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Compilado - Procedimento Especial Cível

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1. TEORIA GERAL DOS PROCEDIMENTOS 
ESPECIAIS 
 
Conceito: Procedimentos especiais de jurisdição contenciosa são 
aqueles em que realmente se desenvolve função 
jurisdicional, ou seja, atividade estatal em busca de 
solução jurídica a ser imposta soberanamente na solução 
de situações litigiosas. 
São aquelas que se acham submetidas a trâmites 
específicos e que se revelam total ou parcialmente 
distintos do procedimento comum. 
 
A jurisdição voluntária ou graciosa nem mesmo é 
jurisdição, no sentido técnico da expressão. Por meio 
dela o que ocorre é atividade administrativa 
desempenhada excepcionalmente pelos órgãos 
jurisdicionais. 
 
O CPC divide em procedimentos especiais de jurisdição 
contenciosa e jurisdição voluntária. 
 
Natureza Jurídica 
 
Jurisdição contenciosa - processo 
Jurisdição voluntária - atividade administrativa (procedimento) 
 
Técnicas de Especialização Procedimental 
 
• simplificação e agilização dos trâmites processuais, por meio 
de expedientes como o da liminar antecipatória de efeitos da 
tutela, o da redução de prazos e o da eliminação de atos 
desnecessários; 
 
• delimitação do tema que se pode deduzir na inicial e na 
contestação; 
 
• explicitação dos requisitos materiais e processuais para que o 
procedimento especial seja eficazmente utilizado; 
 
• elimina-se em vários procedimentos especiais a dicotomia 
entre ação de cognição e ação de execução. A declaração do 
direito e a execução se fazem desde logo sem precisar de 
processo autônomo posterior (ex.: possessórias, monitórias, 
embargos de terceiro) 
 
Complementação de regras procedimentais 
 
Naquilo em que o procedimento for omisso, incidirão as regras do 
procedimento comum. 
Art. 318, p. único, do CPC. 
 
PRESSUPOSTOS DOS PROCEDIMENTOS ESPECIAIS 
 
Requisitos Materiais: a pretensão tem de situar-se no plano de direito 
material a que corresponde o rito. 
 
Requisitos processuais: são requisitos que condicionam a forma e o 
desenvolvimento válido do processo até o 
julgamento de mérito. 
(extinção sem julgamento do mérito) 
(Ex.: falta de depósito no prazo legal na 
consignação em pagamento; não exibição com a 
inicial, de prova escrita do direito exercitado contra 
o réu na monitória) 
 
 
2. PROCEDIMENTOS ESPECIAIS DE JURISDIÇÃO 
CONTECIOSA NO CPC 
 
• Ação de consignação em pagamento (arts. 539/549 CPC); 
• Ação de exigir contas (arts. 550/553); 
• Ações possessórias (arts. 554/568); 
• Ação de divisão e da demarcação de terras particulares (arts. 
569/598); 
• Ação de dissolução parcial de sociedade (arts. 599/609); 
• Inventário e partilha (arts. 610/673); 
• Embargos de terceiro (arts. 674/681); 
• Oposição (arts. 682/686); 
• Habilitação (arts. 687/692); 
• Ações de família (arts. 693/699); 
• Ação Monitória (arts. 700/702) 
• Homologação do penhor legal (arts. 703/706); 
• Regulação de avaria grossa (arts. 707/711); 
• Restauração de autos (arts. 712/718); 
Alguns procedimentos especiais disciplinados fora do NCPC 
• Mandado de segurança – Lei 12.016, de 07.08.2009; 
• Mandado de segurança coletivo – Lei 12.016, de 
07.08.2009; 
• Mandado de injunção – Art. 5º, LXXI, CF (Lei 13.300 
23/06/2016 e procedimento do MS subsidiariamente); 
• Habeas Data – Art. 5º, LXXII, CF e Lei 9.507, de 
12.11.1997; 
• Ação Popular – Art. 5º, LXXIII e Lei 4.717, de 
29.06.1965; 
• Ação Civil Pública – Lei 7.347, de 27.07.1985; 
• Ações Locatícias – Lei 8.245, de 18.10.1991: 
• Ação de despejo; 
• Ação de despejo por falta de pagamento; 
• Execução de sentença de despejo; 
• Ação de consignação de aluguel e acessórios da 
locação; 
• Ação revisional de aluguel; 
• Ação Renovatória; 
• Ações decorrentes de alienação fiduciária 
• Busca e apreensão – Dec.-Lei 911/1969; 
• Ação executiva - Dec.-Lei 911/1969; 
• Execução administrativa – Lei 9.519/99, arts. 22 a 
33 
• Ações decorrentes de Arrendamento Mercantil (Leasing) 
– Lei 7.132, de 26.10.1983; 
• Ação de consignação em pagamento; 
• Ação de reintegração de posse; 
• Ação executiva para haver o saldo devedor. 
 
3 e 4. AÇÕES POSSESSÓRIAS - Arts. 554 a 568 CPC 
 
Conceito – “É o exercício, de fato, dos poderes constitutivos do 
domínio, ou propriedade, ou de algum deles 
somente.” (Clóvis Bevilacqua) 
 
Art. 1.210 Código Civil – O possuidor tem direito a 
ser mantido na posse, em caso de turbação, restituído 
no de esbulho, e segurado de violência iminente, se 
tiver justo receio de ser molestado. 
 
Requisitos da Tutela Possessória 
 
Posse justa – Somente posse justa desfruta de proteção das ações 
possessórias. 
 
Art. 1200 do Código Civil – É justa a posse que não for violenta, 
clandestina ou precária. 
 
A contrario sensu é injusta a posse obtida por meio de violência, 
clandestinidade ou precariedade. 
 
Violência – pode ser física ou moral 
Clandestina – é a que se adquire às ocultas. O possuidor a obtém 
usando de artifícios para iludir o que tem a posse, ou agindo às 
escondidas. 
Precária – é a que se origina do abuso de confiança (ex. aluguel, 
empréstimo). O vício da precariedade macula a posse, não 
permitindo que ela gere efeitos jurídicos. 
AS AÇÕES POSSESSÓRIAS 
 
O CPC regula as ações possessórias típicas. 
São elas: manutenção de posse, reintegração de posse e interdito 
proibitório. 
A existência de três interditos possessórios diferentes decorre da 
necessidade de adequar as providências judiciais de tutela 
possessória à diferentes hipóteses de violação da posse. 
 
Manutenção de Posse – destina-se a proteger o possuidor contra 
atos de turbação de sua posse. Seu objetivo é fazer cessar o ato do 
turbador, que molesta o exercício da posse, sem contudo, eliminar 
a sua posse. 
 
Reintegração de Posse – tem o objetivo de restituir o possuidor na 
posse, em caso de esbulho. 
A perda total da posse pode decorrer de: 
➢ violência sobre a coisa, de modo a tirá-la do poder de 
quem a possuía até então; 
➢ Constrangimento suportado pelo possuidor, diante de 
fundado temor de violência iminente; 
➢ Ato clandestino ou de abuso de confiança; 
 
Interdito Proibitório – é uma proteção possessória preventiva, em 
que o possuidor é conservado na posse que detém e é assegurado 
contra moléstia apenas ameaçada; 
 
Esbulho – é a tomada da posse com a exclusão total da posse do 
possuidor anterior; 
 
Turbação – é a violação da posse sem que se exclua totalmente a 
posse do possuidor anterior; 
 
Como nem sempre se identifica com segurança se a hipótese é de 
turbação ou esbulho, o legislador no CPC adotou a fungibilidade 
das ações possessórias. 
 
Competência 
 
 - se for sobre bens móveis, foro do domicílio do réu (art. 46 CPC); 
 
- se for sobre bem imóvel, foro da situação da coisa litigiosa (art. 
47, § 2º); 
 
 - se o imóvel se estender por mais de um Estado, 
comarca, seção ou subsecção judiciária, aplica-se a 
prevenção (art. 60 CPC); 
 
 - a competência no caso de bem imóvel é absoluta (art. 
47, § 2º). 
 
 
Legitimação Ativa 
 
Quem tem de fato o exercício de algum dos poderes do domínio é, 
juridicamente possuidor e, como tal, tem legitimidade para propor 
ação possessória sempre que temer ou sofrer moléstia em sua 
posse. 
Arts. 1196 e 1210 Código Civil 
 
Art. 1.196 – Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o 
exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à 
propriedade. 
 
Art. 1.210 - o possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso 
de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência 
iminente, se tiver receio de ser molestado. 
 
 
Legitimação Passiva 
 
Réu na ação possessória é o agente do ato representativo da 
moléstia à posse do Autor. 
Há que se distinguir o empregado que eventualmente cumpre 
ordens do patrão. 
 
 
Petição inicial 
 
Além dos requisitos do art. 319 do CPC, comuns a toda e qualquer 
petição inicial, a petição inicial da ação possessóriadeverá 
observar o art. 561 do CPC e indicar: 
 
I – a posse do Autor, sua duração e seu objeto; 
II – a turbação, esbulho ou ameaça imputados ao Réu; (568 tb) 
III –a data da turbação ou esbulho; 
IV – a continuação da posse, embora turbada ou ameaçada, nos 
casos de manutenção ou interdito proibitório, ou a perda da posse 
no caso de reintegração; 
 
 
Procedimento: ações de força nova e força velha 
 
O rito pode variar nas ações possessórias, conforme sejam 
ajuizados dentro de ano e dia da turbação ou esbulho. 
Para a ação de força nova o procedimento é especial. 
Para a de força velha observa-se o rito comum. 
 
- força nova – dentro de ano e dia 
- força velha – após ano e dia 
 
Art. 558 CPC 
 
 
Invasões coletivas de imóvel 
 
- observa para a citação §§ 1º e 2º, do art. 554, do CPC 
- incidente especial art. 565 CPC – prevê distinção para as ações de 
força velha. 
 
 
Medida liminar possessória 
 
O que se apura nas ações possessórias é a posse (iuspossessionis) e 
não o direito à posse (iuspossidendi). 
 
Liminar – art. 562 – ou justificação 
 
Na força nova a liminar independe da comprovação do perigo de 
dano. Ocorre como na tutela da evidência (art. 311 CPC). 
 
Na força velha terá de observar os requisitos da antecipação da 
tutela (art. 300 CPC). 
 
