líquidos e vapores), como também das 
radiações (raios infravermelho e ultravioleta, etc.). 
• Protetores oculares - Protegem os olhos contra impactos, respingos e aerossóis. Deve 
proporcionar ao usuário visão transparente, sem distorções e opacidade. 
• Protetores respiratórios - Protegem o aparelho respiratório. Existem vários tipos de 
respiradores, que devem ser selecionados conforme o risco inerente à atividade a ser 
desenvolvida. Os respiradores com filtros mecânicos, por exemplo, destinam-se à 
proteção contra partículas suspensas no ar, os com filtros químicos protegem contra 
gases e vapores orgânicos. 
• Protetores auditivos - Previne a perda auditiva provocada por ruídos. Devem ser 
utilizados em situações em que os níveis de ruído sejam considerados prejudiciais ou 
nocivos em longa exposição. 
• Luvas – Sua maior função é prevenir a contaminação das mãos do trabalhador ao 
manipular, por exemplo, material biológico potencialmente patogênico e produtos 
químicos. 
• Jalecos – Possui uso obrigatório para todos os trabalhadores dentro das dependências 
laboratoriais, desde que o mesmo manipule amostras biológicas, realize lavagem de 
material, esterilização ou manipulação de produtos químicos. Estes devem apresentar 
mangas longas que cubram os braços, o dorso, as costas e a parte superior das pernas.
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• Calçados de segurança - São destinados à proteção dos pés contra umidade, respingos, 
derramamentos e impactos de objetos diversos, não sendo permitido o uso de qualquer 
sapato aberto.
Figura 2 – Equipamentos de Proteção Individual – EPIs. Fonte: Google Images, 2018.
Já os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPCs) têm a função de proteger o ambiente 
e a saúde dos laboratoristas, além da integridade dos mesmos. São eles as cabines de segurança 
biológicas, capelas de exaustão química, extintores de incêndio, chuveiro de emergência e lava-
olhos, assim como ilustrado na figura.
Figura 3 - Equipamentos de Proteção Coletiva - EPCs. Fonte: Google Images (2018).
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5.2. Higienização das Mãos
Infelizmente, inicia-se com descuidos do próprio profissional a disseminação de 
patógenos. Considera-se hoje um dos grandes problemas inerentes aos riscos dentro de um 
laboratório a falta ou a forma incorreta de higienização das mãos para que ocorra a minimização 
e eliminação destes riscos. É impossível não relacionar os riscos ambientais com as boas práticas 
exercidas pelos mesmos, pois não adiante haver mecanismos super avançados para esterilização 
se o profissional não higieniza as mãos de forma adequada ou mesmo descarta o lixo no local 
correto. A figura 4 ilustra passo a passo a forma adequada de higienização das mãos, veja 
atentamente a imagem e se caso nunca se atentou aos passos comece imediatamente a realiza-lo 
de forma correta. Lembre-se somos nós os profissionais da saúde que devemos ser exemplos e 
ajudar na minimização e eliminação da propagação destes agentes.
Figura 4 – Higienização das Mãos conforme recomendações ANVISA. Fonte: Google Images (2018).
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5.3. Definição das Classes de Risco e dos Níveis de Biosse-
gurança (NB) 
Podem ser considerados critérios de avaliação dos riscos a disponibilidade de medidas 
profiláticas e de tratamento eficazes, caso aconteça a exposição dos indivíduos ao risco, além 
dos procedimentos técnicos realizados e dos fatores inerentes aos indivíduos que atuam nos 
laboratórios, mostra Brasil (2006).
De acordo com o grau de patogenicidade é que classificamos os agentes biológicos, como:
• Classe de risco 1: Compostos por agentes biológicos que apresentam baixíssimo risco 
para o indivíduo e para a coletividade, com baixa probabilidade de causar doença ao ser 
humano. 
• Classe de risco 2: Compostos por agentes biológicos que apresentam risco individual 
moderado para o indivíduo, possui baixa probabilidade de disseminação, podendo causar 
doenças ao ser humano, porém, existem meios eficazes de profilaxia e/ou tratamento. 
• Classe de risco 3: Composto por agentes biológicos que apresentam elevado risco de 
transmissão para o indivíduo, podendo causar doenças e infecções graves ao ser humano, 
entretanto nem sempre existem meios eficazes de profilaxia e/ou tratamento. 
• Classe de risco 4: Composto por agentes biológicos que apresentam risco elevado para 
o indivíduo e com probabilidade elevada de disseminação para a coletividade. Apresenta 
grande poder de transmissibilidade de um indivíduo a outro. Podem causar doenças 
graves ao ser humano, ainda não existem meios eficazes para a sua profilaxia ou seu 
tratamento.
E existem também os Níveis de biossegurançaou de contenção dos laboratórios para 
manipulação dos micro-organismos pertencentes a cada uma das quatro classes de risco, que 
devem ser atendidos alguns requisitos de segurança, conforme o nível de contenção necessário. 
Esses níveis de contenção são denominados níveis de biossegurança sendo designados em ordem 
crescente (NB-1 a NB-4), pelo grau de proteção proporcionado ao pessoal do laboratório, meio 
ambiente e à comunidade, segundo Brasil (2010b).
• NB – 1: Requer procedimentos para o trabalho com microorganismos (classe de risco 1) 
que normalmente não causam doença em seres humanos ou em animais de laboratório. 
Representa um nível básico de contenção, que se fundamenta na aplicação das boas 
práticas laboratoriais (BPLs), na utilização de EPIs e EPCs e na adequação das instalações. 
Em geral, as atividades são realizadas sobre as bancadas.
• NB – 2: Requer procedimentos para o trabalho com microorganismos (classe de risco 
2) capazes de causar doenças em seres humanos ou em animais de laboratório sem 
apresentar risco grave aos trabalhadores, comunidade ou ambiente, são compostos por 
agentes não transmissíveis pelo ar, em que há tratamento efetivo e medidas preventivas 
disponíveis e o risco de contaminação é pequeno. O acesso ao laboratório deve ser restrito 
aos profissionais da área.
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• NB – 3: Requer procedimentos para o trabalho com microorganismos (classe de risco 3) 
que geralmente causam doenças em seres humanos ou em animais e podem representar 
um risco se disseminado na comunidade, mas usualmente existem medidas de tratamento 
e prevenção, porém necessitam de certa contenção para impedir a transmissão pelo ar. 
• NB – 4: Requer procedimentos para o trabalho com microorganismos (classe de 
risco 4) que causam doenças graves ou letais para seres humanos e animais, com fácil 
transmissão por contato individual casual e para estes não existem medidas preventivas 
e de tratamento. Nos laboratórios NB-3 e NB-4, o acesso dos indivíduos deve ser restrito 
e utiliza-se um sistema de segurança altamente rigoroso. São designados aos laboratórios 
que desenvolvam atividades de diagnóstico e pesquisa de maior complexidade e nível de 
biocontenção.
5.4. Boas Práticas Laboratoriais 
De acordo com a ANVISA, o objetivo das boas práticas em laboratórios (BPL) é avaliar 
o potencial de riscos e o nível de toxidade dos produtos, objetivando a melhoria na promoção a 
saúde humana, animal e meio ambiente; desta forma, podemos afirmar que a não utilização das 
BPL, podem provocar elevação dos riscos de exposição laboratorial, mostra Molinaro (2009).
Para que ocorra de forma mais eficaz e garantir a real aplicação destes princípios, um 
dos meios mais utilizados pelos laboratórios são os Procedimentos Operacionais Padrão (POP), 
que nada mais é que um documento com descrições das atividades e técnicas realizadas e 
padronizadas com a finalidade de minimizar a ocorrência de desvios na execução das atividades 
e garantir a qualidade do serviço prestado, segundo Molinaro (2009). 
Buscando sempre a proteção do profissional que atua em laboratórios o Ministério da 
Saúde recomenda que o símbolo de risco biológico seja colocado na entrada do laboratório, 
assim como a sua classe de risco e a frase: “Proibida a entrada de pessoas não autorizadas”. É 
indispensável que todos os trabalhadores que atuam em LAC com agentes ou material biológicos 
deverão estar cientes dos riscos pertinentes as suas atividades e devem ser conhecedores dos 
procedimentos para minimização do risco de contaminação. 
5.5. Métodos de Desinfecções e Esterilização
Desinfecção é um processo de eliminação de microorganismos presentes em superfícies e 
produtos para saúde, que apresenta menor poder letal que a esterilização, pois não destrói todas 
as formas de vida microbiana. Já a esterilização destrói todos os microrganismos, principalmente 
os esporos, cita Hirata (2002).
Já a esterilização é o método que destrói todos os organismos patogênicos (bactérias, 
fungos, esporos e vírus) mediante a aplicação de agentes físicos, químicos e físico-químicos. Para 
sabermos qual a escolha do método de esterilização deve ser levada em consideração o material 
e a resistência do mesmo a calor, vapor ou ambos. Como exemplos podemos citar as autoclaves 
como esterilizante físico, esterilizante químico pode relatar os aldeídos e quando falamos em 
esterilização física química podemos citar o óxido de etileno (HIRATA, 2002).
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5.6. O que Fazer em Casos de Acidente e Possível Contami-
nação com Material Biológico?
 
Todo profissional da área que executa tarefas aos quais a exposição à agentes biológicos 
podem ocasionar contaminações devem sempre ser cuidadosos, respeitar e utilizar os EPIs 
adequados a sua respectiva função. No entanto, estes profissionais estão sujeitos a sofrerem algum 
tipo de acidente biológico. Caso isso ocorra, é de fundamental importância seguir alguns passos 
para realizar a notificação de acidente de trabalho com risco biológico. 
Primeiramente, o indivíduo deve notificar alguém que esteja juntamente com ele e 
sinalizar a área, imediatamente lavar com sabonete neutro o local e preencher o relatório de 
acidente para serem tomadas as cabíveis providencias. Em hipótese alguma o profissional deve 
deixar de notificar o acidente, já que este pode prejudicar diretamente a saúde do mesmo.
