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Sangramento de primeira metade da gestação As principais causas de sangramento na primeira metade da gestação são: Abortamento Gravidez ectópica Doença Trofoblástica gestacional (DTG) Abortamento É a expulsão do feto pesando menos de 500g OU idade gestacional inferior à 20 semanas (Organização Mundial da Saúde [OMS], 1976; International Federation of Gynecology and Obstetrics [FIGO], 1976), podendo ser espontâneo ou provocado. Etiologia ➜ O principal fator que pode levar ao abortamento é a malformação do ovo, sendo as anomalias cromossomiais (malformações genéticas) responsáveis por 50% dos casos. ➜ As anomalias mais frequentes são as trissomias, sendo que a mais frequente é a trissomia do 16, sendo uma trissomia incompatível com a vida ➜ Aproximadamente 80% das trissomias do 21 terminam em abortamento, assim a maioria das gestações não seguem adiante, mas é compatível com a vida e 20% sobrevivem Fatores de risco ➜ Os mais comuns fatores de r isco identificados em mulheres com abortamento precoce são a idade materna avançada e a história de perda anterior (ACOG, 2015). ↳ O professor considera acima de 40 anos ➜ A idade materna avançada está associada a um declínio tanto no número quanto na qualidade dos oócitos remanescentes. O risco de abortamento é maior em mulheres com ≥ 35 anos. Classificação ➜ Quanto à idade gestacional de ocorrência: ↳ Abortamento Precoce: Interrupção da gestação até a 12a semana gestacional. ↳ Abortamento Tardio: Quando ocorre após a 12ª semana gestacional até 20 semanas. ➜ Quanto à periodicidade: ↳ Abortamento Esporádico: 1 ou 2 perdas (principal causa é a trissômia do 16) ↳ Abortamento Habitual ou de repetição: Ocorrênc ia de 3 ou mais ep isód ios consecutivos de abortamento (American Society for Reproductive Medicine [ASRM], 2013). ➜ Quanto ao quadro clínico ↳ O diagnóstico de abortamento é pelo exame físico e ultrassom transvaginal. Os tipos de abortamento são diferenciados se o colo está fechado ou se está aberto e com isso variam as hipóteses diagnósticas ↳ Diagnóstico sonográfico de gravidez inviável: ↪ Deve-se saber se é uma gravidez muito inicial ou se é uma gravidez evoluindo para aborto Colo fechado Clínica Conduta Completo Útero vazio e menor para IG Seguimento ambulatorial Ameaça Embrião vivo e útero compatível Repouso e antiespasmódico Incompleto Embrião morto e útero menor para IG Esvaziamento uterino Colo aberto Clínica Conduta Incompleto Útero menor para IG e restos na cavidade Esvaziamento uterino Inevitável Embrião vivo e útero compatível Esvaziamento uterino Infectado Embrião morto + febre, leucocitose, fétido Antibiótico + Esvaziamento uterino Observação Abortamento: Ato de abortar Aborto: Concepto A pesquisa do motivo que esta perdendo é a partir da 3ª perda ↪ Comprimento cabeça-nádega (CCN) ≥ 7 mm e ausência de batimento cardiofetal (BCF) é diagnóstico de óbito embrionário ↪ Diâmetro médio do saco gestacional (SG) ≥ 25 mm e embrião ausente (Society of Radiologists in Ultrasound [SRU], 2013). ↪ A ausência de embrião com BCF, 2 semanas ou mais após um ultrassom mostrando SG sem vesícula vitelina (VV) ou 11 d ias ou mais após uma imagem sonográfica de SG com VV constituem também achados diagnósticos de abortamento precoce (ACOG, 2015). ↪ Esses achados devem ser avaliados novamente em 7 a 10 dias. ↪ Muitas vezes paciente com saco gestacional de 16mm e não visualizou o embrião, não pode considerar que é uma gestação anembrionada, já que pode ser apenas uma gravidez muito inicial que ainda não visualizou o embrião ↳ Abortamento esporádico ↪ Ameaça de aborto ➤ A p a c i e n t e e s t á c o m u l t r a s s o m comprovando gestação, está sangrando, ao avaliar o colo está fechado, mas há batimento cardiofetal e embrião ao fazer ultrassom ➔ É o mais comum de encontrar na maternidade ➤ Gravidez complicada por sangramento antes de 20 semanas. ➤ Clínica: Sangramento vaginal de pequena quantidade associados a cólicas leves ou ausentes. ➤ O colo permanece fechado, a vitalidade ovular está preservada e o tamanho uterino é compatível com a idade gestacional. ➤ USG: BCE presente. ➤ Conduta: Expectante e recomendar o uso de antiespasmódico em caso de cólicas, abstinência sexual e repouso relativo. ➔ Pode evoluir ou não para um abortamento, por isso, a paciente deve ficar em repouso até parar o sangramento. Normalmente, indica-se o repouso em 15 dias e repete-se o ultrassom. Nesse tempo, ou ela irá parar de sangrar ou realmente abortar ➤ O uso de progesterona ainda carece de comprovações cientificas, sendo divergente Onde estão as setas há um hematoma subcoriônico ➤ Conduta: Tranquilizar a gestante, sem, contudo, exibir demasiado otimismo (até 50 % evolui para perda); consumada a interrupção, mostre não haver, em geral, tendência a repet ição. Esse hematoma pode