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DIREITO UNOESC – UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA @Mateus Mendes 1 Conceito: Recurso servível à uniformização da jurisprudência, que não se destina a rever matérias pertinentes aos fatos e provas, mas sim, à regular no ordenamento jus trabalhista pátrio, a mesma interpretação e aplicação de determinada norma ou regra jurídica. O Recurso de Revista é o recurso último, na Justiça do Trabalho, para impugnação de decisões proferidas em dissídios individuais (ações de competência originária no primeiro grau de jurisdição), não obstante existir a possibilidade de se questionar a decisão do STF na hipótese de violação da Constituição Federal. Art. 896, CLT. Cabe recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quando: a) Derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da que lhe houver dado outro Tribunal Regional do Trabalho, no seu Pleno ou Turma, ou a Seção de Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, ou contrariarem súmula de jurisprudência uniforme dessa corte ou súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal. b) Derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo Coletivo, sentença normativa ou regulamento empresarial de observância obrigatória em área territorial que exceda a jurisdição do Tribunal Regional prolator da decisão recorrida, interpretação divergente, na forma da alínea a; c) Proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e literal à Constituição Federal. Requisitos Específicos – Pressupostos Extrínsecos a) Regularidade Formal: Peça acompanhada das razões recursais. Trata-se de recurso técnico, endereçado ao TST. Inadmissível interposição por simples petição. Inaplicável o Ius Postulandi (Súmula 425 TST). b) Depósito Recursal: Exigido. Valor dobrado daquele do R.O., observado o limite máximo do valor da condenação. Recurso de Revista DIREITO UNOESC – UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA @Mateus Mendes 2 c) Hipóteses de Cabimento do art. 896, CLT: cabível somente na taxatividade das alíneas a, b ou c deste artigo. d) Acórdão: Somente cabível em face de acórdão do TRT proferidos em dissídios individuais. e) Preenchimento os requisitos do art. 896, §1º-A, CLT: §1º - A. Sob pena de não conhecimento é ônus da parte: I – Indicar o trecho da decisão recorrida que consubstancia o prequestionamento da controvérsia objeto do recurso de revista; II – indicar, de forma explícita e fundamentada, contrariedade a dispositivo de lei, súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho que conflite com a decisão regional; III – expor as razões do pedido de reforma, impugnando todos os fundamentos jurídicos da decisão recorrida, inclusive mediante demonstração analítica de cada dispositivo de lei, da Constituição Federal, de Súmula ou orientação jurisprudencial cuja contrariedade aponte. IV – transcrever na peça recursal, no caso de suscitar preliminar de nulidade de julgado por negativa de prestação jurisdicional, o trecho dos embargos declaratórios em que foi pedido o pronunciamento do tribunal sobre questão veiculada no recurso ordinário e o trecho da decisão regional sobre os embargos quanto ao pedido, para cotejo e verificação, de plano, da ocorrência da omissão. SÚMULA Nº 422 DO TST. RECURSO. FUNDAMENTO AUSENTE OU DEFICIENTE. NÃO CONHECIMENTO. I – Não se conhece de recurso para o Tribunal Superior do Trabalho se as razões do recorrente não impugnam os fundamentos da decisão recorrida, nos termos em que proferida. II – O entendimento referido no item anterior não se aplica em relação à motivação secundária e impertinente, consubstanciada em despacho de admissibilidade de recurso ou em decisão monocrática. III – Inaplicável a exigência do item I relativamente ao recurso ordinário da competência de Tribunal Regional do Trabalho, exceto em caso de recurso cuja motivação é inteiramente dissociada dos fundamentos da sentença. Requisitos Específicos – Pressupostos Intrínsecos a) Legitimidade: partes; MPT; terceiro juridicamente interessado; sindicato. b) Interesse: parte sucumbente; interesse jurídico. c) Prequestionamento: é o debate da hipótese jurídica acerca de dispositivos permissivos do conhecimento de recurso extraordinário ou especial. Criação pelo STF e STJ sobre a interpretação teológica do art. 102, III e art. 105, III da CF: DIREITO UNOESC – UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA @Mateus Mendes 3 Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: III – julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida: Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: III – julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida: Causas decididas: significa que o tribunal de segundo grau enfrentou diretamente a questão objeto dos recursos de natureza extraordinária (extraordinário e especial). Logo, este entendimento do STF e STJ foi transportado para a Justiça do Trabalho, constituindo o prequestionamento, um pressuposto intrínseco do Recurso de Revista. Matéria pré-questionada ocorre quando a decisão recorrida aprecia expressamente a tese jurídica debatida nos autos, por meio da qual a parte vencida pretende reapreciação em grau recursal. Assim, para ser cabível o Recurso de Revista, a decisão do acórdão regional deve debater expressamente a tese jurídica invocada pelo recorrente no Recurso de Revista. SÚMULA Nº 297 DO TST. PREQUESTIONAMENTO. OPORTUNIDADE CONFIGURAÇÃO. I. Diz-se prequestionada a matéria ou questão quando na decisão impugnada haja sido adotada, explicitamente, tese a respeito. II. Incumbe à parte interessada, desde que a matéria haja sido invocada no recurso principal, opor embargos declaratórios objetivando o pronunciamento sobre o tema, sob pena de preclusão. III. Considera-se prequestionada a questão jurídica invocada no recurso principal sobre a qual se omite o Tribunal de pronunciar tese, não obstante opostos embargos de declaração. OJ 118 SDI 1 TST. PREQUSTIONAMENTO. TESE EXPLÍCITA. INTELIGÊNCIA DA SÚMULA Nº 297. Havendo tese explícita sobre a matéria, na decisão recorrida, desnecessário contenha nela referência expressa do dispositivo legal para ter-se como prequestionado este. OJ 119 SDI 1 TST. PREQUESTIONAMENTO INEXIGÍVEL. VIOLAÇÃO NASCIDA NA PRÓPRIA DECISÃO RECORRIDA. SÚMULA Nº 297 DO TST. INAPLICÁVEL. É inexigível o prequestionamento quando a violação indicada houver nascido na própria decisão recorrida. Inaplicável a Súmula nº 297 do TST. DIREITO UNOESC – UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA @Mateus Mendes 4 Hipóteses de Cabimento Art. 896, CLT. Cabe recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quando: a) Derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da que lhe houver dado outro Tribunal Regional do Trabalho, no seu Pleno ou Turma, ou a Seção de Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, ou contrariarem súmula de jurisprudência uniforme dessa Corte ou súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal; §7º. A divergência apta a ensejar o recurso de revista deve ser atual, não se considerando como tal a ultrapassada por Súmula do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal, ou superada por iterativa e notória jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho. a) Divergência Jurisprudência (Lei Federal) SÚMULA Nº 296 DO TST. RECURSO. DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL.ESPECIFICIDADE. I – A divergência jurisprudencial ensejadora da admissibilidade, do prosseguimento e do conhecimento do recurso há de ser específica, revelando a existência de teses diversas na interpretação de um mesmo dispositivo legal, embora idênticos os fatos que as ensejam. II – Não ofende o art. 896 da CLT decisão de Turma que, examinando premissas concretas de especificidade da divergência colacionada no apelo revisional, conclui pelo conhecimento ou desconhecimento do recurso. SÚMULA 337 DO TST. COMPROVAÇÃO DE DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL. RECURSOS DE REVISTA E DE EMBARGOS. I – Para comprovação da divergência justificadora do recurso, é necessário que o recorrente: a) Junte certidão ou cópia autenticada do acórdão paradigma ou cite a fonte oficial ou o repositório autorizado em que foi publicado; e b) Transcreva, nas razões recursais, as ementas e/ou trechos dos acórdãos trazidos à configuração do dissídio, demonstrando o conflito de teses que justifique a conhecimento do recurso, ainda que os acórdãos já se encontrem nos autos ou venham a ser juntados com o recurso. II – A concessão de registro de publicação como repositório autorizado de jurisprudência do TST torna válidas todas as suas edições anteriores. IV – É válida para comprovação da divergência jurisprudencial justificadora do recurso a indicação de aresto extraído de repositório oficial na internet, desde que o recorrente: a) Transcreva o trecho divergente; DIREITO UNOESC – UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA @Mateus Mendes 5 b) Aponte o sítio de onde foi extraído; e c) Decline o número do processo, órgão prolator do acórdão e a data da respectiva publicação no Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho. V – A existência do código de autenticidade na cópia, em formato PDF, do inteiro teor do aresto paradigma, juntada aos