6 - COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO
6.1. Instalação e Infraestrutura Física do Local de Coleta
De acordo com a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica (SBPC), a coleta de sangue é o 
momento mais importante na relação do paciente com o laboratório, já que infelizmente, muitos 
destes pacientes possuem medo e/ou desconforto com o ato da coleta em si. Com a finalidade 
de garantir conforto tanto aos pacientes quanto aos profissionais é necessário definir bem os 
requisitos mínimos para o bom funcionamento para uma excelente coleta (SBPC, 2013).
A RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002, que dispõe sobre o regulamento técnico para 
planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos 
assistenciais de saúde, caracteriza bem os requisitos de infraestrutura de salas de coleta de sangue 
e de procedimentos para coleta de outros líquidos biológicos. A RDC nº 302, de 13 de outubro 
de 2005, que dispõe sobre o regulamento técnico para funcionamento de laboratórios clínicos, 
detalha padrões para o funcionamento de áreas de coleta de amostras biológicas (SBPC, 2013).
Todos os acidentes em que os profissionais/graduandos de saúde se expõem a 
sangue e outros fluidos biológicos devem ser considerados de emergência médi-
ca, havendo, portanto, necessidade de se priorizar o atendimento no mais curto 
espaço de tempo possível. Estas, devem ser condutas específicas com finalidade 
de evitar a disseminação de vírus como o HIV e as hepatites B e C. Sabe-se que 
os risco de infecção pelo HIV foi avaliado em situações de exposição ao sangue. 
Quanto aos outros fluidos biológicos, o risco existe, mas ainda não uma definição 
da quantidade patogênica. O risco estimado de infecção pelo HIV é de 0,3% para 
exposição percutânea e 0,09% para exposição mucocutânea e a probabilidade de 
infecção pós-exposição ao vírus da hepatite B pode atingir até 40%. Para o vírus 
da hepatite C o risco varia entre 1 e 10%. 
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Essas resoluções definem que a sala de coleta deve conter espaço suficiente para a 
instalação de uma cadeira ou poltrona, com braçadeira apropriada para a coleta de sangue, um 
móvel ou bancada de apoio para armazenamento e uso de materiais de coleta, um dispositivo para 
a higienização das mãos (álcool em gel, lavatório ou similares)e um recipiente rígido adequado 
para o descarte de materiais perfurocortantes utilizados. A metragem mínima exigida é de pelo 
menos 3,6 m2. Já as salas de coleta infantil são cada vez mais comum, para facilitar a coleta dos 
pequeninos (SBPC, 2013).
6.2. Coleta e Armazenagem de Amostras de Sangue
A grande maioria dos laboratórios levam em consideração a publicação realizada 
pela Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial em sua publicação 
Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial para coleta 
de sangue venoso para que ocorra de forma eficiente a coleta de materiais biológicos em seu 
empreendimento.
Para que ocorra uma coleta eficiente e correta, é necessário que, para a coleta de sangue 
seja observado principalmente o tempo de jejum, o uso de medicamentos, drogas, álcool e toda 
substância que possa interferir nas análises. Já em relação a coleta de material fecal e urina é 
necessário orientar corretamente o paciente quanto como deve ocorrer a coleta e o tempo/
temperatura de armazenamento e transporte das mesmas. Já que principalmente a amostra de 
urina não preconiza o tempo máximo de entrega ao laboratório de mais de 2 horas após a sua 
coleta para a análise. As amostras de fezes podem ser refrigeradas por um período de 24 horas.
Sabemos que a Fase pré-analítica é a fase que antecede a coleta do material biológico e ela 
é responsável por aproximadamente 70% dos erros. Esses erros se enquadram em: erro na leitura 
da solicitação, instruções de preparo do paciente, procedimentos de coleta, acondicionamento 
e transporte das amostras, informações cronobiológicas do paciente: gênero, idade, Atividade 
física, jejum, dieta e uso de drogas para fins terapêuticos ou não. 
A sequência dos tubos utilizados nas coletas sanguíneas é baseado na (CLSI H3-A6, 
Procedures for the Collection of Diagnostic Blood Specimens by Venipunctures; ApprovedStandart, 6th 
ed.) e deve ser respeitada, para que não ocorra contaminação por aditivos nos tubos subsequentes 
(contaminação cruzada dos aditivos), quando há necessidade da coleta para diversos analítos 
de um mesmo paciente. A sequência de coleta pela CLSI H3-A6, Procedures for the Collection 
of Diagnostic Blood Specimens by Venipuncture; Approved Standard, 6th ed. recomendação para 
tubos de plásticos é frasco para hemocultura; tubo de citrato de sódio; tubo com ativador de 
coágulo, com ou sem gel para obtenção de soro; tubo de heparina; tubo de EDTA e por último o 
tubo de fluoreto/EDTA.
6.3. Procedimento de Coleta de Amostras Sanguíneas
De acordo as recomendações do CLSI, existem uma sequência de fatores que fazem com 
que a coleta de material sanguíneo seja eficiente. Primeiramente o profissional deve chamar o 
paciente sempre pelo nome completo ao qual está em seu documento pessoal e observar se o 
nome correspondente é o que está no código de barras que será utilizado para as eventuais coletas. 
Após isso realizar a higienização das mãos, preparar os matérias e acomodar o paciente de forma 
confortável ao procedimento, calçar as luvas, realizar a punção e distribuir as amostras nos tubos 
correspondentes com as análises de acordo com a necessidade, assim como ilustra a figura 5.
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Figura 5 - Sequência de coleta de acordo com recomendações do CLSI. Fonte: O autor (2018).
6.4. Coleta de Sangue Venoso: Locais de Escolha para Ven-
opunção
Para uma coleta rápida, menos dolorosa e eficiente, existem alguns locais de preferência, 
são eles a fossa antecubital em que as veias mais frequentemente utilizadas são a cubital mediana 
e a cefálica e as veias do dorso da mão, em que o arco venoso dorsal é o mais recomendado por 
ser mais calibroso.
Figura 6 - Locais de Escolha para venopunção. Fonte: Google Images (2018).
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E a última recomendação são os locais/áreas que devem ser evitados numa punção, que 
são aquelas onde estiverem instaladas terapias intravenosas, locais que contenham cicatrizes e 
queimaduras, áreas com hematomas e evitar puncionar veias trombosadas.
Para saber mais informações sobre os matérias necessários, as fases, os méto-
dos de coleta de material biológico acessar: Recomendações da Sociedade Bra-
sileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial para coleta de sangue venoso, 
disponível em: 
http://www.sbpc.org.br/upload/conteudo/320090814145042.pdf
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U N I D A D E
03
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 46
1 - ENTENDENDO AS HABILITAÇÕES ................................................................................................................... 48
1.1. PATOLOGIA CLÍNICA (ANÁLISES CLÍNICAS) ................................................................................................. 49
1.2. ANÁLISES BROMATOLÓGICAS E MICROBIOLOGIA DE ALIMENTOS ......................................................... 49
1.3. MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA (FUNGOS, BACTÉRIAS, VÍRUS E PARASITAS) ............................... 49
1.4. BANCO DE SANGUE .......................................................................................................................................... 50
1.5. IMUNOLOGIA E BIOQUÍMICA ......................................................................................................................... 50
1.6. GENÉTICA E BIOLOGIA MOLECULAR ............................................................................................................ 50
1.7. EMBRIOLOGIA E REPRODUÇÃO HUMANA ASSISTIDA ................................................................................ 50
1.8. ANÁLISE AMBIENTAL ....................................................................................................................................... 51
1.9. DIAGNÓSTICO POR IMAGEM E TERAPIA ...................................................................................................... 51
MERCADO DE TRABALHO PUBLICO E 
PRIVADO
PROF.A RAFAELE ANDRESSA DA SILVA BELEI
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA: INTRODUÇÃO À BIOMEDICINA E 
DEONTOLOGIA
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1.10. ADMINISTRAÇÃO E ENSINO ......................................................................................................................... 51
1.11. PERFUSÃO EXTRACORPÓREA ....................................................................................................................... 51
1.12. INFORMÁTICA DA SAÚDE ............................................................................................................................. 52
1.13. PSICOBIOLOGIA ............................................................................................................................................. 52
1.14. FISIOLOGIA, FISIOLOGIA GERAL E HUMANA .............................................................................................. 52
1.15. ACUPUNTURA ................................................................................................................................................ 52
1.16. HISTOLOGIA HUMANA E CITOPATOLOGIA ................................................................................................. 52
1.17. BIOMEDICINA ESTÉTICA ............................................................................................................................... 53
1.18. AUDITORIA ...................................................................................................................................................... 54
1.19. SAÚDE PÚBLICA ............................................................................................................................................. 541.20. BIOMÉDICO SANITARISTA ........................................................................................................................... 54
1.21. DOCÊNCIA ....................................................................................................................................................... 55
1.22. ANÁLISES MICROBIOLÓGICAS DE ÁGUA ................................................................................................... 55
1.23. ANÁLISES CLÍNICAS VETERINÁRIAS .......................................................................................................... 55
1.24. PERICIA CRIMINAL ........................................................................................................................................ 55
1.25. MEIO AMBIENTE, SEGURANÇA NO TRABALHO, SAÚDE OCUPACIONAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 
.................................................................................................................................................................................... 56
1.26. SERVIÇOS DE DIÁLISE (SOB A SUPERVISÃO DE MÉDICO NEFROLOGISTA) ......................................... 56
1.27. VETORES E PRAGAS URBANAS ..................................................................................................................... 57
1.28. TOXICOLOGIA ................................................................................................................................................. 57
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ENSINO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
Como sabemos, a Biomedicina é uma área das Ciências Biológicas que estuda as doenças 
humanas, suas causas e meios de tratá-las. O biomédico deve possuir ampla e sólida formação 
generalista com conhecimento amplo na fisiologia humana, como um todo, sua organização 
e funcionamento nos diversos níveis e as interações com os demais seres vivos e com o meio 
ambiente e social. Este profissional é apto a áreas celular e molecular, mas possui especialidades aos 
quais podem responder. Os biomédicos generalistas atuam nas análises clínicas, este profissional 
está apto a diagnosticar doenças e mediar interações do ser humano com o seu ambiente e o 
ambiente social. Deve manter a ética profissional e manter em sigilo e extrema responsabilidade 
os laudos referentes a seus pacientes. Já os Biomédicos especialistas podem atuar em vários 
campos, dependendo da sua especialidade.