ser reabsorvido e a gravidez vai evoluir normalmente ou ainda vai aumentar o hematoma e evoluir para o abortamento. ↪ Abortamento inevitável ➤ Quando a paciente chega com o sangramento, o colo está aberto, mas o embrião está vivo, mas é inevitável esse abortamento, mesmo que o bebê esteja vivo, pois não há como fechar novamente o colo, se ele abriu é para eliminar ➤ O episódio, é quase sempre, precedido por período de ameaça de abortamento ➤ Clínica: Cólica + sangramento vaginal (vermelho vivo) + colo aberto + útero compatível com a idade gestacional. ➤ USG: BCE presente. ➤ Conduta: Esvaziamento uterino. ➤ Até 12 semanas ➔ As recomendações do ACOG (2015) que divide as opções do tratamento em: expectante, médico ou cirúrgico ➔ Tratamento expectante (até 8 semanas) ⇢ O tratamento expectante tem êxito em consegu i r a expu l são comp le ta em aproximadamente 80% das mulheres ⇢ Se a paciente estiver chocando, deve-se fazer o esvaziamento uterino ➔ Tratamento médico ⇢ Pacientes que querem encurtar o tempo da expulsão → Análogo da prostaglandina E1, está indicado. ⇢ Inicialmente utilizam-se 800 mg de Misoprostol (Cytotec) vaginal, podendo ser repetida a dose se necessário. ⇢ A paciente deve ser aconselhada de que o sangramento é mais intenso que o menstrual, potencialmente acompanhado de cólicas e que a cirurgia poderá estar indicada se a expulsão não for completa. ➔ Tratamento cirúrgico ⇢ Mulheres que se apresentam com hemorragia, instabilidade hemodinâmica ou infecção devem ser tratadas urgentemente pelo esvaziamento uterino (ACOG, 2015). ⇢ Até 12 semanas são procedimentos de escolha a dilatação seguida de aspiração a vácuo ou de curetagem. ➤ Após 12 semanas ➔ Conduta: Esvaziamento uterino ⇢ A expulsão é acelerada pela administração de ocitocina em grandes doses (10IU em 500ml de SRL5%) ou Misoprostol por via vaginal (400ug a cada 4 horas) ⇢ O material de abortamento deve ser enviado para estudo histopatológico ↪ Abortamento incompleto ➤ Paciente começou a eliminar, mas ainda há restos fetais, devendo ser feita a curetagem. Caso a curetagem não seja feita, irá evoluir para o abortamento infectado ➤ É quando ocorre a eliminação parcial do ovo e há sinais de restos intrauterinos (hiperecogênicos), seja com colo fechado ou aberto ➤ Clínica: Sangramento intermitente e pode ser intenso ➤ Útero amolecido e menor que o esperado para a idade gestacional ➤ O colo entreaberto, as vezes permite perceber massa intracavitária ➤ O diagnóstico é feito exclusivamente pelo encontro de restos ovulares ao US ➤ Conduta: Esvaziamento uterino ➤ O tratamento expectante não é mais indicado ➤ Aspiração à vácuo é mais segura, rápida de realizar e menos dolorosa e deve ser r e c o m e n d a d a c o m o t r a t a m e n t o d o abortamento incompleto. Obrigatoriamente não pode ser feita diretamente a curetagem após 12 semanas, devendo-se induzir com o remédio para depois ser feita a curetagem, pois jáhá formação dos ossos os quais podem gerar sangramento severo Aspiração intramanual uterina (AMIL) Cureta ↪ Abortamento completo ➤ A paciente chega com um ultrassom antigo, mostrando gravidez, disse que sangrou muito e ao examinar está com o colo fechado e no ultrassom não encontra-se nada ➤ Todo o material da concepção foi eliminado sem a necessidade de intervenção médica ou cirúrgica. ➤ Frequente até 8 semanas de gestação ➤ Clínica: Sangramento vaginal + cólicas escassas ou ausentes ➤ O colo uterino encontra-se fechado e o útero menor que o esperado para idade gestacional ➤ USG: Útero vazio (com espessura endometrial < 8 a 10mm) ➤ Conduta: Acompanhamento ambulatorial ↪ Abortamento infectado (ou séptico) ➤ Há febre, dor, corrimento com mau cheiro, restos ovulares, mas está infectado ➤ Evolução do tratamento incompleto quando não faz o esvaziamento ➤ Consiste em um abortamento associado com a ascensão de germes produzindo infecção local ou sistêmica (infecção intrauterina). ➤ Os germes causadores são os existentes na flora normal dos sistema genital e dos intestinos (peptococos, pepestreptococos), E.coli, bacterioides, Clostridium perfrins ➤ Clínica: Febre e odor vaginal fétido, ú te ro amolec ido + Co lo aber to e sangramento variável. ➤ USG: Restos ovulares ➤ Classificação clínica ➔ I – Endometrite: é a mais comum ➔ II- Pelviperitonite ➔ III- Peritonite ➤ Conduta: Antibioticoterapia imediata + Esvaziamento uterino (curetagem) ➔ Terapêutica anti-infecciosa: Clindamicina 800 a 900mg/IV 8/8h + Gentamicina 240 mg/ dia em 100 ml de SF 0,9% em infusão venosa por 30 min., se não resolver em cerca de 24 a 48h, deve-se associar Ampicilina 1g a 2g IV 6/6h, e após 48 - 72h afebril deve-se dar alta com medicação para casa (Amoxicilina, 500 mg por via oral (VO) de 8/8 h, durante 7 a 10 dias) ↪ Abortamento retido ➤ A p a c i e n t e e s t á c o m u l t r a s s o m comprovando gestação, está