autos, torna-a equivalente ao documento original e também supre a ausência de indicação da fonte oficial de publicação. b) Divergência jurisprudencial (interpretação de lei estadual, convenção coletiva, acordo coletivo, sentença normativa ou regulamento de empresa) Art. 896, CLT. Cabe recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quando: b) derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo Coletivo, sentença normativa ou regulamento empresarial de observância obrigatória em área territorial que exceda a jurisdição do Tribunal Regional prolator da decisão recorrida, interpretação divergente, na forma da alínea a; OJ 147 SDI 1 TST. LEI ESTADUAL. NORMA COLETIVA OU NORMA REGULAMENTAR. CONHECIMENTO INDEVIDO DO RECURSO DE REVISTA POR DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL. I – É inadmissível o recurso de revista fundado tão-somente em divergência jurisprudencial, se a parte não comprovar que a lei estadual, a norma coletiva ou o regulamento da empresa extrapolam o âmbito do TRT prolator da decisão recorrida. II – É imprescindível a arguição de afronta ao art. 896 da CLT para o conhecimento de embargos interpostos em face de acórdão de Turma que conhece indevidamente de recurso de revista, por divergência jurisprudencial, quanto a tema regulado por lei estadual, norma coletiva ou norma regulamentar de âmbito restrito ao Regional prolator da decisão. C) Violação de literal dispositivo de Lei Federal ou da Constituição Art. 896, CLT. Cabe recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quando: c) Proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e literal à Constituição Federal. SÚMULA Nº 221 DO TST. RECURSO DE REVISTA. VIOLAÇÃO DE LEI. INDICAÇÃO DE PRECEITO. A admissibilidade do recurso de revista por violação tem como pressuposto a indicação expressa do dispositivo de lei ou da Constituição tido como violado. DIREITO UNOESC – UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA @Mateus Mendes 6 Hipóteses de Cabimento – Execução de Sentença Art. 896, CLT. Cabe recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quando: §2º. Das decisões proferidas pelo Tribunais Regionais do Trabalho ou por suas turmas, em execução de sentença, inclusive em processo incidente de embargos de terceiro, não caberá Recurso de Revista, salvo de ofensa direta e literal de norma da Constituição Federal. Ou seja, o cabimento do Recurso de Revista contra decisão de TRT em sede de execução (em qualquer hipótese), depende de demonstração inequívoca de violência direta à Constituição Federal (Súmula 266, TST). Hipóteses de Cabimento – Títulos Executivos Art. 896, CLT. Cabe recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quando: §10. Cabe recurso de revista por violação a lei federal, por divergência jurisprudencial e por ofensa à Constituição Federal nas execuções fiscais e nas controvérsias da fase de execução que envolvam a Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas (CNDT), criada pela Lei nº 12.440, de 7 de julho de 2011. Tendência jurisprudencial em admitir Recurso de Revista em sede de execução de títulos executivos extrajudiciais, quando violar lei federal, quando houver divergência jurisprudencial e ofensa à CF. Recurso de Revista no Rito Sumaríssimo Art. 896, CLT. Cabe recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quando: §9º. Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, somente será admitido recurso de revista por contrariedade a súmula de jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho ou a Súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal e por violação direta da Constituição Federal. SÚMULA Nº 442 DO TST. PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO. RECURSO DE REVISTA FUNDAMENTADO EM CONTRARIEDADE A ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL. INADMISSIBILIDADE. ART. 896, §6, DA CLT. ACRESCENTADO PELA LEI Nº 9.957, DE 12.01.2000. Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, a admissibilidade de recurso de revista está limitada à demonstração de violação direta a dispositivo da Constituição Federal ou contrariedade a Súmula do Tribunal Superior do Trabalho, não se admitindo o recurso por contrariedade a Orientação Jurisprudencial deste Tribunal. DIREITO UNOESC – UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA @Mateus Mendes 7 Transcendência no Recurso de Revista Art. 896-A. O Tribunal Superior do Trabalho, no recurso de revista, examinará previamente se a causa oferece transcendência com relação aos reflexos gerais de natureza econômica, política, social ou jurídica. §1º. São indicadores de transcendência, entre outros: I – econômica, o