Muito se engana quem pensa que os biomédicos trabalham apenas em laboratórios 
de análises clínicas. Esta por sua vez é sim um dos campos de trabalho mais procurado pelos 
profissionais formados em biomedicina. No entanto, o mercado de trabalho biomédico é amplo e 
atualmente os profissionais buscam cada vez mais expandir seus conhecimentos e se especializar 
nas áreas. 
O mercado de trabalho para os profissionais formados em Biomedicina está em total 
expansão. Hoje encontramos mais oportunidades, sejam em hospitais, em clínicas e em 
laboratórios dos mais diversos âmbitos. De acordo com o Conselho Federal de Biomedicina 
(CFBM), existem mais de 30 habilitações ao qual o profissional Biomédico pode se especializar e 
atuar. A figura 1 foi retirada do próprio site do CRBM1 e mostras as diversas habilitações:
Figura 1 - As 35 Habilitações do Profissional Biomédico. Fonte: CRBM 1 (2018).
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Estes campos de atuações possuem amplo mercado de trabalho. Alguns ainda são áreas em 
desenvolvimento e que o Biomédico está a pouco tempo inserido como a estética e a psicobiologia, 
por exemplo. O importante a ser dito é que o mercado de trabalho para o profissional biomédico 
está cada vez mais amplo tanto em setores privados quanto em setores públicos, segundo CRBM 
1 (2018).
O setor público abrange diversas áreas das habilitações biomédicas, no entanto as que 
possuem maior número de concursos em aberto em todas as regiões do Brasil são para cargos 
em análises clínicas, analises Forense, em análises ambientais, as análises forenses estão cada 
vez mais ascendente, os Bancos de Sangue públicos, Vigilância Sanitária e a Docência, já que o 
profissional Biomédico pode lecionar todas as disciplinas que cursou ao longo de sua graduação, 
coloca CRBM 1 (2018).
Atualmente, o mercado privado está em ascensão principalmente na área da Estética. 
Inúmeros profissionais estão procurando se especializar como Biomédico Esteta, já que este 
profissional pode realizar procedimentos Invasivos não cirúrgicos, como o caso do Botox, que antes 
apenas era realizado pelo médico Dermatologista. Outra área de atuação em desenvolvimento é 
a Reprodução Humana, é uma habilitação em que o profissional possui ascendente remuneração 
financeira, devidos aos ensaios serem de custos relativamente altos, mas que, no entanto está em 
aumento gradativo, pois a procura pela Reprodução assistida entre casais que não conseguem a 
concepção de forma natural atualmente está mais fácil de se realizar do que a anos atrás, além dos 
resultados hoje, serem muito mais expressivos em positividade. Veja a seguir as habilitações e o 
que pode ou não o profissional realizar, mostra CRBM 1 (2018).
Figura 2 – Vagas por área ofertadas em concursos (2014 – 2016). Fonte: Biomedicina Padrão, (2018).
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1 - ENTENDENDO AS HABILITAÇÕES 
Para o reconhecimento das habilitações, além da comprovação em currículo, deverá o 
profissional comprovar a realização de estágio mínimo, com duração igual ou superior a 500 
(quinhentas) horas, em instituições oficiais, ou particulares, reconhecidas pelo Órgão competente 
do Ministério da Educação ou em Laboratórios conveniados com Instituições de nível superior, 
ou especialização ou curso de Pós-Graduação, reconhecido pelo MEC. A figura 3 demonstra 
as principais áreas de atuação do profissional. As atividades do profissional Biomédico estão 
devidamente regulamentadas pelas Resoluções nº 78 e 83, de 29/4/02, nº 135, de 3/4/07, nº 140, 
de 4/4/ 07 e nº 145, de 30/8/07, do Conselho Federal de Biomedicina, que dispõem sobre o Ato 
Profissional Biomédico. Portanto, no exercício de suas atividades, legalmente habilitados na 
forma da legislação específica, o Biomédico poderá atuar:
Figura 3 - Especialidade do Biomédico – Perfil do profissional. Fonte: Biomedicina Brasil (2018).
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1.1. Patologia Clínica (Análises Clínicas) 
Legalizada pela Lei nº 7.135, de 26/10/83 da Lei nº 6.686, de 11/9/79 Representação nº 
1.256-5/DF Resolução nº 86/86, o profissional biomédico com habilitação em Análises Clínicas e 
Banco de Sangue tem competência legal para assumir e executar o processamento de sangue, suas 
sorologias e exames pré-tranfussionais e é capacitado legalmente para assumir chefias técnicas, 
assessorias e direção destas atividades. 
Suas maiores funções é realizar análises, ser responsável técnico, assinar e emitir laudos, 
assumir chefias técnicas, ser diretor ou proprietário de laboratório, processar sangue e derivados, 
realizar exames pré-transfusionais (com algumas exceções). E pode elaborar exames laboratoriais 
e diagnósticos realizados em animais de pequeno e grande porte, assinando os respectivos laudos.
1.2. Análises Bromatológicas e Microbiologia de Alimentos 
De acordo com a resolução nº 78, de 29 de abril de 2002, o profissional biomédico 
habilitado em bromatologia pode realizar todos os procedimentos microbiológicos, físico-
químicos, microscópicos e toxicológicos que envolvam as análises dos alimentos e água. Isso 
envolve o controle de qualidade, detecção de contaminações e fraudes de acordo com as normas 
da legislação. Além das análises laboratoriais o profissionalhabilitado nessa área pode ser 
responsável técnico de serviços de alimentação, auditor em cozinhas e fábricas, pode elaborar 
manuais de boas práticas, procedimentos operacionais padrão (POPs) e sistemas APPCC 
(Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle). Quem atua nesse campo pode se vincular a 
uma empresa, prestar serviços de forma autônoma ou até mesmo ser proprietário da empresa.
1.3. Microbiologia e Parasitologia (Fungos, Bactérias, Vírus 
e Parasitas) 
Tem como objetivo identificar microrganismos para o diagnóstico clínico e 
desenvolvimento de pesquisas e auxiliar programas governamentais de saneamento para 
erradicação de doenças e educação sanitária. 
Maiores informações sobre o campo de atuação em análises clínicas, os pisos 
salariais e outras áreas de atuação, acessar: MORENO, A. C. Guia de carreiras: 
Biomedicina. 
Disponível em: http://g1.globo.com/educacao/guia-de-carreiras/noticia/2012/07/
guia-de-carreiras-biomedicina.html
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1.4. Banco de Sangue
De acordo com a Lei nº 10.205, de 21 de março de 2001, Resolução CFBM nº 78, de 29 
de abril de 2002, e a Resolução CFBM nº 227, de 7 de maio de 2013 RDC Anvisa nº 57, de 16 de 
dezembro de 2010 o profissional biomédico é apto, desde que possua especialidade ao cargo à 
trabalhar em Bancos de Sangue de caráter público (por meio de concurso público) ou privado. 
Este profissional pode assessorar e executar trabalhos específicos e relacionados ao 
processamento semi-industrial e industrial do sangue; executar procedimentos técnicos de 
banco de sangue, transfusão, infusão de sangue, hemocomponentes e hemoderivados, bem como 
assumir a chefia técnica e a assessoria dessas atividades, lembrando sempre que a responsabilidade 
técnica é exclusiva de médico especialista em hemoterapia ou hematologia e é vedada a este 
profissional realizar o procedimento de transfusão.
1.5. Imunologia e Bioquímica
Nesta habilitação o profissional realiza as análises do sistema de defesa do organismo 
humano (leucócitos), visando a identificação e a classificação dos agentes patológicos para estudo, 
desenvolvimento e aperfeiçoamento de vacinas, realizando testes sorológicos por meio de técnicas 
de soroaglutinação, fluorimetria, quimioluminescencia e imunocromatografia. Pode realizar 
análises biológicas e químicas de organismos vivos, principalmente para subsidiar pesquisas 
em biotecnologia, para produção de enzimas e desenvolvimento de biocombustíveis, atuar em 
bioindústrias e bioempresas em análises químicas e biológicas, produção de soros, vacinas, kits 
de reagentes para análises, assumir chefias técnicas e ser diretor ou proprietário da unidade.
1.6. Genética e Biologia Molecular 
Executar técnicas laboratoriais emprestadas da Microbiologia, Genética e Bioquímica 
para aprimoramento do diagnóstico clínico. Assim como, coletar, analisar, interpretar, emitir e 
assinar laudos e pareceres técnicos, prestar consultoria, ser aconselhador genético. Pode realizar 
exames que utilizem como técnica a reação em cadeia da polimerase (PCR), podendo para tanto 
assumir a responsabilidade técnica e firmar os respectivos laudos, inclusive a investigação de 
paternidade por DNA, atuar na reprodução humana assistida e identificação de perfil molecular 
na perícia criminal.
1.7. Embriologia e Reprodução Humana Assistida
Uma das áreas de atuação de maior procura no mercado biomédico, a Reprodução Humana 
Assistida vem a cada ano se mostrando mais presente e eficiente no mercado de fertilização. 
As técnicas de fertilização são de responsabilidade única e exclusiva do médico, no entanto o 
biomédico tem o primordial papel de realizar todas as manipulações laboratoriais dos gametas, 
como a manipulação de oócitos e espermatozoides, a identificação e classificação oocitária, o 
processamento seminal, a técnica de espermograma, criopreservação seminal, classificação 
embrionária, criopreservação embrionária, biópsia embrionária e hatching, 
Vale lembrar que este profissional habilitado em Reprodução Humana pode atuar em 
Embriologia, assinar laudos e assumir a responsabilidade técnica do laboratório.