 
Decisão sobre a liminar 
 
Decisão interlocutória que desafia o recurso de agravo de 
instrumento (art. 1015, I). 
Não é critério exclusivo do juiz. Deve fundamentar a decisão nos 
termos da lei. 
 
Natureza dúplice das ações possessórias 
 
Art. 556 CPC. O Réu pode deduzir pedido na contestação alegando 
que a sua posse é que foi ofendida, demandando contra o Autor a 
proteção possessória. Não precisa de reconvenção. 
 
Natureza do procedimento 
 
O procedimento das ações possessórias tem natureza 
predominantemente executiva. 
 
Cumulação de pedidos 
 
O pedido efetivamente possessório é o do mandado de 
reintegração, de manutenção ou de proibição contra o que agride 
ou ameaça agredir a posse do Autor. 
 
Haverá, necessariamente, um desses pedidos. 
 
Pode, entretanto, haver cumulação de pedido, nos termos do art. 
555 do CPC. 
 
Interdito proibitório 
 
Tem natureza preventiva. 
Se ocorrer a consumação do dano temido a ação transforma-se em 
reintegração ou manutenção. 
A ação é sempre de força nova. 
 
Embargos de terceiro 
 
A doutrina e a jurisprudência dominante admitem os embargos de 
terceiro na fase de execução de mandado de reintegração de posse. 
5. AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO 
Arts. 539 a 549 CPC 
Arts. 334 a 345 CC 
 
A lei não só obriga o devedor ao pagamento, como também lhe 
assegura o direito de pagar. 
 
O pagamento voluntário depende de participação do devedor, que 
cumpre a obrigação e do credor, que recebe a prestação devida. É 
ato jurídico bilateral. 
Se o devedor não conseguir se liberar da obrigação, resta a 
consignação em pagamento: 
 
Art. 334 CC: “Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o 
depósito judicial ou em estabelecimento bancário da 
coisa devida, nos casos e forma legais.” 
 
Tem o mesmo efeito prático do adimplemento. 
 
Ação de Consignação em Pagamento 
 
Como modalidade de extinção da obrigação, o pagamento por 
consignação é disciplinado pelo direito material, onde se regulam 
os casos em que essa forma de liberação é admissível e quais são 
os seus requisitos de eficácia. 
 
O direito processual regula o procedimento para a solução da 
pretensão de consignar. 
 
Conceito: é uma das formas de extinção da obrigação quando há 
mora do credor. 
 
Natureza Jurídica 
 
- as regras que cuidam da extinção da obrigação são de natureza 
material; 
- a forma de atuarem essas regras pertence ao campo de direito 
processual; 
- tem natureza hibrida. Pertence ao direito processual quanto à 
forma e ao direito material quanto aos efeitos; 
- a sentença tem natureza predominantemente declaratória, pois o 
que extingue a obrigação é o depósito. A sentença apenas declara a 
extinção. 
 
Prestações Passíveis de Consignação 
 
Art. 539 CPC – quantia ou coisa devida 
O pagamento por consignação pode ocorrer não apenas por dívida 
em dinheiro, mas também de coisa, certa ou incerta, fungível ou 
não fungível, móvel ou imóvel. 
 
Cabimento da Consignação 
 
Art. 539 CPC 
Art. 335 CC 
Art. 164 CTN 
 
Consignação Principal e Incidental 
 
Principal – segue o rito especial do CPC (539 a 549) 
 
Por outro lado há a possibilidade de depósito em consignação que 
a doutrina chama de consignação incidente. 
 
Na principal o objetivo único é o depósito da coisa devida para 
liberação da obrigação. 
 
Na incidente a consignação é pedida de forma cumulada com 
outras pretensões. (Cumulação – art. 327 CPC). 
 
Ex.: depósito para exercer o direito de preferência; 
depósito para requerer a dissolução do negócio; 
 
O pedido de depósito é secundário. 
 
 
Legitimidade 
 
Ativa – devedor. Também terceiros: Arts. 539 CPC e 304 CC. 
 
 - no regime da comunhão de bens, e perante as dívidas 
consideradas comuns, a mulher tem legitimidade para a 
consignação na qualidade de parte devedora e não como 
terceira; 
 
- na consignação de bem imóvel é indispensável a anuência 
de ambos os cônjuges; 
 
Passiva – credor 
 
- no caso de incerteza quanto à titularidade do crédito, são 
todos os possíveis interessados, podendo haver, inclusive, 
citação por edital. 
 
Competência 
 
Art. 540 CPC – lugar do pagamento 
Art. 53, III, d, CPC 
Competência relativa 
 
 
Oportunidade da consignação 
 
- se há mora do credor, o devedor pode consignar a 
qualquer tempo, enquanto durar a mora do credor; 
- mesmo em atraso, se puder purgar a mora com os 
encargos, pode consignar para se ver livre da obrigação se 
houver mora do credor; 
 
Consignação de prestações periódicas 
 
Art. 541 CPC – Tratando-se de prestações sucessivas, consignada 
uma delas, pode o devedor continuar a depositar, 
no mesmo processo e sem mais formalidades, as 
que se forem vencendo, desde que o faça em até 5 
(cinco) dias contados da data do respectivo 
vencimento. 
 
Uma única ação – economia processual 
 
O prazo do art. 541 é peremptório. Se não for observado o depósito 
não será aceito, assim como os das prestações subsequentes. 
 
 
Procedimento 
 
542 – CPC – Deve haver depósito prévio. Deve ser requerido. 
543 – CPC obrigações alternativas – citação tem 3 objetivos 
 Se a escolha couber ao devedor não há problema para o 
procedimento do 542. Ele especifica na inicial. 
 
Valor da causa 
 
- art. 292 e 292 §§ 1º a 3º 
- prestação devida 
- em obrigações sucessivas, a soma das vencidas + vincendas, 
limitadas estas a um ano. Se tempo inferior, a soma das prestações. 
 
Comparecimento do credor para receber 
 
- Provoca o julgamento antecipado da lide; procedência do pedido 
e declaração de extinção da obrigação; 
- causa a condenação do Réu nas verbas de sucumbência. Art. 546, 
p. único CPC. 
 
Revelia 
- Não obrigatoriamente gera procedência. O depósito é obrigatório. 
Devem ser observadas as regras da revelia. 
 
Contestação 
 
- Prazo de 15 dias (Art. 335 CPC) Cabe contestação e reconvenção. 
- Matéria – apenas as do 544 do CPC 
 
Possibilidade de complementação do depósito insuficiente 
 
Arts. 544, IV e 545 CPC 
É medida de economia processual. Devem ser observados os 
requisitos dos arts. 544, IV e p. único e 545 CPC. 
 
Sentença 
 
Art. 546 CPC 
 
Ao acolher o pedido o juiz deve declarar extinta a obrigação e 
condenar o Réu ao pagamento das verbas de sucumbência (custas 
e honorários advocatícios) 
 
A sentença é declaratória. O que extingue a obrigação é o depósito. 
A sentença apenas reconhece. 
 
 
Consignação em caso de dúvida da titularidade do crédito 
 
- há o risco de pagamento ineficaz 
- 547 CPC – Se o credor for desconhecido (ex. sucessão) a citaçãoocorrerá por edital. Se forem vários pretendentes, deve haver a 
citação de todos. 
- neste caso o depósito deve preceder a citação. 
- o prazo da contestação é de 15 dias, contado a partir da citação do 
último demandado (art. 231, § 1º, CPC). 
 
Posição dos credores - 548 CPC 
 
- ausência de pretendentes: (coisas vagas, 746 CPC) ao 
determinar a arrecadação o juiz declara extinta a 
obrigação. Deve condenar em sucumbência que pode ser 
abatida do depósito; 
 
- comparecimento de um só pretendente: o juiz decidirá; 
se não provar o necessário para eliminar a dúvida, o 
caminho é a arrecadação do mesmo modo que “sem 
pretendentes”; 
 
- mais de um pretendente: a relação processual do autor 
não se mistura com a disputa entre os credores. Extingue 
a obrigação e o processo continua entre os pretendentes. 
 
Consignação de aluguéis e encargos 
 
- Lei 8.245/91 – art. 67 Prazos diferentes – 24 hs para depósito 
- Subsidiariamente aplicam-se os artigos 539 a 549 CPC 
- Mesmas hipóteses do 335 do CC 
- Administradora não é parte legítima para o pólo passivo 
 
Consignação de obrigação em dinheiro 
 
- o depósito pode ser feito em juízo – art. 542 CPC 
- ou extrajudicial – art. 539, § 1º 
- o devedor escolhe. Opção do devedor. 
- o art. 334 do CC também prevê a possibilidade de depósito 
extrajudicial. 
 
 
6. AÇÃO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS 
 
Ação de Exigir Contas – 550 a 553 CPC 
 
- a ação de dar contas foi suprimida pelo novo CPC dos 
procedimentos especiais. Será processada pelo procedimento 
comum. 
- o desfecho do processo é o mesmo, seja ação especial de exigir 
contas, seja na ação comum de dar contas. A sentença acertará 
o relacionamento jurídico econômico entre as partes e definirá o 
saldo dele resultante. A sentença valerá como título executivo 
judicial em favor daquele em cujo benefício se estabeleceu o 
resultado contábil. 
 
- As contas reclamáveis em juízo consistem no relacionamento 
e na documentação comprobatória de todas as receitas e 
despesas referentes a uma administração de bens, valores ou 
interesses de outrem, realizada por força de relação jurídica 
emergente da lei ou do contrato. 
 
- O objetivo é liquidar esse relacionamento determinando-se 
com exatidão a existência ou não de um saldo. 
 
- Se houver saldo, o montante fixado valerá como título 
executivo judicial (art. 552 CPC) 
 
Natureza jurídica da ação de exigir contas 
 
A ação de prestação de contas é predominantemente condenatória, 
pois visa dotar aquele a que se reconhecer a qualidade de credor, 
de título executivo judicial para executar o devedor. 
 
O Réu é citado para prestar contas. Somente se não se dispuser a 
fazer passa-se à alternativa da contestação. (art. 550 CPC). 
 