elevado valor da causa; II – política, o desrespeito da instância recorrida à jurisprudência sumulada do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal; III – social, a postulação, por reclamante- recorrente, de direito social constitucionalmente assegurado; IV – jurídica, a existência de questão nova em torno da interpretação da legislação trabalhista. §2º. Poderá o relator, monocraticamente, denegar seguimento ao recurso de revista que não demonstrar transcendência, cabendo agravo desta decisão para o colegiado. §3º. Em relação ao recurso que o relator considerou não ter transcendência, o recorrente poderá realizar sustentação oral sobre a questão da transcendência, durante cinco minutos em sessão. §4º. Mantido o voto do relator quanto à não transcendência do recurso, será lavrado acórdão com fundamentação sucinta,que constituirá decisão irrecorrível no âmbito do tribunal. §5º. É irrecorrível a decisão monocrática do relator que, em agravo de instrumento em recurso de revista, considerar ausente a transcendência da matéria. §6º. O juízo de admissibilidade do recurso de revista exercido pela Presidência dos Tribunais Regionais do Trabalho limita-se à análise dos pressupostos intrínsecos e extrínsecos do apelo, não abrangendo a critério da transcendência das questões nele veiculadas. Conceito: Ação de cumprimento é uma ação individual de conhecimento, de rito especial, de natureza condenatória, servível para execução forçada (fazer cumprir) de disposições Transcendência: O princípio da transcendência utiliza-se nos recursos trabalhistas, mais especificamente no recurso de revista, para demonstrar aos julgadores que o pedido ali apresentado, possui uma matéria que transcende, ou seja, ela se sobrepõe ao direito individual do trabalhador protagonista da demanda, e recai sobre todos os outros trabalhadores que passam ou irão passar pela mesma situação. Ação de Cumprimento DIREITO UNOESC – UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA @Mateus Mendes 8 de acordos coletivos de trabalho, e convenção coletiva de trabalho e se sentença normativa. Art. 872, CLT. Celebrado o acordo, ou transitada em julgado a decisão, seguir-se-á o seu cumprimento, sob as penas estabelecidas neste Título. Parágrafo único. Quando os empregadores deixarem de satisfazer o pagamento de salários, na conformidade da decisão proferida, poderão os empregados ou seus sindicatos, independentes de outorga de poderes de seus associados, juntando certidão de tal decisão, apresentar reclamação à junta ou Juízo competente, observado o processo previsto no Capítulo II deste título, sendo vedado, porém, questionar sobre a matéria de fato e de direito já apreciada na decisão. SÚMULA Nº 246 DO TST. AÇÃO DE CUMPRIMENTO. TRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇA NORMATIVA. É dispensável o trânsito em julgado da sentença normativa para a propositura da ação de cumprimento. Art. 114, CF. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: III – as ações sobre representação sindical, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; Lei nº 9.984/95. Art. 1º. Compete à Justiça do Trabalho conciliar e julgar os dissídios que tenham origem no cumprimento de convenções coletivas de trabalho ou acordos coletivos de trabalho, mesmo quando ocorram entre sindicatos ou entre sindicato de trabalhadores e empregador. SÚMULA Nº 286 DO TST. SINDICATO. SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL. CONVENÇÃO E ACORDO COLETIVOS. A legitimidade do sindicato para propor ação de cumprimento estende-se também à observância de acordo ou de convenção coletivos. Legitimidade Quem pode propor a ação de cumprimento? Empregados individualmente; Empregados em litisconsórcio ativo facultativo; Sindicato da categoria, patronal ou laboral, em substituição processual, já que pleiteia em nome próprio direito alheio (art. 18 do CPC). Ação de Cumprimento proposta pelo sindicato, abrange filiados e não filiados, por força do artigo 8º, III, da CF e art. 872, parágrafo único, CLT. Se a categoria não for organizada em sindicato, a jurisprudência tem admitido a legitimidade ad causam da Federação – cancelamento da Súmula nº 359 do TST que vedava a Federação. Obs: embora não haja previsão na CLT, a depender do caso, possui legitimidade o MPT. DIREITO UNOESC – UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA @Mateus Mendes 9 Peculiaridades Instrução probatória: Por tratar-se de rito especial, sem previsão detalhada na lei, por lógico, não há previsão quanto à instrução probatória. Não obstante, seguindo as diretrizes gerais do processo, e por tratar-se de ação que objetiva o “fazer cumprir” de