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1.8. Análise Ambiental
 
Neste campo o profissional pode realizar análises físico-químicas e microbiológicas 
para o saneamento do meio-ambiente, incluídas as análises de água, ar e esgoto, podendo ser 
profissional autônomo ou consultor.
1.9. Diagnóstico por Imagem e Terapia 
De acordo com a Resolução nº 234, de 5 de dezembro de 2013 a habilitação em Biofísica, 
Radiologia ou em Imagenologia permite ao profissional biomédico exercer e realizar atividades 
em serviços de radiodiagnóstico, como operações com equipamentos e sistemas de diagnóstico 
por imagem, tais como, tomografias computadorizadas, ressonância magnética, ultrassonografia, 
radiologia vascular e intervencionista, radiologia pediátrica, mamografia, densitometria óssea, 
neuroradiologia e medicina nuclear e radioterapia (operações com equipamentos de diferentes 
fontes de energia, para tratamento, que utilizam radiações ionizantes); Gerenciar os serviços de 
radiodiagnóstico, sistema PACS/RIS, radiografia convencional e contrastada, atuar em sistemas 
de informação em saúde, prontuário eletrônico do paciente, telemedicina, sistemas de apoio à 
decisão, processamento de sinais biológicos, internet em saúde, padronização da informação em 
saúde, processamento de imagens médicas, bioinformática, tomografia computadorizada (TC), 
ressonância magnética (RM), medicina nuclear (MN), radioterapia (RT) e radiologia médica; 
pode executar procedimentos de radio farmácia e administrar doses de radiofármacos para 
diagnóstico e terapia (sob a supervisão de médico nuclear), responsabilizar-se pela elaboração 
do programa de educação continuada e melhoria da qualidade, atuar no treinamento de 
equipamentos e softwares radioterápicos em empresas especializadas e atuar como vendedor de 
equipamentos e acessórios radioterápicos e ser atuante em pesquisa clínica 
1.10. Administração e Ensino 
Nesta habilitação, o profissional tem suas funções focadas no gerenciamento e/ou 
coordenação de equipes, gestão da qualidade dos serviços, fiscalização de outros profissionais e 
serviços, auditorias e inspeções de qualidade, ser avaliador das conformidades com as normas 
vigentes, pode trabalhar na área de ensino para a especialização dos profissionais oferecendo 
treinamentos teóricos e práticos, assim como consultoria nas diversas áreas.
1.11. Perfusão Extracorpórea 
De acordo com a Resolução CFBM nº 135, de 3 de abril de 2007 o profissional biomédico 
possui capacidade técnica e conhecimento para operar equipamentos de circulação extracorpórea 
em cirurgias aos quais realizam uma circulação sanguínea do paciente, em um meio artificial, 
com a finalidade de realizar uma barreira para que o cirurgião trabalhe em um espaço sem muito 
sangue. Esta máquina realiza de forma contínua e extracorpórea toda a função do organismo 
humana e é esta ao qual o profissional biomédico opera.
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1.12. Informática da Saúde 
Profissionais habilitados nesta área trabalham no armazenamento, recuperação e uso 
da informação, dados e conhecimento biomédicos para a resolução de problemas e tomada de 
decisão, são capazes de criar softwares de informações utilizados em centros médicos e clínicos 
para armazenamento de informações dos pacientes, assim, como também agilizar tais processos. 
É um campo de atuação novo, com mercado crescente e remuneração salarial muito boa.
1.13. Psicobiologia 
Realizar pesquisa experimental da base biológica dos processos mentais sobre os processos 
e estruturas fisiológicos.
1.14. Fisiologia, Fisiologia Geral e Humana 
Estudar ofuncionamento e o mecanismo do corpo humano.
 
1.15. Acupuntura 
A Resolução CFBM nº 2, de março de 1995 e a Resolução CFBM nº 185, de 26 de agosto 
de 2010 Normativa CFBM nº 1, de 10 de abril de 2012 expõem que profissionais habilitados 
aqui podem otimizar tratamentos convencionais de saúde por meio da promoção do equilíbrio 
energético e do reestabelecimento da integração funcional dos sistemas orgânicos. 
A acupuntura é uma terapia milenar chinesa que consiste na aplicação de agulhas em 
pontos específicos do corpo. Estas são aplicadas no local correspondente à situação a ser tratada, 
e/ou no meridiano correspondente à doença a ser tratada. A acupuntura serve como uma terapia 
complementar para tratamentos como distúrbios hormonais e menstruais, insônia, problemas 
respiratórios, doenças auto-imunes, crônicas, doenças de pele, doenças ortopédicas e pode ser 
realizada como forma complementar de tratamento para todas as doenças e distúrbios emocionais. 
Neste campo, o profissional biomédico pode realizar atendimento em consultório voltado 
à atividade e procedimentos de Acupuntura, aplicar o diagnóstico energético (complementar ao 
diagnóstico clínico nosológico), aplicar procedimentos técnicos para promoção do equilíbrio 
energético – orgânico e exercer atividades ligadas à docência e pesquisa.
1.16. Histologia Humana e Citopatologia 
Neste campo, o profissional pode realizar estudos de tecidos do corpo humano para 
desenvolvimento de pesquisas, avaliação citológica do material esfoliativo.
A habilitação em citologia oncótica vem cada vez mais abrindo possibilidades para 
o aprimoramento e crescimento profissional do biomédico. A atuação nessa área exige desse 
profissional um conhecimento amplo, não só no contexto diagnóstico, mas também no 
gerenciamento de serviços públicos e privados. Essa habilitação promove um aperfeiçoamento 
contínuo do profissional em virtude do dinamismo com que se desenvolvem as metodologias 
diagnósticas. 
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A especialidade não limita o profissional apenas à análise citológica de amostras celulares, 
mas permite atuação no desenvolvimento de novas metodologias e diagnósticos em materiais 
processados por citologia em meio líquido, imunocitoquímica e diagnóstico molecular a partir 
do material celular obtido, aumentando assim a sensibilidade e as especificidades da identificação 
de doenças malignas. Áreas de atuação como programas de prevenção do câncer ginecológico, 
mamas e demais sítios corporais são de extrema importância no combate às doenças malignas 
e os profissionais biomédicos têm conhecimento específico em citologia e anatomia patológica, 
não limitado apenas ao diagnóstico, mas, principalmente, na criação e gerenciamento de políticas 
de saúde.
O profissional participa de todas as etapas, desde a coleta até a liberação do laudo já que é 
possível fazer citologia oncótica de qualquer local do corpo. E geralmente são utilizados um dos 
três métodos a seguir para obtenção do material: Raspado: raspa-se o local desejado e transfere-
se o material para uma lâmina de vidro. Depois cora-se a lâmina de acordo com o tipo de amostra 
como por exemplo pele, vulva, colo; Líquidos corporais: depois de colhido o líquido, centrifuga-
se e cora-se a lâmina de modo semelhante ao método anterior. Exemplo: urina, líquido ascítico, 
líquido pleural, líquor, etc.; Punção (PAAF - Punção Biópsia Aspirativa por Agulha Fina): Este 
método é novo, mas merece destaque, pois vem evoluindo e ganhando destaque rapidamente. 
Citopunção realizada em estruturas ou órgãos. Exemplo: nódulos de tireóide, cistos de mama, 
lesões de glândulas salivares, etc. O PAAF é o método que só o profissional médico pode realizar.
1.17. Biomedicina Estética 
A Resolução nº 197, de 21 de fevereiro de 2011, a Resolução nº 200, de 1º de julho de 
2011, e a Resolução nº 214, de 10 de abril de 2012 Normativa nº 01, de 10 de abril de 2012 
fazem com que o profissional habilitado neste campo tenha conhecimento necessário e suficiente 
para orientar a população com disfunção dermato-fisiológica, mostrando/identificando as 
formas de correção, prevenindo o envelhecimento cutâneo natural e elevando a auto estima do 
indivíduo, pode realizar procedimentos invasivos não cirúrgicos: aplicação de toxina botulínica 
tipo A; mesoterapia/intradermoterapia; preenchimentos semi-permanentes; peelings químicos; 
carboxiterapia; laser fracionado; luz intensa pulsada, dentre outras inúmeras técnicas invasivas 
não cirúrgicas utilizadas no tratamento do rejuvenescimento cutâneo e de alterações nas 
conformações corporais (celulite, estrias, flacidez, gordura localizada, etc.), radiofrequência, 
dentre outros recursos.
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1.18. Auditoria 
 
Na Resolução CFBM nº 184, de 26 de agosto de 2010 pode-se participar, individualmente 
e/ou em equipes, da auditoria dos serviços de toda área da saúde, nos níveis federal, estadual ou 
municipal, na esfera pública ou privada, realizar procedimentos técnicos, científicos, contábeis, 
financeiros e patrimoniais praticados por pessoas físicas e jurídicas no âmbito do SUS, por meio 
da realização de auditorias analíticas, operativas, de gestão e especiais, auditar os serviços de 
estatística aplicada à saúde e o de informações aplicado na organização, gestão de convênios, 
gerenciamento de custos, auditar contas hospitalares de hospitais particulares, municipais, 
estaduais e federais, participar de medidas de cooperação técnica entre os órgãos que compõem 
o sistema nacional de auditoria, acompanhar a qualidade dos procedimentos e serviços de saúde 
disponibilizados à população, inclusive com acesso aos prontuários, pareceres médicos, boletim 
de produção ambulatorial e relatório da situação de produção, fornecer relatórios e pareceres 
para a vigilância sanitária municipal, estadual e federal, realizar auditorias e vistorias em conjunto 
com a vigilância sanitária municipal, estadual e federal (ANVISA) com vistas a credenciamentos 
e acompanhamento em hospitais, clínicas públicas e particulares, dos planos de saúde em geral, 
disponibilizar relatórios da gerência de auditoria, mensais e extraordinariamente quando se fizer 
necessário e/ou mesmo pactuado através de contrato, instruir processos e articular com as equipes 
de controle, avaliação e auditoria a nível federal/estadual/municipal, a realização das atividades 
de auditoria, elaborar normas e rotinas necessárias à realização das atividades pertinentes aos 
serviços apresentando os devidos relatórios, ministrar cursos para formação de auditor e auditar 
a implantação do PSF em clínicas, hospitais públicos e particulares.