sangrando, ao avaliar o colo está fechado, mas não há batimento cardiofetal e o embrião está morto ao fazer ultrassom e não eliminou ➤ Gravidez na qual já há morte fetal sem a sua expulsão ➤ Clínica: ➔ Pode ou não haver sangramento vaginal ➔ Colo uterino fechado ➔ O útero mantem-se estacionário ou pode até diminuir ➔ A USG não exibe BCE após o embrião ter atingido > 7mm ➤ O ovo anembrionado é um tipo de abortamento retido no qual a USG vaginal não identifica o embrião, estando o SG> 25mm, sem embrião ➤ Conduta ➔ Expectante: Mulheres com aborto retido ou ovo anembrionado tem 50 a 60% de probabilidade de não necessitarem de qualquer intervenção em um período de 2 semanas. Após esse prazo, as resoluções espontâneas são menores ⇢ Se não eliminar, repete o ultrassom e faz- se indução por misoprostol que é menos agressivo ➔ Clínico: Misoprostol ➔ Cirúrgico: Aspiração à vácuo (é o tratamento de escolha, porque é mais segura e rápido de executar) ou curetagem ↳ Abortamento habitual ↪ 3 ou mais abortos consecutivos ↪ Doenças endócrinas ➤ Estão relacionadas deficiência luteínica (LH e FSH), hipotireoidismo, doenças autoimunes (ex: SAF) e síndrome dos ovários policísticos (SOP), presentes em 15 a 20% das pacientes com abortos habituais (Alijotas-Reig & Garrido-Gimenez, 2013) ↪ Malformações uterinas ➤ 10 a 15% dos abortamentos habituais. ➤ As malformações uterinas deformam a cavidade uterina e prejudicam o desempenho reprodutivo, acentuando a incidência de abortamentos precoces e tardios. ➤ O útero septado é o de pior prognóstico devido à sua e levada inc idência de abortamento recorrente. ➤ O útero didelfo, bicorno e septado estão associados a taxas de parto pré-termo 2 a 3 vezes mais elevada do que na população em geral. ↪ Agentes infecciosos ➤ A vaginose bacteriana assintomática no 1º trimestre de gravidez, tem sido apontada como fator de risco para o abortamento de 2º trimestre, e o parto pré-termo. ➤ Tratamento da vaginose bacteriana com Clindamicina oral (300mg 02comp. 8/8h por 7 a 10 dias), no inicio do 2º trimestre, diminui significativamente a incidência da interrupção prematura da gravidez. ↪ Síndrome do anticorpo antifosfolipídeo (SAF) ➤ Causa muito comum ➤ É uma trombofilia autoimune associada a tromboses arteriais e venosas, diagnosticada pela presença de pelo menos 1 critério clinico e 1 laboratorial. - Muitas investigações têm relatado anticorpos antifosfolipídios em 5 a 20% das mulheres com abortamento recorrente (ACOG, 20110). ➤ Dos abortamentos habituais, 15 a 20% são causados por SAF (Alijotas-Reig & Garrido- Gimenez, 2013). ➤ Mulheres com abortamento recorrente por SAF, sem tratamento, têm chance de apenas 10% de feto vivo. Pelo MS não faz-se o tratamento imediatamente, pois a maioria das pacientes vão eliminar de forma espontânea, fazendo o abortamento completo e para a paciente é a melhor escolha. No SUS espera-se 30 dias e no privado 15 dias. Se no particular a paciente quiser eliminar no próprio dia dilata-se o colo o que é ruim, pois traumatiza o colo, podendo dilatar o colo antes do momento certo em uma próxima gestação e gera cinéquias no útero. Não faz-se misoprostrol quando a paciente quer imediatamente, pois ele deve ser administrado em várias doses sendo de 3 em 3 horas e para a paciente não ficar internada, faz-se o procedimento cirúrgico ➤ Critérios Clínicos: ➔ Um ou mais episódios de trombose arterial, venosa ou de pequenos vasos. ➔ Uma ou mais mortes intrauterinas de fetos morfologicamente normais após 10 semanas de gravidez. ➔ Uma ou mais partos prematuros de fetos morfologicamente normais com menos de 34 semanas, em decorrência de eclampsia, pré- eclâmpsia ou insuficiência placentária. ➔ Três ou mais abortamentos espontâneos consecutivos com mais de 10 semanas, excluindo anormalidades anatômicas e hormonais. ➤ Critérios Laboratoriais: ➔ Anticorpo anticardiolipina ( IgG e IgM) ➔ Anticorpo lúpico anticoagulante ➔ Anticorpo anti-β2 glicoproteína I (IgG e IgM) ➤ Tratamento: ➔ Gestantes com títulos elevados de anticorpo anticardiolipinas, sem outros critérios, devem ser tratados com AAS (100mgmg/dia) + Heparina profilática ➔ Gestantes que preenchem critérios para SAF, o tratamento profilático com AAS+ Heparina (Heparina não fracionada 5.000 a 15.000 Ul/dia SC ou HBPM Enoxaparina 40mg/dia) é preconizado ➔ Muitas investigações têm relatado anticorpos antifosfolipídios em 5 a 20% das mulheres com abortamento recorrente (ACOG, 2011) ↪ Incompetência istmocervical ➤ É definida como incapacidade do colo uterino em reter o produto da concepção no 2º trimestre da gravidez, na ausência de sinais e sintomas de contrações e/ou parto (ACOG, 2014). ➤ A insuficiência cervical tem incidência de 1:1.000 partos e representa 8% dos casos de abortamento habitual (Society of Obstetricians and Gynaecologists of Canada [SOGC], 2013). ➤ Quadro clínico e diagnóstico ➔ Há historia de interrupção espontânea, sempre à mesma época da gestação e com amniorrexe precoce inesperada ➔ O trabalho de parto geralmente é curto e indolor, e geralmente o feto nasce vivo e morfologicamente normal ➤ Tratamento ➔ A cerclagem é o tratamento de escolha e a técnica mais utilizada é a de Mc Donald, que consiste na sutura cervical ao nível da junção cervicovaginal em bolsa de tabaco, com fio absorvível (Ethibond 5). Cerclagem de urgência é feita apenas na gravidez seguinte. ➔ Contraindicações: Dilatação do colo maior que 4cm, e idade gestacional > 24 semanas são as principais. ➔ O melhor período para realização da cerclagem é entre 12-16 semanas de gestação (idealmente com dilatação cervical < 3cm e sem herniação da bolsa amniótica). ➔ Remoção da cerclagem: Pode ser removida com 36 - 37semanas (ACOG, 2014) ➔ Em caso de abortamento, deve-se administrar a dose usual de Imunoglobulina anti-D de 300mcg IM, para as pacientes Rh-. Já quandohá ameaça de aborto, não há evidencias que suportem seu uso. ➔ W i l l i a n s : D i z q u e d e v e - s e f a z e r Imunoglobulina anti-D 300mcg na ameaça de aborto, se coombs negativo. Deve ter 1 critério clínico e 1 laboratorial Nem antibióticos nem tocolíticos profiláticos melhoram a eficácia da cerclagem (ACOG, 2014). Certas condutas não cirúrgicas, incluindo restrição da atividade física e repouso no leito e pélvico, não são efetivas para o tratamento da insuficiência cervical e devem ser desencorajadas (ACOG, 2014). Interrupção voluntária Risco de vida para a gestante: ➜ Abortamento terapêutico ➜ Atestado por dois médicos ➜ Notificação da comissão de ética do hospital Decorrente de violência sexual: ➜ Permitida após informar Unidade de Saúde; ➜ Não precisa de B.O ou autorização judicial; ➜ Até 20 semanas. Anencefalia ➜ Discriminalização pelo STF em 2012 ➜ Interrupção em qualquer IG (se desejar) ➜ Diagnóst ico ul trassonográf ico com fotografia (sagital e transversal) ➜ Laudo assinado por 2 médicos Gravidez ectópica Implantação do blastocisto fora da cavidade endometrial A incidência da gravidez ectópica é de 1,5 a 2% das gestações e é uma patologia que pode ameaçar a vida da paciente. Local mais comum ➜ T r o m p a ( 9 5 - 9 7 % d o s c a s o s ) , especificamente na ampola tubária ➜ Outros locais ↳ A gravidez ectópica que envolve a implantação na cérvice uterina, na porção intersticial da tuba uterina, no ovário, no abdome ou na cicatriz de cesárea é responsável por menos de 10% de todas as gestações ectópicas ↳ Esses casos atípicos e raros de ectopia são de difícil diagnóstico e estão associados a elevada morbidade Fatores de risco ➜ DIP (Doença Inflamatória Pélvica - principal causa): Um episódio único de doença inflamatória pélvica determina acréscimo de 6x no risco de gravidez ectópica. Lembre-se Saco Gestacional pode ser visualizado com 4 semanas Vesícula Vitelínica pode ser visualizada com 5 semanas Embrião e BCF podem ser visualizados com 6 - 7 semanas Logo, se o β-HCG, está compatível com 6 semanas, por exemplo, e não observa- se nada dentro do útero, deve-se olhar as regiões anexiais, pois provavelmente a paciente está com gravidez ectópica ➜ Cirurgia tubária anterior - Por exemplo Laqueadura ➜ Gravidez ectópica anterior (10%) ➜ Reprodução assistida ➜ Endometriose ➜ Tabagismo (altera o movimento ciliar da trompa, diminuindo a peristalse da trompa, parando o óvulo e ele se implanta no local em que permaneceu) ➜ DIU: Aumento do risco relativo, pois sabe- se que o DIU não protege quando gestação extrauterina ➜ História de cervicite por clamídia ou gonococo - Entra em DIP * Nos fatores de risco, inclui qualquer fator que interfira na anatomia tubária ou na funcionalidade da trompa, atrasando o transporte do ovo e permitindo que o mesmo se implante antes de chegar no endométrio, o que originaria as gestações tubárias, cornuais, ovarianas e abdominais. Patologia ➜ Gravidez Tubária ↳ Representam 95% das gestações ectópicas, sendo que a ampola é o local mais frequente de implantação do ovo fertilizado ↳ O abortamento é comum na gravidez tubária ampolar, enquanto que a ruptura é usual na gravidez ístimica. ↪ Na região ampolar é mais comum o abortamento tubário e na região ístmica há rompimento Quadro clínico Os principais sinais e sintomas são: ➜ Atraso menstrual ➜ Sangramento vaginal discreto ou ausente ↳ O sangramento nem sempre está presente, mas ocorre em cerca de 50% das pacientes, podendo similar um fluxo menstrual ou um abortamento e dificultar o diagnóstico ➜ Dor abdominal ➜ Útero menor que a idade gestacional esperada ➜ Massa anexial palpável - Nem sempre ➜ Defesa abdominal ➜ Sinal de Kehr ↳ Hemoperitônio ↳ Dor infraescapular ↪ Essa dores ocorrem por irritar o nervo frênico e a dor é irradiada para a região escapular ➜ Sinal de Laffont ↳ Hemoperitônio ↳ Dor no ombro ↪ Essa dores ocorrem por irritar o nervo frênico e a dor é irradiada para o ombro ➜ Sinal de Proust (Grito de Douglas) ↳ Quando há sangue livre na cavidade e faz- se a toque vaginal a paciente pula de dor ➜ Culdocentese* ↳ Quando não há ultrassom disponível, pode- se abrir mão da culdocentese que é a punção do saco de Douglas, para avaliar o líquido presente. Assim, punciona o fundo de saco posterior, o que dói muito. Para saber se é sangue da cavidade ou do vaso, deixa a seringa parada, se coagular é vaso, se não coagular é sangue livre na cavidade A paciente com abortamento de gestação e c t ó p i c a e m c u r s o , t e m - s e u m sangramento vaginal discreto, pois quando há rompimento, ela sangra dentro da cavidade abdominal, sendo uma paciente com abdômen agudo. * Na gestação ectópica rota, em geral, sempre que a rotura ocorre nas primeiras semanas de gestação, a gravidez se localiza na porção ístmica da trompa (local mais comum das roturas) e se associa a abundante hemorragia intraperitoneal, dor aguda e intensa na fossa ilíaca ou hipogástrico e choque. Diagnóstico Clínica (dor pélvica + atraso menstrual + sangramento vaginal discreto ou ausente) + β-HCG (>1500mU/ml) + USG sem evidencia de gravidez tópica ➜ β-HCG: Sempre que os níveis de hCG forem maiores que 1500mU/ml e não for visualizado saco gestacional intra-útero à USG TV, deve-se pensar em gravidez ectópica ➜ Achados à USG que reforçam a presença de gravidez ectópica: Anel tubário (edema que forma na parede da trompa que fica hipervascularizado) em região anexial ou massa complexa anexial com liquido livre na cavidade peritoneal, ou pelo sinal do HALO (consiste em um halo anecóico ao redor do anel tubário, que representa edema da subserosa da tuba uterina. E ainda é possível evidenciar pseudosaco gestacional (presença de sangue dentro da cavidade endometrial) Cavidade uterina fina, mas na região gestacional tem-se um saco gestacional Aqui evidencia-se o anel tubário Tratamento ➜ Variáveis a serem analisadas ↳ Estabilidade hemodinâmica ↳ Integridade da trompa ↳ Desejo de nova gravidez ↳ Características do SG ↳ Acesso à diferentes terapias ➜ Conduta expectante ↳ β-HCG < 1000mUl/ml (em declínio) + estabilidade hemodinâmica + SG ≤ 3,5 cm ↪ Deve-se passar o contato a essa paciente, orientar que em qualquer acontecimento (vertigem, PA diminuindo, aumentou a dor) é preciso ir para o hospital, pois o saco pode romper ↳ Normalmente é reservado a pacientes que não têm filho, para conseguir salvar a trompa ➜ Medicamentoso ↳ Metotrexato é um antagonista do ácido fólico que interfere na síntese de RNA e DNA. ↳ As condições ideais para utilizar a terapia medicamentosa: ↪ Saco gestacional < 3,5cm ↪ Feto sem atividade cardíaca - Se o embrião estiver vivo deve ser feita cirurgia ↪ β-HCG < 5000mUL/ml ** * Preferencialmente idade gestacional menor que 6 semanas ↳ Esquemas: ↪ Metotrexato IM dose única 50mg/m2 Apresenta menores taxas de sucesso, porém com menos efeitos colaterais. Realiza-se uma dosagem de β-HCG no 4º e 7º dia após a injeção, e se caso a dosagem do 7º dia não tiver caído pelo menos 15% em relação ao valor do 4º dia, repete-se a dose de 50mg/m2 e caso essa dose não se mostre eficaz, pode- se utilizar uma 3ª dose. Após a 3ª dose sem a regressão dos níveis hormonais, declara-se fracasso na terapia; Caso ocorra a queda hormonal, a dosagem do β-HCG deve ser repetida semanalmente até sua negativação. ➤ O mais importante é saber se o β-HCG está caindo ou não após a dose 4 e 7 dias após a 1ª dose. Entre o 4º e 7º dia deve-se cair pelo menos 15% do β-HCG. Se não cair ou subir, pode ser feita até 3 doses, mas na prática clínica faz-se tratamento cirúrgico ↪ Metotrexato IM 1mg/kg em dias alternados + ácido fólinico (prevenção de lesões periorais, náusea, vômito, dor abdominal, neutropenia). ↪ Metotrexatoinjeção direta no ovo guiado por USG ou laparoscopia Protocolo de tratamento com o metotrexato (MTX) em dose única Dose única de MTX 50 mg/m2 IM (Dia 1) Mensuração do β-hCG nos dias 4 e 7 pós- tratamento Verificação da queda do β-hCG ≥ 15% entre os dias 4 e 7 Mensuração do β-hCG até atingir o nível não gravídico (< 5 mUI/ml) Se a queda do β-hCG for < 15%, deve-se administrar a 2ª dose de MTX (50 mg/m2 IM) e realizar o β-hCG nos dias 4 e 7 após a repetição do MTX. Isso pode ser repetido se necessário Se durante o seguimento semanal com o β-hCG o nível se elevar ou estacionar, deve-se considerar a repetição do MTX Contra indicações ao metotrexato Relativas Absolutas Atividade cardíaca ao USG Gravidez intrauterina (heterotópica) Concentração alta do β-hCG (> 5.000) Gravidez ectópica rota Massa maior que 3,5 cm Instabilidade hemodinâmica Recusa em receber transfusão sanguínea Imunodeficiência Anemia, leucopenia, plaquetopenia moderada ou grave Alergia ao metotrexato Doença