determinada norma, na prática forense, observa-se a utilização de prova pré-constituída e, a depender do caso em concreto, do depoimento das partes e de testemunhas. Igualmente, nada obsta a realização de perícia, caso seja necessário. Prescrição: SÚMULA Nº 350 DO TST. PRESCRIÇÃO. TERMO INICIAL. AÇÃO DE CUMPRIMENTO. SENTENÇA NORMATIVA. O prazo de prescrição com relação à ação de cumprimento de decisão normativa flui apenas da data de seu trânsito em julgado. CAPÍTULO III-A DO PROCESSO DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA PARA HOMOOGAÇÃO DE ACORDO EXTRAJUDICIAL Art. 855-B. O processo de homologação de acordo extrajudicial terá início por petição conjunta, sendo obrigatória a representação das partes por advogado. §1º. As partes não poderão ser representadas por advogado comum. §2º. Faculta-se ao trabalhador ser assistido pelo advogado do sindicato de sua categoria. Art. 855-C. O disposto neste Capítulo não prejudica o prazo estabelecido no §6º do art. 477 desta Consolidação e não afasta a aplicação da multa prevista no §8º art. 477 desta Consolidação. Art. 855-D. No prazo de quinze dias a contar da distribuição da petição, o juiz analisará o acordo, designará audiência se entender necessário e proferirá sentença. Art. 855-E. A petição de homologação de acordo extrajudicial suspende o prazo prescricional da ação quanto aos direitos nela especificados. Parágrafo único. O prazo prescricional voltará a fluir no dia útil seguinte ao do trânsito em julgado da decisão que negar a homologação do acordo. Assistência Judiciária Gratuita na Justiça do Trabalho Assistência Judiciária Gratuita e Benefício da Justiça Gratuita DIREITO UNOESC – UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA @Mateus Mendes 10 No Processo do Trabalho, a Assistência Judiciária Gratuita é prevista somente ao trabalhador, e é prestada pela entidade sindical representante da categoria profissional: Lei 5.584/70. Art. 14. Na Justiça do Trabalho, a assistência judiciária a que se refere a Lei nº 1.060, de 5 de fevereiro de 1950, será prestada pelo Sindicato da categoria profissional a que pertencer o trabalhador. §1º. A assistência é devida a todo aquele que perceber salário igual ou inferior ao dobro do mínimo legal, ficando assegurando igual benefício ao trabalhador de maior salário, uma vez provado que sua situação econômica não lhe permite demandar, sem prejuízo do sustento próprio ou da família. §2º. A situação econômica do trabalhador será comprovada em atestado fornecido pela autoridade local do Ministério do Trabalho e Previdência Social, mediante diligência sumária, que não poderá exceder de 48 (quarenta e oito) horas. Art. 17. Quando, nas respectivas comarcas, não houver Juntas de Conciliação e Julgamento ou não existir Sindicato da categoria profissional do trabalhador, é atribuído aos Promotores Públicos ou Defensores Públicos o encargo de prestar assistência judiciária prevista nesta lei. (Leia-se MPT). Parágrafo único. Na hipótese prevista neste artigo, a importância proveniente da condenação nas despesas processuais será recolhida ao Tesouro do respectivo Estado. (Leia-se União). Art. 18. A assistência judiciária, nos termos da presente lei, será prestada ao trabalhador ainda que não seja associado do respectivo Sindicato. Benefício da Justiça Gratuita na Justiça do Trabalho Art. 790, CLT. Nas Varas do Trabalho, nos Juízos de Direito, nos Tribunais e no Tribunal Superior do Trabalho, a forma de pagamento das custas e emolumentos obedecerá às instruções que serão expedidas pelo Tribunal Superior do Trabalho. §3º. É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral da Previdência Social. §4º. O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo. ADI5766.SÚMULA Nº 463 DO TST. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. COMPROVAÇÃO. DIREITO UNOESC – UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA @Mateus Mendes 11 I – A partir de 26/06/2017, para a concessão da assistência judiciária gratuita à pessoa natural, basta a declaração de hipossuficiência econômica firmada pela parte ou por advogado, desde que munido de procuração com poderes específicos para esse fim (art. 105 do CPC/2015); II – No caso de a pessoa jurídica, não basta a mera declaração: é necessária a demonstração cabal de impossibilidade de a parte arcar com as despesas do processo. *Leia-se: Benefício da Justiça Gratuita, eis que a Assistência é prestada pelo sindicato ante a contratação de advogado gratuito ao trabalhador! Assistência Judiciária X Benefício Judiciário. Assistência Judiciária: É quando a pessoa não possui condições de pagar um advogado. Benefício Judiciário: É quando a pessoa não tem condições de pagar às custas do processo. Art. 844. O não-comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da reclamação, e o não-comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão quanto à matéria de fato. §2º. Na hipótese de ausência do reclamante, este será condenado ao pagamento das custas calculadas na forma do art. 789 desta Consolidação, ainda que beneficiário da justiça gratuita, salvo se comprovar, no prazo de quinze dias, que a ausência ocorreu por motivo legalmente justificável. Mantido pela ADI 5766. ADI 5766 STF. CONSTITUCIONAL. AÇÃO DIRETA DE INSCONSTITUCIONALIDADE. LEI 13.467/2017. REFORMA TRABALHISTA. REGRAS SOBRE GRATUIDADE DE JUSTIÇA. RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO DE ÔNUS SUCUMBENCIAIS EM HIPÓTESES ESPECÍFICAS. ALEGAÇÕES DE VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DA ISONOMIA. INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO. ACESSO À JUSTIÇA. SOLIDARIEDADE SOCIAL E DIREITO SOCIAL À ASSISTÊNCIA JURÍDICA GRATUITA. MARGEM DE CONFORMAÇÃO DO LEGISLADOR. CRITÉRIOS DE RACIONALIZAÇÃO DA PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. AÇÃO DIRETA JULGADA PARCIALMENTE PROCEDENTE. 2. A ausência injustificada de julgamento frustra o exercício da jurisdição e acarreta prejuízo materiais para o órgão judiciário e para a parte reclamada, o que não se coaduna com deveres mínimos de boa-fé, cooperação e lealdade processual, mostrando-se proporcional a restrição do benefício de gratuidade de justiça nessa hipótese. TRT 12ª Região aprovou, nos autos do IRDR 0000435-47.2022.5.12.0000, a Tese Jurídica n. 13, com o seguinte conteúdo: A partir do início da vigência da Lei nº 13.467/2017 – que alterou a redação do §3º e acrescentou o §4º, ambos do art. 790 da CLT -, a mera declaração de hipossuficiência DIREITO UNOESC – UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA @Mateus Mendes 12 econômica não é bastante para a concessão do benefício da justiça gratuita, cabendo ao requerente demonstrar a percepção de remuneração inferior ao patamar estabelecido no §3º do art. 790 da CLT ou comprovar a insuficiência de recursos para arcar com as despesas processuais (§4º do art. 790 da CLT). Honorários Periciais Art. 790-B, CLT. A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte sucumbente na pretensão objeto da perícia, ainda que beneficiária da justiça gratuita. ADI 5766. §1º. Ao fixar o valor dos honorários periciais, o juízo deverá respeitar o limite máximo estabelecido pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho. §2º. O juízo poderá deferir parcelamento dos honorários periciais. §3º. O juízo poderá exigir adiantamento de valores para realização de perícias. §4º. Somente no caso em que o beneficiário da justiça gratuita não tenha obtido em juízo créditos capazes de suportar a despesa referida no caput, ainda que em outro processo, a União responderá pelo encargo. Súmula nº 457 do TST. HONORÁRIOS PERICIAIS. BENEFICIÁRIO DA JUSTIÇA GRATUITA. RESPONSABILIDADE DA UNIÃO PELO PAGAMENTO.RESOLUÇÃO Nº 66/2010 DO CSJT. OBSERVÂNCIA. A união é responsável pelo pagamento dos honorários de perito quando a parte sucumbente no objeto da perícia for beneficiária da assistência judiciária gratuita, observado o procedimento disposto nos arts. 1º, 2º e 5º da Resolução nº 66/2010 do Conselho Superior da Justiça do Trabalho – CSJT. Resolução 66/2010 – CSJT Art. 1º. Os Tribunais Regionais do Trabalho deverão destinar recursos orçamentários para: I – o pagamento de honorários periciais, sempre que à parte sucumbente na pretensão for concedido o benefício da justiça gratuita. Art. 2º. A responsabilidade da União pelo pagamento de honorários periciais, em caso de concessão do benefício da justiça gratuita, está condicionada ao atendimento simultâneo dos seguintes requisitos: I -fixação judicial de honorários periciais; II – Sucumbência da parte na pretensão objeto da perícia; III – trânsito em julgado da decisão. Art. 3º. Em caso de concessão do benefício da justiça gratuita, o valor dos honorários periciais, observado o limite de R$1.000,00 (um mil reais), será fixado pelo juiz, atendidos: Honorários DIREITO UNOESC – UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA @Mateus Mendes 13 I – a complexidade da matéria; II – o grau de zelo profissional; III – o lugar e o tempo exigidos para a prestação do serviço; IV – as peculiaridades regionais. Art. 5º. O pagamento dos honorários efetuar-se-á mediante determinação do presidente do Tribunal, após requisição expedida pelo Juiz do feito, observando-se, rigorosamente, a ordem cronológica de apresentação das requisições e as