Cabimento 
 
Tem a ação de exigir contas a destinação específica de compor os 
litígios em que a pretensão se volte para o esclarecimento de certas 
situações resultantes, no geral, da administração de bens alheios. 
Mas nem sempre é alheio. (Ex. participação em resultado - 
Shopping Center) 
 
Prescrição 
 
Doutrina e a jurisprudência divergem. 
Parte da doutrina diz que é a do prazo geral do 205 do CC. 
STJ – 206, § 3º, IV, CC – 3 anos - enriquecimento sem causa 
 
Legitimação e interesse (e caráter dúplice) 
 
- A legitimidade é daquele que tem o direito de exigir contas. É a 
sistemática atual (art. 550 CPC). 
- A ação tem caráter dúplice porque ambas as partes têm interesse 
no preparo e na conclusão das contas. 
- Se as contas foram prestadas extrajudicialmente, não há interesse 
legítimo para a ação judicial. 
 
Prestação de contas dos administradores judiciais 
 
- art. 553 CPC (inventariante, tutor, curador, depositário, etc... 
- São prestadas em apenso ao processo em que tiver ocorrido a 
nomeação. 
- Competência do juízo originário é funcional (absoluta). 
 
Prestação de contas em sociedades 
 
- Se as contas foram prestadas e aprovadas pela assembléia geral 
ou órgão equivalente, o gestor está quitado de sua obrigação de 
prestar contas. 
Não pode algum sócio acioná-lo individualmente. 
 
- Fora desse caso (atribuição a determinado órgão) o administrador 
do patrimônio social tem obrigação de prestar contas diretamente 
ao sócio. 
 
Prestação de contas no matrimônio 
 
- Na vigência da comunhão de bens, não há que se falar em 
prestação de contas. 
- se a sociedade conjugal foi dissolvida os bens deverão ser 
partilhados. Se houver lapso temporal entre a dissolução da 
sociedade conjugal e a partilha, aquele que estiver na posse dos 
bens deve prestar contas. 
 
Organização das contas 
 
- Art. 551 caput e § 2º, CPC. As contas devem ser apresentadas na 
forma adequada. Colunas distintas para débito e crédito. Sequência 
cronológica dos lançamentos com os respectivos históricos e 
identificação. Pode ser anexo ou constar do corpo da petição. 
 
Prova das contas 
 
- As contas devem ser instruídas com os documentos justificativos 
(art. 551, § 2º, CPC) 
- Os documentos existentes devem ser juntados com as contas. 
- Pode não haver documentos. Pode haver perícia. 
 
PROCEDIMENTO 
 
É composto por duas fases. Na primeira apura-se se existe ou não 
a obrigação de prestar contas. Na segunda, que pressupõe que a 
primeira tenha sido positiva, examinam-se as contas para alcançar 
o saldo final do relacionamento econômico entre as partes. 
 
Primeira fase 
 
- Petição inicial – detalhamento das razões de exigir contas 
Art. 550, § 1º CPC 
- Deferida a inicial, cita-se o réu para, em 15 dias, apresentar as 
contas ou contestar a ação. (art. 550, caput, CPC) 
 
O réu poderá: a) apresentar as contas; 
 b) apresentar as contas e contestar a ação; 
 c) manter-se revel; 
 d) contestar a ação sem negar a obrigação de 
prestar contas; 
 e) contestar a ação negando a obrigação de prestar 
contas; 
 
a) apresentar contas 
 
Se o réu apresentar as contas ocorre o reconhecimento do pedido. 
Passa-se, sem sentença, para a segunda fase (exame das contas). 
O autor se manifestará em 15 dias. Aceitando, encerra-se por 
sentença o processo com aprovação das contas do réu. 
Se houver impugnação específica segue o procedimento comum. 
Se houver necessidade, designa audiência (550, § 2º, CPC). 
 
b) apresentação de contas e contestação 
 
- pode alegar a injustiça da recusa das contas pelo autor antes do 
processo e pedir a aprovação das mesmas com condenação em 
sucumbência (caráter dúplice) 
 
c) revelia 
 
- julgamento antecipado da lide (355 e 550 § 4º) 
- a decisão (interlocutória) da primeira fase imporá a obrigação de 
prestar contas em prazo de 15 dias, sob pena de o próprio autor 
elaborá-las (550, § 5º) 
- nem sempre ocorrem os efeitos da revelia (345, II, e III) 
 
d) contestação sem negar a obrigação de prestar contas 
- contesta por questões preliminares. Se rejeitadas, condena a 
prestar contas. (550 §§ 4º e 5º) 
 
e) contestação com negativa da obrigação de prestar contas 
 
- neste caso a primeira fase assume o rito comum. (318 CPC). Só 
será especial se apresentar as contas no prazo e sem contestação. 
 
Reconvenção 
 
Não é preciso. A ação tem natureza dúplice. 
Mas pode, por exemplo, para pedir rescisão contratual. 
 
Decisão da primeira fase 
 
- Quando acolhe o pedido, é interlocutória. Agravo (1015, II). 
- Se põe fim à demanda julgando improcedente, sentença. 
Apelação. 
 
Segunda fase 
 
- Acolhido o pedido, a decisão impõe a obrigação de prestar contas 
(550, § 5º) 
- pode haver perícia (550, § 6º) 
- antes de passar para o autor, o réu tem duas oportunidades de 
apresentar as contas: 15 dias da citação (550, caput) e 15 dias após 
a decisão condenatória (550, § 5º) 
- apresentadas as contas o autor poderá impugná-las (550, § 2º) 
- não havendo impugnação a sentença aprova as contas e fixa o 
saldo. 
- havendo impugnação pode o juiz fixar prazo para o réu apresentar 
documentos- a sentença é condenatória quanto ao saldo que pode ser contra o 
réu ou o autor 
 
Contas elaboradas pelo autor 
 
- a inércia do réu transfere ao autor a faculdade de elaborar as 
contas (art. 550, § 6º) 
- o réu não poderá impugnar as contas do autor 
- o autor deve observar o 551, § 2º. Pode haver perícia. 
 
Sucumbência 
 
Não é o saldo o parâmetro para a fixação, mas a obrigação de 
prestar contas. 
 
Sentença e execução 
 
- cumprimento de sentença 
- título executivo judicial (552 CPC) 
7. AÇÃO DE NUNCIAÇÃO DE OBRA NOVA 
 
Era prevista nos artigos. 934 a 940 do CPC/73 
Somente deixou de existir o procedimento especial específico 
 
Direito de Vizinhança e Direito de Construir 
 
- A ação de nunciação de obra nova, visa solucionar eventual 
conflito entre o direito de construir e o direito de vizinhança. 
 
- Quando se trata de bem imóvel o direito de construir integra o 
direito de propriedade. 
 
Art. 1228 CC – “O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e 
dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de 
quem quer que injustamente a possua ou detenha.” 
 
- Esse direito não é absoluto e ilimitado: 
 
Art. 1299 CC – O proprietário pode levantar em seu 
terreno as construções que lhe aprouver, salvo o 
direito dos vizinhos e os regulamentos 
administrativos.” 
 
 
Art. 1.277 CC. O proprietário ou o possuidor de um 
prédio tem o direito de fazer cessar as interferências 
prejudiciais à segurança, ao sossego e à saúde dos que 
o habitam, provocadas pela utilização de propriedade 
vizinha. 
 
Art. 1.301 CC. É defeso abrir janelas, ou fazer eirado, 
terraço ou varanda, a menos de metro e meio do 
terreno vizinho. 
 
Nunciação de obra nova 
 
- É a providência, em juízo, com o objeto de impedir o 
prosseguimento de construção que prejudica imóvel de outrem. 
- Pode haver cominação de pena e condenação em perdas e 
danos. 
 Ex.: violação ou diminuição do direito de propriedade 
do Autor sobre o imóvel, sobre servidão ou imóvel 
comum; ameaça da construção nova invadir a área do 
vizinho; causar goteiras, devassá-la por meio de janelas, 
eirados, terraços e varandas; comprometer a segurança 
das edificações; problemas de zoneamento. 
 
 
Obra nova 
 
Não apenas edificação ou construção que prejudique o prédio 
comum. O conceito é amplo: qualquer obra de engenharia civil, 
como reforma, ampliação, limpeza, pintura, escavação, 
terraplenagem, demolição... até placa de propaganda em fachada 
de prédio de condomínio (jurisprudência). 
 
Para ser considerada obra nova deve apresentar uma inovação 
realizada por construção inacabada. 
Nesse caso seria demolitória. 
Agora é tudo pelo rito comum. 
 
Legitimação ativa 
 
Previa o artigo 934 do CPC/73 que a ação podia ser proposta: 
 
- pelo proprietário ou possuidor, prejudicado pela edificação em 
andamento no prédio vizinho; 
- pelo condômino, para impedir que outro co-proprietário 
execute obra com prejuízo ou alteração da coisa comum; 
- pelo município, no caso de construção com infringência de lei, 
regulamentos ou posturas; 
 
 
Legitimação passiva 
 
O dono da obra nova. Aquele por conta de quem se executa a 
obra. 
 
Cumulação de pedidos 
 
Pode haver. O CPC/73 já previa. Agora como rito comum mais 
ainda. 
 
• embargo liminar 
• condenação do réu à reconstituição, modificação ou 
demolição da obra 
• cominação de pena pecuniária 
• condenação em perdas e danos 
• apreensão de materiais e produtos 
 
É faculdade e não ônus. Pode cumular ou não. 
 
Liminar 
 
Observará o art. 300 do CPC 
Tutela antecipada. 
8. AÇÃO DE USUCAPIÃO DE TERRAS PARTICULARES 
 
Conceito – É o modo de aquisição da propriedade pela posse 
continuada, durante certo lapso de tempo, com os 
requisitos estabelecidos em lei. 
 
Foi suprimida do NCPC/15 
(Constava do CPC/73 – arts. 941 a 945) 
Agora é rito comum, como já era para móveis e semoventes. 
 
ESPÉCIES DE USUCAPIÃO IMOBILIÁRIO NO 
DIREITO BRASILEIRO 
 
• Usucapião Extraordinário 
 
Art. 1238 CC Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, 
nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-
lhe a propriedade, independentemente de título e boa-
fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por 
sentença, a qual servirá de título para o registro no 
Cartório de Registro de Imóveis. 
 
Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á 
a dez anos se o possuidor houver estabelecido no 
imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado 
obras ou serviços de caráter produtivo. 
 