pulmonar ativa Úlcera péptica ativa Disfunção hepática importante Amamentação Impossibilidade de seguimento da paciente*** Deve ser feita a colheita do β-HCG semanal até ele negativar Código de Ética Médica Art. 22: Deixar de obter consentimento do paciente ou de seu representante legal após esclarecê-lo sobre o procedimento a ser realizado, salvo em caso de risco iminente de morte. Art. 31: Desrespeitar o direito do paciente ou de seu representante legal de decidir livremente sobre a execução de práticas diagnósticas ou terapêuticas, salvo em caso de iminente risco de morte. Código Penal Art. 135: Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal , à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública. ➜ Cirúrgico ↳ Laparotomia: Instabilidade hemodinâmica. ↳ Laparoscopia: Estabilidade hemodinâmica (onde não houve critérios para o tratamento m e d i c a m e n t o s o o u q u a n d o h o u v e r con t ra ind icações pa ra o t ra tamento medicamentoso) ↳ O tratamento cirúrgico consiste em: ↪ Salpingostomia linear quando não houver ruptura ( trompa contralateral doente; manutenção do desejo reprodutivo, tubária de pequenas dimensões) ➤ Abertura da trompa, retirada do saco gestacional em que sutura ou pode deixar aberto. Faz-se quando a paciente tem-se o desejo de manter a trompa ↪ Salpingectomia (sangramento incontrolável, ectópica recorrente, trompa muito lesada, prole constituída) - Retirada da trompa Caso clínico Gestante, 26 anos, G1P0A0 (DUM 16/09/2021) refere dor de forte intensidade em região hipogástrio há 12 horas, febril no momento. Ao exame: LOTE, REG, dispneica, h i p o c o r a d a , c i a n o s e p e r i t o n i a l , extremidades frias Relatório enfermagem FC: 186 bpm SatO2: 94% em aa FR: 32 irpm Realizado exame Gastroesophageal reflux disease laborator ial sanguíneo em 17/10/2021 Hb: 6,2 HT: 18,3 Hem: 2,4 Leucócitos: 24,6 PLR: 298 PCR 1/4: 26 β-HCG: Reagente Solicito avaliação e conduta Paciente já estava chocando, foram feitos exames desnecessários com a paciente chocando. Ao chegar no hospital, já estava morta. Uma paciente com esse tipo de quadro de abdômen agudo, não pode postergar o tratamento, é preciso levar preciso levar para onde há suporte cirúrgico e avisar o hospital Doença trofoblástico gestacional É uma prol i feração anormal do trofoblasto ➜ Ao explicar para a paciente é dizer que é um tumor placentário Placenta anormal caracterizada pela formação de vilosidades coriônicas e d e m a c i a d a s , a v a s c u l a r e s , hiperplasiadas que formam cisternas associadas a diferentes graus de anaplasia e proliferação trofoblástica ➜ Por isso chama Mola, vindo da palavra molar que significa massa aquosa. A Mola, forma várias vesículas na placenta ➜ Pode ser benigna ou maligna Epidemiologia ➜ 1:1.500 gestações ➜ É difícil estabelecer a verdadeira incidência da mola hidatiforme (diferenças étnicas, geográficas, alimentares etc.) ➜ Steigrad afirma existir forte influencia das idades extremas sobre a ocorrência de mola ↳ Adolescentes ou mais velhas Classificação ➜ Benigna: Mola Hidatiforme ↳ Mola completa ↳ Mola incompleta ➜ M a l i g n a : Tu m o r Tr o f o b l á s t i c o G e s t a c i o n a l ( T T G ) o u N e o p l a s i a Trofoblástica Gestacional (NTG) ↳ Mola invasora (Corioadenoma destruens) ↳ Coriocarcinoma ↳ Tumor trofoblástico do sítio placentário ↳ Tumor epiteliótico Fatores de risco ➜ Idade materna avançada (> 40 anos) ➜ Antecedentes de mola (Semer et al., 1995) ➜ Inseminação artificial ➜ Tabagismo ➜ Abortamentos prévios Mola hidatiforme ➜ Quadro clínico ↳ Sangramento vaginal intermitente e progressivo e/ou em aspecto de “suco de ameixa” ↪ É o sinal mais comum e por vezes acompanhado da expulsão de vesículas molares ➤ A eliminação de vesículas é patognomônico ↪ Geralmente indolor ↳ Útero amolecido, indolor e MAIOR que o esperado para a idade gestacional ↳ Cistos anexiais bilaterais (Cistos Tecaluteínicos) ↪ Podem ser uni ou bilateral e resultam da estimulação de hCG sobre a teca dos folículos ovarianos ➤ São cistos anexiais (ovarianos) devido a uma hiperestimulação do hCG ↪ Não são tratados isoladamente de forma cirúrgica, porque quando trata a mola eles regridem ↪ Devido a presença mediana do útero volumoso, torna-se difícil a identificação dos cistos tanto na palpação abdominal quanto ao exame pélvico USG de um cisto tecaluteínicos, com várias imagens anecoicas Ao abrir encontrou-se os anexos dela forma ↳ Hiperêmese gravídica ↪ Níveis de hCG muito elevados ➤ Porque é um tumor do trofoblasto e o hCG é p r o d u z i d o n o t r o f o b l a s t o , m a i s especificamente no sinciciotrofoblasto. ➤ Os níveis de β-HCG acima de 200.000Ul/ml sugerem fortemente a doença ➔ 100 vezes o valor normal ↳ Pré-eclâmpsia precoce ↪ É descrita como sinal clássico de gravidez molar (antes de 24 semanas) ↪ A pré-eclampsia é uma doença da placenta, sendo uma insuficiência placentária que ocorre no final da gravidez devido à hipertensão. A paciente faz precocemente, por ser uma alteração trofoblástica ↳ Formação de vesículas em forma de “cachos de uva” - PATOGNOMÔNICO ↳ U S G e v i d e n c i a n d o i m a g e m e m “tempestade de neve”; ↳ Sintomas gravídicos exacerbados: pré- eclâmpsia e hipertireoidismo.