1.19. Saúde Pública 
Desenvolver e implementar projetos governamentais em DSTs, doenças crônicas, 
doenças infectocontagiosas, zoonoses, atendimento domiciliar (cuidadores), saúde do 
trabalhador, atendimento à população indígena e carcerária, analisar, acompanhar e fiscalizar 
processos de terceirização de serviços médicos e diagnósticos, assessorar e prestar consultoria em 
levantamentos estatísticos da população, podendo, ainda, participar dos conselhos municipais e 
estaduais de saúde, colaborando nas políticas públicas de saúde.
1.20. Biomédico Sanitarista 
A Resolução nº 140, de 4 de abril de 2007 pode aplicar conhecimentos (médicos ou não) 
com o objetivo de organizar sistemas e serviços de saúde, atuar em fatores condicionantes e 
determinantes do processo saúde-doença controlando a incidência de doenças nas populações 
através de ações de vigilância e intervenções governamentais. Não deve ser confundida com o 
conceito mais amplo de saúde coletiva.
O Conselho Federal de Biomedicina (CFBM), sempre atento às oportunidades de nichos 
de trabalho para os Biomédicos, editou normativas para regularizar o exercício profissional 
do Biomédico, tomandocomo base as diretrizes curriculares do curso de Biomedicina fixadas 
pelo Ministério da Educação, instância que dita as bases de formação acadêmica do Biomédico. 
Contudo, não se tratam de habilitações. 
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1.21. Docência 
A opção por docência no ensino universitário requer qualidades pessoal e profissional. 
Entre as qualidades pessoais se destacam o nível cultural do docente, sua facilidade de 
comunicação, o carisma de sua personalidade, a organização na disposição de assuntos e muita 
vontade de seguir aprendendo e pesquisando novos conhecimentos. Por outro lado, sob o ponto 
de vista profissional, é necessário ter o conhecimento das bases pedagógicas direcionadas ao 
ensino superior e ter boa experiência teórica e prática da disciplina sob sua tutela. 
Atualmente, a maioria das instituições de ensino universitário está exigindo que o docente 
tenha pelo menos o título de mestre. Há outras, inclusive, que estão contratando preferencialmente 
profissionais com o título de doutor. O biomédico que pretende ser pesquisador científico deve 
ter a noção biológica de transformação e de mudança, e isso requer excepcionais qualidades de 
organização, dedicação e muito talento. Deve estar constantemente atualizado cientificamente, 
tecnologicamente e, principalmente, culturalmente. É importante lembrar que, para ter sucesso 
na pesquisa científica, é necessário juntar três qualidades: criatividade, capacidade de organização 
e muito trabalho.
1.22. Análises Microbiológicas de Água 
A Resolução CFBM nº 175, de 14 de junho de 2009 expõe que o profissional pode 
realizar análises físico-químicas e microbiológicas da água de interesse para o saneamento do 
meio ambiente, visando aferir sua qualidade e contaminação, seja na captação, tratamento e na 
distribuição para o consumo humano ou agropecuário (indústrias, domiciliares, hotéis, clubes, 
balneários, etc.), pode emitir os respectivos laudos, ficando sob sua responsabilidade técnica o 
controle de qualidade e tratamento.
1.23. Análises Clínicas Veterinárias 
De acordo com a Resolução CFBM nº 154, de 4 de abril de 2008, o profissional habilitado 
pode realizar análises de material biológico de animais de pequeno e grande porte, no entanto 
o Biomédico não pode realizar coleta, transporte e armazenamento de amostras biológicas de 
animais. 
1.24. Pericia Criminal
Realizar procedimentos para produção de provas materiais para instruir processos no 
âmbito do direito penal.
A perícia criminal é uma atividade técnico-científica, elaborada para a elucidação de 
crimes quando há vestígios. É baseada na Ciência forense que auxiliam na produção do exame 
pericial e na interpretação correta de vestígios.
O perito criminal é o responsável por encontrar/reunir provas técnicas de vestígios 
encontradas em locais de crime, a serem analisadas cientificamente, buscando respostas ao delito 
cometido. Podendo atuar nos locais de crime e laboratório (Institutos de Criminalística), deve 
possuir formação específica em nível superior, como Biomedicina, Biologia, Farmácia, Química, 
Engenharias, Física, Matemática, Fotografia, dentre outras. 
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Atualmente é uma das áreas mais concorridas do mercado público devido a altas 
remunerações, em que a seleção se dá através de concurso público (federal ou estadual).
O profissional biomédico pode realizar análises de identificação genética em humanos, 
animais e vegetais, auxiliando a desvendar os casos, identificar a origem do material biológico 
(sangue, sêmen, saliva, tecido epitelial, etc.) deixado no local de crime. É responsável por 
identificar restos mortais (ossadas ou corpos carbonizados) e elaborar relatórios para apreciação 
dos tribunais.
1.25. Meio Ambiente, Segurança no Trabalho, Saúde Ocupa-
cional e Responsabilidade Social 
A Resolução CFBM nº 188, de 10 de dezembro de 2010 expõe que o profissional pode atuar 
nas políticas de meio ambiente, segurança no trabalho, saúde ocupacional e responsabilidade 
social, realizar levantamentos e identificar processos de impactos às atividades de meio ambiente, 
segurança no trabalho, saúde ocupacional e responsabilidade social, realizar procedimentos 
que viabilizem operações que estejam associadas com o meio ambiente, segurança do trabalho, 
saúde ocupacional e responsabilidade social, gerenciar projetos, coordenar equipes e participar 
de auditorias, inclusive exercendo funções de auditor líder, assegurar contínua pertinência, 
adequação e eficácia das ações de meio ambiente, segurança do trabalho, saúde ocupacional e 
responsabilidade social, capacitar comunidades e trabalhadores, visando à melhoria do meio 
ambiente, segurança do trabalho, saúde ocupacional e responsabilidade social, por meio de 
programas destinados a essa finalidade. 
1.26. Serviços de Diálise (Sob a Supervisão de Médico 
Nefrologista) 
 A Resolução CFBM nº 190, de 10 de dezembro de 2010 tem como função monitorar e 
prevenir riscos de natureza química, física e biológica inerentes aos procedimentos correspondentes 
a cada tipo de tratamento realizado nos serviços de diálise, assim como controlar, monitorar 
e garantir a qualidade do tratamento de água e do dialisato, por meio de: coleta, transporte e 
armazenamento das amostras; análises físico-químicas e microbiológicas; interpretação dos 
resultados das análises; acompanhamento e execução das medidas de ações corretivas.
Atuar, juntamente com a equipe multiprofissional, na elaboração de rotinas padronizadas, 
orientando e capacitando o pessoal para utilização segura dos saneantes e realização de limpeza 
e desinfecção das áreas e utensílios, participar ativamente do programa de controle e prevenção 
de infecção e de eventos adversos e do programa de gerenciamento de resíduos de serviços de 
saúde, elaborar manuais técnicos com fluxogramas e procedimentos operacionais pertinentes, 
bem como formulários próprios, executar procedimentos de análises clínicas, observando os 
cuidados pré-analíticos, analíticos e pós-analíticos, treinar e supervisionar equipe de coleta 
de material biológico com relação à padronização de materiais, procedimentos e cuidados na 
coleta, armazenamento e transporte das amostras biológicas, implementar sistemática de análise, 
registro e informação dos resultados críticos obtidos nos exames laboratoriais e atuar juntamente 
com o médico nefrologista, na análise e avaliação de resultados laboratoriais discrepantes, quanto 
à possibilidade de interferências pré-analíticas, analíticas ou relacionadas ao quadro clínico do 
paciente.
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1.27. Vetores e Pragas Urbanas
 
A Resolução CFBM nº 189, 10 de dezembro de 2010 tem a função de exercer a 
responsabilidade técnica por empresas especializadas na prestação de serviço de controle de 
vetores e pragas urbanas, desde que tenha conhecimento didático, prático e treinamento específico 
na área RESÍDUOS GERADOS PELOS SERVIÇOS DA SAÚDE. A Resolução CFBM nº 124, de 
16 de junho de 2006 RDC Anvisa nº 306, de 7 de dezembro de 2004 e a Resolução Conama nº 
358, de 29 de abril de 2005 podem elaborar o plano e o gerenciamento de resíduos de serviços 
de saúde relacionados com o atendimento à saúde humana ou animal, inclusive os serviços de 
assistência domiciliar, de trabalhos de campo, de laboratórios analíticos de produtos para a saúde, 
necrotérios, funerárias, serviços onde realizem atividades de embalsamamento (tanatopraxia e 
somatoconservação), serviços de medicina legal, estabelecimentos de ensino e pesquisa na área 
de saúde, centros de controle de zoonose, distribuidores e produtores de materiais e controles 
para diagnósticos in vitro, serviços de tatuagem, serviços de acupuntura, unidades móveis deatendimento à saúde, dentre outros similares. 
1.28. Toxicologia 
 
A habilitação em toxicologia estuda a natureza e o mecanismo das lesões tóxicas nos 
organismos vivos expostos aos venenos que em grandes quantidades podem ser letais com a vida, 
já que o envenenamento é o resultado da contaminação de um ser vivo por um produto químico. 