É preciso ter posse mansa e pacífica em relação ao proprietário 
do imóvel, sem sofrer contestação. 
 
 Requisitos: - posse contínua e não contestada 
 - ânimo de dono 
 - prazo de 15 anos, reduzível para 10 anos 
 
 
• Usucapião Ordinário 
 
Art. 1.242. CC Adquire também a propriedade do imóvel aquele 
que, contínua e incontestadamente, com justo título e 
boa-fé, o possuir por dez anos. 
 
Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo previsto neste 
artigo se o imóvel houver sido adquirido, 
onerosamente, com base no registro constante do 
respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde 
que os possuidores nele tiverem estabelecido a sua 
moradia, ou realizado investimentos de interesse 
social e econômico. 
 
O prazo é bem reduzido em relação ao extraordinário 
 
 Requisitos: - posse contínua e não contestada; 
 - ânimo de dono; 
 - prazo de 10 anos, reduzível para 5; 
 - justo título; 
 - boa fé. 
 
Justo título – entende-se como todo ato formalmente adequado 
a transferir o domínio, ou o direito real de que se trata, mas que 
deixa de produzir tal efeito em virtude de não ser o transmitente 
senhor da coisa, ou do direito, ou de faltar-lhe o poder legal de 
alienar. 
 
Boa-fé – crença do possuidor de que a coisa realmente lhe 
pertence, em virtude de ter adquirido do real proprietário, sem 
nenhum prejuízo ao legítimo titular da coisa. 
 
• Usucapião Especial (Constitucional) Urbano e Rural 
 
CF/88 art. 183 e 1.240 CC – Urbano 
CF/88 art. 191 e 1.239 CC – Rural 
 
Urbano 
 
Art. 183 CF - Aquele que possuir como sua área urbana de até 
duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco 
anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a 
para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o 
domínio, desde que não seja proprietário de outro 
imóvel urbano ou rural. 
 
§ 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos 
ao homem ou à mulher, ou a ambos, 
independentemente do estado civil. 
 
§ 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais 
de uma vez. 
 
§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. 
 
O artigo 1240 do CC repete a redação. 
 
Ver tb art. 9º, da Lei 10.257/2001 (Estatuto da Cidade) 
 
 Requisitos: - posse mansa e pacífica e sem oposição; 
- ânimo de dono (nele residindo e não ser 
proprietário de outro imóvel urbano ou 
rural e nem ter usucapido antes na forma 
especial); 
 - prazo de 5 anos; 
- objeto: imóvel urbano particular não 
superior a 250 m2. 
 
Rural 
 
 
Art. 191 CF - Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural 
ou urbano, possua como seu, por cinco anos 
ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona 
rural, não superior a cinqüenta hectares, tornando-a 
produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo 
nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. 
 
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por 
usucapião. 
 
O artigo 1239 do CC repete a redação. 
 
 
 Requisitos: - posse mansa e pacífica e sem oposição; 
- ânimo de dono (tornando-a produtiva, 
estabelecer moradia e não ser proprietário 
de outro imóvel urbano ou rural); 
 - prazo de 5 anos; 
- objeto: imóvel rural particular de até 50 
hectares. 
 
• Usucapião Coletivo 
 
Art. 10, da Lei 10.257/2001 (Estatuto da Cidade) 
 
Art. 10. Os núcleos urbanos informaisexistentes sem oposição 
há mais de cinco anos e cuja área total dividida pelo 
número de possuidores seja inferior a duzentos e 
cinquenta metros quadrados por possuidor são 
suscetíveis de serem usucapidos coletivamente, desde 
que os possuidores não sejam proprietários de outro 
imóvel urbano ou rural. 
 
Após a aquisição da propriedade, forma-se um condomínio 
especial e indivisível. 
 
• Usucapião por Abandono do Lar 
 
Art. 1.240-A CC. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos 
ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com 
exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² 
(duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja 
propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-
companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para 
sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o 
domínio integral, desde que não seja proprietário de 
outro imóvel urbano ou rural. 
 
PROCEDIMENTO 
 
− Observará o procedimento comum; 
− Deve observar o litisconsórcio necessário entre o titular do 
imóvel constante do registro de imóveis e os confinantes da 
área usucapienda; 
− É necessária a citação por edital de eventuais terceiros 
interessados (CPC 259, I e III); 
− Na inicial deve requerer a citação do proprietário e dos 
confinantes do imóvel usucapiendo; 
− Deve cientificar a Fazenda Pública (União, Estado e 
Município); 
− A sentença tem natureza declaratória. O juiz reconhece e 
declara ter havido a aquisição por usucapião; 
− O MP deve intervir – art. 178, I, CPC; 
 
− Competência: é do foro de situação do imóvel. Art. 47, CPC. 
Absoluta. Para móveis e semoventes é o domicílio do Réu. 
 
− Litisconsórcio: Ativo necessário do cônjuge. Art. 73 CPC. Na 
verdade será necessário o consentimento do cônjuge; 
 
− Petição Inicial detalhada; 
 
Usucapião Extrajudicial 
 
Artigo 1071 CPC que inseriu o art. 216-A na Lei 6.015/73: 
 
Art. 216-A. Sem prejuízo da via jurisdicional, é admitido o pedido de reconhecimento 
extrajudicial de usucapião, que será processado diretamente perante o cartório do registro de 
imóveis da comarca em que estiver situado o imóvel usucapiendo, a requerimento do 
interessado, representado por advogado, instruído com: (Incluído pela Lei nº 13.105, 
de 2015) (Vigência) 
I - ata notarial lavrada pelo tabelião, atestando o tempo de posse do requerente e de seus 
antecessores, conforme o caso e suas circunstâncias, aplicando-se o disposto no art. 384 da Lei 
no 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil); (Redação dada 
pela Lei nº 13.465, de 2017) 
II - planta e memorial descritivo assinado por profissional legalmente habilitado, com prova 
de anotação de responsabilidade técnica no respectivo conselho de fiscalização profissional, e 
pelos titulares de direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel usucapiendo ou na 
matrícula dos imóveis confinantes; (Redação dada pela Lei nº 13.465, de 2017) 
III - certidões negativas dos distribuidores da comarca da situação do imóvel e do domicílio 
do requerente; (Incluído pela Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência) 
IV - justo título ou quaisquer outros documentos que demonstrem a origem, a continuidade, 
a natureza e o tempo da posse, tais como o pagamento dos impostos e das taxas que incidirem 
sobre o imóvel. (Incluído pela Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência) 
§ 1o O pedido será autuado pelo registrador, prorrogando-se o prazo da prenotação até o 
acolhimento ou a rejeição do pedido. (Incluído pela Lei nº 13.105, de 
2015) (Vigência) 
§ 2o Se a planta não contiver a assinatura de qualquer um dos titulares de direitos 
registrados ou averbados na matrícula do imóvel usucapiendo ou na matrícula dos imóveis 
confinantes, o titular será notificado pelo registrador competente, pessoalmente ou pelo correio 
com aviso de recebimento, para manifestar consentimento expresso em quinze dias, interpretado 
o silêncio como concordância. (Redação dada pela Lei nº 13.465, de 2017) 
§ 3o O oficial de registro de imóveis dará ciência à União, ao Estado, ao Distrito Federal e 
ao Município, pessoalmente, por intermédio do oficial de registro de títulos e documentos, ou 
pelo correio com aviso de recebimento, para que se manifestem, em 15 (quinze) dias, sobre o 
pedido. (Incluído pela Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência) 
§ 4o O oficial de registro de imóveis promoverá a publicação de edital em jornal de grande 
circulação, onde houver, para a ciência de terceiros eventualmente interessados, que poderão 
se manifestar em 15 (quinze) dias. (Incluído pela Lei nº 13.105, de 
2015) (Vigência) 
§ 5o Para a elucidação de qualquer ponto de dúvida, poderão ser solicitadas ou realizadas 
diligências pelo oficial de registro de imóveis. (Incluído pela Lei nº 13.105, de 
2015) (Vigência) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art1071
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art1071
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art1045
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13465.htm#art7
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13465.htm#art7
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13465.htm#art7
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art1071
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art1045
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art1071
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art1045
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art1071
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art1071
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art1045
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13465.htm#art7
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art1071
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art1045
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art1071
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art1071
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art1045
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art1071
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art1071
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§ 6o Transcorrido o prazo de que trata o § 4o deste artigo, sem pendência de diligências 
na forma do § 5o deste artigo e achando-se em ordem a documentação, o oficial de registro de 
imóveis registrará a aquisição do imóvel com as descrições apresentadas, sendo permitida a 
abertura de matrícula, se for o caso. (Redação dada pela Lei nº 13.465, de 2017) 
§ 7o Em qualquer caso, é lícito ao interessado suscitar o procedimento de dúvida, nos 
termos desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência) 
§ 8o Ao final das diligências, se a documentação não estiver em ordem, o oficial de registro 
de imóveis rejeitará o pedido. (Incluído pela Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência) 
§ 9o A rejeição do pedido extrajudicial não impede o ajuizamento de ação de 
usucapião. (Incluído pela Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência) 
§ 10. Em caso de impugnação do pedido de reconhecimento extrajudicial de usucapião, 
apresentada por qualquer um dos titulares de direito reais e de outros direitos registrados ou 
averbados na matrícula do imóvel usucapiendo e na matrícula dos imóveis confinantes, por 
algum dos entes públicos ou por algum terceiro interessado, o oficial de registro de imóveis 
remeteráos autos ao juízo competente da comarca da situação do imóvel, cabendo ao 
requerente emendar a petição inicial para adequá-la ao procedimento 
comum. (Incluído pela Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência) 
§ 11. No caso de o imóvel usucapiendo ser unidade autônoma de condomínio edilício, 
fica dispensado consentimento dos titulares de direitos reais e outros direitos registrados ou 
averbados na matrícula dos imóveis confinantes e bastará a notificação do síndico para se 
manifestar na forma do § 2o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017) 
§ 12. Se o imóvel confinante contiver um condomínio edilício, bastará a notificação do 
síndico para o efeito do § 2o deste artigo, dispensada a notificação de todos os 
condôminos. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017) 
§ 13. Para efeito do § 2o deste artigo, caso não seja encontrado o notificando ou caso ele 
esteja em lugar incerto ou não sabido, tal fato será certificado pelo registrador, que deverá 
promover a sua notificação por edital mediante publicação, por duas vezes, em jornal local de 
grande circulação, pelo prazo de quinze dias cada um, interpretado o silêncio do notificando 
como concordância. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017) 
§ 14. Regulamento do órgão jurisdicional competente para a correição das serventias 
poderá autorizar a publicação do edital em meio eletrônico, caso em que ficará dispensada a 
publicação em jornais de grande circulação. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017) 
§ 15. No caso de ausência ou insuficiência dos documentos de que trata o inciso IV 
do caput deste artigo, a posse e os demais dados necessários poderão ser comprovados em 
procedimento de justificação administrativa perante a serventia extrajudicial, que obedecerá, no 
que couber, ao disposto no § 5o do art. 381 e ao rito previsto nos arts. 382 e 383 da Lei no 13.105, 
de 16 março de 2015 (Código de Processo Civil). (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13465.htm#art7
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art1071
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art1045
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art1071
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art1045
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9. AÇÃO DE DIVISÃO E DA DEMARCAÇÃO DE TERRAS 
PARTICULARES 
 