* ↪ O HCG parece muito molecularmente com o TSH, com isso há um hiperestimulação secundária aos níveis de HCG à produção de T3 e T4 ➜ Mola hidatiforme completa ↳ Origina-se de um equívoco da fertilização, onde por alguma razão desconhecida o óvulo perde sua carga genética haploide – “esvazia- se” – e é fecundado por um espermatozoide aparentemente normal (23x). ↳ Dá-se a seguir a duplicação dos cromossomos paternos sem a concomitante divisão celular, o que proporciona zigoto com o número normal (46XX). ↳ Material genético é paterno e não forma embrião. ↳ Cariótipo diploide. ↳ O risco de malignização é de 20% ↳ Não tem material genético materno, apenas paterno Macroscopia: Feto, cordão e membranas sempre ausentes USG de uma mola completa, em que o útero está preenchido com vesículas, não há feto, não há cordão umbilical. Demonstra a cavidade endometrial com material hiperecogênico com áreas anecoicas, sendo isso chamado de cacho de uva ou tempestade de neve. D e n t r o d a s v e s í c u l a s n ã o h á vascularização ➜ Mola hidatiformes parcial ou incompleta ↳ Ocorre quando dois espermatozoides (sendo um diploide) fecundam um óvulo com DNA (normal) gerando um cariótipo triploide e embrião ↪ Tem o material materno e o componente extra do pai ↳ Apresentam degeneração limitada da placenta, que exibe vilosidadesanormais e distendidas, hidrópicas ↳ Cariótipo triploide (69XXY / XXX) ↳ O risco de malignização é de 5%, sendo bem menor do que na mola completa Nessa USG evidencia-se o tecido trofoblástico como se fosse a placenta doente, cheio de áreas anecoicas e em baixo tem-se o embrião. ➜ Diagnóstico ↳ Geralmente é clínico, especialmente nas f o r m a s c o m p l e t a s ( s i n t o m a s m a i s exacerbados) ↳ Ao fazer o diagnóstico, deve ser feita a indução ↳ A USG é a ferramenta capaz de diagnosticar com extrema segurança a doença ↪ Mola completa: Útero cheio de material ecogênico, contendo múltiplas vesículas anecóicas de diferentes tamanhos (imagens em flocos de neve ou nevasca ou cachos de uva), sem fluxo intrauterino; não há feto, nem BCF ↪ Mola parcial: Placenta grande, de aspecto normal com lesões intraplacentárias anecóicas difusas β-HCG aumentado (> 200.000mUl/ml) ➜ Tratamento ↳ O tratamento de eleição é o Esvaziamento uterino (aspiração à vácuo) + Histopatológico. ↪ Não pode fazer curetagem, pois o útero está com o miométrio está muito amolecido, podendo perfurar o útero, devendo-se fazer o esvaziamento uterino por aspiração com uma cânula ↳ Exames ↪ Antes do esvaziamento uterino, os seguintes exames são recomendados: ➤ Hemograma completo ➔ No esvaziamento pode haver muita perda de sangue, logo é preciso ver se a paciente já está anêmica ➤ Grupo sanguíneo e fator Rh ➔ Compatibilidade e reserva de sangue ➤ Determinação do nível de hCG ➤ Radiografia de tórax ➔ Metástase pulmonar e embolia trofoblástica ➤ Coagulograma completo ➔ Pode fazer pré-eclâmpsia precoce ➤ Hepatograma completo ➔ Pode fazer pré-eclâmpsia precoce ➤ Ureia, creatinina, ácido úrico ➤ Em pacientes com fundo uterino maior que 16 cm, dosagens de TSH, T4 livre ➔ Pode fazer hipertireoidismo ➔ Na prática faz-se para todas as pacientes que tem mola ➤ Reserva de concentrado de hemácias é indicada em todos os casos ↳ Esvaziamento Uterino ↪ Aspiração a vácuo: É o procedimento de eleição, pelo menor risco de perfuração uterina. Nessa USG evidencia-se as vesículas e não há feto, apenas tecido trofoblástico ↪ Cuidados devem ser redobrados em úteros grandes (14 a 16 semanas ou mais) ↪ Anestesia geral + Dilatação cervical + Infusão de ocitocina (mantida por muitas horas no pós-operatório).* ↪ Pacientes com fator Rh negativo devem ser tratadas com a imunoglobulina anti-D após o esvaziamento ↪ Não pode-se usar misoprostol devido ao risco de embolia trofoblástica. Usa-se Vela de Hegar para dilatar o colo, ocitocina antes e após para ajudar o útero a contrair e auxiliar no esvaziamento ↳ Histerectomia ↪ Indicada em caso de prole completa e mais de 40 anos; pacientes com fatores de risco para progressão da doença ou pacientes com hemorragias incoercíveis ↪ Reduz o risco de Neoplasia Trofoblática Gestacional pós-molar ↪ Não estão isentas do monitoramento com hCG após o procedimento ➜ Acompanhamento pós molar ↳ Mon i t o ra r cu idadosamen te pa ra diagnosticar e tratar de imediato possíveis sequelas malignas. ↳ Deve-se monitorar e fazer o esvaziamento, d e i x a n d o - a i n t e r n a d a . 