deduções das cotas previdenciárias e fiscais, sendo o valor líquido depositado em conta bancária indicada pelo perito, tradutor ou intérprete. A portaria GP 443/2013 da Exma. Desembargadora-Presidente do E. TRT. Da 12ª Região, atribuiu a responsabilidade da União pelo pagamento dos honorários do perito, no caso de concessão do benefício da Justiça Gratuita para reclamante e/ou reclamada. Logo, condiciona-se o pagamento dos honorários periciais pela parte, quando simultaneamente estiverem os seguintes requisitos: Condenação judicial ao pagamento de honorários periciais; Sucumbência da parte na pretensão objeto da perícia; Trânsito em julgado da decisão; Concessão do benefício da justiça gratuita. Presente os requisitos necessários, aliado à declaração de inconstitucionalidade pronunciada pelo Supremo Tribunal Federal, junto à ADI 5766, no tocante ao §4º, do artigo 790-B, atribui-se à União a responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais médicos, cujo limite é estabelecido pela Portaria SEAP Nº 18, de 20/01/2021. Dos Honorários Advocatícios A) Honorários Contratuais: Também chamado de “convencionais”. Firmado entre cliente e advogado, decorrente diretamente da relação advogado – cliente, não é da competência da Justiça do Trabalho, segundo jurisprudência do STF e STJ. Até então (Reforma Trabalhista), era utilizado como “contrato de risco” (assim chamado): se havia algum “ganho de causa”, haveria incidência de percentual de honorários sob valores “arrecadados” com a ação. Se não houvesse, o advogado trabalhava “de graça”; Lei nº 8.906/94 – EOAB. Art. 22. A prestação de serviço profissional assegura aos inscritos na OAB o direito aos honorários convencionados, aos fixados por arbitramento judicial e aos de sucumbência. B) Honorários Assistenciais: devidos em razão da prestação da Assistência Judiciária Gratuita, que somente pode ser prestada pelo Sindicato (art. 14, Lei DIREITO UNOESC – UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA @Mateus Mendes 14 5.584/70), cujos valores são do advogado do Sindicato (art. 22, §6º, Lei 8.906/94), mas são devidos apenas diante da sucumbência da outra parte, e no importe fixo de 15% sob o valor da condenação; C) Honorários Sucumbenciais: devidos em razão da improcedência, parcial ou total, no processo. Somente para ações propostas após 11/11/2017. Art. 791-A, CLT. Ao advogado, anda que atue em causa própria, serão devidos honoráriosde sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa. §1º. Os honorários são devidos também nas ações contra a Fazenda Pública e nas ações em que a parte estiver assistido ou substituída pelo sindicato de sua categoria. §2º. Ao fixar os honorários, o juízo observará: I – o grau de zelo do profissional; II – o lugar de prestação do serviço; III – a natureza e a importância da causa; IV – o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço. §3º. Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de sucumbência recíproca, vedada a compensação entre os honorários. §4º. Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário. ADI 5766. §5º. São devidos honorários de sucumbência na reconvenção. ENUNCIADO 99 DA II JORNADA DE DIREITO MATERIAL E PROCESSUAL DO TRABALHO DA ANAMATRA SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. O juízo arbitrará honorários de sucumbência recíproca (art. 791-A, par. 3º, da CLT) apenas em caso de indeferimento total do pedido específico. O acolhimento do pedido, com quantificação inferior ao postulado, não caracteriza sucumbência parcial, pois a verba postulada restou acolhida. Quando o legislador mencionou “sucumbência parcial”, referiu-se ao acolhimento de parte dos pedidos formulados na petição inicial. DIREITO UNOESC – UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA @Mateus Mendes 15 ENUNCIADO 100 DA II JORNADA DE DIREITO MATERIAL E PROCESSUAL DO TRABLHO DA ANAMATRA. HONORÁRIOS E ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA. É inconstitucional a previsão de utilização dos créditos trabalhistas reconhecidos em Juízo para o pagamento de despesas do beneficiário da justiça gratuita com honorários advocatícios ou periciais (artigos 791-A, §4º, e 790-B, §4, da CLT, com redação dada pela Lei nº 13.467/2017), por ferir os direitos fundamentais à assistência judiciária gratuita e integral, prestada pelo Estado, e à proteção do salário (artigos 5º, LXXIV, e 7º, X, da Constituição Federal). RECURSO ORDINÁRIO. HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS DEVIDOS PELA PARTE BENEFICIÁRIA DE JUSTIÇA GRATUITA. ART. 71-A, §4º, CLT. O STF, no julgamento da ADI nº 5.766, declarou a inconstitucionalidade da expressão “desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa”, contida no art. 791-A, §4º, CLT. Por outro lado, manteve o comando normativo no tocante à obrigação do beneficiário da justiça gratuita de pagar honorários de sucumbência, que deverá ficar sob condição suspensiva de exigibilidade por dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão, cabendo ao credor demonstrar, nesse período, que a situação de hipossuficiência econômica, que justificou a concessão do benefício, deixou de existir, extinguindo-se a obrigação quando findo o referido prazo. (TRT da 12ª Região; Processo: 0000276- 56.2022.5.12.0016; Data: 27/01/2023; Órgão Julgador: Gab. Des. A. Mirna Uliano Bertoldi – 6ª Câmara; Relator (a): MIRNA ULIANO BERTOLDI). Na análise DO ARTIGO 791-A da CLT, fica claro que o legislador estabeleceu como base de cálculo dos honorários, em um dos casos, o proveito econômico obtido. Nessa hipótese, o proveito econômico pode ser tanto da integralidade de um pedido, como de apenas parte dele. Tome-se como exemplo um processo com um único pedido de horas extras, inicialmente calculado em R$100.000,00. Caso fosse deferido parcialmente o direito, alcançando o valor de R$60.000,00, parece evidente que o procurador da ré teria direito aos honorários calculados sobre a diferença não deferida de R$40.000,00. Contudo, e ante a decisão no Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas (IRDR) do TRT da 12ª Região, proveniente da ação trabalhista nº 000759- 73.2018.5.12.0001, uniformizando a jurisprudência no âmbito deste regional, deverá ser observada a tese jurídica n. 05 aprovada, no sentido de que o percentual de honorários advocatícios de sucumbência devidos pela parte reclamante incide apenas sobre as verbas postuladas na inicial julgadas totalmente improcedentes. Sendo assim, e havendo sucumbência das partes, condeno-as ao pagamento dos honorários de sucumbência em favor dos procuradores das partes contrárias cuja sucumbência ocorreu (observando-se a sucumbência do autor só quando houver sucumbência integral do pedido). Observados aqueles com poderes para atuar na presente demanda até a presente data. Não deve ser considerada na base de cálculo os honorários de sucumbência e a penalidade do artigo 467 da CLT, por se tratar de pedidos indiretos e/ou condicionais. DIREITO UNOESC – UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA @Mateus Mendes 16 Ante a declaração de inconstitucionalidade pronunciada pelo Supremo Tribunal Federal, junto à ADI 5766, mais especificamente no tocante ao artigo 791-A, §4º, da CLT, aliado ao deferimento da justiça gratuita, o autor fica isento do pagamento dos honorários de sucumbência arbitrados. ADI 5766 STF. CONSTITUCIONAL. AÇÃO DIRETA DE INSCONSTITUCIONALIDADE. LEI 13.467/2017. REFORMA TRABALHISTA. REGRAS SOBRE GRATUIDADE DE JUSTIÇA. RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO DE ÔNUS SUCUMBENCIAIS EM HIPÓTESES ESPECÍFICAS. ALEGAÇÕES DE VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DA ISONOMIA. INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO. ACESSO À JUSTIÇA. SOLIDARIEDADE SOCIAL E DIREITO SOCIAL À ASSISTÊNCIA JURÍDICA GRATUITA. MARGEM DE CONFORMAÇÃO DO LEGISLADOR. CRITÉRIOS DE RACIONALIZAÇÃO DA PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. AÇÃO DIRETA JULGADA PARCIALMENTE PROCEDENTE 1. É inconstitucional a legislação que presume a perda da condição de hipossuficiência econômica para efeito de aplicação do benefício de gratuidade de justiça, apenas em razão da apuração de créditos em favor do trabalhador em outra relação processual, dispensado o empregador do ônus processual de comprovar eventual modificação na capacidade econômica do beneficiário. E aí... Qual é a conclusão do imbróglio? A questão encontra-se superada, pois o Supremo Tribunal Federal julgou parcialmente procedente o pedido formulado na Ação Direta de Inconstitucionalidade 5766, para declarar inconstitucionais os arts. 790-B, e §4º, caput eart. 791-A, §4º, da CLT, e, por maioria, julgou improcedente a ação no tocante ao art. 844, §2º, da CLT. D) Honorários indenizatórios: Princípio da Restituição Integral Art. 389, CC. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. Art. 404, CC. As perdas e danos, nas obrigações de pagamento em dinheiro, serão pagas com atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas e honorários de advogado, sem prejuízo da pena convencional. Pouco aceito pela jurisprudência trabalhista, dada a total falta de regramento próprio sobre “honorários” na CLT antes da Reforma Trabalhista. No TRT 12ª, pouquíssimos juízos de primeiro e segundo grau adotavam o Princípio da Restituição Integral.