Arts. 569/598 CPC 
Arts. 1.320 CC (Divisão) 
Arts. 1.297 CC (Demarcação) 
 
Considerações Gerais 
 
Conceito das ações 
 
A ação de demarcação cabe ao proprietário. 569, I (Conceito) 
A ação de divisão cabe ao condômino. 569, II (Conceito) 
 
 
Cumulação da ação demarcatória com ação divisória 
 
A possibilidade é prevista no art. 570 do CPC. 
É na verdade uma sucessão de ações dentro de um só processo. 
Primeiro se procede à demarcação com os confinantes; depois 
passa-se à divisão da área marcada entre os comunheiros. 
Não há identidade de partes e de objeto, mas duas ações 
sucessivas. 
Após a demarcação os confinantes são excluídos. 
 
Novidades do CPC 2015 
 
- Possibilidade de demarcação e divisão por escritura pública 
(art. 571 CPC) (Consensual) 
 
- Dispensa de prova pericial (art. 573) 
 
Sucumbência e Honorários 
 
- se houver litígio, regra geral 
- se não contestar, não há sucumbência 
- os gastos da segunda fase são rateados 
 
AÇÃO DE DEMARCAÇÃO 
 
Arts. 574 a 587 CPC 
 
Petição inicial 
 
At. 574 CPC Na petição inicial, instruída com os títulos da 
propriedade, designar-se-á o imóvel pela situação e pela 
denominação, descrever-se-ão os limites por constituir, 
aviventar ou renovar e nomear-se-ão todos os confinantes da 
linha demarcanda. 
 
- é requisito essencial a descrição dos limites por constituir, pois 
caso contrário impede a defesa; 
- o juiz pode determinar a emenda (art. 321 CPC) 
Não é, portanto, defeito insanável. 
- indicação dos limites não precisa ser minuciosa, pode ser por 
aproximação, pois até mesmo pode não ser possível. 
 
Objeto da ação 
 
- A ação demarcatória aplica-se apenas à demarcação de terras 
particulares. Está no título do CPC. 
- Para que o pedido seja procedente deverá ficar evidenciado no 
processo: 
 
 - a propriedade do autor sobre o imóvel demarcando; 
 - a ausência de limites eficazmente assinalados entre o 
prédio do promovente e o do promovido; 
 
- terra devolutas - tem lei própria (6.383/76) – ação discriminatória 
- terras de marinha também não se sujeitam ao CPC 
- Há que ser prédios contíguos e pertencentes a proprietários 
diversos. 
 
 
Competência 
 
- competência internacional – só a autoridade judiciária brasileira 
(art. 23, I, CPC) – é competência absoluta e improrrogável 
 
- competência interna – foro da situação da coisa (art. 47 CPC) 
Não prevalece foro de eleição de domicílio das partes 
Também é competência absoluta e improrrogável. 
 
- Imóvel situado em dois estados ou comarcas – prevenção (art. 60) 
 
Legitimação ativa para a demarcação 
 
Art. 569, I, CPC – proprietário 
Não apenas o pleno proprietário, mas também o proprietário 
limitado, como o nu-proprietário, o usufrutuário, o usuário, o 
senhorio, titular de servidão, além do co-proprietário. 
É uma ação real imobiliária. Portanto, depende do consentimento 
do cônjuge (art. 73, caput, CPC). 
 
Legitimação ativa de condômino 
 
Art. 575 CPC 
Não é obrigatório o litisconsórcio ativo para a propositura da ação. 
Os demais condôminos devem ser cientificados. 
Se aceitarem intervir serão assistentes litisconsorciais do autor. Art. 
124, CPC. 
 
Legitimação passiva 
 
Art. 1297 CC e 569 CPC (que repete) 
É o confinante. (compreende tanto o proprietário quanto o 
possuidor). Aconselha-se citar o possuidor e o titular de domínio 
para fins de coisa julgada. 
 
Citação do confinante demandado 
 
- se algum confinante for casado, o litisconsórcio passivo é 
obrigatório. O cônjuge deverá ser citado (Art. 73, § 1º, I, CPC) 
 
- citação pelo correio – art. 576 (domiciliado na comarca ou não) 
- edital quando o proprietário do prédio confinante for 
desconhecido 
 
Contestação 
 
O Réu pode assumir três posições: 
 
- revel 
- comparecer, mas não contestar 
- contestar 
 
- Mesmo diante da revelia haverá perícia. Não surte os efeitos 
usuais (art. 579 CPC). 
Apenas não haverá necessidade de intimação. 
 
- Na contestação pode argüir as questões preliminares do 337 do 
CPC 
 
- No mérito poderá argüir: 
 
 - ausência de domínio ou outro direito real que autorize 
a ação; 
 - inocorrência de confusão de limites; 
 - discordância apenas quanto à descrição dos limites; 
 - ocorrência da prescrição aquisitiva sobre a área que se 
pretende demarcar, de forma a eliminar o direito de propriedade do 
Autor sobre ela; 
 - a contestação é ampla. Se houver cumulação de 
pedidos, com queixa de esbulho pode o réu negar o esbulho. 
 - deve observar o princípio da eventualidade e incluir 
toda a matéria defesa.Prazo da contestação 
 
- o prazo é de 15 dias e fluirá em comum. Art. 577. 
- não há prazo em dobro, mesmo com litisconsórcio. 
- começa a partir da última citação (231, § 1º, CPC). 
- há quem defenda o prazo em dobro. Mas parte da doutrina entende 
que a norma especial prevalece sobre a geral. 
 
Prova pericial 
 
- a prova pericial é essencial (579 CPC) 
- excepcionalmente pode ser dispensada (573 CPC) diante do 
caráter técnico do georeferenciamento. 
- o laudo deverá observar o 580 do CPC 
 
A primeira sentença 
 
- encerra a fase de cognição 
- a ação demarcatória tem duas fases: 
 - a primeira, quando procedente, restringe-se à definição 
da linha demarcanda; 
 - a segunda destina-se à colocação, no solo, dos marcos 
identificadores da referida linha; 
 
- A sentença decidirá sobre a procedência ou não do pedido de 
demarcação. Se procedente determinará o traçado da linha 
demarcanda. (art. 581 CPC) 
- Pode ser negativa. Nesse caso não haverá segunda fase. 
- O juiz é quem define a linha divisória. 
- Aos peritos, na fase executiva, caberá assinalar no solo a linha 
demarcada em sentença. 
- Na segunda fase haverá outra sentença (homologatória) para 
atestar os marcos colocados (581 e 587 CPC) 
 
Procedimento executivo 
- Art. 582 CPC 
- Deve ser um perito agrimensor 
 
Conclusão do procedimento demarcatório 
 
- art. 586 – prazo comum de 15 dias para as partes se manifestarem. 
- podem apontar erro ou falha do agrimensor, mas não reabrir a 
discussão. 
- É elaborado o auto de demarcação (586, p. único CPC). 
 
 
 
 
AÇÃO DE DIVISÃO - Art. 588 a 598 CPC 
 
Petição inicial 
 
Os requisitos estão do próprio artigo 588 CPC: 
 
- instruir a inicial com os títulos de domínio; 
- indicar a origem da comunhão e a denominação, a situação, os 
limites e as características do imóvel; 
- indicar o nome, o estado civil, a profissão e a residência de todos 
os condôminos, especificando-se os estabelecidos no imóvel com 
benfeitorias e culturas; 
- descrever as benfeitorias comuns. 
 
Objeto da ação 
 
A ação de divisão é forma de extinguir em juízo o condomínio. 
O procedimento especial de divisão de terras particulares tem duas 
fases distintas: 
 
 - na primeira apura-se a existência de condomínio e o 
direito do autor de exigir a sua extinção; 
 
 - na segunda, caso a primeira tenha sido procedente, 
ocorrem os atos de realização material da divisão geodésica. 
 
O objetivo específico da ação divisória é resolver a questão em 
torno do condomínio sobre terras divisíveis, fazendo cessar o 
estado de comunhão, pela repartição geodésica do imóvel, com 
atribuição a cada comunheiro de parte certa. 
 
Competência 
 
- É ação real imobiliária 
- Deve ser processada no foro da situação das terras dividendas, 
Art. 47, CPC 
- A competência é absoluta e improrrogável 
- Se o imóvel estiver em mais de um Estado ou comarca, a 
competência será determinada por prevenção. Art. 60 CPC. 
 
Legitimação ativa 
 
- O direito de exigir a divisão cabe a cada condômino 
- Não depende da anuência dos demais condôminos 
- Não apenas aquele que se apresenta como titular de domínio pleno 
e integral, mas também o nu-proprietário, usufrutuário (mas só 
entre eles, ou seja, entre os que tem situação jurídica homogênea, 
ou seja, usufrutuário com usufrutuário e assim por diante) 
 
Legitimação passiva 
 
Art. 569, II, CPC – todos os condôminos 
Litisconsórcio passivo necessário. Com eventuais cônjuges 
também. Art. 73, § 1º, I, CPC. 
 
Procedimento 
 
- Citação – 589 – pelo correio. Residente ou não na comarca. 
 
Contestação 
 
- prazo – 15 dias (589 e 577 CPC) 
- O debate na primeira fase é amplo. Preliminares (pressupostos e 
condições da ação), além do mérito. 
 