Os agentes causadores de intoxicação mais comum são os medicamentos, aos quais são 
caracterizados como o tipo mais frequente de intoxicação em todo o mundo; os inseticidas de 
uso domésticos que são pouco tóxicos quando usados de forma adequada, mas que podem causar 
alergias e envenenamento, principalmente em pessoas sensíveis. Os pesticidas agrícolas que são 
as principais causas de registro de óbitos no Brasil. Os raticidas que no Brasil, só estão autorizados 
os raticidas à base de anticoagulantes cumarínicos. A utilização de produtos altamente tóxicos, 
proibidos para o uso doméstico tem provocado envenenamentos graves e óbitos. E os animais 
peçonhentos que constitui o grupo de maior número de casos registrados em locais ou estados 
com extensa área rural, onde a ocorrência de acidentes por animais é grande. 
O papel do profissional biomédico nessa habilitação é analisar efeitos adversos de 
substâncias que possam ser tóxicas, como cosméticos, medicamentos, veneno de insetos etc.; 
realizar diagnóstico laboratorial de intoxicações humanas e animais; atuar na dosagem de metais 
pesados e drogas de abuso; elaborar plano e gerenciar atividades relativas à área de Toxicologia.
A Residência Multiprofissional em Saúde é uma Pós-Graduação lato sensu (Es-
pecialização), voltada para a educação em serviço e destinada às categorias que 
integram a área de saúde (Biomedicina, Ciências Biológicas, Educação Física, En-
fermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Nutrição, entre outros que está 
em constante crescimento. 
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De acordo com Câmara (2016), um levantamento realizado por meio das vagas ofertadas 
a profissionais biomédicos a nível público em todo território nacional, a média salarial foi de R$ 
3.863,62, a menor remuneração, foi de R$ 1.459,49 e a maior remuneração foi de R$ 8.600,00 
desconsiderando a carga horária de trabalho semanal.
A Figura 4 é referente a um gráfico da média salarial de acordo com a região nacional. Em 
que apesar da região Sul ofertar menos vagas, foi a região com a maior média de remuneração, 
já as regiões Norte e Nordeste ficaram com as menores médias salariais para o biomédico. Já 
a Figura 5 é referente a um gráfico da carga horária semanal mais frequente das jornadas de 
trabalho, que caracteriza as 40 horas semanais, correspondendo a 65% de todos os editais no 
período de 2014 a 2016. 
A Figura 6 e a Figura 7 representam quais foram os estados que mais ofertou vagas em 
seus editais para os profissionais biomédicos e em que nível de concurso fora realizado, se de 
caráter municipal, estadual ou esfera federal.
Figura 4 – Média Salarial por região. Fonte: Biomedicina Padrão (2018).
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Figura 5 –Carga horária mais frequente de editais para cargos biomédicos. Fonte: Biomedicina Padrão (2018).
Figura 6 – Região que mais apresentou vagas para profissionais biomédicos (2014-2016) a nível Nacional. Fonte: 
Biomedicina Padrão (2018).
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Figura 7 – Órgãos que mais publicaram editais com vagas para biomédicos (2014-2016). Fonte: Biomedicina Padrão 
(2018).
Podemos, assim, concluir que o Biomédico possui múltiplos campos de atuação, seja no 
setor público quanto privado e que as regiões que mais se empregam e a base salarial de cada 
lugar foi explicita figuras acima. Agora basta decidir-se qual seguir, dedicar-se e tornar-se um 
Biomédico de Sucesso!
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04
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 63
1 - DEONTOLOGIA: HISTÓRICO, CONCEITO E UTILIZAÇÃO ................................................................................ 64
2 - PRINCÍPIOS ÉTICOS E MORAL NA PROFISSÃO BIOMÉDICA ....................................................................... 65
2.1. BENEFICÊNCIA ................................................................................................................................................. 68
2.2. AUTONOMIA ..................................................................................................................................................... 68
2.3. HONESTIDADE .................................................................................................................................................. 68
2.4. CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO .................................................................................................. 68
2.5. SIGILO PROFISSIONAL .................................................................................................................................... 68
2.6. FIELDADE .......................................................................................................................................................... 69
INTRODUÇÃO A DEONTOLOGIA
PROF.A RAFAELE ANDRESSA DA SILVA BELEI
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA: INTRODUÇÃO À BIOMEDICINA E 
DEONTOLOGIA
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3 - BIOÉTICA: UM POUCO DE HISTÓRIA E CONCEITOS ..................................................................................... 69
3.1. PRINCÍPIOS BÁSICOS DA BIOÉTICA .............................................................................................................. 70
3.1.1. PRINCÍPIO DA LIBERDADE OU AUTONOMIA .............................................................................................. 70
3.1.2. BENEFICÊNCIA ............................................................................................................................................. 70
3.1.3. JUSTIÇA DISTRIBUTIVA ................................................................................................................................. 71
4 - CONSIDERAÇÕES ÉTICAS A RESPEITO DOS TRABALHOS CIENTÍFICOS .................................................... 71
4.1. TRABALHOS CIENTÍFICOS: RESPEITO E ÉTICA. ........................................................................................... 71
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INTRODUÇÃO
A Deontologia é caracterizada pela ciência do dever e da obrigação, já que é uma filosofia 
que faz parte da filosofia moral contemporânea, sendo assim um tratado dos deveres e da moral. 
Ou seja, nada mais é que uma teoria sobre as escolhas dos indivíduos/profissionais criando um 
preceito do que é moralmente necessário e serve para nortear o que realmente deve ser feito.
O termo deontologia foi criado no ano de 1834, pelo filósofo inglês Jeremy Bentham, para 
falar sobre o ramo da ética em que o objeto de estudo é o fundamento do dever e das normas. 
Immanuel Kant também deu sua contribuição para a deontologia, uma vez que a dividiu em dois 
conceitos: razão prática e liberdade, em que para ele, agir por dever é a maneira de dar à ação o 
seu valor moral; e por sua vez, a perfeição moral só pode ser atingida por uma livre vontade.
A deontologia também pode ser o conjunto de princípios e regras de conduta ou deveres 
de uma determinada profissão, ou seja, cada profissional deve ter a sua deontologia própria para 
regular o exercício da profissão, e de acordo com o Código de Ética de sua categoria, sendo 
desta forma normas estabelecidas não pela moral e sim paraa correção de suas intenções, ações, 
direitos, deveres e princípios.
A primeira profissão que elaborou um código de Ética profissional foi a medicina, e a partir 
daí várias outras profissões começaram a montar o seu código de ética, em que os deveres de cada 
profissional são apresentados neste e os indivíduos podem ter acesso e esclarecer suas dúvidas 
quanto a sua conduta. Este código de Ética profissional estabelece normas e obrigações para o 
exercício da atividade do profissional e tem como objetivo mostrar um conjunto de princípios 
e orientações nos quais todo profissional de cada área deve inspirar-se e também as regras aos 
quais deve observar no exercício de suas atividades. Uma filosofia de prática profissional proposta 
pelo Organização Mundial de Saúde (OMS), estabelece que o principal beneficiário das ações 
dos profissionais da saúde (Biomédicos, Farmacêuticos, Médicos, Enfermeiros, etc.) sejam os 
pacientes. Cujo o único propósito é a qualidade de vida dos mesmos.
Desta forma, todos os profissionais possuem obrigações éticas, em casos de profissionais 
Biomédicos, estes possuem obrigações éticas com o paciente e a sociedade, na qual no decorrer 
desta unidade veremos de forma explicita e clara quais são, o que realmente a deontologia prega, 
a sua aplicabilidade durante a graduação e a sua importância na construção de profissionais de 
índoles incontestáveis.
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1 - DEONTOLOGIA: HISTÓRICO, CONCEITO E 
UTILIZAÇÃO
O termo Deontologia foi usado pela primeira vez em 1834 pelo filósofo inglês Jeremy 
Bentham, cujo principal interesse deste era uma reforma social. Bentham queria propor o 
principio utilitarista como origem e fim do Direito. A partir disso escreveu, Deontology, or the 
sciense of morality, que foi editada em 1834 cujo foco era traçar os contornos da ética como 
ciência do que é “conveniente”.
De acordo com Spinsanti, essa discussão pode ser distinguida em três aspectos: 
deontologia, ética e moral. A origem da palavra deontologia provém do grego deon, e lembra 
necessidade de algo. Como o termo deontologia vem sempre acompanhado do adjetivo que 
designa a profissão, tem como significado a necessidade que cada profissão apresenta suas 
características, aos quais constituem sua formação. Desta forma, a ética e a moral não devem 
ser confundidas com a deontologia, pois esta não é um conjunto de preceitos elaborados por 
dedução, com base em princípios de uma ética geral ou de um determinado sistema moral e 
aplicados a profissão específica. Diferentes de problemas morais, a deontologia não se ocupa 
de fatores sobre o comportamento do profissional, mas sim de várias regras tradicionais que 
indicam o comportamento de alguém na qualidade de um membro ao qual a regra deve garantir 
a conveniência total de um grupo.
De maneira geral, o termo Deontologia significa a ciência dos deveres, assim, pode 
afirmar que compreende um conjunto de deveres aos quais os profissionais são obrigados a 
seguir, diferente dos deveres impostos por leis ou por procedência ética ao qual o indivíduo se 
sente pessoalmente ligado. Significa os comportamentos oportunos no âmbito da profissão, ou 
que devem ser evitados para que a imagem social da profissão não seja manchada, seria então a 
boa função profissional.
Ainda mencionando Spinsanti, ele afirma que a deontologia não tende a proceder por 
conceitos abstratos, mas a se concretizar tendo em mira as situações especificas que apresentam 
ao profissional na prática cotidiana. As prescrições deontológicas apresentam soluções praticas 
e precisas de modo imperativo, “deve”, “não deve”, “é obrigado”, que a linguagem do “dever” não 
engane, ela é igual á da ética, mas não é autoridade moral que prescreve os comportamentos. As 
normas deontológicas são estabelecidas pelos próprios profissionais, depois de atenta reflexão 
sobre a prática cotidiana, à base do que favorece e do que prejudica a profissão.
