Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO DISCIPLINA: NEGOCIAÇÃO E PROCESSO DECISÓRIO (2023.2 - T01) DISCENTE: ANA LUIZA OLIVEIRA GUIMARÃES O’FARRELL (MAT. 2023098261) ATIVIDADE AVALIATIVA 3 – ESTUDO DE CASO TEMÁTICA: “GESTÃO DE PESSOAS EM AMBIENTE DE MUDANÇA”. 1. INTRODUÇÃO Como resultado da globalização e constantes inovações, barreiras são eliminadas e a concorrência se torna mais acirrada, o que exige das empresas uma capacidade de implementar mudanças de forma rápida e eficaz para acompanhar a evolução do mercado. Em outras palavras, entende-se que as organizações e os indivíduos que as compõem devem se desenvolver e aprender a mudar e adaptar-se a um ambiente instável de negócios [BRUSAMOLIN, 2011] – tal competência é considerada um fator crítico de sucesso atualmente. Neste contexto, a partir de uma relação favorável entre gerente e colaboradores – responsáveis pela cultura e desempenho organizacional –, é esperado que os líderes saibam como facilitar um processo contínuo de implementação de mudanças sem maiores desgastes, a partir de estratégias adequadas de tomada de decisão. 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Gestão de Pessoas e Liderança A expressão “gestão de pessoas” refere-se ao procedimento que busca valorizar as pessoas que compõem as organizações (seu capital intelectual, portanto), uma necessidade cada vez mais presente no cenário empresarial atual. É a função gerencial que busca a cooperação dos indivíduos que atuam nas empresas para alcance dos objetivos institucionais e individuais de cada cooperador ou parceiro [CASTILHOS, 2014]. A área se tornou um diferencial de empresas de sucesso, pois todas as mudanças organizacionais começam na forma de gerir seus colaboradores, isto é, por meio das pessoas é que podem ser alcançadas soluções para as atuais demandas de excelência organizacional, adaptações com inovação, qualidade, redução de custos, entre outras vantagens [PORTES, 2022]. Neste contexto, destaca-se também a liderança como um elemento de vital importância e interferência no desempenho de qualquer organização: os que a representam são tidos como identificadores e comunicadores de valores coletivos, asseguram recursos para as pessoas internamente, além de serem modeladores e defensores de culturas voltadas para o desempenho [ARRUDA; CHRISÓSTOMO; RIOS, 2010]. O estilo de liderança seria a forma como o líder se relaciona com os integrantes da equipe, seja em interações grupais particulares; tal processo envolve os termos autocracia, democracia e liberalismo, os quais definem a forma como o líder aplica sua autoridade nos diferentes contextos e situações. Liderança autocrática é caracterizada por uma autoridade formal – concentrada no líder – e uma supervisão cerrada dos subordinados quanto ao desempenho de suas tarefas (definidas antecipadamente, não há participação dos liderados no processo decisório). Quanto à liderança democrática, esta pressupõe a participação de todos no processo de tomada de decisão (envolvimento coletivo) e é marcada por boa comunicação e comportamento impessoal por parte do líder. Já a liderança liberal é descrita pela transferência de autoridade do líder para os liberados, delegando-lhes suas obrigações e conferindo-lhes poder de decisão [SOUSA; SANTO, 2010]. 2.2 Mudança Organizacional As organizações podem ser entendidas como sistemas em contínuo processo de mudança e intercâmbio com o ambiente (o que demonstra a necessidade de adaptação), em que a influência entre a organização e o ambiente é recíproca. Neste sentido, destaca-se a necessidade de constante revisão das hipóteses que direcionam as decisões dos gestores e o desenvolvimento da competência de mudar por parte das organizações [CERIBELI; MERLO, 2013]. Pode-se definir mudança organizacional como qualquer alteração significativa nos padrões de trabalho, articulada e operacionalizada por colaboradores ou pessoal externo à organização, que tenha o apoio e a supervisão dos gestores e atinja, de forma integrada, os componentes de cunho estratégico, tecnológico e comportamental. Entende-se que um dos maiores obstáculos na implementação bem-sucedida de mudanças nas organizações seria um processo social conhecido como resistência à mudança; o lado positivo de tal resistência seria o fato de que, em algumas situações, traz estabilidade e previsibilidade ao comportamento organizacional, entretanto, por via de regra, tende a dificultar a adaptação e o processo de uma organização. 3. SITUAÇÃO-PROBLEMA Este trabalho tem como objetivo propor um planejamento estratégico de tomada de decisão no âmbito de “gestão de pessoas em ambiente de mudança”, de modo a possibilitar o menor desgaste possível na organização analisada – evitar questões como desmotivação e queda de produtividade. O caso estudado envolve uma situação em que os colaboradores precisam adequar-se ao estilo de gestão de um novo líder; demais considerações estão enumeradas a seguir. i) A gestão anterior era do tipo liberal, enquanto a atual será arrojada, perpassando pelos modelos liberal, autocrático e democrático; ii) Todos os colaboradores têm mais de dez anos como membros da organização; iii) Tratava-se de uma empresa familiar e hoje esta foi adquirida por uma rede de empresários; iv) Haverá remanejamento de pessoal entre setores e processo demissional. 