Ex. no mérito: - falta de domínio sobre o imóvel a dividir; 
 - prescrição aquisitiva; 
 - desaparecimento do condomínio por já ter 
sido dividido anteriormente; 
 - existência de cláusula contratual ou 
testamentária que impeça a divisão; 
 - indivisibilidade material ou legal do 
imóvel; 
 
Se nenhuma questão prejudicial ao direito de dividir for argüida o 
juiz julgará antecipadamente a primeira fase. 
 
Revelia 
 
Se comparecer em juízo, mesmo sem contestar, não ocorrem os 
efeitos da revelia. 
Há ainda as hipóteses de exceção do artigo 345 CPC 
 
Prova pericial 
 
Na ação de divisão, há duas decisões de mérito: 
 - a primeira examina a viabilidade da divisória; 
 - a segunda homologa a divisão propriamente dita. Na 
segunda fase há operações técnicas e jurídicas. 
 - essas operações envolvem os trabalhos 
preparatórios da divisão, como o exame e a classificação dos 
títulos, assim como a deliberação da partilha, a cargo do juiz; a 
planta, o memorial, a classificação, a avaliação do imóvel, o plano 
de partilha, a cargo dos peritos. 
 
Arts. 590 e seguintes (ler) 
Auto de divisão é homologado por sentença. Art. 597 CPC. 
É sentença de mérito. Faz coisa julgada material. 
As regras da demarcatória aplicam-se subsidiariamente. 598 CPC 
 
Cumprimento de sentença de divisão 
 
Ocorre com a expedição de mandado de imissão de posse logo após 
o trânsito em julgado (538 CPC) 
Imissão na posse da terra que a partilha lhe adjudicou. 
 
10. AÇÃO MONITÓRIA 
 
Arts. 700/702 CPC 
 
Art. 700 CPC – A ação monitória pode ser proposta por aquele 
que afirmar, com base em prova escrita sem eficácia de título 
executivo, ter direito de exigir do devedor capaz: 
 
I – o pagamento de quantia em dinheiro; 
II – a entrega de coisa fungível ou infungível ou bem 
móvel ou imóvel; 
III – o adimplemento de obrigação de fazer ou não 
fazer; 
 
- É uma opção que a lei confere ao credor no lugar da ação de 
conhecimento para constituir um título executivo judicial; 
- Portanto, o credor pode optar pela Monitória (se for o caso) ou 
pelo conhecimento; 
- o que se pretende com a monitória é encurtar o caminho para 
atingir a execução forçada; 
- Há incentivo para que o réu não ofereça defesa (art. 701 caput 
e § 1º CPC) – isenção de custas e redução da verba honorária; 
 
- As condições referem-se ao objeto da obrigação, aos seus 
sujeitos e à prova da relação obrigacional. 
 
Objeto 
 
A ação monitória é admitida se o pedido do Autor tiver como 
objeto: 
 
- quantia em dinheiro 
- coisa fungível ou infungível 
- bem móvel ou imóvel 
- inadimplemento de obrigação de fazer ou não fazer 
 
 - “quantia em dinheiro” corresponde à “quantia certa” para a 
execução regulada pelos arts. 824 e segts. do CPC. Com isso, 
não é possível pedir quantia incerta. 
- a monitória é instaurada com o mandado de pagamento; não há 
como liquidar depois. 
 
- coisa fungível, refere-se a obrigações de coisas genéricas ou 
incertas (ex. obrigações de dar coisas indicadas pelo gênero e 
quantidade) (CC 243 a 246) 
- a entrega de coisa infungível, móveis ou imóveis, refere-se à 
obrigação de coisa certa (233 a 242 CC) 
- essas obrigações, em juízo, realizam-se pela execução forçada 
prevista nos arts. 806 a 813 CPC. 
 
- obrigações de fazer e não fazer – CC 247 a 251 e CPC 814 a 
823 
 
Competência 
 
- Ação pessoal – regra geral – foro do domicílio do réu – art. 46 
CPC 
- Pode haver foro de eleição – art. 63 CPC 
 
Legitimidade Ativa 
 
- É todo aquele que se apresenta como credor de obrigação de 
soma em dinheiro, de coisa fungível ou infungível, de coisa certa 
móvel ou imóvel e de obrigação de fazer ou não fazer. 
- Pode ser o credor originário e o cessionário ou sub-rogado. 
- Podem ser as pessoas físicas ou jurídicas de direito privado ou 
público. 
 
Legitimidade passiva 
 
- Aquele que figure como obrigado ou devedor por soma em 
dinheiro, de coisa fungível ou infungível, de coisa certa móvel 
ou imóvel e de obrigação de fazer ou não fazer. 
 
- “Devedor capaz” – inovação do CPC (art. 700, caput, in fine) 
 
- o falido ou o insolventecivil não podem ser demandados na 
ação monitória porque não dispõem de capacidade processual e 
porque não podem ser demandados fora do juízo universal. 
 
- Coobrigados solidários podem ocupar o polo passivo em 
litisconsórcio. 
 
- Contra a Fazenda também. Art. 700, § 6º CPC. 
Já era o entendimento da jurisprudência. 
Súmula 339 STJ: “É cabível ação monitória contra a Fazenda 
Pública” 
 
Prova 
 
- Art. 700 caput – prova escrita 
- § 1º - prova oral documentada 
- prova escrita – pode ser pré-constituída ou casual 
- não é imprescindível que o documento esteja assinado, 
podendo ser de terceiros ou registros de comerciante e assentos 
domésticos que não costumam ser assinados, mas que têm força 
probante (art. 410, III CPC) 
 
- o conjunto documental pode gerar convicção no juiz, mesmo 
que os escritos individualmente não sejam capazes de provar o 
direito do credor. 
- início de prova escrita não é possível, pois não há oportunidade 
para eventual complementação por prova testemunhal. 
 
- no documento que prevê contraprestação do autor, este deverá 
provar não apenas seu direito, mas também que cumpriu a 
prestação a seu cargo. 
 
Títulos que podem instruir a monitória 
 
- documento particular de reconhecimento de dívida não 
assinado por duas testemunhas; 
- título de crédito prescrito; 
- duplicata mercantil sem comprovante de entrega de 
mercadoria; 
- a compra e venda mercantil da qual não se expediu a duplicata; 
- contrato de abertura de crédito em conta corrente; 
- saldo do contrato de arrendamento mercantil; 
- contribuições condominiais; 
- extratos bancários; 
- honorários advocatícios; 
- contrato de prestação de serviços; 
- contrato de seguro; 
- contrato de cartão de crédito; 
- cheque prescrito; 
- contrato de serviços hospitalares; 
- contrato de serviços educacionais ... 
 
Prova oral documentada produzida antecipadamente 
 
- art. 700, § 1º - ação probatória autônoma 
 
Dúvida quanto à idoneidade de prova documental 
 
Art. 700, § 5º 
 
- ou o Autor apresenta outras provas que convençam o juiz da 
presença dos requisitos da ação monitória; 
- ou emenda a inicial para adaptá-la ao procedimento comum; 
 
Ônus da prova 
 
- prevalece o disposto no artigo 373 CPC: 
 
 - ao autor a prova do fato constitutivo do seu direito; 
 - ao réu a prova de fato impeditivo, modificativo ou 
extintivo do direito do Autor. 
 
 
PROCEDIMENTO 
 
Petição inicial – 319 e ainda: 
 
- prova escrita (deve acompanhar a inicial) 700, caput 
- 700, § 2º, I, II, III. 
- se esses requisitos não forem cumpridos a inicial será 
indeferida. Art. 700, § 4º, CPC. 
-Aplica-se o art. 321 CPC antes de indeferir. É possível, 
portanto, a emenda. 
- valor da causa, § 3º, do art. 700 CPC. 
 
Citação 
 
- o Réu será citado, não para se defender, mas para pagar, 
entregar a coisa ou para executar a obrigação de fazer ou não 
fazer. (Art. 701 CPC) 
 
- é possível edital. No caso de revelia nomeia-se curador 
especial. 
Art. 700, § 7º - a citação é feita por qualquer dos meios 
permitidos para o procedimento comum. 
A decisão que defere o mandado de pagamento não é recorrível. 
A defesa é por meio de embargos. Não está na hipótese do 1015 
CPC. 
 
Conduta do Réu 
 
Uma vez citado o devedor pode: 
 
- cumprir o que foi determinado e pagar os honorários de 5% no 
prazo de 15 dias (701, caput) e ficará isento de custas (701, § 1º) 
- permanecer inerte (art. 701, § 2º) 
- oferecer embargos (art. 702) 
 
➢ No cumprimento o processo será extinto. Poderá, ainda, 
valer-se do benefício do 916 CPC. Neste caso há renúncia 
de opor embargos (916, § 6º e 701, §, 5º) 
 
➢ no caso de revelia o mandado de pagamento transforma-
se automaticamente em título executivo judicial. (701, § 
2º). Não há sentença para tanto. 
 
- com a conversão, iniciam-se os atos expropriatórios 
seguindo o cumprimento de sentença. 
- a revelia transforma a ação monitória em execução de 
título judicial. 
- se o devedor for a Fazenda Pública, a revelia não gera o 
cumprimento imediato do título executivo. Fica sujeito ao 
duplo grau de jurisdição (496 e 701, § 4º CPC). No que 
couber, serão observados os arts. 534 e 535 que cuidam da 
exigibilidade de obrigação de pagar quantia pela Fazenda 
Pública. 
 
➢ Oposição de embargos 
- art. 702, § 1º - pode alegar toda a matéria de defesa. 
- cabe reconvenção – 702, § 6º 
- não precisa garantir o juízo – 702, caput 
- o mandado de pagamento fica suspenso – 702, § 4º 
- para a Fazenda Pública o prazo é em dobro – art. 183 
 
Processamento dos Embargos 
 
Art. 702 CPC 
Embargos Parciais - § 7º 
 
Petição de embargos 
- a matéria é ampla. Mas se o devedor alegar que o Autor pleiteia 
quantia superior à divida, deverá apresentar o valor que entende 
correto e o respectivo demonstrativo dos cálculos (art. 702, § 2º) 
- é condição de procedibilidade (702, § 3º) 
- se for o único fundamento, serão rejeitados de plano. Caso 
contrário a alegação de excesso não será examinada. 
 