A deontologia pode possuir seus princípios escritos ou não, em que são aceitos em todas 
as profissões como base de uma boa conduta profissional, elas são obrigações morais advindas 
do profissional. É em busca de cada vez mais um profissional de boa conduta que as Faculdades 
dispõem aos acadêmicos de vários cursos de graduação a matéria de Deontologia, que tem 
como principal fundamento a reflexão de cada graduando sobre seus valores, propósitos de vida, 
preceitos éticos e legais e a profissão que vão exercer, atentando-se aos seus direitos e deveres. 
Acatando-se a compreender o ser humano, seu modo de ser, e desta forma este passe a observar 
a real consciência crítica de sua participação, com a comunidade, na qual ele deve dispor o seu 
conhecimento e o seu fazer social.
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A Deontologia nunca caminha sozinha, ela esta diretamente ligada á outras disciplinas, 
como filosofia, história, sociologia, psicologia, Direito e economia política, que juntos vão avaliar 
e analisar a conduta humana. A relação da deontologia com a filosofia parte do conceito que 
se tem a compreensão da realidade a fim de transforma-la. Assim, observa-se a atitude do ser 
humano, seu conhecimento e a intervenção na realidade, como vai se modificando. Já a relação 
com a história, é considerada um aspecto da realidade humana mudável com o tempo, pode-
se dizer que os pensamentos deontológicos são históricos porque refletem o comportamento 
do individuo. Em que este se autoproduz constantemente. Relaciona-se a sociologia, pois 
estuda as relações estabelecidas, consciente ou inconscientemente, entre indivíduos que vivem 
em sociedade. Também apresenta nexo com a psicologia em que a partir do comportamento 
humano permite a compreensão das condições subjetivas dos atos das pessoas, contribuindo 
para suas responsabilidades deontológicas. A que mais se assemelha a deontologia como um 
todo é o direito, pois, regulam as relações das pessoas garantindo coesão social. A relação com a 
economia política apresenta um resultado relacionado com o principio processual constitucional 
da Economia.
Todas essas informações passadas são aspectos importantes para que façamos uma analise 
a respeito do caráter interdisciplinar da deontologia, as ideias de que os direitos e deveres dos 
profissionais não sejam analisados separadamente, mas sim num contexto amplo em conjunto 
com estas disciplinas mencionadas, visando a compreensão da realidade profissional, mostrando 
questões relacionadas com a proteção, recuperação e o favorecimento da melhor qualidade de 
vida. Desta forma a Deontologia deve constar na lista das importantes exigências públicas, para 
que os profissionais tenham mais responsabilidades em seus deveres.
Todos nós possuímos valores próprios, que nos acompanham anos e também alguns que 
com a experiência vivida foram se modificando e aprimorando ainda mais , são valores oriundos 
do caráter de cada individuo e que ao longo da nossa vida e também a partir da graduação 
aumentam, renascem ou até mesmo passam a existir de forma mais intensa. É a partir destes 
valores que compreendemos a deontologia, pois, estes sentimentos fazem com que o propósito 
de nossas vidas se torne a base de nossas boas condutas e nossos compromissos.
2 - PRINCÍPIOS ÉTICOS E MORAL NA PROFISSÃO 
BIOMÉDICA
A ética vem do grego ethos que significa “modo de ser / caráter”, é caracterizada por um 
conjunto de conhecimentos do comportamento humano ao tentar explicar as regrais morais de 
forma racional, fundamentada, cientifica e teórica. Já a palavra moral vem do grego Morales, que 
significa “relativo aos costumes”.
Para aprimorar ainda mais seus conhecimentos quanto a filosofia da ética e da 
moral, leia ZUBIOLI, A. Ética farmacêutica. São Paulo: Sociedade Brasileira de Vi-
gilância de Medicamentos, 2004.
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É caracterizado por um conjunto de regras aplicadas no cotidiano e usadas por cada 
individuo. Estas têm como objetivo orientar os profissionais, norteando as suas ações e os seus 
julgamentos sobre o que é moral ou imoral, certo ou errado. Se formos equiparar as duas palavras, 
podemos afirmar que estas “caminham” juntas, pois possuem finalidades muito semelhantes, 
pois ambas são responsáveis por construir as bases que vão guiar a conduta do individuo, 
determinando o seu caráter, suas virtudes e vão ensinar a melhor forma de agir e de se comportar 
em sociedade. A Figura 1 norteia exatamente o que é moral e o que é ético:
Figura 1 – Diferenciação entre Ética e Moral. Fonte: Constancio (2016).
Já a Figura 2 representa a descentralização dos reais valores e a valorização do bem 
material como a princípio de tudo. 
Figura 2 – Ética x Moral – Os reais valores. Fonte: Pedagogia universo BH (2012).
A primeira profissão que elaborou um código de Ética profissional foi a medicina, e a 
partir daí várias outras profissões começaram a montar o seu código de ética, em que os deveres 
de cada profissional são apresentados neste e os indivíduos podem ter acesso e esclarecer suas 
dúvidas quanto a sua conduta.
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Este código de Ética profissional estabelece normas e obrigações para o exercício da 
atividade do profissional e tem como objetivo mostrar um conjunto de princípios e orientações nos 
quais todo profissional de cada área deve inspirar-se e também as regras aos quais deve observar 
no exercício de suas atividades. Uma filosofia de prática profissional proposta pelo Organização 
Mundial de Saúde (OMS), estabelece que o principal beneficiário das ações dos profissionais da 
saúde (Biomédicos, Farmacêuticos, Médicos, Enfermeiros, etc.) sejam os pacientes. Cujo único 
propósito é a qualidade de vida dos mesmos.
Nos códigos de Éticas assim, como mencionado acima existem princípios e orientações 
que fundamentam o exercício da profissão e apresentam normas para o enfrentamento dos 
dilemas éticos que possam amparar o profissional em sua rotina. Menciona sobre o segredo 
profissional, ao qual envolve aspectos jurídicos e deontológicos. Pois, sua revelação indevida fere 
leis e princípios éticos. Além disso, o profissional tem como dever manter a sua dignidade e 
honrar a profissão, e deve denunciar toda conduta ilegal ou antiética que presenciar com outro 
profissional da mesma área. A Figura 3 representa a junção da ética, moral e do caráter do 
indivíduo, formando um profissional capacitado para atuar em sua área.
Figura 3 – A fusão de ética, moral e caráter. Fonte: Chaui (2000).
Todo código de ética tem também como objetivo coibir profissionais que respondem 
como Responsáveis Técnicos, sem ao menos trabalharem naquele ambiente, ou em vários locais. 
Por exemplo, um Biomédico responder por um laboratório, por um salário um pouco abaixo a do 
mercado, sem ao menos trabalhar neste local e sim em outro laboratório, ao qual ele cumpra sua 
devida jornada de trabalho, este ato é chamado de “aluguel de nome”, e é de caráter ilícito, tendo 
que o profissional não atua naquele estabelecimento. Casos assim devem ser denunciados ao 
Conselho em questão para que sejam tomadas as cabíveis providencias. Todo profissional possui 
obrigações éticas, em casos de profissionais Biomédicos, estes possuem obrigações com éticas 
com o paciente e a sociedade. Estas éticas básicas são:
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2.1. Beneficência
O profissional deve atuar sempre com o maior respeito a vida humana e liberdade de 
consciência, e este princípio vem de anos atrás, no juramento de Hipócrates, em que este diz que 
a saúde do meu paciente será a minha primeira preocupação, de modo que não permitirá que 
fatores de ordem religiosa, nacional, racial, política ou de caráter social se interponham entre os 
meus deveres e o meu paciente; mostrará o máximo respeito pela vida humana, desde o momento 
da sua concepção, nem mesmo coagido farei uso dos meus conhecimentos médicos para fins que 
sejam contrários as leis humanas. E este juramento serve de exemplo a todos os profissionais 
da saúde. A beneficência, então, é um conceito de prática profissional em que o paciente é o 
principal beneficiário das suas ações.
2.2. Autonomia
Este principio estabelece que o paciente possui autodeterminação, ou seja, ele pode 
escolher o que será feito com ele. Este direito está acima do julgamento do profissional da saúde, 
mesmo que a decisão dada por ele seja prejudicial a ele mesmo.
2.3. Honestidade
Este princípio afirma que o profissional da saúde deve ser honesto com o paciente quanto 
a sua condição clínica, o desenvolvimento de sua doença e os tratamentos adequados. Ou seja, 
o profissional deve revelar ao individuo a sua situação clínica, pois caso contrario, ele estará 
descumprindo uma regra ética.
2.4. Consentimento Livre e Esclarecido
O Consentimento Livre e Esclarecido é o principio que consiste em cinco componentes: 
revelação, compreensão, voluntariedade, competência e consentimento. A revelação ao paciente 
sobre seu quadro clínico, a compreensão do paciente sobre o caso, a voluntariedade do mesmo de 
se conscientizar a realizar o procedimento ao qual deve, a competência do profissional de saúde 
em asseguram a compreensão do paciente, tudo o que ele necessita conhecer para tomar uma 
decisão sobre os planos terapêuticos adequados e o consentimento do paciente em realizar.
2.5. Sigilo Profissional
Sigilo é definido como aquilo que não se deve dizer a ninguém. Este comportamento 
assegura ao paciente que todas as informações sobre seu estado de saúde, seus resultados 
laboratoriais, assim como suas condições não serão ditas a terceiros sem a sua permissão. O 
segredo profissional é a coisa mais importante para a preservação da dignidade humana dos 
pacientes. Ele fundamenta-se na confiança, na confidencia e na justiça. Ao revelar um segredo 
o profissional deve estar preparado para arcar com as consequências, pois foi desrespeitado a 
justiça, pois o segredo pertence somente ao dono.