4 8 h a p ó s o procedimento deve-se fazer a dosagem de β- hCG, pois muitas vezes é preciso fazer um novo esvaziamento ↳ A maioria dos episódios de malignização ocorre dentro de 6 meses do esvaziamento ↪ A paciente faz neoplasia quando o β-hCG não es tá ca indo ou o mater ia l tem características de neoplasia ou mola invasiva ↳ Após o esvaziamento uterino, o diagnóstico de Neoplasia Trofoblástica Gestacional pós-molar inclui: ↳ Estabilização ou aumento dos níveis de hCG ↳ Caracterização histológica da mola invasiva ou de coriocarcinoma no material do histopatológico ↳ Imagem ultrassonográfica de mola invasora não é indicação de novo esvaziamento, porque não induz a remissão da doença ou influencia o tratamento, e pode resultar em hemorragia e perfuração uterina. ↳ A hipótese de uma nova gravidez deve ser afastada por meio de ultrassonografia e hCG, especialmente após longo seguimento em pacientes não cooperativas. ↳ β-HCG ↪ Deve-se dosar o β-HCG 48h após o esvaziamento uterino, semanalmente, após 3 dosagens consecutivas NEGATIVAS (< 5mUl/ ml), dosa-se o hormônio mensalmente até 6 meses a 1 ANO do 1º resultado negativo, Em (A), observa-se imagem de paciente com mola hidatiforme in utero com amenorreia de 10 semanas, revelando ú t e r o a u m e n t a d o p a r a a i d a d e gestacional, medindo 27 centímetros. Em (B), observa-se o ventre da paciente, após o esvaziamento uterino. Nota-se que o útero não se encontra mais perceptível e a palpação abdominal profunda revela-o intrapélvico. quando as paciente são liberadas para engravidar ↪ Os valores de β-HCG devem cair progressivamente e geralmente negativa em 8-10 semanas após o esvaziamento ↪ Se os níveis de hCG se estabilizarem ou se elevarem por algumas semanas, a avaliação imediata e o tratamento de NTG pós-molar se impõem ↳ Acompanhamento clínico ↪ Os sintomas vão regredir em curto período de tempo após o esvaziamento uterino. ↳ Acompanhamento com USG ↪ Auxilia na monitorização da involução uterina e dos cistos ovarianos, podendo ser útil no diagnóstico de invasão miometrial por uma mola invasora ou coriocarcinoma. ↪ Imagem suspeita ao US: Tecido ecogênico na cavidade que se estende ao miométrio com fluxo exuberante ao mapeamento colorido, de baixa resistência (RI <0,40 a 0,50). E presença de cistos tecaluteínicos. ↳ Anticoncepção: ↪ Durante todo o período de seguimento, é muito importante que a paciente não engravide, uma vez que a elevação dos níveis de β-HCG da gravidez irá encobrir um possível diagnóstico de persistência ou malignização da doença. ↪ ACO não aumentam a incidência de NTG pós-molar nem afetam o padrão de regressão do hCG ↪ O DIU está contraindicado, devido ao maior risco de perfuração uterina ➜ Neoplasia trofoclástica gestacional ↳ Critérios da FIGO para o diagnóstico de NTG molar por meio da dosagem de hCG: ↪ Estabilização de 4 valores (±10%) de hCG, dosados no período de 3 semanas (dias 1,7,14 e 21) ↪ Aumento do nível de hCG >10% a partir de 3 valores obtidos no período de 2 semanas (dias 1,7 e 14) ↪ Persistência de hCG detectável por mais de 6 meses após o esvaziamento molar ↳ Classificação: ↪ Tumor Trofoblástico Gestacional (TTG) ou Neoplasia Trofoblástica ↪ Gestacional (NTG) pode ser classificado em: ↳ Mola invasora ou Corioadenoma destruens ↪ É a doença conf inada ao útero, caracterizada pela presença de vilosidades coriônicas hidrópicas, com proliferação trofoblástica que invadem diretamente o miométrio ↪ É sempre sequela da mola hidatiforme ↪ 70 a 90% dos casos ↪ Diagnóstico ➤ Clínico (NTG não metastática) ➤ US com Doppler: Invasão do miométrio pelo trofoblasto ➤ Dilatação e curetagem diagnóstica devem ser evitadas devido a possibilidade perfusão uterina ↳ Coriocarcinoma ↪ 10 a 30 % dos casos ↪ Invasivo e metastático (Pulmonar, Cerebral e Vaginal) ↪ Procede de qualquer tipo de gravidez: 50% de gestação normal; 25% de mola hidatiforme, e 25% de abortamento e até mesmo em gravidez ectópica ↪ Morfologia ➤ Localiza-se em qualquer parte do útero; ➤ Apresenta superfície vermelho escuro (devido às hemorragias frequentes, repetidas e a destruição de vasos) ➤ Tamanho variável; únicos ou múltiplos e de consistência diminuída (há necrose em graus variados) ➜ Tumor trofoblástico do sítio placentário (PSTT) ↳ Caracterizado essencialmente por um trofoblasto intermediário (citotrofoblasto extravilositário) que infiltra o útero e os vasos ↳ Macroscopicamente, forma uma massa branco-amarelada que invade o miométrio, podendo projetar-se para a cavidade uterina, assumindo aspecto polipoide ↳ Pode originar de qualquer tipo de gestação ↳ Não é sensívela quimioterapia ↳ E leva hPL (Hormônio lactogênio placentário); β-hCG não se eleva a valores muito altos ↪ O hPL normalmente não é pedido, deve ser utilizado quando o β-hCG está normal ↳ Raro
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