Defesa do credor embargado 
 
- resposta no prazo de 15 dias – art. 702, § 5º 
- não é possível reconvenção de reconvenção – art. 702, § 6º 
 
Efeitos 
- Os embargos à ação monitória têm efeito suspensivo – art. 702, 
§ 4º CPC 
 
Rejeição dos Embargos 
 
Se forem rejeitados, tem início a execução (702, § 8º), 
observando-se o cumprimento de sentença (523 a 527 e 534 a 
538 CPC) 
 
Acolhimento dos Embargos 
 
Se forem acolhidos, revoga-se o mandado inicial com extinção 
do processo. Se for parcial, prossegue na parte não atingida pela 
sentença. 
 
Recurso contra a decisão que julga os embargos 
 
Apelação. 702, § 9º CPC. Apenas efeito devolutivo (702, § 4º) 
 
Coisa julgada 
 
- forma-se de duas maneiras. Pela revelia do demandado, 
quando deixa de opor embargos no prazo, ou pela sentença que 
julga o mérito dos embargos tempestivamente opostos. 
 
Ação rescisória contra a decisão que defere o mandado de 
pagamento 
 
Art. 701, § 3º CPC 
 
Uso indevido da ação monitória 
 
Art. 702, §§ 10 e 11 CPC 
 
11. EMBARGOS DE TERCEIRO 
 
Arts. 674 a 681 CPC 
 
Art. 506 CPC – “A sentença faz coisa julgada às partes entre as 
quais é dada, não prejudicando terceiros.” 
 
Mas as conseqüências indiretas frequentemente atingem 
terceiros. 
 
Conceito: remédio processual que a lei põe à disposição de 
quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça 
de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha 
direito incompatível com o ato constritivo (art. 674 CPC). 
- Ação proposta por terceiro em defesa de seus bens contra 
execuções alheias. 
 
Natureza Jurídica 
 
Tem natureza jurídica múltipla. 
 
- carga declaratória – pois declara a ilegitimidade do ato atacado; 
- carga constitutiva – pois uma vez declarada a ilegitimidade, 
revoga o ato; 
- carga executiva – pois há atos materiais do juízo para liberar o 
bem constrito; 
 
Requisitos 
 
- condição de senhor e possuidor do bem; 
- existência de medida executiva em processo alheio (apreensão 
judicial); 
- qualidade de terceiro em relação ao feito de que emanou a 
ordem de apreensão do bem; 
- tempestividade – interposição no prazo; 
 
Ato Judicial Atacável 
 
- ato constritivo – art. 674 
(arresto, seqüestro, penhora, mandados possessórios, despejo, 
etc...) (atos do juízo divisório também) 
- pode ocorrer também no processo de conhecimento e não 
apenas na execução (art. 675) 
- o importante é definir a possibilidade da medida ordenada pelo 
juiz influir sobre o patrimônio alheio, afetando o direito ou a 
posse sobre bens de estranho à relação processual. 
 
Penhora de bem alienado em fraude contra credores 
 
Difere da fraude à execução (ato ineficaz) que pode ser alegada 
e reconhecida no bojo dos embargos de terceiro. 
Na fraude contra credores não, pois é apenas negócio jurídico 
anulável. Se a aquisição não é nula,nem ineficaz, a propriedade 
do bem cabe, de fato e de direito, ao terceiro adquirente, 
enquanto não correr a anulação do negócio fraudulento por meio 
da competente ação pauliana. (CC art. 161) 
 
“A ação própria para anular o ato viciado por fraude contra 
credores é a pauliana, sendo incabível a pretensão em via de 
embargos de terceiro.” Jurisp. STF 
 
- Súmula 195 STJ – “Em embargos de terceiro não se anula ato 
jurídico, por fraude contra credores.” 
 
PROCEDIMENTO 
 
Legitimação ativa 
 
Legitimados pelo CPC 
 
Art. 674, § 2º: 
 - cônjuge ou companheiro; 
- o adquirente de bens (fraude à execução art. 792 CPC) 
 - quem sofre constrição patrimonial de bens por força 
de desconsideração da personalidade jurídica, de cujo 
incidente não fez parte (arts. 133 a 137 CPC) 
 - o credor com garantia real 
 
Legitimação de quem participou do processo primitivo 
 
- Embora tenham participado do processo primitivo algumas 
pessoas conservam a legitimidade para os Embargos. Ex.: 
 
- substituto processual – litiga em nome próprio, mas na defesa 
de direito alheio; 
-assistente – figura no processo, mas defende apenas direito do 
assistido; 
- a mulher casada – que na execução do marido foi intimada da 
penhora e nos embargos defende, em nome próprio, sua meação 
e os bens próprios. 
 
- o sócio, se não for corresponsável, pode utilizar os embargos 
de terceiro. 
- posse decorrente de compromisso de venda e compra tb pode, 
mesmo que sem registro. 
 
Legitimação passiva 
 
- É quem o ato de constrição aproveita ... (677, § 4º CPC) 
- Mas pode também ser o devedor se ele indicou o bem 
(litisconsórcio passivo) 
- se a oposição dos embargos de terceiro ocorrer depois da 
expropriação, o adquirente também deverá figurar no polo 
passivo da ação. 
 
 
Oportunidade 
 
Art. 675 CPC 
P. único – terceiro será intimado e pode se manifestar e o juiz 
pode evitar a constrição (economia processual) 
 
 
Competência 
 
Art. 676 – Distribuição por dependência 
O mesmo juiz irá rever o ato 
P. único - precatória 
 
 
PROCEDIMENTO 
 
Petição inicial 
 
- deve observar o 319 CPC e 677 (prova sumária da posse ou 
domínio e da qualidade de terceiro) 
- requerimento de liminar (678, in fine) 
- o valor da causa é o valor do bem em disputa e não o da causa 
original 
 
Concessão da liminar 
 
- cabe liminar, mas pode haver caução (678, p. único) 
 
Citação 
 
- 677, § 3º - será pessoal se o embargado não tiver procurador 
constituído nos autos (raro) 
- caso contrário será intimação do advogado 
 
Contestação 
 
 - prazo de 15 dias – 679 – após, rito comum 
 - art. 680 (alegação no caso de embargos do credor com garantia 
real) 
- revelia – presunção de veracidade dos fatos 
- como segue o rito comum, não há óbice para a reconvenção. 
Antes do NCPC não cabia 
 
Sentença 
 A sentença que acolhe os embargos tem eficácia executiva 
imediata 
- 681 CPC – o recurso cabível é a apelação 
 
 
12. INVENTÁRIO - 610/673 CPC 
 
Considerações iniciais 
 
- com a morte da pessoa natural, seus bens transmitem-se aos 
sucessores legítimos e testamentários (CC 1784). 
 
- para esse fim, há o inventário e partilha (procedimento especial – 
arts. 610 a 673 CPC) que tem dois estágios distintos. 
 
- o estágio inicial voltado à descrição detalhada de toda a herança, 
com a individualização dos bens móveis e imóveis que compõem 
o acervo, incluindo dívidas ativas e passivas e quaisquer outros 
direitos de cunho patrimonial. 
 
- o segundo estágio é a partilha, que ultima a divisão do acervo 
entre os diversos sucessores. 
 
- a lei prevê dois procedimentos: 
 - o inventário (610 a 658) (completo) 
 - o arrolamento (659 a 667) (simplificado) 
 
- A Lei 11.441, 04.01.2007 permite o inventário extrajudicial. 
Todos os interessados devem ser maiores e capazes e deve haver 
acordo entre eles. Escritura Pública. (CPC 610, §§ 1º e 2º) 
 
Inventário e partilha por via administrativa 
 
Art. 610 CPC 
- não tem participação do juiz 
- art. 610, § 1º - maiores, capazes e de acordo 
- escritura pública 
- é facultativo 
 
Para que o inventário seja realizado extrajudicialmente em cartório 
é necessário observar os seguintes requisitos: 
 
 - todos os interessados devem ser maiores e capazes; 
 - todos os interessados devem estar de acordo; 
 - não deve haver testamento; 
 - devem todos os interessados estar assistidos por advogado. 
 
- o Tabelião é responsável pelo controle do recolhimento dos 
impostos, sem o que não será lavrada a escritura. 
- a escritura é o título que será levado a registro. 
- é título executivo extrajudicial (art. 784, II, CPC). Pode promover 
execução se houver obrigação de entrega de coisa. Por ex.: outro 
interessado retenha bem que foi adjudicado na partilha. 
- o inventário negativo também pode ser feito por escritura pública. 
Quando o falecido não tem bens. 
- a escolha do Tabelião é livre (dentro do país). Resolução 35 do 
CNJ. 
 
Caráter contencioso do Inventário 
 
- controvérsia. A doutrina antiga entendia que era procedimento de 
jurisdição voluntária. O CPC/73 e o atual, entretanto, classificam o 
inventário e a partilha nos procedimentos especiais de jurisdição 
contenciosa. 
 
Competência 
 
- art. 23, II – competência absoluta – é improrrogável 
- Na ordem interna – art. 48, caput. Pouco importa o local dos bens. 
- se não possuía domicílio certo, aplica-se o parágrafo único do art. 
48: 
 - foro da situação dos bens imóveis; 
 - havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer 
 destes; 
 - não havendo bens imóveis, o foro do local de 
qualquer dos bens do espólio; 
 
- A competência interna é territorial e, portanto, relativa. 
- Art. 48, caput CPC – universalidade do foro sucessório. 
 
Questões solucionáveis no juízo sucessório 
 
- art. 612 CPC 
- desde que estejam provados por documento 
- se depender de prova, remete para as vias ordinárias 
 
Administração da Herança 
 
Art. 613 – administrador provisório 
Art. 617 – inventariante 
 
Inventariante 
 
- art. 617 – quem pode ser nomeado. O juiz nomeia na ordem 
especificada. 
- o juiz está adstrito à ordem legal 
 
Encargos do inventariante 
 
 - atos de gestão – art. 618 CPC 
 - atos de disposição – art. 619 CPC 
São atos que ultrapassam a simples administração. Alienação de 
bens pode ser feita por escritura pública precedida de autorização 
em alvará. 
 