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2.6. Fieldade
É o direito que o paciente possui de ter profissionais de saúde interessados na promoção, 
proteção e recuperação de sua saúde. Foram apresentados acima alguns princípios éticos básicos 
expostos aos profissionais de saúde para o cumprimento de seus direitos e deveres. É de extrema 
importância que os profissionais estejam sempre atentos a estas normas e as sigam de forma 
correta, pois o bom profissional possui ética e moral.
3 - BIOÉTICA: UM POUCO DE HISTÓRIA E CONCEITOS
Fritz Jahr, um alemão utilizou pela primeira vez a palavra bioética em 1927, quando 
publicou um artigo no periódico alemão Kosmos. Este caracterizou a Bioética como sendo o 
reconhecimento de obrigações éticas, não apenas com relação ao ser humano, mas para com 
todos os seres vivos. Na década de 1970, o termo é relacionado com o objetivo de deslocar a 
discussão acerca dos novos problemas impostos pelo desenvolvimento tecnológico, de um viés 
mais tecnicista para um caminho mais pautado pelo humanismo, superando a dicotomia entre 
os fatos explicáveis pela ciência e os valores estudáveis pela ética. No mesmo ano de 1970, André 
Hellegers utilizou termo Bioética para mostrar estudos que estavam sendo propostos na área de 
reprodução humana, ao criar o Instituto Kennedy de Ética, então denominado de Joseph P. and 
Rose F. Kennedy Institute of Ethics. 
O conceito mais utilizado é que a bioética é a ética aplicada a vida, que abrange temas 
que vão desde uma simples relação interpessoal até fatores que interferem na sobrevivênciado próprio planeta. Ela surgiu por razões como os abusos na utilização dos animais e dos 
próprios seres humanos em experimentos científicos, técnicas desumanizantes, como o aborto, a 
eutanásia, os transgênicos, a fertilização in vitro, a clonagem e os testes com animais, e também 
pala insuficiência dos referenciais éticos tradicionais, pois o rápido processo cientifico não 
acompanhou os códigos de éticas ligados as muitas profissões envolvidas. 
Os avanços da tecnologia têm propiciado o desenvolvimento de equipamentos 
progressivamente mais desenvolvidos que tem trazido, na sua maioria, inequívocos benefícios 
para os pacientes. Por outro lado, frequentemente, o avanço tecnológico traz consigo problemas 
éticos. Assim como pode ser observado na Figura 4, isto é facilmente detectado em vários campos 
da medicina e cito as técnicas de fertilização in-vitro, as alternativas de manipulação genética 
e os avanços na área dos transplantes como exemplos de áreas que estão provocando grandes 
discussões éticas nos dias atuais. O avanço da tecnologia não traz somente problemas éticos em 
nível individual. Como na maioria das vezes estamos tratando de procedimentos complexos, é 
inevitável que eles se tornem caros. Neste sentido estes avanços nos remetem para uma discussão 
também relevante do ponto de vista coletivo: princípio da justiça e sua aplicação na alocação de 
recursos escassos na área da saúde. 
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Figura 4 - Bioética – Ações que envolvem a vida e o viver. Fonte: Freitas (2015).
3.1. Princípios Básicos da Bioética:
3.1.1. Princípio da liberdade ou autonomia
 
Vem do código de Ética, em que o paciente possui o direito de ser informado sobre seu 
estado de saúde, detalhes do tratamento a ser prescrito e tem toda a liberdade de decidir se irá ou 
não se submeter ao tratamento determinado para o caso em questão. Em casos de experimentos 
(testes conduzidos com seres humanos), as pessoas envolvidas aos testes devem receber detalhes 
dos procedimentos a serem adotados e autorizar através de uma autorização por escrito de que 
está ciente de todo os detalhes envolvidos e que deseja participar da pesquisa. 
3.1.2. Beneficência 
Vem do código de Ética e informa que toda e qualquer tecnologia deve trazer benefícios 
para a sociedade e jamais causar-lhe malefícios. Atualmente, é comprovado que a Bioética 
está mais relacionada com seres humanos do que com animais, pois a maior parte dos ensaios 
experimentais visa beneficiar este.
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3.1.3. Justiça distributiva
Inclui que todos os avanços técnico-científicos devem beneficiar de maneira igual a 
sociedade e não apenas alguns grupos. De maneira geral, a palavra Bioética é pluridisciplinar, 
pois participa de pesquisar, discursos e práticas que possui como objetivo esclarecer e resolver 
questões éticas apresentadas pelos avanços e a aplicação das tecnociências biomédicas, ou seja, 
ela não é uma ciência e nem mesmo uma nova ética, é uma intersecção entre várias tecnociências, 
como medicina, biologia, psicologia, etc.
É de extrema importância que a bioética seja discutida, pois desta forma faz-se que a 
ciência não utilize indiscriminadamente novas tecnologias logo que se tornem viáveis, mas sim 
somente após possuir o conhecimento e a sabedoria suficientes para utilizá-las em benefício da 
humanidade e não em seu detrimento. Desse modo, a bioética permitirá que a sociedade tenha o 
poder de decisão sobre as tecnologias que lhe convêm.
4 - CONSIDERAÇÕES ÉTICAS A RESPEITO DOS 
TRABALHOS CIENTÍFICOS
4.1. Trabalhos Científicos: Respeito e Ética. 
De acordo com os conceitos aqui trabalhados, julga-se como falta de ética o momento em 
que o individuo utiliza-se de meios para obter beneficio a si mesmo não se importando a quem 
prejudique. É de extrema necessidade que os princípios éticos sejam difundidos e interiorizados 
pelos indivíduos conforme a moral inserida pela sociedade e seus valores. 
Em trabalhos Científicos Fundamentado em pesquisa, pode-se afirmar que o processo 
se inicia no pensamento de pesquisadores ou até mesmo de um grupo que decidem realizar 
um trabalho cientifico para viabilizar a sua ideia. Este deve seguir normas cientificas rígidas 
denominadas de Boas Práticas Clinicas consideradas como padrão de qualidade científica e ética 
para os estudos que envolvam a participação de seres humanos. Estes padrões devem garantir e 
assegurar a garantia pública que os direitos, a segurança e o bem-estar dos pacientes participantes 
deste estudo estejam protegidos, bem como também a credibilidade dos dados. Este deve se 
manter desde o inicio da pesquisa até a publicação.
As normas apresentadas em trabalhos científicos de pesquisa, surgiram a partir dos 
abusos cometidos em pesquisas com seres humanos, em que não se importavam as medidas 
aos quais estes indivíduos eram submetidos. Atualmente, a execução de qualquer pesquisa que 
envolva seres humanos deve apresentar-se aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres 
Humanos. Deve ter autorização dos indivíduos envolvidos em um termo de Consentimento Livre 
e Esclarecido, que tem como objetivo explicar e esclarecer cada passo do que será proposto na 
pesquisa para os indivíduos em questão, sanando dúvidas e deixando bem claro as reais intenções 
da pesquisa.
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Já os Trabalhos Científicos de caráter Bibliográfico, buscam interpretar uma ideologia 
em várias metodologias, ou conceitos expostos por diferentes autores, com o intuito de se 
chegar a uma finalidade que expõe a ideia principalmente defendida com a definição de outros 
autores. É de extrema importância que o individuo que se decidirem por este tipo de trabalho, 
tenha escrúpulos e ética para não plagiarem nenhum dado, pois o que se pode realizar é um 
levantamento de informações, não uma cópia ao qual ele expõe todo um texto de autoria de um 
terceiro e ganha mérito por isto.
Desta forma, a ética na pesquisa deve permanecer em todo o trabalho do pesquisador. 
A tecnologia é uma das mais eficientes formas de se obter informações em um rápido acesso, 
no entanto, juntamente com a chegada da internet, proliferaram-se os plágios e as cópias de 
textos, que nem ao menos se preocupam em citar ou referenciar as fontes verídicas, causando 
desrespeito aos autores e também falta de ética. Sempre que redigir um texto ao qual você não é o 
autor, cite o nome do individuo e também se conscientize de anexar a referência ao qual utilizou-
se para determinado contexto. Desta forma o trabalho cientifico possuirá informações verídicas, 
de fontes seguras e que valorizaram o seu conteúdo, sem prejudicar a ética envolvida.
Depois da pesquisa, da coleta dos dados e da analise, vem a publicação do trabalho. 
Nesta etapa, o autor deve apresentar apenas dados verídicos sobre ele mesmo. É completa falta 
de ética apresentar dados de outros como se fossem seus, falsificar total ou parcialmente. E deve 
encaminhar apenas a uma revista em questão para publicação, pois, enviar o mesmo relato ou 
trabalho cientifico a mais de um periódico caracteriza-se como falta de ética. 
A Figura 5 representa um quadro com os problemas éticos mais comuns e maneiras de 
como evita-las, que auxiliam os pesquisadores durante a elaboração de seu trabalho/pesquisa.
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Figura 5 - Problemas éticos mais comuns e maneiras de como evita-las. Fonte: ENAGO (2014).
De maneira geral, cabe aos indivíduos pesquisadores a postura consciente de observarem 
as legislações e regulamentações vigentes quanto ao seu estudo, e a consciência ética de cada 
individuo sobre as definições do quese publica, observando o impacto que estas informações 
podem causar nesta transmissão de conhecimento. 
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REFERÊNCIAS
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Biomédicos., São Paulo, 2004. 
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GOLDIM. J. R. Bioética: Origens e Complexidade. Rev. HCPA, 2006.
GUIA DO ESTUDANTE. Vestibular 2005. Editora Abril, São Paulo, 2004. 
GUIA DO ESTUDANTE. Pós-Graduação MBA. Editora Abril, São Paulo, 2005. 
HIRATA. M. H.; MANCINI FILHO, J. Manual de Biossegurança. São Paulo: Manole, 2002
HORTA. W. Guia das Profissões. Agência Educação, São Paulo, 2005. 
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23:15 – 23, 2001. 
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ZUBIOLI. A. Ética farmacêutica. São Paulo: Sociedade Brasileira de Vigilância de Medicamentos, 
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