4. ESTRATÉGIAS Dadas as características do caso analisado, busca-se estabelecer uma estratégia de gestão de mudança – um processo contínuo de aprendizagem, individual e organizacional, que tem como objetivo a implementação de esforços temporários de mudança para atingir uma relevante transformação, alinhada com o propósito evolutivo da organização, cuja liderança deve considerar a cultura organizacional para a redução do nível de resistência e aumento do comprometimento de seus colaboradores [GEROLAMO; BERTASSINI; PONCE, 2023]. Assim, considera-se os seguintes fatores: i) Por antes se tratar de uma empresa familiar, deve-se considerar o importante vínculo entre seus membros, ainda que seja válido o entendimento de que saber diferenciar a afinidade familiar com o trabalho profissional e de qualidade é fator fundamental para o sucesso [GIOTTO; BIENIEK, 2018]. Neste tipo de empreendimento, a cultura organizacional é constituída de muitos aspectos subjetivos e complexos, o que torna qualquer mudança interna uma tarefa desafiadora, agravada pelo longo tempo de colaboração de todos os membros da organização. Assim, entende-se que a transição entre os estilos de liderança deve acontecer de forma gradual, com auxílio de facilitadores e prezando por uma boa comunicação. ii) A nova gestão tem o papel de fazer com que os demais funcionários compreendam a necessidade de mudança e estabelecer um senso de urgência para esta. Neste contexto, uma estratégia interessante seria a escolha de um grupo de pessoas com poder suficiente para conduzir e facilitar a mudança (uma coalizão administrativa) – tal escolha pode ser com base no cargo, na experiência ou pelo poder de influência. Este grupo seria capaz de comunicar as mudanças e a visão da organização para o futuro de maneira adequada e transparente para todos os envolvidos, de forma a estimular seu comprometimento com o processo. É importante que todos os departamentos participem ativamente dos planos propostos, pois não é possível alterar nenhum aspecto organizacional sem que estes sejam afetados [CERIBELI; MERLO, 2013]. iii) O estabelecimento e cumprimento de metas a curto prazo pode contornar uma inicial queda de produtividade dos funcionários; trata-se de uma oportunidade para que a liderança demonstre como as mudanças implementadas contribuíram para o contínuo sucesso da empresa e recompense os principais responsáveis por isso. Para que o empregado se engaje nos objetivos da empresa e se mantenha motivado, é preciso que entenda sua capacidade e o que é esperado dele; portanto, é necessário que este conheça seu desempenho, sua competência parao trabalho, e tenha consciência de como seus resultados são percebidos [GARCIA, 2017]. Enfrentar resistência a mudanças organizacionais engloba lidar com valores e crenças das pessoas, isto é, mudanças sociais; assim, destaca-se a importância de identificar e oferecer suporte aos membros com problemas de adaptação, demonstrando comprometimento emocional e desenvolvendo relações positivas de confiança. Ainda, com o objetivo de esclarecer o processo demissional e legitimá-lo, a gerência deve previamente exemplificar com clareza o perfil exigido e os novos padrões comportamentais esperados. 5. REFERÊNCIAS BRUSAMOLIN, Valério. Narrativas para a gestão de mudanças: um estudo de caso na indústria vidreira. Transinformação, v. 23, p. 15-28, 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/j/tinf/a/h3Sc8ZFbtt5Gd FL5CRT6kwQ/?lang=pt. Acesso em: 22 nov. 2023. CASTILHOS, Caroline. Qualidade de vida no trabalho: estudo de caso na empresa COAGRISOL Cooperativa Agroindustrial. 2015. Disponível em: http://repositorio.upf.br/bitstream/riupf/682/1/SOL 2014Caroline_Castilhos.pdf. Acesso em: 22 nov. 2023. PORTES, Jose Luiz Furtado Oliveira. A LIDERANÇA MEIO O CENÁRIO DESAFIADOR ORGANIZACIONAL EM TEMPOS DE MUDANÇAS: UM ESTUDO DE CASO NO INTERIOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Pensar Acadêmico, v. 20, n. 1, p. 289-308, 2022. Disponível em: https://pensaracademico.unifacig.edu. br/index.php/pensaracademico/article/view/2664/2471. Acesso em: 22 nov. 2023. ARRUDA, A. M. F.; CHRISÓSTOMO, Evangelina; RIOS, Sárvia Silvana. A importância da liderança nas organizações. Revista Razão Contábil & Finanças, v. 1, n. 1, p. 1-15, 2010. Disponível em: https://www. academia.edu/download/54655804/4-19-1-PB.pdf. Acesso em: 22 nov. 2023. SOUZA, João PS de; SANTO, Eniel Espírito. Uma análise dos estilos de liderança organizacional. Revista Eletrônica Biblionline, João Pessoa, v. 6, n. 1, p. 160-169, 2010. Disponível em: https://www.brapci.inf .br/_repositorio/2010/11/pdf_4c896e453d_0013049.pdf. Acesso em: 22 nov. 2023. CERIBELI, Harrison Bachion; MERLO, Edgard Monforte. Mudança organizacional: um estudo multicasos. Revista Pensamento contemporâneo em administração, v. 7, n. 2, p. 134-154, 2013. Disponível em: http://www.spell.org.br/documentos/ver/30827/mudanca-organizacional--um- estudo-multicasos/i/pt-br. Acesso em: 23 nov. 2023. GEROLAMO, Mateus Cecilio; BERTASSINI, Ana Carolina; PONCE, Lilian Graciano. Introdução à gestão da mudança em organizações. 2023. Disponível em: https://www.livrosabertos.sibi.usp.br/portalde livrosUSP/catalog/view/967/877/3228. Acesso em: 23 nov. 2023. GIOTTO, Olivo Tiago; BIENIEK, Andressa. Cultura e mudança organizacional: estudo de caso em uma empresa de pequeno porte do setor de plásticos. 2018. Disponível em: http://repositorio.uricer.edu. br/bitstream/35974/317/1/Andressa%20Bieniek.pdf. Acesso em: 23 nov. 2023. GARCIA, Denise Buzatto. Os diferentes tipos de Liderança e sua influência no clima organizacional. Data da publicação, v. 13, 2017. Disponível em: https://cdn.administradores.com.br/app/uploads/2022/01/ 29180146/academico_5220_190226_180417.pdf
Compartilhar