 - prestação de contas 
 
- serão prestadas em apenso (553 CPC) (em qq caso) 
- se forem reclamadas adota-se o procedimento especial (550 a 
552) 
- quando são apresentadas espontaneamente não há ação de 
prestação de contas propriamente dita, mas apenas um incidente. 
 
Remoção do inventariante 
 
- pode ser removido pelo juiz – art. 622 CPC 
- tem efeito punitivo. Pressupõe infração. Não pode ser feita sem 
ouvir o Inventariante. 
- procedimento específico – art. 623 e sgts. CPC 
- decisão interlocutória. Agravo de Instrumento. 1015, p. único, 
CPC. 
- art. 622 – é exemplificativo, portanto, não exaustivo. 
 
Legitimação para promover o Inventário 
 
- art. 615 e 616 
- Legitimação concorrente 
- Prazo 611 CPC (2 meses) 
- 616, I (companheiro) novidade do CPC 
 
INVENTÁRIO JUDICIAL 
 
O procedimento tem dois estágios: inventário e partilha. 
 
Inventário: 
 - petição inicial 
 - nomeação do inventariante 
 - primeiras declarações 
 - citação dos interessados 
 - avaliação do acervo 
 - últimas declarações 
 - liquidação do imposto de transmissão da herança 
 
Partilha: 
 - petição de quinhões 
 - deliberação da partilha 
 - julgamento da partilha 
 
Petição Inicial 
 
- deve ser instruída com a certidão de óbito (615 CPC) 
- 2 meses para abertura e doze pra encerrar (611 CPC) 
- os prazos podem ser prorrogados 
 
Primeiras declarações 
 
- se a inicial estiver em ordem, o juiz nomeia inventariante 
- nomeado eprestado o compromisso, terá o prazo de 20 dias para 
apresentar as primeiras declarações (art. 620 CPC) 
- podem ser pessoalmente ou por procurador com poderes especiais 
(art. 618, III CPC) e (620, § 2º) 
- conteúdo – art. 620 CPC 
 
Citações e Interveniências 
 
- ocorre após as primeiras declarações – art. 626 (todos) 
- se comparecerem espontaneamente, não precisa citar (239, § 1º) 
- observar 626, §§ 3º e 4º 
- citação pelo correio (247) e edital (259, III) 
- manifestação das partes em 15 dias (627 CPC) 
 
Impugnação dos citados 
 
- matéria do 627 CPC 
 
Herdeiro omitido nas declarações do inventariante 
 
Art. 628 CPC. A reserva de bens do 628, § 2º tem natureza cautelar 
e, portanto, precisa provar os requisitos do artigo 300 CPC. 
(Entendimento jurisprudencial) 
 
Avaliação 
 
Depois da fase das impugnações (627CPC) é feita a avaliação dos 
bens, cuja finalidade é: 
- definir o valor dos bens para efeito de preparar a partilha; 
- propiciar base de cálculo do imposto de transmissão causa mortis; 
- art. 630 – a estimativa é feita pelo avaliador judicial; 
- a avaliação pode ser dispensada – 633 e 634 CPC 
 
Manifestação das partes sobre o laudo 
 
Art. 635 – 15 dias 
A jurisprudência dominante é no sentido de se renovar a avaliação 
quando pelo decurso do prazo, tiver ocorrido grande alteração dos 
valores atribuídos aos bens. Isso para a segunda fase, ou seja, para 
a partilha. 
 
Últimas declarações 
 
- serão feitas após encerrada a avaliação 
- são feitos os aditamentos e complementações 
- retrata-se a situação definitiva da herança 
- as partes serão ouvidas sobre elas em 15 dias (art. 637 CPC) 
 
Cálculo do imposto causa mortis 
 
- 637 e 638 CPC 
- meação não representa herança e não integra o cálculo 
- apenas os bens imóveis se sujeitam ao cálculo 
- O imposto será apurado sobre o valor liquido da herança, 
deduzidas as dívidas, custas, etc... 
- O julgamento do cálculo é decisão interlocutória. Agravo. 1015 
p. único. 
 
Colações 
 
639 a 641 CPC 
- não deve haver diversidade de quinhões entre os herdeiros 
necessários, pois seus direitos sucessórios são iguais 
- doação dos pais aos filhos importa, pela lei, adiantamento de 
legítima (art. 544 CC) 
- quem recebeu doação (descendente) deverá computar o 
adiantamento de legítima por ocasião do inventário, a não ser que 
tenha havido dispensa (CC 2005 e 2006) 
- colação é a reconstituição do acervo hereditário por meio da 
adição dos bens dados em vida aos descendentes ao patrimônio 
deixado pelo “de cujus”. 
 
Sonegados 
 
- É ato ilícito cometido por um herdeiro contra os demais, de 
maneira intencional ou maliciosa. 
- ocorre quando os bens são dolosamente ocultados 
- punição 
 Penas: - o herdeiro perde o direito ao bem sonegado 
 1992 e 1995 CC 
 - se for também inventariante, perde o cargo 
 CC 1993 CPC 622, VI 
- cônjuge perde apenas a função e não a meação porque não é 
herança. 
- a pena é imposta por sentença em ação própria. 1994 CC 
- só se pode imputar de sonegado depois de encerrada a descrição 
dos bens 621 e 636 CPC 
 
Pagamento das dívidas 
 
- os credores têm interesse em receber seus créditos antes da 
partilha 
- procedimento previsto nos artigos 642 a 646 CPC 
- serão ouvidos os interessados. Também os legatários (645 CPC) 
- tem que haver acordo unânime, senão vai para as vias ordinárias 
(ação a ser proposta contra o espólio) (643 CPC) 
- pode haver reserva (643, p. único). Medida cautelar de ofício do 
juízo. 
- Pagamento – o inventariante efetua em dinheiro, caso contrário 
642,§ 2º. 
- o credor pode ajuizar ação 
- habilitação de dívida não vencida 644 CPC 
- separação é para pagamento 642, § 2º 
-reserva tem natureza cautelar 643, p. único (espécie de arresto) 
 
PARTILHA 
 
- a partilha pode ocorrer em favor de um só ou de vários sucessores 
- no primeiro caso o juiz adjudicará o acervo ao interessado por 
sentença 
- no segundo proceder-se-á a partilha para adjudicar a cada um 
deles o respectivo quinhão 
 
Partilha judicial 
 
- encerrado o inventário com a homologação e pagamento do 
imposto causa mortis e separados os bens para pagamento de 
eventuais dívidas (642, § 3º) abre-se a segunda fase do 
procedimento 
- o juiz dará o prazo de 15 dias para os interessados apresentarem 
seus quinhões (art. 647 CPC) 
- o juiz proferirá decisão de deliberação da partilha resolvendo os 
pedidos (647 CPC). É mero ato de impulso processual. É a 
preparação da partilha. Sem recurso. (Mas se resolver questão de 
direito – Agravo de Instrumento) 
- eventual inconformismo será manifestado contra a sentença de 
partilha e não contra o despacho que a prepara. 
 
- Regras para a partilha – 648, I, II, III CPC 
 
- a igualdade deve ser econômica. Não precisam todos os 
sucessores participar de todos os bens; 
- comodidade – observar as condições pessoais de cada 
sucessor; 
- prevenção de litígios – recomenda-se, quanto possível, 
evitar a comunhão de bens 
 
- Se o bem não comportar divisão a não puder ser atribuído inteiro 
a um sucessor, pode ser licitado entre os herdeiros, vendido 
judicialmente ou adjudicado a todos se concordarem 
expressamente (649 CPC) 
 
Esboço e lançamento da partilha 
 
- Esboço de partilha – feito pelo partidor – 651 
- a soma de todos esses valores forma o monte-mor 
- a meação não integra a herança propriamente dita 
- manifestação das partes 652 
- partilha - 652 
- lançamento de partilha 
653 – Auto de orçamento e folha de pagamento 
 
Sentença da partilha 
 
- art. 654 CPC 
- é sentença homologatória da partilha lançada nos autos, nos 
termos do 653 CPC 
- sentença de mérito, faz coisa julgada material 
- recurso – apelação 
 
Formal de partilha 
 
655 CPC – é uma carta de sentença, extraída dos autos do 
procedimento. 
- é documento hábil para o registro imobiliário 
- é também título executivo judicial (515, IV) 
 
Emenda ou retificação da partilha 
 
- art. 656 – possibilidade 
- se houver discordância de algum herdeiro, não é possível. 
Somente com ação própria o rescisória. 
- 656, 2ª parte – inexatidão material (494, I CPC) 
 
Invalidação da partilha 
 
- ação de anulação e ação rescisória da partilha 
- distinção – 657 e 658 
- 657 – anulação – 1 ano 
- 658 – rescisória 
- partilha amigável feita por ex. por menor impúbere sem 
observância da forma legal. É caso de nulidade e não anulável. É 
imprescritível e não em 1 ano como no caso de anulação. 
 
ARROLAMENTO - 659 a 667 CPC 
 
Duas hipóteses: 
 - quando os herdeiros optarem pela partilha amigável, 
qualquer que seja o valor do espólio (art. 659); 
 - quando o valor do acervo a partilhar não ultrapassar 1000 
salários mínimos (art. 664) 
É observado também no caso de herdeiro único (659, § 1º) 
 
 
Arrolamento sumário do 659 
 
- todos os herdeiros devem ser maiores e capazes 
- devem estar em total acordo com a partilha amigável 
- não importa o valor dos bens do espólio 
 
Diferenças para o inventário comum: 
 
- dispensa de todos os termos, compromisso e declaração de 
inventariante; 
- dispensa avaliação (ressalva do 661 e 663, p. único) 
- dispensa de remessa dos autos ao contador e partidor; 
- lançamento e recolhimento do imposto via administrativa (662, § 
2º) 
- a juntada dos comprovantes de quitações ficais dispensa a 
apresentação de certidões negativas de tributos; 
- o inventariante é escolhido e indicado pelos herdeiros; 
- a intervenção do MP só ocorrerá quando houver testamento a ser 
cumprido; 
 
É utilizado também quando houver herdeiro único. (659, § 1º) 
 
 
Procedimento 
 
- petição inicial com nome de todos os interessados, certidão de 
óbito, descrição e valor dos bens e os títulos dos herdeiros, 
designação de inventariante e pedido de sua nomeação (660 CPC); 
- estando em ordem o juiz nomeia o inventariante; 
- apresentação da partilha amigável

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